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Capítulo 5
Grécia Antiga
Hoje, é impossível pensar em política sem lembrar do conceito de democracia. Qualquer
pessoa que estude Filosofia precisa conhecer as obras e as ideias de filósofos como Platão e
Aristóteles. Nos esportes, um dos maiores eventos mundiais é a disputa dos Jogos Olímpicos. Na
Literatura, a Ilíada e a Odisseia, poemas épicos de Homero, são considerados marcos iniciais da
tradição literária ocidental. Na Matemática, o Teorema de Pitágoras é uma das bases da
Geometria. Na Medicina, o “juramento de Hipócrates” é a base da ética médica.
Esses diferentes campos demonstram a importância da cultura grega para a formação do
mundo ocidental e a maneira como a sociedade está organizada nos dias atuais. A política, a
Filosofia, os esportes, a Literatura, a Matemática, a Medicina e muitas outras atividades
humanas foram influenciadas por ideias, práticas e costumes criados pela civilização grega, que
começou a se desenvolver na região da Península Balcânica, há cerca de 5 mil anos.
Nessa região, surgiram inúmeras cidades-Estado que compartilhavam uma cultura comum,
mas que viviam de forma independente entre si. Mesmo após a perda da autonomia dessas
cidades, quando conquistadores estrangeiros conseguiram submetê-las e incorporá-las a seus
impérios, a cultura grega foi preservada e se disseminou entre as civilizações da Antiguidade.
O processo de preservação dessa cultura possibilitou que ideias, crenças e valores gregos se
transformassem em um modelo para muitas sociedades atuais. Por isso, uma maneira de
entender a organização histórica do Ocidente é refletir sobre a história da Grécia Antiga e as
características dessa civilização.
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Capítulo 5
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Momento da formação dos anéis olímpicos na Cerimônia de Abertura das Olimpíadas do Rio de Janeiro, no
Estádio do Maracanã. Foto de 5 de agosto de 2016.
Página 3
Formação do mundo grego
A origem do mundo grego está relacionada com diversos movimentos migratórios que se
direcionaram para o sul da Península Balcânica entre 3000 a.C. e 1000 a.C. Nesse período, povos
indo-europeus, como os aqueus, os eólios, os jônios e os dórios se instalaram nessa região e
passaram a desenvolver comunidades independentes e com características sociais próprias.
Apesar disso, esses povos tinham traços culturais semelhantes, como línguas e costumes
próximos.
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Os primeiros a chegar à Península foram os aqueus. A partir de 2600 a.C., eles começaram a
fundar diversas cidades na região conhecida como Peloponeso (ver mapa “Grécia Antiga –
Peloponeso (c. 1600 a.C.)” a seguir). Essas cidades não formavam um governo centralizado e
cada uma delas era comandada por um rei, sendo conhecidas hoje como cidades-Estado, já
estudadas no capítulo 3. Como tinham características semelhantes, elas deram origem à
civilização micênica, nome alusivo a Micenas, principal cidade fundada nesse período. Além
dela, outras cidades importantes foram Pilos, Argos e Tirinto.
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ATLAS of world history, 2007.
A civilização micênica foi influenciada por diferentes povos da Antiguidade, como os egípcios
e os cretenses, também chamados de minoicos (você pode rever informações sobre os cretenses
na seção Enquanto isso... do capítulo 4, na página 60). Isso possibilitou o desenvolvimento de
uma rica cultura na região e o crescimento de suas cidades, as quais dependiam principalmente
do comércio praticado no Mar Mediterrâneo. Porém, por volta de 1200 a.C., essa civilização
entrou em declínio e desapareceu devido a uma combinação de fatores, como as invasões dos
chamados “povos do mar” e os problemas provocados por catástrofes naturais e por disputas
políticas.
Foi durante esse período de declínio que ocorreu outra onda migratória na região do
Peloponeso. Os dórios chegaram à região, conquistaram e destruíram as cidades micênicas. Com
isso, parte dos habitantes da Península foi obrigada a se deslocar para regiões vizinhas,
especialmente para a Ásia Menor . A população que permaneceu foi escravizada pelos dórios.
Ásia Menor é a região em que os continentes da Ásia e da Europa estão próximos um do
outro, separados apenas por uma faixa estreita de mar. Também era conhecida por seu
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nome grego, Anatólia, que, no passado, era ponto de encontro de viajantes que passavam
entre a Ásia e a Europa. Atualmente, é parte da Turquia.
As comunidades fundadas pelos dórios eram muito diferentes daquelas que existiam antes
deles. O comércio marítimo perdeu importância e os povos que viviam na região passaram a
depender da pecuária e da agricultura. Além disso, essas comunidades se organizavam em
grupos chamados de geno, formados por indivíduos que possuíam relações de parentesco e que
acreditavam descender de ancestrais comuns. Cada geno era liderado pelos membros mais
velhos, que tinham grandes poderes para comandar os demais.
Página 4
O poder dentro dos geno era passado de pai para filho; e os demais membros do grupo, como
mulheres, crianças, parentes e escravizados, deviam prestar obediência completa ao líder. O
trabalho era dividido por todos, e os alimentos eram repartidos de acordo com as necessidades
do grupo. Além disso, diferentes geno poderiam estabelecer relações de ajuda mútua, caso fosse
necessário.
Esse sistema prevaleceu no Peloponeso por cerca de dois séculos, porém o crescimento
populacional provocou a lenta desagregação dessas comunidades. Os recursos necessários para
a produção agrícola foram se tornando mais limitados, provocando disputas entre diferentes
comunidades. Isso beneficiou os líderes mais fortes, que passaram a controlar os melhores
recursos. Foi assim que surgiu uma camada de aristocratas capazes de impor suas vontades
sobre os demais. A repartição igualitária dos recursos deixou de existir e as comunidades foram
se tornando mais desiguais.
O sistema das pólis
As transformações sociais ocorridas nesse período fizeram com que as pequenas
comunidades se unissem para lutar por recursos e conquistar melhores terras, o que possibilitou
o surgimento de cidades no Peloponeso e em outras regiões da Península Balcânica. Esse
processo, que teve início por volta do século IX a.C., originou as chamadas pólis, as cidades-
Estado gregas, que, como você verá, tinham características diferentes das cidades-Estado de
outras civilizações. Nos séculos seguintes, surgiram muitas cidades, tanto na Península
Balcânica quanto em outras regiões do Mar Mediterrâneo exploradas pelos gregos. No século V
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a.C., já existiam mais de mil pólis gregas de tamanhos variados; algumas, grandes e populosas,
outras, pequenas e com menos habitantes.
Cada pólis era uma comunidade autônoma que contava com governo e exército próprios,
além de possuírem organizações sociais muito variadas. De forma geral, o governo da cidade era
dirigido pelo chamado demos, o conjunto de cidadãos. Isso, porém, não significa que todos os
habitantes da pólis faziam parte do demos. As mulheres quase sempre eram excluídas de toda
participação política, assim como os estrangeiros e os escravizados. Em algumas pólis, o
governo era formado por monarquias, nas quais os cidadãos tinham o papel de auxiliar a
tomada de decisões dos reis. Em outras, como será visto adiante, o sistema político se
transformou em uma democracia, na qual os próprios cidadãos tomavam todas as decisões
políticas da cidade.
O espaço da pólis era dividido em duas partes diferentes. Existia uma região urbana,
chamada de ásty, onde ficavam as casas, os templos, os palácios, os teatros, os ginásios e a
ágora . Nos séculos iniciais das pólis, essa parte da cidade era construída em uma elevação,
por isso também era chamada de acrópole.
A ágora era um espaço público das antigas cidades gregas no qual podiam ocorrer eventos
e celebrações, bem como as discussões políticas dos cidadãos. Em Atenas, a ágora passou
da parte alta da cidade para a parte baixa antes do século V a.C.
Imagem panorâmica da cidade de Atenas, considerada a principal pólis da Grécia Antiga. À direita, pode-se
ver a parte elevada da cidade, chamada de acrópole.
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Página 5
Separada da ásty por uma muralha, existia também a khora, a parte rural da pólis, onde os
gregos criavam seus animais e cuidavam de suas plantações.
A agricultura desempenhava um papel importante nas pólis gregas, mas, em algumas delas,
o comércio também era uma atividade econômica bastante desenvolvida. Isso permitiu aos
gregos ampliar a exploração do Mediterrâneo, fundando muitas colônias nas ilhas mediterrâneas
e também na Ásia Menor. Entre os séculos VIII a.C. e VI a.C., a expansão grega permitiu o
surgimento de colônias e de novas pólis em grande parte do Mediterrâneo, e também no Mar
Negro. Além disso, colônias gregas foram fundadas na Europa e na África. Assim, era possível
encontrar comunidades gregas em diferentes lugares, como nas atuais regiões da Romênia, da
Itália, da Turquia, do Egito, da França e da Espanha, entre outras.
O território da atual Sicília e o sul da atual Itália foram regiões importantes da colonização
grega. Esta última ficou conhecida como Magna Grécia, e muitas das colônias gregas criadas
nesses territórios são cidades que existem até hoje, como Nápoles e Siracusa.
SAIBA MAIS
Os gregos eram politeístas, ou seja, tinham uma religião marcada pela crença em mais de
uma divindade. Um aspecto importante dos deuses gregos era que eles tinham
características humanas não só na aparência, mas também nos sentimentos e motivações.
Assim, as narrativas religiosas gregas eram movidas por ciúme, raiva, inveja, vingança, amor
etc. Além disso, os gregos acreditavam que seus deuses podiam se relacionar com os
mortais e interferir ativamente no mundo e na sociedade, razão pela qual era importante
agradá-los e prestar sacrifícios diversos para mantê-los felizes e, assim, conquistar a
proteção divina. Em decorrência disso, nas pólis gregas eram erguidas grandes estátuas em
homenagem aos deuses, especialmente àqueles que eram considerados os protetores das
pólis.
Os gregos também construíram grandes santuários onde realizavam sacrifícios e louvavam
os deuses. O Santuário de Olímpia, dedicado a Zeus, o deus mais importante do panteão
grego, tinha o tamanho de 140 campos de futebol atuais: de 90 a 120 metros de
comprimento e de 45 a 90 metros de largura.
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Representação do século XIX de como teria sido a estátua de Zeus do templo principal de Olímpia, na
Grécia. Essa estátua, construída pelo escultor Fídias no século V a.C., era uma das sete maravilhas do
mundo antigo.
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AGORA É COM VOCÊ
Observe a imagem a seguir. Trata-se de uma reprodução da estrutura da pólis grega na
Antiguidade. Com base na observação da imagem, responda ao que se pede.
1. Descreva a imagem e, com base em seus conhecimentos, indique que parte da pólis a
imagem representa. Justifique sua resposta.
2. É possível observar a presença de uma estátua quase no centro da imagem. Trata-se de
uma representação de uma divindade grega. Explique a razão pela qual os gregos
construíam essas estátuas em suas pólis.
3. A pólis era dividida em duas partes. Na imagem, é possível observar apenas uma dessas
partes. Qual era a outra? Como as duas regiões eram divididas?
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A pólis de Esparta
A pólis de Esparta era uma das mais importantes do mundo grego. Ela foi fundada pelos
dórios na região do Peloponeso por volta do século IX a.C. Em pouco tempo, os espartanos
conseguiram dominar grande parte da região e se tornar uma força militar importante na Grécia
Antiga.
Uma das razões para Esparta ter se tornado uma pólis poderosa foi ter se constituído como
uma sociedade de guerreiros. Os espartanos eram considerados todos iguais entre si, por isso
recebiam o nome de “homoi” (iguais) e se dedicavam constantemente a treinar para a guerra.
Com isso, os soldados espartanos, chamados de hoplitas, se destacaram no mundo grego, sendo
temidos pelas outras pólis e capazes de fazer frente às forças militares de outros povos da
Antiguidade, como os persas.
Escultura grega representando hoplitas em marcha com o auxílio de cavalos para o transporte, em
aproximadamente 490 a.C.
Apesar da ideia de igualdade existente nessa pólis, nem todos que viviam na região de
Esparta tinham a mesma posição social. A sociedade espartana era dividida em três grupos
principais: os próprios espartanos, chamados de esparciatas, que compunham uma pequena
parcela da população; os periecos, pessoas livres que foram dominadas pelos espartanos e que
não tinham direitos políticos ou militares; e os hilotas, pessoas escravizadas durante as guerras
espartanas de dominação na região do Peloponeso.
A pólis era governada por um sistema monárquico. Existiam dois reis vitalícios e hereditários.
Além deles, o governo era formado também pelos conselhos de espartanos, formados por três
instituições principais: a Gerúsia, um conselho de anciãos formado por 28 membros; a Ápela,
composta por todos os espartanos com mais de 30 anos; e o Eforato, formado por cinco
magistrados eleitos pela Ápela.
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Dessa forma, pode-se dizer que o sistema político de Esparta era uma monarquia
aristocrática controlada pelos espartanos. Os periecos e os hilotas não podiam participar de
nenhuma dessas instituições e eram constantemente vigiados pelos espartanos, que temiam
revoltas. Além disso, era comum o uso de violência contra os hilotas, que podiam sofrer os mais
diversos maus-tratos. Era frequente, por exemplo, que os espartanos embebedassem os hilotas
para humilhá-los e utilizá-los para representar a importância de evitar o consumo de álcool.
Além disso, os hilotas eram obrigados a utilizar chapéus de pele de cachorro como símbolo de
sua baixa posição social.
Um aspecto importante da sociedade espartana era que, diferentemente do que acontecia
em muitas pólis, as mulheres esparciatas tinham algumas liberdades, sendo responsáveis pelo
controle dos bens de sua casa e também participando de treinamentos esportivos. Elas também
desempenhavam papel importante no controle dos hilotas, especialmente quando os guerreiros
espartanos iam para a guerra.
A pólis de Atenas
Outra pólis que teve grande importância no mundo grego foi a de Atenas. Ela foi fundada
pelos jônios por volta do século IX a.C., na região da Península Balcânica conhecida como Ática.
Ao contrário de Esparta, que se desenvolveu no interior do território grego, a pólis de Atenas foi
construída próxima ao mar. Por essa razão, Atenas se tornou um importante centro comercial do
mundo grego e se beneficiou da exploração das rotas comerciais do Mar Mediterrâneo.
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Atlas of World History.
Em Atenas, a sociedade também estava dividida em três grupos principais. O mais
importante era formado pelo grupo dos cidadãos, os quais se consideravam descendentes dos
fundadores da pólis e por isso eram os únicos que tinham amplos direitos na sociedade
ateniense. Entre os cidadãos, se destacavam os eupátridas, a aristocracia ateniense. Além deles,
comerciantes, proprietários de terra e outros indivíduos que eram filhos de atenienses e tinham
nascido em Atenas também compunham esse grupo.
Abaixo dos cidadãos, estavam os metecos, formados por estrangeiros e ex-escravizados
que conquistaram a liberdade. Finalmente, o grupo mais baixo era o dos escravizados,
capturados durante as guerras vencidas pelos atenienses. Vale destacar que, diferentemente do
que ocorria em Esparta, as mulheres atenienses não tinham liberdades nem direitos políticos.
Elas não eram consideradas cidadãs, mesmo que tivessem nascido em Atenas. Dessa forma,
pode-se dizer que o domínio político de Atenas era uma exclusividade dos homens.
Na Grécia Antiga, todos os gregos não nascidos em Atenas eram chamados de estrangeiros.
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O sistema político de Atenas foi inicialmente uma monarquia com estrutura semelhante
àquela que existia em Esparta. O poder estava nas mãos de uma figura conhecida como basileu,
o rei ateniense, o qual não podia governar sozinho e era cercado por um conselho de
aristocratas, formado exclusivamente pelos eupátridas. Após poucos séculos, porém, a
sociedade ateniense foi se transformando, e os eupátridas se fortaleceram. Isso resultou no fim
da monarquia e na instauração de um regime em que os mais poderosos e ricos comandavam as
decisões políticas. Então, por volta do século VI a.C., a monarquia foi substituída por uma
oligarquia.
Os eupátridas passaram a governar Atenas de modo a beneficiar a si próprios, garantindo o
controle das melhores terras e impondo pesadas dívidas aos pequenos proprietários de terra. Os
costumes atenienses previam que aqueles que não pudessem pagar suas dívidas seriam
obrigados a se tornar escravizados como forma de quitá-las. Isso provocou um grande
desequilíbrio social, e muitos atenienses foram submetidos ao poder dos eupátridas.
O nascimento da democracia
O processo de empobrecimento dos pequenos proprietários de terra gerou revoltas entre a
população ateniense e abriu caminho para que novos grupos lutassem pelo poder. Foi assim que
alguns eupátridas articularam a instalação de tiranias em Atenas. Estas eram regimes que
utilizavam a força para derrubar os governantes, inclusive promovendo o assassinato de figuras
que pudessem oferecer resistência a esse processo e que promovessem reformas políticas e
sociais na pólis.
Os tiranos contavam com o apoio dos setores prejudicados pelas ações dos eupátridas, mas
ainda assim as disputas pelo poder criavam grande instabilidade no interior de Atenas. Para
tentar superar essa situação, alguns legisladores criaram leis para enfraquecer o poder excessivo
dos eupátridas e garantir o equilíbrio social. Sólon, no início do século VI a.C., promoveu o fim
da escravidão por dívidas e tomou medidas para proteger os pequenos proprietários e garantir o
acesso à terra.
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Busto de Sólon (c. 640-541 a.C.), de mármore, do Museu
Arqueológico Nacional, em Nápoles, na Itália.
Nesse processo de criação de novas leis, o regime político ateniense começou a se
transformar e a perder seu caráter puramente oligárquico. Isso ganhou força a partir de 510 a.C.,
quando o legislador Clístenes assumiu o poder em Atenas. Ele promoveu uma divisão da cidade
em demos, que eram compostos por um número variado de cidadãos. Esse sistema foi utilizado
para distribuir os diferentes grupos sociais de Atenas (pequenos proprietários, comerciantes,
grandes proprietários) e possibilitar que todos os demos pudessem ter representantes no
processo de tomada de decisões.
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Busto de Clístenes (c. 565 a.C.-492 a.C.), em exibição no Ohio
Statehouse, na cidade de Columbus, em Ohio, nos Estados
Unidos.
Para que isso ocorresse, seriam sorteados, entre todos os demos, 500 pessoas que fariam
parte da bulé, um conselho de cidadãos, a qual seria substituída todos os anos, mediante um
novo sorteio. Dessa maneira, todos os participantes dos demos teriam condições de participar
desse conselho. Além disso, também foi decidido que nenhum membro dos demos poderia ser
escolhido mais do que duas vezes na vida para participar da bulé.
Essa reforma atingiu dois objetivos: prevenir que indivíduos buscassem apoio popular para
instalar tiranias, e enfraquecer os eupátridas, evitando que o sistema político de Atenas ficasse
apenas sob controle de uma pequena oligarquia. Por isso, esse sistema ficou conhecido como
democracia, ou seja, o governo dos demos.
Além da bulé, existiam outras instituições importantes para o funcionamento da democracia
ateniense, como a ekklesia, assembleia da qual todos os cidadãos podiam participar, e a heleia,
tribunal formado por seis mil cidadãos que tinha a tarefa de aplicar a justiça na cidade.
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Era na bulé que os projetos de lei eram criados e enviados para a aprovação da ekklesia. Além
disso, para garantir a isenção da justiça, a aplicação de penas e punições ficava sob os cuidados
da heleia. Esse sistema foi concebido de modo a garantir a igualdade de todos os cidadãos, por
isso a democracia passou a ser vista como um regime político no qual todos os cidadãos tinham
direitos iguais para participar das decisões políticas da cidade.
É importante lembrar que as mulheres, os estrangeiros e os escravizados não eram
considerados cidadãos, portanto não tinham direito de participar de nenhuma dessas
instituições. Por isso, não se pode dizer que a democracia ateniense valia para todos; ela era um
direito exclusivo dos homens atenienses adultos e livres.
PARA REFLETIR
A democracia ateniense era baseada na participação direta dos cidadãos, por isso não se
elegiam representantes que tomariam decisões em nome dos cidadãos. Atualmente, como
seria possível ampliar a participação dos cidadãos nas decisões políticas, evitando que o
exercício da cidadania seja expresso apenas por meio do voto para a escolha de
representantes políticos?
TOME NOTA
Apesar da independência e da rivalidade entre as pólis, existiam eventos e atividades que
mobilizavam grandes regiões do mundo grego. Um exemplo disso eram os Jogos Olímpicos,
que ocorriam a cada quatro anos no santuário de Olímpia, o mais importante da Grécia. Os
jogos, além de uma homenagem aos deuses, eram também uma forma de os indivíduos
conquistarem honra e prestígio.
Estima-se que era possível comportar mais de 40 mil pessoas no estádio onde ocorriam os
jogos. Esse tipo de evento era importante para fortalecer os laços culturais das diversas
pólis e reforçar os vínculos de aliança e de proximidade, o que garantia uma unidade
cultural ao mundo grego.
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Ágora de Atenas, na parte inferior da imagem, e Acrópole, ao fundo. A ágora era a praça principal das
antigas cidades gregas, tornando-se parte essencial das atividades sociais, econômicas, religiosas e
culturais da pólis. No entanto, sua função primordial era a de centro político, contendo os principais
edifícios administrativos da cidade.
Página 10
AGORA É COM VOCÊ
Leia atentamente o poema a seguir. Ele foi escrito pelo poeta Tirteu, que viveu em Esparta
no século VII a.C. O poema trata do ideal que todo espartano deveria seguir durante a sua
vida. Com base nessa informação e na leitura, responda ao que se pede.
[...] Pois não há homem valente no combate,
se não suportar a vista da carnificina sangrenta
e não atacar, colocando-se de perto. [...]
É um bem comum para a cidade e todo o povo,
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que um homem aguarde, de pés fincados, na primeira fila,
encarniçado e todo esquecido da fuga vergonhosa,
expondo a sua vida e ânimo sofredor,
e, aproximando-se, inspire confiança
com suas palavras ao que lhe fica ao lado.
PEREIRA, Maria Helena da Rocha (org.). Hélade: Antologia da Cultura Grega. 10. ed. Lisboa: Guimarães
Editores, 2009.
1. Descreva a maneira como o poeta apresenta o ideal de vida dos espartanos.
2. Relacione esse ideal com o modelo de sociedade criado em Esparta.
3. Diferentemente de Esparta, na qual um modelo de sociedade baseado nos ideais
descritos por Tirteu se consolidou e pouco se modificou ao longo do tempo, a sociedade
ateniense passou por transformações. Explique como isso aconteceu.
As Guerras Médicas
Como visto no capítulo 4, os persas formaram um poderoso império no mesmo período em
que as pólis gregas se desenvolviam e se expandiam por grandes regiões do mundo antigo.
Como as duas civilizações estavam em processo de crescimento, ambas passaram a disputar os
mesmos territórios, e um conflito entre elas se tornou inevitável.
O problema teve início na região da Ásia Menor, onde existiam colônias gregas. Os persas
ocuparam esse território e submeteram essas colônias ao seu domínio. Inicialmente, elas
mantiveram sua autonomia; porém, com o tempo, os persas passaram a interferir na política
dessas colônias, cobrando, inclusive, pesados impostos, o que gerou revolta nas colônias e
também nas pólis gregas. Uma delas, Mileto, tentou enfrentar os persas, mas foi derrotada em
494 a.C.
Diante disso, os persas decidiram organizar um poderoso exército para invadir a Grécia e
ocupar todo o território grego. A invasão teve início em 490 a.C., quando Dario I liderou seu
exército e tentou conquistar Atenas. Porém, quando os persas se aproximavam da Ática, os
generais atenienses os atacaram de surpresa na Batalha de Maratona, em referência ao nome da
região da Ática onde ocorreu o combate. Os gregos saíram vitoriosos e obrigaram os persas a
recuar.
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O recuo dos persas, porém, não impediu que eles realizassem uma nova investida. Em 480
a.C., Xerxes, rei persa e filho de Dario I, atacou novamente os gregos, mobilizando mais de 150
mil soldados. Dessa vez, o combate aos persas não foi liderado apenas pelos atenienses, mas
contou também com a ajuda de Esparta e de outras pólis gregas. Com isso, as forças gregas
conseguiram superar os persas, derrotando-os definitivamente em 479 a.C., na Batalha de
Plateia.
Selo com a representação de um navio grego que guerreou contra a marinha persa na Batalha de Salamina,
em 480 a.C. Acervo do Museu Britânico, em Londres.
Página 11
Mesmo vitoriosos, os gregos não saíram ilesos das invasões persas. A cidade de Atenas foi
incendiada durante os conflitos e muitos soldados morreram. Essas invasões, porém,
provocaram uma mudança política significativa no mundo grego, pois Atenas se tornou uma
poderosa força entre todas as pólis e iniciou um esforço de controle e submissão daquelas mais
fracas.
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Representação do século XX da batalha naval de Salamina, que marcou o avanço das forças gregas até a
vitória final na Batalha de Plateia.
A Guerra do Peloponeso e o declínio do
mundo grego
Em 478 a.C., os atenienses criaram a chamada Liga (ou Confederação) de Delos. A ideia era
unir diversas pólis para defender o mundo grego de invasores. Para isso, os atenienses ficariam
responsáveis pela administração de recursos que seriam fornecidos por todos os membros, de
modo a criar um poderoso exército capaz de deter outros impérios que tentassem se impor
sobre os gregos. Porém, rapidamente a Liga de Delos se transformou em um instrumento para
enriquecer Atenas por meio de tributos que deveriam ser pagos pelas demais pólis.
Isso fez com que Esparta abandonasse a Liga e criasse uma nova aliança, conhecida como a
Liga do Peloponeso. As duas pólis se tornaram rivais e disputaram a hegemonia do mundo
grego. Os atenienses conseguiram reunir cerca de 200 pólis na Liga de Delos e passaram a
conquistar territórios persas na Ásia Menor. Além disso, a cidade de Atenas foi reconstruída e
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engrandecida com a realização de obras imponentes e luxuosas. Os atenienses assumiram uma
postura imperialista e passaram a ameaçar a independência das demais pólis gregas.
ATLAS de História mundial, 2001.
No final do século V a.C., a tensão entre Atenas e Esparta atingiu seu ápice. Temendo a
influência ateniense sobre as demais pólis, os espartanos decidiram atacar a potência rival. Isso
deu início à chamada Guerra do Peloponeso, um conflito que envolveu grande parte do mundo
grego, já que as aliadas das duas pólis também participaram da guerra, que se desenrolou de
431 a.C. até 404 a.C.
Página 12
Apesar da força econômica e marítima dos atenienses, as tropas espartanas eram muito
superiores no campo de batalha, o que resultou no cerco de Atenas pelos adversários. Os
atenienses tentaram se proteger dentro das muralhas da cidade, o que provocou a destruição
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dos campos que a rodeavam. Isolados, os atenienses foram obrigados a se render após o início
de uma peste que dizimou uma parcela grande da população da cidade. Em seguida, os
espartanos destruíram as muralhas atenienses e escravizaram muitos dos sobreviventes.
A vitória espartana teve um custo muito elevado, inclusive para os vencedores e seus aliados.
A Guerra do Peloponeso marcou o início do declínio do mundo grego, o que possibilitou o
fortalecimento de outros povos que viviam na região, especialmente os macedônicos.
O Helenismo e a disseminação da cultura
grega
Os macedônicos se desenvolveram no norte do Peloponeso. Durante o auge do mundo grego,
a Macedônia não tinha forças para ameaçar as pólis. Porém, a partir do momento em que os
conflitos internos provocaram o declínio das forças gregas, os macedônicos se organizaram e
invadiram a Grécia. Em 340 a.C., o rei Filipe II liderou suas forças e conseguiu submeter as pólis
gregas ao seu domínio.
Posteriormente, os macedônicos continuaram expandindo seu território, formando um dos
maiores impérios da Antiguidade. Nem mesmo a morte de Filipe II, em 336 a.C., impediu que
essa expansão continuasse. Seu filho, Alexandre, se tornou o líder de um império que se
estendia desde a Península Balcânica até as fronteiras da Índia, passando pela Ásia Menor, o
Oriente Médio, o norte da África e a Pérsia.
Mosaico romano com a representação da Batalha de Isso, na Ásia Menor, em 333 a.C., na qual o exército de
Alexandre, o Grande (em destaque na imagem), venceu o de Dario III, rei dos persas. Acervo do Museu
Arqueológico Nacional, em Nápoles, Itália.
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Esse império assimilou a cultura grega. Assim, durante o processo de expansão e conquista
de novos povos, as forças macedônicas ajudaram a disseminar essa cultura pelo mundo. Nesse
processo, a cultura grega se combinou com a cultura de outros povos, produzindo um influente
universo cultural que marcou o modo como muitos povos da Antiguidade se organizavam e se
comportavam. Esse processo ficou conhecido como Helenismo.
Em decorrência do Helenismo, muitos elementos da cultura grega se tornaram legados
culturais do mundo ocidental. Muitas ideias e valores gregos influenciaram outras civilizações,
especialmente a romana, o que possibilitou a preservação desses valores e a posterior
recuperação por outros povos ao longo dos séculos.
Foi assim que a filosofia, o teatro e as artes, a ciência, as ideias políticas, os mitos e muitos
outros elementos da cultura grega se disseminaram e se tornaram modelos para o Ocidente. Até
hoje, o pensamento filosófico deve muito às ideias produzidas pelos gregos, como as grandes
obras de Platão e de Aristóteles. O mesmo vale para a maneira de pensar a política, inclusive
muitas das concepções de democracia e do funcionamento da vida pública atual.
As artes gregas também foram adotadas como modelo, por muito tempo, para os artistas
ocidentais, que tentavam reproduzir o estilo e os temas trabalhados pelos gregos. Muitas das
peças teatrais gregas continuam importantes e famosas até hoje, como os trabalhos de Sófocles
(Édipo Rei e Antígona) e Eurípides (como Medeia e Electra).
Ruínas de um teatro grego em Halicarnasso, na Turquia. O Período Helenístico foi marcado pela difusão da
cultura grega pelo mundo oriental.
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Dessa forma, pode-se afirmar que a dominação macedônica marcou o fim do sistema de pólis
gregas, mas não representou a destruição do modo de vida e dos hábitos culturais criados por
essa civilização. E mesmo após a morte de Alexandre, em 323 a.C., e a dissolução do grande
Império Macedônico, os ideais helenísticos continuaram presentes no mundo antigo.
O Egito, por exemplo, se tornou um dos principais centros de difusão dessa cultura.
Ptolomeu, um dos generais de Alexandre, passou a governar egípcios e adotou os costumes
helenísticos. Seus descendentes, que se tornaram faraós, mantiveram essa tradição. A nova
capital do reino se tornou a cidade de Alexandria, onde foi construída uma das maiores
bibliotecas do mundo antigo. Foi nessa biblioteca que muito da cultura grega foi preservada e
estudada por muitos séculos. A dominação romana sobre o Egito, em 30 a.C., possibilitou a
continuidade desse processo de preservação da cultura grega, a qual passou a ser denominada
cultura greco-romana.
TOME NOTA
A cultura e o conhecimento gregos se tornaram pilares do mundo ocidental. Nesse caso, um
dos principais exemplos é o pensamento filosófico. Na tradição ocidental, considera-se que
a filosofia nasceu entre os gregos e visava conhecer a realidade do mundo e a maneira como
os seres humanos viviam e agiam. Ao longo da história da civilização grega, surgiram
diversas escolas filosóficas, como aquela liderada por Sócrates e Platão, ou aquela que teve
como principal professor Aristóteles. Além disso, durante o período helenístico, a filosofia
grega se combinou com a filosofia romana, dando origem a novas perspectivas que
influenciaram bastante o pensamento filosófico posterior. Por essa razão, é impossível
compreender a tradição filosófica ocidental existente hoje sem analisar o diálogo que
inúmeros filósofos de diferentes períodos da história estabeleceram com as obras
produzidas pelos pensadores gregos.
ENQUANTO ISSO...
A chegada dos arianos na Índia
Na Antiguidade, a região do atual território da Índia foi ocupada por diferentes povos,
especialmente nas proximidades do Rio Indo. Ali começaram a surgir importantes núcleos
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urbanos por volta de 3000 a.C., quando o povo dravidiano começou a construir as primeiras
grandes comunidades da região. Essas cidades cresceram e seus habitantes desenvolveram
importantes inovações tecnológicas para o período, como sistemas de água e esgoto para os
moradores do núcleo urbano e a criação de técnicas para produção de tecidos e outros
objetos que podiam ser comercializados na região.
Os dravidianos, porém, foram obrigados a abandonar suas cidades por volta de 1800 a.C.
Uma das razões para isso foi a chegada de um novo povo à região, os arianos. Estes eram
grupos nômades que se deslocaram da região do Cáucaso, expulsando as comunidades que
encontraram em seu caminho. Isso possibilitou a sedentarização dos arianos tanto nas
vizinhanças do Rio Indo quanto no Vale do Ganges, outro importante rio do subcontinente
indiano. Os arianos incorporaram elementos culturais dos dravidianos, criando novos
hábitos culturais e crenças religiosas. Foi nesse processo de interação entre arianos e
dravidianos que nasceu uma das religiões mais importantes do mundo, o hinduísmo.
Além disso, os arianos aproveitaram as técnicas urbanísticas e outros conhecimentos dos
dravidianos para se instalar na região e construir novas comunidades. Com o tempo, estas
se transformaram em reinos e passaram a disputar o poder sobre a região. Um dos mais
importantes que se formou nessa parte do mundo foi o Reino de Magadha, que controlou a
região do Vale do Ganges por um longo período.
Muitos elementos culturais desenvolvidos pela civilização ariana existem até hoje na Índia,
como as crenças religiosas e o sistema de castas. Além disso, é importante lembrar que
muitos povos da região do Mediterrâneo também estabeleceram contatos comerciais e
culturais com a região indiana, gerando a circulação de práticas e crenças por grandes
regiões do mundo antigo.
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ATLAS de História mundial, 2001.
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AGORA É COM VOCÊ
O texto a seguir faz parte de uma das mais importantes obras de história produzidas pelos
gregos. Trata-se da História da Guerra do Peloponeso, escrita pelo historiador ateniense
Tucídides (460 a.C.-400 a.C.). Leia atentamente o relato e depois responda ao que se pede.
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O acontecimento mais importante dos tempos passados foi a guerra com os persas, e
todavia ela foi prontamente decidida em dois combates navais e duas batalhas terrestres.
Mas a Guerra do Peloponeso estendeu-se por longo tempo, e no seu curso a Hélade sofreu
desastres como jamais houvera num lapso de tempo comparável. Nunca tantas cidades
foram capturadas e devastadas, algumas pelos bárbaros outras pelos próprios helenos
combatendo uns contra os outros, enquanto algumas, após a captura, sofreram uma
mudança total de habitantes. Nunca tanta gente foi exilada ou massacrada, quer no curso
da própria guerra, quer em consequência de dissensões civis. Assim, as estórias dos tempos
anteriores, transmitidas por tradição oral, mas muito raramente confirmadas pelos fatos,
deixaram de ser incríveis; as referentes a terremotos, por exemplo, pois eles ocorreram em
extensas regiões do mundo e foram também de grande violência; eclipses do sol, que
ocorreram a intervalos mais frequentes do que os mencionados para todo o tempo passado;
grandes secas, também, em algumas regiões, com a sequela da fome; finalmente – o
desastre que causou mais infortúnios à Hélade e destruiu uma considerável parcela de sua
população – a peste epidêmica. Todos esses desastres, na verdade, ocorreram
simultaneamente com a guerra, e ela começou quando os atenienses e peloponésios
romperam a trégua de trinta anos.
TUCÍDIDES. História da Guerra do Peloponeso. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 2001. p. 15.
1. Qual é a importância da Guerra do Peloponeso para o historiador Tucídides? Justifique
sua resposta.
2. Com base em seus conhecimentos, explique a razão pela qual o historiador ateniense
afirma que o maior infortúnio causado aos gregos foi a peste epidêmica.
3. Explique quais foram as principais consequências da Guerra do Peloponeso.
LEIA
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Mitos gregos (edição ilustrada): Histórias extraordinárias de heróis, deuses e monstros para
jovens leitores, de Nathaniel Hawthorne, Zahar. O livro reconta algumas das mais
importantes histórias da mitologia grega e pode ajudar a entender como os gregos
formulavam suas ideias religiosas e pensavam a relação das divindades com o mundo
humano.
ASSISTA
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Troia, de Wolfgang Petersen (EUA, 2004). Classificação indicativa: 15 anos. O filme conta a
história da Guerra de Troia, uma das narrativas elaboradas pelos gregos para explicar a
origem de sua sociedade. O filme é baseado na obra Ilíada, escrita por Homero.
ESTE CAPÍTULO ABORDOU
O processo de formação da civilização grega.
O sistema das pólis.
As principais características de Esparta e de Atenas.
O nascimento da democracia grega.
As Guerras Médicas.
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A Guerra do Peloponeso e o declínio da civilização grega.
O processo de conquista macedônico da Grécia.
A importância do Helenismo para a preservação dos legados culturais gregos.
Página 15
ATIVIDADES PARA SALA
Questão 01
As duas principais pólis gregas foram Esparta e Atenas. Elas tinham uma organização social com
muitas diferenças entre si, mas também com algumas semelhanças. Cite quais são as principais
diferenças e semelhanças entre ambas.
Questão 02
O mundo grego se formou a partir da combinação de diferentes povos e culturas. Explique como
se deu esse processo.
Questão 03
Explique qual foi o papel do Helenismo na transformação da cultura grega em um dos principais
legados da cultura ocidental.
O texto a seguir é um fragmento da Lei Ateniense contra a Tirania, de 337 a.C.-336 a.C. Leia-
o atentamente e depois responda ao que se pede.
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Eucrates, filho de Aristôtimos, do Pireu, fez a moção: com a boa sorte do Povo de Atenas. Que os
legisladores resolvam: se alguém se rebelar contra o Povo visando implantar a Tirania, ou juntar-
se a conspiradores, ou se alguém atenta contra o Povo de Atenas ou contra a Democracia, em
Atenas, se alguém cometeu algum destes crimes, quem o matar estará livre do processo [...].
FUNARI, Pedro Paulo. Antiguidade Clássica: a história e a cultura a partir dos documentos. Campinas: Editora
Unicamp, 2003. p. 90.
Questão 04
A tirania foi um processo político que antecedeu a instauração da democracia em Atenas.
Explique as origens da tirania e quais foram os principais desdobramentos dessa forma de
governo.
Questão 05
De acordo com o documento, qual seria a punição recebida por quem apoiasse um tirano?
ATIVIDADES PROPOSTAS
Questão 01
(UNESP)
Apesar de sua dispersão geográfica e de sua fragmentação política, os gregos tinham uma
profunda consciência de pertencer a uma só e mesma cultura. Esse fenômeno é tão mais
extraordinário, considerando-se a ausência de qualquer autoridade central política ou religiosa
e o livre espírito de invenção de uma determinada comunidade para resolver os diversos
problemas políticos ou culturais que se colocavam para ela.
Moses I. Finley. Os primeiros tempos da Grécia. 1998. (adaptado)
O excerto refere-se ao seguinte aspecto essencial da história grega da Antiguidade:
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a) a predominância da reflexão política sobre o desenvolvimento das belas-artes.
b) a fragilidade militar de populações isoladas em pequenas unidades políticas.
c) a vinculação do nascimento da filosofia com a constituição de governos tirânicos.
d) a existência de cidades-Estado conjugada a padrões civilizatórios de unificação.
e) a igualdade social sustentada pela exploração econômica de colônias estrangeiras.
Questão 02
(FGV)
[...] a partir do século V a.C., a guerra tornou-se endêmica no Mediterrâneo. Foram séculos de
guerra contínua, com maior ou menor intensidade, ao redor de toda a bacia. O trabalho
acumulado nos séculos anteriores tornara possível um adensamento dos contatos, um
compartilhamento de informações e estruturas sociais, uma organização dos territórios rurais
que propiciava a extensão de redes de poder. Foram os pontos centrais dessas redes de poder
que animaram o conflito nos séculos seguintes.
GUARINELLO, Norberto Luiz. História Antiga. 2013.
Sobre esses “séculos de guerra contínua”, é correto afirmar que
a) as Guerras Púnicas, entre Atenas e Cartago, foram uma disputa pelo controle comercial sobre
o Mar Mediterrâneo, terminando após três grandes enfrentamentos, com a vitória de Cartago
e a hegemonia cartaginesa em todo o mundo antigo ocidental.
b) as Guerras Macedônicas foram um longo conflito entre o Reino da Macedônia, em aliança
com os persas, e o Império Romano, que venceu com muitas dificuldades porque ainda
estava em guerra com outros povos.
a) as Guerras Médicas, entre persas e gregos, resultaram na vitória dos últimos e, em meio a
esses confrontos, permitiram que Atenas liderasse a Liga de Delos, aliança de cidades-Estado
gregas com o intuito de combater a presença persa no Mediterrâneo.
b) as Campanhas de Alexandre, o Grande, aliado a Esparta e Corinto, combateram e venceram
as poderosas forças persas e ampliaram os domínios gregos até a Ásia Menor, propagando os
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p ç p p g g , p p g
princípios da democracia ateniense pelo Mediterrâneo.
c) a Guerra do Peloponeso, o mais importante conflito bélico da Antiguidade, envolveu as
principais cidades-Estado gregas que, aliadas a Roma, enfrentaram e derrotaram as forças
militares cartaginesas.
Página 16
Questão 03
(FALBE)
Por muito tempo, entre os historiadores pensou-se que os gregos formavam um povo superior
de guerreiros que, por volta de 2000 a.C., teria conquistado a Grécia, submetendo a população
local.
Hoje em dia, os estudiosos descartam esta hipótese, considerando que houve um movimento
mais complexo. Segundo o pesquisador Moses Finley, a “chegada dos gregos significou a
introdução de um elemento novo que se misturou com seus predecessores para criar,
lentamente, uma nova civilização e estendê-la como e por onde puderam”.
FUNARI, Pedro Paulo. Grécia e Roma. São Paulo: Contexto, 2001. (adaptado)
Segundo o texto, a formação da Grécia Antiga ocorreu
a) de forma negociada, por meio de alianças e acordos políticos entre os líderes das principais
tribos nativas da Península Balcânica.
b) de forma gradual, a partir da integração de povos provenientes de outras regiões com
habitantes da parte sul da Península Balcânica.
c) de forma planejada, pela expansão militar dos povos nativos da Península Balcânica sobre
territórios controlados por grupos bárbaros.
d) de forma violenta, com a submissão dos habitantes originais da Península Balcânica a
conquistadores recém-chegados do norte.
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Questão 04
(UFRGS) Na sua narrativa da Guerra do Peloponeso, Tucídides assim relata as práticas funerais
atenienses:
Desse cortejo participam livremente cidadãos e estrangeiros; e as mulheres da família estão
presentes, ao túmulo, fazendo ouvir sua lamentação. Depositam-se, em seguida, os despojos no
monumento público, situado na mais bela avenida da cidade, e onde as vítimas de guerra são
sempre sepultadas – à exceção dos mortos de Maratona: a estes, considerando-se seu mérito
excepcional, concedeu-se sepultura no próprio lugar da batalha. Uma vez que a terra recobre os
mortos, um homem escolhido pela pólis, reputado por distinguir-se intelectualmente e gozar de
alta estima, pronuncia em sua honra um elogio apropriado; depois disto, todos se retiram. Assim
têm lugar esses funerais; e, durante toda a guerra, quando era o caso, aplicava-se o costume.
LORAUX, Nicole. Invenção de Atenas. Rio de Janeiro: Editora 34, 1994. p. 39.
Assinale a alternativa correta a respeito da história da Antiguidade grega, a partir do texto
apresentado.
a) Os ritos funerais na Grécia Antiga eram cerimônias religiosas, destinadas apenas a conduzir
ao paraíso os heróis mortos.
b) Os metecos, participantes das práticas funerais, formavam parte do demos ateniense e
possuíam os mesmos direitos políticos que os cidadãos da pólis.
c) Todos os soldados atenienses mortos nos confrontos com Esparta, em razão do grande
mérito de seus feitos, eram sepultados no próprio lugar da batalha.
d) A cena descrita, ocorrida na democracia ateniense, indica o valor dado aos cidadãos mais
eloquentes da cidade.
e) A realização de um discurso fúnebre por alguém escolhido na massa de cidadãos de Atenas
revela o caráter secundário e improvisado da cerimônia.
Questão 05
(PUCCAMP) Considere o texto abaixo.
Do ponto de vista territorial, uma pólis se divide em duas partes: a acrópole [...] e a ágora [...]. No
entanto, se perguntássemos a um grego da época clássica o que era a pólis, provavelmente esta
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não seria sua definição: para ele, a pólis não designava um lugar geográfico, mas uma prática
política exercida pela comunidade de seus cidadãos. [...] Se no caso da pólis o conceito de
cidade não se referia à dimensão espacial da cidade e sim à sua dimensão política, o conceito de
cidadão não se refere ao morador da cidade, mas ao indivíduo que pode participar da vida
política.
ROLNIK, Raquel. O que é cidade. In: PETTA, Nicolina L; OJEDA, A. B. História, uma abordagem integrada. São
Paulo: Moderna, [s.d.]. p. 17.
O conhecimento histórico e o texto permitem afirmar que na Grécia Antiga
a) a cidadania, direito de participar da vida pública, atingia todos os habitantes da maioria das
cidades-Estado.
b) o equilíbrio de poderes presente nas cidades-Estado evitou a ocorrência de conflitos sociais.
c) a lei era o resultado de discussões entre os representantes da cidade-Estado e definia o
direito dos cidadãos.
d) a soberania dos cidadãos dotados de plenos direitos era fundamental para a existência da
cidade-Estado.
e) o direito à cidadania e a organização política possibilitaram a criação da democracia em todo
o país.
Questão 06
(UPE-SSA)
O homem que destrói cidades é demente
como o profanador de templos e túmulos,
asilos sacrossantos dos parentes mortos.
Quem age dessa forma, cedo há de perder-se.
Esse é um fragmento da tragédia As Troianas, escrita por Eurípides. Apresentada pela primeira
vez em 415 a.C., encontrou a cidade de Atenas e muitas outras pólis gregas envolvidas na Guerra
do Peloponeso (431 a.C.-404 a.C.).
Sobre esse conflito, é correto afirmar que
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, q
a) envolveu a maior parte dos Estados do Mediterrâneo Oriental, como a Pérsia e o Egito.
b) opôs as duas principais cidades-Estado, Atenas e Esparta, e seus aliados, organizados em
ligas rivais.
c) foi rápido graças à evolução militar das falanges.
d) apesar de ter durado décadas, seu impacto na vida cotidiana dos gregos foi limitado.
e) as cidades marítimas apoiaram Esparta, uma potência militar mais avançada que Atenas.
Página 17
Questão 07
(PUC-SP) Em termos constitucionais mais convencionais, [na Atenas antiga] o povo não só era
elegível para cargos públicos e possuía o direito de eleger administradores, mas também era seu
o direito de decidir quanto a todos os assuntos políticos e o direito de julgar, constituindo-se
como tribunal, todos os casos importantes civis e criminais, públicos e privados. A concentração
da autoridade na Assembleia, a fragmentação e o rodízio dos cargos administrativos, a escolha
por sorteio, a ausência de uma burocracia remunerada, as cortes com júri popular, tudo isso
servia para evitar a criação da máquina partidária e, portanto, de uma elite política
institucionalizada.
FINLEY. M. I. Democracia antiga e moderna. Rio de Janeiro: Graal, 1988. p. 37.
A partir do texto, pode-se afirmar que a democracia, na Atenas antiga,
a) limitava a atuação do conjunto da sociedade nas decisões e nos assuntos políticos, que
ficavam restritos à elite intelectual e econômica.
b) reconhecia a necessidade da tripartição do poder, com a separação e a isonomia entre o
executivo, o legislativo e o judiciário.
c) dependia do bom funcionamento do aparato administrativo, composto por funcionários
estáveis e por ampla hierarquia burocrática.
d) permitia a ampla manifestação dos cidadãos e tinha mecanismos que impediam a
perpetuação das mesmas pessoas em cargos administrativos.
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Questão 08
(UFPA) No Estado democrático ateniense, a Assembleia do Povo era o poder soberano. Contudo,
a democracia ateniense tinha limites, como se observava na composição da Assembleia uma vez
que nela se estabelecia o(a)
a) direito à manifestação livre a todos os habitantes da Ática, desde que fossem filhos de pais
atenienses e mães metecas.
b) participação de homens ricos, possuidores de terras e de um número pequeno de
escravizados urbanos e vinculados à elite.
c) exclusão dos hoplitas e estrangeiros, mesmo que esses tivessem cargos e fossem possuidores
de alguma honra militar.
d) participação de cidadãos atenienses maiores de vinte anos, filhos de pai cidadão e de mãe
ateniense, excluindo-se as mulheres e os escravizados.
e) participação de cidadãos atenienses maiores de 18 anos, desde que esses fossem honrados e
tivessem pelo menos um escravo.
Questão 09
(FALBE) Observe a imagem.
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Entre as características da pólis grega, podemos citar a
a) dimensão híbrida da acrópole, que conjugava espaços religiosos com grandes áreas de
plantio e produção de alimentos.
b) incorporação de elementos arquitetônicos de origem etrusca na construção das habitações
populares.
c) conurbação, que provocava a junção de diversas aldeias e cidades numa mesma unidade
administrativa.
d) construção de templos e edifícios públicos em locais altos e o caráter fortificado da acrópole.
Questão 10
(UPF) A palavra democracia tem origem na Grécia Antiga, mais especificamente em Atenas, e a
partir do século XIX ganhou conteúdo diferente. Ao contrário do seu significado atual, na pólis
grega, a democracia
a) era exercida de maneira indireta pelos cidadãos, que escolhiam seus representantes políticos
por meio de eleições periódicas e regulares.
b) permitia a participação do conjunto da população da cidade, reconhecendo o direito político
de camponeses e artesãos, que se organizavam em assembleias plebeias livremente eleitas.
c) defendia a igualdade de todas as camadas sociais perante a lei, garantindo a todos o direito
de participar e votar na Assembleia dos cidadãos, que se reunia na praça da cidade.
d) era restritiva em termos de direitos políticos, pois convivia com a escravidão, não permitindo
a participação dos estrangeiros e das mulheres.
e) não permitia a participação dos militares e guerreiros, considerados incapazes para o
exercício da livre discussão e para a tomada de decisões consensuais.
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  • 1. 01/02/2022 11:43 Estante de Conteúdo https://livrosdigitais.portalsas.com.br/capitulos/27198?collectionId=9&materialId=950 1/39 Capítulo 5 Grécia Antiga Hoje, é impossível pensar em política sem lembrar do conceito de democracia. Qualquer pessoa que estude Filosofia precisa conhecer as obras e as ideias de filósofos como Platão e Aristóteles. Nos esportes, um dos maiores eventos mundiais é a disputa dos Jogos Olímpicos. Na Literatura, a Ilíada e a Odisseia, poemas épicos de Homero, são considerados marcos iniciais da tradição literária ocidental. Na Matemática, o Teorema de Pitágoras é uma das bases da Geometria. Na Medicina, o “juramento de Hipócrates” é a base da ética médica. Esses diferentes campos demonstram a importância da cultura grega para a formação do mundo ocidental e a maneira como a sociedade está organizada nos dias atuais. A política, a Filosofia, os esportes, a Literatura, a Matemática, a Medicina e muitas outras atividades humanas foram influenciadas por ideias, práticas e costumes criados pela civilização grega, que começou a se desenvolver na região da Península Balcânica, há cerca de 5 mil anos. Nessa região, surgiram inúmeras cidades-Estado que compartilhavam uma cultura comum, mas que viviam de forma independente entre si. Mesmo após a perda da autonomia dessas cidades, quando conquistadores estrangeiros conseguiram submetê-las e incorporá-las a seus impérios, a cultura grega foi preservada e se disseminou entre as civilizações da Antiguidade. O processo de preservação dessa cultura possibilitou que ideias, crenças e valores gregos se transformassem em um modelo para muitas sociedades atuais. Por isso, uma maneira de entender a organização histórica do Ocidente é refletir sobre a história da Grécia Antiga e as características dessa civilização. Avaliar 2 Capítulo 5
  • 2. 01/02/2022 11:43 Estante de Conteúdo https://livrosdigitais.portalsas.com.br/capitulos/27198?collectionId=9&materialId=950 2/39 Momento da formação dos anéis olímpicos na Cerimônia de Abertura das Olimpíadas do Rio de Janeiro, no Estádio do Maracanã. Foto de 5 de agosto de 2016. Página 3 Formação do mundo grego A origem do mundo grego está relacionada com diversos movimentos migratórios que se direcionaram para o sul da Península Balcânica entre 3000 a.C. e 1000 a.C. Nesse período, povos indo-europeus, como os aqueus, os eólios, os jônios e os dórios se instalaram nessa região e passaram a desenvolver comunidades independentes e com características sociais próprias. Apesar disso, esses povos tinham traços culturais semelhantes, como línguas e costumes próximos. Avaliar 2
  • 3. 01/02/2022 11:43 Estante de Conteúdo https://livrosdigitais.portalsas.com.br/capitulos/27198?collectionId=9&materialId=950 3/39 Os primeiros a chegar à Península foram os aqueus. A partir de 2600 a.C., eles começaram a fundar diversas cidades na região conhecida como Peloponeso (ver mapa “Grécia Antiga – Peloponeso (c. 1600 a.C.)” a seguir). Essas cidades não formavam um governo centralizado e cada uma delas era comandada por um rei, sendo conhecidas hoje como cidades-Estado, já estudadas no capítulo 3. Como tinham características semelhantes, elas deram origem à civilização micênica, nome alusivo a Micenas, principal cidade fundada nesse período. Além dela, outras cidades importantes foram Pilos, Argos e Tirinto. Avaliar 2
  • 4. 01/02/2022 11:43 Estante de Conteúdo https://livrosdigitais.portalsas.com.br/capitulos/27198?collectionId=9&materialId=950 4/39 ATLAS of world history, 2007. A civilização micênica foi influenciada por diferentes povos da Antiguidade, como os egípcios e os cretenses, também chamados de minoicos (você pode rever informações sobre os cretenses na seção Enquanto isso... do capítulo 4, na página 60). Isso possibilitou o desenvolvimento de uma rica cultura na região e o crescimento de suas cidades, as quais dependiam principalmente do comércio praticado no Mar Mediterrâneo. Porém, por volta de 1200 a.C., essa civilização entrou em declínio e desapareceu devido a uma combinação de fatores, como as invasões dos chamados “povos do mar” e os problemas provocados por catástrofes naturais e por disputas políticas. Foi durante esse período de declínio que ocorreu outra onda migratória na região do Peloponeso. Os dórios chegaram à região, conquistaram e destruíram as cidades micênicas. Com isso, parte dos habitantes da Península foi obrigada a se deslocar para regiões vizinhas, especialmente para a Ásia Menor . A população que permaneceu foi escravizada pelos dórios. Ásia Menor é a região em que os continentes da Ásia e da Europa estão próximos um do outro, separados apenas por uma faixa estreita de mar. Também era conhecida por seu Avaliar 2
  • 5. 01/02/2022 11:43 Estante de Conteúdo https://livrosdigitais.portalsas.com.br/capitulos/27198?collectionId=9&materialId=950 5/39 nome grego, Anatólia, que, no passado, era ponto de encontro de viajantes que passavam entre a Ásia e a Europa. Atualmente, é parte da Turquia. As comunidades fundadas pelos dórios eram muito diferentes daquelas que existiam antes deles. O comércio marítimo perdeu importância e os povos que viviam na região passaram a depender da pecuária e da agricultura. Além disso, essas comunidades se organizavam em grupos chamados de geno, formados por indivíduos que possuíam relações de parentesco e que acreditavam descender de ancestrais comuns. Cada geno era liderado pelos membros mais velhos, que tinham grandes poderes para comandar os demais. Página 4 O poder dentro dos geno era passado de pai para filho; e os demais membros do grupo, como mulheres, crianças, parentes e escravizados, deviam prestar obediência completa ao líder. O trabalho era dividido por todos, e os alimentos eram repartidos de acordo com as necessidades do grupo. Além disso, diferentes geno poderiam estabelecer relações de ajuda mútua, caso fosse necessário. Esse sistema prevaleceu no Peloponeso por cerca de dois séculos, porém o crescimento populacional provocou a lenta desagregação dessas comunidades. Os recursos necessários para a produção agrícola foram se tornando mais limitados, provocando disputas entre diferentes comunidades. Isso beneficiou os líderes mais fortes, que passaram a controlar os melhores recursos. Foi assim que surgiu uma camada de aristocratas capazes de impor suas vontades sobre os demais. A repartição igualitária dos recursos deixou de existir e as comunidades foram se tornando mais desiguais. O sistema das pólis As transformações sociais ocorridas nesse período fizeram com que as pequenas comunidades se unissem para lutar por recursos e conquistar melhores terras, o que possibilitou o surgimento de cidades no Peloponeso e em outras regiões da Península Balcânica. Esse processo, que teve início por volta do século IX a.C., originou as chamadas pólis, as cidades- Estado gregas, que, como você verá, tinham características diferentes das cidades-Estado de outras civilizações. Nos séculos seguintes, surgiram muitas cidades, tanto na Península Balcânica quanto em outras regiões do Mar Mediterrâneo exploradas pelos gregos. No século V Avaliar 2
  • 6. 01/02/2022 11:43 Estante de Conteúdo https://livrosdigitais.portalsas.com.br/capitulos/27198?collectionId=9&materialId=950 6/39 a.C., já existiam mais de mil pólis gregas de tamanhos variados; algumas, grandes e populosas, outras, pequenas e com menos habitantes. Cada pólis era uma comunidade autônoma que contava com governo e exército próprios, além de possuírem organizações sociais muito variadas. De forma geral, o governo da cidade era dirigido pelo chamado demos, o conjunto de cidadãos. Isso, porém, não significa que todos os habitantes da pólis faziam parte do demos. As mulheres quase sempre eram excluídas de toda participação política, assim como os estrangeiros e os escravizados. Em algumas pólis, o governo era formado por monarquias, nas quais os cidadãos tinham o papel de auxiliar a tomada de decisões dos reis. Em outras, como será visto adiante, o sistema político se transformou em uma democracia, na qual os próprios cidadãos tomavam todas as decisões políticas da cidade. O espaço da pólis era dividido em duas partes diferentes. Existia uma região urbana, chamada de ásty, onde ficavam as casas, os templos, os palácios, os teatros, os ginásios e a ágora . Nos séculos iniciais das pólis, essa parte da cidade era construída em uma elevação, por isso também era chamada de acrópole. A ágora era um espaço público das antigas cidades gregas no qual podiam ocorrer eventos e celebrações, bem como as discussões políticas dos cidadãos. Em Atenas, a ágora passou da parte alta da cidade para a parte baixa antes do século V a.C. Imagem panorâmica da cidade de Atenas, considerada a principal pólis da Grécia Antiga. À direita, pode-se ver a parte elevada da cidade, chamada de acrópole. Avaliar 2
  • 7. 01/02/2022 11:43 Estante de Conteúdo https://livrosdigitais.portalsas.com.br/capitulos/27198?collectionId=9&materialId=950 7/39 Página 5 Separada da ásty por uma muralha, existia também a khora, a parte rural da pólis, onde os gregos criavam seus animais e cuidavam de suas plantações. A agricultura desempenhava um papel importante nas pólis gregas, mas, em algumas delas, o comércio também era uma atividade econômica bastante desenvolvida. Isso permitiu aos gregos ampliar a exploração do Mediterrâneo, fundando muitas colônias nas ilhas mediterrâneas e também na Ásia Menor. Entre os séculos VIII a.C. e VI a.C., a expansão grega permitiu o surgimento de colônias e de novas pólis em grande parte do Mediterrâneo, e também no Mar Negro. Além disso, colônias gregas foram fundadas na Europa e na África. Assim, era possível encontrar comunidades gregas em diferentes lugares, como nas atuais regiões da Romênia, da Itália, da Turquia, do Egito, da França e da Espanha, entre outras. O território da atual Sicília e o sul da atual Itália foram regiões importantes da colonização grega. Esta última ficou conhecida como Magna Grécia, e muitas das colônias gregas criadas nesses territórios são cidades que existem até hoje, como Nápoles e Siracusa. SAIBA MAIS Os gregos eram politeístas, ou seja, tinham uma religião marcada pela crença em mais de uma divindade. Um aspecto importante dos deuses gregos era que eles tinham características humanas não só na aparência, mas também nos sentimentos e motivações. Assim, as narrativas religiosas gregas eram movidas por ciúme, raiva, inveja, vingança, amor etc. Além disso, os gregos acreditavam que seus deuses podiam se relacionar com os mortais e interferir ativamente no mundo e na sociedade, razão pela qual era importante agradá-los e prestar sacrifícios diversos para mantê-los felizes e, assim, conquistar a proteção divina. Em decorrência disso, nas pólis gregas eram erguidas grandes estátuas em homenagem aos deuses, especialmente àqueles que eram considerados os protetores das pólis. Os gregos também construíram grandes santuários onde realizavam sacrifícios e louvavam os deuses. O Santuário de Olímpia, dedicado a Zeus, o deus mais importante do panteão grego, tinha o tamanho de 140 campos de futebol atuais: de 90 a 120 metros de comprimento e de 45 a 90 metros de largura. Avaliar 2
  • 8. 01/02/2022 11:43 Estante de Conteúdo https://livrosdigitais.portalsas.com.br/capitulos/27198?collectionId=9&materialId=950 8/39 Representação do século XIX de como teria sido a estátua de Zeus do templo principal de Olímpia, na Grécia. Essa estátua, construída pelo escultor Fídias no século V a.C., era uma das sete maravilhas do mundo antigo. Página 6 Avaliar 2
  • 9. 01/02/2022 11:43 Estante de Conteúdo https://livrosdigitais.portalsas.com.br/capitulos/27198?collectionId=9&materialId=950 9/39 AGORA É COM VOCÊ Observe a imagem a seguir. Trata-se de uma reprodução da estrutura da pólis grega na Antiguidade. Com base na observação da imagem, responda ao que se pede. 1. Descreva a imagem e, com base em seus conhecimentos, indique que parte da pólis a imagem representa. Justifique sua resposta. 2. É possível observar a presença de uma estátua quase no centro da imagem. Trata-se de uma representação de uma divindade grega. Explique a razão pela qual os gregos construíam essas estátuas em suas pólis. 3. A pólis era dividida em duas partes. Na imagem, é possível observar apenas uma dessas partes. Qual era a outra? Como as duas regiões eram divididas? Avaliar 2
  • 10. 01/02/2022 11:43 Estante de Conteúdo https://livrosdigitais.portalsas.com.br/capitulos/27198?collectionId=9&materialId=950 10/39 A pólis de Esparta A pólis de Esparta era uma das mais importantes do mundo grego. Ela foi fundada pelos dórios na região do Peloponeso por volta do século IX a.C. Em pouco tempo, os espartanos conseguiram dominar grande parte da região e se tornar uma força militar importante na Grécia Antiga. Uma das razões para Esparta ter se tornado uma pólis poderosa foi ter se constituído como uma sociedade de guerreiros. Os espartanos eram considerados todos iguais entre si, por isso recebiam o nome de “homoi” (iguais) e se dedicavam constantemente a treinar para a guerra. Com isso, os soldados espartanos, chamados de hoplitas, se destacaram no mundo grego, sendo temidos pelas outras pólis e capazes de fazer frente às forças militares de outros povos da Antiguidade, como os persas. Escultura grega representando hoplitas em marcha com o auxílio de cavalos para o transporte, em aproximadamente 490 a.C. Apesar da ideia de igualdade existente nessa pólis, nem todos que viviam na região de Esparta tinham a mesma posição social. A sociedade espartana era dividida em três grupos principais: os próprios espartanos, chamados de esparciatas, que compunham uma pequena parcela da população; os periecos, pessoas livres que foram dominadas pelos espartanos e que não tinham direitos políticos ou militares; e os hilotas, pessoas escravizadas durante as guerras espartanas de dominação na região do Peloponeso. A pólis era governada por um sistema monárquico. Existiam dois reis vitalícios e hereditários. Além deles, o governo era formado também pelos conselhos de espartanos, formados por três instituições principais: a Gerúsia, um conselho de anciãos formado por 28 membros; a Ápela, composta por todos os espartanos com mais de 30 anos; e o Eforato, formado por cinco magistrados eleitos pela Ápela. Avaliar 2
  • 11. 01/02/2022 11:43 Estante de Conteúdo https://livrosdigitais.portalsas.com.br/capitulos/27198?collectionId=9&materialId=950 11/39 Página 7 Dessa forma, pode-se dizer que o sistema político de Esparta era uma monarquia aristocrática controlada pelos espartanos. Os periecos e os hilotas não podiam participar de nenhuma dessas instituições e eram constantemente vigiados pelos espartanos, que temiam revoltas. Além disso, era comum o uso de violência contra os hilotas, que podiam sofrer os mais diversos maus-tratos. Era frequente, por exemplo, que os espartanos embebedassem os hilotas para humilhá-los e utilizá-los para representar a importância de evitar o consumo de álcool. Além disso, os hilotas eram obrigados a utilizar chapéus de pele de cachorro como símbolo de sua baixa posição social. Um aspecto importante da sociedade espartana era que, diferentemente do que acontecia em muitas pólis, as mulheres esparciatas tinham algumas liberdades, sendo responsáveis pelo controle dos bens de sua casa e também participando de treinamentos esportivos. Elas também desempenhavam papel importante no controle dos hilotas, especialmente quando os guerreiros espartanos iam para a guerra. A pólis de Atenas Outra pólis que teve grande importância no mundo grego foi a de Atenas. Ela foi fundada pelos jônios por volta do século IX a.C., na região da Península Balcânica conhecida como Ática. Ao contrário de Esparta, que se desenvolveu no interior do território grego, a pólis de Atenas foi construída próxima ao mar. Por essa razão, Atenas se tornou um importante centro comercial do mundo grego e se beneficiou da exploração das rotas comerciais do Mar Mediterrâneo. Avaliar 2
  • 12. 01/02/2022 11:43 Estante de Conteúdo https://livrosdigitais.portalsas.com.br/capitulos/27198?collectionId=9&materialId=950 12/39 Atlas of World History. Em Atenas, a sociedade também estava dividida em três grupos principais. O mais importante era formado pelo grupo dos cidadãos, os quais se consideravam descendentes dos fundadores da pólis e por isso eram os únicos que tinham amplos direitos na sociedade ateniense. Entre os cidadãos, se destacavam os eupátridas, a aristocracia ateniense. Além deles, comerciantes, proprietários de terra e outros indivíduos que eram filhos de atenienses e tinham nascido em Atenas também compunham esse grupo. Abaixo dos cidadãos, estavam os metecos, formados por estrangeiros e ex-escravizados que conquistaram a liberdade. Finalmente, o grupo mais baixo era o dos escravizados, capturados durante as guerras vencidas pelos atenienses. Vale destacar que, diferentemente do que ocorria em Esparta, as mulheres atenienses não tinham liberdades nem direitos políticos. Elas não eram consideradas cidadãs, mesmo que tivessem nascido em Atenas. Dessa forma, pode-se dizer que o domínio político de Atenas era uma exclusividade dos homens. Na Grécia Antiga, todos os gregos não nascidos em Atenas eram chamados de estrangeiros. Avaliar 2
  • 13. 01/02/2022 11:43 Estante de Conteúdo https://livrosdigitais.portalsas.com.br/capitulos/27198?collectionId=9&materialId=950 13/39 Página 8 O sistema político de Atenas foi inicialmente uma monarquia com estrutura semelhante àquela que existia em Esparta. O poder estava nas mãos de uma figura conhecida como basileu, o rei ateniense, o qual não podia governar sozinho e era cercado por um conselho de aristocratas, formado exclusivamente pelos eupátridas. Após poucos séculos, porém, a sociedade ateniense foi se transformando, e os eupátridas se fortaleceram. Isso resultou no fim da monarquia e na instauração de um regime em que os mais poderosos e ricos comandavam as decisões políticas. Então, por volta do século VI a.C., a monarquia foi substituída por uma oligarquia. Os eupátridas passaram a governar Atenas de modo a beneficiar a si próprios, garantindo o controle das melhores terras e impondo pesadas dívidas aos pequenos proprietários de terra. Os costumes atenienses previam que aqueles que não pudessem pagar suas dívidas seriam obrigados a se tornar escravizados como forma de quitá-las. Isso provocou um grande desequilíbrio social, e muitos atenienses foram submetidos ao poder dos eupátridas. O nascimento da democracia O processo de empobrecimento dos pequenos proprietários de terra gerou revoltas entre a população ateniense e abriu caminho para que novos grupos lutassem pelo poder. Foi assim que alguns eupátridas articularam a instalação de tiranias em Atenas. Estas eram regimes que utilizavam a força para derrubar os governantes, inclusive promovendo o assassinato de figuras que pudessem oferecer resistência a esse processo e que promovessem reformas políticas e sociais na pólis. Os tiranos contavam com o apoio dos setores prejudicados pelas ações dos eupátridas, mas ainda assim as disputas pelo poder criavam grande instabilidade no interior de Atenas. Para tentar superar essa situação, alguns legisladores criaram leis para enfraquecer o poder excessivo dos eupátridas e garantir o equilíbrio social. Sólon, no início do século VI a.C., promoveu o fim da escravidão por dívidas e tomou medidas para proteger os pequenos proprietários e garantir o acesso à terra. Avaliar 2
  • 14. 01/02/2022 11:43 Estante de Conteúdo https://livrosdigitais.portalsas.com.br/capitulos/27198?collectionId=9&materialId=950 14/39 Busto de Sólon (c. 640-541 a.C.), de mármore, do Museu Arqueológico Nacional, em Nápoles, na Itália. Nesse processo de criação de novas leis, o regime político ateniense começou a se transformar e a perder seu caráter puramente oligárquico. Isso ganhou força a partir de 510 a.C., quando o legislador Clístenes assumiu o poder em Atenas. Ele promoveu uma divisão da cidade em demos, que eram compostos por um número variado de cidadãos. Esse sistema foi utilizado para distribuir os diferentes grupos sociais de Atenas (pequenos proprietários, comerciantes, grandes proprietários) e possibilitar que todos os demos pudessem ter representantes no processo de tomada de decisões. Avaliar 2
  • 15. 01/02/2022 11:43 Estante de Conteúdo https://livrosdigitais.portalsas.com.br/capitulos/27198?collectionId=9&materialId=950 15/39 Busto de Clístenes (c. 565 a.C.-492 a.C.), em exibição no Ohio Statehouse, na cidade de Columbus, em Ohio, nos Estados Unidos. Para que isso ocorresse, seriam sorteados, entre todos os demos, 500 pessoas que fariam parte da bulé, um conselho de cidadãos, a qual seria substituída todos os anos, mediante um novo sorteio. Dessa maneira, todos os participantes dos demos teriam condições de participar desse conselho. Além disso, também foi decidido que nenhum membro dos demos poderia ser escolhido mais do que duas vezes na vida para participar da bulé. Essa reforma atingiu dois objetivos: prevenir que indivíduos buscassem apoio popular para instalar tiranias, e enfraquecer os eupátridas, evitando que o sistema político de Atenas ficasse apenas sob controle de uma pequena oligarquia. Por isso, esse sistema ficou conhecido como democracia, ou seja, o governo dos demos. Além da bulé, existiam outras instituições importantes para o funcionamento da democracia ateniense, como a ekklesia, assembleia da qual todos os cidadãos podiam participar, e a heleia, tribunal formado por seis mil cidadãos que tinha a tarefa de aplicar a justiça na cidade. Avaliar 2
  • 16. 01/02/2022 11:43 Estante de Conteúdo https://livrosdigitais.portalsas.com.br/capitulos/27198?collectionId=9&materialId=950 16/39 Página 9 Era na bulé que os projetos de lei eram criados e enviados para a aprovação da ekklesia. Além disso, para garantir a isenção da justiça, a aplicação de penas e punições ficava sob os cuidados da heleia. Esse sistema foi concebido de modo a garantir a igualdade de todos os cidadãos, por isso a democracia passou a ser vista como um regime político no qual todos os cidadãos tinham direitos iguais para participar das decisões políticas da cidade. É importante lembrar que as mulheres, os estrangeiros e os escravizados não eram considerados cidadãos, portanto não tinham direito de participar de nenhuma dessas instituições. Por isso, não se pode dizer que a democracia ateniense valia para todos; ela era um direito exclusivo dos homens atenienses adultos e livres. PARA REFLETIR A democracia ateniense era baseada na participação direta dos cidadãos, por isso não se elegiam representantes que tomariam decisões em nome dos cidadãos. Atualmente, como seria possível ampliar a participação dos cidadãos nas decisões políticas, evitando que o exercício da cidadania seja expresso apenas por meio do voto para a escolha de representantes políticos? TOME NOTA Apesar da independência e da rivalidade entre as pólis, existiam eventos e atividades que mobilizavam grandes regiões do mundo grego. Um exemplo disso eram os Jogos Olímpicos, que ocorriam a cada quatro anos no santuário de Olímpia, o mais importante da Grécia. Os jogos, além de uma homenagem aos deuses, eram também uma forma de os indivíduos conquistarem honra e prestígio. Estima-se que era possível comportar mais de 40 mil pessoas no estádio onde ocorriam os jogos. Esse tipo de evento era importante para fortalecer os laços culturais das diversas pólis e reforçar os vínculos de aliança e de proximidade, o que garantia uma unidade cultural ao mundo grego. Avaliar 2
  • 17. 01/02/2022 11:43 Estante de Conteúdo https://livrosdigitais.portalsas.com.br/capitulos/27198?collectionId=9&materialId=950 17/39 Ágora de Atenas, na parte inferior da imagem, e Acrópole, ao fundo. A ágora era a praça principal das antigas cidades gregas, tornando-se parte essencial das atividades sociais, econômicas, religiosas e culturais da pólis. No entanto, sua função primordial era a de centro político, contendo os principais edifícios administrativos da cidade. Página 10 AGORA É COM VOCÊ Leia atentamente o poema a seguir. Ele foi escrito pelo poeta Tirteu, que viveu em Esparta no século VII a.C. O poema trata do ideal que todo espartano deveria seguir durante a sua vida. Com base nessa informação e na leitura, responda ao que se pede. [...] Pois não há homem valente no combate, se não suportar a vista da carnificina sangrenta e não atacar, colocando-se de perto. [...] É um bem comum para a cidade e todo o povo, Avaliar 2
  • 18. 01/02/2022 11:43 Estante de Conteúdo https://livrosdigitais.portalsas.com.br/capitulos/27198?collectionId=9&materialId=950 18/39 que um homem aguarde, de pés fincados, na primeira fila, encarniçado e todo esquecido da fuga vergonhosa, expondo a sua vida e ânimo sofredor, e, aproximando-se, inspire confiança com suas palavras ao que lhe fica ao lado. PEREIRA, Maria Helena da Rocha (org.). Hélade: Antologia da Cultura Grega. 10. ed. Lisboa: Guimarães Editores, 2009. 1. Descreva a maneira como o poeta apresenta o ideal de vida dos espartanos. 2. Relacione esse ideal com o modelo de sociedade criado em Esparta. 3. Diferentemente de Esparta, na qual um modelo de sociedade baseado nos ideais descritos por Tirteu se consolidou e pouco se modificou ao longo do tempo, a sociedade ateniense passou por transformações. Explique como isso aconteceu. As Guerras Médicas Como visto no capítulo 4, os persas formaram um poderoso império no mesmo período em que as pólis gregas se desenvolviam e se expandiam por grandes regiões do mundo antigo. Como as duas civilizações estavam em processo de crescimento, ambas passaram a disputar os mesmos territórios, e um conflito entre elas se tornou inevitável. O problema teve início na região da Ásia Menor, onde existiam colônias gregas. Os persas ocuparam esse território e submeteram essas colônias ao seu domínio. Inicialmente, elas mantiveram sua autonomia; porém, com o tempo, os persas passaram a interferir na política dessas colônias, cobrando, inclusive, pesados impostos, o que gerou revolta nas colônias e também nas pólis gregas. Uma delas, Mileto, tentou enfrentar os persas, mas foi derrotada em 494 a.C. Diante disso, os persas decidiram organizar um poderoso exército para invadir a Grécia e ocupar todo o território grego. A invasão teve início em 490 a.C., quando Dario I liderou seu exército e tentou conquistar Atenas. Porém, quando os persas se aproximavam da Ática, os generais atenienses os atacaram de surpresa na Batalha de Maratona, em referência ao nome da região da Ática onde ocorreu o combate. Os gregos saíram vitoriosos e obrigaram os persas a recuar. Avaliar 2
  • 19. 01/02/2022 11:43 Estante de Conteúdo https://livrosdigitais.portalsas.com.br/capitulos/27198?collectionId=9&materialId=950 19/39 O recuo dos persas, porém, não impediu que eles realizassem uma nova investida. Em 480 a.C., Xerxes, rei persa e filho de Dario I, atacou novamente os gregos, mobilizando mais de 150 mil soldados. Dessa vez, o combate aos persas não foi liderado apenas pelos atenienses, mas contou também com a ajuda de Esparta e de outras pólis gregas. Com isso, as forças gregas conseguiram superar os persas, derrotando-os definitivamente em 479 a.C., na Batalha de Plateia. Selo com a representação de um navio grego que guerreou contra a marinha persa na Batalha de Salamina, em 480 a.C. Acervo do Museu Britânico, em Londres. Página 11 Mesmo vitoriosos, os gregos não saíram ilesos das invasões persas. A cidade de Atenas foi incendiada durante os conflitos e muitos soldados morreram. Essas invasões, porém, provocaram uma mudança política significativa no mundo grego, pois Atenas se tornou uma poderosa força entre todas as pólis e iniciou um esforço de controle e submissão daquelas mais fracas. Avaliar 2
  • 20. 01/02/2022 11:43 Estante de Conteúdo https://livrosdigitais.portalsas.com.br/capitulos/27198?collectionId=9&materialId=950 20/39 Representação do século XX da batalha naval de Salamina, que marcou o avanço das forças gregas até a vitória final na Batalha de Plateia. A Guerra do Peloponeso e o declínio do mundo grego Em 478 a.C., os atenienses criaram a chamada Liga (ou Confederação) de Delos. A ideia era unir diversas pólis para defender o mundo grego de invasores. Para isso, os atenienses ficariam responsáveis pela administração de recursos que seriam fornecidos por todos os membros, de modo a criar um poderoso exército capaz de deter outros impérios que tentassem se impor sobre os gregos. Porém, rapidamente a Liga de Delos se transformou em um instrumento para enriquecer Atenas por meio de tributos que deveriam ser pagos pelas demais pólis. Isso fez com que Esparta abandonasse a Liga e criasse uma nova aliança, conhecida como a Liga do Peloponeso. As duas pólis se tornaram rivais e disputaram a hegemonia do mundo grego. Os atenienses conseguiram reunir cerca de 200 pólis na Liga de Delos e passaram a conquistar territórios persas na Ásia Menor. Além disso, a cidade de Atenas foi reconstruída e Avaliar 2
  • 21. 01/02/2022 11:43 Estante de Conteúdo https://livrosdigitais.portalsas.com.br/capitulos/27198?collectionId=9&materialId=950 21/39 engrandecida com a realização de obras imponentes e luxuosas. Os atenienses assumiram uma postura imperialista e passaram a ameaçar a independência das demais pólis gregas. ATLAS de História mundial, 2001. No final do século V a.C., a tensão entre Atenas e Esparta atingiu seu ápice. Temendo a influência ateniense sobre as demais pólis, os espartanos decidiram atacar a potência rival. Isso deu início à chamada Guerra do Peloponeso, um conflito que envolveu grande parte do mundo grego, já que as aliadas das duas pólis também participaram da guerra, que se desenrolou de 431 a.C. até 404 a.C. Página 12 Apesar da força econômica e marítima dos atenienses, as tropas espartanas eram muito superiores no campo de batalha, o que resultou no cerco de Atenas pelos adversários. Os atenienses tentaram se proteger dentro das muralhas da cidade, o que provocou a destruição Avaliar 2
  • 22. 01/02/2022 11:43 Estante de Conteúdo https://livrosdigitais.portalsas.com.br/capitulos/27198?collectionId=9&materialId=950 22/39 dos campos que a rodeavam. Isolados, os atenienses foram obrigados a se render após o início de uma peste que dizimou uma parcela grande da população da cidade. Em seguida, os espartanos destruíram as muralhas atenienses e escravizaram muitos dos sobreviventes. A vitória espartana teve um custo muito elevado, inclusive para os vencedores e seus aliados. A Guerra do Peloponeso marcou o início do declínio do mundo grego, o que possibilitou o fortalecimento de outros povos que viviam na região, especialmente os macedônicos. O Helenismo e a disseminação da cultura grega Os macedônicos se desenvolveram no norte do Peloponeso. Durante o auge do mundo grego, a Macedônia não tinha forças para ameaçar as pólis. Porém, a partir do momento em que os conflitos internos provocaram o declínio das forças gregas, os macedônicos se organizaram e invadiram a Grécia. Em 340 a.C., o rei Filipe II liderou suas forças e conseguiu submeter as pólis gregas ao seu domínio. Posteriormente, os macedônicos continuaram expandindo seu território, formando um dos maiores impérios da Antiguidade. Nem mesmo a morte de Filipe II, em 336 a.C., impediu que essa expansão continuasse. Seu filho, Alexandre, se tornou o líder de um império que se estendia desde a Península Balcânica até as fronteiras da Índia, passando pela Ásia Menor, o Oriente Médio, o norte da África e a Pérsia. Mosaico romano com a representação da Batalha de Isso, na Ásia Menor, em 333 a.C., na qual o exército de Alexandre, o Grande (em destaque na imagem), venceu o de Dario III, rei dos persas. Acervo do Museu Arqueológico Nacional, em Nápoles, Itália. Avaliar 2
  • 23. 01/02/2022 11:43 Estante de Conteúdo https://livrosdigitais.portalsas.com.br/capitulos/27198?collectionId=9&materialId=950 23/39 Esse império assimilou a cultura grega. Assim, durante o processo de expansão e conquista de novos povos, as forças macedônicas ajudaram a disseminar essa cultura pelo mundo. Nesse processo, a cultura grega se combinou com a cultura de outros povos, produzindo um influente universo cultural que marcou o modo como muitos povos da Antiguidade se organizavam e se comportavam. Esse processo ficou conhecido como Helenismo. Em decorrência do Helenismo, muitos elementos da cultura grega se tornaram legados culturais do mundo ocidental. Muitas ideias e valores gregos influenciaram outras civilizações, especialmente a romana, o que possibilitou a preservação desses valores e a posterior recuperação por outros povos ao longo dos séculos. Foi assim que a filosofia, o teatro e as artes, a ciência, as ideias políticas, os mitos e muitos outros elementos da cultura grega se disseminaram e se tornaram modelos para o Ocidente. Até hoje, o pensamento filosófico deve muito às ideias produzidas pelos gregos, como as grandes obras de Platão e de Aristóteles. O mesmo vale para a maneira de pensar a política, inclusive muitas das concepções de democracia e do funcionamento da vida pública atual. As artes gregas também foram adotadas como modelo, por muito tempo, para os artistas ocidentais, que tentavam reproduzir o estilo e os temas trabalhados pelos gregos. Muitas das peças teatrais gregas continuam importantes e famosas até hoje, como os trabalhos de Sófocles (Édipo Rei e Antígona) e Eurípides (como Medeia e Electra). Ruínas de um teatro grego em Halicarnasso, na Turquia. O Período Helenístico foi marcado pela difusão da cultura grega pelo mundo oriental. Avaliar 2
  • 24. 01/02/2022 11:43 Estante de Conteúdo https://livrosdigitais.portalsas.com.br/capitulos/27198?collectionId=9&materialId=950 24/39 Página 13 Dessa forma, pode-se afirmar que a dominação macedônica marcou o fim do sistema de pólis gregas, mas não representou a destruição do modo de vida e dos hábitos culturais criados por essa civilização. E mesmo após a morte de Alexandre, em 323 a.C., e a dissolução do grande Império Macedônico, os ideais helenísticos continuaram presentes no mundo antigo. O Egito, por exemplo, se tornou um dos principais centros de difusão dessa cultura. Ptolomeu, um dos generais de Alexandre, passou a governar egípcios e adotou os costumes helenísticos. Seus descendentes, que se tornaram faraós, mantiveram essa tradição. A nova capital do reino se tornou a cidade de Alexandria, onde foi construída uma das maiores bibliotecas do mundo antigo. Foi nessa biblioteca que muito da cultura grega foi preservada e estudada por muitos séculos. A dominação romana sobre o Egito, em 30 a.C., possibilitou a continuidade desse processo de preservação da cultura grega, a qual passou a ser denominada cultura greco-romana. TOME NOTA A cultura e o conhecimento gregos se tornaram pilares do mundo ocidental. Nesse caso, um dos principais exemplos é o pensamento filosófico. Na tradição ocidental, considera-se que a filosofia nasceu entre os gregos e visava conhecer a realidade do mundo e a maneira como os seres humanos viviam e agiam. Ao longo da história da civilização grega, surgiram diversas escolas filosóficas, como aquela liderada por Sócrates e Platão, ou aquela que teve como principal professor Aristóteles. Além disso, durante o período helenístico, a filosofia grega se combinou com a filosofia romana, dando origem a novas perspectivas que influenciaram bastante o pensamento filosófico posterior. Por essa razão, é impossível compreender a tradição filosófica ocidental existente hoje sem analisar o diálogo que inúmeros filósofos de diferentes períodos da história estabeleceram com as obras produzidas pelos pensadores gregos. ENQUANTO ISSO... A chegada dos arianos na Índia Na Antiguidade, a região do atual território da Índia foi ocupada por diferentes povos, especialmente nas proximidades do Rio Indo. Ali começaram a surgir importantes núcleos Avaliar 2
  • 25. 01/02/2022 11:43 Estante de Conteúdo https://livrosdigitais.portalsas.com.br/capitulos/27198?collectionId=9&materialId=950 25/39 urbanos por volta de 3000 a.C., quando o povo dravidiano começou a construir as primeiras grandes comunidades da região. Essas cidades cresceram e seus habitantes desenvolveram importantes inovações tecnológicas para o período, como sistemas de água e esgoto para os moradores do núcleo urbano e a criação de técnicas para produção de tecidos e outros objetos que podiam ser comercializados na região. Os dravidianos, porém, foram obrigados a abandonar suas cidades por volta de 1800 a.C. Uma das razões para isso foi a chegada de um novo povo à região, os arianos. Estes eram grupos nômades que se deslocaram da região do Cáucaso, expulsando as comunidades que encontraram em seu caminho. Isso possibilitou a sedentarização dos arianos tanto nas vizinhanças do Rio Indo quanto no Vale do Ganges, outro importante rio do subcontinente indiano. Os arianos incorporaram elementos culturais dos dravidianos, criando novos hábitos culturais e crenças religiosas. Foi nesse processo de interação entre arianos e dravidianos que nasceu uma das religiões mais importantes do mundo, o hinduísmo. Além disso, os arianos aproveitaram as técnicas urbanísticas e outros conhecimentos dos dravidianos para se instalar na região e construir novas comunidades. Com o tempo, estas se transformaram em reinos e passaram a disputar o poder sobre a região. Um dos mais importantes que se formou nessa parte do mundo foi o Reino de Magadha, que controlou a região do Vale do Ganges por um longo período. Muitos elementos culturais desenvolvidos pela civilização ariana existem até hoje na Índia, como as crenças religiosas e o sistema de castas. Além disso, é importante lembrar que muitos povos da região do Mediterrâneo também estabeleceram contatos comerciais e culturais com a região indiana, gerando a circulação de práticas e crenças por grandes regiões do mundo antigo. Avaliar 2
  • 26. 01/02/2022 11:43 Estante de Conteúdo https://livrosdigitais.portalsas.com.br/capitulos/27198?collectionId=9&materialId=950 26/39 ATLAS de História mundial, 2001. Página 14 AGORA É COM VOCÊ O texto a seguir faz parte de uma das mais importantes obras de história produzidas pelos gregos. Trata-se da História da Guerra do Peloponeso, escrita pelo historiador ateniense Tucídides (460 a.C.-400 a.C.). Leia atentamente o relato e depois responda ao que se pede. Avaliar 2
  • 27. 01/02/2022 11:43 Estante de Conteúdo https://livrosdigitais.portalsas.com.br/capitulos/27198?collectionId=9&materialId=950 27/39 O acontecimento mais importante dos tempos passados foi a guerra com os persas, e todavia ela foi prontamente decidida em dois combates navais e duas batalhas terrestres. Mas a Guerra do Peloponeso estendeu-se por longo tempo, e no seu curso a Hélade sofreu desastres como jamais houvera num lapso de tempo comparável. Nunca tantas cidades foram capturadas e devastadas, algumas pelos bárbaros outras pelos próprios helenos combatendo uns contra os outros, enquanto algumas, após a captura, sofreram uma mudança total de habitantes. Nunca tanta gente foi exilada ou massacrada, quer no curso da própria guerra, quer em consequência de dissensões civis. Assim, as estórias dos tempos anteriores, transmitidas por tradição oral, mas muito raramente confirmadas pelos fatos, deixaram de ser incríveis; as referentes a terremotos, por exemplo, pois eles ocorreram em extensas regiões do mundo e foram também de grande violência; eclipses do sol, que ocorreram a intervalos mais frequentes do que os mencionados para todo o tempo passado; grandes secas, também, em algumas regiões, com a sequela da fome; finalmente – o desastre que causou mais infortúnios à Hélade e destruiu uma considerável parcela de sua população – a peste epidêmica. Todos esses desastres, na verdade, ocorreram simultaneamente com a guerra, e ela começou quando os atenienses e peloponésios romperam a trégua de trinta anos. TUCÍDIDES. História da Guerra do Peloponeso. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 2001. p. 15. 1. Qual é a importância da Guerra do Peloponeso para o historiador Tucídides? Justifique sua resposta. 2. Com base em seus conhecimentos, explique a razão pela qual o historiador ateniense afirma que o maior infortúnio causado aos gregos foi a peste epidêmica. 3. Explique quais foram as principais consequências da Guerra do Peloponeso. LEIA Avaliar 2
  • 28. 01/02/2022 11:43 Estante de Conteúdo https://livrosdigitais.portalsas.com.br/capitulos/27198?collectionId=9&materialId=950 28/39 Mitos gregos (edição ilustrada): Histórias extraordinárias de heróis, deuses e monstros para jovens leitores, de Nathaniel Hawthorne, Zahar. O livro reconta algumas das mais importantes histórias da mitologia grega e pode ajudar a entender como os gregos formulavam suas ideias religiosas e pensavam a relação das divindades com o mundo humano. ASSISTA Avaliar 2
  • 29. 01/02/2022 11:43 Estante de Conteúdo https://livrosdigitais.portalsas.com.br/capitulos/27198?collectionId=9&materialId=950 29/39 Troia, de Wolfgang Petersen (EUA, 2004). Classificação indicativa: 15 anos. O filme conta a história da Guerra de Troia, uma das narrativas elaboradas pelos gregos para explicar a origem de sua sociedade. O filme é baseado na obra Ilíada, escrita por Homero. ESTE CAPÍTULO ABORDOU O processo de formação da civilização grega. O sistema das pólis. As principais características de Esparta e de Atenas. O nascimento da democracia grega. As Guerras Médicas. Avaliar 2
  • 30. 01/02/2022 11:43 Estante de Conteúdo https://livrosdigitais.portalsas.com.br/capitulos/27198?collectionId=9&materialId=950 30/39 A Guerra do Peloponeso e o declínio da civilização grega. O processo de conquista macedônico da Grécia. A importância do Helenismo para a preservação dos legados culturais gregos. Página 15 ATIVIDADES PARA SALA Questão 01 As duas principais pólis gregas foram Esparta e Atenas. Elas tinham uma organização social com muitas diferenças entre si, mas também com algumas semelhanças. Cite quais são as principais diferenças e semelhanças entre ambas. Questão 02 O mundo grego se formou a partir da combinação de diferentes povos e culturas. Explique como se deu esse processo. Questão 03 Explique qual foi o papel do Helenismo na transformação da cultura grega em um dos principais legados da cultura ocidental. O texto a seguir é um fragmento da Lei Ateniense contra a Tirania, de 337 a.C.-336 a.C. Leia- o atentamente e depois responda ao que se pede. Avaliar 2
  • 31. 01/02/2022 11:43 Estante de Conteúdo https://livrosdigitais.portalsas.com.br/capitulos/27198?collectionId=9&materialId=950 31/39 Eucrates, filho de Aristôtimos, do Pireu, fez a moção: com a boa sorte do Povo de Atenas. Que os legisladores resolvam: se alguém se rebelar contra o Povo visando implantar a Tirania, ou juntar- se a conspiradores, ou se alguém atenta contra o Povo de Atenas ou contra a Democracia, em Atenas, se alguém cometeu algum destes crimes, quem o matar estará livre do processo [...]. FUNARI, Pedro Paulo. Antiguidade Clássica: a história e a cultura a partir dos documentos. Campinas: Editora Unicamp, 2003. p. 90. Questão 04 A tirania foi um processo político que antecedeu a instauração da democracia em Atenas. Explique as origens da tirania e quais foram os principais desdobramentos dessa forma de governo. Questão 05 De acordo com o documento, qual seria a punição recebida por quem apoiasse um tirano? ATIVIDADES PROPOSTAS Questão 01 (UNESP) Apesar de sua dispersão geográfica e de sua fragmentação política, os gregos tinham uma profunda consciência de pertencer a uma só e mesma cultura. Esse fenômeno é tão mais extraordinário, considerando-se a ausência de qualquer autoridade central política ou religiosa e o livre espírito de invenção de uma determinada comunidade para resolver os diversos problemas políticos ou culturais que se colocavam para ela. Moses I. Finley. Os primeiros tempos da Grécia. 1998. (adaptado) O excerto refere-se ao seguinte aspecto essencial da história grega da Antiguidade: Avaliar 2
  • 32. 01/02/2022 11:43 Estante de Conteúdo https://livrosdigitais.portalsas.com.br/capitulos/27198?collectionId=9&materialId=950 32/39 a) a predominância da reflexão política sobre o desenvolvimento das belas-artes. b) a fragilidade militar de populações isoladas em pequenas unidades políticas. c) a vinculação do nascimento da filosofia com a constituição de governos tirânicos. d) a existência de cidades-Estado conjugada a padrões civilizatórios de unificação. e) a igualdade social sustentada pela exploração econômica de colônias estrangeiras. Questão 02 (FGV) [...] a partir do século V a.C., a guerra tornou-se endêmica no Mediterrâneo. Foram séculos de guerra contínua, com maior ou menor intensidade, ao redor de toda a bacia. O trabalho acumulado nos séculos anteriores tornara possível um adensamento dos contatos, um compartilhamento de informações e estruturas sociais, uma organização dos territórios rurais que propiciava a extensão de redes de poder. Foram os pontos centrais dessas redes de poder que animaram o conflito nos séculos seguintes. GUARINELLO, Norberto Luiz. História Antiga. 2013. Sobre esses “séculos de guerra contínua”, é correto afirmar que a) as Guerras Púnicas, entre Atenas e Cartago, foram uma disputa pelo controle comercial sobre o Mar Mediterrâneo, terminando após três grandes enfrentamentos, com a vitória de Cartago e a hegemonia cartaginesa em todo o mundo antigo ocidental. b) as Guerras Macedônicas foram um longo conflito entre o Reino da Macedônia, em aliança com os persas, e o Império Romano, que venceu com muitas dificuldades porque ainda estava em guerra com outros povos. a) as Guerras Médicas, entre persas e gregos, resultaram na vitória dos últimos e, em meio a esses confrontos, permitiram que Atenas liderasse a Liga de Delos, aliança de cidades-Estado gregas com o intuito de combater a presença persa no Mediterrâneo. b) as Campanhas de Alexandre, o Grande, aliado a Esparta e Corinto, combateram e venceram as poderosas forças persas e ampliaram os domínios gregos até a Ásia Menor, propagando os Avaliar 2
  • 33. 01/02/2022 11:43 Estante de Conteúdo https://livrosdigitais.portalsas.com.br/capitulos/27198?collectionId=9&materialId=950 33/39 p ç p p g g , p p g princípios da democracia ateniense pelo Mediterrâneo. c) a Guerra do Peloponeso, o mais importante conflito bélico da Antiguidade, envolveu as principais cidades-Estado gregas que, aliadas a Roma, enfrentaram e derrotaram as forças militares cartaginesas. Página 16 Questão 03 (FALBE) Por muito tempo, entre os historiadores pensou-se que os gregos formavam um povo superior de guerreiros que, por volta de 2000 a.C., teria conquistado a Grécia, submetendo a população local. Hoje em dia, os estudiosos descartam esta hipótese, considerando que houve um movimento mais complexo. Segundo o pesquisador Moses Finley, a “chegada dos gregos significou a introdução de um elemento novo que se misturou com seus predecessores para criar, lentamente, uma nova civilização e estendê-la como e por onde puderam”. FUNARI, Pedro Paulo. Grécia e Roma. São Paulo: Contexto, 2001. (adaptado) Segundo o texto, a formação da Grécia Antiga ocorreu a) de forma negociada, por meio de alianças e acordos políticos entre os líderes das principais tribos nativas da Península Balcânica. b) de forma gradual, a partir da integração de povos provenientes de outras regiões com habitantes da parte sul da Península Balcânica. c) de forma planejada, pela expansão militar dos povos nativos da Península Balcânica sobre territórios controlados por grupos bárbaros. d) de forma violenta, com a submissão dos habitantes originais da Península Balcânica a conquistadores recém-chegados do norte. Avaliar 2
  • 34. 01/02/2022 11:43 Estante de Conteúdo https://livrosdigitais.portalsas.com.br/capitulos/27198?collectionId=9&materialId=950 34/39 Questão 04 (UFRGS) Na sua narrativa da Guerra do Peloponeso, Tucídides assim relata as práticas funerais atenienses: Desse cortejo participam livremente cidadãos e estrangeiros; e as mulheres da família estão presentes, ao túmulo, fazendo ouvir sua lamentação. Depositam-se, em seguida, os despojos no monumento público, situado na mais bela avenida da cidade, e onde as vítimas de guerra são sempre sepultadas – à exceção dos mortos de Maratona: a estes, considerando-se seu mérito excepcional, concedeu-se sepultura no próprio lugar da batalha. Uma vez que a terra recobre os mortos, um homem escolhido pela pólis, reputado por distinguir-se intelectualmente e gozar de alta estima, pronuncia em sua honra um elogio apropriado; depois disto, todos se retiram. Assim têm lugar esses funerais; e, durante toda a guerra, quando era o caso, aplicava-se o costume. LORAUX, Nicole. Invenção de Atenas. Rio de Janeiro: Editora 34, 1994. p. 39. Assinale a alternativa correta a respeito da história da Antiguidade grega, a partir do texto apresentado. a) Os ritos funerais na Grécia Antiga eram cerimônias religiosas, destinadas apenas a conduzir ao paraíso os heróis mortos. b) Os metecos, participantes das práticas funerais, formavam parte do demos ateniense e possuíam os mesmos direitos políticos que os cidadãos da pólis. c) Todos os soldados atenienses mortos nos confrontos com Esparta, em razão do grande mérito de seus feitos, eram sepultados no próprio lugar da batalha. d) A cena descrita, ocorrida na democracia ateniense, indica o valor dado aos cidadãos mais eloquentes da cidade. e) A realização de um discurso fúnebre por alguém escolhido na massa de cidadãos de Atenas revela o caráter secundário e improvisado da cerimônia. Questão 05 (PUCCAMP) Considere o texto abaixo. Do ponto de vista territorial, uma pólis se divide em duas partes: a acrópole [...] e a ágora [...]. No entanto, se perguntássemos a um grego da época clássica o que era a pólis, provavelmente esta Avaliar 2
  • 35. 01/02/2022 11:43 Estante de Conteúdo https://livrosdigitais.portalsas.com.br/capitulos/27198?collectionId=9&materialId=950 35/39 não seria sua definição: para ele, a pólis não designava um lugar geográfico, mas uma prática política exercida pela comunidade de seus cidadãos. [...] Se no caso da pólis o conceito de cidade não se referia à dimensão espacial da cidade e sim à sua dimensão política, o conceito de cidadão não se refere ao morador da cidade, mas ao indivíduo que pode participar da vida política. ROLNIK, Raquel. O que é cidade. In: PETTA, Nicolina L; OJEDA, A. B. História, uma abordagem integrada. São Paulo: Moderna, [s.d.]. p. 17. O conhecimento histórico e o texto permitem afirmar que na Grécia Antiga a) a cidadania, direito de participar da vida pública, atingia todos os habitantes da maioria das cidades-Estado. b) o equilíbrio de poderes presente nas cidades-Estado evitou a ocorrência de conflitos sociais. c) a lei era o resultado de discussões entre os representantes da cidade-Estado e definia o direito dos cidadãos. d) a soberania dos cidadãos dotados de plenos direitos era fundamental para a existência da cidade-Estado. e) o direito à cidadania e a organização política possibilitaram a criação da democracia em todo o país. Questão 06 (UPE-SSA) O homem que destrói cidades é demente como o profanador de templos e túmulos, asilos sacrossantos dos parentes mortos. Quem age dessa forma, cedo há de perder-se. Esse é um fragmento da tragédia As Troianas, escrita por Eurípides. Apresentada pela primeira vez em 415 a.C., encontrou a cidade de Atenas e muitas outras pólis gregas envolvidas na Guerra do Peloponeso (431 a.C.-404 a.C.). Sobre esse conflito, é correto afirmar que Avaliar 2
  • 36. 01/02/2022 11:43 Estante de Conteúdo https://livrosdigitais.portalsas.com.br/capitulos/27198?collectionId=9&materialId=950 36/39 , q a) envolveu a maior parte dos Estados do Mediterrâneo Oriental, como a Pérsia e o Egito. b) opôs as duas principais cidades-Estado, Atenas e Esparta, e seus aliados, organizados em ligas rivais. c) foi rápido graças à evolução militar das falanges. d) apesar de ter durado décadas, seu impacto na vida cotidiana dos gregos foi limitado. e) as cidades marítimas apoiaram Esparta, uma potência militar mais avançada que Atenas. Página 17 Questão 07 (PUC-SP) Em termos constitucionais mais convencionais, [na Atenas antiga] o povo não só era elegível para cargos públicos e possuía o direito de eleger administradores, mas também era seu o direito de decidir quanto a todos os assuntos políticos e o direito de julgar, constituindo-se como tribunal, todos os casos importantes civis e criminais, públicos e privados. A concentração da autoridade na Assembleia, a fragmentação e o rodízio dos cargos administrativos, a escolha por sorteio, a ausência de uma burocracia remunerada, as cortes com júri popular, tudo isso servia para evitar a criação da máquina partidária e, portanto, de uma elite política institucionalizada. FINLEY. M. I. Democracia antiga e moderna. Rio de Janeiro: Graal, 1988. p. 37. A partir do texto, pode-se afirmar que a democracia, na Atenas antiga, a) limitava a atuação do conjunto da sociedade nas decisões e nos assuntos políticos, que ficavam restritos à elite intelectual e econômica. b) reconhecia a necessidade da tripartição do poder, com a separação e a isonomia entre o executivo, o legislativo e o judiciário. c) dependia do bom funcionamento do aparato administrativo, composto por funcionários estáveis e por ampla hierarquia burocrática. d) permitia a ampla manifestação dos cidadãos e tinha mecanismos que impediam a perpetuação das mesmas pessoas em cargos administrativos. Avaliar 2
  • 37. 01/02/2022 11:43 Estante de Conteúdo https://livrosdigitais.portalsas.com.br/capitulos/27198?collectionId=9&materialId=950 37/39 Questão 08 (UFPA) No Estado democrático ateniense, a Assembleia do Povo era o poder soberano. Contudo, a democracia ateniense tinha limites, como se observava na composição da Assembleia uma vez que nela se estabelecia o(a) a) direito à manifestação livre a todos os habitantes da Ática, desde que fossem filhos de pais atenienses e mães metecas. b) participação de homens ricos, possuidores de terras e de um número pequeno de escravizados urbanos e vinculados à elite. c) exclusão dos hoplitas e estrangeiros, mesmo que esses tivessem cargos e fossem possuidores de alguma honra militar. d) participação de cidadãos atenienses maiores de vinte anos, filhos de pai cidadão e de mãe ateniense, excluindo-se as mulheres e os escravizados. e) participação de cidadãos atenienses maiores de 18 anos, desde que esses fossem honrados e tivessem pelo menos um escravo. Questão 09 (FALBE) Observe a imagem. Avaliar 2
  • 38. 01/02/2022 11:43 Estante de Conteúdo https://livrosdigitais.portalsas.com.br/capitulos/27198?collectionId=9&materialId=950 38/39 Entre as características da pólis grega, podemos citar a a) dimensão híbrida da acrópole, que conjugava espaços religiosos com grandes áreas de plantio e produção de alimentos. b) incorporação de elementos arquitetônicos de origem etrusca na construção das habitações populares. c) conurbação, que provocava a junção de diversas aldeias e cidades numa mesma unidade administrativa. d) construção de templos e edifícios públicos em locais altos e o caráter fortificado da acrópole. Questão 10 (UPF) A palavra democracia tem origem na Grécia Antiga, mais especificamente em Atenas, e a partir do século XIX ganhou conteúdo diferente. Ao contrário do seu significado atual, na pólis grega, a democracia a) era exercida de maneira indireta pelos cidadãos, que escolhiam seus representantes políticos por meio de eleições periódicas e regulares. b) permitia a participação do conjunto da população da cidade, reconhecendo o direito político de camponeses e artesãos, que se organizavam em assembleias plebeias livremente eleitas. c) defendia a igualdade de todas as camadas sociais perante a lei, garantindo a todos o direito de participar e votar na Assembleia dos cidadãos, que se reunia na praça da cidade. d) era restritiva em termos de direitos políticos, pois convivia com a escravidão, não permitindo a participação dos estrangeiros e das mulheres. e) não permitia a participação dos militares e guerreiros, considerados incapazes para o exercício da livre discussão e para a tomada de decisões consensuais. Avalie este conteúdo Avaliar 2
  • 39. 01/02/2022 11:43 Estante de Conteúdo https://livrosdigitais.portalsas.com.br/capitulos/27198?collectionId=9&materialId=950 39/39 Avaliar 2