4. BYRONISMO
Que segue a linha de pensamento do poeta inglês Lord Byron uma Literatura
caracterizada pelo egocentrismo, narcisismo, pessimismo, angústia e, por vezes, pelo
satanismo. Então, podemos inferir que o byronismo é a expressão artística marcada
pelo grotesco...
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5. LIBERAÇÃO ESTILÍSTICA
Criação clássica
Poesia em versos e rimas,
sonoridade, estrutural visual
Forma clássica de fazer literatura-
poesia
Aula Literária
Criação literária em prosa
*Narrativa com demarcação de
tempo, ação de personagem, espaço
físico;
*Textos em formato de peças
teatrais.
6. SUBJETIVISMO
Apelo ao “eu” lírico em exagero- as emoções constroem as idas e vindas dos
personagens. Esses sentimentos são experimentados pelos personagens de forma a
leva-los ao fim esperado ou inesperado. O autor se vale desse instrumento para
entreter o leitor.
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7. SENTIMENTALISMO
Excesso de desejos,
amor, ciúmes, orgulho,
ódio, vingança,
complacência etc.
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.“o longo termo de três anos nunca ele ouvira música
naquela casa. Se ele soubesse o dia natalício de Teresa,
espantara-se menos da estranha alegria daquelas salas,
sempre fechadas como em dias de mortório. Simão
imaginou desvairadamente as quimeras que voejam, ora
negras, ora translúcidas, em redor da fantasia
apaixonada. Não há baliza racional para as belas, nem
para as horrorosas ilusões, quando o amor as inventa.
Simão Botelho, com o ouvido colado à fechadura, ouvia
apenas o som das flautas, e as pancadas do coração
sobressaltado(...)”- Amor de Perdição
8. ULTRARROMANTISMO/ MAL DO SÉCULO
Exagero do romantismo na composição literária, outra observação é que ainda na 2ª fase, a
ideia de Ultrarromantismo alia-se ao conceito espírito do mal-do-século, uma onda de
pessimismo doentio que se traduzia no apego a certos valores decadentes, como a bebida e
o vício, na atração pela noite e pela morte, para referendar os poetas românticos da 2 fase.
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9. Características da obra
◦ Escrito em terceira pessoa, “Amor de Perdição” é caracterizado pelo narrador
onisciente – conhece e sabe a história que está contando, desvendando o
interior de cada personagem, sabendo o que se passa no coração e na
cabeça deles. Assim como também faz comentários e expressa opiniões
sobre os sentimento e comportamentos dos personagens.
◦ O romance também faz algumas denúncias sociais: a hipocrisia social, a
preocupação com a aparência e com o status, a arrogância, o pedantismo, a
denúncia da monarquia e das mazelas do clero.
◦ *A segunda geração do romantismo tem por utopia os princípios ligados à
ideia de morte. Por isso, a conclusão dessa história acontece em meio a
tragédia, aspecto percebido também no próprio título da obra.
10. TRECHO A OBRA
◦ Acerca de Simão Botelho, nunca diante da sua filha Tadeu de Albuquerque proferiu palavra, nem antes
nem depois do disparate do corregedor. O que ele fez foi chamar a Viseu o sobrinho de Castro D’aire,
contar-lhe o seu desígnio, para que ele, ao pé de Teresa, procedesse como convinha a um enamorado de
feição, e mutuamente se apaixonassem e prometessem um auspicioso futuro ao casamento. Por parte de
Baltasar Coutinho a paixão inflamou-se tão depressa, quanto o coração de Teresa se congelou de terror e
repugnância. O morgado de Castro D’aire, atribuiu a frieza da sua prima à modéstia, à inocência e ao
acanhamento. Lisonjeou-se do virginal melindre daquela alma, e saboreou de antemão o prazer de uma
lenta, mas segura conquista. Verdade é que Baltasar nunca lhe expôs as suas intenções de modo que
Teresa lhe desse resposta decisiva; um dia, porém, instigado pelo tio, afoitou-se o ditoso noivo a falar assim
à melancólica menina: — É tempo de lhe abrir o meu coração, prima. Está bem disposta a ouvir-me? — Eu
estou sempre bem disposta a ouvi-lo, primo Baltasar. O desdém aborrecido desta resposta abalou algum
tempo as convicções do fidalgo, respeito à inocência, modéstia e acanhamento da sua prima. Ainda assim,
quis ele no momento persuadir-se que a boa vontade não poderia exprimir-se doutro modo, e continuou:
— Os nossos corações, penso eu, estão unidos; agora é preciso que as nossas casas se unam também.
Teresa empalideceu, e baixou os olhos. — Acaso lhe diria eu alguma coisa desagradável? — prosseguiu
Baltasar, rebatido pela desfiguração de Teresa. — Disse-me o que é impossível fazer-se — respondeu ela
sem turvação. — O primo engana-se: os nossos corações não estão unidos. Sou muito sua amiga, mas
nunca pensei em ser a sua esposa, nem me lembrou que o primo pensasse em tal coisa. — Quer dizer que
a aborreço, prima Teresa? — atalhou, depressa, o morgado. — Não, senhor: já disse-lhe que o estimava
muito, e por isso mesmo não devo ser esposa de um amigo a quem não posso amar. A infelicidade não
seria só minha...
◦ https://www.luso-livros.net/wp-content/uploads/2013/02/Amor-de-Perdi%C3%A7%C3%A3o.pdf
12. “MACÁRIO” – ÁLVARES AZEVEDO
◦ De difícil classificação quanto ao gênero, oscila
entre o teatro, o diário íntimo e a narrativa
(composição livre, meio diálogo, meio narração),
que se estabelece através do diálogo entre Satã e
Penseroso, tendo por centro os vícios e desatinos
da cidade grande. Macário narra a saga de um
jovem que viaja à cidade a estudos e, em uma de
suas paradas pelo caminho, faz amizade com um
estranho que se trata de ninguém menos que o
Satã em pessoa.
◦
◦ A cidade descrita é São Paulo, que Álvares de
Azevedo não perde oportunidade para criticar.
Assim, ela é habitada por mulheres, padres,
soldados e estudantes - lascivas as primeiras,
dissolutos os segundos, ébrios os terceiros e
vadios os últimos. Isto é: a terra é devassa como
uma cidade, insípida como uma vila e pobre
como uma aldeia. Mesmo as calçadas não
escapam à tábula rasa, pois são intransitáveis e
têm pedras que parecem encastoadas - as
calçadas do inferno são mil vezes melhores.
16/05/2020
13. TRECHO DA
OBRA
MACÁRIO
Satan: Onde vais?
Macário: Sempre tu, maldito!
Satan: Onde vais? Sabes de Penseroso?
Macário: Vou ter com ele.
Satan: Vai, doido, vai! que chegarás tarde! Penseroso morreu.
Macário: Mataram-no!
Satan: Matou-se.
Macário: Bem.
Satan: Vem comigo.
Macário: Vai-te.
Satan: És uma criança. Ainda não saboreaste a vida e já gravitas para a
morte.
Macário: Vai-te, maldito!
Satan ( afastando -se): Abrir a alma ao desespero é dá-la a Satan. Tu és meu.
Marquei-te na fronte com meu dedo. Não te perco de vista. Assim te
guardarei melhor. Ouvirás mais facilmente minha voz partindo de tua carne
que entrando pelos teus ouvidos.
(Uma rua) (Macário e Satan de braços dados.)
Satan: Estás ébrio? Cambaleias.
Macário: Onde me levas?
Satan: A uma orgia. Vais ler uma página da vida cheia de sangue e de vinho-
que importa?
Macário: É aqui, não? Ouço vociferar a saturnal lá dentro.
Satan: Paremos aqui. Espia nessa janela.
Macário: Eu vejo-os. É uma sala fumacenta. À roda da mesa estão sentados
cinco homens ébrios. Os mais revolvem-se no chão. Dormem ali mulheres
desgrenhadas, umas lívidas, outras vermelhas Que noite!
Satan: Que vida! não é assim? Pois bem! escuta, Macário. Há homens para
quem essa vida é mais suave que a outra. O vinho é como o ópio, é o Letes
do esquecimento... A embriaguez é como a morte. . .
Macário: Cala-te. Ouçamos.