3. DM – DIABETES
MELLITUS
INSULINOTERAPIA
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Hoje, no Brasil, há mais de 13 milhões de pessoas vivendo com diabetes, o
que representa 6,9% da população. E esse número está crescendo. Em
alguns casos, o diagnóstico demora, favorecendo o aparecimento de
complicações.
É uma doença caracterizada pela elevação da glicose no sangue
(hiperglicemia). Pode ocorrer devido a defeitos na secreção ou na ação do
hormônio insulina, que é produzido no pâncreas, pelas chamadas células beta
. A função principal da insulina é promover a entrada de glicose para as
células do organismo de forma que ela possa ser aproveitada para as
diversas atividades celulares. A falta da insulina ou um defeito na sua ação
resulta portanto em acúmulo de glicose no sangue, o que chamamos de
4. DM – DIABETES MELLITUS
Hiperglicemia: liberação inadequada de glicose
pelo fígado, captação diminuição de glicose pela
musculatura esquelética e diminuição síntese de
glicogênio.
Classificação do Diabetes
Sabemos hoje que diversas condições que podem
levar ao diabetes, porém a grande maioria dos
casos está dividida em dois grupos: Diabetes Tipo
1 e Diabetes Tipo 2.
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INSULINOTERAPIA
5. DM – DIABETES MELLITUS
Diabetes tipo I: insulino-dependente, deficiência absoluta de insulina em
decorrência da destruição auto-imune das células beta. Tratamento com insulina.
Diabetes tipo II: não insulino-dependente, resistência a insulina e
comprometimento da secreção de insulina. Tratamento com hipoglicemiantes orais
e dietético.
Outros Tipos de Diabetes: São bem mais raros e incluem defeitos genéticos da
função da célula beta (MODY 1, 2 e 3), defeitos genéticos na ação da insulina,
doenças do pâncreas (pancreatite, tumores pancreáticos, hemocromatose), outras
doenças endócrinas (Síndrome de Cushing, hipertireoidismo, acromegalia) e uso de
certos medicamentos.
Diabetes Gestacional: Pode ser transitório ou não e, ao término da gravidez. Na
maioria das vezes ele é detectado no 3º trimestre da gravidez, através de um teste
de sobrecarga de glicose. As gestantes que tiverem história prévia de diabetes
gestacional, de perdas fetais, má formações fetais, hipertensão arterial, obesidade
ou história familiar de diabetes não devem esperar o 3º trimestre para serem
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INSULINOTERAPIA
7. INSULINA
O pâncreas secreta 2 hormônios importantes, a
insulina e o glucagon, que são fundamentais para
o metabolismo da glicose, lipídios e proteínas. O
pâncreas é formado por dois tecidos: os ácinos
(que secretam suco digestivo no duodeno) e as
ilhotas de Langerhans (secretam insulina e
glucagon diruetamente para o sangue). As ilhotas
contêm principalmente 3 tipos de células alfa, beta
e delta.
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INSULINOTERAPIA
8. INSULINA
Células das ilhotas
Beta - Secretam insulina (60% das células das
ilhotas)
Alfa - Secretam glucagon (25% do total)
Delta - Secretam somatostatina (10% das células)
A insulina inibe a saída de glicose hepática e
estimula a captação de glicose pelos músculos
esqueléticos e adipócitos, limitando assim o aumento
da glicose no sangue.
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INSULINOTERAPIA
9. F A T O R ES E C O N D I Ç ÕE S Q U E A U M EN TAM O U D I M I N U EM A
S E C R EÇ ÃO D E I N S U LI N A
INSULINOTERAPIA
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AUMENTO DE SECREÇÃO
DE INSULINA:
- Aumento de glicose sanguínea;
- Aumento de ácidos graxos livres no sangue;
- Aumento de aminoácidos no sangue;
- Aumento de hormônios gastrintestinais;
- Aumento de glucagon, hormônio do
crescimento e cortisol.
DIMINUIÇÃO DE
SECREÇÃO DE INSULINA:
- Diminuição de glicose no sangue;
- Jejum;
- Somatostatina - também conhecida como
hormônio inibidor da liberação de GH, é um
hormônio proteico sintetizado pelas células delta
presentes nas Ilhotas de Langerhans
pancreáticas;
- Leptina - hormônio que promove a saciedade,
limitando a ingestão de alimentos. É produzido
nos adipócitos, e também é expresso nos
ovários, hipotálamo e placenta.
10. MECANISMO DE AÇÃO DA INSULINA
INSULINOTERAPIA
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A insulina liga-se a um receptor específico presente na superfície
das células-alvo. O receptor para insulina é uma tirosina quinase
composta de 2 subunidades alfa e 2 subunidades beta. A insulina
ligando-se na subunidade alfa ativa a quinase, que está na
subunidade beta. A atividade da tirosina quinase do receptor inicia
uma cascata de fosforilação celular que aumenta ou diminui
atividades das enzimas intracelulares, incluindo o substrato de
receptor de insulina. A consequência será aumento da captação de
glicose e a síntese de glicogênio, bem como aumento da síntese de
triglicerídeos e proteínas.
12. TIPOS DE INSULINA
As insulinas diferenciam-se devido à velocidade com que a insulina injetada é absorvida e ainda no seu
tempo de ação.
Ação ultra-rápida
Pode ser administrada antes ou após as refeições. Exemplo: Lispro-Humalog, Aspart-Novolog
Início de ação: 5-15 min
Efeito máximo: 30-90 min
Duração: 3-5 horas
Ação rápida
Administrada durante as refeições. Exemplo: Novolin R (Insulina humana regular)
Início de ação: 30 minutos
Efeito máximo: 1-3 horas
Duração: 8 horas
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INSULINOTERAPIA
13. TIPOS DE INSULINA
Ação intermediária
Apresenta cristais que dão coloração turva ao líquido. Os cristais devem ser
homogeneizados antes de cada aplicação. Exemplo: Novolin N, Novolin L (NPH)
Início de ação: dentro de 1,5 horas
Efeito máximo: 4-12 horas
Duração: 24 horas
Ação longa
Insulinas de duração de mais de 24 horas e baixa duração tópica. Exemplos: Suspensão
de zinco insulina humana, cristalina.
Tópico: dentro de 4 horas
Efeito máximo: 8-24 horas
Duração: 28 horas
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INSULINOTERAPIA
14. TIPOS DE INSULINA
Insulina pré-mistura
Combinação de insulina de ação rápida (30%) e de ação
intermediária (70%) em proporções padrão Exemplos:
Novomix, Novolin 70/30 Tópico: Dentro de 30 minutos
Efeito máximo: 2-8 horas
Duração: 24 horas
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INSULINOTERAPIA
15. E S Q U E M A T I Z A Ç Ã O D O R E C E P T O R
D E I N S U L I N A
INSULINOTERAPIA
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Efeitos indesejáveis da insulina
1 - Hipoglicemia
2 - Reações de hipersensibilidade
3 - Lipodistrofia
4 - Resistência à insulina
16. Glucagon
A secreção de glucagon é estimulada principal pela baixa concentração de
glicose e ácidos graxos no plasma, já a alta concentração diminui sua
secreção.
O glucagon aumenta os níveis de glicose e provoca a degradação de
proteína e lipídios. Atua nos receptores específicos para estimular a
adenilato ciclase. As ações metabólicas do glucagon são opostas da insulina.
O glucagon também aumenta a frequência cardíaca e aumenta a força de
contração do coração, embora de forma menos acentuada que a adrenalina.
Somatostatina
É um fator de inibição da liberação do hormônio do crescimento produzido
pelo hipotálamo.
É responsável pela regulação inibitória local de insulina e glucagon no
interior das ilhotas.
Octreotida
É um análogo da somatostatina. É utilizado para o tratamento de vários
tumores endócrinos gastroenteropancreáticos incomuns.
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INSULINOTERAPIA
17. HIPOGLICEMIANTES ORAIS
Biguanidas
Metformina (Glifage®) O seu mecanismo de ação ainda não é totalmente compreendido.
As biguanidas aumentam a captação de glicose e sua utilização na musculatura
esquelética e diminuem a gliconeogênese. Farmacocinética: meia-vida de 3 h e é
excretada da forma inalterada na urina.
Efeitos Indesejáveis: Distúrbios no TGI; acidose láctica é um efeito tóxico raro mas fatal.
Não devendo ser administrada em pacientes com doença renal, hepática, pulmonar
hipóxica, IC ou choque.
Uso Clínico: pacientes com DM tipo II.
Sulfanilureias
Tobultamida (Orinase ®) Clorpropamida (Diabinese®) Glipizida (Minidiab®) Mecanismo de
ação das sulfaniluréias: Exerce ação nas células Beta, estimulando a secreção de
insulina, ↓ o nível plasmático de glicose. Por bloquear os canais de potássio sensíveis ao
ATP.
Farmacocinética: Se ligam fortemente em proteínas plasmáticas. São excretadas pela
urina, de modo que sua ação encontra-se ↑ em idosos e renais. Conseguem atravessar a
barreira placentária.
Efeitos Indesejáveis: Hipoglicemia é comum. ↑ do apetite podendo ↑ peso ponderal.
Erupções cutâneas.
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INSULINOTERAPIA
18. CUIDADOS DE ENFERMAGEM
Material Necessário: Seringa e Agulha, algodão, álcool 70% e medicamento (insulina conforme a prescrição
médica)
Procedimento:
- Lavagem das mãos;
- Explicar o procedimento ao paciente;
- Retirar o frasco de insulina da geladeira 10 a 20 minutos antes da aplicação;
- Rolar o frasco entre as mãos sem agitar com no mínimo 20 movimentos;
- Realizar a assepsia do frasco com algodão embebido em álcool 70%;
- Aspirar a quantidade de ar na seringa;
- Injetar o ar dentro do frasco para melhor retirada da insulina;
- Virar o frasco e a seringa para baixo, aspirando a quantidade de unidades conforme a prescrição médica;
- Retirar o ar que esteja presente na seringa;
- Selecionar a área de aplicação, tendo os cuidados mencionados anteriormente no rodízio de áreas para
aplicação;
- Fazer assepsia da área com algodão;
- Fazer prega na pele e introduzir a seringa em ângulo de 90º e após soltar a prega;
- Administrar a quantidade de insulina que consta na seringa;
- Retirar a seringa e após fazer uma leve compressão com algodão e álcool 70%;
- Organizar o material utilizado;
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INSULINOTERAPIA
19. CUIDADOS DE ENFERMAGEM
Importante:
Ao encontrar presença de sangue na aplicação da insulina, seguir o
seguinte:
1) Sangue em pequena quantidade, continuar a administração,
2) Sangue em grande quantidade, interromper a administração e preparar
nova dose de insulina (Ministério da Saúde).
O tamanho da agulha é avaliado pelo profissional segundo o tipo físico do
paciente.
A prega cutânea deve ser feita antes da introdução da agulha e soltando
antes da introdução da insulina.
O ângulo de aplicação deverá ser de 90°C, entretanto caso a agulha seja
maior que a indicada em alguns pacientes magros e
crianças é necessário uma avaliação e utilização de ângulos de 45 ou 60°C.
A aspiração após a introdução da agulha não é necessária quando se está
utilizando os instrumentos corretos.
O reuso das agulhas e seringas em serviços hospitalares públicos e privados
é proibido pela Divisão de Medicamentos no Brasil (DIMED), por meio da
Portaria nº 3 de 07/02/86, incluindo a utilização do material no mesmo
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