A função predominante no fragmento da crônica Desabafo é a emotiva ou expressiva, pois a atitude do enunciador se sobrepõe ao que está sendo dito. No texto sobre o Aquífero Alter do Chão, a função referencial predomina, priorizando os aspectos objetivos e precisos da pesquisa científica realizada. Na canção de Geraldo Vandré, há a manifestação das funções poética e emotiva, com a elaboração artística da mensagem e a impressão dos sentimentos do emissor.
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
Funções da linguagem.
1. Funções da Linguagem.
01) (ENEM– 2012 – Questão127 )
Desabafo
Desculpem-me, mas não dá pra fazer uma cronicazinha divertida hoje. Simplesmente não dá.
Não tem como disfarçar: esta é uma típica manhã de segunda-feira. A começar pela luz acesa
da sala que esqueci ontem à noite. Seis recados para serem respondidos na secretária
eletrônica. Recados chatos. Contas para pagar que venceram ontem. Estou nervoso. Estou
zangado.
CARNEIRO,J.E. Veja,11 set.2002 (fragmento).
Nostextosem geral,é comuma manifestação simultânea deváriasfunçõesda linguagem,
com o predomínio,entretanto,deuma sobreasoutras.No fragmento da crônica Desabafo,a
função da linguagempredominanteéa emotiva ou expressiva,pois
a) o discurso do enunciadortemcomo foco o próprio código.
b) a atitudedo enunciadorsesobrepõeàquilo queestá sendo dito.
c) o interlocutoré o foco do enunciadorna construção da mensagem.
d) o referente é o elemento quese sobressaiem detrimento dosdemais.
e) o enunciadortemcomo objetivo principala manutenção da comunicação.
02) (ENEM– 2010 – Questão97)
A biosfera,que reúne todososambientes onde se desenvolvemosseresvivos,se divide em
unidadesmenoreschamadasecossistemas,que podemserumafloresta,umdesertoe até um
lago.Um ecossistematemmúltiplosmecanismosque regulamonúmerode organismos
dentrodele,controlandosuareprodução,crescimentoe migrações.
DUARTE, M.O guia doscuriosos.São Paulo:CompanhiadasLetras,1995.
Predominanotextoafunçãoda linguagem:
a) emotiva,porque oautorexpressaseusentimentoemrelaçãoàecologia.
b) fática,porque o textotestao funcionamentodocanal de comunicação.
c) poética,porque otextochamaa atençãopara os recursosde linguagem.
d) conativa,porque o textoprocuraorientarcomportamentosdoleitor.
e) referencial,porque otextotratade noçõese informaçõesconceituais.
04) (ENEM– 2014 – Questão108)
O exercícioda crônica
Escrever crônica é uma arte ingrata.Eu digo prosa fiada,comofaz um
cronista; não a prosade um ficcionista,naqual este é levado meioa tapas
pelas personagense situações que,azardele,criou porque quis. Comumprosador
do cotidiano,acoisa fia mais fino.Senta-se ele diantede uma máquina,olhaatravés
da janelae busca fundoem sua imaginação um assunto qualquer,de preferênciacolhido
no noticiáriomatutino,ou da véspera,em que, com suas artimanhaspeculiares,
possa injetarumsangue novo. Se nada houver,restar-lhe orecursode olharemtorno
e esperarque,atravésde um processoassociativo, surja-lhede repente a crônica,provinda
dos fatose feitosde sua vidaemocionalmentedespertadospelaconcentração. Ou então,
emúltimainstância,recorreraoassuntoda faltade assunto,jábastante gasto, mas
do qual, no ato de escrever, pode surgir o inesperado.
2. (MORAES, V. Para viverum grande amor: crônicase poemas.São Paulo: Cia das Letras,
1991).
Predominanesse textoa funçãoda linguagemque se constitui
(A) nas diferenças entre ocronistae o ficcionista.
(B) nos elementos que servemde inspiraçãoaocronista.
(C) nos assuntos que podemser tratados em uma crônica.
(D) no papel da vidado cronistano processode escritada crônica.
(E) nas dificuldadesde se escreverumacrônicapor meiode uma crônica.
05) (ENEM– 2014 – Questão118)
eu acho umfato interessante…né…foi como meupai e minhamãe vieramse conhecer…
né… que…minhamãe morava no Piauí com toda a família…né…meu…meu avô…
materno no caso… era maquinista…ele sofreuumacidente…infelizmente morreu…minha
mãe tinha cinco anos…né… e o irmão mais velhodela…meu padrinho…tinhadezessete e
ele foi obrigadoatrabalhar… foi trabalharno banco… e… ele foi…obanco…no caso…
estava…com um númerode funcionárioscheioe ele teveque irpara outro local e pediu
transferência prummais pertode Parnaíba que era a cidade onde eles moravam
e por engano o… o…escrivãoentendeu Paraíba…né… e meu…minha famíliaveioparar
em Mossoróque exatamente o local mais pertoonde tinha vaga pra funcionáriodoBanco
do Brasil e::ela foi parar na rua domeu pai… né…e começarama se
conhecer…namoraram onze anos…né…pararam algumtempo…brigaram… é lógico…porque
todorelacionamentotem umabriga…né…e euachei esse fatomuitointeressante porque foi
uma coincidênciaincrível…né…comovieram se conhecer…namorarame hoje…e até hoje
estão juntos…dezessete anosde casados.
(CUNHA, M .F.A. (org.) Corpusdiscurso & gramática: a língua faladae escritana cidade
de Natal.Natal:EdUFRN,1998.)
Na transcrição de fala,há um breve relatode experiênciapessoal, no qual se observa
a frequente repetiçãode “né”.Essarepetiçãoé um(a)
(A) índice de baixaescolaridade dofalante.
(B) estratégiatípicada manutençãoda interação oral.
(C) marca de conexãológicaentre conteúdosnafala.
(D) manifestaçãocaracterísticada falanordestina.
(E) recurso enfatizadorda informaçãomaisrelevante da narrativa.
06) (ENEM– 2009 – Questão116)
Canção do ventoe da minha vida
O ventovarriaas folhas,
O ventovarriaos frutos,
O ventovarriaas flores...
E a minhavidaficava
Cada vezmaischeia
De frutos,de flores,de folhas.
[...]
O ventovarriaos sonhos
E varria as amizades...
O ventovarriaas mulheres...
E a minhavidaficava
3. Cada vezmaischeia
De afetose de mulheres.
O ventovarriaos meses
E varria os teussorrisos...
O ventovarriatudo!
E a minhavidaficava
Cada vezmaischeia
De tudo.
BANDEIRA,M. Poesiacompletae prosa.Riode Janeiro:José Aguilar,1967
Predominanotextoafunçãoda linguagem
A) fática,porque o autor procura testaro canal de comunicação.
B) metalinguística,porque háexplicaçãodosignificadodasexpressões.
C) conativa,umavezque o leitoré provocadoa participarde uma ação.
D) referencial,jáque sãoapresentadasinformaçõessobre acontecimentose fatosreais.
E) poética,poischama-se aatençãopara a elaboraçãoespecial e artísticadaestruturado
texto.
09. (ENEM – 2013 – Questão 104)
Lusofonia
rapariga: s.f.,fem.de rapaz:mulhernova;moça;menina;(Brasil),meretriz.
Escrevoum poemasobre a rapariga que estásentada
no café,emfrente dachávenade café,enquanto
alisaos cabeloscoma mão. Mas nãopossoescrevereste
poemasobre essaraparigaporque,no brasil,apalavra
rapariga nãoquer dizeroque eladizem portugal.Então,
terei de escreveramulhernovadocafé,a jovemdocafé,
a meninadocafé,para que a reputaçãoda pobre rapariga
que alisaos cabeloscoma mão, numcafé de lisboa,não
fique estragadaparasempre quandoeste poemaatravessaro
atlânticopara desembarcarnoriode janeiro.Eistotudo
sempensaremáfrica, porque aí lá terei
de escreversobre a moça docafé,para
evitaro tomdemasiadocontinentaldarapariga,que é
uma palavraque já me está a pôr com dores
de cabeça até porque,nofundo,aúnica coisaque euqueria
era escreverumpoemasobre a raparigado
café.A solução,então,é mudarde café,e limitar-me a
escreverumpoemasobre aquele café onde nenhuma
rapariga se pode sentarà mesaporque só servemcafé aobalcão.
JÚDICE, N.Matéria do Poema.Lisboa:D.Quixote,2008.
O textotraz emrelevoasfunçõesmetalinguísticae poética.Seucarátermetalinguístico
justifica-sepela
A discussãodadificuldadede se fazerarte inovadoranomundocontemporâneo.
B defesadomovimentoartístcodapós-modernidade,típicodoséculoXX.
C abordagemde temasdo cotidiano,emque aarte se voltapara assuntosrotineiros.
D tematizaçãodofazer artístico,peladiscussãodoato de construçãoda própria obra.
E valorizaçãodo efeitode estranhamentocausadonopúblico,oque faza obra ser
reconhecida.
4. 10. (ENEM – 2011 – Questão 116 – caderno amarelo)
É água que nãoacaba mais
Dados preliminaresdivulgadosporpesquisadoresdaUniversidade Federal doPará
(UFPA) apontamo AquíferoAlterdochãocomo o maiordepósitode águapotável doplaneta.
Com volume estimadoem86 000 quilômetroscúbicosde águadoce,a reservasubterrânea
estálocalizadasobos estadosdoAmazonas,Paráe Amapá.“ Essa quantidade de águaseria
suficienteparaabastecera populaçãomundial durante 500 anos”.DizMiltonMatta, geólogo
da UFPA.Em termoscomparativos,Alterdochão temquase o dobrodo volume de águado
AquíferoGuarani ( com 45 000 quilômetroscúbicos.) Até então,Guarani eraa maiorreserva
subterrâneadomundo,distribuídaporBrasil,Argentinae Uruguai.
Época. Nº623, 26 abr. 2010.
Essa notícia,publicadaemuma revistade grande circulação,apresentaresultadosde
uma pesquisacientíficarealizadaporumauniversidadebrasileira.Nessasituaçãoespecificade
comunicação,a funçãoreferencial dalinguagempredomina,porqueoautordo textoprioriza
a) as suasopiniões,baseadasemfatos.
b) os aspectosobjetivose preciosos.
c) os elementosde persuasãodoleitor.
d) os elementosestéticosnaconstruçãodotexto.
e) os aspectossubjetivosdamencionadapesquisa.
11. (ENEM – 2011 – Questão 107 – caderno amarelo)
Não temtradução
[...]
Lá nomorro, se eufizeruma falseta
A Risoletadesiste logodofrancêse doinglês
A gíria que o nossomorro criou
Bemcedo a cidade aceitoue usou
[...]
Essa gente hoje emdiaque temmaniade exibição
Não entende que osambanãotem traduçãono idiomafrancês
Tudo aquiloque omalandropronuncia
Com vozmacia é brasileiro,jápassoude português
Amorlá no morro é amor pra chuchu
As rimasdo sambanão são I Love You
E esse negóciode alô,alôboye alô Johnny
Só pode serconversade telefone
Rosa,N. In: SOBRAL,JoãoJ. V.A tradução dosbambas.
RevistaLínguaPortuguesa.Ano4, Nº 54. São Paulo:Segmento,abr.2010 (fragmento)
a) incorporarnovoscostumesde origemfrancesae americana,juntamentecomvocábulos
estrangeiros.
b) respeitare preservaroportuguêspadrãocomo formade fortalecimentodoidiomado
Brasil.
5. c) valorizara falapopularbrasileiracomopatrimôniolinguísticoe formalegítimade identidade
nacional.
d) mudar os valoressociaisvigentesàépoca,como adventodonovoe quente ritmodamúsica
popularbrasileira.
e) ironizara malandragemcarioca,aculturadapelainvasãode valoresétnicosde sociedades
maisdesenvolvidas.
Resolução:Nessaquestão,hámetalinguagemquandooeulírico(a vozdo poema) fazusodo
códigolinguísticoparajustamente explicaralíngua e sua variante popular,valorizando-a.
Portanto,a alternativacorretae a “c”.
12. (ENEM – 2017 – Questão 107 – caderno amarelo)
Pequenoconcertoque viroucanção
Não,não há por que mentirouesconder
A dor que foi maiordo que é capaz meucoração
Não,nemhá por que seguircantandosó para explicar
Não vai nunca entenderde amorquemnuncasoube amar
Ah,eu vouvoltarpra mim
Seguirsozinhoassim
Até me consumirou consumirtodaessador
Até sentirde novoo coração capaz de amor.
Vandré.G.Disponivel em: http://www.letras.terra.com.br.Acessoem29jun.2011
Na canção de GeraldoVandré,tem-se amanifestaçãodafunçãopoéticadalinguagem, que é
percebidanaelaboraçãoartísticae criativada mensagem, pormeiode combinaçõessonaroas
e rítmicas.Pelaanálise dotexto,entretanto,percebe-se,também, apresençamarcante da
funçãoemotivaouexpressiva,pormeiodaqual o emissor
a) imprime àcanção as marcas de sua atitude pessoal,seussentimentos.
b) transmite informaçõesobjetivasde suaatitude pessoal,seussentimentos.
c) busca persuadiroreceptorda canção a adotar um certocomportamento.
d) procura explicara próprialinguagemque utilizaparaconstruiracanção.
e) objetivoverificaroufortaleceraeficiênciadamensagemveiculada.
6. Sobre a função e o uso da linguagem referentes à fala do personagem, marque a alternativa
correta.
(a) O personagem, com o intuito de expressar uma mensagem sobre a sua realidade, faz uso
da função metalinguística da linguagem.
(b) A valorização de construções conotativas e tipicamente regionais
exemplifica o uso da função emotiva ou expressiva da
linguagem.
(c) A preocupação do personagem com a formalidade e a objetividade
revela que, na sua fala, predomina a função referencial
da linguagem.
(d) Como o seu objetivo é transmitir o seu anseio e a sua emo-
ção diante de uma realidade, o personagem faz uso da função
emotiva ou expressiva da linguagem.
(e) A intenção do personagem é, pura e simplesmente, expor
dadosde umarealidade de modoobjetivo,portantonasuafala
prevalece afunçãoreferencialdalinguagem.
Questão 15
Texto I - Goiáse os Indígenas
Quandoos bandeiranteschegaramaGoiás,este território,que
atualmente formaosestadosde Goiáse Tocantins,já era habitadopor
diversosgruposindígenas.Naquelaépoca,aoveremsuasterrasinvadidas,
muitosforamos que entraramemconflitocomos bandeirantese os
colonos,emlutasque resultaramnomassacre de milharesde indígenas,
aldeamentosoficiaisoumigraçãopara outrasregiões.
A maioriadosgruposque viviamemGoiáspertenciaaotronco
linguísticoMacro-Jê,famíliaJê (gruposAkuen,Kayapó,Timbirae Karajá).
Outrostrês grupospertenciamaotroncolinguísticoTupi,famíliaTupi-
-Guarani (Avá-Canoeiro,Tapirapé e Guajajara).A ausênciade documentação
confiável,noentanto,dificultaprecisarcomexatidãoaclassificação
linguísticadospovosGoyá,Araé,Crixáe Araxá.
Segundoatradição, osGoyá foram os primeirosíndiosque aexpedição
de BartolomeuBuenodaSilvaFilhoencontrouaoiniciaraexploração
7. auríferae forameles,também,que indicaramolugar – Arraial do
Ferreiro– no qual BartolomeuBuenoestabeleceuseuprimeiroarranchamento.
Habitavama regiãoda Serra Dourada,próximoaVilaBoa, e,quatro
décadasapós o iníciodopovoamento,desapareceramdaquelaregião.
Não se sabe ao certo seudestinoe nemháregistrossobre seumodo de
vidaou sua língua.
Disponível em:http://www.goias.gov.br/paginas/conheca-goias/povo-goiano/indigenas.
Acessoem:04 dez. 2014
A respeitodalinguagemempregadanotexto,marque aalternativacorreta.
(a) Pelapresençamarcante de construçõesconotativas,prevalece notexto
a função metalinguísticadalinguagem.
(b) O textoapresentaumalinguagemmarcadamente denotativae centrada
na 3ª pessoa,traçosque evidenciamapredominânciadafunção referencial.
(c) Por expressar,pormeiode construçõessubjetivas,aopiniãodoemissor
sobre o assunto,pode-se dizerque notextoprevalece afunçãoemotiva
ou expressivadalinguagem.
(d) Prevalece notextoafunçãoapelativadalinguagem, oque se pode observar
pelousorecorrente dasformasverbaisnomodoimperativo.
(e) A constante associaçãoentre as linguagensdenotativae aconotativa