Este artigo discute a importância da reflexão na prática pedagógica dos professores. A ação reflexiva torna o professor um agente de transformação social ao tornar sua prática um objeto de conhecimento. O artigo também destaca os desafios enfrentados pelos professores para se tornarem reflexivos e a necessidade de uma formação continuada para enfrentar esses desafios.
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A reflexão docente
1. A reflexão sobre a prática pedagógica: processo de ação e transformação
Maria Dinorá Baccin Castelli
Resumo: Este artigo, com base em uma revisão bibliográfica, pretende discutir sobre o papel que a ação
reflexiva possui nos processos de ensino e aprendizagem. É esta ação reflexiva que torna o docente um agente
de transformação social fazendo de sua vivência pedagógica um objeto de conhecimento de sua própria
formação. Entendo a ação reflexiva como possibilidade de repensar a própria prática, reelaborar os saberes
existentes, avaliar as condições da profissão e enfrentar os desafios decorrentes do trabalho docente, frente às
incertezas e as dificuldades no conjunto organizacional da aprendizagem e na compreensão dialógica do
conhecimento.
Palavras-chave: Formação Docente; Professor reflexivo; Reflexão na ação.
Introdução
A prática pedagógica reflexiva tem sido evidenciada como sendo de extrema
importância na constituição do ser professor advindo de todo o processo formativo onde o
saber é vital, necessário e indispensável, frente aos novos desafios sócios educativos. O
importante papel que o professor exerce no sistema de ensino exige o reconhecimento de que
este profissional necessita de uma formação continuada através de capacitação, qualificação,
aperfeiçoamento e antes de tudo, ter o propósito da reflexão inovadora, reelaborando
continuamente suas práticas docentes. Além disso, este profissional enfrenta grande desafio de
se consolidar como profissional reflexivo frente às dificuldades e aos obstáculos do cotidiano
escolar, onde a base de sua prática é a sala de aula.
É evidente que este agente pedagógico constitui-se através do reconhecimento e da
compreensão do próprio fazer e a possibilidade da transformação da própria prática, sendo a
reflexão entendida como um compromisso ético-social. Esta idéia de profissional docente
supõe o reconhecimento e a consciência nas ações, numa perspectiva de valores pessoais que
sustentam a condição humana de analisar seus erros, interrogando suas práticas de ensino, a
fim de melhorá-las cotidianamente, tendo como compromisso pessoal, o pensamento voltado a
educação como “processo de humanização” (UTSUM, 2006. p.73). Perceber no ensino
reflexivo, onde a condição ética é imprescindível nos espaços de aprendizagem, implica uma
2. prática “catalisadora” de melhores práticas, contemplando um ensino no sentido “de ensinar,
de educar, de formar, de construir, enfim, de viver”. (UTSUM, 2006, p.73).
O compromisso ético-social tem de ser discutido e classificado, não só como processo, e
sim, como ação reflexivo-transformadora, pois, não é qualquer pensamento sobre a prática ou
ação, pode-se dizer que é reflexiva. Deve-se assumir e levar em conta que, este pensamento
reflexivo “tem subjacente uma avaliação continua de crenças, de princípios e de hipóteses”
(OLIVEIRA, 2009, p.03). Nessa perspectiva, a prática pedagógica aponta para mudanças,
transformando o professor num profissional reflexivo dentro da complexidade do trabalho
docente, frente às incertezas pedagógicas cotidianas. Assim, em um primeiro momento
discorreremos sobre os desafios do docente como profissional reflexivo, pressupondo a
respeito da nova realidade de onde está, requer o comprometimento e a redefinição nas ações
reflexivas, de forma persistente e cuidadosa, tendo a docente consciência de seu papel,
acrescentando a isso, o princípio da dialogia reflexivo-transformadora. A seguir, destacaremos
a questão do perfil conceitual inerente à profissão docente do profissional reflexivo,
apontando para a necessidade de um docente estudioso, que objetiva reestruturar estratégias de
ação-reflexão-ação, possibilitando uma análise, de forma crítica, numa dialogia entre a
realidade da política profissional e o contexto social.
1 Os desafios do professor como profissional reflexivo
A ação reflexiva no processo de ensino e aprendizagem nos remete identificar a
importância e os novos desafios que predominam na prática onde o profissional consiga dar
respostas às situações que emergem no dia-a-dia, criando um repertório de soluções às
situações complexas no cotidiano escolar.
A terminologia “desafio”, dentro do contexto educacional, remete-nos a busca e a
superação de limites previamente impostos e que precisam ser superados onde exige um
grande esforço de ações que atendam as exigências de um mundo contemporâneo, objetivando
potencializar os saberes docentes e discentes.
De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da educação Nacional (LDB, nos termos do
inciso II, artigo 67) cita o direito de aperfeiçoamento profissional continuado.
O que se tem observado é que esta preocupação, muitas vezes, só é sentida pelo
docente na forma de cumprir com “status de obrigação” (KRAHE, WIELEWICKI, 2008, p.5)
em decorrência das exigências institucionais transformando assim o professor um “refém”
(Ibidem, p.5), de uma necessidade formativa. Acrescenta a isso que a forma como esta
3. formação vem sendo conduzida coloca o professor num papel secundário seja “... pela rigidez
dos currículos ou pela lógica avaliativa que confina o professor a uma condição passiva”
(KRAHE, WIELEWICKI, 2008, p.5), no que diz respeito às definições curriculares.
E citando Zeichner onde este afirma que para haverem “mudanças” na prática, o
docente terá que aceitar e entender “como sendo suas próprias” (Ibidem). Na busca de
construir-se, como docente reflexivo, não existe uma receita para se definir o “bom
professor”, é preciso ter consciência e saber enfrentar o desafio docente, onde Zeichner afirma
que para haverem “mudanças na prática, o professor terá de aceitar e entender como sendo
suas próprias” (KRAHE, WIELEWICKI, 2008, p.5), na intenção de compreender o processo
de autoconstrução do saber como instrumento de desenvolvimento do pensamento e da ação.
Acrescenta que, para o professor empreender mudanças como sendo suas Zeichmer aponta
quatro problemas os quais podem explicar a dificuldade que a prática reflexiva enfrenta para a
promoção dos avanços no desenvolvimento profissional do docente “reflexão com a
conotação de auxiliar o professor a replicar em sua prática aquilo que a pesquisa acadêmica
contempla como válido e adequado [...] a limitação do processo reflexivo para levar em conta
as habilidades, competências e vivências do professor [...] a falta de consideração dos aspectos
ou condições sociais da escolarização [...] a insuficiente ênfase no discurso da prática
reflexiva que tipifique a reflexão como prática social" (KRAHE, WIELEWICKI, 2008, p.5).
Nesta perspectiva, apesar de termos clareza das incertezas e das profundas
transformações, a “fonte” da aprendizagem do docente está na sua incessante e incansável
atualização, este exercício possibilita ao mesmo, tornar-se qualificado transformando sua
prática em constante construção do conhecimento como bem disse Benincá “a prática
pedagógica é o objeto de investigação e uma fonte de conhecimento” (BENINCÁ, 2004.
P.104). Sendo assim é fundamental “não perder de vista os espaços institucionalizados de
atuação e enxergar seu potencial!” (KRAHE, WIELEWICKI, 2008, p.9).
As “luzes’ que podem aclarar caminhos seguros para enfrentar os problemas que se
apresentam frente ao grande desafio de uma educação de qualidade serão na formação
continuada do profissional de educação, na ação reflexiva, no comprometimento individual,
na participação ativa no ato e no processo da construção dialógica do conhecimento, na
valorização do profissional cidadão, na não banalização do ensino por parte dos órgãos
governamentais.
Tenho a concepção real de que o ser humano é finito e, inacabado em relação à prática
pedagógica. Assim sendo, precisa-se ter consciência que ao término da formação profissional,
o docente não é possuidor da verdade e do conhecimento pleno, portanto, precisa
4. constantemente e continuamente buscar aprimoramento no ato de desenvolver suas
habilidades pedagógicas “a pedagogia tradicional compreende o ser humano como
profissionalmente pronto a partir da diplomação” (BENINCÁ, 2004, p.99). Acrescente que “o
saber é um processo permanente de construção [...] sua compreensão precisa de
aprendizagem” (Ibidem, p.100).
Esta busca vem ao encontro de um ideal de educação, ideal este, que nos remete a
pensarmos os modelos de formação docente, como processo de aprendizagem o qual
envolvem atos de desacomodação, de se abrir para o novo, de encarar os desafios no
enfrentamento do desconhecido, superando os medos, adotando um novo agir pedagógico,
Benincá considera que na “pedagogia da práxis... requer a transformação dos sujeitos nela
envolvidos, por isso, gera medo” (BENINCÁ, 2004, p.101).
A insatisfação com a profissão docente, em todos os níveis é grande como é colocado
por Selma Pimenta em seu texto-Professor Reflexivo: construindo uma crítica, quando diz que
“além dos salários considerados baixos, os docentes sentem “falta de didática” para ensinar
melhor e a perda crescente de seu status profissional na sociedade” (PIMENTA, 2005, p.40 -
41). A desmotivação não pode assim fazer parte da rotina do docente, e, é preciso ter bem
claro o seu papel enquanto educador, independendo de qualquer obstáculo.
Apontando a problematicidade desta situação, cabe neste momento a consciência de
que a ação reflexiva é uma necessidade constante para “... as transformações sociais” as quais
“... irão gerar transformações no ensino” (ROBERTO, 2009, p.01).
Na busca de amenizar e/ou evitar o “caos”, é importante ressaltar que “a aprendizagem
torna-se um elemento essencial durante toda a vida do indivíduo” (DELORS, 2005, p.25).
Dessa forma as práticas de formação continuada devem ser o pólo referencial das escolas.
Na concepção de Nóvoa, são indispensáveis duas competências para a prática do
professor “a competência de organização, isto é, o professor não é [...] um mero transmissor
de conhecimento [...] é um organizador de aprendizagens [...] por via das novas realidades
virtuais”, em segundo “a competência da compreensão do conhecimento”, em que Nóvoa cita
Bernard Shaw referindo-se a ação docente, “quem sabe faz quem não sabe ensina” (NÓVOA,
2001, p.02). Nóvoa assim argumenta que para compreender o conhecimento “não basta deter
o conhecimento para o saber transmitir a alguém, é preciso compreender o conhecimento, ser
capaz de reorganizar, ser capaz de reelaborá-lo e de transformá-lo...” (NÓVOA, 2001, p.2).
Nesta perspectiva a concepção da qualificação docente “precisa ser cada vez mais
abrangente: o docente não precisa apenas de ‘didática’ e ‘metodologia’, ele precisa de uma
formação que o construa como intelectual público [...] por meio de processos constantes de
5. aprendizagem em formação continuada” (PIMENTA, 2005. p. 40). A efetivação deste
processo de formação implica, não somente num ato mecânico de adquirir conhecimento e ou
saberes; o grande desafio está em compreender este conhecimento como produto histórico e
humano, onde construímos formas plurais de dialogar com o mundo.
Esta dialogia reporta para a importância da reflexão coletiva remetendo-a a
reconstrução da prática individual docente. “Na dialética do local/global [...]
docente/intelectual/público” (PIMENTA, 2005, p.40).
Na acepção de Nóvoa “o aprender contínuo é essencial e se concentra em dois pilares:
na própria pessoa, como agente, e a escola como lugar de crescimento profissional permanente
[...] a formação continuada se dá de maneira coletiva e depende da experiência e da reflexão
como instrumentos contínuos...” (ROBERTO, 2009, p. 02).
Isto requer então um repensar crítico perante a dimensão da condição reflexiva
dialógica que viabilize a formação efetiva dos envolvidos no processo. Na teoria do
desenvolvimento intelectual Vygotsky “sustenta que todo conhecimento é construído
socialmente, no âmbito das relações”. Nóvoa afirma que “a troca de experiências e a partilha
de saberes consolidam espaços de formação mútua...” (ROBERTO, 2009, p. 02).
Pode-se dizer então que o grande desafio do profissional em educação é a reflexão
contínua e dialógica das suas práticas pedagógicas, é estar disposto ao enfrentamento dos
conflitos ideológicos internos e externos presente nas práticas dos processos educativos.
2 Professor reflexivo: o perfil conceitual inerente à profissão docente
Sabemos que o ato de “pensar” é uma capacidade inata a qual nos difere dos ditos,
seres irracionais, já que o ato da reflexão necessita de aprendizagem a qual nos impulsiona na
melhoria das práticas profissionais docentes e nas demais esferas de convívio social.
Dentro desta mesma perspectiva “o pensar reflexivo abrange um estado de dúvida,
hesitação, perplexidade, dificuldade mental e um ato de pesquisa procura e inquietação”
(UTSUMI, 2009, p.02), esta necessidade de buscar soluções para as dúvidas que se colocam
de forma desafiadora, vem assim, como fator básico e orientador de todo o mecanismo da
reflexão.
Esta busca constante é que projeta o profissional para que este se envolva em
atividades de pesquisa, investigando o ato docente, problematizando a realidade, levantando
possibilidades na busca de respostas, através do ato reflexivo.
6. Nesta lógica não se pode conceber que haja uma separação entre o profissional que
pensa e planeja e o outro que realiza o trabalho pedagógico. Nessa perspectiva “o professor
reflexivo como um ser humano criativo, capaz de pensar, analisar, questionar a sua prática a
fim de agir sobre ela e não como um mero reprodutor de ideias e práticas [...] espera-se que o
professor reflexivo seja capaz de atuar de uma forma mais autônoma, inteligente, flexível,
buscando construir e reconstruir conhecimentos” (site-espacoeducacao, 2009, p. 04). Diante
disso, a prática docente reflexiva requer um profissional capaz de ser autor na construção e
execução das suas ações pedagógicas.
E, prossegue citando Shon onde este “valoriza a prática profissional como momento de
construção de conhecimento e esta se realiza por meio da reflexão, análise e problematização”
(Ibidem, p.04). Nóvoa julga que “através da troca de experiências, através da partilha – seja
possível dar origem a uma atitude reflexiva [...] A experiência é muito importante, mas a
experiência de cada um só se transforma em conhecimento através da análise sistemática das
práticas” (NÓVOA, 2009, p.03).
Como bem disse Schon “a atuação do educador implica o conhecimento prático (saber-
fazer), a reflexão-na-ação [...] e uma reflexão-sobre-a-ação e sobre a reflexão-na-ação” (site-
espacoeducacao, 2009, p.04).
Na concepção inerente ao professor pesquisador e reflexivo Nóvoa coloca que ambos
fazem parte de uma mesma realidade e um mesmo objetivo em que “eles fazem parte de um
mesmo movimento de preocupação com um professor que é um professor indagador, que é
um professor que assume a sua própria realidade escolar como um objeto de pesquisa, como
um objeto de reflexão, como objeto de análise (NÓVOA, 2009, p.03).
Ao longo do tempo percebe-se uma cobrança cada vez maior do próprio docente com
seu compromisso social e profissional; em contra partida a isso, a sociedade espera e exige
deste, além do exercício da sua prática, que gerencie o seu percurso profissional.
Ainda tem-se a concepção de que o docente exerce uma “missão”, onde de acordo com
Nóvoa “... pede-se demais dos profissionais, pede-se demais das escolas [...] as escolas valem
o que vale a sociedade. Não podemos imaginar escolas extraordinárias, espantosas, onde tudo
funciona bem numa sociedade onde nada funciona” (NÓVOA, 2009, p.04). O grande
paradoxo desta questão é que, é inaceitável e insustentável que a sociedade projete na escola
/docente, responsabilidades as quais não conseguem dar cabo. As tendências de sobrecarregar
os professores com “um excesso de missões” (NÓVOA, 2009, p.04) onde a família sequer
consegue cumprir com seu papel primeiro na educação dos seus filhos.
7. Creio não ser uma tentativa de justificar a ação da escola e do docente não reflexivo,
perante os papéis sociais e profissionais exercido por ambos: a questão é que em meio às
condições colocadas no capítulo I, que trata do desafio do docente reflexivo, é importante
questionar se vivemos numa sociedade reflexiva, onde esta se coloca por vezes, na posição de
algoz da instituição e do docente, acerca da realidade escolar complexa, como reflexo de uma
sociedade paradoxal.
Julgo poder dizer que a escola/educando tem de cumprir com sua função social,
dialogando com a sociedade, consolidando suas práticas reflexivas de forma a comprometer
todos os envolvidos, pais, alunos, colegas, sociedade, numa questão central que é o
envolvimento, a cumplicidade, nos fundamentos de uma reflexão coletiva, indo em direção à
emancipação do cidadão no processo humano da constituição do saber. Ghedin coloca “a
capacidade de questionamento e de auto questionamento é pressuposto para a reflexão [...]
onde o individualismo” (GHEDIN, 2009, p. 03) vem em contraposição aos idéias de
transformação e mudança social na ação reflexiva.
Refletir criticamente significa então colocar-se no contexto das ações como atores nas
práticas institucionalizadas da educação. Em face de tais observações, o universo escolar tem
de se organizar de modo a criar condições para a prática reflexiva individual e coletiva, a fim
de melhorar as práticas cotidianas do ensino, com competência e consciência profissional em
uma sociedade complexa. Nesse sentido Ghedin diz que “os professores não estão à margem
da discussão pública sobre a finalidade do ensino e sua organização [...] se encontram no meio
das contradições presentes na sociedade” (GHEDIN, 2009, p. 03).
Se a sociedade vai se modificando, os aspectos voltados à cultura e educação devem
pela lógica, acompanhar estas transformações para atender ao propósito social. A instituição
educacional, neste sentido deveria investir na qualificação dos seus profissionais. A formação
e a qualificação docente oferecidas, muitas vezes, vêm de encontro às exigências sócias
educacionais, dentro de um contexto contemporâneo.
A efetivação de uma resposta que não vem deixa a questão com um grande desafio ao
docente que necessita de uma formação qualificada como possibilidade transformadora onde
lhe resta educar seu alunado como cidadãos críticos ativos e comprometidos na construção de
uma vida individual e pública digna de ser vivida (CONTRERAS, Apud, GHEDIN, 2009,
p.04). A ação crítica e reflexiva concebe colocar-se como agente de todo o processo de
construção humana.
Considerações finais
8. Este artigo teve a pretensão de suscitar não somente o debate, mas, principalmente, a
consolidação de práticas que efetivem a construção e a realização de ações transformadoras
advindas ao encontro da consciência dos valores e significados ideológicos na atuação docente
através das práticas reflexivas na construção do saber docente. O que sugere um professor
crítico da ação e formação profissional. Esta ação emancipadora das formas e do pensamento
prático educativo tem sua vertente nos processos de formação e nos processos contínuos de
descoberta e redescoberta destas ações transformadoras, numa postura crítica diante do seu
fazer docente tendo como eixo central a “reflexão na ação e a ação reflexiva”.
Neste processo, o professor tem papel decisivo, enquanto profissional deve possibilitar
e conduzir à reflexão exercendo seu papel de líder na preparação dos educandos, objetivando a
formação de cidadãos ativos e críticos em que “o professor tem um papel decisivo: tem o
poder de se comunicar [...] um porta voz de princípios, conceitos e hábitos [...] deixa o papel
de mero informante e passa a interagir com o aluno, construindo junto o conhecimento e o
saber” (BENINCÁ, 2004, p.154-155). Acrescentando a isso, faz-se necessário o rompimento
das “amarras” da “zona de conforto”, onde os modelos metodológicos ultrapassados vêm, por
comprometer um ensino de qualidade, onde o grande fantasma dos docentes são as pressões e
os rótulos pré-estabelecidos que acabem por engessá-los,fazendo com que permaneçam
executando uma prática pedagógica distante da dialogia, ação-reflexão-ação, através do
conhecimento cientifico e da prática cotidiana,referindo-se a isso Benincá aponta que ”é
preciso rever posições, revisar roteiros, romper os quadros esquemáticos que relegam nossa
prática a um status submisso aos chavões advindos do senso-
comum”(BENINCÁ,2004,p.157).
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