O candidato apresenta (1) seus objetivos de fortalecer a UBI de acordo com as diretrizes da UE, promovendo uma educação integradora e pesquisa sem limites, (2) apoiar estudantes em necessidade aumentando bolsas, propinas e alojamento com apoio de parceiros, e (3) potenciar laços da UBI ampliando parcerias e colaborações em diversas áreas para beneficiar a região, embora retenção de talentos dependa de mais oportunidades econômicas no interior.
Reformular UBI como plataforma recetiva e efetiva para século XXI
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Quais os objetivos da sua candidatura à Reitoria e que tipo de
Universidade projeta?
Se me for permitido, reformularia a pergunta, mudando ‘…e que tipo de…’,
por ‘isto é, que tipo de…’. Faço esta sugestão pois enquadra-se de forma
mais eficaz na resposta que a seguir proponho. De forma sucinta, os meus
objetivos de candidatura estão reunidos no programa que apresentei (acesso
livre: https://www.slideshare.net/PauloVargasMoniz/plano-v7) e onde apresento que a
UBI vá ao encontro do determinado pela UE para diversas áreas,
arregimentadas no âmbito de educação, investigação e desenvolvimento
social. É nesta operacionalidade, estabelecida e exigida pelo menos para a
década de 2020-2030, a nível de estados membros, que a UBI deve persistir
e de forma muito pró-ativa. O meu programa projeta desenvolver a UBI
como uma plataforma recetiva e efetiva, contemporânea para o século XXI:
(i) uma educação integrativa, reunindo diferentes linhas e propostas e onde
mais parcerias com mais agentes educativos, sobretudo locais e regionais,
sejam incorporados numa plataforma comum de trabalho e progresso, (ii)
uma investigação sem apreensões ou fronteiras, onde haja o atrevimento de
desafiar os fundamentos, onde se busque a inovação por partilha
translacional e (iii) uma comunidade académica, renovada, mais ampla, mais
conquistadora, diversificada e inclusiva. A UBI pode, nós conseguimos.
Vivemos um momento peculiar com graves consequências económicas
nos agregados familiares. Se for eleito reitor da academia beirã que
medidas equaciona tomar na área da ação social para que ninguém
abandone os estudos devido à situação socioeconómica?
É isso. Ninguém pode ficar para trás. Mas sejamos realistas: não há para
este desafio, que deveria figurar no topo de prioridades de qualquer órgão
Português de soberania, uma ‘fórmula mágica’. Acrescentaria que na
conjuntura económica atual, encontrar fontes de financiamento a nível local
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e regional que proporcionem recursos aos estudantes é muito difícil, porque
a atividade económica empresarial está paralisada. Mas a UBI deverá sempre
ter por objetivo cimeiro apoiar mais e mais estudantes. Há que ajudar as
famílias mais carenciadas: do ponto de vista social, a UBI tem de apoiar, e
de modo ainda mais reforçado, através de medidas relacionadas com bolsas,
propinas, alojamento e refeições. Indo mais além do que somente com o
apoio e medidas do governo Português. Haverá que congregar melhor por
entre os parceiros sociais para que seja possível viabilizar uma solução de
maior amplitude. No livro gratuito e acesso livre ‘Um Novo Horizonte’
coloquei algumas ideias, que estão disponíveis em
http://leyaonline.com/pt/livros/historia-e-politica/europeia-e-mundial/um-novo-
horizonte-ebook/(epub); https://www.slideshare.net/PauloVargasMoniz/livro-horizont-
uv7 (pdf). São sugestões à consideração de todos, incluindo dos líderes
políticos, para explorar gradualmente e de forma ‘orgânica’, resolutos nos
nossos desígnios, na nossa visão e objetivos. A UBI pode, nós conseguimos.
A ligação entre a UBI e a autarquia da Covilhã é recorrentemente
abordada. Já há diversos projetos desenvolvidos com a colaboração das
duas entidades, mas os resultados estão longe do desejável. Como pode
a ligação da UBI com a cidade ser potenciada, e mais importante ainda,
o que tem faltado para reter o «talento» aqui formado?
Estão aqui duas perguntas que eu gostaria de ver distinguidas de uma
maneira mais forte. Por um lado, para clarificar o que as diferencia e por
outro lado, eu tomaria a primeira parte desta questão definida sobre um
domínio mais amplo.
A UBI é a Universidade da Beira Interior, é uma instituição urbi et orbi, da
cidade, mas também para o mundo. Vive a sua ação urbana e também saúda
a sua dimensão, que é a causa pública do estado Português. A UBI tem e
deve ter muitos mais projetos e colaborações com diversas entidades, desde
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o âmbito local, regional, nacional e internacional, designadamente Ibérico.
É nesta matriz de operações que as ligações da UBI podem ser potenciadas.
Concretamente, alcançarmos um acréscimo na prestação de serviços. Temos
como objetivo alargar as parcerias, colaborações, intercâmbios. Temos como
objetivo uma maior multiplicidade, nomeadamente pela participação mútua
e corresponsável.
Agora sobre a segunda componente da questão. É um aspeto que atravessa
as instituições de ensino superior, no âmbito de revitalizar a economia em
2021 e por diante. É um problema complexo que requer diversos
intervenientes e em concreto de natureza autárquica. No entanto, não me
parece que a UBI deva arcar com a responsabilidade pela falta de retenção
do talento. Entre os recém-formados, há os atraídos para os grandes centros,
onde encontram oferta de trabalho. Um investimento mais forte no interior
tem de passar por medidas do governo Português, para alterar
significativamente a possibilidade de aqui se fixarem. Todos nós
gostaríamos que a tão proclamada estratégia para o interior se materializasse
de forma mais eficaz. O facto de termos membros do Conselho Geral com
responsabilidades autárquicas é uma boa oportunidade para fomentar
sinergias mais estreitas com a realidade da UBI, o seu potencial para ajudar
a desenvolver o interior, quer em termos económicos quer em termos
demográficos. As próprias acessibilidades, apesar do progresso ao longo dos
anos, também condicionam fortemente quem vive e trabalha no interior.
A ansiada retoma económica trará novas oportunidades. O nosso sucesso
dependerá da sua intensidade e duração: quer-se uma retoma rápida e intensa,
a aplicar a toda a região. Onde se faça prevalecer a identidade, a qualidade e
uberdade. Temos de trabalhar todos juntos numa sincera aliança política. A
UBI pode, nós conseguimos.