1. Artigo 25 – 19/04/2020
Mato Grosso Econômico
Professor Ricardo Laub
O MERCADO DE AUTOMÓVEIS, EFEITO CORONAVÍRUS. Carros novos e usados.
Segundo a Fenabrave, os licenciamentos de carros comerciais leves, caminhões e ônibus
novos no Brasil, em março de 2020, recuaram 18,6% em relação a fevereiro do mesmo
ano, porém ao serem comparados ao mesmo mês em 2019, com um número de veículos
vendidos de 209.148 mil unidades, demonstrou queda significativa de 21,78%. O total de
vendas de veículos novos no mês somaram 163,63 mil unidades, totalizando um acúmulo
de 558,018 mil unidades, contra 607.557 mil unidades, no mesmo período, de 2019,
resultando em uma diminuição da comercialização de 8,15%1
.
Segundo a entidade, foi o pior resultado acorrido desde 2006, e se espera do mês de abril
resultados ainda inferiores. Sobre a abertura do comercio, as expectativas não são
promissoras, há um cenário de precaução por parte dos governantes e da população com
relação ao afrouxamento das medidas de proteção contra a pandemia, e se entende que
mesmo que se façam medidas para que isso ocorra, os empresários não acreditam que o
mercado possa reagir.
Só o fechamento do comércio não é fator para o baixo consumo, existem outros fatores
que devem ser observados, como a condição econômica, financeira e emocional, não só
do consumidor, como também dos empresários e do governo. Abrir as empresas, não
sortirá o efeito necessário para que todos possam caminhar tranquilos. O coronavírus é
um problema de saúde pública grave e sem dúvida, traz com ele, uma onda negativa do
tamanho de um tsunami, que preocupa sobre o futuro. A palavra “precaução” vem antes
de tudo. Além de que, é um problema mundial com inúmeras circunstâncias ainda em
jogo, que para o mundo globalizado e conectado pode apresentar desafios ainda
desconhecidos. Perguntas devem ser respondidas para que o mercado possa seguir por
mares mais tranquilos. Tais como: o vírus é controlável? Vai surgir uma vacina? Quanto
tempo ainda o vírus vai infectar as principais nações do mundo? Tais questões precisam
de respostas para que as empresas e consumidores, voltem a pensar em outras coisas.
Com relação ao carro usado, no Brasil e em Mato Grosso, a coisa é a mesma, aqui no
nosso Estado foram comercializados, no mês de março de 2020, 22.55 mil unidades de
veículos, com uma média diária de 1.025 mil unidades de transferências diárias, contra
23.06 mil unidades de vendas que foram registradas em fevereiro e 1.214 carros vendidos
por dia. Estes números revelam queda de 2,2% nas vendas entre março e fevereiro, mas
deve-se ressaltar que março de 2019 foram vendidas 25.577 mil unidades de veículos
usados, registrando, quando se comparado os anos, um declínio de 11,8% para o mesmo
mês de março. Temos de lembrar que o mês de janeiro de 2020, vendeu 28.841 mil
unidades de veículos e teve uma média diária de 1.311 unidades comercializadas, o que
prova, março ter sido atípico, muito porque o mercado de seminovos e usados em Mato
Grosso, a muito tempo, vinha registrando carecimentos significativos, desta feita pondo
um ponto de interrogação sobre o futuro.
1
Fonte: Site Oficial da FENABRAVE: http://www.fenabrave.org.br/portal/conteudo/emplacamentos - Acesso dia 19/04/2020.
2. É bom lembrar que fevereiro, sob uma ótica de dias corridos, contem menos dias úteis,
daí a gravidade dos efeitos causados pelo coronavírus evidentes. O mercado necessita,
antes de tudo, de previsibilidade, tanto o empreendedor como o consumidor assume risco,
mas risco calculado, a tranquilidade vem de análises das condições do mercado, onde se
observe, uma linha de ondas que sejam possíveis de se navegar sem riscos á tempestades.
Só assim os investidores, empreendedores e consumidores se sentem seguros em aplicar
seus esforços em novos empreendimentos.
Acreditamos que o ano de 2020 será desafiador para setor de vendas de veículos novos e
usados, o cenário atual não mostra oportunidades promissoras para o setor. A cadeia
produtiva está cautelosa. As financeiras, importantes no processo, não se posicionaram
com relação ao futuro, muito pelas condições decisivas, as quais os financiamentos e os
juros, fator crucial para aquisição de um carro, ainda estão sem uma definição segura para
se oferecer crédito.
Está tudo ainda em aberto, afinal a economia é globalizada, e caso ocorra um agravamento
das condições de saúde pública no mundo, pode haver grandes mudanças. Esse é um
momento muito novo para todos envolvidos e já sabemos que se deve ter cautela de fato.
Apesar da cautela, para os representantes do setor de usados, todo esse problema passará,
muito porque sabemos o homem se reinventa. O mercado de comercialização de veículos,
tanto novos como usados, tem mecanismos de sobrevivência, e deve se adequar a nova
realidade, se caso for necessário.
Semana passada, a AGENCIAUTO/MT – Associação dos Revendedores de veículos do
Estado de Mato Grosso, enviou, ao governo do estado e do município de Cuiabá, ofício
que defende existir totais condições para o funcionamento do setor diante da pandemia,
desta maneira possibilitando a abertura do comercio de veículos, adotando medidas de
controle de acesso e de limitação do público nas áreas internas e externas, de modo a
evitar aglomerações e a resguardar a distância mínima de dois metros entre todas as
pessoas, bem como todas as recomendações preconizadas pelos órgãos de Saúde quanto
à necessidade de higienização do respectivo local e dos produtos ofertados.
As lojas de revenda de Veículos seminovos e usados tem características tais que
possibilitam o seu funcionamento, atendendo as condições como:
1º - Criação de horário reduzido de atendimento, utilizando para esse atendimento, apenas
um funcionário devidamente protegido para o contato com o consumidor, mantendo o
veículo dentro das condições máximas de higienização. 2º - O atendimento presencial,
somente para a entrega do carro já negociado, utilizando o “sistema Off-line”, ou seja,
toda negociação deverá ser realizada via Rede e somente será feito o contato no momento
da entrega. 3º - Na entrega do carro negociado, a loja somente receberá o comprador. 4º
- Realização de escalas de trabalho, 5º - A disponibilização de água e sabão, de álcool gel
70%. 6º - Proibição da circulação de pessoas do “Grupo de Risco”, e a manutenção de
distância mínima de 1,5m entre os o representante da loja e o comprador. 7º - Entrega na
residência, sistema “delivery”. 8 – Cuidados, limpeza do pátio, dos veículos, e geral. 9 –
Afixação de notificação dos regulamentos. 10 – Campanha, via AGENCIAUTO E
SINDERV, sobre atendimento. Nada será como antes, mas isso não significa que será
pior. Nesta hora devemos ter fé em Deus e na capacidade do homem de sobreviver, o que
já vimos, aconteceu muitas vezes.