SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 12
Baixar para ler offline
Formação de
educadores
o papel do formador para
uma prática significativa
Tiago Monteiro de Messias
Autor: Tiago Monteiro de Messias
Título e subtítulo: Formação de educadores: o papel do formador para uma prática significativa
Edição: 1ª
Local: Santo André
Nome do Editor: Elos Educacional
Ano da publicação: 2018
ISBN: 978-85-54968-01-4
Pensar sobre o papel do formador de educadores e os
desafios que estão ligados a essa ação não é uma tarefa tão
simples. Não é mesmo? Primeiro, porque ao discorrer acerca
de formação é preciso, antes de tudo, refletir sobre quais são
as concepções que sustentam as compreensões sobre essa
ação. Segundo, ao se ter claro o que é formação, cabe
significar qual é o papel do profissional que atua na formação
de educadores.
A fim de avançar um pouco nesse assunto, vamos iniciar
nosso diálogo a partir do primeiro elemento trazido. Buscamos
esse caminho, pois, para nós, é importante conceituar
formação para que, a partir disso, pautemos uma discussão
sobre o sujeito formador.
Fazemos essa primeira pergunta a respeito dessa diferença,
tendo em vista diversas percepções sobre o assunto. Podemos,
por um lado, afirmar que formação são momentos os quais
estudamos para ter maiores conhecimentos que podem ser
utilizados (ou não) em situações existentes, bem como a
circunstâncias que ainda virão e estão atreladas, por vezes, a uma
certificação. Nessa perspectiva, temos por exemplos momentos
institucionais como a própria formação inicial, palestras, cursos,
simpósios, pós-graduações e demais espaços controlados. Assim,
o caráter de imersão, treinamento, atualização e/ou reciclagem
estão relacionados à formação.
Assim, iniciamos com a
seguinte reflexão: formação
como processo ou ação(s)
pontual(s)?
Por outro lado, há estudos que conceituam a formação como
um processo constituído por ações, espaços e momentos plurais
que fomentam a reflexão sobre a prática. Autores como Tardif,
Garcia, Canário, Placco, Imbernón e tantos outros assumem uma
discussão relevante a ampliar o que, essencialmente, é formação.
Aqui, o caráter de necessidades pontuais e reais atreladas ao
contexto é altamente relevante, sendo elas pontos de partida para
debates e (re)significação de práticas, bem como a existência de
um espaço plural em detrimento de um momento hermético, a
favor da ampliação de debates, trazendo o sujeito para o centro de
sua formação são características que se alinham a essas
concepções.
Pensando nisso, nós compreendemos formação como um processo intencional e interacional
constituído de diversos momentos mais ou menos organizados previamente que promovam uma
reflexão a favor do desenvolvimento profissional.
Por se ter claro que o conceito de formação abrange todo esse processo, é importante, logo,
refletir sobre o papel do formador de educadores, tendo em vista que concepção e prática
caminham juntas.
É inevitável, ao pensarmos o processo formativo, nos questionarmos: afinal, qual é o papel do
formador externo ao contexto dos profissionais que estão no processo formativo? Bem, essa
pergunta insurge muitas dúvidas, afinal, se preconizamos um processo que se alicerce em
contextos e necessidades reais, como esse sujeito não inserido em todos os contextos pode
contribuir para o desenvolvimento profissional do outro?
Abaixo, no sentido de ampliar algumas ideias, trazemos elementos que podem gerar uma autorreflexão. Cabe dizer,
ainda, que não se trata das únicas possibilidades. Elas podem ser significadas à medida que cada leitor se depare com um
novo desafio:
é importante entendermos o papel do formador em cada
momento! Por vezes, incorre-se em assumir uma postura
de professor que, de certa maneira, deixa a demonstrar a
não valorização dos saberes do próprio grupo. Para isso,
pensar previamente o objetivo de cada momento da
formação é essencial! A partir desse mapeamento,
valorize a discussão propositiva e responsável do grupo,
sendo você um agente para instigar, questionar e
mobilizar o grupo a problematizar e não assumir um
papel de queixa.
Mediar versus professorar:
Demonstrar humildade
e corresponsabilidade :
a imagem do formador se constitui a partir de como ele
comunica ao público. Assim, cuide de como você se
comunica, demonstrando interesse e respeito a cada
participante, cuidando da linguagem verbal e comportamental
(incluindo vestimenta, olhares e silenciamentos). Além disso,
corresponsabilize o grupo, não só na fala, mas na prática,
trazendo-os para o centro do processo. Isso significa não
aceitar qualquer queixa, mobilizar o grupo a sair de sua zona
de conforto, criar um ambiente seguro para descordar e
demonstrar sua fragilidade, também.
se consideramos que a formação se assenta em um contexto próprio
com sujeitos únicos, é essencial saber mais sobre o público. Busque
investigar quem é esse grupo, qual(s) o perfil e cultura da turma,
aproprie-se de informações prévias. Por exemplo: para discutir com
gestores escolares de determinada Rede de ensino, é essencial conhecer
a estrutura da rede (quem constitui a equipe gestora), qual é o IDEB da
rede/escola, se há horário coletivo na rede, entre outras informações
alinhadas ao foco da formação. Esses são itens que podem fazer parte
de seu estudo prévio. Muitas vezes, não potencializamos a formação por
estarmos (totalmente) alheios ao contexto do grupo, mostrando, assim,
certa fragilidade, despreparo e, até mesmo, desinteresse em relação ao
grupo.
Conhecer o público:
alie esses dois eixos! Os saberes técnico e acadêmico são a base para
propor uma discussão. Então, assuma papel ativo de estudante antes da
formação, buscando aprofundar teorias e instrumentos para ilustrar suas
indicações e lhe repertoriar. No entanto, não é só o saber acadêmico que
garante uma boa formação! Ter experiência e conhecimento da prática é
muito importante! Sobre isso, acreditamos que para ser um bom formador
não precisa, condicionalmente, ter assumido todas as posições na escola
e secretaria de Educação. De fato, é um desafio, porém ele é dirimido
quando exercitamos o pensamento crítico e hipotético. Dessa maneira, é
exigido de nós, formadores, maior compreensão do público para uma
argumentação que preconize a prática fundamentada.
Ter conhecimento teórico
e conhecimento tácito:
Percebemos no decorrer deste e-book que a atuação do
formador de educadores envolve muitas nuances que
desafiam esse profissional a se revisitar para alinhar suas
concepções sobre formação e sua prática. Esse movimento é
complexo e, por vezes, doloroso, haja vista que necessita se
perceber sempre incompleto e em busca de aprender
sempre mais, tanto em relação a saberes acadêmicos, mas,
também, em relação a aspectos socioemocionais.
Como dito no início deste texto, pensar formação e o papel
do formador são desafios reais! Então, convidamos você,
leitor, a refletir sobre sua atuação e busque, também, a partir
do que for trazido por meio de sua memória, questionar sua
prática para avançar em seu desenvolvimento profissional.
Doutorando em Língua Portuguesa pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, Mestre em Educação:
Formação de Formadores pela mesma instituição e graduado em Letras, pela Universidade Federal do Ceará.
Tiago Monteiro de Messias

Mais conteúdo relacionado

Semelhante a DOC_01_Formacao_de_educadores_Tiago_Monteiro.pdf

Práticas e saberes docentes
Práticas e saberes docentesPráticas e saberes docentes
Práticas e saberes docenteseducagil
 
Ser ou Estar Professor_novo.docx
Ser ou Estar Professor_novo.docxSer ou Estar Professor_novo.docx
Ser ou Estar Professor_novo.docxalcilenevirginia
 
ORGANIZAÇÃO ESCOLAR: UMA PONTE PARA A SOCIALIZAÇÃO DOCENTE DOS PROFESSORES IN...
ORGANIZAÇÃO ESCOLAR: UMA PONTE PARA A SOCIALIZAÇÃO DOCENTE DOS PROFESSORES IN...ORGANIZAÇÃO ESCOLAR: UMA PONTE PARA A SOCIALIZAÇÃO DOCENTE DOS PROFESSORES IN...
ORGANIZAÇÃO ESCOLAR: UMA PONTE PARA A SOCIALIZAÇÃO DOCENTE DOS PROFESSORES IN...ProfessorPrincipiante
 
Para uma formação de professores construída
Para uma formação de professores construídaPara uma formação de professores construída
Para uma formação de professores construídacefaprodematupa
 
A atuação do coordenador pedagógico
A atuação do coordenador pedagógicoA atuação do coordenador pedagógico
A atuação do coordenador pedagógicoIvaneide B S
 
Como enfatizar o processo de aprendizagem.pdf
Como enfatizar o processo de aprendizagem.pdfComo enfatizar o processo de aprendizagem.pdf
Como enfatizar o processo de aprendizagem.pdfAlessandraRodrigues800177
 
O PROGRAMA DE ACOMPANHAMENTO AO INÍCIO DA DOCÊNCIA: CONTRIBUIÇÕES PARA A PRÁT...
O PROGRAMA DE ACOMPANHAMENTO AO INÍCIO DA DOCÊNCIA: CONTRIBUIÇÕES PARA A PRÁT...O PROGRAMA DE ACOMPANHAMENTO AO INÍCIO DA DOCÊNCIA: CONTRIBUIÇÕES PARA A PRÁT...
O PROGRAMA DE ACOMPANHAMENTO AO INÍCIO DA DOCÊNCIA: CONTRIBUIÇÕES PARA A PRÁT...ProfessorPrincipiante
 
A MOBILIZAÇÃO DE SABERES DOCENTES DE PROFESSORES DE EDUCAÇÃO FÍSICA NO INÍCIO...
A MOBILIZAÇÃO DE SABERES DOCENTES DE PROFESSORES DE EDUCAÇÃO FÍSICA NO INÍCIO...A MOBILIZAÇÃO DE SABERES DOCENTES DE PROFESSORES DE EDUCAÇÃO FÍSICA NO INÍCIO...
A MOBILIZAÇÃO DE SABERES DOCENTES DE PROFESSORES DE EDUCAÇÃO FÍSICA NO INÍCIO...ProfessorPrincipiante
 
Formação de Professores construída dentro da profissão . 5 pontos importantes...
Formação de Professores construída dentro da profissão . 5 pontos importantes...Formação de Professores construída dentro da profissão . 5 pontos importantes...
Formação de Professores construída dentro da profissão . 5 pontos importantes...Seduc MT
 
A relevância do estágio em empresas na área de Treinamento para o aluno do cu...
A relevância do estágio em empresas na área de Treinamento para o aluno do cu...A relevância do estágio em empresas na área de Treinamento para o aluno do cu...
A relevância do estágio em empresas na área de Treinamento para o aluno do cu...Sara Guilherme
 
Coll, césar e outros. o construtivismo na sala de aula.
Coll, césar e outros. o construtivismo na sala de aula.Coll, césar e outros. o construtivismo na sala de aula.
Coll, césar e outros. o construtivismo na sala de aula.Manoela_93
 
Educação no ambiente da Tecnologia de informação.pptx
Educação no ambiente da Tecnologia de informação.pptxEducação no ambiente da Tecnologia de informação.pptx
Educação no ambiente da Tecnologia de informação.pptxmaurasilva1705
 
A formação do professor de educação física reflexivo
A formação do professor de educação física reflexivo A formação do professor de educação física reflexivo
A formação do professor de educação física reflexivo Alan Ciriaco
 
Pedagogia atv 11
Pedagogia   atv 11Pedagogia   atv 11
Pedagogia atv 11aline totti
 
PROFESSOR INICIANTE: O SER E ESTAR NA PROFISSÃO DOCENTE
PROFESSOR INICIANTE: O SER E ESTAR NA PROFISSÃO DOCENTEPROFESSOR INICIANTE: O SER E ESTAR NA PROFISSÃO DOCENTE
PROFESSOR INICIANTE: O SER E ESTAR NA PROFISSÃO DOCENTEProfessorPrincipiante
 
Same avaliação, monitorização e melhoria das escolas
Same avaliação, monitorização e melhoria das escolasSame avaliação, monitorização e melhoria das escolas
Same avaliação, monitorização e melhoria das escolasJosé Matias Alves
 
Texto 1 formação de professores e prática reflexiva
Texto 1   formação de professores e prática reflexivaTexto 1   formação de professores e prática reflexiva
Texto 1 formação de professores e prática reflexivaTelma Teles Silveira
 
PROFESSORES INICIANTES: APRENDIZAGEM DA DOCÊNCIA E PERMANÊNCIA NA CARREIRA
PROFESSORES INICIANTES: APRENDIZAGEM DA DOCÊNCIA E PERMANÊNCIA NA CARREIRAPROFESSORES INICIANTES: APRENDIZAGEM DA DOCÊNCIA E PERMANÊNCIA NA CARREIRA
PROFESSORES INICIANTES: APRENDIZAGEM DA DOCÊNCIA E PERMANÊNCIA NA CARREIRAProfessorPrincipiante
 

Semelhante a DOC_01_Formacao_de_educadores_Tiago_Monteiro.pdf (20)

Práticas e saberes docentes
Práticas e saberes docentesPráticas e saberes docentes
Práticas e saberes docentes
 
Ser ou Estar Professor_novo.docx
Ser ou Estar Professor_novo.docxSer ou Estar Professor_novo.docx
Ser ou Estar Professor_novo.docx
 
ORGANIZAÇÃO ESCOLAR: UMA PONTE PARA A SOCIALIZAÇÃO DOCENTE DOS PROFESSORES IN...
ORGANIZAÇÃO ESCOLAR: UMA PONTE PARA A SOCIALIZAÇÃO DOCENTE DOS PROFESSORES IN...ORGANIZAÇÃO ESCOLAR: UMA PONTE PARA A SOCIALIZAÇÃO DOCENTE DOS PROFESSORES IN...
ORGANIZAÇÃO ESCOLAR: UMA PONTE PARA A SOCIALIZAÇÃO DOCENTE DOS PROFESSORES IN...
 
Para uma formação de professores construída
Para uma formação de professores construídaPara uma formação de professores construída
Para uma formação de professores construída
 
A atuação do coordenador pedagógico
A atuação do coordenador pedagógicoA atuação do coordenador pedagógico
A atuação do coordenador pedagógico
 
Como enfatizar o processo de aprendizagem.pdf
Como enfatizar o processo de aprendizagem.pdfComo enfatizar o processo de aprendizagem.pdf
Como enfatizar o processo de aprendizagem.pdf
 
O PROGRAMA DE ACOMPANHAMENTO AO INÍCIO DA DOCÊNCIA: CONTRIBUIÇÕES PARA A PRÁT...
O PROGRAMA DE ACOMPANHAMENTO AO INÍCIO DA DOCÊNCIA: CONTRIBUIÇÕES PARA A PRÁT...O PROGRAMA DE ACOMPANHAMENTO AO INÍCIO DA DOCÊNCIA: CONTRIBUIÇÕES PARA A PRÁT...
O PROGRAMA DE ACOMPANHAMENTO AO INÍCIO DA DOCÊNCIA: CONTRIBUIÇÕES PARA A PRÁT...
 
A MOBILIZAÇÃO DE SABERES DOCENTES DE PROFESSORES DE EDUCAÇÃO FÍSICA NO INÍCIO...
A MOBILIZAÇÃO DE SABERES DOCENTES DE PROFESSORES DE EDUCAÇÃO FÍSICA NO INÍCIO...A MOBILIZAÇÃO DE SABERES DOCENTES DE PROFESSORES DE EDUCAÇÃO FÍSICA NO INÍCIO...
A MOBILIZAÇÃO DE SABERES DOCENTES DE PROFESSORES DE EDUCAÇÃO FÍSICA NO INÍCIO...
 
Formação de Professores construída dentro da profissão . 5 pontos importantes...
Formação de Professores construída dentro da profissão . 5 pontos importantes...Formação de Professores construída dentro da profissão . 5 pontos importantes...
Formação de Professores construída dentro da profissão . 5 pontos importantes...
 
A relevância do estágio em empresas na área de Treinamento para o aluno do cu...
A relevância do estágio em empresas na área de Treinamento para o aluno do cu...A relevância do estágio em empresas na área de Treinamento para o aluno do cu...
A relevância do estágio em empresas na área de Treinamento para o aluno do cu...
 
Coll, césar e outros. o construtivismo na sala de aula.
Coll, césar e outros. o construtivismo na sala de aula.Coll, césar e outros. o construtivismo na sala de aula.
Coll, césar e outros. o construtivismo na sala de aula.
 
Aula 1 tutoria
Aula 1 tutoriaAula 1 tutoria
Aula 1 tutoria
 
Educação no ambiente da Tecnologia de informação.pptx
Educação no ambiente da Tecnologia de informação.pptxEducação no ambiente da Tecnologia de informação.pptx
Educação no ambiente da Tecnologia de informação.pptx
 
A formação do professor de educação física reflexivo
A formação do professor de educação física reflexivo A formação do professor de educação física reflexivo
A formação do professor de educação física reflexivo
 
Pedagogia atv 11
Pedagogia   atv 11Pedagogia   atv 11
Pedagogia atv 11
 
PROFESSOR INICIANTE: O SER E ESTAR NA PROFISSÃO DOCENTE
PROFESSOR INICIANTE: O SER E ESTAR NA PROFISSÃO DOCENTEPROFESSOR INICIANTE: O SER E ESTAR NA PROFISSÃO DOCENTE
PROFESSOR INICIANTE: O SER E ESTAR NA PROFISSÃO DOCENTE
 
Tese
TeseTese
Tese
 
Same avaliação, monitorização e melhoria das escolas
Same avaliação, monitorização e melhoria das escolasSame avaliação, monitorização e melhoria das escolas
Same avaliação, monitorização e melhoria das escolas
 
Texto 1 formação de professores e prática reflexiva
Texto 1   formação de professores e prática reflexivaTexto 1   formação de professores e prática reflexiva
Texto 1 formação de professores e prática reflexiva
 
PROFESSORES INICIANTES: APRENDIZAGEM DA DOCÊNCIA E PERMANÊNCIA NA CARREIRA
PROFESSORES INICIANTES: APRENDIZAGEM DA DOCÊNCIA E PERMANÊNCIA NA CARREIRAPROFESSORES INICIANTES: APRENDIZAGEM DA DOCÊNCIA E PERMANÊNCIA NA CARREIRA
PROFESSORES INICIANTES: APRENDIZAGEM DA DOCÊNCIA E PERMANÊNCIA NA CARREIRA
 

Último

Aula de História Ensino Médio Mesopotâmia.pdf
Aula de História Ensino Médio Mesopotâmia.pdfAula de História Ensino Médio Mesopotâmia.pdf
Aula de História Ensino Médio Mesopotâmia.pdfFernandaMota99
 
PLANOS E EIXOS DO CORPO HUMANO.educacao física pptx
PLANOS E EIXOS DO CORPO HUMANO.educacao física pptxPLANOS E EIXOS DO CORPO HUMANO.educacao física pptx
PLANOS E EIXOS DO CORPO HUMANO.educacao física pptxSamiraMiresVieiradeM
 
A poesia - Definições e Característicass
A poesia - Definições e CaracterísticassA poesia - Definições e Característicass
A poesia - Definições e CaracterísticassAugusto Costa
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...azulassessoria9
 
Libras Jogo da memória em LIBRAS Memoria
Libras Jogo da memória em LIBRAS MemoriaLibras Jogo da memória em LIBRAS Memoria
Libras Jogo da memória em LIBRAS Memorialgrecchi
 
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?AnabelaGuerreiro7
 
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxPedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxleandropereira983288
 
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"Ilda Bicacro
 
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdfPRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdfprofesfrancleite
 
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - CartumGÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - CartumAugusto Costa
 
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.silves15
 
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptxSlides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
VARIEDADES LINGUÍSTICAS - 1. pptx
VARIEDADES        LINGUÍSTICAS - 1. pptxVARIEDADES        LINGUÍSTICAS - 1. pptx
VARIEDADES LINGUÍSTICAS - 1. pptxMarlene Cunhada
 
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptxSlides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
Atividades sobre Coordenadas Geográficas
Atividades sobre Coordenadas GeográficasAtividades sobre Coordenadas Geográficas
Atividades sobre Coordenadas Geográficasprofcamilamanz
 
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim RangelDicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim RangelGilber Rubim Rangel
 
2° ano_PLANO_DE_CURSO em PDF referente ao 2° ano do Ensino fundamental
2° ano_PLANO_DE_CURSO em PDF referente ao 2° ano do Ensino fundamental2° ano_PLANO_DE_CURSO em PDF referente ao 2° ano do Ensino fundamental
2° ano_PLANO_DE_CURSO em PDF referente ao 2° ano do Ensino fundamentalAntônia marta Silvestre da Silva
 
Construção (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! SertãConstrução (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! SertãIlda Bicacro
 
Noções de Farmacologia - Flávia Soares.pdf
Noções de Farmacologia - Flávia Soares.pdfNoções de Farmacologia - Flávia Soares.pdf
Noções de Farmacologia - Flávia Soares.pdflucassilva721057
 

Último (20)

Aula de História Ensino Médio Mesopotâmia.pdf
Aula de História Ensino Médio Mesopotâmia.pdfAula de História Ensino Médio Mesopotâmia.pdf
Aula de História Ensino Médio Mesopotâmia.pdf
 
CINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULA
CINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULACINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULA
CINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULA
 
PLANOS E EIXOS DO CORPO HUMANO.educacao física pptx
PLANOS E EIXOS DO CORPO HUMANO.educacao física pptxPLANOS E EIXOS DO CORPO HUMANO.educacao física pptx
PLANOS E EIXOS DO CORPO HUMANO.educacao física pptx
 
A poesia - Definições e Característicass
A poesia - Definições e CaracterísticassA poesia - Definições e Característicass
A poesia - Definições e Característicass
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
 
Libras Jogo da memória em LIBRAS Memoria
Libras Jogo da memória em LIBRAS MemoriaLibras Jogo da memória em LIBRAS Memoria
Libras Jogo da memória em LIBRAS Memoria
 
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?
 
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxPedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
 
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
 
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdfPRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
 
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - CartumGÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
 
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
 
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptxSlides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
 
VARIEDADES LINGUÍSTICAS - 1. pptx
VARIEDADES        LINGUÍSTICAS - 1. pptxVARIEDADES        LINGUÍSTICAS - 1. pptx
VARIEDADES LINGUÍSTICAS - 1. pptx
 
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptxSlides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
 
Atividades sobre Coordenadas Geográficas
Atividades sobre Coordenadas GeográficasAtividades sobre Coordenadas Geográficas
Atividades sobre Coordenadas Geográficas
 
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim RangelDicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
 
2° ano_PLANO_DE_CURSO em PDF referente ao 2° ano do Ensino fundamental
2° ano_PLANO_DE_CURSO em PDF referente ao 2° ano do Ensino fundamental2° ano_PLANO_DE_CURSO em PDF referente ao 2° ano do Ensino fundamental
2° ano_PLANO_DE_CURSO em PDF referente ao 2° ano do Ensino fundamental
 
Construção (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! SertãConstrução (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! Sertã
 
Noções de Farmacologia - Flávia Soares.pdf
Noções de Farmacologia - Flávia Soares.pdfNoções de Farmacologia - Flávia Soares.pdf
Noções de Farmacologia - Flávia Soares.pdf
 

DOC_01_Formacao_de_educadores_Tiago_Monteiro.pdf

  • 1. Formação de educadores o papel do formador para uma prática significativa Tiago Monteiro de Messias
  • 2. Autor: Tiago Monteiro de Messias Título e subtítulo: Formação de educadores: o papel do formador para uma prática significativa Edição: 1ª Local: Santo André Nome do Editor: Elos Educacional Ano da publicação: 2018 ISBN: 978-85-54968-01-4
  • 3. Pensar sobre o papel do formador de educadores e os desafios que estão ligados a essa ação não é uma tarefa tão simples. Não é mesmo? Primeiro, porque ao discorrer acerca de formação é preciso, antes de tudo, refletir sobre quais são as concepções que sustentam as compreensões sobre essa ação. Segundo, ao se ter claro o que é formação, cabe significar qual é o papel do profissional que atua na formação de educadores. A fim de avançar um pouco nesse assunto, vamos iniciar nosso diálogo a partir do primeiro elemento trazido. Buscamos esse caminho, pois, para nós, é importante conceituar formação para que, a partir disso, pautemos uma discussão sobre o sujeito formador.
  • 4. Fazemos essa primeira pergunta a respeito dessa diferença, tendo em vista diversas percepções sobre o assunto. Podemos, por um lado, afirmar que formação são momentos os quais estudamos para ter maiores conhecimentos que podem ser utilizados (ou não) em situações existentes, bem como a circunstâncias que ainda virão e estão atreladas, por vezes, a uma certificação. Nessa perspectiva, temos por exemplos momentos institucionais como a própria formação inicial, palestras, cursos, simpósios, pós-graduações e demais espaços controlados. Assim, o caráter de imersão, treinamento, atualização e/ou reciclagem estão relacionados à formação. Assim, iniciamos com a seguinte reflexão: formação como processo ou ação(s) pontual(s)?
  • 5. Por outro lado, há estudos que conceituam a formação como um processo constituído por ações, espaços e momentos plurais que fomentam a reflexão sobre a prática. Autores como Tardif, Garcia, Canário, Placco, Imbernón e tantos outros assumem uma discussão relevante a ampliar o que, essencialmente, é formação. Aqui, o caráter de necessidades pontuais e reais atreladas ao contexto é altamente relevante, sendo elas pontos de partida para debates e (re)significação de práticas, bem como a existência de um espaço plural em detrimento de um momento hermético, a favor da ampliação de debates, trazendo o sujeito para o centro de sua formação são características que se alinham a essas concepções.
  • 6. Pensando nisso, nós compreendemos formação como um processo intencional e interacional constituído de diversos momentos mais ou menos organizados previamente que promovam uma reflexão a favor do desenvolvimento profissional. Por se ter claro que o conceito de formação abrange todo esse processo, é importante, logo, refletir sobre o papel do formador de educadores, tendo em vista que concepção e prática caminham juntas. É inevitável, ao pensarmos o processo formativo, nos questionarmos: afinal, qual é o papel do formador externo ao contexto dos profissionais que estão no processo formativo? Bem, essa pergunta insurge muitas dúvidas, afinal, se preconizamos um processo que se alicerce em contextos e necessidades reais, como esse sujeito não inserido em todos os contextos pode contribuir para o desenvolvimento profissional do outro?
  • 7. Abaixo, no sentido de ampliar algumas ideias, trazemos elementos que podem gerar uma autorreflexão. Cabe dizer, ainda, que não se trata das únicas possibilidades. Elas podem ser significadas à medida que cada leitor se depare com um novo desafio: é importante entendermos o papel do formador em cada momento! Por vezes, incorre-se em assumir uma postura de professor que, de certa maneira, deixa a demonstrar a não valorização dos saberes do próprio grupo. Para isso, pensar previamente o objetivo de cada momento da formação é essencial! A partir desse mapeamento, valorize a discussão propositiva e responsável do grupo, sendo você um agente para instigar, questionar e mobilizar o grupo a problematizar e não assumir um papel de queixa. Mediar versus professorar:
  • 8. Demonstrar humildade e corresponsabilidade : a imagem do formador se constitui a partir de como ele comunica ao público. Assim, cuide de como você se comunica, demonstrando interesse e respeito a cada participante, cuidando da linguagem verbal e comportamental (incluindo vestimenta, olhares e silenciamentos). Além disso, corresponsabilize o grupo, não só na fala, mas na prática, trazendo-os para o centro do processo. Isso significa não aceitar qualquer queixa, mobilizar o grupo a sair de sua zona de conforto, criar um ambiente seguro para descordar e demonstrar sua fragilidade, também.
  • 9. se consideramos que a formação se assenta em um contexto próprio com sujeitos únicos, é essencial saber mais sobre o público. Busque investigar quem é esse grupo, qual(s) o perfil e cultura da turma, aproprie-se de informações prévias. Por exemplo: para discutir com gestores escolares de determinada Rede de ensino, é essencial conhecer a estrutura da rede (quem constitui a equipe gestora), qual é o IDEB da rede/escola, se há horário coletivo na rede, entre outras informações alinhadas ao foco da formação. Esses são itens que podem fazer parte de seu estudo prévio. Muitas vezes, não potencializamos a formação por estarmos (totalmente) alheios ao contexto do grupo, mostrando, assim, certa fragilidade, despreparo e, até mesmo, desinteresse em relação ao grupo. Conhecer o público:
  • 10. alie esses dois eixos! Os saberes técnico e acadêmico são a base para propor uma discussão. Então, assuma papel ativo de estudante antes da formação, buscando aprofundar teorias e instrumentos para ilustrar suas indicações e lhe repertoriar. No entanto, não é só o saber acadêmico que garante uma boa formação! Ter experiência e conhecimento da prática é muito importante! Sobre isso, acreditamos que para ser um bom formador não precisa, condicionalmente, ter assumido todas as posições na escola e secretaria de Educação. De fato, é um desafio, porém ele é dirimido quando exercitamos o pensamento crítico e hipotético. Dessa maneira, é exigido de nós, formadores, maior compreensão do público para uma argumentação que preconize a prática fundamentada. Ter conhecimento teórico e conhecimento tácito:
  • 11. Percebemos no decorrer deste e-book que a atuação do formador de educadores envolve muitas nuances que desafiam esse profissional a se revisitar para alinhar suas concepções sobre formação e sua prática. Esse movimento é complexo e, por vezes, doloroso, haja vista que necessita se perceber sempre incompleto e em busca de aprender sempre mais, tanto em relação a saberes acadêmicos, mas, também, em relação a aspectos socioemocionais. Como dito no início deste texto, pensar formação e o papel do formador são desafios reais! Então, convidamos você, leitor, a refletir sobre sua atuação e busque, também, a partir do que for trazido por meio de sua memória, questionar sua prática para avançar em seu desenvolvimento profissional.
  • 12. Doutorando em Língua Portuguesa pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, Mestre em Educação: Formação de Formadores pela mesma instituição e graduado em Letras, pela Universidade Federal do Ceará. Tiago Monteiro de Messias