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Extensivo
1
7 - História
41 - Geografia
81 - Química
123 - Física
145 - Biologia
165- Matemática
209 - Linguagens
4Da Vinci Vestibulares - Extensivo 2016
5Da Vinci Vestibulares - Extensivo 2016
com o estudante
Conversa
Caro Estudante,
	 Este material didático foi desenvolvido com
o intuido de ajudá-lo a se preparar para as provas do
Enem e dos demais vestibulares do país. Sabemos
que teremos muito trabalho pela frente. Por isso,
esperamos que você se dedique ao máximo, realize
os exercícios propostos, tire todas as suas dúvidas
para que, ao final dessa longa jornada, consiga sua
tão almejada vaga na Universidade.
	 Nós, professores do Da Vinci, estaremos ao
seu lado durante todo o percurso, porque a vitória
será de todos os participantes desse projeto que co-
meça agora.
Grande Abraço..
6 Da Vinci Vestibulares
7Extensivo
História
8 Da Vinci Vestibulares
MÓDULO 1: ANTIGUIDADE CLÁSSICA - GRÉCIA
CONCEITO SOBRE HISTÓRIA
	 O que é História e para que serve essa disciplina? O
historiador Marc Bloch, em sua obra denominada Introdução à
História, afirmava que além de outras coisas, a História tem a
função de nos dar prazer.
	 Assim, toda produção do conhecimento acerca dos
processos vivenciados pelos homens devem ser narrados de
modo atrativo, agradável, possibilitando uma leitura aprazível
ao leitor.
	 Durante muitos anos definia-se a História a partir de
uma premissa positivista que dizia: “História é o estudo do pas-
sado para se compreender o presente e transformar o futuro”.
Essa concepção tornava a História enfadonha, pois engessava o
passado, como se fosse um tempo imutável, havendo uma so-
brevalorização de datas e eventos “eleitos” arbitrariamente pelo
historiador.
	 Nessa perspectiva, não havia espaço para a história
das multidões, das pessoas comuns, das mulheres, das crianças,
dos velhos, dos pobres, dos marginalizados, enfim, daqueles
que não faziam parte dos círculos do poder de uma determina-
da sociedade. A História restringia-se a apontar nomes de reis,
rainhas, presidentes, governadores, prefeitos etc.
	 Hoje, a nossa disciplina tem valorizados outros atores
sociais. Par tindo do princípio de que a História é um campo de
conhecimento que estuda as ações humanas ao longo do tempo,
concebemos as transformações econômicas, sociais, religiosas,
culturais, mentais, materiais, imateriais e políticas como resul-
tados da intervenção direta dos diferentes grupos sociais e de
cada indivíduo que compõem uma sociedade e não apenas fruto
da determinação de um só sujeito. Nestes termos, tomamos a
História como uma disciplina que estuda a vida dos homens
e mulheres em seu tempo, considerando os seus aspectos cul-
turais, manifestações religiosas, condições de vida, modos de
pensar e agir no âmbito de sua sociedade e em seu tempo.
AS SOCIEDADES CLÁSSICAS DA
ANTIGUIDADE
	 Consideramos o período clássico da antiguidade a épo-
ca de emergência, apogeu e declínio das duas principais socie-
dades do mundo ocidental, cujos legados ainda estão presentes
no mundo contemporâneo (dias atuais). Trata-se da sociedade
grega e do Império Romano, modelos de formações sociais que
dominaram o cenário europeu desde inícios do século II a.C ao
V d.C. Comecemos por explicar primeiramente os gregos.
A Grécia antiga
	 A sociedade grega originou-se a partir de processos
migratórios de populações nômades, de origem indo-européia.
Eram eles: os Aqueus, os Jônios, os Dórios e os Eólios. A Héla-
de, ou o território dos antigos gregos, abrangia o Sul dos Bálcãs
(que é a Grécia continental), a Península do Peloponeso (a Gré-
cia Peninsular) e as Ilhas do Mar Egeu (a Grécia Insular). Ainda
compunha seu território, as colônias na costa da Ásia Menor
e a região conhecida como Magna Grécia – Sicília e o Sul da
Península Itálica.
	 O mapa abaixo nos mostra as áreas de ocupação dos
povoadores no princípio da formação da sociedade grega.
	 Destaquemos a Ilha de Creta, onde uma antiga socie-
dade precedeu aos gregos e as duas principais cidades-estados
que se destacaram ao longo da História do povo Heleno: Ante-
nas e Esparta. Classicamente, os historiadores dividem a forma-
ção da sociedade grega nos seguintes períodos:
Figura 1 - O mundo grego.
1- Pré-homérico (séculos XX-XII a.C):
• Ilíada e Odisséia de Homero.
• Comunidade gentílica – clãs.
• Invasão dos Aqueus, Dórios, Eólios e Jônios.
2-Homérico: (séculos XII e VIII a.C)
• Dissolução das comunidades gentílicas e a formação das
Cidades-Estados ou Polis.
3-Arcaico (Séculos VII a VI a.C.)
• Destaque para as Cidades-Estados: Atenas e Esparta.
• Conquistas e expansão territorial dos gregos.
4-Clássico: (séculos V e IV a.C.):
• Supremacia da Cidade-Estado Atenas.
• Ampliação das conquistas territoriais.
• As Guerras Médicas (500-479 a.C.)
• A Guerra do Peloponeso (431-404 a.C.)
5-Helenístico: (séculos III e II a.C.)
•Predomínio Macedônico: Alexandre Magno, O Grande.
	 Um breve histórico dos principais períodos da Grécia:
Homérico: É o espaço temporal onde as principais fontes de in-
formações são as obras de Homero; A Ilíada e a Odisséia. Trata-
-se dos mais antigos documentos literários gregos (ocidentais)
que chegaram aos dias atuais. O período Homérico inicia-se
quando os Dórios invadem o Peloponeso e impõe um violento
domínio, causando redução da atividade agrícola, diminuição
da produção artesanal, paralisação do comércio, além do fim
da civilização Micênica e imigração dos Jônios e Eólios para
as Ilhas do Egeu e da Ásia Menor. Vejamos o mapa da diáspora
grega para melhor compreendermos esse processo:
9Extensivo
	
Figura 2 - A Diáspora Grega.	
Período Clássico
	 Época de hegemonia e imperialismo do mundo grego.
Destacam-se as principais Cidades-Estados, Atenas e Esparta,
as quais desenvolveram modelos políticos e organização social
bastante distintas. Enquanto Esparta tornou-se uma cidade alta-
mente militarizada e oligárquica, Atenas destacou-se pela pri-
mazia da Democracia aristocrática. É de bom alvitre salientar
que o conceito de Democracia entre os atenienses não equivale
ao que nós concebemos nos dias atuais, pois, tanto as mulheres,
como os escravos e os estrangeiros não possuíam o direito de
participar das decisões políticas na Polis.
	 Na Atenas antiga, os únicos indivíduos a possuírem
plenos direitos políticos eram os considerados cidadãos, ou seja,
homens livres, filhos de pais atenienses e membros da classe
aristocrática. Eram eles que se reuniam em Assembléia nos an-
fiteatros para decidirem os rumos da política local.
Em Atenas existiam basicamente três classes sociais: os cida-
dãos – Eupátridas - que compunham a nobreza citadina; os me-
tecos, que eram artesãos e comerciantes estrangeiros e os escra-
vos, os quais eram geralmente prisioneiros de guerra e/ou filhos
de pessoas escravizadas. Em razão da vida ociosa levada pela
classe nobre e da ausência de guerras constantes, Atenas tam-
bém se destacou, em seu tempo, pelo desenvolvimento das artes
e da cultura, caracterizando-se por ser uma sociedade de es-
plendor intelectual.
	 Enquanto o ócio, a reflexão e a valoração das artes fa-
ziam parte do universo cultural dos atenienses, em Esparta a
classe privilegiada priorizava a formação de soldados corajosos,
obedientes e bem treinados. Alguns historiadores chegaram a
afirmar que Esparta mais parecia um acampamento militar que
propriamente uma cidade-estado com vida social estável.
	 Nessa cidade, com forte vocação para a guerra, prati-
camente não havia mobilidade social entre os três grupos exis-
tentes. Os esparciatas formavam a classe aristocrática, a qual
era composta pelos filhos dos patriarcas que se julgavam funda-
dores da sociedade espartana.
	 Além da classe nobre, em Esparta havia os periecos,
que eram os habitantes das partes periféricas da cidade e forma-
vam o grupo menos favorecidos e os hilotas, servos pertencen-
tes ao estado espartano.
	 Do ponto de vista econômico, existiam algumas di-
ferenças entre as duas Cidades-Estados. Em Atenas, devido à
existência de solos inférteis, a agricultura não assumiu papel
de destaque. Sua vocação para a atividade econômica manu-
fatureira fez dela um importante centro comercial bastante de-
senvolvido, além do fácil acesso ao Mar Egeu, o que facilitava
a circulação de mercadorias por todo o Mediterrâneo. Já a sua
rival, Esparta, em virtude das dificuldades de acesso ao mar, o
comércio não logrou grande importância, sendo a agricultura a
base da economia dessa cidade devido à fertilidade dos solos
das áreas próximas ao rio Eurotas. Cultivava-se, sobretudo, a
vinha e a oliveira o que tornou aquela região grega o importante
pólo produtor de vinho de boa qualidade e azeite de oliva puro.
Figura 3: Escultura representando um discóbolo (arremessador de dis-
co), exemplo de padrão de beleza dos gregos antigos
O Helenismo
	 O período Helenístico corresponde à época entre a
morte de Alexandre, O Grande, em 323 a.C e à anexação da
Península Grega e suas Ilhas por Roma em 147 a.C. Tratou-se
da consolidação de um ideal de Alexandre que pretendia levar e
difundir a cultura grega aos territórios conquistados por ele. Foi
uma época marcada pelo declínio do esplendor grego e a ascen-
são de Roma, a qual viria mais tarde conquistar todo o Medi-
terrâneo.
	 Durante a fase de expansão alexandrina, foram fun-
dadas várias cidades que se tornaram centros de difusão da
cultura helenística, entre as quais podemos destacar Alexan-
dria, considerada, na época, uma dos mais importantes cen-
tros urbanos do mundo ocidental. Nessa cidade, dentre outras
maravilhas,encontrava-se a famosa biblioteca que reunia prati-
camente todo o saber científico e filosófico da época.
O legado cultural grego
	 Os gregos se destacaram pelas mais variadas contri-
buições culturais de seu tempo. A filosofia foi um dos grandes
expoentes do pensamento helenístico. Também ampliaram sig-
nificativamente os conhecimentos nas áreas da matemática, da
astrologia, da medicina, da literatura, nas artes e nas belas pro-
jeções arquitetônicas. Mas foi especialmente em três áreas que
os gregos deixaram para a posteridade os seus maiores legados.
A adoção de procedimentos racionais e a descoberta da dialética
foram contribuições sem precedentes. Os gregos também nos
deixaram impressionantes obras no ramo do teatro, além das
10 Da Vinci Vestibulares
	
famosas tragédias. Destacam-se, dentre outras peças, o mito de
Prometeu acorrentado e o drama de Édipo Rei, adaptado para
novela na TV brasileira nos anos oitenta. Foram grandes histo-
riadores, tendo Heródoto como seu maior expoente e até hoje
considerado o pai da nossa disciplina.
	 No aspecto político destaca-se o aprimoramento das
instituições representativas e as formas de superação das crises
políticas enfrentadas, principalmente, em Atenas, capital da De-
mocracia restrita.
	
Reformas políticas
	 Em meio a uma crise política em 623.a.C. em Atenas,
o Par tido Aristocrático sentiu-se compelido a fazer reformas
para acalmar os ânimos do Partido Democrata. Nesse momen-
to é que surge a figura do Legislador. Em 621 a.C., Drácon já
havia preparado uma legislação para Atenas, diferentemente de
todas as outras existentes, pois, até então a os códigos legislati-
vos eram orais. Drácon aprovou a nova Legislação formalmente
escrita e essa foi uma mudança significativa na vida política de
Atenas.
	 Com a nova Legislação a administração da justiça dei-
xou de ser um privilégio da aristocracia e passou a ser atribuição
do estado que se fortaleceu. Porém, essa legislação não resolveu
a crise por não atender as reivindicações das camadas popu-
lares. Em 594 a.C., Sólon foi indicado como novo Legislador,
fazendo reformas que abrangeram três aspectos fundamentais
em Atenas: Econômicos, sociais e políticos. A legislação de Só-
lon foi de extrema relevância para a sociedade ateniense. Entre-
tanto, rivalidades entre partidos políticos opositores, impediram
a implementação da Legislação.
	 Assim, agitações sociais e políticas criaram condições
para o aparecimento de homens que se apoderaram do poder.
Esses homens ficaram conhecidos como Tiranos. O primei-
ro deles foi Psistrato, aristocrata que governou Atenas por 19
anos. No seu governo ocorreram diversas reformas, entre elas a
reforma agrária e ampliou a participação dos cidadãos nas As-
sembléias e tribunais, além de estimular o comércio marítimo.
Hiparco e Hípias, assumiram o poder em Atenas. O primeiro
seria assassinado em 514 a.C., e Hípias seria expulso de Atenas
em 510 a.C.. Em 512 a.C., Iságoras assume e inicia uma polí-
tica de restauração dos privilégios da Aristocracia e, ao passar
por um momento de forte oposição, pede ajuda a Esparta que
intervém em Atenas para garantir a supremacia da Aristocracia.
	 Insatisfeitos com tal atitude, os Diacrianos e Paralia-
nos, liderados por Clístenes, expulsam os espartanos e derru-
bam Iságoras. Após esse episódio, Clístenas assume o poder e
realiza reformas, entre elas a divisão territorial da Península em
três regiões: litorânea, Citadina e interiorana. Com essas refor-
mas, iniciou-se um período de estabilidade em Atenas, permi-
tindo a formação de um sistema coeso, capaz de enfrentar lon-
gos períodos de perturbações externas, a exemplo das guerras.
PARA SABER MAIS:
300. Direção de Zack Snyder. Estados Unidos, 2007, 117 min.
HELENA DE TROIA. Direção de Robert Wise. Estados Uni-
do, 2004, 118min.
TROIA. Direção de Wolfgang Petersen. Estados Unido, 2004,
162min.
O IMPÉRIO DE ALEXANDRE. Brasil, Abril Coleções Civi-
lizações Perdidas. 1999, 50 min.
ALEXANDRE. Direção de Oliver Stone. Estados Unidos.
2004, 176 min.
HÉRCULES. Direção de Pietro Francisci Italia, 1959, 97 min.
EXERCÍCIOS ESSENCIAIS:
1. (FUVEST) O estudo do chamado Período Homérico da His-
tória da Grécia fundamenta-se na Ilíada e na Odisséia. Em li-
nhas gerais, quais os temas centrais dessas obras?
2. (FUVEST) Explique o processo de colonização grega:
a) identificando no mapa a seguir as áreas abrangidas;
b) destacando a contribuição das novas colônias.
3. (FUVEST)
I “Há muitas maravilhas mas nenhuma é tão maravilhosa quan-
to o homem. (...)homem de engenho e artes inesgotáveis... sou-
be aprender sozinho a usar a fala e o pensamento mais veloz que
o vento... sagaz de certo modo na inventiva além do que seria de
esperar e na destreza, que o desvia às vezes para a maldade, às
vezes para o bem....” (ANTÍGONA, Sófocles, 497 - 406, a.C.)
II “Este animal previdente, sagaz, complexo, penetrante, dotado
de memória, capaz de raciocinar e de refletir, ao qual damos o
nome de homem... Único entre todos os vivos e entre todas as
naturezas animais, só ele raciocina e pensa.
Ora, o que há... de mais divino que a razão, que chegada à ma-
turidade e à sua perfeição é justamente chamada de sabedoria?”
(SOBRE AS LEIS, Cícero, 106 - 43, a.C.)
III “Eu não te dei, Adão, nem um lugar predeterminado, nem
quaisquer prerrogativas.... Tu mesmo fixarás as tuas leis sem
estar constrangido por nenhum entrave, segundo teu livre arbí-
trio, a cujo domínio te confiei.... Poderás degenerar à maneira
das coisas inferiores, que são os brutos, ou poderás, segundo
tua vontade, te regenerar à maneira das superiores, que são as
divinas.” (SOBRE A DIGNIDADE DO HOMEM, Pico della
Mirandola, 1463 - 1494).
a) Qual o assunto dos textos e como é denominada a concepção
neles presente?
b) Qual a relação existente entre o universo cultural de Pico
della Mirandola e o de Sófocles e Cícero?
4. (FUVEST) Freud, Brecht e Pasolini, entre muitos outros,
recorreram a ela em seus trabalhos. O primeiro, ao utilizar os
termos “Complexo de Édipo” e “Complexo de Electra”; o se-
gundo nas “Notas sobre a Adaptação de Antígona”, e o terceiro,
11Extensivo
a) Identifique a arte grega evocada acima e dê o nome de dois
de seus autores.
b) A que se deve sua permanente atualidade?
5. (FUVEST) “Então Alexandre aproximou-se ainda mais dos
costumes bárbaros que ele também se esforçou em modificar
mediante a introdução de hábitos gregos, com a idéia de que
essa mistura e essa comunicação recíproca de costumes dos
dois povos... contribuiria mais do que a força para solidificar
seu poder...” (Plutarco, VIDAS PARALELAS)
a) Quem eram os bárbaros?
b) No que consistiu a sua política de conquista?
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES:
6. (UNIFESP) “Nunca temi homens que têm no centro de sua
cidade um local para reunirem-se e enganarem-se uns aos ou-
tros com juramentos. Com estas palavras, Ciro insultou todos os
gregos, pois eles têm suas agorás [praças] onde se reúnem para
comprar e vender; os persas ignoram completamente o uso de
agorás e não têm lugar algum com essa finalidade”. (Heródoto,
Histórias, séc. V a.C.)
O texto expressa
(A) a inferioridade dos persas que, ao contrário dos gregos, não
conheciam ainda a vida em cidades.
(B) a desigualdade entre gregos e persas, apesar dos mesmos
usos que ambos faziam do espaço urbano.
(C) o caráter grego, fundamentado no uso específico do espaço
cívico, construído em oposição aos outros.
(D) a incapacidade do autor olhar com objetividade os persas e
descrever seus costumes diferentes.
(E) a complacência dos persas para com os gregos, decorrente
da superioridade de seu poderio econômico e militar.
7. Dentre as reformas propostas por Sólon (594-591 a.C.) en-
contramos o regime censitáro. Essa proposta condiciona a parti-
cipação política à renda do cidadão. Há uma importante diferen-
ça entre o regime censitário estabelecido por Sólon e o que se
implantou na época da tirania de Pisístrato (561-528 a.C.), que
imprimiu uma nova dinâmica à política ateniense, devido ao rá-
pido desenvolvimento mercantil, verificado após a criação da
moeda ateniense própria, o dracma.
Assinale a alternativa que indica essa mudança.
(A) Foram colocadas no mesmo plano a renda da terra e a do
comércio, o que permitiu a participação, nos altos escalões do
governo, dos comerciantes e armadores.
(B) Criou-se o Conselho dos Quinhentos, o Bulé, que iria con-
trabalançar o poder do Areópago, órgão tradicional aristocráti-
co, que se restringiu às suas atribuições religiosas e judiciárias.
(C) Foi restaurada a escravidão por dívidas, favorecendo a de-
pendência econômica dos pequenos e médios proprietários em
relação à aristocracia rural.
(D) A diarquia foi definitivamente implantada, concedendo aos
metecos o direito de eleger na Assembléia Popular o seu repre-
sentante junto ao Areópago.
(E) Consolidou-se o monopólio político dos eupátridas, estabe-
lecendo que as altas magistraturas e os cargos da administração
seriam privativos dessa classe.
8. (UFSCar) Há muitas maravilhas, mas nenhuma é tão mara-
vilhosa quanto o homem. (...) Soube aprender sozinho a usar a
fala e o pensamento mais veloz que o vento e as leis que disci-
plinam as cidades, e a proteger-se das nevascas gélidas, duras
de suportar a céu aberto... (Sófocles, Antígona, trad.Mário da
Gama Kury. RJ: Jorge Zahar Editor, 1993, p. 210-211.)
O fragmento acima, apresentação do Coro de Antígona, drama
trágico de autoria de Sófocles, manifesta uma perspectiva típica
da época em que os gregos clássicos
(A) enalteciam os deuses como o centro do universo e subme-
tiam-se a impérios centralizados.
(B)criaram sistemas filosóficos complexos e opuseram-se à es-
cravidão, combatendo-a.
(C) construíram monumentos, considerando a dimensão huma-
na, e dividiram-se em cidades-estados.
(D) proibiram a representação dos deuses do Olimpo e entraram
em guerra contra a cidade de Troia.
E) elaboraram obras de arte monumentais e evitaram as rivali-
dades e as guerras entre cidades.
9. (UNESP) Dentre os legados dos gregos da Antigüidade Clás-
sica que se mantêm na vida contemporânea, podemos citar:
(A) a concepção de democracia com a participação do voto uni-
versal.
(B) a promoção do espírito de confraternização por intermédio
do esporte e de jogos.
(C) a idealização e a valorização do trabalho manual em todas
suas dimensões.
(D) os valores artísticos como expressão do mundo religioso e
cristão.
(E) os planejamentos urbanísticos segundo padrões das cidades-
-acrópoles.
10. Na atualidade, praticamente todos os dirigentes políticos,
no Brasil e no mundo, dizem-se defensores de padrões demo-
cráticos e de valores republicanos. Na Antigüidade, tais padrões
e valores conheceram o auge, tanto na democracia ateniense,
quanto na república romana, quando predominaram
(A) a liberdade e o individualismo.
(B) o debate e o bem público.
(C) a demagogia e o populismo.
(D) o consenso e o respeito à privacidade.
(E) a tolerância religiosa e o direito civil.
11. Escreveram peças para teatro, durante o “Século de Péri-
cles” (séc.V a.C.):
(A) Homero, Tucídides, Heródoto e Xenofonte
(B) Ésquilo, Sófocles, Eurípedes e Aristófanes
(C) Sócrates, Protágoras, Platão e Aristóteles
(D) Eratóstenes, Arquimedes, Euclides e Pitágoras
(E) Píndaro, Alceu, Safo e Hesíodo
12. Na Grécia Clássica, os deuses eram concebidos à imagem
e semelhança do homem, postura invertida na Roma Imperial,
na qual os cristãos viam o homem feito à imagem e semelhança
de Deus.
Relacione a visão religiosa com a estrutura sócio-política
em cada um dos casos acima.
12 Da Vinci Vestibulares
	
13. (FUVEST) Na Antigüidade, a Europa mediterrânea e o
Oriente Próximo viram o surgimento e o esfacelamento de di-
versos impérios. Sobre eles pode-se afirmar que
(A) a unidade política acabou depois de algum tempo por se
fazer acompanhar de uma unidade religiosa.
(B) a diversidade racial e cultural enfraquecia-os, apesar da
existência de mecanismos que pretendiam estabelecer uma real
unidade.
(C) os centros políticos coincidiam sempre com os centros eco-
nômicos.
(D) com exceção do Império Romano, todos nasceram de con-
federações de cidades-Estado em constante luta interna.
(E) seus centros dinâmicos localizavam-se nas zonas litorâne-
as, por terem economias essencialmente mercantis.
14. (FUVEST) Ajudaram os espartanos a vencer os atenienses
na Guerra do Peloponeso, mas não foram eles que acabaram por
conquistar toda a Grécia. Pelo contrário, posteriormente, eles
foram também conquistados e integrados a um novo império.
Trata-se dos
(A) egípcios e do Império Romano.
(B) fenícios e do Império Cartaginês.
(C) persas e do Império Helenístico.
(D) siracusanos e do Império Siciliota.
(E) macedônios e do Império Babilônico.
15. (FUVEST) Na estratificação da sociedade ateniense, os
eupátridas constituíam:
(A) a aristocracia, compondo a camada dirigente possuidora
das melhores terras.
(B) o campesinato, com direito a uma parte das terras.
(C) a plebe, que não dispunha de nenhum direito político.
(D) o segmento servil, que exercia o trabalho doméstico.
(E) a população escrava, reduzida a completa sujeição política
e econômica.
13Extensivo
MÓDULO 2: ANTIGUIDADE CLÁSSICA - ROMA
ROMA
Localização: A sociedade Romana desenvolveu-se na penínsu-
la Itálica ou península Apenina, região de solo fértil e de litoral
pouco recortado. Banhada pelos mares Mediterrâneo, Tirreno,
Adriático e Jônio, essa região era habitada por diferentes povos
como os gauleses, etruscos, latinos e gregos. Entretanto, Roma
sofreu influência, sobretudo, dos latinos em sua formação.
Figura 4: Povos Pré-Romanos na Península Itálica (Séculos
X - VIII a.C.)
Origens
	 Estrategicamente fundada às margens do rio Tibre (Lá-
cio), região a certa distância da costa o que lhe garantia proteção
contra os possíveis invasores vindos do mar, Roma resultou da
união de aldeias de agricultores latinos e Sabinos que buscavam
com essa união defender-se contra as incursões constantes dos
Etrucos.
	 Por volta do século VIII a. C. (753 a. C.) surge a aldeia
romana iniciando-se a evolução dessa sociedade, marcada por
grandes conquistas. Roma viveu três grandes períodos: a Mo-
narquia ou Realeza, a República e o Império.
	 Entretanto, a origem de Roma é marcada por um con-
junto de lendas criadas com o objetivo de justificar a grandiosi-
dade dos romanos. As passagens mais conhecidas dessa “tradi-
ção lendária” foram:
♦ contam que o povo latino resultava da fusão de duas raças,
os Aborígenes, saídos dos troncos das árvores, e os Troianos,
companheiros de Enéias, vindos da longínqua Frígia depois do
desastre que se abateu sobre a sua pátria. (esta concepção da
origem mista do povo latino, onde os ‘nascidos do solo’ teriam
sido civilizados.).
♦ a disputa entre os irmãos gêmeos Rômulo e Remo, que foram
milagrosamente criados por uma loba, resultando na fundação
de Roma e mais tarde no estabelecimento da Monarquia.
♦ a lenda do ‘rapto das Sabinas’, união entre os latinos e sabinos
através do rapto das mulheres Sabinas, que mais tarde deram
origem a segunda geração romana de sangue misto, como já
eram os Latinos.
♦ a lenda da casta Lucréia que justifica a expulsão dos reis etrus-
cos, marcando o final do período monárquico romano.
	 Essas lendas, juntamente com as pesquisas arqueológi-
cas, contribuíram para se compreender as origens e evolução
de Roma.
	 Os Latinos que deram origem a Roma, não eram um
grupo étnico puro, mas resultado de uma síntese em que os in-
vasores indo-europeus assimilaram os Mediterrânicos para dar
origem a um novo povo.
	 Os etruscos exerceram uma profunda influência sobre
a nascente cidade romana, seu espírito de expansão contribuiu
para transformar a aldeia romana em cidade. Foram responsá-
veis também pela primeira forma de governo em Roma: a
monarquia.
Monarquia ou Realeza (753 – 509 a.C.)
	
	 Período marcado por uma economia baseada na agri-
cultura e no pastoreio. A sociedade, de caráter estamental e pa-
triarcal, era formada por patrícios, plebeus, clientes e escravos.
PATRÍCIOS: Formavam a aristocracia, cidadãos romanos que
eram grandes proprietários de terras, gados e escravos. Tinham
direitos políticos, podiam ter funções no exército,
na religião, na justiça e na administração.
PLEBEUS: Maioria da população, eram imigrantes que vie-
ram das primeiras conquistas de Roma. Eram livres, dedicados
ao comércio, artesanato e a agricultura. Não eram considera-
dos cidadãos de Roma, então não poderiam participar de cargos
públicos e nem da Assembléia Curial. Suas famílias não eram
legalmente reconhecidas
CLIENTES: Alguns eram estrangeiros e alguns plebeus que
para sobreviver se associavam aos patrícios. Eles lhe prestavam
diversos serviços pessoais em troca de ajuda econômica e pro-
teção social. Eram os derrotados de guerras. Trabalham em ser-
viços domésticos, agricultura, capatazes, artesãos,
professores, etc.
ESCRAVOS: Eram como propriedade, seu Senhor tinha auto-
nomia para castigá-los, vendê-los, alugar seus serviços e decidir
sobre sua vida ou sua morte.
Durante esse período, sete reis se sucederam, sendo 2 Latinos, 2
Sabinos e 3 Etruscos. O rei acumulava as funções religiosa, exe-
cutiva, judiciária e legislativa, nessa última seus poderes eram
limitados, tinham que passar pela aprovação do Senado ou Con-
selho dos Anciões. O Senado era formado por cidadãos idosos
(anciãos) que chefiavam as maiores famílias do reino. Eles ti-
nham a função de propor novas leis e fiscalizar as ações dos reis.
14 Da Vinci Vestibulares
	
VOCÊ SABIA: A localização de Roma às margens do rio Ti-
bre,” o mais caudaloso e regular de toda a Itália central, permitia
o transporte de mercadorias pesadas não só entre Roma e o
mar, mas também para o interior e, quando deixava de ser nave-
gável, o seu vale continuava a ser via de comunicação preciosa
que penetrava bastante em direção ao norte. (...) o Tibre desem-
penhou um papel essencial na grandeza de Roma, ao permitir
que o jovem Estado tivesse, desde cedo, um ‘pulmão marítimo’,
o que determinou em parte a sua vocação de metrópole colonial
e ao canalizar para ela – e, depois, ao submeter ao seu controle
– as correntes comerciais e étnicas que convergiam dos vales
dos Apeninos e se dirigiam para o sul.” GRIMAL, Pierre. A Civi-
lização Romana. Lisboa: Edições 70, 1988, p. 12-3.
	 Entretanto, as leis após aprovação pelo Senado eram
ratificadas pela Assembléia (Cúria), formada pelos cidadãos em
idade militar. A fase final da Monarquia, segunda metade do
século VII a. C., foi marcada pelo domínio dos etruscos.
República (509 – 27 a. C.)
	 Com a deposição de Tarquínio último rei de origem
etrusca, por volta de 509 a.C., tem início a República roma-
na. Tarquínio, o Soberbo, foi deposto por uma rebelião liderada
pela elite patrícia senatorial, no seu lugar o Senado se tornou o
órgão máximo da República. Estabelecendo-se em Roma uma
nova estrutura político-administrativa.
	 No lugar do rei, os patrícios elegiam dois líderes que
tinham plena autoridade sobre os assuntos civis, militares e reli-
giosos por um ano.
	 Eram eles:
	CÔNSULES que propunham leis, presidiam o Sena-
do e as Assembleias e os PRETORES que administravam a
justiça. Além do Senado e das magistraturas, ocupados pelos
patrícios, existiam três assembleias que completavam as insti-
tuições políticas da República romana: Assembleia Centuriata,
Assembleia Curiata e Assembleia Tribal.
	 Cada uma das Assembleias cumpria seu papel dentro
da República romana. Entretanto, o caráter oligárquico da Re-
pública garantia aos patrícios o monopólio do poder. Surgindo,
com isso, uma série de problemas para a plebe gerando guerras
constantes, aumento de tributos, o endividamento e a escravidão
por dívida.
	 As divergências entre patrícios e plebeus levaram às
lutas de classe. Essa luta durou mais de um século até eles con-
seguirem privilégios dentro de Roma.
Entre eles:
♦ Ganharam representação e participação política através dos
Tribunos da Plebe: tinham direito ao veto e eram considerados
invioláveis;
♦ As Leis das XII Tábuas: primeira compilação de leis escritas
em Roma;
♦ A Lei Canuleia: permitia o casamento entre patrícios e ple-
beus;
♦ A Lei Licínia Sextia: aboliu a escravidão por dívidas e abriu
a possibilidade aos plebeus a participação no consulado.
	 Com isso, a plebe conquistou, gradativamente, o direi-
to a participação em todas as magistraturas da República roma-
na.
EXPANSÃO ROMANA
	 Por volta de 275 a. C., os romanos já haviam conquis-
tado a península Itálica, tornando-se imprescindível a conquista
de outros territórios fora da Itália.
Figura 5 - Povos Pré-Romanos na Península Itálica
(Séculos X - VIII a.C.)
	 Roma, sentindo-se preparada para sua expansão, desa-
fia o Império cartaginês, uma poderosa ex-colônia fenícia estra-
tegicamente bem localizada (norte da África), que controlava o
Mediterrâneo ocidental, dando início ás Guerras Púnicas (264
– 146 a. C.).
	 Os romanos disputavam com Cartago o controle co-
mercial do Mediterrâneo. Cartago possuía muitas colônias na
Córsega, Sardenha, Sicília e Península Ibérica. Após batalhas
violentas, os romanos derrotaram Cartago e escravizando seus
habitantes. Com o fim das Guerras Púnicas, Roma inicia campa-
nhas militares adquirindo o controle de quase toda a península
Ibérica, Gálias, parte da Germânia
, Egito, Grécia e Oriente. Com o controle da orla Mediterrânea
os romanos passaram a chama-lo de mare nostrum (nosso mar).
	 A sociedade romana sofreu grandes transformações
durante as conquistas. O estilo de vida romano passou a ser lu-
xuoso, requintado e exótico para alguns patrícios. Os fatores
fundamentais para essas mudanças sociais na sociedade romana
foram:
♦ A grande quantidade de riqueza oriunda das conquistas (pi-
lhagem).
♦ A decadência do pequeno agricultor, impossibilitado de con-
correr com os grandes proprietários escravistas.
O crescimento do escravismo, transformando o modo de pro-
dução romano.
♦ O surgimento de novas classes sociais.
	 Com as mudanças promovidas pela expansão de Roma
muitos plebeus empobreceram e viram-se obrigados a vender
seus bens, abandonar os campos, migrando para as cidades
(êxodo rural).
15Extensivo
	
	 Com o objetivo de superar a crise que se instalou em
Roma, principalmente com relação aos pequenos proprietários
ou agricultores, alguns setores se mobilizaram em busca de re-
formas. Nesse contexto destacaram-se, por sua ação, dois tribu-
nos da plebe: Tibério e Caio Graco.
	 Os irmãos Graco, como ficaram conhecidos, vendo a
situação em que Roma se encontrava propuseram reformas. En-
tre elas a distribuição das terras entre os camponeses plebeus
pondo fim aos grandes latifúndios e a Lei Frumentária, distri-
buição de trigo a preços baixos.
	 Os patrícios reagiram contra os irmãos Graco. Tibério
e seus seguidores forma assassinados e Caio Graco, temendo ter
o mesmo fim de seu irmão ao ser cercado em uma colina próxi-
ma a Roma, ordenou a um escravo que o matasse.
	 Após a conhecida Revolta dos Gracos, ocorreu a radi-
calização política fazendo com que a República romana entras-
se em crise. As disputas entre os cidadãos de Roma pelo poder
aumentou a instabilidade política levando o Senado a eleger
três líderes políticos: Júlio César, Pompeu e Crasso. Eles forma-
ram o I Triunvirato (governo de três pessoas). Com a morte de
Crasso em combate, na Pérsia (54 a.C.) e a derde Pompeu em
49 a.C., Júlio César tornou-se o único governante de Roma até
sua morte em 44 a.C.
	 Logo estabeleceu-se o II Triunvirato composto por
Marco Antônio, amigo de um dos fortes generais de Júlio Cé-
sarLépido e Otávio. Lutas internas pelo poder levaram Otávio a
declarar guerra a Marco Antônio e seus aliados, o qual derrotou
em 31 a.C.
	 Otávio tornou-se o senhor de Roma, recebendo vários
títulos, entre eles o de “divino” (Augustus).
	
Império (27 a.C. – 476 d.C.):
	 Com as conquistas territoriais e o desenvolvimento
acelerado do modo de produção escravista, Roma alcançou a
riqueza e a hegemonia do mundo antigo.
	 Primeiro Imperador de Roma, Otávio Augusto (27
a.C. – 14 a.C.) acabou com os conflitos internos, criou a Guarda
Pretoriana, cuja função era proteger o imperador e a capital do
Império, promovia a distribuição de trigo e a organização de es-
petáculos públicos (Pão e Circo), fez magníficas obras públicas
tornando Roma a Cidade Eterna.
	 Durante seu governo, nasceu Jesus Cristo, fundador do
cristianismo, nova religião que ganhou seguidores em todo o
império romano. Com a morte de Otávio Augusto em 14 d.C.,
Roma foi governada pelas dinastias: Júlio-Claudiana até 68
d.C., seguida pela dinastia Flaviana até 96 d.C. e pela dinastia
dos Antoninos até o ano de 192. O Alto Império foi marcado por
diversas dinastias a última a governar Roma foi a dos
Severos.
	 Os sucessores de Otávio Augusto não conseguiram
manter as estruturas de governo por ele implantadas contribuin-
do para a gradual desestruturação do império. O descontrole po-
lítico, a imoralidade pessoal e também administrativa fez parte
dos governos de Tibério, Calígula e Nero. Este último perseguiu
os cristãos que não o cultuavam como deus e mandou incendiar
Roma.
	 No período caracterizado como Baixo Império alguns
imperadores tentaram controlar a crise, foram eles:
♦ Diocleciano (284 – 305) promoveu várias reformas com o
intuito de conter as crises.
♦ Constantino (313 – 337) concedeu liberdade de culto aos
cristãos, fundou Constantinopla que seria, com o tempo, a se-
gunda capital do Império.
♦ Teodósio (378 – 395) ficou conhecido pela oficialização do
cristianismo e a divisão do império em duas partes: Império
Romano do Ocidente (capital Roma) e Império Romano do
Oriente (capital Constantinopla).
	 Vários foram os fatores que contribuíram para a queda
do império romano. O declínio do número de escravos - crise do
escravismo, queda da produção nos latifúndios, altos impostos,
crise do comércio, a ruralização e a regionalização da economia,
entre outros. Entretanto, não podemos deixar de citar a grande
presença de bárbaros no Exército romano.
	 Todos esses fatores conjuntamente com as invasões
bárbaras nos séculos IV e V, puseram fim ao Império Romano.
Figura 6: Povos Pré-Romanos na Península Itálica
(Séculos X - VIII a.C.)
PARA SABER MAIS:
A queda do Império Romano. Direção de Anthony Mann,Estados
Unidos,1964,172min.
Gladiador. Direção de Jean Jacques Annaud,Estados
Unidos,2000,130min.
SITES PARA PESQUISA
Hystoria na WEB – http://hystoria.hpg.ig.com.br
Mundo Antigo – http://planeta.terra.com.br/arte/mundoantigo/
História do Mundo - http://www.historiadomundo.com.br/
Mini WEB Educação - http://www.miniweb.com.br/ historia/Roma1.
html
EXERCÍCIOS ESSENCIAIS:
1. (FUVEST) A(s) questão(ões) seguinte(s) é(são) composta(s)
por três proposições I, II e III que podem ser falsas ou verda-
deiras. Examine-as identificando as verdadeiras e as falsas e em
seguida marque a alternativa correta dentre as que se seguem:
(A) se todas as proposições forem verdadeiras.
(B) se apenas forem verdadeiras as proposições I e II.
(C) se apenas forem verdadeiras as proposições I e III.
(D) se apenas forem verdadeiras as proposições II e III.
(E) se todas as proposições foram falsas.
1. I. Do século IX ao VII a.C., os assírios organizaram um po-
deroso exército com cavalaria, carros e máquinas de guerra,
16 Da Vinci Vestibulares
conquistando um vasto império cuja queda foi acelerada pela
crueldade com que trataram os povos submetidos.
II. As instituições políticas da Cidade-Estado de Atenas, ao con-
trário de sua rival Esparta, não evoluíram no sentido de uma
democracia.
III. Os maiores legados da civilização romana foram o Direito
(base de todos os atuais), as línguas latinas, a arquitetura, a es-
cultura e a pintura.
2. Na Grécia Clássica, os deuses eram concebidos à imagem e
semelhança do homem, postura invertida na Roma Imperial, na
qual os cristãos viam o homem feito à imagem e semelhança de
Deus. Relacione a visão religiosa com a estrutura sócio-política
em cada um dos casos acima.
3. Indique e comente quatro elementos da antigüidade greco-
-romana presentes ainda hoje no mundo ocidental.
4. (FUVEST) “Em verdade é maravilhoso refletir sobre a gran-
deza que Atenas alcançou no espaço de cem anos depois de se
livrar da tirania... Mas acima de tudo é ainda mais maravilhoso
observar a grandeza a que Roma chegou depois de se livrar de
seus reis.” (Maquiavel, “Discursos sobre a primeira década de
Tito Lívio”).
Nessa afirmação, o autor
(A) critica a liberdade política e a participação dos cidadãos
no governo.
(B) celebra a democracia ateniense e a República romana.
(C) condena as aristocracias ateniense e romana.
(D) expressa uma concepção populista sobre a antigüidade
clássica.
(E) defende a pólis grega e o Império romano.
5. “A história da Antigüidade Clássica é a história das cidades,
porém, de cidades baseadas na propriedade da terra e na agri-
cultura.” (K. Marx. “Formações econômicas pré- capitalistas.”)
Em decorrência da frase de Marx, é correto afirmar que
(A) os comerciantes eram o setor urbano com maior poder na
Antigüidade, mas dependiam da produção agrícola.
(B) o comércio e as manufaturas eram atividadesdesconhecidas
nas cidades em torno do Mediterrâneo.
(C) as populações das cidades greco-romanas dependiam da
agricultura para a acumulação de riqueza monetária.
(D) a sociedade urbana greco-romana se caracterizava pela au-
sência de diferenças sociais.
(E) os privilégios dos cidadãos das cidades gregas e romanas se
originavam da condição de proprietários rurais.
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES:
6. Na atualidade, praticamente todos os dirigentes políticos, no
Brasil e no mundo, dizem-se defensores de padrões democráti-
cos e de valores republicanos. Na Antigüidade, tais padrões e
valores conheceram o auge, tanto na democracia ateniense,
quanto na república romana, quando predominaram
(A) a liberdade e o individualismo.
(B) o debate e o bem público.
(C) a demagogia e o populismo.
(D) o consenso e o respeito à privacidade.
(E) a tolerância religiosa e o direito civil.
7. (FUVEST) Sobre as invasões dos “bárbaros” na Europa Oci-
dental, ocorridas entre os séculos III e IX, é correto afirmar que:
(A) foi uma ocupação militar violenta que, causando destruição
e barbárie, acarretou a ruína das instituições romanas.
(B) se, por um lado, causaram destruição e morte, por outro
contribuíram, decisivamente, para o nascimento de uma nova
civilização, a da Europa Cristã.
(C) apesar dos estragos causados, a Europa conseguiu, afinal,
conter os bárbaros, derrotando-os militarmente e, sem solução
de continuidade, absorveu e integrou os seus remanescentes.
(D) se não fossem elas, o Império Romano não teria desapa-
recido, pois, superada a crise do século III, passou a dispor de
uma estrutura sócio-econômica dinâmica e de uma constituição
política centralizada.
(E) os Godos foram os povos menos importantes, pois quase
não deixaram marcas de sua presença.
8. (UNICAMP) Os princípios do cristianismo chocaram-se com
os valores romanos, em especial a partir do momento em que
os imperadores passaram a ser vistos como divindades. Entre
os séculos I e III, as perseguições aos cristãos foram constantes.
a) Cite três características do cristianismo naquele período.
b) Explique por que os princípios cristãos eram uma ameaça ao
poder político dos imperadores romanos.
9. (FUVEST) O mundo greco-romano e o mundo ocidental mo-
derno criaram colônias ultramarinas e usaram o trabalho escra-
vo.
Indique as diferenças entre esses dois períodos históricos no que
se refere à colonização e à escravidão.
10. (UNICAMP) “Os jovens eram educados para serem fortes
para a guerra. No Campo de Marte, perto de Roma, aprendiam
a manejar a espada, a lançar o disco e as lanças, a correr, saltar,
nadar e cavalgar. Aprendiam a obedecer para depois saberem
mandar.” (Bruna R. Cantele, HISTÓRIA DINÂMICAANTIGA
E MEDIEVAL)
Com base no texto, responda:
a) qual era a função da educação romana?
b) qual foi a sua importância na expansão do império?
11. (FUVEST) A expansão de Roma durante a República, com
o consequente domínio da bacia do Mediterrâneo, provocou
sensíveis transformações sociais e econômicas, dentre as quais:
(A) marcado processo de industrialização, êxodo urbano, endi-
vidamento do Estado.
(B) fortalecimento da classe plebéia, expansão da pequena pro-
priedade, propagação do cristianismo.
(C) crescimento da economia agro-pastoril, intensificação das
exportações, aumento do trabalho livre.
(D) enriquecimento do Estado romano, aparecimento de uma
poderosa classe de comerciantes, aumento do número de escra-
vos.
(E) diminuição da produção nos latifúndios, acentuado processo
inflacionário, escassez de mão-de-obra escrava.
17Extensivo
12. (FUVEST) Importantes transformações políticas, econômi-
cas e sociais ocorreram com a expansão romana pelo Mediter-
râneo, entre elas:
(A) fortalecimento econômico da elite patrícia, concentração da
população nas zonas rurais, crescimento do trabalho livre.
(B) supremacia política dos generais, abolição do trabalho es-
cravo, fixação da plebe no campo.
(C) austeridade moral, monopólio dos cargos públicos pelos
plebeus e erradicação da influência da cultura grega.
(D) emigração da população do campo para a cidade, predo-
mínio da atividade comercial, grande aumento do número de
escravos.
(E) fortalecimento da família tradicional, concentração da eco-
nomia nas atividades agropastoris, preservação do monoteísmo.
13. (FUVEST) Em relação à formação dos reinos bárbaros:
a) Explique os motivos que permitiram as invasões bárbaras
no Império Romano do Ocidente.
b) Mencione três povos bárbaros que invadiram o Império Ro-
mano do Ocidente.
14. (FUVEST) Várias razões explicam as perseguições sofridas
pelos cristãos no Império Romano, entre elas:
(A) a oposição à religião do Estado Romano e a negação da
origem divina do Imperador, pelos cristãos.
(B) a publicação do Edito de Milão que impediu a legalização
do Cristianismo e alimentou a repressão.
(C) a formação de heresias como a do Arianismo, de autoria do
bispo Ário, que negava a natureza divina de Cristo.
(D) a organização dos Concílios Ecumênicos, que visavam pro-
mover a definição da doutrina cristã.
(E) o fortalecimento do Paganismo sob o Imperador Teodósio,
que mandou martirizar milhares de cristãos.
15. (UNICAMP) Na Roma antiga, o escravo era considerado
um animal de trabalho sobre o qual o senhor
detinha o direito de vida e de morte.
a) Em quais condições alguém se tornava escravo na Roma
antiga?
b) Relacione três das principais atividades em que a mãode-obra
escrava era utilizada.
18 Da Vinci Vestibulares
	
MÓDULOS 3E 4: A IDADE MÉDIA
[...]vemos o chamado império romano em grande parte destru-
ído; todavia, enquanto durarem os reis da França que devem
dominar o dito império, a dignidade desse império não perece-
rá, pois se conservará em seus reis. E alguns dos nossos dou-
tores dizem que um dos reis da França dominará todo Império
romano - e será perto fim do mundo -, que finalmente, tendo
bem governado seu reino, conduzirá seu poderio a Jerusalém,
e, ao depositar no monte das Oliveiras sua coroa, será o fim do
Império romano [...], e esse reinado será o ultimo reinado de
todos os reinados do mundo, e jamais cessará até que, sob Je-
sus Cristo, tenha abarcado todo o domínio temporal do mundo
universal, constituindo a sede deste em Roma restituída, como
o papa eterno na Terra Santa [...]. E assim Jesus Cristo será um
só rei e pastor. G. Postel, Le thresor des propheties de l´univers,
ed.Fr.Secret,Haia,Martinus Nijhof,1969,pp.98-9.
	 Com o fim do Império Romano no Ocidente, ocorreu
na Europa o fenômeno da ruralização. Praticamente todas as ci-
dades foram despovoadas e as pessoas buscaram nas grandes
propriedades rurais a forma de garantir minimamente a segu-
rança, uma vez que o período conhecido como “as invasões bár-
baras” transformou as antigas áreas dominadas pelos romanos
no imenso território instável e perigoso. A Idade Média foi di-
vidida em dois momentos distintos: Alta Idade Média e Baixa
Idade Média.
♦ A Alta Idade Média - do século V ao X, teve como principais
características: a formação e o desenvolvimento do feudalismo
e concentração de poderes pela Igreja Católica.
♦ A Baixa Idade Média - durou do século XI ao XV, caracte-
rizou-se pelo apogeu e crise do feudalismo e a expansão das
Cruzadas, movimento bélico incentivado pela Igreja Católica.
FEUDALISMO
	 O Feudalismo foi um fenômeno típico da Idade Média
na sociedade Centro-Ocidental da Europa. O Feudalismo repre-
sentou a fase de grande autoridade política; econômica; ideoló-
gica e cultural da Santa Sé. A base de sustentação do Sistema
Feudal era o trabalho servil. O servo era originado da decadên-
cia Romana. Esse trabalhador recebia proteção de seu Senhor e
retribuía na forma de pagamentos de tributos em produtos ou na
forma de prestação dos mais variados serviços.
	 Os servos, além de trabalharem no campo tinham a
obrigação de pagar impostos na forma de produtos agrícolas,
animais, manufatura, tecelagem e/ou prestarem serviços.
Impostos
♦ Corvéia: Trabalho gratuito realizado de duas a três vezes por
semana, no manso senhorial; na construção e reparação das es-
tradas; pontes, moinhos, na casa senhorial e na construção de
represas.
♦ Talha: Par te da produção agrícola que era entregue ao Senhor
feudal.
♦ Banalidade: Pagamento pelo uso dos instrumentos de traba-
lho no feudo.
♦ Captação: Imposto pago pela moradia no feudo.
♦ Mão morta: Era o pagamento de uma taxa para a família
servil permanecer no feudo, em caso do falecimento do pai ou
de outros entes queridos.
♦ Tostão de Pedro ou Dízimo: 10% da produção do servo era
pago à Igreja, utilizado para a manutenção da capela local.
♦ Taxa de justiça: Taxa que o servo ou o vilão pagava ao senhor
feudal para que se fizesse justiça dentro do feudo. Quando o
servo cometia uma infração, o senhor cobrava a taxa para que
o julgamento acontecesse em um tribunal presidido pelo senhor
ou seu representante.
A Mulher
As mulheres na Idade Média eram totalmente submetidas ao pai
e aos seus maridos. Em sua maioria tinham como função cui-
dar do espaço doméstico e estavam voltadas para a procriação
e educação dos filhos. As mulheres eram tidas como frágeis e
de fácil sedução pelo mal. Muitas delas foram perseguidas pelo
Tribunal da inquisição, acusadas de bruxas, sobretudo, quando
residiam sozinhas e possuíam o domínio das ervas medicinais.
Figura 7 - Mulher sendo acusada de bruxaria.
Estamentos e Hierarquia Social
	 Os historiadores franceses, especialistas em Idade Média,
preferem classificar a sociedade feudal como uma sociedade composta
exclusivamente por estamentos, ou ordens. Entendemos por sociedade
estamental uma forma de organização onde a estratificação social com
camadas mais fechadas do que as classes e mais abertas do que as cas-
tas, reconhecidas por lei e geralmente ligadas ao conceito de honra.
	 Na Idade Média, praticamente inexistia mobilidade social,
uma vez que a condição social do individuo era determinada pela tra-
dição, pelos laços de consangüinidades, e pela hereditariedade. Em ou-
tros termos, era praticamente impossível o filho de um servo chegar a
condição de nobre.
	 Jacques Le Goff, importante historiador Francês medieva-
lista, assim classificou a sociedade do medievo: “O Feudalismo é um
sistema de organização econômica, social, cultural e política baseado
nos vínculos de dependência de homem a homem, no qual uma classe
de guerreiros especializados – os senhores -, subordinavam-se uns aos
outros por uma hierarquia de vínculos de dependência, domina a massa
campesina que explora a terra e lhes fornece com que viver”.
	 Já, Georges Duby, outro grande historiador da Idade Média,
gostava muito da definição dada pelo Bispo Adalberon de Laon, mor-
to em 1031 d.C, acerca do lugar de cada indivíduo naquela socieda-
de: “Na sociedade alguns rezam, outros guerreiam e outros trabalham
19Extensivo
onde todos formam um conjunto inseparável e o trabalho de uns
permite o trabalho dos outros dois e cada qual por sua vez presta
apoio aos outros”.
	
Principais Caracteristicas da Sociedade Feudal
♦ Heterogeneidade Social - Nobres, cavaleiros, sacerdotes e
camponeses.
♦ Pouca Mobilidade Social - Sociedade estamental.
♦ Patriarcalismo - Desfavorecimento e perseguição as mulhe-
res (caça as bruxas).
♦ Sociedade Teocentrica - Principal foco: a salvação.
Igreja Católica Medieval
	 O controle ideológico aplicado pela Igreja e a repres-
são militar imposta pelos senhores feudais impedia qualquer
revolta camponesa. Em sua maioria eram os próprios filhos da
classe nobre aqueles que formavam os quadros do clero e, dessa
maneira, asseguram o controle político e social por meio do dis-
curso ideológico fortemente marcado pelo ideal de abnegação e
votos de pobreza na terra para a garantia de vida eterna após a
morte.
Principais Fatores da Alta Idade Média
I-Formação e desenvolvimento do feudalismo
II-Concentração de poderes pela Igreja Católica
III- Expansão do Islamismo
Os sucessores de Maomé difundiram a fé Islâmica em diferentes
partes do globo, esta difusão não tinha os mesmos critérios polí-
ticos e econômicos, mas possuía a mesma concepção religiosa.
O mundo Islâmico é bastante diversificado mais a religião é o
grande elo entre esses povos.
IV- Descentralização política.
Principais Fatores da Baixa Idade Média
I- Expansão das Cruzadas: As cruzadas foram um importante
capitulo da Baixa Idade média, ela representou o choque cul-
tural-religioso entre o ocidente e o oriente, ou seja, a Europa
Cristã Católica contra o Oriente Médio islâmico.
II - Novas rotas comerciais.
III- Centralização política: formação das monarquias nacionais
IV-Apogeu e crise do feudalismo:
	 O feudalismo acabou devido às melhorias tecnológi-
cas; surgimento de excedente econômico; revitalização das ati-
vidades comerciais e re-surgimento das cidades. O aparecimen-
to da burguesia muda a sociedade e a economia feudal.
IDADE MÉDIA ORIENTAL
Império Bizantino (Roma Oriental)
	 Parte do império Romano da Ásia que sobreviveu até o
século XV. A Roma Ocidental se feudalizou, já a parte oriental
ficou fundamentada no comércio e na vida urbana.
	 A atual Turquia é hoje o país que corresponde ao an-
tigo Império Bizantino. Localizada entre a Europa e a Ásia, a
Turquia é uma rota de comércio e culturas. Neste país coexistem
culturas européias e asiáticas. A maior autoridade política e mi-
litar do Império Bizantino é o Cézar Bizantino.
	 O Império Bizantino preservou a cultura Greco-Ro-
mana, quando os turcos invadiram Constantinopla (capital do
Império) muitos sábios Bizantinos migraram para a Europa. No
continente europeu esses sábios difundiram a cultura Greco Ro-
mana contribuindo para o renascimento do século XV.
Figura 8 - Império bizantino
	 A partir do século XIV algumas mudanças ocorridas
no seio da sociedade Ocidental deram claros sinais de que o
tempo “quase imóvel” da Idade média chegava ao fim. No cam-
po das relações econômicas, a introdução da moeda, como valor
de troca universal, intensificou as relações comerciais em nível
mais amplo. É bem verdade que desde a Idade Medieval a mo-
eda existiu, porém, agora ela deixava de ser, aos poucos, uma
referência local e adquiria, cada vez mais, um caráter regional e
nacional, possibilitando relações comerciais de longa distância.
	 Isso só foi possível graças a uma série de mudanças
ocorridas nas propriedades feudais, fruto de um conjunto de
20 Da Vinci Vestibulares
fatores interligados. Em primeiro lugar há de se considerar que
após a “peste Negra” ou “peste bubônica”, a qual dizimou um
terço da população européia, a demografia ocidental retomou
aos níveis de crescimento lentamente, mas isso também se deu
graças às mudanças nas técnicas de cultivos, novos incrementos
agrícolas, introdução de instrumentos de trabalho, além de um
fator muito significativo: a comutação das prestações senhoriais.
O que foi isso?
	 Bem, vimos que na Idade Média, os senhores tributa-
vam os servos de diferentes maneiras, sobretudo, cobrando-lhes
formas de trabalho e retirando-lhes parte de tudo aquilo que
eles produziam nas lavouras, na criação de animais e no espaço
doméstico por meio do trabalho familiar. Com a dinamização
da economia, ocasionada pelo renascimento comercial com o
Oriente, os senhores passaram a se interessar em adquirir pro-
dutos oriundos das mais distantes regiões e que não eram pro-
duzidos em suas propriedades. Isso fez com que os mesmos
adotassem uma nova maneira de explorar os servos e obter a
referência de troca no comércio das cidades. Foi então que os
senhores resolveram adotar a cobrança de tributo em moedas.
Desse modo, os servos viram-se obrigados a produzir não só
para a sua sobrevivência, mas também fomentar um excedente
da produção a fim de levá-lo à cidade e a comercializá-lo nas
feiras ou nos entrepostos comerciais. Ao ganharem essa auto-
nomia, a classe servil sentiu-se estimulada em aumentar a sua
produção uma vez que sendo o tributo Pré-fixado isso criava as
condições para eles ampliarem seus ganhos com as vendas dos
produtos nos mercados.
	 Alguns historiadores afirmam que esse fenômeno foi
responsável pelo surgimento das duas futuras classes que se
oporiam no sistema capitalista: a burguesia e o proletariado. Por
quê? Bem, os servos ganharam autonomia para comercializar
seus produtos nas cidades e isso os estimulou cada vez mais
a produzir em maior escala. Por outro lado, eles também esta-
vam sujeitos às oscilações e variações dos preços dos produtos
nos mercados. Dessa maneira, aqueles que lograram sucesso
na sua relação comercial tornaram-se homens de negócio, atra-
vessadores e se libertaram do jugo senhorial por meio de inde-
nização. Outros, menos afortunados, ao não obterem sucesso
almejado nas feiras livres, tornaram-se homens endividados e
sem condições de arcar com as prestações senhoriais.
	 O resultado disso foi a expulsão em massa daqueles
infelizes dos feudos e a conseqüente migração para as cidades.
Em poucos séculos as cidades européias já vislumbravam uma
multidão de vagabundos, crianças órfãs, mães chefes de família,
trabalhadores que recebiam péssimos salários e extensas jorna-
das de trabalho, enquanto uma pequena classe de ricos, denomi-
nada de burgueses, enriquecia às custas do trabalho e exploração
alheia. Esse será um tema melhor detalhado quando tratarmos
da Revolução Industrial no século XVIII.
Para saber mais:
Coração Valente. Direção de Mel Gibson, Estados Unidos,
1995, 177 min.
“Peste Negra” - documentário, Estados Unidos, 2005, Produ-
ção: The History Channel, 90 min.
O nome da rosa. Direção de Jean-Jacques Annaud. Alemanha,
1986, 130 min.
O poço e o pêndulo. Direção de Stuart Gordon, Estados
Unidos,1991,103min.
El Cid. Direção de A. Mann, Estados Unidos,1961, 184 min.
EXERCÍCIOS ESSENCIAIS:
1. (FUVEST) “...o desejo de dar uma forma e um estilo ao sen-
timento não é exclusivo da arte e da literatura; desenvolve-se
também na própria vida: nas conversas da corte, nos jogos, nos
desportos... Se, por conseguinte, a vida pede à literatura os mo-
tivos e as formas, a literatura, afinal, não faz mais do que copiar
a vida.” (Johan Huizinga, O Declínio da Idade Média).
Na Idade Média essa relação entre literatura e vida foi exercida
principalmente pela
(A) vassalagem
(B) guilda
(C) cavalaria
(D) comuna
(E) monarquia
2. (UFTM-2007) A formação do sistema feudal, dominante
principalmente nos territórios do Império Carolíngio, durante a
Idade Média, esteve ligada
(A) à integração de instituições romanas e germânicas, tais
como o colonato e o Comitatus.
(B) ao fim da importância das leis baseadas nos costumes e aos
ataques vikings.
(C) às constantes invasões dos bárbaros germânicos, que leva-
ram à queda do Império Bizantino.
(D) à decadência do escravismo romano e ao gradativo processo
de êxodo rural.
(E) ao fortalecimento do poder real, devido à distribuição de
benefícios aos guerreiros fiéis.
3. (UEMG-2007) Leia, a seguir, o fragmento de uma obra
do historiador Marc Bloch.
“De um lado, a língua de cultura, que era, quase uniformemente,
o latim; do outro, na sua diversidade, os falares de uso diário.
[...] Esse dualismo era característico da civilização ocidental
propriamente dita e contribuía para a colocar fortemente em
oposição aos seus vizinhos: os mundos celta e escandinavo,
que possuíam ricas literaturas, poéticas e didáticas, em línguas
nacionais; o Oriente grego; o Islão, pelo menos nas zonas real-
mente arabizadas”.
Assinale a alternativa que completa CORRETAMENTE o se-
guinte enunciado:
Nesse fragmento, o historiador trata
(A) do choque entre culturas, que tem marcado as relações Oci-
dente e Oriente.
(B) da experiência feudal vivida no Ocidente europeu.
(C) do desdobramento do Humanismo renascentista no campo
das letras, com a afirmação dos falares nacionais.
(D) do obstáculo que o processo de formação dos Estados Na-
cionais Modernos encontrou para a criação de um idioma co-
mum aos seus habitantes.
4. (FUVEST-2010) “A instituição das corveias variava de acor-
do com os domínios senhoriais, e, no interior de cada um, de
acordo com o estatuto jurídico dos camponeses, ou e seus man-
sos [parcelas de terra].” Marc Bloch. Os caracteres originais da
França rural, 1952.
Esta frase sobre o feudalismo trata
(A) da vassalagem.
(B) do colonato.
(C) do comitatus.
21Extensivo
(D) da servidão.
(E) da guilda.
Observe a figura.
5. O ícone, pintura sobre madeira, foi uma das manifestações
características da Civilização Bizantina, que abrangeu amplas
regiões do continente europeu e asiático. A arte bizantina re-
sultou
(A) do fim da autocracia do Império Romano do Oriente.
(B) da interdição do culto de imagens pelo cristianismo primi-
tivo.
(C) do “Cisma do Oriente”, que rompeu com a unidade do cris-
tianismo.
(D) da fusão das concepções cristãs com a cultura decorativa
oriental.
(E) do desenvolvimento comercial das cidades italianas.
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES:
6. (VUNESP-2009) As caravanas do Sudão ou do Niger trazem
regularmente a Marrocos, a Tunes, sobretudo aos Montes da
Barca ou ao Cairo, milhares de escravos negros arrancados aos
países da África tropical (...) os mercadores mouros organizam
terríveis razias, que despovoaram regiões inteiras do interior.
Este tráfico muçulmano dos negros de África, prosseguindo
durante séculos e em certos casos até os mais recentes, desem-
penhou sem dúvida um papel primordial no despovoamento
antigo da África. (Jacques Heers, O trabalho na Idade Média.)
O texto descreve um episódio da história dos muçulmanos
na Idade Média, quando
(A) Maomé começou a pregar a Guerra Santa no Cairo como
condição para a expansão da religião de Alá, que garantia aos
guerreiros uma vida celestial de pura espiritualidade.
(B) atuaram no tráfico de escravos negros, dominaram a Áfri-
ca do Norte, atravessaram o estreito de Gibraltar e invadiram a
Península Ibérica.
(C) a expansão árabe foi propiciada pelos lucros do comércio
de escravos, que visava abastecer com mão de obra negra as
regiões da Península Ibérica.
(D) os reinos árabes floresceram no sul do continente africano,
nas regiões de florestas tropicais, berço do monoteísmo islâmi-
co.
(E) os árabes ultrapassaram os Pirineus e mantiveram o domínio
sobre o reino Franco, até o final da Idade Média ocidental.
7. (UNIFESP-2008) Houve, nos últimos séculos da Idade Mé-
dia ocidental, um grande florescimento no campo da literatura e
da arquitetura. Contudo, se no âmbito da primeira predominou
a diversidade (literária), no da segunda predominou a unidade
(arquitetônica).
O estilo que marcou essa unidade arquitetônica corresponde ao
(A) renascentista.
(B) românico.
(C) clássico.
(D) barroco.
(E) gótico.
8. (UFSCar-2008) O Quarto Concílio de Latrão, em 1215, de-
cretou medidas contra os senhores seculares caso protegessem
heresias em seus territórios, ameaçando-os até com a perda dos
domínios. Já antes do Concílio e como consequência dele, as
autoridades laicas decretaram a pena de morte para evitar a dis-
seminação de heresias em seus territórios, a começar por Ara-
gão em 1197, Lombardia em 1224, França em 1229, Roma em
1230, Sicília em 1231 e Alemanha em 1232. (Nachman Falbel.
Heresias medievais, 1976.) A respeito das heresias medievais, é
correto afirmar que
(A) o termo heresia designava uma doutrina contrária aos prin-
cípios da fé oficialmente declarada pela Igreja Católica.
(B) os heréticos eram filósofos e teólogos que debatiam racio-
nalmente a natureza divina e humana da Trindade no século
XIII.
(C) a Igreja tinha atitudes tolerantes com os hereges de origem
popular, que propunham uma nova visão ética da instituição
eclesiástica.
(D) os primeiros heréticos apareceram nos séculos XII e XIII
e defendiam antigas doutrinas difundidas pelo império otoma-
no.
(E) a heresia era conciliável com o poder temporal do Papa, mas
provocou a ruptura das relações entre a Igreja e o Estado.
9. (VUNESP-2008) O culto de imagens de pessoas divinas,
mártires e santos foi motivo de seguidas controvérsias na histó-
ria do cristianismo. Nos séculos VIII e IX, o Império bizantino
foi sacudido por violento movimento de destruição de imagens,
denominado “querela dos iconoclastas”. A questão iconoclasta
(A) derivou da oposição do cristianismo primitivo ao culto que
as religiões pagãs greco-romanas devotavam às representações
plásticas de seus deuses.
(B) foi pouco importante para a história do cristianismo na Eu-
ropa ocidental, considerando a crença dos fiéis nos poderes das
estátuas.
(C) produziu um movimento de renovação do cristianismo em-
preendido pelas ordens mendicantes dominicanas e francisca-
nas.
(D) deixou as igrejas católicas renascentistas e barrocas despro-
vidas de decoração e de ostentação de riquezas.
(E) inviabilizou a conversão para o cristianismo das multidões
supersticiosas e incultas da Idade Média europeia.
22 Da Vinci Vestibulares
10. (UNIFESP-2007) O mosteiro deve ser construído de tal for-
ma que tudo o necessário (a água, o moinho, o jardim e os vários
ofícios) exerce-se no interior do mosteiro, de modo que os mon-
ges não sejam obrigados a correr para todos os lados de fora,
pois isso não é nada bom para suas almas. (Da Regra elaborada
por São Bento, fundador da ordem dos beneditinos, em meados
do século VI.) O texto revela
(A) o desprezo pelo trabalho, pois o mosteiro contava com os
camponeses para sobreviver e satisfazer as suas necessidades
materiais.
(B) a indiferença com o trabalho, pois a preocupação da ordem
era com a salvação espiritual e não com os bens terrenos.
(C) a valorização do trabalho, até então historicamente inédita,
visto que os próprios monges deviam prover a sua subsistência.
(D) a presença, entre os monges, de valores bárbaros germâni-
cos, baseados na ociosidade dos dominantes e no trabalho dos
dominados.
(E) o fracasso da tentativa dos monges de estabelecer comunida-
des religiosas que, visando a salvação, abandonavam o mundo.
11. (Mack-2007) Foi nesse terreno de cerca de 3,5 milhões de
km2 e predominantemente desértico que, na primeira quadra do
século VII, se constituiu (...) a religião (...), a qual, num espa-
ço de tempo relativamente exíguo, o empolgaria por inteiro, e
foi também a partir dele que, na quadra seguinte, os conversos
saíram para fazer a sua entrada decisiva no palco da história uni-
versal, construindo um dos mais poderosos impérios da face da
Terra e ampliando de maneira considerável o número de adeptos
da nova fé. Adaptado de Mamede M. Jarouche, Revista Entre
Livros, nº 3.
O texto acima faz menção a uma religião
(A) que abriga a crença na existência de vários deuses, todos
eles personificações dos astros (sobretudo o Sol) e de fenôme-
nos da natureza (como o raio e o trovão).
(B) cuja denominação (Islã) indica um de seus mais importantes
princípios, ou seja, a submissão do fiel à vontade de Alá, “único
Deus”.
(C) que possui entre seus dogmas a absoluta intolerância em
relação a povos de religiões diversas, ineptos para a conversão e
para os quais resta, apenas, o extermínio pela guerra.
(D) cujos fiéis devem praticar a antropofagia ritual, considerada
fonte de virilidade e bravura guerreira.
(E) que suprimiu completamente a crença em profetas (“os
anunciadores da vontade de Deus”) e em anjos (“os protetores
dos homens”).
12. (UNIFESP-2007) Sobre as cidades européias na época mo-
derna (séculos XVI a XVIII), é correto afirmar que, em termos
gerais,
(A) mantiveram o mesmo grau de autonomia política que ha-
viam gozado durante a Idade Média.
(B) ganharam autonomia política na mesma proporção em que
perderam importância econômica.
(C) reforçaram sua segurança construindo muralhas cada vez
maiores e mais difíceis de serem transpostas.
(D) perderam, com os reis absolutistas, as imunidades políticas
que haviam usufruído na Idade Média.
(E) conquistaram um tal grau de auto-suficiência econômica
que puderam viver isoladas do entorno rural.
13. Dentre os fatores que possibilitam o reino da França afirmar-
-se como a primeira potência européia no século XIII, podemos
destacar:
(A) O rei da França controla diretamente uma grande e fértil
parte dos territórios do reino.
(B) Os reis da França detêm o título imperial e contam com o
sustento dos reis da Inglaterra, seus vassalos.
(C) A união incondicional entre a Igreja e os reis franceses per-
mitiu a reunião de grandes fortunas e extensões de terras férteis,
passando a constituir-se um dos primeiros núcleos dos estados
nacionais.
(D) O reino da França é o maior e o mais populoso da uropa.
Os soberanos consolidam as instituições monárquicas e a cen-
tralização do poder, exercendo um forte controle sobre a feuda-
lidade.
14. O fenômeno das cruzadas se estende ao longo de dois sécu-
los de história européia. Desde a conquista de Jerusalém pelos
turcos (séc. XI) até a queda de São João D’Acre, última forta-
leza cristã (séc.XIII) dominada pelos turcos muçulmanos. Das
inúmeras causas da difusão do “espírito da cruzada”, destaca-se:
(A) A necessidade dos abastados nobres europeus de encontrar
aventura, glória e de obter o principal prêmio: o casamento com
uma jovem nobre, bela e rica.
(B) O cumprimento de uma obrigação religiosa: combater o in-
fiel muçulmano era uma ação santa e representava a possibili-
dade de salvação eterna.
(C) A presença de um profundo zelo religioso, característico da
medievalidade, acompanhada de motivos econômicos e sociais
da Europa.
(D) A predominância de interesses econômicos das cidades co-
merciais que desejavam expandir suas atividades mercantis.
15. (UECE-2007) A “morte” do estado, como era concebida no
mundo antigo, coincide com a afirmação do feudalismo.
Isso pode ser explicado, pois:
(A) A autoridade central delegou cada vez mais o exercício dos
poderes públicos aos senhores feudais, que se tornaram pratica-
mente soberanos em seus feudos.
(B) A figura do soberano se reduz àquela de um fantoche nas
mãos da Igreja e dos grandes senhores feudais.
(C) A nobreza aproveitou-se para conseguir, do poder do sobe-
rano, concessões cada vez maiores, como a hereditariedade dos
feudos.
(D) O controle das freqüentes insurreições camponesas contra o
abuso de poder dos senhores e do mal governo torna-se difícil.
23Extensivo
MÓDULOS 5 E 6: O RENASCIMENTO E
AS GRANDES NAVEGAÇÕES.
Figura 9 - O Homem Vitruviano
RENASCIMENTO E CULTURA CITADINA
	 A nova historiografia tem tratado o fenômeno conhe-
cido como Renascimento de uma maneira mais ampla do que
tradicionalmente era feito. Para historiadores como Jean Delu-
meau o Renascimento, longe de ter sido apenas e tão somente
um fenômeno artístico e cultural ocorrido na Itália, ele represen-
tou a convergência de episódios sem precedentes na História da
humanidade ocorridos nos vários países que se formavam na
Europa Moderna. E não foram apenas mudanças do ponto de
vista da estética nas artes, foi algo muito mais profundo do que
isso.Vejamos então o porquê disso.
	 Desde a Alta Idade Média, muitas contribuições cientí-
ficas foram gestadas, ainda que a Igreja Católica tentasse impe-
dir o avanço da ciência. Mas, foi na aurora da modernidade que
brotaram uma série de inventos científicos que mudaram os ru-
mos da história européia e do restante do mundo. Em primei ro
lugar falemos das inovações marítimas, quando as novas em-
barcações, como as caravelas movidas à força dos ventos possi-
bilitou a conquista de novos continentes pelos europeus.
	 Além dos vasos de grandes calados - caravelas, naus,
galeras - a invenção da bússola, do barômetro, a ampliação das
cartas geográficas, orientaram os navegadores nas investidas no
mar alto – Oceano Atlântico – fazendo-os chegar a lugares mais
longínquos de sua terra natal. Ademais, o invento do canhão,
dos mosquetes e de outros tipos de armas de fogo, com a incor-
poração da pólvora chinesa, deu aos ocidentais a supremacia
bélica sobre os demais povos do globo e foram as responsáveis
pelas conquistas e colonização dos vários continentes.
	 A própria expansão marítima e comercial foi um fenô-
meno típico da modernidade e fez parte do Renascimento.
Os Estados Nacionais
O nascimento dos Estados Nacionais na Europa, entre os sécu-
los XIV ao XVIII, foi resultado do enfraquecimento dos pode-
res locais; do sentimento de insegurança que permeava a men-
talidade senhorial, temerária por conta das crescentes revoltas
camponesas; do surgimento do capitalismo e como resultado da
complexidade econômico, político e social desse novo sistema
em formação. Alguns autores afirmam que as Monarquias Na-
cionais foram verdadeiros estados representantes da burguesia
em ascensão. Já outros, como PerryAnderson, assinalam o cará-
ter aristocrático e feudal dos Estados Nacionais que emergiram
das ruínas do Feudalismo. Mas, ao analisar o nascimento das
Monarquias é preciso cautela e buscar entender as particulari-
dades de cada um deles.
	 Certamente o caso clássico e que mais se aproximou
daquilo que ficou consagrado como “estado absolutista” foi o
caso Francês, sobretudo, na época de Luis XIV, o Rei Sol. Mas
esse modelo não se aplicaria em situações como a Inglaterra,
onde os reis nunca submeteram os poderes locais ao centralismo
político, o que explica até hoje o caráter de uma monarquia
constitucional. Também não se pode dizer o mesmo dos Estados
Português e Espanhol, ambos, fruto do processo de Reconquis-
ta dos territórios da Península Ibérica ocupados pelos Mouros.
Também não se aproveita esse modelo explicativo aos casos
dos estados nacionais formados tardiamente: Alemanha e Itália.
Ainda poderíamos citar os casos dos Países Baixos – Holanda
-, Rússia e outras nações do Leste Europeu. Por tanto, o modelo
explicativo clássico nos serve para compreendermos alguns ca-
sos de monarquias surgidas na Europa Ocidental, emparticular
o caso da França.
	 Para os historiadores Christopher Hill e René Rémond,
a monarquia inglesa constitui um caso peculiar e especifico, de-
vido ao modo pelo qual o poder político se organizou no país,
após o século XI, com assinatura da Carta Magna (1215). Es-
tatuto político tipicamente feudal, a Magna Carta não pretendia
ser um documento popular, no sentido de garantir liberdades ao
cidadão comum. Ela estabelecia os limites do poder real, fixan-
do os direitos e deveres da monarquia e de seus vassalos da alta
nobreza. Mas quando foi instituído o Parlamento na Inglaterra,
no século XIII, seu alcance se estendeu.
	 O Parlamento era composto pela Câmara dos Lordes,
que reunia nobres leigos e eclesiásticos, estes escolhidos pelo
rei, e pela Câmara dos Comuns, formadas por elementos da bai-
xa nobreza (gentry) eleitos por voto censitário (voto vinculado
a posse do eleitor). As duas Câmaras passaram a exercer fun-
ções legislativas e a controlar a cobrança dos tributos do Estado.
O modelo de Estado Nacional permanece desenvolvido na
Inglaterra entre os séculos XIII e XVII permanece objeto de
discussão. As várias correntes historiográficas diferem quanto
a apresentação da monarquia inglesa, mostrando-a ora como
absolutista, ora como aristocrática autoritária.
	 A discussão gira em torno da divisão dos poderes: ar-
gumento utilizado pelos adeptos da segunda teoria é o de que os
poderes Executivos, Legislativo e Judiciário não se concentra-
vam nas mãos do soberano.
A Primazia Portuguesa
	 Portugal foi o primeiro país a se lançar na jornada ul-
tramarina e a instaurar um Império Colonial, ao lado da Espa-
nha. A primazia portuguesa se explica por várias razões, dentre
elas destaquemos as seguintes:
1-A precoce formação do seu estado nacional de caráter capita-
lista, ocorrido em 1140.
2-A Escola de Sagres como centro de formação de grandes na-
vegadores.
3-A tradição portuguesa de ser uma região da Península Ibérica
exportadora de pescados e sal, o que significa dizer que parte
de sua população já vivia de atividades econômicas ligadas ao
oceano.
24 Da Vinci Vestibulares
4-A formação de uma classe de comerciantes com vocação para
o comércio de longa distância e ansiosa por descobrir novos
caminhos que os levasse às índias.
5-interesses comuns entre Rei, Igreja Católica e classe burgue-
sa na busca de novas áreas por conquistar.
	 No limite das nossas explicações é de bom alvitre sa-
lientarmos as principais características gerais das Monarquias
Nacionais européias:
♦ Exército permanente formado muitas vezes por mercenários.
♦ Burocracia permanente e letrada.
♦ Sistema fiscal nacional.
♦ Codificação do direito e os princípios do mercado.
♦ Retomada do Direito Romano como base jurídica das leis.
♦ Manutenção dos privilégios da classe nobre por meio da con-
cessão de cargos públicos e pensões vitalícias. (Renda Feudal
Centralizada).
♦ Mercantilismo como modelo econômico ditado pelo Estado
como gestor dos negócios em função dos interesses da Nobreza.
♦ Belicismo como prolongamento da tradição Feudal – con-
quistar para pilhar.
♦ Inexistência de fronteiras entre o público e o privado.
♦ Nacionalismo latente, sistema mercantil como marca da
presença da burguesia ascendente.
ETAPAS DA EXPANSÂO PORTUGUESA
	 O processo de expansão portuguesa iniciado em 1415
com a conquista de Ceuta, ao norte da África, lançou-se à na-
vegação do litoral africano. Completou o contorno ocidental em
1488, quando Bartolomeu Dias dobrou o cabo da Boa Esperan-
ça (antes conhecido como Cabo das Tormentas), no extremo sul
do continente africano. Esse feito completou-se
em 1498, com o estabelecimento, por Vasco da Gama, do novo
caminho para a Índia.
	 Ao procurar regularizar as viagens para o Extremo
Oriente, seu objetivo maior, usando a rota já definida por Vasco
da Gama, os portugueses acabaram por atravessar o Atlântico
no seu sentido leste-oeste e chegaram ao continente sul-ameri-
cano em 1500.
	 Na compreensão do “Descobrimento do Brasil, pro-
cesso histórico que preferimos chamar de invasão e conquista
sangrenta, esse fato está relacionado com o processo de reco-
nhecimento, uma vez que desde o ano de 1494, com a assina-
tura do Tratado de Tordesilhas, Por tugal já sabia que possuía
terras naquela parte da América. Para melhor visão, recorremos
à cronologia dos acontecimentos portugueses na expansão.
Navegação Espanhola
Antecedentes – depois de Por tugal, foi a Espanha o país mais
importante no processo das grandes navegações. A participa-
ção espanhola nas navegações iniciou-se nos fins do século XV
com a viagem de Cristovão Colombo e resultou na formação de
um imenso Império Colonial na América. É bom salientar que
a construção desse império custou aproximadamente a vida de
25 milhões de ameríndios que aqui viviam e foram massacrados
durante as guerras de conquista, mortos pelas epidemias ou ex-
terminados
pelo excessivo trabalho escravo aos qual foram submetidos.
	 No século XV, a Espanha deu prosseguimento à Re-
conquista iniciada no século XI na Península Ibérica, ocupada
pelos mouros e Judeus. Foi assim que surgiram os reinos de
Leão, Navarra e Aragão, o que proporcionou a implantação de
um modelo de feudalismo muito particular, ao mesmo tempo
em que as guerras levavam à formação do poder da monarquia.
	 Entre os episódios que marcaram o período, eviden-
ciam-se o casamentos dos reis católicos, Fernando de Aragão e
Isabel de Castela e a formação do Reino da Espanha.
	 Colombo: o grande navegador:
	 O limitado conhecimento marítimo dos espanhóis fez
com que eles buscassem inspiração nas experiências de outros
países europeus, como Por tugal e Itália.
	 No início da década de 1490, um navegador genovês,
Cristovão Colombo, propôs aos reis católicos um plano para
chegar às Índias, apoiado na teoria da esfericidade da terra. As-
sim, financiado pela Coroa espanhola, Colombo descobriu em
1492, o continente americano.
	 Em vista das viagens espanholas, estabeleceu-se a
competição internacional entre Espanha e Por tugal. A contenda
inicialmente foi resolvida pela autoridade religiosa, uma vez
que se tratava de dois países católicos, com a Igreja representada
na época pelo Papa Alexandre VI. A mediação entre os dois pa-
íses foi estabelecida, em 1493, através da Bula Inter Coetera,
resultado que não agradou aos portugueses, uma vez que através
daquela divisão, utilizando como referência 100 milhas a oeste
do Arquipélago de Cabo Verde, determinava que Portugal fica-
ria com a parte Leste e a Espanha,com a parte Oeste. Ou seja,
o continente americano como um todo pertenceria à Espanha
ficando Por tugal apenas com águas do Atlântico. Após vários
desentendimentos, as duas nações entraram num acordo e assi-
naram, em 1494, o Tratado de Tordesilhas.
	 Para melhor compreensão dos conflitos entre Espanha
e Portugal envolvendo terras descobertas e a descobrir, observe
o mapa da divisão do mundo abaixo.
Figura 10 - O tratado de Tordesilhas. Fonte:http://www.lai.at/wis-
senschaft/lehrgang/semester/ss2005/rv/files/
25Extensivo
A Expansão inglesa, francesa e holandesa
	 Inglaterra, França e Holanda, comparadas com Por tu-
gal e Espanha, tiveram uma participação tardia na expansão, e
em função do Tratado de Tordesilhas que, de validade inter-
nacional, impedia a navegação das outras nações europeias na
região do Atlântico. Aquelas nações recorreram à prática da pi-
rataria do corso. Ainda assim, mesmo que tardiamente, essas
nações conquistaram algumas possessões como podemos obser-
var nas descrições abaixo.
♦ Expansão Francesa- Não ocorreu no século XV, e sim no
século XVI, em função dos problemas internos, como a Guerra
dos CemAnos e as lutas entre o poder centralizador da realeza e
a nobreza Feudal. Na década de 1520, o poder central, no gover-
no de Francisco I, liderava a expansão, contestando o Tratado
de Tordesilhas e atacando, principalmente a América Portugue
sa. Lançaram-se os fundamentos de um Império Colonial da
América do Norte (Canadá e Lousiana). Também foram con-
quistados alguns pontos na Índia.
♦ Expansão inglesa – Os ingleses também tiveram que esperar
o século XVI para iniciar a expansão; Isso devido a duas guerras
que envolveram a Grã-Bretanha: a Guerra dos Cem Anos e a
Guerra das Duas Rosas. Mas foi no primeiro reinado de Henri-
que XVIII que os ingleses começaram a procurar uma passagem
para a Ásia, pelo extremo norte da América. Desse
modo,estabeleceram pontos na costa da Índia. No Reinado de
Elizabeth I, foi realizada a viagem de circunavegação, sob o
comando de Francis Drake. Devemos destacar, nesse período, a
pirataria oficializada contra a Espanha, quando as atividades de
pirataria passaram a contar com o apoio do poder real através
da Carta do Corso. Ainda no século XV, os ingleses iniciaram
o tráfico de escravos, comércio de seres humanos que tornaria
a Inglaterra uma das maiores potências econômicas do globo.
Ironicamente, mais tarde, no século XIX, seria a própria a Ingla-
terra a defensora incondicional da abolição do tráfico de cativos
africanos. Certamente não foram as razões humanitárias que de-
terminaram tal posição.
♦ Expansão holandesa- Apesar de ter conhecido um precoce
desenvolvimento comercial na Baixa Idade Média e de possuir
grandes cidades com uma burguesia poderosa, a Holanda, po-
liticamente, pertencia à Espanha. Inicialmente, a participação
da Holanda foi indireta, através do financiamento da expansão
marítima portuguesa. À medida que Por tugal declinava do seu
comércio com a Ásia, passando a se interessar mais pelo Brasil,
a Holanda assumia a dianteira do comércio asiático, ao mesmo
tempo em que assumia grande parte dos lucros com a implan-
tação da agroindústria no atual Nordeste brasileiro. Além disso,
os holandeses foram os grandes pioneiros no tráfico de escravos
de origem africana, abastecendo não só o Brasil, mas também
muitas ilhas do Caribe, onde as plantações de cana e de café
foram desenvolvidas.
A Conquista da América
	 O processo de conquista e colonização do continente
americano foi um dos mais trágicos episódios da História da
humanidade. Calcula-se que somente nos primeiros cem anos
de contato do homem branco com os ameríndios, aproximada-
mente 25 milhões de aborígenes morreram em guerra, por do-
enças ou devido à exploração excessiva do trabalho escravo nas
minas e nas lavouras. Além dos mais, variados tipos de atroci-
dades cometidos pelos europeus, as epidemias como o cólera,
a varíola, o tifo, a sífilis transmitida sexualmente, o sarampo e
outros tipos de doenças também mataram milhares de comu-
nidades nativas americanas. Além das doenças contagiosas, as
mulheres indígenas foram alvo de estupros e se viram obrigadas
a conviver maritalmente com conquistadores que praticavam a
poligamia abertamente longe dos olhos da igreja Católica ou
contando com a cumplicidade dos jesuítas que aqui chegaram
com a missão de “evangelizar”.
	 Como se não bastasse todo tipo de exploração e sub-
missão do povo autóctone, na América espanhola a implantação
dos tribunais da Inquisição no México, na Colômbia, no Peru
assassinaram em praças públicas milhares de chefes religiosos
indígenas, os xamãs, os quais foram queimados vivos em fo-
gueiras sob a acusação de serem feiticeiros. Em poucos anos
praticamente a maior parte das lideranças religiosas ameríndia
havia sido exterminada. Ainda assim, a religião tida como pagã
dos aborígenes sobreviveu de modo sorrateiro, pois os índios
continuaram a praticar os seus cultos sagrados escondidos e ve-
nerar os seus ancestrais em locais onde o poder repressor da
igreja Católica não tinha alcance.
	 Nos primeiros séculos a mão-de-obra indígena serviu
como base de exploração para a execução dos mais variados ti-
pos de trabalho na extração da riqueza da América. As primeiras
áreas a serem exploradas foram as Ilhas do Caribe, a exemplo de
Cuba, onde Cortez fincou o estandarte da conquista.
	 Lá a população autóctone foi rapidamente dizimada e,
como os conquistadores não acharam imediatamente metais pre-
ciosos, partiram então para a conquista do continente, território
desconhecido, mas bastante atraente em razão da exuberância
da natureza, da riqueza da fauna, da flora e da perspectiva que
se criava em torno da descoberta das minas de ouro e da prata.
	 Ao desembarcarem no continente os procedimentos
não foram diferentes. Maus-tratos, escravização do aborígene e
assassinatos daqueles que resistiam à dominação espanhola. O
constante decréscimo populacional provocado pelos crimes e
doenças contagiosas, criou as condições para a implantação do
trabalho escravo do africano. A escravização de africanos já não
era nenhuma novidade, pois este já havia sido experimentado
nas Ilhas de Madeira, açores e no Mediterrâneo. Porém, ago-
ra se tratava de uma diáspora sem precedentes, onde milhões
de africanos foram obrigados a imigrar para outro continente
a fim de serem submetidos a trabalhos exaustivos, os quais en-
curtavam a vida desses seres humanos. A escravidão africana
também faria parte de todo um sistema altamente rentável do
comércio internacional da economia nascente capitalista, a qual
ligava colônia americana, tráfico de seres humanos e circulação
de mercadorias a nível mundial.
	 A principal função da colônia era fornecer as riquezas
para as nações européias em formação, sobretudo os metais pre-
ciosos para a cunhagem da moeda. Ademais, com o crescimento
demográfico, novas áreas de cultivo se faziam necessárias para
alimentar a população que se avolumava nas cidades. A busca
desesperada pela prata e pelo ouro levou os espanhóis a aden-
trarem cada vez mais no interior do continente americano na
busca de jazidas e da lenda do “El Dourado”. Dentre as minas
mais famosas do período colonial destacou-se a de Potosi, no
Peru. Ali, durante quatro séculos, milhares de vidas humanas de
africanos e indígenas foram consumidas na extração incessante
de toneladas da prata existente naquele lugar. Para se ter uma
idéia, Potosi se tornou a mais populosa cidade do Novo mundo
em um curto espaço de tempo.
26 Da Vinci Vestibulares
	 No curso da conquista espanhola, a coroa buscou esta-
belecer mecanismos de controle administrativos para impedir a
perda do território e mesmo a prática do contrabando. Foram
criados os vice-reinos, entre os quais se destacaram o do Mé-
xico, o do Peru e mais tarde o do Rio da Prata, onde hoje estão
localizados os atuais países da Argentina e Uruguai. Instituições
judiciárias, como as corregedorias, audiências e os Cabildos
formavam as instâncias governativas do sistema colonial.
	 Enquanto no continente as regiões foram se especiali-
zando na produção de gêneros voltados para a exportação e para
o consumo interno, nas Antilhas o predomínio das plantations
exigia cada vez mais um número maior de africanos para o tra-
balho nas lavouras. Em Ilhas como Cuba, Barbados, Santo Do-
mingo, Guianas, o plantio de café e da cana-de-açúcar passou
a se intensificar por estes terem ser tornado produtos muito va-
lorizados no mercado internacional, sobretudo na Europa.
	 No continente, controlado pelos espanhóis, no Méxi-
co as haciendas de criação de animais, o cultivo de hortifrutes
abastecia o mercado interno com couro, a carne, o leite e os
produtos retirados do solo. Mais ao Sul, na Península de Yucatã
a valorização do anil, da cochinilha, do café e do cacau se desta-
caram, assim como ocorrera na Venezuela. Na região do Rio da
Prata, pelas características das pradarias expandiu-se a criação
de gado de corte.
	 Na Colômbia, a riqueza dos minerais, principalmente
do ouro fizeram com que os conquistadores corressem imedia-
tamente para aquela região e construíssem uma cidade-fortaleza
denominada Cartagena de Índias, cujas largas muralhas até hoje
se mantém de pé e é alvo de visitas de milhares de turistas o ano
inteiro. Por diversas vezes aquela cidade fora atacada por cor-
sários franceses e ingleses cujos objetivos era saquear a cidade
e roubar os muitos quilos de ouro guardados na casa da moeda
existente no interior da cidade emuralhada.
	 Todas as cidades, povoados e Cabildos (Câmaras Mu-
nicipais) foram erguidas sobre as ruínas dos antigos Impérios
mais conhecidos dasAméricas: No vale central do México, Her-
nán Cortés em 1519 comandou uma tropa de aproximadamente
150 homens e algumas dezenas de cavalos que, ao chegarem às
portas da cidade de Tenochtitlán, capital do Império Asteca, já
somavam milhões de adeptos, pois no curso do caminho em di-
reção à capital os índios foram se juntando às forças espanholas
sob a falsa ilusão de que eles seriam os libertadores da política
imperialista de montezuma, o monarca dos Astecas.	
	 Na Península de Yucatã, quando os espanhóis chega-
ram àquela região, os Maias já haviam desaparecido por cir-
cunstâncias ainda pouco conhecidas. E no Alto Peru, Francisco
Pizarro, seus irmãos e Diego de Almagro chefiaram o grande
massacre que pôs fim a uma das mais belas sociedades existen-
tes na Cordilheira dos Andes.
	 Esses pequenos detalhes servem apenas para ilustrar
que bem diferente do que a História Oficial durante muito tem-
po tentou reproduzir, a conquista da América foi marcada pelo
extermínio de milhões de seres humanos, a violação da sua cul-
tura e o completo desrespeito ao seu modo de vida. Mesmo as-
sim, os aborígenes mostraram capacidade de resistência e não é
sem razão que ainda hoje somos capazes de vislumbrar rituais
sagrados que todos os anos se repetem nas mais diferentes áreas
das Américas, como é o caso do Iti Hainin, culto em homena-
gem à colheita do milho.
SAIBA MAIS
“Na cidade colonial de Potosi, a extração da prata proporcio-
nou a criação de extraordinária riqueza ao lado da organiza-
ção de um perverso sistema de exploração do trabalho indí-
gena. O cerro de Potosi foi provavelmente a mais importante
jazida de prata do mundo em todos os tempos. Continuamente
explorada por quatro séculos, proporcionou à Espanha, du-
rante o período colonial, a impressionante soma 30.000 to-
neladas de prata. A instituição da Mita – a forma de trabalho
forçado utilizada pelos espanhóis para submeter os índios
– tornou-se tristemente célebre e deu origem a uma verda-
deira leyenda negra. Descoberta a prata em Potosi, em 1545,
imediatamente iniciou-se a retirada do metal pelos espanhóis.
Se no início, os mineradores encontravam a prata em veios
correndo na superfície e nas partes mais altas das montanhas,
rapidamente foi necessária a escavação de túneis para dentro
da montanha, tornando a tarefa de exploração cada vez mais
perigosa e insalubre. Em 1573, os túneis haviam atingido a
profundidade de 200 metros. Todos os índios do sexo mas-
culino, entre 18 e 50 anos, distribuídos numa determinada
região próxima a Potosi, estavam submetidos à mita, sendo
obrigados a prestar serviço nas minas por um período de qua-
tro meses a cada quatro anos, recebendo uma remuneração
para tanto. Entretanto, esse prazo dificilmente era cumprido
e os relatos sobre o infierno que era estar dentro da montanha
de Potosi foram constantes. O Vice-rei do Peru, Francisco de
Toledo, que chegou em 1569, foi o grande responsável pelo
sistema de controle da exploração da prata, pela organização
do trabalho da mita e pelas regras de urbanização de Potosi.
Impressiona pensar que a população de potosi em 1573, se-
gundo certos estudiosos, chegava a 120.000 habitantes, 90%
dos quais eram indígenas; no mesmo ano, para uma compara-
ção, a importante e comercial cidade de Sevilha tinha 90.000
pessoas.” IN: PRODANOV, Cleber Cristiano. Cultura e So-
ciedade Mineradora. Potosi. 1569-1670. São Paulo, Annablu-
me, 2002. PP.13-14.
EXERCÍCIOS ESSENCIAIS:
1. (Vunesp-1999) A partir do século XII, em algumas regiões
européias, nas cidades em crescimento, comerciantes, artesãos
e bispos aliaram-se para a construção de catedrais com grandes
pórticos, vitrais e rosáceas, produzindo uma “poética da luz”,
abóbodas e torres elevadas que dominavam os demais edifícios
urbanos. O estilo da arte da época é denominado:
(A) renascentista.
(B) bizantino.
(C) românico.
(D) gótico.
(E) barroco.
2. O Humanismo foi um movimento que não pode ser definido
por:
(A) ser um movimento diretamente ligado ao Renascimento,
por suas características antropocentristas e individuais.
(B) ter uma visão do mundo que recupera a herança grecoroma-
na, utilizando-a como tema de inspiração.
(C) ter valorizado o misticismo, o geocentrismo e as realizações
culturais medievais.
(D) centrar se no homem, em oposição ao teocentrismo, enca-
27Extensivo
rando-o como “medida comum de todas as coisas”.
(E) romper os limites religiosos impostos pela Igreja às mani-
festações culturais.
3. O Renascimento, amplo movimento artístico, literário e cien-
tífico, expandiu-se da Península Itálica por quase toda a Europa,
provocando transformações na sociedade. Sobre o tema, é cor-
reto afirmar:
(A) O racionalismo renascentista reforçou o princípio da autori-
dade da ciência teológica e da tradição medieval.
(B) Houve o resgate, pelos intelectuais renascentistas, dos ide-
ais medievais ligados aos dogmas do catolicismo, sobretudo da
concepção teocêntrica de mundo.
(C) Nesse período, reafirmou-se a idéia de homem cidadão, que
terminou por enfraquecer os sentimentos de identidade nacio-
nal e cultural, os quais contribuíram para o fim das monarquias
absolutas.
(D) O humanismo pregou a determinação das ações humanas
pelo divino e negou que o homem tivesse a capacidade de agir
sobre o mundo, transformando-o de acordo com sua vontade e
interesse.
(E) Os estudiosos do período buscaram apoio na observação,
no método experimental e na reflexão racional, valorizando a
natureza e o ser humano.
4. Em O RENASCIMENTO, Nicolau Sevcenko afirma:
“O comércio sai da crise do século XIV fortalecido. O mesmo
ocorre com a atividade manufatureira, sobretudo aquela ligada
à produção bélica, à construção naval e à produção de roupas e
tecidos, nas quais tanto a Itália quanto a Flandres se colocaram
à frente das demais. As minas de metais nobres e comuns da
Europa Central também são enormemente ativadas. Por tudo
Isso muitos historiadores costumam tratar o século XV como
um período de Revolução Comercial.”
A Revolução Comercial ocorreu graças:
(A) às repercussões econômicas das viagens ultramarinas de
descobrimento.
(B) ao crescimento populacional europeu, que tomava impera-
tiva a descoberta de novas terras onde a população excedente
pudesse ser instalada.
(C) a uma mistura de idealismo religioso e espírito de aventura,
em tudo semelhante àquela que levou à formação das cruzadas.
(D) aos Atos de Navegação lançados por Oliver Cromwell.
(E) à auto-suficiência econômica lusitana e à produção de exce-
dentes para exportação.
5. Leonardo da Vinci foi, além de artista, um dos teóricos de arte
do Renascimento italiano. Em seu Tratado de Pintura escreve
que a beleza consiste numa gradação de sombra — “Demasiada
luz é agressiva;demasiada sombra impede-se que se veja” — e,
mais à frente, define a pintura como imitação de “todos os pro-
dutos visíveis da natureza (...) todos banhados pela sombra e
pela luz.” A partir destes fragmentos do Tratado de Pintura,
pode-se concluir que a concepção artística do Renascimento
pressupõe
(A) um trabalho desenvolvido pelo artista dentro de ateliês, con-
siderando que o controle da iluminação se torna fundamental.
(B) uma associação entre estética e luz, entendendo a luz, em
uma perspectiva teocêntrica, como a presença de Deus no mun-
do.
(C) a separação entre o desenho, a representação do movimento,
os limites da figura e o fundo ou a atmosfera.
(D) um ideal de equilíbrio, expresso pela noção de distribuição
simétrica de volumes e cores na superfície pintada.
(E) a liberdade do artista no momento de realização de seu tra-
balho, exprimindo suas paixões e seus sentimentos mais exal-
tados.
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES:
6. (FUVEST) Observe o mapa:
Explique:
a) Por que não estão representados todos os continentes?
b) Quais os conhecimentos necessários na época, final do século
15, para se confeccionar um mapa com essas características?
7. (UERJ)
Mar Português
Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!
Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quere passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.
(Fernando Pessoa)
O poema de Fernando Pessoa descreve aspectos da expansão
marítima portuguesa no século XV, dando início a um movi-
mento que alguns estudiosos consideram um primeiro processo
de globalização. Identifique duas motivações para a expansão
portuguesa e explique por que essa fase de expansão pode ser
considerada um primeiro processo de globalização.
8. (UFG) Pensando no tema fronteiras, é perceptível o estabele-
cimento de uma nova ordenação do espaço, resultante das gran-
des navegações. As novas descobertas redefiniram, no século
XVI, a concepção de mundo que se abria ante o desconhecido
. Neste sentido, analise a configuração espacial do mundo no
século XVI, destacando as rivalidades e conflitos decorrentes da
expansão marítima e comercial.
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  • 2.
  • 3. 7 - História 41 - Geografia 81 - Química 123 - Física 145 - Biologia 165- Matemática 209 - Linguagens
  • 4. 4Da Vinci Vestibulares - Extensivo 2016
  • 5. 5Da Vinci Vestibulares - Extensivo 2016 com o estudante Conversa Caro Estudante, Este material didático foi desenvolvido com o intuido de ajudá-lo a se preparar para as provas do Enem e dos demais vestibulares do país. Sabemos que teremos muito trabalho pela frente. Por isso, esperamos que você se dedique ao máximo, realize os exercícios propostos, tire todas as suas dúvidas para que, ao final dessa longa jornada, consiga sua tão almejada vaga na Universidade. Nós, professores do Da Vinci, estaremos ao seu lado durante todo o percurso, porque a vitória será de todos os participantes desse projeto que co- meça agora. Grande Abraço..
  • 6. 6 Da Vinci Vestibulares
  • 8. 8 Da Vinci Vestibulares MÓDULO 1: ANTIGUIDADE CLÁSSICA - GRÉCIA CONCEITO SOBRE HISTÓRIA O que é História e para que serve essa disciplina? O historiador Marc Bloch, em sua obra denominada Introdução à História, afirmava que além de outras coisas, a História tem a função de nos dar prazer. Assim, toda produção do conhecimento acerca dos processos vivenciados pelos homens devem ser narrados de modo atrativo, agradável, possibilitando uma leitura aprazível ao leitor. Durante muitos anos definia-se a História a partir de uma premissa positivista que dizia: “História é o estudo do pas- sado para se compreender o presente e transformar o futuro”. Essa concepção tornava a História enfadonha, pois engessava o passado, como se fosse um tempo imutável, havendo uma so- brevalorização de datas e eventos “eleitos” arbitrariamente pelo historiador. Nessa perspectiva, não havia espaço para a história das multidões, das pessoas comuns, das mulheres, das crianças, dos velhos, dos pobres, dos marginalizados, enfim, daqueles que não faziam parte dos círculos do poder de uma determina- da sociedade. A História restringia-se a apontar nomes de reis, rainhas, presidentes, governadores, prefeitos etc. Hoje, a nossa disciplina tem valorizados outros atores sociais. Par tindo do princípio de que a História é um campo de conhecimento que estuda as ações humanas ao longo do tempo, concebemos as transformações econômicas, sociais, religiosas, culturais, mentais, materiais, imateriais e políticas como resul- tados da intervenção direta dos diferentes grupos sociais e de cada indivíduo que compõem uma sociedade e não apenas fruto da determinação de um só sujeito. Nestes termos, tomamos a História como uma disciplina que estuda a vida dos homens e mulheres em seu tempo, considerando os seus aspectos cul- turais, manifestações religiosas, condições de vida, modos de pensar e agir no âmbito de sua sociedade e em seu tempo. AS SOCIEDADES CLÁSSICAS DA ANTIGUIDADE Consideramos o período clássico da antiguidade a épo- ca de emergência, apogeu e declínio das duas principais socie- dades do mundo ocidental, cujos legados ainda estão presentes no mundo contemporâneo (dias atuais). Trata-se da sociedade grega e do Império Romano, modelos de formações sociais que dominaram o cenário europeu desde inícios do século II a.C ao V d.C. Comecemos por explicar primeiramente os gregos. A Grécia antiga A sociedade grega originou-se a partir de processos migratórios de populações nômades, de origem indo-européia. Eram eles: os Aqueus, os Jônios, os Dórios e os Eólios. A Héla- de, ou o território dos antigos gregos, abrangia o Sul dos Bálcãs (que é a Grécia continental), a Península do Peloponeso (a Gré- cia Peninsular) e as Ilhas do Mar Egeu (a Grécia Insular). Ainda compunha seu território, as colônias na costa da Ásia Menor e a região conhecida como Magna Grécia – Sicília e o Sul da Península Itálica. O mapa abaixo nos mostra as áreas de ocupação dos povoadores no princípio da formação da sociedade grega. Destaquemos a Ilha de Creta, onde uma antiga socie- dade precedeu aos gregos e as duas principais cidades-estados que se destacaram ao longo da História do povo Heleno: Ante- nas e Esparta. Classicamente, os historiadores dividem a forma- ção da sociedade grega nos seguintes períodos: Figura 1 - O mundo grego. 1- Pré-homérico (séculos XX-XII a.C): • Ilíada e Odisséia de Homero. • Comunidade gentílica – clãs. • Invasão dos Aqueus, Dórios, Eólios e Jônios. 2-Homérico: (séculos XII e VIII a.C) • Dissolução das comunidades gentílicas e a formação das Cidades-Estados ou Polis. 3-Arcaico (Séculos VII a VI a.C.) • Destaque para as Cidades-Estados: Atenas e Esparta. • Conquistas e expansão territorial dos gregos. 4-Clássico: (séculos V e IV a.C.): • Supremacia da Cidade-Estado Atenas. • Ampliação das conquistas territoriais. • As Guerras Médicas (500-479 a.C.) • A Guerra do Peloponeso (431-404 a.C.) 5-Helenístico: (séculos III e II a.C.) •Predomínio Macedônico: Alexandre Magno, O Grande. Um breve histórico dos principais períodos da Grécia: Homérico: É o espaço temporal onde as principais fontes de in- formações são as obras de Homero; A Ilíada e a Odisséia. Trata- -se dos mais antigos documentos literários gregos (ocidentais) que chegaram aos dias atuais. O período Homérico inicia-se quando os Dórios invadem o Peloponeso e impõe um violento domínio, causando redução da atividade agrícola, diminuição da produção artesanal, paralisação do comércio, além do fim da civilização Micênica e imigração dos Jônios e Eólios para as Ilhas do Egeu e da Ásia Menor. Vejamos o mapa da diáspora grega para melhor compreendermos esse processo:
  • 9. 9Extensivo Figura 2 - A Diáspora Grega. Período Clássico Época de hegemonia e imperialismo do mundo grego. Destacam-se as principais Cidades-Estados, Atenas e Esparta, as quais desenvolveram modelos políticos e organização social bastante distintas. Enquanto Esparta tornou-se uma cidade alta- mente militarizada e oligárquica, Atenas destacou-se pela pri- mazia da Democracia aristocrática. É de bom alvitre salientar que o conceito de Democracia entre os atenienses não equivale ao que nós concebemos nos dias atuais, pois, tanto as mulheres, como os escravos e os estrangeiros não possuíam o direito de participar das decisões políticas na Polis. Na Atenas antiga, os únicos indivíduos a possuírem plenos direitos políticos eram os considerados cidadãos, ou seja, homens livres, filhos de pais atenienses e membros da classe aristocrática. Eram eles que se reuniam em Assembléia nos an- fiteatros para decidirem os rumos da política local. Em Atenas existiam basicamente três classes sociais: os cida- dãos – Eupátridas - que compunham a nobreza citadina; os me- tecos, que eram artesãos e comerciantes estrangeiros e os escra- vos, os quais eram geralmente prisioneiros de guerra e/ou filhos de pessoas escravizadas. Em razão da vida ociosa levada pela classe nobre e da ausência de guerras constantes, Atenas tam- bém se destacou, em seu tempo, pelo desenvolvimento das artes e da cultura, caracterizando-se por ser uma sociedade de es- plendor intelectual. Enquanto o ócio, a reflexão e a valoração das artes fa- ziam parte do universo cultural dos atenienses, em Esparta a classe privilegiada priorizava a formação de soldados corajosos, obedientes e bem treinados. Alguns historiadores chegaram a afirmar que Esparta mais parecia um acampamento militar que propriamente uma cidade-estado com vida social estável. Nessa cidade, com forte vocação para a guerra, prati- camente não havia mobilidade social entre os três grupos exis- tentes. Os esparciatas formavam a classe aristocrática, a qual era composta pelos filhos dos patriarcas que se julgavam funda- dores da sociedade espartana. Além da classe nobre, em Esparta havia os periecos, que eram os habitantes das partes periféricas da cidade e forma- vam o grupo menos favorecidos e os hilotas, servos pertencen- tes ao estado espartano. Do ponto de vista econômico, existiam algumas di- ferenças entre as duas Cidades-Estados. Em Atenas, devido à existência de solos inférteis, a agricultura não assumiu papel de destaque. Sua vocação para a atividade econômica manu- fatureira fez dela um importante centro comercial bastante de- senvolvido, além do fácil acesso ao Mar Egeu, o que facilitava a circulação de mercadorias por todo o Mediterrâneo. Já a sua rival, Esparta, em virtude das dificuldades de acesso ao mar, o comércio não logrou grande importância, sendo a agricultura a base da economia dessa cidade devido à fertilidade dos solos das áreas próximas ao rio Eurotas. Cultivava-se, sobretudo, a vinha e a oliveira o que tornou aquela região grega o importante pólo produtor de vinho de boa qualidade e azeite de oliva puro. Figura 3: Escultura representando um discóbolo (arremessador de dis- co), exemplo de padrão de beleza dos gregos antigos O Helenismo O período Helenístico corresponde à época entre a morte de Alexandre, O Grande, em 323 a.C e à anexação da Península Grega e suas Ilhas por Roma em 147 a.C. Tratou-se da consolidação de um ideal de Alexandre que pretendia levar e difundir a cultura grega aos territórios conquistados por ele. Foi uma época marcada pelo declínio do esplendor grego e a ascen- são de Roma, a qual viria mais tarde conquistar todo o Medi- terrâneo. Durante a fase de expansão alexandrina, foram fun- dadas várias cidades que se tornaram centros de difusão da cultura helenística, entre as quais podemos destacar Alexan- dria, considerada, na época, uma dos mais importantes cen- tros urbanos do mundo ocidental. Nessa cidade, dentre outras maravilhas,encontrava-se a famosa biblioteca que reunia prati- camente todo o saber científico e filosófico da época. O legado cultural grego Os gregos se destacaram pelas mais variadas contri- buições culturais de seu tempo. A filosofia foi um dos grandes expoentes do pensamento helenístico. Também ampliaram sig- nificativamente os conhecimentos nas áreas da matemática, da astrologia, da medicina, da literatura, nas artes e nas belas pro- jeções arquitetônicas. Mas foi especialmente em três áreas que os gregos deixaram para a posteridade os seus maiores legados. A adoção de procedimentos racionais e a descoberta da dialética foram contribuições sem precedentes. Os gregos também nos deixaram impressionantes obras no ramo do teatro, além das
  • 10. 10 Da Vinci Vestibulares famosas tragédias. Destacam-se, dentre outras peças, o mito de Prometeu acorrentado e o drama de Édipo Rei, adaptado para novela na TV brasileira nos anos oitenta. Foram grandes histo- riadores, tendo Heródoto como seu maior expoente e até hoje considerado o pai da nossa disciplina. No aspecto político destaca-se o aprimoramento das instituições representativas e as formas de superação das crises políticas enfrentadas, principalmente, em Atenas, capital da De- mocracia restrita. Reformas políticas Em meio a uma crise política em 623.a.C. em Atenas, o Par tido Aristocrático sentiu-se compelido a fazer reformas para acalmar os ânimos do Partido Democrata. Nesse momen- to é que surge a figura do Legislador. Em 621 a.C., Drácon já havia preparado uma legislação para Atenas, diferentemente de todas as outras existentes, pois, até então a os códigos legislati- vos eram orais. Drácon aprovou a nova Legislação formalmente escrita e essa foi uma mudança significativa na vida política de Atenas. Com a nova Legislação a administração da justiça dei- xou de ser um privilégio da aristocracia e passou a ser atribuição do estado que se fortaleceu. Porém, essa legislação não resolveu a crise por não atender as reivindicações das camadas popu- lares. Em 594 a.C., Sólon foi indicado como novo Legislador, fazendo reformas que abrangeram três aspectos fundamentais em Atenas: Econômicos, sociais e políticos. A legislação de Só- lon foi de extrema relevância para a sociedade ateniense. Entre- tanto, rivalidades entre partidos políticos opositores, impediram a implementação da Legislação. Assim, agitações sociais e políticas criaram condições para o aparecimento de homens que se apoderaram do poder. Esses homens ficaram conhecidos como Tiranos. O primei- ro deles foi Psistrato, aristocrata que governou Atenas por 19 anos. No seu governo ocorreram diversas reformas, entre elas a reforma agrária e ampliou a participação dos cidadãos nas As- sembléias e tribunais, além de estimular o comércio marítimo. Hiparco e Hípias, assumiram o poder em Atenas. O primeiro seria assassinado em 514 a.C., e Hípias seria expulso de Atenas em 510 a.C.. Em 512 a.C., Iságoras assume e inicia uma polí- tica de restauração dos privilégios da Aristocracia e, ao passar por um momento de forte oposição, pede ajuda a Esparta que intervém em Atenas para garantir a supremacia da Aristocracia. Insatisfeitos com tal atitude, os Diacrianos e Paralia- nos, liderados por Clístenes, expulsam os espartanos e derru- bam Iságoras. Após esse episódio, Clístenas assume o poder e realiza reformas, entre elas a divisão territorial da Península em três regiões: litorânea, Citadina e interiorana. Com essas refor- mas, iniciou-se um período de estabilidade em Atenas, permi- tindo a formação de um sistema coeso, capaz de enfrentar lon- gos períodos de perturbações externas, a exemplo das guerras. PARA SABER MAIS: 300. Direção de Zack Snyder. Estados Unidos, 2007, 117 min. HELENA DE TROIA. Direção de Robert Wise. Estados Uni- do, 2004, 118min. TROIA. Direção de Wolfgang Petersen. Estados Unido, 2004, 162min. O IMPÉRIO DE ALEXANDRE. Brasil, Abril Coleções Civi- lizações Perdidas. 1999, 50 min. ALEXANDRE. Direção de Oliver Stone. Estados Unidos. 2004, 176 min. HÉRCULES. Direção de Pietro Francisci Italia, 1959, 97 min. EXERCÍCIOS ESSENCIAIS: 1. (FUVEST) O estudo do chamado Período Homérico da His- tória da Grécia fundamenta-se na Ilíada e na Odisséia. Em li- nhas gerais, quais os temas centrais dessas obras? 2. (FUVEST) Explique o processo de colonização grega: a) identificando no mapa a seguir as áreas abrangidas; b) destacando a contribuição das novas colônias. 3. (FUVEST) I “Há muitas maravilhas mas nenhuma é tão maravilhosa quan- to o homem. (...)homem de engenho e artes inesgotáveis... sou- be aprender sozinho a usar a fala e o pensamento mais veloz que o vento... sagaz de certo modo na inventiva além do que seria de esperar e na destreza, que o desvia às vezes para a maldade, às vezes para o bem....” (ANTÍGONA, Sófocles, 497 - 406, a.C.) II “Este animal previdente, sagaz, complexo, penetrante, dotado de memória, capaz de raciocinar e de refletir, ao qual damos o nome de homem... Único entre todos os vivos e entre todas as naturezas animais, só ele raciocina e pensa. Ora, o que há... de mais divino que a razão, que chegada à ma- turidade e à sua perfeição é justamente chamada de sabedoria?” (SOBRE AS LEIS, Cícero, 106 - 43, a.C.) III “Eu não te dei, Adão, nem um lugar predeterminado, nem quaisquer prerrogativas.... Tu mesmo fixarás as tuas leis sem estar constrangido por nenhum entrave, segundo teu livre arbí- trio, a cujo domínio te confiei.... Poderás degenerar à maneira das coisas inferiores, que são os brutos, ou poderás, segundo tua vontade, te regenerar à maneira das superiores, que são as divinas.” (SOBRE A DIGNIDADE DO HOMEM, Pico della Mirandola, 1463 - 1494). a) Qual o assunto dos textos e como é denominada a concepção neles presente? b) Qual a relação existente entre o universo cultural de Pico della Mirandola e o de Sófocles e Cícero? 4. (FUVEST) Freud, Brecht e Pasolini, entre muitos outros, recorreram a ela em seus trabalhos. O primeiro, ao utilizar os termos “Complexo de Édipo” e “Complexo de Electra”; o se- gundo nas “Notas sobre a Adaptação de Antígona”, e o terceiro,
  • 11. 11Extensivo a) Identifique a arte grega evocada acima e dê o nome de dois de seus autores. b) A que se deve sua permanente atualidade? 5. (FUVEST) “Então Alexandre aproximou-se ainda mais dos costumes bárbaros que ele também se esforçou em modificar mediante a introdução de hábitos gregos, com a idéia de que essa mistura e essa comunicação recíproca de costumes dos dois povos... contribuiria mais do que a força para solidificar seu poder...” (Plutarco, VIDAS PARALELAS) a) Quem eram os bárbaros? b) No que consistiu a sua política de conquista? EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES: 6. (UNIFESP) “Nunca temi homens que têm no centro de sua cidade um local para reunirem-se e enganarem-se uns aos ou- tros com juramentos. Com estas palavras, Ciro insultou todos os gregos, pois eles têm suas agorás [praças] onde se reúnem para comprar e vender; os persas ignoram completamente o uso de agorás e não têm lugar algum com essa finalidade”. (Heródoto, Histórias, séc. V a.C.) O texto expressa (A) a inferioridade dos persas que, ao contrário dos gregos, não conheciam ainda a vida em cidades. (B) a desigualdade entre gregos e persas, apesar dos mesmos usos que ambos faziam do espaço urbano. (C) o caráter grego, fundamentado no uso específico do espaço cívico, construído em oposição aos outros. (D) a incapacidade do autor olhar com objetividade os persas e descrever seus costumes diferentes. (E) a complacência dos persas para com os gregos, decorrente da superioridade de seu poderio econômico e militar. 7. Dentre as reformas propostas por Sólon (594-591 a.C.) en- contramos o regime censitáro. Essa proposta condiciona a parti- cipação política à renda do cidadão. Há uma importante diferen- ça entre o regime censitário estabelecido por Sólon e o que se implantou na época da tirania de Pisístrato (561-528 a.C.), que imprimiu uma nova dinâmica à política ateniense, devido ao rá- pido desenvolvimento mercantil, verificado após a criação da moeda ateniense própria, o dracma. Assinale a alternativa que indica essa mudança. (A) Foram colocadas no mesmo plano a renda da terra e a do comércio, o que permitiu a participação, nos altos escalões do governo, dos comerciantes e armadores. (B) Criou-se o Conselho dos Quinhentos, o Bulé, que iria con- trabalançar o poder do Areópago, órgão tradicional aristocráti- co, que se restringiu às suas atribuições religiosas e judiciárias. (C) Foi restaurada a escravidão por dívidas, favorecendo a de- pendência econômica dos pequenos e médios proprietários em relação à aristocracia rural. (D) A diarquia foi definitivamente implantada, concedendo aos metecos o direito de eleger na Assembléia Popular o seu repre- sentante junto ao Areópago. (E) Consolidou-se o monopólio político dos eupátridas, estabe- lecendo que as altas magistraturas e os cargos da administração seriam privativos dessa classe. 8. (UFSCar) Há muitas maravilhas, mas nenhuma é tão mara- vilhosa quanto o homem. (...) Soube aprender sozinho a usar a fala e o pensamento mais veloz que o vento e as leis que disci- plinam as cidades, e a proteger-se das nevascas gélidas, duras de suportar a céu aberto... (Sófocles, Antígona, trad.Mário da Gama Kury. RJ: Jorge Zahar Editor, 1993, p. 210-211.) O fragmento acima, apresentação do Coro de Antígona, drama trágico de autoria de Sófocles, manifesta uma perspectiva típica da época em que os gregos clássicos (A) enalteciam os deuses como o centro do universo e subme- tiam-se a impérios centralizados. (B)criaram sistemas filosóficos complexos e opuseram-se à es- cravidão, combatendo-a. (C) construíram monumentos, considerando a dimensão huma- na, e dividiram-se em cidades-estados. (D) proibiram a representação dos deuses do Olimpo e entraram em guerra contra a cidade de Troia. E) elaboraram obras de arte monumentais e evitaram as rivali- dades e as guerras entre cidades. 9. (UNESP) Dentre os legados dos gregos da Antigüidade Clás- sica que se mantêm na vida contemporânea, podemos citar: (A) a concepção de democracia com a participação do voto uni- versal. (B) a promoção do espírito de confraternização por intermédio do esporte e de jogos. (C) a idealização e a valorização do trabalho manual em todas suas dimensões. (D) os valores artísticos como expressão do mundo religioso e cristão. (E) os planejamentos urbanísticos segundo padrões das cidades- -acrópoles. 10. Na atualidade, praticamente todos os dirigentes políticos, no Brasil e no mundo, dizem-se defensores de padrões demo- cráticos e de valores republicanos. Na Antigüidade, tais padrões e valores conheceram o auge, tanto na democracia ateniense, quanto na república romana, quando predominaram (A) a liberdade e o individualismo. (B) o debate e o bem público. (C) a demagogia e o populismo. (D) o consenso e o respeito à privacidade. (E) a tolerância religiosa e o direito civil. 11. Escreveram peças para teatro, durante o “Século de Péri- cles” (séc.V a.C.): (A) Homero, Tucídides, Heródoto e Xenofonte (B) Ésquilo, Sófocles, Eurípedes e Aristófanes (C) Sócrates, Protágoras, Platão e Aristóteles (D) Eratóstenes, Arquimedes, Euclides e Pitágoras (E) Píndaro, Alceu, Safo e Hesíodo 12. Na Grécia Clássica, os deuses eram concebidos à imagem e semelhança do homem, postura invertida na Roma Imperial, na qual os cristãos viam o homem feito à imagem e semelhança de Deus. Relacione a visão religiosa com a estrutura sócio-política em cada um dos casos acima.
  • 12. 12 Da Vinci Vestibulares 13. (FUVEST) Na Antigüidade, a Europa mediterrânea e o Oriente Próximo viram o surgimento e o esfacelamento de di- versos impérios. Sobre eles pode-se afirmar que (A) a unidade política acabou depois de algum tempo por se fazer acompanhar de uma unidade religiosa. (B) a diversidade racial e cultural enfraquecia-os, apesar da existência de mecanismos que pretendiam estabelecer uma real unidade. (C) os centros políticos coincidiam sempre com os centros eco- nômicos. (D) com exceção do Império Romano, todos nasceram de con- federações de cidades-Estado em constante luta interna. (E) seus centros dinâmicos localizavam-se nas zonas litorâne- as, por terem economias essencialmente mercantis. 14. (FUVEST) Ajudaram os espartanos a vencer os atenienses na Guerra do Peloponeso, mas não foram eles que acabaram por conquistar toda a Grécia. Pelo contrário, posteriormente, eles foram também conquistados e integrados a um novo império. Trata-se dos (A) egípcios e do Império Romano. (B) fenícios e do Império Cartaginês. (C) persas e do Império Helenístico. (D) siracusanos e do Império Siciliota. (E) macedônios e do Império Babilônico. 15. (FUVEST) Na estratificação da sociedade ateniense, os eupátridas constituíam: (A) a aristocracia, compondo a camada dirigente possuidora das melhores terras. (B) o campesinato, com direito a uma parte das terras. (C) a plebe, que não dispunha de nenhum direito político. (D) o segmento servil, que exercia o trabalho doméstico. (E) a população escrava, reduzida a completa sujeição política e econômica.
  • 13. 13Extensivo MÓDULO 2: ANTIGUIDADE CLÁSSICA - ROMA ROMA Localização: A sociedade Romana desenvolveu-se na penínsu- la Itálica ou península Apenina, região de solo fértil e de litoral pouco recortado. Banhada pelos mares Mediterrâneo, Tirreno, Adriático e Jônio, essa região era habitada por diferentes povos como os gauleses, etruscos, latinos e gregos. Entretanto, Roma sofreu influência, sobretudo, dos latinos em sua formação. Figura 4: Povos Pré-Romanos na Península Itálica (Séculos X - VIII a.C.) Origens Estrategicamente fundada às margens do rio Tibre (Lá- cio), região a certa distância da costa o que lhe garantia proteção contra os possíveis invasores vindos do mar, Roma resultou da união de aldeias de agricultores latinos e Sabinos que buscavam com essa união defender-se contra as incursões constantes dos Etrucos. Por volta do século VIII a. C. (753 a. C.) surge a aldeia romana iniciando-se a evolução dessa sociedade, marcada por grandes conquistas. Roma viveu três grandes períodos: a Mo- narquia ou Realeza, a República e o Império. Entretanto, a origem de Roma é marcada por um con- junto de lendas criadas com o objetivo de justificar a grandiosi- dade dos romanos. As passagens mais conhecidas dessa “tradi- ção lendária” foram: ♦ contam que o povo latino resultava da fusão de duas raças, os Aborígenes, saídos dos troncos das árvores, e os Troianos, companheiros de Enéias, vindos da longínqua Frígia depois do desastre que se abateu sobre a sua pátria. (esta concepção da origem mista do povo latino, onde os ‘nascidos do solo’ teriam sido civilizados.). ♦ a disputa entre os irmãos gêmeos Rômulo e Remo, que foram milagrosamente criados por uma loba, resultando na fundação de Roma e mais tarde no estabelecimento da Monarquia. ♦ a lenda do ‘rapto das Sabinas’, união entre os latinos e sabinos através do rapto das mulheres Sabinas, que mais tarde deram origem a segunda geração romana de sangue misto, como já eram os Latinos. ♦ a lenda da casta Lucréia que justifica a expulsão dos reis etrus- cos, marcando o final do período monárquico romano. Essas lendas, juntamente com as pesquisas arqueológi- cas, contribuíram para se compreender as origens e evolução de Roma. Os Latinos que deram origem a Roma, não eram um grupo étnico puro, mas resultado de uma síntese em que os in- vasores indo-europeus assimilaram os Mediterrânicos para dar origem a um novo povo. Os etruscos exerceram uma profunda influência sobre a nascente cidade romana, seu espírito de expansão contribuiu para transformar a aldeia romana em cidade. Foram responsá- veis também pela primeira forma de governo em Roma: a monarquia. Monarquia ou Realeza (753 – 509 a.C.) Período marcado por uma economia baseada na agri- cultura e no pastoreio. A sociedade, de caráter estamental e pa- triarcal, era formada por patrícios, plebeus, clientes e escravos. PATRÍCIOS: Formavam a aristocracia, cidadãos romanos que eram grandes proprietários de terras, gados e escravos. Tinham direitos políticos, podiam ter funções no exército, na religião, na justiça e na administração. PLEBEUS: Maioria da população, eram imigrantes que vie- ram das primeiras conquistas de Roma. Eram livres, dedicados ao comércio, artesanato e a agricultura. Não eram considera- dos cidadãos de Roma, então não poderiam participar de cargos públicos e nem da Assembléia Curial. Suas famílias não eram legalmente reconhecidas CLIENTES: Alguns eram estrangeiros e alguns plebeus que para sobreviver se associavam aos patrícios. Eles lhe prestavam diversos serviços pessoais em troca de ajuda econômica e pro- teção social. Eram os derrotados de guerras. Trabalham em ser- viços domésticos, agricultura, capatazes, artesãos, professores, etc. ESCRAVOS: Eram como propriedade, seu Senhor tinha auto- nomia para castigá-los, vendê-los, alugar seus serviços e decidir sobre sua vida ou sua morte. Durante esse período, sete reis se sucederam, sendo 2 Latinos, 2 Sabinos e 3 Etruscos. O rei acumulava as funções religiosa, exe- cutiva, judiciária e legislativa, nessa última seus poderes eram limitados, tinham que passar pela aprovação do Senado ou Con- selho dos Anciões. O Senado era formado por cidadãos idosos (anciãos) que chefiavam as maiores famílias do reino. Eles ti- nham a função de propor novas leis e fiscalizar as ações dos reis.
  • 14. 14 Da Vinci Vestibulares VOCÊ SABIA: A localização de Roma às margens do rio Ti- bre,” o mais caudaloso e regular de toda a Itália central, permitia o transporte de mercadorias pesadas não só entre Roma e o mar, mas também para o interior e, quando deixava de ser nave- gável, o seu vale continuava a ser via de comunicação preciosa que penetrava bastante em direção ao norte. (...) o Tibre desem- penhou um papel essencial na grandeza de Roma, ao permitir que o jovem Estado tivesse, desde cedo, um ‘pulmão marítimo’, o que determinou em parte a sua vocação de metrópole colonial e ao canalizar para ela – e, depois, ao submeter ao seu controle – as correntes comerciais e étnicas que convergiam dos vales dos Apeninos e se dirigiam para o sul.” GRIMAL, Pierre. A Civi- lização Romana. Lisboa: Edições 70, 1988, p. 12-3. Entretanto, as leis após aprovação pelo Senado eram ratificadas pela Assembléia (Cúria), formada pelos cidadãos em idade militar. A fase final da Monarquia, segunda metade do século VII a. C., foi marcada pelo domínio dos etruscos. República (509 – 27 a. C.) Com a deposição de Tarquínio último rei de origem etrusca, por volta de 509 a.C., tem início a República roma- na. Tarquínio, o Soberbo, foi deposto por uma rebelião liderada pela elite patrícia senatorial, no seu lugar o Senado se tornou o órgão máximo da República. Estabelecendo-se em Roma uma nova estrutura político-administrativa. No lugar do rei, os patrícios elegiam dois líderes que tinham plena autoridade sobre os assuntos civis, militares e reli- giosos por um ano. Eram eles: CÔNSULES que propunham leis, presidiam o Sena- do e as Assembleias e os PRETORES que administravam a justiça. Além do Senado e das magistraturas, ocupados pelos patrícios, existiam três assembleias que completavam as insti- tuições políticas da República romana: Assembleia Centuriata, Assembleia Curiata e Assembleia Tribal. Cada uma das Assembleias cumpria seu papel dentro da República romana. Entretanto, o caráter oligárquico da Re- pública garantia aos patrícios o monopólio do poder. Surgindo, com isso, uma série de problemas para a plebe gerando guerras constantes, aumento de tributos, o endividamento e a escravidão por dívida. As divergências entre patrícios e plebeus levaram às lutas de classe. Essa luta durou mais de um século até eles con- seguirem privilégios dentro de Roma. Entre eles: ♦ Ganharam representação e participação política através dos Tribunos da Plebe: tinham direito ao veto e eram considerados invioláveis; ♦ As Leis das XII Tábuas: primeira compilação de leis escritas em Roma; ♦ A Lei Canuleia: permitia o casamento entre patrícios e ple- beus; ♦ A Lei Licínia Sextia: aboliu a escravidão por dívidas e abriu a possibilidade aos plebeus a participação no consulado. Com isso, a plebe conquistou, gradativamente, o direi- to a participação em todas as magistraturas da República roma- na. EXPANSÃO ROMANA Por volta de 275 a. C., os romanos já haviam conquis- tado a península Itálica, tornando-se imprescindível a conquista de outros territórios fora da Itália. Figura 5 - Povos Pré-Romanos na Península Itálica (Séculos X - VIII a.C.) Roma, sentindo-se preparada para sua expansão, desa- fia o Império cartaginês, uma poderosa ex-colônia fenícia estra- tegicamente bem localizada (norte da África), que controlava o Mediterrâneo ocidental, dando início ás Guerras Púnicas (264 – 146 a. C.). Os romanos disputavam com Cartago o controle co- mercial do Mediterrâneo. Cartago possuía muitas colônias na Córsega, Sardenha, Sicília e Península Ibérica. Após batalhas violentas, os romanos derrotaram Cartago e escravizando seus habitantes. Com o fim das Guerras Púnicas, Roma inicia campa- nhas militares adquirindo o controle de quase toda a península Ibérica, Gálias, parte da Germânia , Egito, Grécia e Oriente. Com o controle da orla Mediterrânea os romanos passaram a chama-lo de mare nostrum (nosso mar). A sociedade romana sofreu grandes transformações durante as conquistas. O estilo de vida romano passou a ser lu- xuoso, requintado e exótico para alguns patrícios. Os fatores fundamentais para essas mudanças sociais na sociedade romana foram: ♦ A grande quantidade de riqueza oriunda das conquistas (pi- lhagem). ♦ A decadência do pequeno agricultor, impossibilitado de con- correr com os grandes proprietários escravistas. O crescimento do escravismo, transformando o modo de pro- dução romano. ♦ O surgimento de novas classes sociais. Com as mudanças promovidas pela expansão de Roma muitos plebeus empobreceram e viram-se obrigados a vender seus bens, abandonar os campos, migrando para as cidades (êxodo rural).
  • 15. 15Extensivo Com o objetivo de superar a crise que se instalou em Roma, principalmente com relação aos pequenos proprietários ou agricultores, alguns setores se mobilizaram em busca de re- formas. Nesse contexto destacaram-se, por sua ação, dois tribu- nos da plebe: Tibério e Caio Graco. Os irmãos Graco, como ficaram conhecidos, vendo a situação em que Roma se encontrava propuseram reformas. En- tre elas a distribuição das terras entre os camponeses plebeus pondo fim aos grandes latifúndios e a Lei Frumentária, distri- buição de trigo a preços baixos. Os patrícios reagiram contra os irmãos Graco. Tibério e seus seguidores forma assassinados e Caio Graco, temendo ter o mesmo fim de seu irmão ao ser cercado em uma colina próxi- ma a Roma, ordenou a um escravo que o matasse. Após a conhecida Revolta dos Gracos, ocorreu a radi- calização política fazendo com que a República romana entras- se em crise. As disputas entre os cidadãos de Roma pelo poder aumentou a instabilidade política levando o Senado a eleger três líderes políticos: Júlio César, Pompeu e Crasso. Eles forma- ram o I Triunvirato (governo de três pessoas). Com a morte de Crasso em combate, na Pérsia (54 a.C.) e a derde Pompeu em 49 a.C., Júlio César tornou-se o único governante de Roma até sua morte em 44 a.C. Logo estabeleceu-se o II Triunvirato composto por Marco Antônio, amigo de um dos fortes generais de Júlio Cé- sarLépido e Otávio. Lutas internas pelo poder levaram Otávio a declarar guerra a Marco Antônio e seus aliados, o qual derrotou em 31 a.C. Otávio tornou-se o senhor de Roma, recebendo vários títulos, entre eles o de “divino” (Augustus). Império (27 a.C. – 476 d.C.): Com as conquistas territoriais e o desenvolvimento acelerado do modo de produção escravista, Roma alcançou a riqueza e a hegemonia do mundo antigo. Primeiro Imperador de Roma, Otávio Augusto (27 a.C. – 14 a.C.) acabou com os conflitos internos, criou a Guarda Pretoriana, cuja função era proteger o imperador e a capital do Império, promovia a distribuição de trigo e a organização de es- petáculos públicos (Pão e Circo), fez magníficas obras públicas tornando Roma a Cidade Eterna. Durante seu governo, nasceu Jesus Cristo, fundador do cristianismo, nova religião que ganhou seguidores em todo o império romano. Com a morte de Otávio Augusto em 14 d.C., Roma foi governada pelas dinastias: Júlio-Claudiana até 68 d.C., seguida pela dinastia Flaviana até 96 d.C. e pela dinastia dos Antoninos até o ano de 192. O Alto Império foi marcado por diversas dinastias a última a governar Roma foi a dos Severos. Os sucessores de Otávio Augusto não conseguiram manter as estruturas de governo por ele implantadas contribuin- do para a gradual desestruturação do império. O descontrole po- lítico, a imoralidade pessoal e também administrativa fez parte dos governos de Tibério, Calígula e Nero. Este último perseguiu os cristãos que não o cultuavam como deus e mandou incendiar Roma. No período caracterizado como Baixo Império alguns imperadores tentaram controlar a crise, foram eles: ♦ Diocleciano (284 – 305) promoveu várias reformas com o intuito de conter as crises. ♦ Constantino (313 – 337) concedeu liberdade de culto aos cristãos, fundou Constantinopla que seria, com o tempo, a se- gunda capital do Império. ♦ Teodósio (378 – 395) ficou conhecido pela oficialização do cristianismo e a divisão do império em duas partes: Império Romano do Ocidente (capital Roma) e Império Romano do Oriente (capital Constantinopla). Vários foram os fatores que contribuíram para a queda do império romano. O declínio do número de escravos - crise do escravismo, queda da produção nos latifúndios, altos impostos, crise do comércio, a ruralização e a regionalização da economia, entre outros. Entretanto, não podemos deixar de citar a grande presença de bárbaros no Exército romano. Todos esses fatores conjuntamente com as invasões bárbaras nos séculos IV e V, puseram fim ao Império Romano. Figura 6: Povos Pré-Romanos na Península Itálica (Séculos X - VIII a.C.) PARA SABER MAIS: A queda do Império Romano. Direção de Anthony Mann,Estados Unidos,1964,172min. Gladiador. Direção de Jean Jacques Annaud,Estados Unidos,2000,130min. SITES PARA PESQUISA Hystoria na WEB – http://hystoria.hpg.ig.com.br Mundo Antigo – http://planeta.terra.com.br/arte/mundoantigo/ História do Mundo - http://www.historiadomundo.com.br/ Mini WEB Educação - http://www.miniweb.com.br/ historia/Roma1. html EXERCÍCIOS ESSENCIAIS: 1. (FUVEST) A(s) questão(ões) seguinte(s) é(são) composta(s) por três proposições I, II e III que podem ser falsas ou verda- deiras. Examine-as identificando as verdadeiras e as falsas e em seguida marque a alternativa correta dentre as que se seguem: (A) se todas as proposições forem verdadeiras. (B) se apenas forem verdadeiras as proposições I e II. (C) se apenas forem verdadeiras as proposições I e III. (D) se apenas forem verdadeiras as proposições II e III. (E) se todas as proposições foram falsas. 1. I. Do século IX ao VII a.C., os assírios organizaram um po- deroso exército com cavalaria, carros e máquinas de guerra,
  • 16. 16 Da Vinci Vestibulares conquistando um vasto império cuja queda foi acelerada pela crueldade com que trataram os povos submetidos. II. As instituições políticas da Cidade-Estado de Atenas, ao con- trário de sua rival Esparta, não evoluíram no sentido de uma democracia. III. Os maiores legados da civilização romana foram o Direito (base de todos os atuais), as línguas latinas, a arquitetura, a es- cultura e a pintura. 2. Na Grécia Clássica, os deuses eram concebidos à imagem e semelhança do homem, postura invertida na Roma Imperial, na qual os cristãos viam o homem feito à imagem e semelhança de Deus. Relacione a visão religiosa com a estrutura sócio-política em cada um dos casos acima. 3. Indique e comente quatro elementos da antigüidade greco- -romana presentes ainda hoje no mundo ocidental. 4. (FUVEST) “Em verdade é maravilhoso refletir sobre a gran- deza que Atenas alcançou no espaço de cem anos depois de se livrar da tirania... Mas acima de tudo é ainda mais maravilhoso observar a grandeza a que Roma chegou depois de se livrar de seus reis.” (Maquiavel, “Discursos sobre a primeira década de Tito Lívio”). Nessa afirmação, o autor (A) critica a liberdade política e a participação dos cidadãos no governo. (B) celebra a democracia ateniense e a República romana. (C) condena as aristocracias ateniense e romana. (D) expressa uma concepção populista sobre a antigüidade clássica. (E) defende a pólis grega e o Império romano. 5. “A história da Antigüidade Clássica é a história das cidades, porém, de cidades baseadas na propriedade da terra e na agri- cultura.” (K. Marx. “Formações econômicas pré- capitalistas.”) Em decorrência da frase de Marx, é correto afirmar que (A) os comerciantes eram o setor urbano com maior poder na Antigüidade, mas dependiam da produção agrícola. (B) o comércio e as manufaturas eram atividadesdesconhecidas nas cidades em torno do Mediterrâneo. (C) as populações das cidades greco-romanas dependiam da agricultura para a acumulação de riqueza monetária. (D) a sociedade urbana greco-romana se caracterizava pela au- sência de diferenças sociais. (E) os privilégios dos cidadãos das cidades gregas e romanas se originavam da condição de proprietários rurais. EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES: 6. Na atualidade, praticamente todos os dirigentes políticos, no Brasil e no mundo, dizem-se defensores de padrões democráti- cos e de valores republicanos. Na Antigüidade, tais padrões e valores conheceram o auge, tanto na democracia ateniense, quanto na república romana, quando predominaram (A) a liberdade e o individualismo. (B) o debate e o bem público. (C) a demagogia e o populismo. (D) o consenso e o respeito à privacidade. (E) a tolerância religiosa e o direito civil. 7. (FUVEST) Sobre as invasões dos “bárbaros” na Europa Oci- dental, ocorridas entre os séculos III e IX, é correto afirmar que: (A) foi uma ocupação militar violenta que, causando destruição e barbárie, acarretou a ruína das instituições romanas. (B) se, por um lado, causaram destruição e morte, por outro contribuíram, decisivamente, para o nascimento de uma nova civilização, a da Europa Cristã. (C) apesar dos estragos causados, a Europa conseguiu, afinal, conter os bárbaros, derrotando-os militarmente e, sem solução de continuidade, absorveu e integrou os seus remanescentes. (D) se não fossem elas, o Império Romano não teria desapa- recido, pois, superada a crise do século III, passou a dispor de uma estrutura sócio-econômica dinâmica e de uma constituição política centralizada. (E) os Godos foram os povos menos importantes, pois quase não deixaram marcas de sua presença. 8. (UNICAMP) Os princípios do cristianismo chocaram-se com os valores romanos, em especial a partir do momento em que os imperadores passaram a ser vistos como divindades. Entre os séculos I e III, as perseguições aos cristãos foram constantes. a) Cite três características do cristianismo naquele período. b) Explique por que os princípios cristãos eram uma ameaça ao poder político dos imperadores romanos. 9. (FUVEST) O mundo greco-romano e o mundo ocidental mo- derno criaram colônias ultramarinas e usaram o trabalho escra- vo. Indique as diferenças entre esses dois períodos históricos no que se refere à colonização e à escravidão. 10. (UNICAMP) “Os jovens eram educados para serem fortes para a guerra. No Campo de Marte, perto de Roma, aprendiam a manejar a espada, a lançar o disco e as lanças, a correr, saltar, nadar e cavalgar. Aprendiam a obedecer para depois saberem mandar.” (Bruna R. Cantele, HISTÓRIA DINÂMICAANTIGA E MEDIEVAL) Com base no texto, responda: a) qual era a função da educação romana? b) qual foi a sua importância na expansão do império? 11. (FUVEST) A expansão de Roma durante a República, com o consequente domínio da bacia do Mediterrâneo, provocou sensíveis transformações sociais e econômicas, dentre as quais: (A) marcado processo de industrialização, êxodo urbano, endi- vidamento do Estado. (B) fortalecimento da classe plebéia, expansão da pequena pro- priedade, propagação do cristianismo. (C) crescimento da economia agro-pastoril, intensificação das exportações, aumento do trabalho livre. (D) enriquecimento do Estado romano, aparecimento de uma poderosa classe de comerciantes, aumento do número de escra- vos. (E) diminuição da produção nos latifúndios, acentuado processo inflacionário, escassez de mão-de-obra escrava.
  • 17. 17Extensivo 12. (FUVEST) Importantes transformações políticas, econômi- cas e sociais ocorreram com a expansão romana pelo Mediter- râneo, entre elas: (A) fortalecimento econômico da elite patrícia, concentração da população nas zonas rurais, crescimento do trabalho livre. (B) supremacia política dos generais, abolição do trabalho es- cravo, fixação da plebe no campo. (C) austeridade moral, monopólio dos cargos públicos pelos plebeus e erradicação da influência da cultura grega. (D) emigração da população do campo para a cidade, predo- mínio da atividade comercial, grande aumento do número de escravos. (E) fortalecimento da família tradicional, concentração da eco- nomia nas atividades agropastoris, preservação do monoteísmo. 13. (FUVEST) Em relação à formação dos reinos bárbaros: a) Explique os motivos que permitiram as invasões bárbaras no Império Romano do Ocidente. b) Mencione três povos bárbaros que invadiram o Império Ro- mano do Ocidente. 14. (FUVEST) Várias razões explicam as perseguições sofridas pelos cristãos no Império Romano, entre elas: (A) a oposição à religião do Estado Romano e a negação da origem divina do Imperador, pelos cristãos. (B) a publicação do Edito de Milão que impediu a legalização do Cristianismo e alimentou a repressão. (C) a formação de heresias como a do Arianismo, de autoria do bispo Ário, que negava a natureza divina de Cristo. (D) a organização dos Concílios Ecumênicos, que visavam pro- mover a definição da doutrina cristã. (E) o fortalecimento do Paganismo sob o Imperador Teodósio, que mandou martirizar milhares de cristãos. 15. (UNICAMP) Na Roma antiga, o escravo era considerado um animal de trabalho sobre o qual o senhor detinha o direito de vida e de morte. a) Em quais condições alguém se tornava escravo na Roma antiga? b) Relacione três das principais atividades em que a mãode-obra escrava era utilizada.
  • 18. 18 Da Vinci Vestibulares MÓDULOS 3E 4: A IDADE MÉDIA [...]vemos o chamado império romano em grande parte destru- ído; todavia, enquanto durarem os reis da França que devem dominar o dito império, a dignidade desse império não perece- rá, pois se conservará em seus reis. E alguns dos nossos dou- tores dizem que um dos reis da França dominará todo Império romano - e será perto fim do mundo -, que finalmente, tendo bem governado seu reino, conduzirá seu poderio a Jerusalém, e, ao depositar no monte das Oliveiras sua coroa, será o fim do Império romano [...], e esse reinado será o ultimo reinado de todos os reinados do mundo, e jamais cessará até que, sob Je- sus Cristo, tenha abarcado todo o domínio temporal do mundo universal, constituindo a sede deste em Roma restituída, como o papa eterno na Terra Santa [...]. E assim Jesus Cristo será um só rei e pastor. G. Postel, Le thresor des propheties de l´univers, ed.Fr.Secret,Haia,Martinus Nijhof,1969,pp.98-9. Com o fim do Império Romano no Ocidente, ocorreu na Europa o fenômeno da ruralização. Praticamente todas as ci- dades foram despovoadas e as pessoas buscaram nas grandes propriedades rurais a forma de garantir minimamente a segu- rança, uma vez que o período conhecido como “as invasões bár- baras” transformou as antigas áreas dominadas pelos romanos no imenso território instável e perigoso. A Idade Média foi di- vidida em dois momentos distintos: Alta Idade Média e Baixa Idade Média. ♦ A Alta Idade Média - do século V ao X, teve como principais características: a formação e o desenvolvimento do feudalismo e concentração de poderes pela Igreja Católica. ♦ A Baixa Idade Média - durou do século XI ao XV, caracte- rizou-se pelo apogeu e crise do feudalismo e a expansão das Cruzadas, movimento bélico incentivado pela Igreja Católica. FEUDALISMO O Feudalismo foi um fenômeno típico da Idade Média na sociedade Centro-Ocidental da Europa. O Feudalismo repre- sentou a fase de grande autoridade política; econômica; ideoló- gica e cultural da Santa Sé. A base de sustentação do Sistema Feudal era o trabalho servil. O servo era originado da decadên- cia Romana. Esse trabalhador recebia proteção de seu Senhor e retribuía na forma de pagamentos de tributos em produtos ou na forma de prestação dos mais variados serviços. Os servos, além de trabalharem no campo tinham a obrigação de pagar impostos na forma de produtos agrícolas, animais, manufatura, tecelagem e/ou prestarem serviços. Impostos ♦ Corvéia: Trabalho gratuito realizado de duas a três vezes por semana, no manso senhorial; na construção e reparação das es- tradas; pontes, moinhos, na casa senhorial e na construção de represas. ♦ Talha: Par te da produção agrícola que era entregue ao Senhor feudal. ♦ Banalidade: Pagamento pelo uso dos instrumentos de traba- lho no feudo. ♦ Captação: Imposto pago pela moradia no feudo. ♦ Mão morta: Era o pagamento de uma taxa para a família servil permanecer no feudo, em caso do falecimento do pai ou de outros entes queridos. ♦ Tostão de Pedro ou Dízimo: 10% da produção do servo era pago à Igreja, utilizado para a manutenção da capela local. ♦ Taxa de justiça: Taxa que o servo ou o vilão pagava ao senhor feudal para que se fizesse justiça dentro do feudo. Quando o servo cometia uma infração, o senhor cobrava a taxa para que o julgamento acontecesse em um tribunal presidido pelo senhor ou seu representante. A Mulher As mulheres na Idade Média eram totalmente submetidas ao pai e aos seus maridos. Em sua maioria tinham como função cui- dar do espaço doméstico e estavam voltadas para a procriação e educação dos filhos. As mulheres eram tidas como frágeis e de fácil sedução pelo mal. Muitas delas foram perseguidas pelo Tribunal da inquisição, acusadas de bruxas, sobretudo, quando residiam sozinhas e possuíam o domínio das ervas medicinais. Figura 7 - Mulher sendo acusada de bruxaria. Estamentos e Hierarquia Social Os historiadores franceses, especialistas em Idade Média, preferem classificar a sociedade feudal como uma sociedade composta exclusivamente por estamentos, ou ordens. Entendemos por sociedade estamental uma forma de organização onde a estratificação social com camadas mais fechadas do que as classes e mais abertas do que as cas- tas, reconhecidas por lei e geralmente ligadas ao conceito de honra. Na Idade Média, praticamente inexistia mobilidade social, uma vez que a condição social do individuo era determinada pela tra- dição, pelos laços de consangüinidades, e pela hereditariedade. Em ou- tros termos, era praticamente impossível o filho de um servo chegar a condição de nobre. Jacques Le Goff, importante historiador Francês medieva- lista, assim classificou a sociedade do medievo: “O Feudalismo é um sistema de organização econômica, social, cultural e política baseado nos vínculos de dependência de homem a homem, no qual uma classe de guerreiros especializados – os senhores -, subordinavam-se uns aos outros por uma hierarquia de vínculos de dependência, domina a massa campesina que explora a terra e lhes fornece com que viver”. Já, Georges Duby, outro grande historiador da Idade Média, gostava muito da definição dada pelo Bispo Adalberon de Laon, mor- to em 1031 d.C, acerca do lugar de cada indivíduo naquela socieda- de: “Na sociedade alguns rezam, outros guerreiam e outros trabalham
  • 19. 19Extensivo onde todos formam um conjunto inseparável e o trabalho de uns permite o trabalho dos outros dois e cada qual por sua vez presta apoio aos outros”. Principais Caracteristicas da Sociedade Feudal ♦ Heterogeneidade Social - Nobres, cavaleiros, sacerdotes e camponeses. ♦ Pouca Mobilidade Social - Sociedade estamental. ♦ Patriarcalismo - Desfavorecimento e perseguição as mulhe- res (caça as bruxas). ♦ Sociedade Teocentrica - Principal foco: a salvação. Igreja Católica Medieval O controle ideológico aplicado pela Igreja e a repres- são militar imposta pelos senhores feudais impedia qualquer revolta camponesa. Em sua maioria eram os próprios filhos da classe nobre aqueles que formavam os quadros do clero e, dessa maneira, asseguram o controle político e social por meio do dis- curso ideológico fortemente marcado pelo ideal de abnegação e votos de pobreza na terra para a garantia de vida eterna após a morte. Principais Fatores da Alta Idade Média I-Formação e desenvolvimento do feudalismo II-Concentração de poderes pela Igreja Católica III- Expansão do Islamismo Os sucessores de Maomé difundiram a fé Islâmica em diferentes partes do globo, esta difusão não tinha os mesmos critérios polí- ticos e econômicos, mas possuía a mesma concepção religiosa. O mundo Islâmico é bastante diversificado mais a religião é o grande elo entre esses povos. IV- Descentralização política. Principais Fatores da Baixa Idade Média I- Expansão das Cruzadas: As cruzadas foram um importante capitulo da Baixa Idade média, ela representou o choque cul- tural-religioso entre o ocidente e o oriente, ou seja, a Europa Cristã Católica contra o Oriente Médio islâmico. II - Novas rotas comerciais. III- Centralização política: formação das monarquias nacionais IV-Apogeu e crise do feudalismo: O feudalismo acabou devido às melhorias tecnológi- cas; surgimento de excedente econômico; revitalização das ati- vidades comerciais e re-surgimento das cidades. O aparecimen- to da burguesia muda a sociedade e a economia feudal. IDADE MÉDIA ORIENTAL Império Bizantino (Roma Oriental) Parte do império Romano da Ásia que sobreviveu até o século XV. A Roma Ocidental se feudalizou, já a parte oriental ficou fundamentada no comércio e na vida urbana. A atual Turquia é hoje o país que corresponde ao an- tigo Império Bizantino. Localizada entre a Europa e a Ásia, a Turquia é uma rota de comércio e culturas. Neste país coexistem culturas européias e asiáticas. A maior autoridade política e mi- litar do Império Bizantino é o Cézar Bizantino. O Império Bizantino preservou a cultura Greco-Ro- mana, quando os turcos invadiram Constantinopla (capital do Império) muitos sábios Bizantinos migraram para a Europa. No continente europeu esses sábios difundiram a cultura Greco Ro- mana contribuindo para o renascimento do século XV. Figura 8 - Império bizantino A partir do século XIV algumas mudanças ocorridas no seio da sociedade Ocidental deram claros sinais de que o tempo “quase imóvel” da Idade média chegava ao fim. No cam- po das relações econômicas, a introdução da moeda, como valor de troca universal, intensificou as relações comerciais em nível mais amplo. É bem verdade que desde a Idade Medieval a mo- eda existiu, porém, agora ela deixava de ser, aos poucos, uma referência local e adquiria, cada vez mais, um caráter regional e nacional, possibilitando relações comerciais de longa distância. Isso só foi possível graças a uma série de mudanças ocorridas nas propriedades feudais, fruto de um conjunto de
  • 20. 20 Da Vinci Vestibulares fatores interligados. Em primeiro lugar há de se considerar que após a “peste Negra” ou “peste bubônica”, a qual dizimou um terço da população européia, a demografia ocidental retomou aos níveis de crescimento lentamente, mas isso também se deu graças às mudanças nas técnicas de cultivos, novos incrementos agrícolas, introdução de instrumentos de trabalho, além de um fator muito significativo: a comutação das prestações senhoriais. O que foi isso? Bem, vimos que na Idade Média, os senhores tributa- vam os servos de diferentes maneiras, sobretudo, cobrando-lhes formas de trabalho e retirando-lhes parte de tudo aquilo que eles produziam nas lavouras, na criação de animais e no espaço doméstico por meio do trabalho familiar. Com a dinamização da economia, ocasionada pelo renascimento comercial com o Oriente, os senhores passaram a se interessar em adquirir pro- dutos oriundos das mais distantes regiões e que não eram pro- duzidos em suas propriedades. Isso fez com que os mesmos adotassem uma nova maneira de explorar os servos e obter a referência de troca no comércio das cidades. Foi então que os senhores resolveram adotar a cobrança de tributo em moedas. Desse modo, os servos viram-se obrigados a produzir não só para a sua sobrevivência, mas também fomentar um excedente da produção a fim de levá-lo à cidade e a comercializá-lo nas feiras ou nos entrepostos comerciais. Ao ganharem essa auto- nomia, a classe servil sentiu-se estimulada em aumentar a sua produção uma vez que sendo o tributo Pré-fixado isso criava as condições para eles ampliarem seus ganhos com as vendas dos produtos nos mercados. Alguns historiadores afirmam que esse fenômeno foi responsável pelo surgimento das duas futuras classes que se oporiam no sistema capitalista: a burguesia e o proletariado. Por quê? Bem, os servos ganharam autonomia para comercializar seus produtos nas cidades e isso os estimulou cada vez mais a produzir em maior escala. Por outro lado, eles também esta- vam sujeitos às oscilações e variações dos preços dos produtos nos mercados. Dessa maneira, aqueles que lograram sucesso na sua relação comercial tornaram-se homens de negócio, atra- vessadores e se libertaram do jugo senhorial por meio de inde- nização. Outros, menos afortunados, ao não obterem sucesso almejado nas feiras livres, tornaram-se homens endividados e sem condições de arcar com as prestações senhoriais. O resultado disso foi a expulsão em massa daqueles infelizes dos feudos e a conseqüente migração para as cidades. Em poucos séculos as cidades européias já vislumbravam uma multidão de vagabundos, crianças órfãs, mães chefes de família, trabalhadores que recebiam péssimos salários e extensas jorna- das de trabalho, enquanto uma pequena classe de ricos, denomi- nada de burgueses, enriquecia às custas do trabalho e exploração alheia. Esse será um tema melhor detalhado quando tratarmos da Revolução Industrial no século XVIII. Para saber mais: Coração Valente. Direção de Mel Gibson, Estados Unidos, 1995, 177 min. “Peste Negra” - documentário, Estados Unidos, 2005, Produ- ção: The History Channel, 90 min. O nome da rosa. Direção de Jean-Jacques Annaud. Alemanha, 1986, 130 min. O poço e o pêndulo. Direção de Stuart Gordon, Estados Unidos,1991,103min. El Cid. Direção de A. Mann, Estados Unidos,1961, 184 min. EXERCÍCIOS ESSENCIAIS: 1. (FUVEST) “...o desejo de dar uma forma e um estilo ao sen- timento não é exclusivo da arte e da literatura; desenvolve-se também na própria vida: nas conversas da corte, nos jogos, nos desportos... Se, por conseguinte, a vida pede à literatura os mo- tivos e as formas, a literatura, afinal, não faz mais do que copiar a vida.” (Johan Huizinga, O Declínio da Idade Média). Na Idade Média essa relação entre literatura e vida foi exercida principalmente pela (A) vassalagem (B) guilda (C) cavalaria (D) comuna (E) monarquia 2. (UFTM-2007) A formação do sistema feudal, dominante principalmente nos territórios do Império Carolíngio, durante a Idade Média, esteve ligada (A) à integração de instituições romanas e germânicas, tais como o colonato e o Comitatus. (B) ao fim da importância das leis baseadas nos costumes e aos ataques vikings. (C) às constantes invasões dos bárbaros germânicos, que leva- ram à queda do Império Bizantino. (D) à decadência do escravismo romano e ao gradativo processo de êxodo rural. (E) ao fortalecimento do poder real, devido à distribuição de benefícios aos guerreiros fiéis. 3. (UEMG-2007) Leia, a seguir, o fragmento de uma obra do historiador Marc Bloch. “De um lado, a língua de cultura, que era, quase uniformemente, o latim; do outro, na sua diversidade, os falares de uso diário. [...] Esse dualismo era característico da civilização ocidental propriamente dita e contribuía para a colocar fortemente em oposição aos seus vizinhos: os mundos celta e escandinavo, que possuíam ricas literaturas, poéticas e didáticas, em línguas nacionais; o Oriente grego; o Islão, pelo menos nas zonas real- mente arabizadas”. Assinale a alternativa que completa CORRETAMENTE o se- guinte enunciado: Nesse fragmento, o historiador trata (A) do choque entre culturas, que tem marcado as relações Oci- dente e Oriente. (B) da experiência feudal vivida no Ocidente europeu. (C) do desdobramento do Humanismo renascentista no campo das letras, com a afirmação dos falares nacionais. (D) do obstáculo que o processo de formação dos Estados Na- cionais Modernos encontrou para a criação de um idioma co- mum aos seus habitantes. 4. (FUVEST-2010) “A instituição das corveias variava de acor- do com os domínios senhoriais, e, no interior de cada um, de acordo com o estatuto jurídico dos camponeses, ou e seus man- sos [parcelas de terra].” Marc Bloch. Os caracteres originais da França rural, 1952. Esta frase sobre o feudalismo trata (A) da vassalagem. (B) do colonato. (C) do comitatus.
  • 21. 21Extensivo (D) da servidão. (E) da guilda. Observe a figura. 5. O ícone, pintura sobre madeira, foi uma das manifestações características da Civilização Bizantina, que abrangeu amplas regiões do continente europeu e asiático. A arte bizantina re- sultou (A) do fim da autocracia do Império Romano do Oriente. (B) da interdição do culto de imagens pelo cristianismo primi- tivo. (C) do “Cisma do Oriente”, que rompeu com a unidade do cris- tianismo. (D) da fusão das concepções cristãs com a cultura decorativa oriental. (E) do desenvolvimento comercial das cidades italianas. EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES: 6. (VUNESP-2009) As caravanas do Sudão ou do Niger trazem regularmente a Marrocos, a Tunes, sobretudo aos Montes da Barca ou ao Cairo, milhares de escravos negros arrancados aos países da África tropical (...) os mercadores mouros organizam terríveis razias, que despovoaram regiões inteiras do interior. Este tráfico muçulmano dos negros de África, prosseguindo durante séculos e em certos casos até os mais recentes, desem- penhou sem dúvida um papel primordial no despovoamento antigo da África. (Jacques Heers, O trabalho na Idade Média.) O texto descreve um episódio da história dos muçulmanos na Idade Média, quando (A) Maomé começou a pregar a Guerra Santa no Cairo como condição para a expansão da religião de Alá, que garantia aos guerreiros uma vida celestial de pura espiritualidade. (B) atuaram no tráfico de escravos negros, dominaram a Áfri- ca do Norte, atravessaram o estreito de Gibraltar e invadiram a Península Ibérica. (C) a expansão árabe foi propiciada pelos lucros do comércio de escravos, que visava abastecer com mão de obra negra as regiões da Península Ibérica. (D) os reinos árabes floresceram no sul do continente africano, nas regiões de florestas tropicais, berço do monoteísmo islâmi- co. (E) os árabes ultrapassaram os Pirineus e mantiveram o domínio sobre o reino Franco, até o final da Idade Média ocidental. 7. (UNIFESP-2008) Houve, nos últimos séculos da Idade Mé- dia ocidental, um grande florescimento no campo da literatura e da arquitetura. Contudo, se no âmbito da primeira predominou a diversidade (literária), no da segunda predominou a unidade (arquitetônica). O estilo que marcou essa unidade arquitetônica corresponde ao (A) renascentista. (B) românico. (C) clássico. (D) barroco. (E) gótico. 8. (UFSCar-2008) O Quarto Concílio de Latrão, em 1215, de- cretou medidas contra os senhores seculares caso protegessem heresias em seus territórios, ameaçando-os até com a perda dos domínios. Já antes do Concílio e como consequência dele, as autoridades laicas decretaram a pena de morte para evitar a dis- seminação de heresias em seus territórios, a começar por Ara- gão em 1197, Lombardia em 1224, França em 1229, Roma em 1230, Sicília em 1231 e Alemanha em 1232. (Nachman Falbel. Heresias medievais, 1976.) A respeito das heresias medievais, é correto afirmar que (A) o termo heresia designava uma doutrina contrária aos prin- cípios da fé oficialmente declarada pela Igreja Católica. (B) os heréticos eram filósofos e teólogos que debatiam racio- nalmente a natureza divina e humana da Trindade no século XIII. (C) a Igreja tinha atitudes tolerantes com os hereges de origem popular, que propunham uma nova visão ética da instituição eclesiástica. (D) os primeiros heréticos apareceram nos séculos XII e XIII e defendiam antigas doutrinas difundidas pelo império otoma- no. (E) a heresia era conciliável com o poder temporal do Papa, mas provocou a ruptura das relações entre a Igreja e o Estado. 9. (VUNESP-2008) O culto de imagens de pessoas divinas, mártires e santos foi motivo de seguidas controvérsias na histó- ria do cristianismo. Nos séculos VIII e IX, o Império bizantino foi sacudido por violento movimento de destruição de imagens, denominado “querela dos iconoclastas”. A questão iconoclasta (A) derivou da oposição do cristianismo primitivo ao culto que as religiões pagãs greco-romanas devotavam às representações plásticas de seus deuses. (B) foi pouco importante para a história do cristianismo na Eu- ropa ocidental, considerando a crença dos fiéis nos poderes das estátuas. (C) produziu um movimento de renovação do cristianismo em- preendido pelas ordens mendicantes dominicanas e francisca- nas. (D) deixou as igrejas católicas renascentistas e barrocas despro- vidas de decoração e de ostentação de riquezas. (E) inviabilizou a conversão para o cristianismo das multidões supersticiosas e incultas da Idade Média europeia.
  • 22. 22 Da Vinci Vestibulares 10. (UNIFESP-2007) O mosteiro deve ser construído de tal for- ma que tudo o necessário (a água, o moinho, o jardim e os vários ofícios) exerce-se no interior do mosteiro, de modo que os mon- ges não sejam obrigados a correr para todos os lados de fora, pois isso não é nada bom para suas almas. (Da Regra elaborada por São Bento, fundador da ordem dos beneditinos, em meados do século VI.) O texto revela (A) o desprezo pelo trabalho, pois o mosteiro contava com os camponeses para sobreviver e satisfazer as suas necessidades materiais. (B) a indiferença com o trabalho, pois a preocupação da ordem era com a salvação espiritual e não com os bens terrenos. (C) a valorização do trabalho, até então historicamente inédita, visto que os próprios monges deviam prover a sua subsistência. (D) a presença, entre os monges, de valores bárbaros germâni- cos, baseados na ociosidade dos dominantes e no trabalho dos dominados. (E) o fracasso da tentativa dos monges de estabelecer comunida- des religiosas que, visando a salvação, abandonavam o mundo. 11. (Mack-2007) Foi nesse terreno de cerca de 3,5 milhões de km2 e predominantemente desértico que, na primeira quadra do século VII, se constituiu (...) a religião (...), a qual, num espa- ço de tempo relativamente exíguo, o empolgaria por inteiro, e foi também a partir dele que, na quadra seguinte, os conversos saíram para fazer a sua entrada decisiva no palco da história uni- versal, construindo um dos mais poderosos impérios da face da Terra e ampliando de maneira considerável o número de adeptos da nova fé. Adaptado de Mamede M. Jarouche, Revista Entre Livros, nº 3. O texto acima faz menção a uma religião (A) que abriga a crença na existência de vários deuses, todos eles personificações dos astros (sobretudo o Sol) e de fenôme- nos da natureza (como o raio e o trovão). (B) cuja denominação (Islã) indica um de seus mais importantes princípios, ou seja, a submissão do fiel à vontade de Alá, “único Deus”. (C) que possui entre seus dogmas a absoluta intolerância em relação a povos de religiões diversas, ineptos para a conversão e para os quais resta, apenas, o extermínio pela guerra. (D) cujos fiéis devem praticar a antropofagia ritual, considerada fonte de virilidade e bravura guerreira. (E) que suprimiu completamente a crença em profetas (“os anunciadores da vontade de Deus”) e em anjos (“os protetores dos homens”). 12. (UNIFESP-2007) Sobre as cidades européias na época mo- derna (séculos XVI a XVIII), é correto afirmar que, em termos gerais, (A) mantiveram o mesmo grau de autonomia política que ha- viam gozado durante a Idade Média. (B) ganharam autonomia política na mesma proporção em que perderam importância econômica. (C) reforçaram sua segurança construindo muralhas cada vez maiores e mais difíceis de serem transpostas. (D) perderam, com os reis absolutistas, as imunidades políticas que haviam usufruído na Idade Média. (E) conquistaram um tal grau de auto-suficiência econômica que puderam viver isoladas do entorno rural. 13. Dentre os fatores que possibilitam o reino da França afirmar- -se como a primeira potência européia no século XIII, podemos destacar: (A) O rei da França controla diretamente uma grande e fértil parte dos territórios do reino. (B) Os reis da França detêm o título imperial e contam com o sustento dos reis da Inglaterra, seus vassalos. (C) A união incondicional entre a Igreja e os reis franceses per- mitiu a reunião de grandes fortunas e extensões de terras férteis, passando a constituir-se um dos primeiros núcleos dos estados nacionais. (D) O reino da França é o maior e o mais populoso da uropa. Os soberanos consolidam as instituições monárquicas e a cen- tralização do poder, exercendo um forte controle sobre a feuda- lidade. 14. O fenômeno das cruzadas se estende ao longo de dois sécu- los de história européia. Desde a conquista de Jerusalém pelos turcos (séc. XI) até a queda de São João D’Acre, última forta- leza cristã (séc.XIII) dominada pelos turcos muçulmanos. Das inúmeras causas da difusão do “espírito da cruzada”, destaca-se: (A) A necessidade dos abastados nobres europeus de encontrar aventura, glória e de obter o principal prêmio: o casamento com uma jovem nobre, bela e rica. (B) O cumprimento de uma obrigação religiosa: combater o in- fiel muçulmano era uma ação santa e representava a possibili- dade de salvação eterna. (C) A presença de um profundo zelo religioso, característico da medievalidade, acompanhada de motivos econômicos e sociais da Europa. (D) A predominância de interesses econômicos das cidades co- merciais que desejavam expandir suas atividades mercantis. 15. (UECE-2007) A “morte” do estado, como era concebida no mundo antigo, coincide com a afirmação do feudalismo. Isso pode ser explicado, pois: (A) A autoridade central delegou cada vez mais o exercício dos poderes públicos aos senhores feudais, que se tornaram pratica- mente soberanos em seus feudos. (B) A figura do soberano se reduz àquela de um fantoche nas mãos da Igreja e dos grandes senhores feudais. (C) A nobreza aproveitou-se para conseguir, do poder do sobe- rano, concessões cada vez maiores, como a hereditariedade dos feudos. (D) O controle das freqüentes insurreições camponesas contra o abuso de poder dos senhores e do mal governo torna-se difícil.
  • 23. 23Extensivo MÓDULOS 5 E 6: O RENASCIMENTO E AS GRANDES NAVEGAÇÕES. Figura 9 - O Homem Vitruviano RENASCIMENTO E CULTURA CITADINA A nova historiografia tem tratado o fenômeno conhe- cido como Renascimento de uma maneira mais ampla do que tradicionalmente era feito. Para historiadores como Jean Delu- meau o Renascimento, longe de ter sido apenas e tão somente um fenômeno artístico e cultural ocorrido na Itália, ele represen- tou a convergência de episódios sem precedentes na História da humanidade ocorridos nos vários países que se formavam na Europa Moderna. E não foram apenas mudanças do ponto de vista da estética nas artes, foi algo muito mais profundo do que isso.Vejamos então o porquê disso. Desde a Alta Idade Média, muitas contribuições cientí- ficas foram gestadas, ainda que a Igreja Católica tentasse impe- dir o avanço da ciência. Mas, foi na aurora da modernidade que brotaram uma série de inventos científicos que mudaram os ru- mos da história européia e do restante do mundo. Em primei ro lugar falemos das inovações marítimas, quando as novas em- barcações, como as caravelas movidas à força dos ventos possi- bilitou a conquista de novos continentes pelos europeus. Além dos vasos de grandes calados - caravelas, naus, galeras - a invenção da bússola, do barômetro, a ampliação das cartas geográficas, orientaram os navegadores nas investidas no mar alto – Oceano Atlântico – fazendo-os chegar a lugares mais longínquos de sua terra natal. Ademais, o invento do canhão, dos mosquetes e de outros tipos de armas de fogo, com a incor- poração da pólvora chinesa, deu aos ocidentais a supremacia bélica sobre os demais povos do globo e foram as responsáveis pelas conquistas e colonização dos vários continentes. A própria expansão marítima e comercial foi um fenô- meno típico da modernidade e fez parte do Renascimento. Os Estados Nacionais O nascimento dos Estados Nacionais na Europa, entre os sécu- los XIV ao XVIII, foi resultado do enfraquecimento dos pode- res locais; do sentimento de insegurança que permeava a men- talidade senhorial, temerária por conta das crescentes revoltas camponesas; do surgimento do capitalismo e como resultado da complexidade econômico, político e social desse novo sistema em formação. Alguns autores afirmam que as Monarquias Na- cionais foram verdadeiros estados representantes da burguesia em ascensão. Já outros, como PerryAnderson, assinalam o cará- ter aristocrático e feudal dos Estados Nacionais que emergiram das ruínas do Feudalismo. Mas, ao analisar o nascimento das Monarquias é preciso cautela e buscar entender as particulari- dades de cada um deles. Certamente o caso clássico e que mais se aproximou daquilo que ficou consagrado como “estado absolutista” foi o caso Francês, sobretudo, na época de Luis XIV, o Rei Sol. Mas esse modelo não se aplicaria em situações como a Inglaterra, onde os reis nunca submeteram os poderes locais ao centralismo político, o que explica até hoje o caráter de uma monarquia constitucional. Também não se pode dizer o mesmo dos Estados Português e Espanhol, ambos, fruto do processo de Reconquis- ta dos territórios da Península Ibérica ocupados pelos Mouros. Também não se aproveita esse modelo explicativo aos casos dos estados nacionais formados tardiamente: Alemanha e Itália. Ainda poderíamos citar os casos dos Países Baixos – Holanda -, Rússia e outras nações do Leste Europeu. Por tanto, o modelo explicativo clássico nos serve para compreendermos alguns ca- sos de monarquias surgidas na Europa Ocidental, emparticular o caso da França. Para os historiadores Christopher Hill e René Rémond, a monarquia inglesa constitui um caso peculiar e especifico, de- vido ao modo pelo qual o poder político se organizou no país, após o século XI, com assinatura da Carta Magna (1215). Es- tatuto político tipicamente feudal, a Magna Carta não pretendia ser um documento popular, no sentido de garantir liberdades ao cidadão comum. Ela estabelecia os limites do poder real, fixan- do os direitos e deveres da monarquia e de seus vassalos da alta nobreza. Mas quando foi instituído o Parlamento na Inglaterra, no século XIII, seu alcance se estendeu. O Parlamento era composto pela Câmara dos Lordes, que reunia nobres leigos e eclesiásticos, estes escolhidos pelo rei, e pela Câmara dos Comuns, formadas por elementos da bai- xa nobreza (gentry) eleitos por voto censitário (voto vinculado a posse do eleitor). As duas Câmaras passaram a exercer fun- ções legislativas e a controlar a cobrança dos tributos do Estado. O modelo de Estado Nacional permanece desenvolvido na Inglaterra entre os séculos XIII e XVII permanece objeto de discussão. As várias correntes historiográficas diferem quanto a apresentação da monarquia inglesa, mostrando-a ora como absolutista, ora como aristocrática autoritária. A discussão gira em torno da divisão dos poderes: ar- gumento utilizado pelos adeptos da segunda teoria é o de que os poderes Executivos, Legislativo e Judiciário não se concentra- vam nas mãos do soberano. A Primazia Portuguesa Portugal foi o primeiro país a se lançar na jornada ul- tramarina e a instaurar um Império Colonial, ao lado da Espa- nha. A primazia portuguesa se explica por várias razões, dentre elas destaquemos as seguintes: 1-A precoce formação do seu estado nacional de caráter capita- lista, ocorrido em 1140. 2-A Escola de Sagres como centro de formação de grandes na- vegadores. 3-A tradição portuguesa de ser uma região da Península Ibérica exportadora de pescados e sal, o que significa dizer que parte de sua população já vivia de atividades econômicas ligadas ao oceano.
  • 24. 24 Da Vinci Vestibulares 4-A formação de uma classe de comerciantes com vocação para o comércio de longa distância e ansiosa por descobrir novos caminhos que os levasse às índias. 5-interesses comuns entre Rei, Igreja Católica e classe burgue- sa na busca de novas áreas por conquistar. No limite das nossas explicações é de bom alvitre sa- lientarmos as principais características gerais das Monarquias Nacionais européias: ♦ Exército permanente formado muitas vezes por mercenários. ♦ Burocracia permanente e letrada. ♦ Sistema fiscal nacional. ♦ Codificação do direito e os princípios do mercado. ♦ Retomada do Direito Romano como base jurídica das leis. ♦ Manutenção dos privilégios da classe nobre por meio da con- cessão de cargos públicos e pensões vitalícias. (Renda Feudal Centralizada). ♦ Mercantilismo como modelo econômico ditado pelo Estado como gestor dos negócios em função dos interesses da Nobreza. ♦ Belicismo como prolongamento da tradição Feudal – con- quistar para pilhar. ♦ Inexistência de fronteiras entre o público e o privado. ♦ Nacionalismo latente, sistema mercantil como marca da presença da burguesia ascendente. ETAPAS DA EXPANSÂO PORTUGUESA O processo de expansão portuguesa iniciado em 1415 com a conquista de Ceuta, ao norte da África, lançou-se à na- vegação do litoral africano. Completou o contorno ocidental em 1488, quando Bartolomeu Dias dobrou o cabo da Boa Esperan- ça (antes conhecido como Cabo das Tormentas), no extremo sul do continente africano. Esse feito completou-se em 1498, com o estabelecimento, por Vasco da Gama, do novo caminho para a Índia. Ao procurar regularizar as viagens para o Extremo Oriente, seu objetivo maior, usando a rota já definida por Vasco da Gama, os portugueses acabaram por atravessar o Atlântico no seu sentido leste-oeste e chegaram ao continente sul-ameri- cano em 1500. Na compreensão do “Descobrimento do Brasil, pro- cesso histórico que preferimos chamar de invasão e conquista sangrenta, esse fato está relacionado com o processo de reco- nhecimento, uma vez que desde o ano de 1494, com a assina- tura do Tratado de Tordesilhas, Por tugal já sabia que possuía terras naquela parte da América. Para melhor visão, recorremos à cronologia dos acontecimentos portugueses na expansão. Navegação Espanhola Antecedentes – depois de Por tugal, foi a Espanha o país mais importante no processo das grandes navegações. A participa- ção espanhola nas navegações iniciou-se nos fins do século XV com a viagem de Cristovão Colombo e resultou na formação de um imenso Império Colonial na América. É bom salientar que a construção desse império custou aproximadamente a vida de 25 milhões de ameríndios que aqui viviam e foram massacrados durante as guerras de conquista, mortos pelas epidemias ou ex- terminados pelo excessivo trabalho escravo aos qual foram submetidos. No século XV, a Espanha deu prosseguimento à Re- conquista iniciada no século XI na Península Ibérica, ocupada pelos mouros e Judeus. Foi assim que surgiram os reinos de Leão, Navarra e Aragão, o que proporcionou a implantação de um modelo de feudalismo muito particular, ao mesmo tempo em que as guerras levavam à formação do poder da monarquia. Entre os episódios que marcaram o período, eviden- ciam-se o casamentos dos reis católicos, Fernando de Aragão e Isabel de Castela e a formação do Reino da Espanha. Colombo: o grande navegador: O limitado conhecimento marítimo dos espanhóis fez com que eles buscassem inspiração nas experiências de outros países europeus, como Por tugal e Itália. No início da década de 1490, um navegador genovês, Cristovão Colombo, propôs aos reis católicos um plano para chegar às Índias, apoiado na teoria da esfericidade da terra. As- sim, financiado pela Coroa espanhola, Colombo descobriu em 1492, o continente americano. Em vista das viagens espanholas, estabeleceu-se a competição internacional entre Espanha e Por tugal. A contenda inicialmente foi resolvida pela autoridade religiosa, uma vez que se tratava de dois países católicos, com a Igreja representada na época pelo Papa Alexandre VI. A mediação entre os dois pa- íses foi estabelecida, em 1493, através da Bula Inter Coetera, resultado que não agradou aos portugueses, uma vez que através daquela divisão, utilizando como referência 100 milhas a oeste do Arquipélago de Cabo Verde, determinava que Portugal fica- ria com a parte Leste e a Espanha,com a parte Oeste. Ou seja, o continente americano como um todo pertenceria à Espanha ficando Por tugal apenas com águas do Atlântico. Após vários desentendimentos, as duas nações entraram num acordo e assi- naram, em 1494, o Tratado de Tordesilhas. Para melhor compreensão dos conflitos entre Espanha e Portugal envolvendo terras descobertas e a descobrir, observe o mapa da divisão do mundo abaixo. Figura 10 - O tratado de Tordesilhas. Fonte:http://www.lai.at/wis- senschaft/lehrgang/semester/ss2005/rv/files/
  • 25. 25Extensivo A Expansão inglesa, francesa e holandesa Inglaterra, França e Holanda, comparadas com Por tu- gal e Espanha, tiveram uma participação tardia na expansão, e em função do Tratado de Tordesilhas que, de validade inter- nacional, impedia a navegação das outras nações europeias na região do Atlântico. Aquelas nações recorreram à prática da pi- rataria do corso. Ainda assim, mesmo que tardiamente, essas nações conquistaram algumas possessões como podemos obser- var nas descrições abaixo. ♦ Expansão Francesa- Não ocorreu no século XV, e sim no século XVI, em função dos problemas internos, como a Guerra dos CemAnos e as lutas entre o poder centralizador da realeza e a nobreza Feudal. Na década de 1520, o poder central, no gover- no de Francisco I, liderava a expansão, contestando o Tratado de Tordesilhas e atacando, principalmente a América Portugue sa. Lançaram-se os fundamentos de um Império Colonial da América do Norte (Canadá e Lousiana). Também foram con- quistados alguns pontos na Índia. ♦ Expansão inglesa – Os ingleses também tiveram que esperar o século XVI para iniciar a expansão; Isso devido a duas guerras que envolveram a Grã-Bretanha: a Guerra dos Cem Anos e a Guerra das Duas Rosas. Mas foi no primeiro reinado de Henri- que XVIII que os ingleses começaram a procurar uma passagem para a Ásia, pelo extremo norte da América. Desse modo,estabeleceram pontos na costa da Índia. No Reinado de Elizabeth I, foi realizada a viagem de circunavegação, sob o comando de Francis Drake. Devemos destacar, nesse período, a pirataria oficializada contra a Espanha, quando as atividades de pirataria passaram a contar com o apoio do poder real através da Carta do Corso. Ainda no século XV, os ingleses iniciaram o tráfico de escravos, comércio de seres humanos que tornaria a Inglaterra uma das maiores potências econômicas do globo. Ironicamente, mais tarde, no século XIX, seria a própria a Ingla- terra a defensora incondicional da abolição do tráfico de cativos africanos. Certamente não foram as razões humanitárias que de- terminaram tal posição. ♦ Expansão holandesa- Apesar de ter conhecido um precoce desenvolvimento comercial na Baixa Idade Média e de possuir grandes cidades com uma burguesia poderosa, a Holanda, po- liticamente, pertencia à Espanha. Inicialmente, a participação da Holanda foi indireta, através do financiamento da expansão marítima portuguesa. À medida que Por tugal declinava do seu comércio com a Ásia, passando a se interessar mais pelo Brasil, a Holanda assumia a dianteira do comércio asiático, ao mesmo tempo em que assumia grande parte dos lucros com a implan- tação da agroindústria no atual Nordeste brasileiro. Além disso, os holandeses foram os grandes pioneiros no tráfico de escravos de origem africana, abastecendo não só o Brasil, mas também muitas ilhas do Caribe, onde as plantações de cana e de café foram desenvolvidas. A Conquista da América O processo de conquista e colonização do continente americano foi um dos mais trágicos episódios da História da humanidade. Calcula-se que somente nos primeiros cem anos de contato do homem branco com os ameríndios, aproximada- mente 25 milhões de aborígenes morreram em guerra, por do- enças ou devido à exploração excessiva do trabalho escravo nas minas e nas lavouras. Além dos mais, variados tipos de atroci- dades cometidos pelos europeus, as epidemias como o cólera, a varíola, o tifo, a sífilis transmitida sexualmente, o sarampo e outros tipos de doenças também mataram milhares de comu- nidades nativas americanas. Além das doenças contagiosas, as mulheres indígenas foram alvo de estupros e se viram obrigadas a conviver maritalmente com conquistadores que praticavam a poligamia abertamente longe dos olhos da igreja Católica ou contando com a cumplicidade dos jesuítas que aqui chegaram com a missão de “evangelizar”. Como se não bastasse todo tipo de exploração e sub- missão do povo autóctone, na América espanhola a implantação dos tribunais da Inquisição no México, na Colômbia, no Peru assassinaram em praças públicas milhares de chefes religiosos indígenas, os xamãs, os quais foram queimados vivos em fo- gueiras sob a acusação de serem feiticeiros. Em poucos anos praticamente a maior parte das lideranças religiosas ameríndia havia sido exterminada. Ainda assim, a religião tida como pagã dos aborígenes sobreviveu de modo sorrateiro, pois os índios continuaram a praticar os seus cultos sagrados escondidos e ve- nerar os seus ancestrais em locais onde o poder repressor da igreja Católica não tinha alcance. Nos primeiros séculos a mão-de-obra indígena serviu como base de exploração para a execução dos mais variados ti- pos de trabalho na extração da riqueza da América. As primeiras áreas a serem exploradas foram as Ilhas do Caribe, a exemplo de Cuba, onde Cortez fincou o estandarte da conquista. Lá a população autóctone foi rapidamente dizimada e, como os conquistadores não acharam imediatamente metais pre- ciosos, partiram então para a conquista do continente, território desconhecido, mas bastante atraente em razão da exuberância da natureza, da riqueza da fauna, da flora e da perspectiva que se criava em torno da descoberta das minas de ouro e da prata. Ao desembarcarem no continente os procedimentos não foram diferentes. Maus-tratos, escravização do aborígene e assassinatos daqueles que resistiam à dominação espanhola. O constante decréscimo populacional provocado pelos crimes e doenças contagiosas, criou as condições para a implantação do trabalho escravo do africano. A escravização de africanos já não era nenhuma novidade, pois este já havia sido experimentado nas Ilhas de Madeira, açores e no Mediterrâneo. Porém, ago- ra se tratava de uma diáspora sem precedentes, onde milhões de africanos foram obrigados a imigrar para outro continente a fim de serem submetidos a trabalhos exaustivos, os quais en- curtavam a vida desses seres humanos. A escravidão africana também faria parte de todo um sistema altamente rentável do comércio internacional da economia nascente capitalista, a qual ligava colônia americana, tráfico de seres humanos e circulação de mercadorias a nível mundial. A principal função da colônia era fornecer as riquezas para as nações européias em formação, sobretudo os metais pre- ciosos para a cunhagem da moeda. Ademais, com o crescimento demográfico, novas áreas de cultivo se faziam necessárias para alimentar a população que se avolumava nas cidades. A busca desesperada pela prata e pelo ouro levou os espanhóis a aden- trarem cada vez mais no interior do continente americano na busca de jazidas e da lenda do “El Dourado”. Dentre as minas mais famosas do período colonial destacou-se a de Potosi, no Peru. Ali, durante quatro séculos, milhares de vidas humanas de africanos e indígenas foram consumidas na extração incessante de toneladas da prata existente naquele lugar. Para se ter uma idéia, Potosi se tornou a mais populosa cidade do Novo mundo em um curto espaço de tempo.
  • 26. 26 Da Vinci Vestibulares No curso da conquista espanhola, a coroa buscou esta- belecer mecanismos de controle administrativos para impedir a perda do território e mesmo a prática do contrabando. Foram criados os vice-reinos, entre os quais se destacaram o do Mé- xico, o do Peru e mais tarde o do Rio da Prata, onde hoje estão localizados os atuais países da Argentina e Uruguai. Instituições judiciárias, como as corregedorias, audiências e os Cabildos formavam as instâncias governativas do sistema colonial. Enquanto no continente as regiões foram se especiali- zando na produção de gêneros voltados para a exportação e para o consumo interno, nas Antilhas o predomínio das plantations exigia cada vez mais um número maior de africanos para o tra- balho nas lavouras. Em Ilhas como Cuba, Barbados, Santo Do- mingo, Guianas, o plantio de café e da cana-de-açúcar passou a se intensificar por estes terem ser tornado produtos muito va- lorizados no mercado internacional, sobretudo na Europa. No continente, controlado pelos espanhóis, no Méxi- co as haciendas de criação de animais, o cultivo de hortifrutes abastecia o mercado interno com couro, a carne, o leite e os produtos retirados do solo. Mais ao Sul, na Península de Yucatã a valorização do anil, da cochinilha, do café e do cacau se desta- caram, assim como ocorrera na Venezuela. Na região do Rio da Prata, pelas características das pradarias expandiu-se a criação de gado de corte. Na Colômbia, a riqueza dos minerais, principalmente do ouro fizeram com que os conquistadores corressem imedia- tamente para aquela região e construíssem uma cidade-fortaleza denominada Cartagena de Índias, cujas largas muralhas até hoje se mantém de pé e é alvo de visitas de milhares de turistas o ano inteiro. Por diversas vezes aquela cidade fora atacada por cor- sários franceses e ingleses cujos objetivos era saquear a cidade e roubar os muitos quilos de ouro guardados na casa da moeda existente no interior da cidade emuralhada. Todas as cidades, povoados e Cabildos (Câmaras Mu- nicipais) foram erguidas sobre as ruínas dos antigos Impérios mais conhecidos dasAméricas: No vale central do México, Her- nán Cortés em 1519 comandou uma tropa de aproximadamente 150 homens e algumas dezenas de cavalos que, ao chegarem às portas da cidade de Tenochtitlán, capital do Império Asteca, já somavam milhões de adeptos, pois no curso do caminho em di- reção à capital os índios foram se juntando às forças espanholas sob a falsa ilusão de que eles seriam os libertadores da política imperialista de montezuma, o monarca dos Astecas. Na Península de Yucatã, quando os espanhóis chega- ram àquela região, os Maias já haviam desaparecido por cir- cunstâncias ainda pouco conhecidas. E no Alto Peru, Francisco Pizarro, seus irmãos e Diego de Almagro chefiaram o grande massacre que pôs fim a uma das mais belas sociedades existen- tes na Cordilheira dos Andes. Esses pequenos detalhes servem apenas para ilustrar que bem diferente do que a História Oficial durante muito tem- po tentou reproduzir, a conquista da América foi marcada pelo extermínio de milhões de seres humanos, a violação da sua cul- tura e o completo desrespeito ao seu modo de vida. Mesmo as- sim, os aborígenes mostraram capacidade de resistência e não é sem razão que ainda hoje somos capazes de vislumbrar rituais sagrados que todos os anos se repetem nas mais diferentes áreas das Américas, como é o caso do Iti Hainin, culto em homena- gem à colheita do milho. SAIBA MAIS “Na cidade colonial de Potosi, a extração da prata proporcio- nou a criação de extraordinária riqueza ao lado da organiza- ção de um perverso sistema de exploração do trabalho indí- gena. O cerro de Potosi foi provavelmente a mais importante jazida de prata do mundo em todos os tempos. Continuamente explorada por quatro séculos, proporcionou à Espanha, du- rante o período colonial, a impressionante soma 30.000 to- neladas de prata. A instituição da Mita – a forma de trabalho forçado utilizada pelos espanhóis para submeter os índios – tornou-se tristemente célebre e deu origem a uma verda- deira leyenda negra. Descoberta a prata em Potosi, em 1545, imediatamente iniciou-se a retirada do metal pelos espanhóis. Se no início, os mineradores encontravam a prata em veios correndo na superfície e nas partes mais altas das montanhas, rapidamente foi necessária a escavação de túneis para dentro da montanha, tornando a tarefa de exploração cada vez mais perigosa e insalubre. Em 1573, os túneis haviam atingido a profundidade de 200 metros. Todos os índios do sexo mas- culino, entre 18 e 50 anos, distribuídos numa determinada região próxima a Potosi, estavam submetidos à mita, sendo obrigados a prestar serviço nas minas por um período de qua- tro meses a cada quatro anos, recebendo uma remuneração para tanto. Entretanto, esse prazo dificilmente era cumprido e os relatos sobre o infierno que era estar dentro da montanha de Potosi foram constantes. O Vice-rei do Peru, Francisco de Toledo, que chegou em 1569, foi o grande responsável pelo sistema de controle da exploração da prata, pela organização do trabalho da mita e pelas regras de urbanização de Potosi. Impressiona pensar que a população de potosi em 1573, se- gundo certos estudiosos, chegava a 120.000 habitantes, 90% dos quais eram indígenas; no mesmo ano, para uma compara- ção, a importante e comercial cidade de Sevilha tinha 90.000 pessoas.” IN: PRODANOV, Cleber Cristiano. Cultura e So- ciedade Mineradora. Potosi. 1569-1670. São Paulo, Annablu- me, 2002. PP.13-14. EXERCÍCIOS ESSENCIAIS: 1. (Vunesp-1999) A partir do século XII, em algumas regiões européias, nas cidades em crescimento, comerciantes, artesãos e bispos aliaram-se para a construção de catedrais com grandes pórticos, vitrais e rosáceas, produzindo uma “poética da luz”, abóbodas e torres elevadas que dominavam os demais edifícios urbanos. O estilo da arte da época é denominado: (A) renascentista. (B) bizantino. (C) românico. (D) gótico. (E) barroco. 2. O Humanismo foi um movimento que não pode ser definido por: (A) ser um movimento diretamente ligado ao Renascimento, por suas características antropocentristas e individuais. (B) ter uma visão do mundo que recupera a herança grecoroma- na, utilizando-a como tema de inspiração. (C) ter valorizado o misticismo, o geocentrismo e as realizações culturais medievais. (D) centrar se no homem, em oposição ao teocentrismo, enca-
  • 27. 27Extensivo rando-o como “medida comum de todas as coisas”. (E) romper os limites religiosos impostos pela Igreja às mani- festações culturais. 3. O Renascimento, amplo movimento artístico, literário e cien- tífico, expandiu-se da Península Itálica por quase toda a Europa, provocando transformações na sociedade. Sobre o tema, é cor- reto afirmar: (A) O racionalismo renascentista reforçou o princípio da autori- dade da ciência teológica e da tradição medieval. (B) Houve o resgate, pelos intelectuais renascentistas, dos ide- ais medievais ligados aos dogmas do catolicismo, sobretudo da concepção teocêntrica de mundo. (C) Nesse período, reafirmou-se a idéia de homem cidadão, que terminou por enfraquecer os sentimentos de identidade nacio- nal e cultural, os quais contribuíram para o fim das monarquias absolutas. (D) O humanismo pregou a determinação das ações humanas pelo divino e negou que o homem tivesse a capacidade de agir sobre o mundo, transformando-o de acordo com sua vontade e interesse. (E) Os estudiosos do período buscaram apoio na observação, no método experimental e na reflexão racional, valorizando a natureza e o ser humano. 4. Em O RENASCIMENTO, Nicolau Sevcenko afirma: “O comércio sai da crise do século XIV fortalecido. O mesmo ocorre com a atividade manufatureira, sobretudo aquela ligada à produção bélica, à construção naval e à produção de roupas e tecidos, nas quais tanto a Itália quanto a Flandres se colocaram à frente das demais. As minas de metais nobres e comuns da Europa Central também são enormemente ativadas. Por tudo Isso muitos historiadores costumam tratar o século XV como um período de Revolução Comercial.” A Revolução Comercial ocorreu graças: (A) às repercussões econômicas das viagens ultramarinas de descobrimento. (B) ao crescimento populacional europeu, que tomava impera- tiva a descoberta de novas terras onde a população excedente pudesse ser instalada. (C) a uma mistura de idealismo religioso e espírito de aventura, em tudo semelhante àquela que levou à formação das cruzadas. (D) aos Atos de Navegação lançados por Oliver Cromwell. (E) à auto-suficiência econômica lusitana e à produção de exce- dentes para exportação. 5. Leonardo da Vinci foi, além de artista, um dos teóricos de arte do Renascimento italiano. Em seu Tratado de Pintura escreve que a beleza consiste numa gradação de sombra — “Demasiada luz é agressiva;demasiada sombra impede-se que se veja” — e, mais à frente, define a pintura como imitação de “todos os pro- dutos visíveis da natureza (...) todos banhados pela sombra e pela luz.” A partir destes fragmentos do Tratado de Pintura, pode-se concluir que a concepção artística do Renascimento pressupõe (A) um trabalho desenvolvido pelo artista dentro de ateliês, con- siderando que o controle da iluminação se torna fundamental. (B) uma associação entre estética e luz, entendendo a luz, em uma perspectiva teocêntrica, como a presença de Deus no mun- do. (C) a separação entre o desenho, a representação do movimento, os limites da figura e o fundo ou a atmosfera. (D) um ideal de equilíbrio, expresso pela noção de distribuição simétrica de volumes e cores na superfície pintada. (E) a liberdade do artista no momento de realização de seu tra- balho, exprimindo suas paixões e seus sentimentos mais exal- tados. EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES: 6. (FUVEST) Observe o mapa: Explique: a) Por que não estão representados todos os continentes? b) Quais os conhecimentos necessários na época, final do século 15, para se confeccionar um mapa com essas características? 7. (UERJ) Mar Português Ó mar salgado, quanto do teu sal São lágrimas de Portugal! Por te cruzarmos, quantas mães choraram, Quantos filhos em vão rezaram! Quantas noivas ficaram por casar Para que fosses nosso, ó mar! Valeu a pena? Tudo vale a pena Se a alma não é pequena. Quem quere passar além do Bojador Tem que passar além da dor. Deus ao mar o perigo e o abismo deu, Mas nele é que espelhou o céu. (Fernando Pessoa) O poema de Fernando Pessoa descreve aspectos da expansão marítima portuguesa no século XV, dando início a um movi- mento que alguns estudiosos consideram um primeiro processo de globalização. Identifique duas motivações para a expansão portuguesa e explique por que essa fase de expansão pode ser considerada um primeiro processo de globalização. 8. (UFG) Pensando no tema fronteiras, é perceptível o estabele- cimento de uma nova ordenação do espaço, resultante das gran- des navegações. As novas descobertas redefiniram, no século XVI, a concepção de mundo que se abria ante o desconhecido . Neste sentido, analise a configuração espacial do mundo no século XVI, destacando as rivalidades e conflitos decorrentes da expansão marítima e comercial.