Sérgio Augusto de Munhoz Pitaki discursa como novo membro da Academia Paranaense da Poesia, agradecendo a honra de fazer parte da instituição e desejando que os novos acadêmicos possam contribuir para a poesia de forma original e renovada, influenciando a história como grandes poetas do passado.
1. Digníssima Presidente desta Academia, Roza de Oliveira, na pessoa da qual
cumprimento as demais autoridades que compõem a mesa,
Queridos Acadêmicos Poetas, Poetas da Família, Poetas Amigos e Poetas da Vida.
Para todos nós envolvidos pela poesia desse momento, sugiro um brinde à vida!
Coube-me a nobilíssima missão de agradecer em nome dos entrantes acadêmicos.
Vivamos a poesia lembrando que sem uma Prece não somos e nem podemos ser nada:
“Concede-me, Senhor, a graça de ser boa,
de ser o coração singelo que perdoa,
a solícita mão que espalha, sem medidas,
estrelas pela noite escura de outras vidas
e tira d’alma alheia o espinho que magoa.”
Obrigado querida Helena (Kolody) pela prece e pelo ensinamento.
Agora sim, prontos para agradecer de coração os convites, os votos, o carinho e a
possibilidade de ombrear aos grandes nomes da poesia paranaense.
Num ímpeto, basicamente emocional, pensei em registrar esse momento, compilando
versos dos nossos mais íntimos e próximos poetas, na tentativa, sui generis, de
confeccionar uma fala consistente, sem entretanto perder a originalidade do
pensamento.
Ocorre que muitas vezes somos palimpsestos, ou couros de escrever reutilizáveis, com a
capacidade de comutar ou substituir palavras e rimas em pensamentos anteriormente
utilizados.
“Não há nada de novo debaixo do sol!”. Como está nas Escrituras, mais especificamente
no Eclesiastes. Desde os Goliardos, no Século XII. Os Trovadores, no Século XIII. Período
Barroco. Arcadismo. Neoclacissismo. Romantismo. E assim por diante. E nós?
Como seremos lembrados ou classificados? Pós-modernistas. Futuristas?
Acontecemos simplesmente? Ou estrearemos um “novo” tempo?
Deleitaremo-nos com a dialética de Shakespeare? De Thomas Eliot? Emiliano Perneta?
Raul Faria? Ou de meus antecessores Francisco Leite e Wilson Bóia?
Meus amigos, devemos ser os críticos de nós mesmos ou assumiremos que não há
novidade sob o sol, mirando-o através de uma grande peneira.
Hoje, ao abrir-nos as portas da Academia, recai sobre nós, novos Acadêmicos, uma
grande responsabilidade poética, seja na literatura ou nas artes plásticas.
Que nos preserve o estro, a inspiração, na renovação e na originalidade.
Pois, ao vasculhar montanhas de linhas, descobriremos o passado e reforçaremos as
fundações pelas quais chegamos às portas da academia.
E, talvez, ainda mais importante, inventarmo-nos com forças para influenciar a História,
como Castro Alves, a denunciar modernos “Navios Negreiros”, ou mesmo poetar com
perspicácia, sutileza e arte, sobre filosofia e política como Dante Alighieri ou Picasso.
Caros amigos, desejo que juntos, em nossas páginas e telas em branco possamos
desdobrar novos horizontes, elevar nossa condição humana e traduzir em nosso tempo
a eterna busca do significado de ser “Filho do Homem”.
Muito Obrigado
Sérgio Augusto de Munhoz Pitaki Cadeira No. 27 - Academia Paranaense da Poesia