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Práticas de Ensino na formação inicial do professorado
RELATOS DE EXPERIÊNCIA
IDENTIFICAÇÃO E INICIAÇÃO À DOCÊNCIA: a proposta do “X-changing
Ideas” no âmbito do PIBID
EL KADRI, Michele Salles.
misalles@yahoo.com.br
Universidade Estadual de Londrina
CHIMENTÃO, Lilian Kemmer.
liliankemmer@hotmail.com
Universidade Estadual de Londrina
Palavras-chave: formação inicial - língua inglesa - Pibid.
Introdução
A identificação com a profissão docente tem sido uma das principais questões
problematizadas no âmbito do Programa Pibid (SOUZA-FIORI, 2013; EL KADRI & ROTH,
2013), já que o cerne do programa é incentivar a iniciação à docência dos cursos de
licenciatura. Neste sentido, além de fornecer feedback às atividades realizadas,
compreender o quanto se identificam (ou não) com a profissão nas interpretações dos
subprojetos pode nos auxiliar no entendimento de como propiciar e organizar atividades
mais significativas, contribuindo para a nossa compreensão de como o PIBID tem
mantido/transformado o contexto das licenciaturas no Brasil (EL KADRI & CHIMENTÃO,
prelo).
Pesquisas têm indicado que o modo como o PIBID tem impactado o contexto das
licenciaturas no Brasil e como vêm provocando mudanças na atividade de formação de
professores (ORTENZI, 2013b; CASTELA, 2013; MATEUS, EL KADRI, & SILVA, 2013;
JORDÃO, 2013). Neste cenário, este relato de experiência busca apresentar, por meio
dasvisões de professores novatos, como a experiência foi percebida por estes
professores participantes do PIBID Letras/Inglês em uma escola pública durante os anos
de 2012 e 2013.
Para tanto, as análises se valeram de relatos de experiência coletados em junho
de 2013 com 12 professores novatos. Conforme já apontamos em publicações anteriores
(EL KADRI & CHIMENTÃO, no prelo), nosso intuito é que essa interpretação local do
PIBID venha somar às pesquisas que estão em andamento sobre as atividades do
programa (EL KADRI, no prelo; CHIMENTÃO, no prelo) de modo a contribuir para nosso
entendimento de como se deu a formação situada em nosso contexto de atuação. Não
deve ser entendida, portanto, separadamente das outras publicações, reflexões e
interpretações de nossa experiência já publicadas1
.
Assim, apresentamos, neste relato nossa experiência na formação inicial de
professores inserida no âmbito do PIbid. A proposta que apresentamos na próxima seção
foi delineada para lidar com três contradições encontradas em nosso contexto: (a) o fato
de que professores dos cursos de licenciatura não se identificavam com a profissão
docente, (b) a falta de motivação para o estudo da língua inglesa na educação básica e
(c) a predominância do ensino de leitura na escola básica, em detrimento da habilidade
oral. Portanto, primeiramente, apresentamos a proposta do subprojeto e uma de seus
principais atividades (X-changing Ideas) enfocando o quadro conceitual em que
se fundamenta a experiência. Em seguida, apresentamos uma discussão sobre os
principais obstáculos e conquistas da experiência por meio de relatos de professores
novatos sobre sua experiência nesta atividade.
O Subprojeto de Letras/Inglês (2011) e o “X-changing Ideas”
O subprojeto de Letras/Inglês 2011 da Universidade Estadual de Londrina propõe,
tendo em vista resultados de pesquisa da literatura educacional atual, o contato, cada vez
mais cedo, de professores novatos com o mundo profissional, para que o aprendizado
profissional, entendido como sendo a apropriação de ferramentas materiais e simbólicas
do fazer do professor de inglês, se dê em parceria com professores experientes
(GIMENEZ, 2010) e em lócus. Sendo assim, a proposta tem como um de seus objetivos:
permitir a alunos do curso de Letras-Inglês, ainda nas séries iniciais, tomar contato,
observar e refletir coletivamente sobre as características do ensino de inglês na escola
pública na qual atuará.
Nesse sentido, partindo da convicção de que a formação de professores se dá de
forma situada, em parceria com a escola, esse subprojeto preocupa-se em promover
oportunidades para construções identitárias de professores, permitindo-lhes engajar-se
com a profissão desde o início de seu processo formativo, para que a trajetória de
“participação periférica legítima” (LAVE & WENGER, 1991) a de membro pleno possa ser
vivenciada. Assim, a proposta do subprojeto está ancorada nas tendências
contemporâneas que posicionam o fortalecimento do vínculo entre escola e universidade
como sendo um modelo de formação de professores em que teoria e prática se
reconstroem mutuamente por meio de ações colaborativas.
Dentre as diversas atividades propostas e desenvolvidas na escola de atuação do
grupo, traçaremos a trajetória do curso intitulado ‘X-changing Ideas’ que foi fruto de
iniciativa conjunta entre diretor, professores de inglês, professores novatos e professora
formadora - integrantes do PIBID, como uma medida para atendimento e superação de
dificuldades de aprendizagem de alunos com baixo rendimento na disciplina de inglês.
Tendo em vista o objetivo inicial apontado acima, houve a preocupação de criar
um nome e um slogan ao curso que evitasse qualquer associação com a ideia de ‘reforço
escolar’. Desde modo, alunos novatos trouxeram suas contribuições e ‘X-changing Ideas:
1
Esse relato é parte de uma pesquisa maior já submetida para publicação (EL KADRI &
CHIMENTÃO, no prelo).
mudando seu jeito de aprender inglês2
’ foram o nome e slogan democrática e
coletivamente escolhidos.
Após esta etapa, realizamos um levantamento do número de alunos com baixo
rendimento para serem convidados a participar do curso. Observamos que alunos do
ensino fundamental eram os que mais necessitavam desta atividade. Haja vista o número
limitado de alunos-professores bolsistas do PIBID à época (6), o curso foi ofertado
apenas para este nível de ensino, com aulas semanais de uma hora e quarenta minutos
em horário oposto à aula regular para um total de 75 alunos, distribuídos em 5 turmas de
15 alunos cada. Os alunos foram convidados individualmente e os responsáveis foram
informados acerca do objetivo da atividade para autorizarem a participação de seu(s)
filho(s).
No entanto, pelo fato de os alunos convidados serem aqueles que já não
demonstravam muito interesse pelo estudo e/ou já terem que frequentar aulas de apoio
de português e matemática, não obtivemos a adesão desejada, pois a maioria não se
interessou em ir à escola mais um horário para estudar, embora muitas tentativas e
contatos com pais tivessem sido feitos pelo grupo e pela supervisão da escola.
Sendo assim, tomamos a iniciativa de repensar o objetivo e o público alvo do
curso e optamos por ofertar um curso de inglês àqueles que desejassem aprender um
pouco mais do idioma (ensino fundamental e médio), por meio de atividades
diferenciadas, envolvendo atividades lúdicas; músicas; filmes; visitas à universidade;
cooking class;; atividades que focassem as habilidades orais, entre outras. Nosso intuito
era o de despertar o gosto e o interesse pelo inglês. Para tanto, realizamos a divulgação
do curso na escola por meio de cartazes, panfletos e explicação sala a sala. Alunos
deixavam seus nomes em uma lista, tamanha foi a procura inicial para algumas séries
que foi necessário realizar um sorteio (feito no intervalo e com premiação para divulgar
ainda mais a proposta) para atender ao número limite de vagas.
Apesar da grande demanda inicial, no primeiro ano, mantivemos uma média de 8
alunos por turma, em razão de diversos fatores, como: alunos que deram nomes, mas
nunca frequentaram as aulas; alunos que tiveram que parar por morar longe e ter
dificuldade de voltar à escola em outro período; concomitância de horário com outra
atividade; entre outros. De modo geral, alunos que frequentaram regularmente as aulas
manifestaram-se positivamente em relação às atividades propostas.
No segundo ano do “X-changing Ideas”, a proposta delineada pelo grupo foi de
focar na oralidade. Assim, o configurou-se como um curso ofertado pelo PIBID de Inglês
com ênfase na produção oral, ministrado para alunos da rede pública, buscando propor
uma alternativa para aprender Inglês fora da carga horária da grade curricular. As aulas
são ministradas por dois professores em formação com a supervisão da professora
supervisora do PIBID e são planejadas conjuntamente com a professora orientadora e a
professora supervisora. O projeto teve início com a divulgação do curso na escola e a
abertura das inscrições que totalizaram por volta de 100 inscritos. Ao final do ano, 60
alunos terminaram o curso.
2
É preciso reconhecer, entretanto, que o slogan “mudando seu jeito de aprender inglês” remete a
ideia de que o que estava sendo feito precisava ser ‘mudado’. Contudo, como a proposta se deu
em uma perspectiva colaborativa, a maioria (inclusive a professora supervisora) optou por esta
alternativa no intuito de enfatizar que as aulas seriam focadas na oralidade, diferentemente do
formato conhecido pelos alunos.
Durante as reuniões coletivas que acontecem semanalmente para planejamento e
discussão das aulas, professores novatos têm relatado, apesar das dificuldades (como
por exemplo, falta de tecnologia disponível na escola pública e falta de local adequado
para realização das atividades) experiências significativas. Na próxima seção,
apresentamos esses relatos de professores novatos de Letras-Inglês acerca de suas
experiências no X-changing Ideas.
Os Relatos de professores novatos
Os dados aqui apresentados foram coletados por escrito, em formato de relato de
experiência. A instrução foi de que todos deveriam escrever livremente sobre sua
experiência no programa. As análises aqui apresentadas foram apresentadas por Imoto,
Barbosa & El Kadri (no prelo). A análise de conteúdo permitiu identificar 4 fatores
impactantes na formação/identificação dos bolsistas com a profissão: planejamento
colaborativo de aulas/coteaching; processo de tornar-se professor; mudança de
concepção em relação à escola e aos alunos da escola pública; e o foco na oralidade.
Planejamento colaborativo de aulas/coteaching
Sabemos que o aprendizado profissional envolve diversos fatores e que o domínio
das ferramentas materiais e simbólicas do fazer docente não é uma tarefa simples. O fato
de estar frente a uma sala de aula, pelas primeiras vezes, sozinho e sem auxílio direto
quanto ao planejamento didático, não raras vezes, assusta professores menos
experientes. Fato este reforçado por meio dos excertos abaixo, nos quais professores
novatos manifestam satisfação e mais confiança ao encarar uma sala de aula, tanto pelo
fato de planejar as aulas colaborativamente quanto por lecionar em parceria, seja com
outros professores novatos, professora supervisora ou professora formadora
(coteaching).
"[...] O que tem sido bastante proveitoso por mim é planejar as aulas com o grupo.
Durante o ano passado eu planejava sozinha ou em dupla, mas acabava sempre
com as mesmas ideias, usando atividades que já tinha feito antes, quase nada de
inovação […]" (G3).
"[...] sempre há mais do que um professor na sala. Isso contribui em muito para que
as aulas sejam proveitosas. Os bolsistas iniciantes podem sempre contar com os
mais experientes e o aprendizado é mútuo e facilitado" (G1).
"[...] os planejamentos são feitos em grupos. Isso também se diferencia do estágio
regular, uma vez que você conta somente com sua dupla para pensar em
atividades. Com grupos de 6-7 alunos trabalhando em um mesmo plano, as ideias
se conectam mais facilmente, e as atividades tendem a não cair na mesmice [...]"
(G4).
Esses excertos revelam, no entanto, que o desenvolvimento profissional e a
aprendizagem dos saberes curriculares, pedagógicos e da experiência (CANDAU, 1997)
necessários ao fazer docente são facilitadas quando se trabalha colaborativamente. Essa
questão é coincidente com El Kadri e Gimenez (2013), quando discutindo os resultados
de outro grupo do Pibid na instituição, já apontaram que um dos indicadores de prática
significativa nos relatos dos participantes parece ser a formação colaborativa. As autoras
concluem que os relatos indicam que os participantes valorizam e reconhecem a
participação do outro no processo de formação inicial. Para professores em formação
inicial, trabalhar colaborativamente parece contribuir para sua identificação profissional
em relação a segurança em assumir uma turma, novas propostas didáticas e
metodológicas e suporte na sala de aula.
Tornando-se professor
As oportunidades de vivência do papel de professor e de convívio no ambiente
escolar proporcionadas pelo PIBID desde o início da licenciatura têm, de certa forma,
corroborado para a identificação com a profissão de professor, pois, como afirma Libâneo
(2004, p. 78), a formação inicial tem “um papel muito importante na construção dos
conhecimentos, atitudes e convicções dos futuros professores, necessários à sua
identificação com a profissão”. No excerto abaixo, por exemplo, este professor novato
deixa transparecer o quanto foi significativo para ele ser chamado de professor, quando
ele ainda estava em processo de ‘torna-se professor’. Certamente, esta experiência
contribuiu para o fortalecimento de sua identidade profissional docente. Em sua fala, por
meio da sentença “mesmo que ainda não fosse professor” , pode-se notar também a
questão conflitual dos alunos de licenciatura que se encontram em uma posição híbrida:
ora alunos, ora professor. Na área de língua inglesa, essa questão tem sido apontada no
momento do estágio obrigatório (GIMENEZ, 2004; JORDÃO, 2013). Aqui, no entanto,
essa posição híbrida e os questionamentos sobre ser professor, por meio da proposta do
PIBId, ocorrem desde o primeiro ano do curso.
"[...] No X-Changing, encontrei-me, de repente, de volta a um ambiente do qual eu
estava acostumado a desgostar, como aluno – a sala de aula. Encontrei-me em um
papel no qual eu não sei se estava completamente pronto para desempenhar.
Mesmo que ainda não fosse professor, percebia que era assim que os alunos
me viam. E, ainda assim, levou um tempo para que eu mesmo conseguisse me
ver como professor. Na realidade, ainda, às vezes, me questiono o quão
professor eu realmente sou ou posso ser. Sobretudo, não esperava que esta
experiência pudesse ter tanta influência sobre a minha visão. Foi
surpreendente para mim, gostar de ser chamado de teacher [...]" (G1)
Assim como podemos visualizar, por meio do relato acima, parece estar presente
nos relatos dos professores novatos a mudança na visão que tinham quanto à profissão
docente, pois mesmo estando em curso de licenciatura, não se identificavam como tal.
Os excertos abaixo, também exemplifica essa questão:
“ [...] Quando iniciei o curso de graduação, mesmo sendo um curso de
licenciatura, não tinha pretensão de me tornar professor. As experiências e
referências que eu possuía como aluno nunca foram muito incentivadoras ou
estimulantes. Apesar de ter admiração pela profissão, sempre achei que ser
professor era, de certa forma, um sacrifício. Era estar destinado a uma profissão
ingrata: muito esforço despropositado e pouca recompensa [...]”. (G5)
Como observamos, a referência a um tempo passado, como em “não tinha
pretensão de me tornar professor”, “as experiências e referências que eu possuía (...)”
demonstram que essas concepções já não fazem parte de suas convicções atuais, ou
seja, a visão deste aluno-professor acerca da profissão e suas intenções profissionais
foram alteradas, em partes, pelas experiências vivenciadas no PIBID. Como
consequência, sua identificação com a profissão parece estar fortalecendo-se, apesar do
aprendizado por observação (período em que era aluno) ainda esteja bastante atrelado a
sua visão da profissão.
Mudança de concepção em relação ao aluno da escola pública
Discursos acerca do ensino de inglês em escolas públicas, assim como demais
aspectos a ele relacionados - alunos, professores, materiais didáticos - vão sendo
socialmente produzidos e, de certa forma, acabam sendo cristalizados e tomados como
verdades absolutas. No entanto, os excertos a seguir evidenciam como os discursos, por
meio da experiência, podem ser questionados, quando se tem a oportunidade de
conhecer melhor uma determinada realidade.
“[...] minha visão sobre o interesse dos alunos da escola pública na língua inglesa
mudou. Eu sempre acreditei na crença de que os alunos são desmotivados e
desinteressados, mas depois desta experiência pude ter certeza de que não
são todos [...]” (G3S1).
“[...] Vindo de um colégio privado acreditava que o aluno de escolas publica não
aprendiam porque não tinha interesse ou porque os professores não importavam
muito com o aprendizado dos seus alunos [...]”. (G6)
“[...] Como no PIBID eu comecei a lecionar em um projeto X-Changing Ideas, [...]
comecei a criar uma visão diferente do que eu acreditava ser os alunos de
escolas públicas[...]”. (G9)
“[...] Quando cheguei na sala de aula pela primeira vez, a tensão vinha, em maior
parte, de mim. Não sabia o que esperar dos alunos e eles, com certeza, esperavam
algo de mim. Além de ser a minha primeira vez como professor, era a minha
primeira vez na escola pública, o que sugere que fui com minha mente
carregada de estereótipos. Em partes, fui surpreendido sim. Era diferente do
que eu imaginava, um diferente “bom”. Os alunos não levavam tudo na
brincadeira como me falavam e tinham muito interesse [...].” (G10)
Como podemos notar, os alunos relatam, em sua maioria, mudança de concepção
em relação aos alunos da escola pública de uma visão preconceituosa e generalizada
para uma visão mais específica, baseada no contexto local.
Foco na oralidade
O ensino de habilidades orais em língua inglesa em contexto de escola pública
sempre é bastante polemizado, haja vista as configurações já conhecidas do ensino
nesse contexto (SCHIMITZ, 2009). No entanto, a experiência de trabalhar com oralidade
(mesmo que em turma com número menor de alunos) possibilitou aos professores
novatos ter uma experiência positiva e os fez vislumbrar a possibilidade de se ensinar
essa habilidade na escola pública e se sentir competente no exercício da profissão.
"[...] Por ser um curso baseado na oralidade, trabalhava muito com palavras
estrangeiras inseridas em frases na língua nativa mesmo, carregando o princípio
do aprendizado por dedução como base, é claro. Foram poucas aulas até então,
mas posso dizer que a habilidade oral e a de listening dos alunos tem aumentado
de forma explêndida.Foram poucas aulas até então, mas posso dizer que a
habilidade oral e a de listening dos alunos tem aumentado de forma esplêndida
[...]. (G1)
Apesar de depoimentos favoráveis e bem sucedidos em relação ao ensino das
habilidades orais proposto pelo X-changing ideas, este foco de ensino encontrou
resistência por parte de alguns alunos da escola pública, o que, por vezes, acarretou em
insatisfação e não alcance pleno dos objetivos propostos nos planejamentos. Fato que
consideramos, relativamente, normal, tendo em vista fatores psicológicos (ex: timidez,
medo), de costume e de convívio social (ex: receio de que o outro colega tire sarro de
uma pronúncia equivocada, etc.).
"[...] Apesar do material, por vezes, conter várias atividades orais, existiu uma
grande resistência dos alunos quanto a isso. E como casos como esses aconteciam
em uma sala ou outra, o foco não era mudado, e as atividades nem sempre tinham
a eficiência esperada [...]" (G4).
Essa questão da resistência dos alunos em relação ao foco da oralidade – questão
contraditória pois eles mesmos afirmam querer “falar inglês” - foi encarado pelo grupo
pela perspectiva de que toda inovação implementada para dar conta de contradições
existentes no contexto (como por exemplo, a falta de foco na habilidade oral) gera,
consequentemente, outras contradições.
Consciência do contexto macro social e político
Tecendo as últimas considerações acerca das análises dos relatos dos
professores novatos, foi relevante o fato da maioria dos alunos também refletirem
criticamente sobre o programa PIBID e sua intenção, entendendo este como sendo uma
política baseada em concessão de bolsas, ao invés de uma política de investimentos
reais e consideráveis em infraestrutura e condições de trabalho na escola pública.
"[...] é importante reconhecer todas as faces de um projeto que, por ser
governamental, não é e nem nunca vai ser isento de intenções extrínsecas ao real
propósito de 'contribuir para o ensino na escola pública' e 'promover uma
oportunidade de ensino-aprendizagem para alunos de licenciatura [...]" (G4).
Resumidamente, podemos dizer que este professor novato além de visualizar e
reconhecer os aspectos positivos proporcionados pela participação no PIBID está
consciente do contexto macro e político que envolve seu fazer docente. Conscientização
crítica tão almejada em programas de formação inicial e continuada de professores e
exigida para o exercício competente da docência na contemporaneidade (IMBERNÓN,
2002; CHIMENTÃO, 2010).
Além disso, os professores novatos reportam as contradições encontradas e que
não são, de fato, problematizadas pelo programa. As principais questões que aparecem
nos dados é (a) o fato da não melhoria das condições das escolas públicas, como
exemplificam os excertos abaixo:
“[...] Algumas coisas incomodam bastante, como a falta de sala de aula para
realizar o curso, a desorganização da sala de aula disponível, a falta de recursos
disponíveis e o barulho vindo das outras salas [...]” (G7)
“[...] a falta de tecnologia atrapalha bastante. Temos pensado em aulas mais
interacionais, com foco na oralidade, mas sempre temos que ter um plano B, pois
não sabemos se teremos como implementa-las, já que a Tv pen drive muitas vezes
não funciona e não há internet disponível [...]” (G 9)
Considerações finais
A experiência de formação inicial no âmbito de um grupo do programa PIbid foi
aqui analisada por meio dos relatos de experiência produzidos pelos professores
novatos. Os resultados desses relatos revelam, como já apontado em EL KADRI e
CHIMENTÃO (no prelo) que a vivência do papel de professor e de convívio no
ambiente escolar e as experiências bem sucedidas quanto ao ensino têm
corroborado para a identificação com a profissão de professor.
Além disso, os aspectos de se planejar colaborativamente e lecionar em
parceria (coteaching) parecem favorecer à apropriação dos saberes necessário à
docência. Ao mesmo tempo, as análises demonstram que professores novatos,
ao refletir sobre o PIBID, demonstram consciência critica do contexto macro e
político que envolve aquele contexto e a influência no fazer docente.
Referências
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Resources for Learning and Learning to Teach Chemistry in Urban High Schools.
Journal of Research In Science Teaching, 41, 9, 882–904 .
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Alegre: Evangraf Editora, p. 75-84.
CANDAU, V. M. F. (1997). Formação continuada de professores: tendências atuais. In:
CANDAU, V. M. F. (Org.). Magistério: construção cotidiana. Petrópolis: Vozes, p.51-68.
CHIMENTÃO, L. K. (2010) O sentido da formação contínua para professores de língua
inglesa. 61fls. Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade Estadual de
Londrina, Londrina.
CHIMENTÃO, L. K. (no prelo). O desenvolvimento profissional docente no âmbito do
PIBID sob a visão de seus participantes. Tese de doutorado.
EL KADRI, M. S. (2013). Concepções, pesquisas e desafios do Pibid de Letras/Inglês da
UEL. In: CASTELA, G. S. (org.) O Pibid como espaço de formação de Letras no Paraná.
Porto Alegre: Evangraf Editora, p. 75-84.
EL KADRI, M.S. (no prelo). Understanding teacher development in PIBID organized
through {coteaching|cogenerative dialoguing}. Tese de doutorado.
EL KADRI; M.S., & CHIMENTÃO, L.K. (no prelo). Ensino de língua inglesa e
formação de professores de inglês: a proposta do “X-changing Ideas” no âmbito
do PIBID. In: “Diálogos entre as licenciaturas e a educação básica:
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EL KADRI; M.S., & GIMENEZ, T. Mapeando práticas significativas no ensino língua
inglesa: Visões de professores participantes no pibid-uel. Revista eletrônica pro-
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IMBERNÓN, F. (2002). Formação docente e profissional: formar-se para a mudança e a
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DALBEN, A., DINIZ, J., LEAL, L., & SANTOS, L. (Org.). Convergências e tensões no
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uma meta alcançável?. Ensino e aprendizagem em língua inglesa: Conversas com
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Edição Nº. 3, Vol. 1, p. 1-8. Disponível em: http://www.uel.br/revistas/prodocenciafope
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ethnography of emotions in teaching. International Journal of Qualitative Studies in
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Ensino de Inglês e Formação de Professores

  • 1. Práticas de Ensino na formação inicial do professorado RELATOS DE EXPERIÊNCIA IDENTIFICAÇÃO E INICIAÇÃO À DOCÊNCIA: a proposta do “X-changing Ideas” no âmbito do PIBID EL KADRI, Michele Salles. misalles@yahoo.com.br Universidade Estadual de Londrina CHIMENTÃO, Lilian Kemmer. liliankemmer@hotmail.com Universidade Estadual de Londrina Palavras-chave: formação inicial - língua inglesa - Pibid. Introdução A identificação com a profissão docente tem sido uma das principais questões problematizadas no âmbito do Programa Pibid (SOUZA-FIORI, 2013; EL KADRI & ROTH, 2013), já que o cerne do programa é incentivar a iniciação à docência dos cursos de licenciatura. Neste sentido, além de fornecer feedback às atividades realizadas, compreender o quanto se identificam (ou não) com a profissão nas interpretações dos subprojetos pode nos auxiliar no entendimento de como propiciar e organizar atividades mais significativas, contribuindo para a nossa compreensão de como o PIBID tem mantido/transformado o contexto das licenciaturas no Brasil (EL KADRI & CHIMENTÃO, prelo). Pesquisas têm indicado que o modo como o PIBID tem impactado o contexto das licenciaturas no Brasil e como vêm provocando mudanças na atividade de formação de professores (ORTENZI, 2013b; CASTELA, 2013; MATEUS, EL KADRI, & SILVA, 2013; JORDÃO, 2013). Neste cenário, este relato de experiência busca apresentar, por meio dasvisões de professores novatos, como a experiência foi percebida por estes professores participantes do PIBID Letras/Inglês em uma escola pública durante os anos de 2012 e 2013. Para tanto, as análises se valeram de relatos de experiência coletados em junho de 2013 com 12 professores novatos. Conforme já apontamos em publicações anteriores (EL KADRI & CHIMENTÃO, no prelo), nosso intuito é que essa interpretação local do PIBID venha somar às pesquisas que estão em andamento sobre as atividades do programa (EL KADRI, no prelo; CHIMENTÃO, no prelo) de modo a contribuir para nosso entendimento de como se deu a formação situada em nosso contexto de atuação. Não
  • 2. deve ser entendida, portanto, separadamente das outras publicações, reflexões e interpretações de nossa experiência já publicadas1 . Assim, apresentamos, neste relato nossa experiência na formação inicial de professores inserida no âmbito do PIbid. A proposta que apresentamos na próxima seção foi delineada para lidar com três contradições encontradas em nosso contexto: (a) o fato de que professores dos cursos de licenciatura não se identificavam com a profissão docente, (b) a falta de motivação para o estudo da língua inglesa na educação básica e (c) a predominância do ensino de leitura na escola básica, em detrimento da habilidade oral. Portanto, primeiramente, apresentamos a proposta do subprojeto e uma de seus principais atividades (X-changing Ideas) enfocando o quadro conceitual em que se fundamenta a experiência. Em seguida, apresentamos uma discussão sobre os principais obstáculos e conquistas da experiência por meio de relatos de professores novatos sobre sua experiência nesta atividade. O Subprojeto de Letras/Inglês (2011) e o “X-changing Ideas” O subprojeto de Letras/Inglês 2011 da Universidade Estadual de Londrina propõe, tendo em vista resultados de pesquisa da literatura educacional atual, o contato, cada vez mais cedo, de professores novatos com o mundo profissional, para que o aprendizado profissional, entendido como sendo a apropriação de ferramentas materiais e simbólicas do fazer do professor de inglês, se dê em parceria com professores experientes (GIMENEZ, 2010) e em lócus. Sendo assim, a proposta tem como um de seus objetivos: permitir a alunos do curso de Letras-Inglês, ainda nas séries iniciais, tomar contato, observar e refletir coletivamente sobre as características do ensino de inglês na escola pública na qual atuará. Nesse sentido, partindo da convicção de que a formação de professores se dá de forma situada, em parceria com a escola, esse subprojeto preocupa-se em promover oportunidades para construções identitárias de professores, permitindo-lhes engajar-se com a profissão desde o início de seu processo formativo, para que a trajetória de “participação periférica legítima” (LAVE & WENGER, 1991) a de membro pleno possa ser vivenciada. Assim, a proposta do subprojeto está ancorada nas tendências contemporâneas que posicionam o fortalecimento do vínculo entre escola e universidade como sendo um modelo de formação de professores em que teoria e prática se reconstroem mutuamente por meio de ações colaborativas. Dentre as diversas atividades propostas e desenvolvidas na escola de atuação do grupo, traçaremos a trajetória do curso intitulado ‘X-changing Ideas’ que foi fruto de iniciativa conjunta entre diretor, professores de inglês, professores novatos e professora formadora - integrantes do PIBID, como uma medida para atendimento e superação de dificuldades de aprendizagem de alunos com baixo rendimento na disciplina de inglês. Tendo em vista o objetivo inicial apontado acima, houve a preocupação de criar um nome e um slogan ao curso que evitasse qualquer associação com a ideia de ‘reforço escolar’. Desde modo, alunos novatos trouxeram suas contribuições e ‘X-changing Ideas: 1 Esse relato é parte de uma pesquisa maior já submetida para publicação (EL KADRI & CHIMENTÃO, no prelo).
  • 3. mudando seu jeito de aprender inglês2 ’ foram o nome e slogan democrática e coletivamente escolhidos. Após esta etapa, realizamos um levantamento do número de alunos com baixo rendimento para serem convidados a participar do curso. Observamos que alunos do ensino fundamental eram os que mais necessitavam desta atividade. Haja vista o número limitado de alunos-professores bolsistas do PIBID à época (6), o curso foi ofertado apenas para este nível de ensino, com aulas semanais de uma hora e quarenta minutos em horário oposto à aula regular para um total de 75 alunos, distribuídos em 5 turmas de 15 alunos cada. Os alunos foram convidados individualmente e os responsáveis foram informados acerca do objetivo da atividade para autorizarem a participação de seu(s) filho(s). No entanto, pelo fato de os alunos convidados serem aqueles que já não demonstravam muito interesse pelo estudo e/ou já terem que frequentar aulas de apoio de português e matemática, não obtivemos a adesão desejada, pois a maioria não se interessou em ir à escola mais um horário para estudar, embora muitas tentativas e contatos com pais tivessem sido feitos pelo grupo e pela supervisão da escola. Sendo assim, tomamos a iniciativa de repensar o objetivo e o público alvo do curso e optamos por ofertar um curso de inglês àqueles que desejassem aprender um pouco mais do idioma (ensino fundamental e médio), por meio de atividades diferenciadas, envolvendo atividades lúdicas; músicas; filmes; visitas à universidade; cooking class;; atividades que focassem as habilidades orais, entre outras. Nosso intuito era o de despertar o gosto e o interesse pelo inglês. Para tanto, realizamos a divulgação do curso na escola por meio de cartazes, panfletos e explicação sala a sala. Alunos deixavam seus nomes em uma lista, tamanha foi a procura inicial para algumas séries que foi necessário realizar um sorteio (feito no intervalo e com premiação para divulgar ainda mais a proposta) para atender ao número limite de vagas. Apesar da grande demanda inicial, no primeiro ano, mantivemos uma média de 8 alunos por turma, em razão de diversos fatores, como: alunos que deram nomes, mas nunca frequentaram as aulas; alunos que tiveram que parar por morar longe e ter dificuldade de voltar à escola em outro período; concomitância de horário com outra atividade; entre outros. De modo geral, alunos que frequentaram regularmente as aulas manifestaram-se positivamente em relação às atividades propostas. No segundo ano do “X-changing Ideas”, a proposta delineada pelo grupo foi de focar na oralidade. Assim, o configurou-se como um curso ofertado pelo PIBID de Inglês com ênfase na produção oral, ministrado para alunos da rede pública, buscando propor uma alternativa para aprender Inglês fora da carga horária da grade curricular. As aulas são ministradas por dois professores em formação com a supervisão da professora supervisora do PIBID e são planejadas conjuntamente com a professora orientadora e a professora supervisora. O projeto teve início com a divulgação do curso na escola e a abertura das inscrições que totalizaram por volta de 100 inscritos. Ao final do ano, 60 alunos terminaram o curso. 2 É preciso reconhecer, entretanto, que o slogan “mudando seu jeito de aprender inglês” remete a ideia de que o que estava sendo feito precisava ser ‘mudado’. Contudo, como a proposta se deu em uma perspectiva colaborativa, a maioria (inclusive a professora supervisora) optou por esta alternativa no intuito de enfatizar que as aulas seriam focadas na oralidade, diferentemente do formato conhecido pelos alunos.
  • 4. Durante as reuniões coletivas que acontecem semanalmente para planejamento e discussão das aulas, professores novatos têm relatado, apesar das dificuldades (como por exemplo, falta de tecnologia disponível na escola pública e falta de local adequado para realização das atividades) experiências significativas. Na próxima seção, apresentamos esses relatos de professores novatos de Letras-Inglês acerca de suas experiências no X-changing Ideas. Os Relatos de professores novatos Os dados aqui apresentados foram coletados por escrito, em formato de relato de experiência. A instrução foi de que todos deveriam escrever livremente sobre sua experiência no programa. As análises aqui apresentadas foram apresentadas por Imoto, Barbosa & El Kadri (no prelo). A análise de conteúdo permitiu identificar 4 fatores impactantes na formação/identificação dos bolsistas com a profissão: planejamento colaborativo de aulas/coteaching; processo de tornar-se professor; mudança de concepção em relação à escola e aos alunos da escola pública; e o foco na oralidade. Planejamento colaborativo de aulas/coteaching Sabemos que o aprendizado profissional envolve diversos fatores e que o domínio das ferramentas materiais e simbólicas do fazer docente não é uma tarefa simples. O fato de estar frente a uma sala de aula, pelas primeiras vezes, sozinho e sem auxílio direto quanto ao planejamento didático, não raras vezes, assusta professores menos experientes. Fato este reforçado por meio dos excertos abaixo, nos quais professores novatos manifestam satisfação e mais confiança ao encarar uma sala de aula, tanto pelo fato de planejar as aulas colaborativamente quanto por lecionar em parceria, seja com outros professores novatos, professora supervisora ou professora formadora (coteaching). "[...] O que tem sido bastante proveitoso por mim é planejar as aulas com o grupo. Durante o ano passado eu planejava sozinha ou em dupla, mas acabava sempre com as mesmas ideias, usando atividades que já tinha feito antes, quase nada de inovação […]" (G3). "[...] sempre há mais do que um professor na sala. Isso contribui em muito para que as aulas sejam proveitosas. Os bolsistas iniciantes podem sempre contar com os mais experientes e o aprendizado é mútuo e facilitado" (G1). "[...] os planejamentos são feitos em grupos. Isso também se diferencia do estágio regular, uma vez que você conta somente com sua dupla para pensar em atividades. Com grupos de 6-7 alunos trabalhando em um mesmo plano, as ideias se conectam mais facilmente, e as atividades tendem a não cair na mesmice [...]" (G4). Esses excertos revelam, no entanto, que o desenvolvimento profissional e a aprendizagem dos saberes curriculares, pedagógicos e da experiência (CANDAU, 1997)
  • 5. necessários ao fazer docente são facilitadas quando se trabalha colaborativamente. Essa questão é coincidente com El Kadri e Gimenez (2013), quando discutindo os resultados de outro grupo do Pibid na instituição, já apontaram que um dos indicadores de prática significativa nos relatos dos participantes parece ser a formação colaborativa. As autoras concluem que os relatos indicam que os participantes valorizam e reconhecem a participação do outro no processo de formação inicial. Para professores em formação inicial, trabalhar colaborativamente parece contribuir para sua identificação profissional em relação a segurança em assumir uma turma, novas propostas didáticas e metodológicas e suporte na sala de aula. Tornando-se professor As oportunidades de vivência do papel de professor e de convívio no ambiente escolar proporcionadas pelo PIBID desde o início da licenciatura têm, de certa forma, corroborado para a identificação com a profissão de professor, pois, como afirma Libâneo (2004, p. 78), a formação inicial tem “um papel muito importante na construção dos conhecimentos, atitudes e convicções dos futuros professores, necessários à sua identificação com a profissão”. No excerto abaixo, por exemplo, este professor novato deixa transparecer o quanto foi significativo para ele ser chamado de professor, quando ele ainda estava em processo de ‘torna-se professor’. Certamente, esta experiência contribuiu para o fortalecimento de sua identidade profissional docente. Em sua fala, por meio da sentença “mesmo que ainda não fosse professor” , pode-se notar também a questão conflitual dos alunos de licenciatura que se encontram em uma posição híbrida: ora alunos, ora professor. Na área de língua inglesa, essa questão tem sido apontada no momento do estágio obrigatório (GIMENEZ, 2004; JORDÃO, 2013). Aqui, no entanto, essa posição híbrida e os questionamentos sobre ser professor, por meio da proposta do PIBId, ocorrem desde o primeiro ano do curso. "[...] No X-Changing, encontrei-me, de repente, de volta a um ambiente do qual eu estava acostumado a desgostar, como aluno – a sala de aula. Encontrei-me em um papel no qual eu não sei se estava completamente pronto para desempenhar. Mesmo que ainda não fosse professor, percebia que era assim que os alunos me viam. E, ainda assim, levou um tempo para que eu mesmo conseguisse me ver como professor. Na realidade, ainda, às vezes, me questiono o quão professor eu realmente sou ou posso ser. Sobretudo, não esperava que esta experiência pudesse ter tanta influência sobre a minha visão. Foi surpreendente para mim, gostar de ser chamado de teacher [...]" (G1) Assim como podemos visualizar, por meio do relato acima, parece estar presente nos relatos dos professores novatos a mudança na visão que tinham quanto à profissão docente, pois mesmo estando em curso de licenciatura, não se identificavam como tal. Os excertos abaixo, também exemplifica essa questão: “ [...] Quando iniciei o curso de graduação, mesmo sendo um curso de licenciatura, não tinha pretensão de me tornar professor. As experiências e referências que eu possuía como aluno nunca foram muito incentivadoras ou estimulantes. Apesar de ter admiração pela profissão, sempre achei que ser
  • 6. professor era, de certa forma, um sacrifício. Era estar destinado a uma profissão ingrata: muito esforço despropositado e pouca recompensa [...]”. (G5) Como observamos, a referência a um tempo passado, como em “não tinha pretensão de me tornar professor”, “as experiências e referências que eu possuía (...)” demonstram que essas concepções já não fazem parte de suas convicções atuais, ou seja, a visão deste aluno-professor acerca da profissão e suas intenções profissionais foram alteradas, em partes, pelas experiências vivenciadas no PIBID. Como consequência, sua identificação com a profissão parece estar fortalecendo-se, apesar do aprendizado por observação (período em que era aluno) ainda esteja bastante atrelado a sua visão da profissão. Mudança de concepção em relação ao aluno da escola pública Discursos acerca do ensino de inglês em escolas públicas, assim como demais aspectos a ele relacionados - alunos, professores, materiais didáticos - vão sendo socialmente produzidos e, de certa forma, acabam sendo cristalizados e tomados como verdades absolutas. No entanto, os excertos a seguir evidenciam como os discursos, por meio da experiência, podem ser questionados, quando se tem a oportunidade de conhecer melhor uma determinada realidade. “[...] minha visão sobre o interesse dos alunos da escola pública na língua inglesa mudou. Eu sempre acreditei na crença de que os alunos são desmotivados e desinteressados, mas depois desta experiência pude ter certeza de que não são todos [...]” (G3S1). “[...] Vindo de um colégio privado acreditava que o aluno de escolas publica não aprendiam porque não tinha interesse ou porque os professores não importavam muito com o aprendizado dos seus alunos [...]”. (G6) “[...] Como no PIBID eu comecei a lecionar em um projeto X-Changing Ideas, [...] comecei a criar uma visão diferente do que eu acreditava ser os alunos de escolas públicas[...]”. (G9) “[...] Quando cheguei na sala de aula pela primeira vez, a tensão vinha, em maior parte, de mim. Não sabia o que esperar dos alunos e eles, com certeza, esperavam algo de mim. Além de ser a minha primeira vez como professor, era a minha primeira vez na escola pública, o que sugere que fui com minha mente carregada de estereótipos. Em partes, fui surpreendido sim. Era diferente do que eu imaginava, um diferente “bom”. Os alunos não levavam tudo na brincadeira como me falavam e tinham muito interesse [...].” (G10) Como podemos notar, os alunos relatam, em sua maioria, mudança de concepção em relação aos alunos da escola pública de uma visão preconceituosa e generalizada para uma visão mais específica, baseada no contexto local.
  • 7. Foco na oralidade O ensino de habilidades orais em língua inglesa em contexto de escola pública sempre é bastante polemizado, haja vista as configurações já conhecidas do ensino nesse contexto (SCHIMITZ, 2009). No entanto, a experiência de trabalhar com oralidade (mesmo que em turma com número menor de alunos) possibilitou aos professores novatos ter uma experiência positiva e os fez vislumbrar a possibilidade de se ensinar essa habilidade na escola pública e se sentir competente no exercício da profissão. "[...] Por ser um curso baseado na oralidade, trabalhava muito com palavras estrangeiras inseridas em frases na língua nativa mesmo, carregando o princípio do aprendizado por dedução como base, é claro. Foram poucas aulas até então, mas posso dizer que a habilidade oral e a de listening dos alunos tem aumentado de forma explêndida.Foram poucas aulas até então, mas posso dizer que a habilidade oral e a de listening dos alunos tem aumentado de forma esplêndida [...]. (G1) Apesar de depoimentos favoráveis e bem sucedidos em relação ao ensino das habilidades orais proposto pelo X-changing ideas, este foco de ensino encontrou resistência por parte de alguns alunos da escola pública, o que, por vezes, acarretou em insatisfação e não alcance pleno dos objetivos propostos nos planejamentos. Fato que consideramos, relativamente, normal, tendo em vista fatores psicológicos (ex: timidez, medo), de costume e de convívio social (ex: receio de que o outro colega tire sarro de uma pronúncia equivocada, etc.). "[...] Apesar do material, por vezes, conter várias atividades orais, existiu uma grande resistência dos alunos quanto a isso. E como casos como esses aconteciam em uma sala ou outra, o foco não era mudado, e as atividades nem sempre tinham a eficiência esperada [...]" (G4). Essa questão da resistência dos alunos em relação ao foco da oralidade – questão contraditória pois eles mesmos afirmam querer “falar inglês” - foi encarado pelo grupo pela perspectiva de que toda inovação implementada para dar conta de contradições existentes no contexto (como por exemplo, a falta de foco na habilidade oral) gera, consequentemente, outras contradições. Consciência do contexto macro social e político Tecendo as últimas considerações acerca das análises dos relatos dos professores novatos, foi relevante o fato da maioria dos alunos também refletirem criticamente sobre o programa PIBID e sua intenção, entendendo este como sendo uma política baseada em concessão de bolsas, ao invés de uma política de investimentos reais e consideráveis em infraestrutura e condições de trabalho na escola pública. "[...] é importante reconhecer todas as faces de um projeto que, por ser governamental, não é e nem nunca vai ser isento de intenções extrínsecas ao real
  • 8. propósito de 'contribuir para o ensino na escola pública' e 'promover uma oportunidade de ensino-aprendizagem para alunos de licenciatura [...]" (G4). Resumidamente, podemos dizer que este professor novato além de visualizar e reconhecer os aspectos positivos proporcionados pela participação no PIBID está consciente do contexto macro e político que envolve seu fazer docente. Conscientização crítica tão almejada em programas de formação inicial e continuada de professores e exigida para o exercício competente da docência na contemporaneidade (IMBERNÓN, 2002; CHIMENTÃO, 2010). Além disso, os professores novatos reportam as contradições encontradas e que não são, de fato, problematizadas pelo programa. As principais questões que aparecem nos dados é (a) o fato da não melhoria das condições das escolas públicas, como exemplificam os excertos abaixo: “[...] Algumas coisas incomodam bastante, como a falta de sala de aula para realizar o curso, a desorganização da sala de aula disponível, a falta de recursos disponíveis e o barulho vindo das outras salas [...]” (G7) “[...] a falta de tecnologia atrapalha bastante. Temos pensado em aulas mais interacionais, com foco na oralidade, mas sempre temos que ter um plano B, pois não sabemos se teremos como implementa-las, já que a Tv pen drive muitas vezes não funciona e não há internet disponível [...]” (G 9) Considerações finais A experiência de formação inicial no âmbito de um grupo do programa PIbid foi aqui analisada por meio dos relatos de experiência produzidos pelos professores novatos. Os resultados desses relatos revelam, como já apontado em EL KADRI e CHIMENTÃO (no prelo) que a vivência do papel de professor e de convívio no ambiente escolar e as experiências bem sucedidas quanto ao ensino têm corroborado para a identificação com a profissão de professor. Além disso, os aspectos de se planejar colaborativamente e lecionar em parceria (coteaching) parecem favorecer à apropriação dos saberes necessário à docência. Ao mesmo tempo, as análises demonstram que professores novatos, ao refletir sobre o PIBID, demonstram consciência critica do contexto macro e político que envolve aquele contexto e a influência no fazer docente. Referências Roth, W.-M., Tobin, K, Carambo, C., & Dalland, C. (2004). Coteaching: Creating Resources for Learning and Learning to Teach Chemistry in Urban High Schools. Journal of Research In Science Teaching, 41, 9, 882–904 .
  • 9. CASTELA, G. S. (2013). O Pibid como espaço de formação de Letras no Paraná. Porto Alegre: Evangraf Editora, p. 75-84. CANDAU, V. M. F. (1997). Formação continuada de professores: tendências atuais. In: CANDAU, V. M. F. (Org.). Magistério: construção cotidiana. Petrópolis: Vozes, p.51-68. CHIMENTÃO, L. K. (2010) O sentido da formação contínua para professores de língua inglesa. 61fls. Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade Estadual de Londrina, Londrina. CHIMENTÃO, L. K. (no prelo). O desenvolvimento profissional docente no âmbito do PIBID sob a visão de seus participantes. Tese de doutorado. EL KADRI, M. S. (2013). Concepções, pesquisas e desafios do Pibid de Letras/Inglês da UEL. In: CASTELA, G. S. (org.) O Pibid como espaço de formação de Letras no Paraná. Porto Alegre: Evangraf Editora, p. 75-84. EL KADRI, M.S. (no prelo). Understanding teacher development in PIBID organized through {coteaching|cogenerative dialoguing}. Tese de doutorado. EL KADRI; M.S., & CHIMENTÃO, L.K. (no prelo). Ensino de língua inglesa e formação de professores de inglês: a proposta do “X-changing Ideas” no âmbito do PIBID. In: “Diálogos entre as licenciaturas e a educação básica: aproximações e desafios”. EL KADRI; M.S., & GIMENEZ, T. Mapeando práticas significativas no ensino língua inglesa: Visões de professores participantes no pibid-uel. Revista eletrônica pro- docência/uel. Edição Nº. 3, Vol. 1, p. 8-15, jan-jun. 2013. DISPONÍVEL EM: http://www.uel.br/revistas/prodocenciafope El KADRI; M.S., & ROTH, W.M. “I am a Pibidiana”: Societal relations as the locus of sustained development in a teacher education program in Brazil. Australian Journal of Teacher Education. 38, 89–114. 2013. http://ro.ecu.edu.au/ajte/vol38/iss5/7 IMBERNÓN, F. (2002). Formação docente e profissional: formar-se para a mudança e a incerteza. 3. ed. São Paulo: Cortez. IMOTO, D. T., BARBOZA, R. B., & EL KADRI, M. S. (no prelo). O Olhar Dos Pibidianos Sobre A Experiência Do Ensino De Inglês No X-Changing Ideas. LAVE, J., & WENGER, E. (1991). Situated learning: Legitimate peripheral participation. New York: Cambridge University Press. LIBÂNEO, J. C. (2004). Organização e gestão da escola. 5. ed. Goiânia: Alternativa, 2004.
  • 10. GIMENEZ, T. (2004). As Práticas no Curso de Licenciatura em Letras-Inglês da Universidade Federal de Santa Catarina. In: ABRAHÃO, Maria Helena Vieira (Org.). Prática de Ensino de Língua Estrangeira: experiências e reflexões. Campinas: Pontes Editores/ArteLíngua, p. 171-187. GIMENEZ, T. (2010) A formação de professores de línguas estrangeiras nos programas governamentais: integrando universidade e escola em comunidades de aprendizagem. In: DALBEN, A., DINIZ, J., LEAL, L., & SANTOS, L. (Org.). Convergências e tensões no campo da formação e do trabalho docente: Alfabetização e letramento. Ensino de línguas estrangeiras. Belo Horizonte: Autêntica, v. 5, p. 614-632. JORDÃO, C.M., & BÜHRER, E. A. C. (2013). A condição de aluno-professor de língua inglesa em discussão. Educação & Realidade, Porto Alegre, v. 38, n. 2, p. 669-682. Disponível em: http://www.ufrgs.br/edu_realidade LAVE, J., & WENGER, E. (1991) Situated learning: Legitimate peripheral participation. New York: Cambridge University Press, 1991. ORTENZI, D.I. G. (2013). Práticas discursivas no pibid: mudanças na atividade de formação de professores de inglês. Apresentação oral, CLAFPL, 2013b. SCHMITZ, J. R. (2009). Ensino/aprendizagem das quatro habilidades na escola pública: uma meta alcançável?. Ensino e aprendizagem em língua inglesa: Conversas com Especialistas. Ed. Parábola, p. 13-20. SOUZA-FIORI; A. (2013). Diários reflexivos na formação inicial de professoras de inglês: uma análise das marcas de modalidade e avaliação. Revista eletrônica pro-docência/uel. Edição Nº. 3, Vol. 1, p. 1-8. Disponível em: http://www.uel.br/revistas/prodocenciafope ZEMBYLAS, M. (2005). Beyond teacher cognition and teacher beliefs: the value of the ethnography of emotions in teaching. International Journal of Qualitative Studies in Education, vol. 18, n.4, p. 465-487.