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Universidade Paulista
Licenciatura em Letras (Português/Inglês) – 6º semestre – LL6A02
Literatura Brasileira: Prosa – 05/09/2018
Ingrid Almeida Lopes de Oliveira RA: D029IC8
Thainá Ferreira de Assis RA: C993EA0
Análise do estilo do autor: Machado de Assis
Joaquim Maria Machado de Assis nasceu no Rio de Janeiro, em 21 de junho de
1839 e faleceu, no mesmo lugar, em 1908. Foi escritor, jornalista e teatrólogo, além
de presidente da Academia Brasileira de Letras. Considera-se que o escritor iniciou
suas obras com o romantismo, escrevendo poemas, contos e romances que
apresentam características do movimento, mas sabe-se que foi, ainda, o maior
percursor do realismo brasileiro, inaugurando-o com Memórias Póstumas de Brás
Cubas.
No geral, suas obras exprimem a despreocupação com a moda literária de seu tempo,
o que as confere originalidade. Elas contêm certo teor de pessimismo, pois, dado o
seu tempo, o escritor busca tratar de assuntos universais, expondo o caráter instável
das pessoas – que pode ser verificado na crítica que o escritor faz à sociedade
brasileira, principalmente à burguesia.
A obra Memórias Póstumas de Brás Cubas, foi escrita em formato de folhetim, em
1880. Esse formato permitia um suspense em cada capítulo, que pode ser observado
no trecho a seguir:
“Tinha então 54 anos, era uma ruína, uma imponente ruína. Imagine o leitor que nos
amamos, ela e eu, muitos anos antes e que um dia, já enfermo, vejo-a assomar à
porta da alcova...” (capítulo 5)
As reticências são muito usadas pelo autor para o suspense e, consequentemente,
para o leitor ficar ansioso pelo próximo capítulo (estratégia, hoje, usada por novelas
para atrair o telespectador para os próximos capítulos). Esse estilo também pode ser
observado em Dom Casmurro, obra também escrita em forma de folhetim, em 1899,
no trecho:
“Tudo era matéria às curiosidades de Capitu, mobílias antigas, alfaias velhas,
costumes, notícias de Itaguaí, a infância e a mocidade de minha mãe, um dito daqui,
uma lembrança dali, um adágio d’acolá...” (capítulo 31)
No processo de estruturação de Memórias Póstumas e de Dom Casmurro, há um
narrador que chama o seu “amado leitor” a participar ou compreender o processo de
formação da narrativa. Dentro desse processo, o narrador vai apresentando as cenas,
as reflexões, as teorias e os problemas da ficcionalidade acerca do próprio livro,
comentando a estrutura de capítulos e a suposta reação de seu leitor, como podemos
ver no trecho:
“Que me conste, ainda ninguém relatou o seu próprio delírio; faço-o eu, e a ciência
mo agradecerá. Se o leitor não é dado à contemplação destes fenômenos mentais,
pode saltar o capítulo; vá direito à narração. Mas, por menos curioso que seja, sempre
lhe digo que é interessante saber o que se passou na minhacabeça durante uns vinte
a trinta minutos.” (capítulo 7)
Além disso, é possível observar na obra de Machado a presença da ironia, recurso
muito utilizado pelo escritor para fazer críticas menos explícitas, como nos trechos
abaixo:
“Vivem ainda alguns membros de minha família, minha sobrinha Venância, por
exemplo, o lírio-do-vale, que é a flor das damas do seu tempo; vive o pai, o Cotrim,
um sujeito que...” (capítulo 3); “Marcela amou-me durante quinze meses e onze
contos de réis...” (capítulo 17)
No primeiro trecho, a metáfora “o lírio-do-vale", que faz referência à sobrinha de Brás
Cubas, pode ser interpretada como uma expressão usada de maneira negativa, uma
vez que o narrador sugere uma personalidade questionável. No segundo trecho, Brás
expõe o lado interesseiro de Marcela, afirmando que o amor dela valeu onze contos
de réis, ou seja, valeu aquilo que pôde ser pago.
No conto Noite de Almirante, de 1884, apesar de se tratar, em certo ponto, de uma
história e amor e desencontro, é possível observar, também, a ironia machadiana,
uma vez que, de modo bem sutil, o escritor sugere a instabilidade, a vulnerabilidade
humana. A ironia se encontra na ideia do conto, da qual o leitor pode ser dar conta,
após uma reflexão ao final da história.
Bibliografia
Academia Brasileira de Letras, Machado de Assis. Disponível em
<http://www.academia.org.br/academicos/machado-de-assis/biografia>. Acesso em
03 de setembro de 2018.
Só Literatura, Principais obras de Machado de Assis. Disponível em
<http://www.soliteratura.com.br/realismo/realismo06.php>. Acesso em 03 de
setembro de 2018.
Guia do Estudante, Memórias Póstumas, Análise de obra de Machado de Assis.
Disponível em <https://guiadoestudante.abril.com.br/estudo/memorias-postumas-de-
bras-cubas-analise-da-obra-de-machado-de-assis/>. Acesso em 31 de agosto de
2018.

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Análise Estilo Machado Assis

  • 1. Universidade Paulista Licenciatura em Letras (Português/Inglês) – 6º semestre – LL6A02 Literatura Brasileira: Prosa – 05/09/2018 Ingrid Almeida Lopes de Oliveira RA: D029IC8 Thainá Ferreira de Assis RA: C993EA0 Análise do estilo do autor: Machado de Assis Joaquim Maria Machado de Assis nasceu no Rio de Janeiro, em 21 de junho de 1839 e faleceu, no mesmo lugar, em 1908. Foi escritor, jornalista e teatrólogo, além de presidente da Academia Brasileira de Letras. Considera-se que o escritor iniciou suas obras com o romantismo, escrevendo poemas, contos e romances que apresentam características do movimento, mas sabe-se que foi, ainda, o maior percursor do realismo brasileiro, inaugurando-o com Memórias Póstumas de Brás Cubas. No geral, suas obras exprimem a despreocupação com a moda literária de seu tempo, o que as confere originalidade. Elas contêm certo teor de pessimismo, pois, dado o seu tempo, o escritor busca tratar de assuntos universais, expondo o caráter instável das pessoas – que pode ser verificado na crítica que o escritor faz à sociedade brasileira, principalmente à burguesia. A obra Memórias Póstumas de Brás Cubas, foi escrita em formato de folhetim, em 1880. Esse formato permitia um suspense em cada capítulo, que pode ser observado no trecho a seguir: “Tinha então 54 anos, era uma ruína, uma imponente ruína. Imagine o leitor que nos amamos, ela e eu, muitos anos antes e que um dia, já enfermo, vejo-a assomar à porta da alcova...” (capítulo 5) As reticências são muito usadas pelo autor para o suspense e, consequentemente, para o leitor ficar ansioso pelo próximo capítulo (estratégia, hoje, usada por novelas para atrair o telespectador para os próximos capítulos). Esse estilo também pode ser observado em Dom Casmurro, obra também escrita em forma de folhetim, em 1899, no trecho:
  • 2. “Tudo era matéria às curiosidades de Capitu, mobílias antigas, alfaias velhas, costumes, notícias de Itaguaí, a infância e a mocidade de minha mãe, um dito daqui, uma lembrança dali, um adágio d’acolá...” (capítulo 31) No processo de estruturação de Memórias Póstumas e de Dom Casmurro, há um narrador que chama o seu “amado leitor” a participar ou compreender o processo de formação da narrativa. Dentro desse processo, o narrador vai apresentando as cenas, as reflexões, as teorias e os problemas da ficcionalidade acerca do próprio livro, comentando a estrutura de capítulos e a suposta reação de seu leitor, como podemos ver no trecho: “Que me conste, ainda ninguém relatou o seu próprio delírio; faço-o eu, e a ciência mo agradecerá. Se o leitor não é dado à contemplação destes fenômenos mentais, pode saltar o capítulo; vá direito à narração. Mas, por menos curioso que seja, sempre lhe digo que é interessante saber o que se passou na minhacabeça durante uns vinte a trinta minutos.” (capítulo 7) Além disso, é possível observar na obra de Machado a presença da ironia, recurso muito utilizado pelo escritor para fazer críticas menos explícitas, como nos trechos abaixo: “Vivem ainda alguns membros de minha família, minha sobrinha Venância, por exemplo, o lírio-do-vale, que é a flor das damas do seu tempo; vive o pai, o Cotrim, um sujeito que...” (capítulo 3); “Marcela amou-me durante quinze meses e onze contos de réis...” (capítulo 17) No primeiro trecho, a metáfora “o lírio-do-vale", que faz referência à sobrinha de Brás Cubas, pode ser interpretada como uma expressão usada de maneira negativa, uma vez que o narrador sugere uma personalidade questionável. No segundo trecho, Brás expõe o lado interesseiro de Marcela, afirmando que o amor dela valeu onze contos de réis, ou seja, valeu aquilo que pôde ser pago. No conto Noite de Almirante, de 1884, apesar de se tratar, em certo ponto, de uma história e amor e desencontro, é possível observar, também, a ironia machadiana, uma vez que, de modo bem sutil, o escritor sugere a instabilidade, a vulnerabilidade humana. A ironia se encontra na ideia do conto, da qual o leitor pode ser dar conta, após uma reflexão ao final da história.
  • 3. Bibliografia Academia Brasileira de Letras, Machado de Assis. Disponível em <http://www.academia.org.br/academicos/machado-de-assis/biografia>. Acesso em 03 de setembro de 2018. Só Literatura, Principais obras de Machado de Assis. Disponível em <http://www.soliteratura.com.br/realismo/realismo06.php>. Acesso em 03 de setembro de 2018. Guia do Estudante, Memórias Póstumas, Análise de obra de Machado de Assis. Disponível em <https://guiadoestudante.abril.com.br/estudo/memorias-postumas-de- bras-cubas-analise-da-obra-de-machado-de-assis/>. Acesso em 31 de agosto de 2018.