Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
GRALHA AZUL No. 7 - Janeiro - 2011
1. BOLETIM GRALHA AZUL – JANEIRO – 2011 PÁGINA 1
GRALHA AZUL
POR QUE VIAJAR? POR QUE VIAJAR DE MOTOCICLETA POR QUE VIAJAR DE MOTOCICLETA, SÓ?
Sentir a brisa do lado de lá Organizar-se, determinar-se, resistir Acalmar, meditar,
O frescor e a força do vento Equilibrar-se, concentrar-se, meditar Um destino e vários caminhos à escolher
Do Pacífico aos Andes nevados e Do sol à chuva, do deserto à montanha Tudo tem seu próprio momento!
A secura do deserto do Atacama Vencer a distância com calma e paciência Deixar, às novas amizades, espaço aberto!
Após sucintas explicações, viajar pode ser o tema principal de um começo de ano e segundo alguns é o objetivo central da vida.
Tive a oportunidade de viajar quase 8 mil quilômetros de motocicleta nos últimos 14 dias. Tantas paisagens e pessoas vistas e
conhecidas as quais poderiam compor uma obra analítica do ser humano em variadas condições.
O desejo de visitar pessoalmente paisagens já bem exploradas por lindas fotografias, filmes e programas, como por exemplo,
National Geographic, os Andes e o deserto de Atacama fazem parte do imaginário de muitos. Chegar lá, de motocicleta depende de
vários fatores. Sem organização é impossível. Sem resistência física também. Ambas dependem da determinação do viajante.
Por outro lado, alguns dizem que esses mesmos viajantes têm um “parafuso a menos”, que há riscos, perigos, monstros e outras
coisas. É claro que há. A aventura é um momento que tudo pode acontecer, desde um cisco no olho até um acidente fatal, mas por
essas razões tudo será feito para que nenhum destes eventos aconteça. Se não houver este princípio básico, não é aventura.
Às vezes, com uma distância a percorrer de até 1000 quilômetros num dia, fica praticamente impossível querer resolver
problemas de trabalho, de casa ou de família, pois a atenção está toda no velocímetro, no equilíbrio, na quantidade de combustível,
no trajeto e na paisagem.
Com as fotos abaixo demonstra-se o que se pode trazer no banco de uma motocicleta. Ou uma montanha nevada, ou um
deserto inteiro, ainda um temporal ou mesmo um arco-íris.
GRALHA AZUL
BOLETIM ELETRÔNICO – SOCIEDADE BRASILEIRA DE MÉDICOS ESCRITORES – PARANÁ – NÚMERO 7 – JANEIRO - 2011
2. BOLETIM GRALHA AZUL – JANEIRO – 2011 PÁGINA 2
COMENTÁRIOS
A importância dos nossos boletins, jornais eletrônicos, pizzas e ágapes eletrônicos , entre outros, está na possibilidade de atribuirmos
um peso e um valor aos nossos conhecimentos, seja por construir boas e novas amizades por esse “brasilzão” afora, corrigir conceitos ou
aprender novos, expandi-los, ou mesmo apenas poder saborear as excelentes idéias escritas em todos estes veículos de cultura. Falta-nos o
tempo para ler todos os conteúdos, mas não a vontade, que vem aliada ao desejo humano de querer sempre mais. Como em outros meses,
recebemos via correspondência eletrônica, comentários sobre o nosso “Gralha Azul”. Autorizado previamente, veiculamos o comentário da
carioca Rejane Machado:
“Sérgio:
Muito bom o Gralha. Gostei dos conceitos emitidos pelo articulista, sobre literatura. Você tem razão. Escolas - está superado o
conceito, prefere-se hoje ( já a algum tempo) falar em estilos de época. Aquela tendência que fica na moda e depois se transforma em outra
coisa, às vezes para pior. No meu Livro de Oswaldo falo sobre os malefícios do Modernismo (movimento), aliás não propriamente sobre ele,
mas sobre o uso que fazem dele e pelo absurdo da abertura total e irrestrita. O que levou a querer-se diluirem as fronteiras entre os gêneros,
explico: qualquer coisa que o cara nomeie conto, é conto; e na poesia, abolindo-se toda e qualquer regra descambou-se no absurdo que se vê;
coisas inomináveis que o autor chama de poesia. Sou muito crítica, exigente mesmo, mas procuro me "regenerar". O livro que mencionei é
minha tese de doutorado em Filologia Românica, que o povo da línguística não aceitou, mas foi premiado em nível nacional pela Acad. de
Letras da Bahia, e publicado pela Relume-Dumará, hoje incorporada pela Ediouro, e com um prêmio de 15.000 pela Copene. Nele, descasco o
Modernismo no que ele teve de arbitrário e arrogante, querendo - os brasileiros que pretenderam uma revolução, descobrindo a pólvora-
refazer, mudar as regras da literatura, coisa completamente impossível, comparável a querer-se controlar os movimentos da terra; apenas
uma tendência, digo eu, muito natural, de evolução das artes, e antiga como o mundo. Afinal você encontra realismo em Petrônio, naturalismo
em Bocaccio, realismo em Murillo, swing em Beethoven; e é bastante difícil caracterizar e enquadrar escritores como Monteiro Lobato,
Souzândrade, Coelho Neto, entre outros. E a literatura não mudou quase nada. Como a música, que continua utilizando 7 notas Só houve uma
adaptação à contemporaneidade, procurando-se novas formas de expressão, dentro do que já existe desde que o mundo é mundo, e nunca
sendo possível fugir-se de todo à moda.
Vocês precisam olhar mais para a revisão, evitando os cochilos, muito naturais, aliás. No mais, parabéns, é um hiato criado para vocês que
lidam com a responsabilidade de Vidas. Um momento bonito para respirar.
Obrigada. Um abraço,
Rejane”
PARABÉNS AOS 100 ANOS DA FACULDADE DE MEDICINA DA UFMG EM 2011!!
EXPEDIENTE: DIRETORIA 2010-2011. Presidente: Sérgio Augusto de Munhoz Pitaki; 1º Vice-Presidente: Fahed Daher;
2º Vice-Presidente: Sonia Maria Barbosa Braga; 1º. Secretário: Paulo Maurício Piá de Andrade; 2º Secretário: Maurício
Norberto Friedrich; 1º Tesoureiro: Maria Fernanda Caboclo Ribeiro; 2º Tesoureiro: Edival Perrini.
Editor Responsável: Sérgio Augusto de Munhoz Pitaki. Endereço eletrônico: sergiopitaki@gmail.com;
fone: 41-9969-1233969-1233
3. BOLETIM GRALHA AZUL – JANEIRO – 2011 PÁGINA 3
Iseu de Santo Elias Affonso da Costa
Carlos Ravazzani
Iseu de Santo Elias Affonso da Costa, filho de Francisco Jejuhy Affonso da Costa e Iva Pereira Corrêa, nascido em Paranaguá, em 27 de
outubro de 1926, mudou-se com a família para Curitiba quando ainda era adolescente. Após iniciar o curso de medicina na Faculdade de
Medicina do Paraná (1945-1947), formou-se na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), em 1950 e especializou-se em
Cirurgia Cardiovascular.
Teve longa carreira acadêmica: trabalhou no Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo, onde fez residência médica; exerceu as
funções docentes de auxiliar de ensino a professor titular do Curso de Medicina da Universidade Federal do Paraná. Em 1957, tornou-se
livre-docente de Técnica Operatória e Cirurgia Experimental; em 1961 foi transferido, como professor assistente, para a cadeira da 2ª Clínica
Cirúrgica. Em 1978, prestou concurso pasra professor titular, apresentando a tese “Substituição da valva mitral pela prótese de Lilehei-
Kaster”.
Foi bolsista Heller na Escola de Medicina da Universidade de Stanford, em São Francisco, Estados Unidos; bolsista da Fundação Alexander
Von Humboldt em Düsseldorf e em Munique, Alemanha; e professor visitante na Universidade da Califórnia, em Irvine.
Apresentou temas em 165 eventos científicos no país e exterior e atuou como conferencista, relator ou dirigente 174 vezes. Autor ou
colaborador de 64 trabalhos médicos e 5 capítulos de livros.
Foi um dos pioneiros da cirurgia cardíaca no Paraná e foi o responsável por estruturar, em 1967, o serviço de Cirurgia Cardíaca do Hospital
de Caridade da Santa Casa de Curitiba, onde atuou de 1960 a 2004, quando deixou o exercício cirúrgico e a chefia do Serviço aos cuidados
de seu filho, o também cirurgião Francisco Diniz Affonso da Costa. O Dr. Iseu foi um grande incentivador da implantação da Aliança Saúde
PUCPR-Santa Casa homologada em 27 de agosto de 1999. Desde então ele ocupou, até a sua morte, o
cargo de vice-provedor da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Curitiba.
Foi presidente da Associação Médica do Paraná de 1973 a 1975; vice-presidente da Associação Médica
Brasileira; conselheiro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular e membro da Sociedade
Brasileira de Cardiologia, Presidente do Conselho Cultural da Fundação Santos Lima e Acadêmico
fundador da Academia Paranaense de Medicina.
Recebeu o título de Professor Emérito da Universidade Federal do Paraná, em 1993; Diploma de Honra ao
Mérito pelos serviços prestados, conferido pelo Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná,
em 1995 e o título de Cidadão Honorário de Curitiba, em 1999.
Além de intensa atuação na área médica, Dr. Iseu foi conselheiro do Conselho Regional de Medicina-
CRM-PR de 1963 a 1968, onde também exerceu função de tesoureiro. Integrou por vários anos a
Comissão Julgadora do prêmio de monografia do Conselho, participando, inclusive, da avaliação dos
trabalhos deste ano e da solenidade para entrega do prêmio aos vencedores do concurso durante os
festejos do Dia do Médico, realizado em 16 de outubro último. Na sede do Conselho, Dr. Iseu também
deixou sua marca. Foi um dos autores, junto com o Dr. Carlos Ravazzani, da exposição permanente “Pioneiros da Medicina do Paraná”,
inaugurada, em 2003, por ocasião da inauguração da nova sede do CRM-PR. Localizada no primeiro andar do prédio, os 30 painéis trazem
um rico registro histórico da Medicina no Estado.
Membro do Instituto Histórico e Geográfico do Paraná há mais de 30 anos, atualmente era o seu 2
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vice-presidente. Era um apaixonado
pela história paranaense e em especial pela história da medicina. Escreveu numerosos artigos sobre a história da medicina paranaense
publicados em jornais da capital e em boletins do Instituto Histórico e Geográfico do Paraná e da Academia Paranaense de Medicina, além
dos livros: “Szymon Kossobudzki – Patrono do Ensino da Cirurgia no Paraná” (1989), “História da Cirurgia Cardíaca Brasileira” (1996), “O
Ensino da Medicina na Universidade Federal do Paraná”, junto com Eduardo Corrêa Lima (1997-2007) e “Patronos da Academia Paranaense
de Medicina” (2003-2010) e os opúsculos “O primeiro alemão de Curitiba” e “ Os decendentes de Julia Guilhermina Muller Caillot e José de
Santo Elias Affonso da Costa”(2007).
Sobramista, poliglota, coxa-branca, gostava de um bom papo, e também de cinema, música clássica, pintura, charuto, cachimbo, um bom
vinho e uma dose de um bom whisky. Faleceu em Curitiba, no último 4 de novembro, e foi sepultado neste mesmo dia no cemitério São
Francisco de Paula. Tinha 84 anos e deixa viúva Arlete Diniz Affonso da Costa, três filhos – o médico Francisco Diniz Affonso da Costa, Julia
Diniz Affonso da Costa e André Diniz Affonso da Costa – e quatro netos Ana Cláudia, Ana Beatriz, Pedro e Antonia.