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“Deus me dê serenidade para aceitar as coisas que não posso mudar,
coragem para mudar o que puder,
e sabedoria para distinguir uma coisa de outra.”
INTRODUÇÃO
A primeira descrição científica do jogo do Tarot (1781) atribui aos seus
naipes divinatórios uma origem egípcia. As modernas investigações parecem
inclinadas a reconhecer as figuras medievais que chegaram até nossos dias,
como oriundas das crenças hindus. Outros, ainda, afirmam que as figuras foram
transformadas pela civilização árabe, após terem nascido no Egito. Mas, para
Elifas Lévi, Papus, Paracelso e centenas de magos conhecidos em todo mundo,
sua origem é mesmo egípcia, talvez criada pelo maior dos sábios Hermes
Trimegisto.
Lévi afirma: "_ Existe um livro que, apesar de ser muito popular e de
podermos encontrá-lo em todas as partes, é o mais desconhecido dos todos os
demais. Obra monumental e singular, sensível e forte como a arquitetura das
pirâmides, durável, em consequência, como elas. Livro que resume todas as
ciências, e cujas combinações infinitas podem resolver todos os problemas.
Livro que falando faz pensar. É a obra mestra do espírito humano e,
seguramente, uma das mais belas coisas que a antiguidade nos legou.".
Dizem alguns místicos que Hermes Trimegisto, o maior dentre os sábios,
fora o autor deste dom maravilhoso: o de adivinhar o destino. Uma bela história
de Papus, o místico francês, fala sobre a origem do Tarot:
Há milhares de anos, o reino egípcio estava ameaçado de ser
conquistado e destruído pôr um poderoso inimigo. Diante dessa ameaça e da
catástrofe eminente, os sacerdotes do reino temiam que o conhecimento,
arduamente conquistado ao longo dos anos, pudesse perder-se para sempre.
Os sacerdotes hierarquicamente superiores reuniram-se em conselho, a fim
de deliberar sobre como mantê-lo e transmiti-lo à humanidade, apesar da
destruição e do aniquilamento.
Um dos sacerdotes sugeriu que entalha-se essa sabedoria nas paredes
e muros das pirâmides sob a forma de desenhos e símbolos. Sua sugestão,
no entanto, acabou sendo recusada, sob o argumento de que até mesmo as
paredes fortes são construídas pôr mãos humanas, sendo, portanto
transitórias. Outro sacerdote quis escolher as dez pessoas mais sábias,
inteligentes e virtuosas do país para iniciá-las nos Mistérios; elas, pôr sua
vez, antes de morrerem transmitiriam o conhecimento a outras que
considerassem virtuosas. Contra esta sugestão, no entanto, outro sacerdote
opôs o argumento: “A virtude não é um estado duradouro e muitas vezes o
sábio se transforma num tolo. Dessa forma, a estabilidade do nosso
conhecimento não estará segura. No entanto, há algo que é estável na
humanidade: o Vício. Portanto, devemos confiar nossos conhecimentos ao
vício. Só assim poderemos ter a certeza de que ele sobreviverá a todas as
intempéries e mudanças do tempo.” Evidentemente, a opinião foi acatada e
se preferiu o jogo para guardar o segredo. Pequenas placas foram gravadas
com as misteriosas figuras que, até então, haviam servido para o ensino
dos segredos científicos mais importantes. A partir desse dia, os jogadores
transmitiram o Tarot de geração em geração, de uma maneira muito superior
àquela que os homens de virtude da Terra o teriam feito.
O NOME
No século XVI, surgiu pela primeira vez na Itália o nome Tarocchi. Tarot
por certo poderia ser a forma francesa já que desde 1594, a corporação de
desenhistas de cartas denominava-se, neste país, de “tarotiers”.
Na língua egípcia pode-se interpretar o nome Tarot como o caminho
imperial:
“Tar” = caminho, trilha
“Ro” = rei, imperial.
Entretanto, as diversas possibilidades de combinar a escrita da palavra
de quatro letras permitem que se façam suficientes suposições sobre a origem
e o significado do conteúdo:
T
O A
R
TORA = instrução, indicação (hebr.)
ORAT = a língua, a palavra (latim, oratio)
RATO = a concretização (latim, ratus)
ATOR = divindade egípcia da iniciação
ROTA = a roda do ser (latim)
OTAR = ouvir (grego, otarion)
AROT = trabalhar (grego, arotos)
DIFERENÇAS DO TAROT
Arcanos: plural da palavra latina “Arkanun” = segredo.
Um baralho de Tarot é diferente do baralho comum, todavia, considera-
se que os baralhos correntes não são senão uma simplificação do antigo baralho
do Tarot. Falando sobre o Tarot assim se expressa o filósofo russo Ouspensky,
em seu livro “O novo modelo do Universo”:
“No Tarot há 22 cartas simbólicas, com nomes especiais que não
pertencem a nenhuma das quatro séries (Copas, Paus, Ouros e Espadas).
Estas cartas têm nomes e números próprios. Além delas, há, logicamente,
as cartas comuns aos baralhos. Aparentemente o Tarot é apenas um jogo
de adivinhação. Mas, seu verdadeiro significado interno é bem diferente: é
um livro de conteúdo filosófico e psicológico, que pode ser lido de várias
maneiras. O Tarot é uma máquina verdadeiramente filosófica, que afasta a
mente de divagações, aportando à mesma, em troca, iniciativa e liberdade.
É a matemática aplicada ao absoluto. É a união do positivo e do ideal. Uma
loteria de pensamentos tão exatos como os números, talvez a concepção
mais simples e mais grandiosa do gênero humano.”
O Tarot parece ser (segundo Gébelin) nada menos do que o único livro
sobrevivente das dispersas bibliotecas egípcias, ele tem um grande valor
histórico e lendário. Gébelin (1719-1784) foi, sem dúvida, a primeira pessoa a
reparar na riqueza simbólica das lâminas que descobriu por casualidade, em
Camargue, onde os boiadeiros e vaqueiros as utilizavam para um rústico sistema
de adivinhação. Para Saint Martin, o Tarot tem os laços misteriosos que unem
Deus, o Homem e o Universo.
VERDADES SOBRE O TAROT
O Tarot é um jogo, mas este jogo não serve de substituto para a
vida.
Um cardápio de fato é muito útil: mas não substitui a própria comida.
Allan W. Watts
Existem pessoas que vivem sob a influência do Tarot ou outra qualquer
arte Divinatória, não tomando nenhuma decisão sem as consultar. Esse modo de
vida, com toda certeza, leva ao Enforcado (XII).
As cartas tampouco devem ser vistas como uma declaração de um destino
inevitável. Elas mostram como o seu futuro, uma situação, etc. se desenvolvem
se você continuar agindo como vem fazendo. Através de mudanças no
procedimento, ou do modo de considerar as coisas, naturalmente também se
modificará o transcorrer dos acontecimentos. É por essa razão que surgem
declarações diferentes das cartas se forem consultadas sobre o mesmo tema
depois de determinados intervalos.

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Parte 1b apostila de acompanhamento da introdução

  • 1. “Deus me dê serenidade para aceitar as coisas que não posso mudar, coragem para mudar o que puder, e sabedoria para distinguir uma coisa de outra.” INTRODUÇÃO A primeira descrição científica do jogo do Tarot (1781) atribui aos seus naipes divinatórios uma origem egípcia. As modernas investigações parecem inclinadas a reconhecer as figuras medievais que chegaram até nossos dias, como oriundas das crenças hindus. Outros, ainda, afirmam que as figuras foram transformadas pela civilização árabe, após terem nascido no Egito. Mas, para Elifas Lévi, Papus, Paracelso e centenas de magos conhecidos em todo mundo, sua origem é mesmo egípcia, talvez criada pelo maior dos sábios Hermes Trimegisto. Lévi afirma: "_ Existe um livro que, apesar de ser muito popular e de podermos encontrá-lo em todas as partes, é o mais desconhecido dos todos os demais. Obra monumental e singular, sensível e forte como a arquitetura das pirâmides, durável, em consequência, como elas. Livro que resume todas as ciências, e cujas combinações infinitas podem resolver todos os problemas. Livro que falando faz pensar. É a obra mestra do espírito humano e, seguramente, uma das mais belas coisas que a antiguidade nos legou.". Dizem alguns místicos que Hermes Trimegisto, o maior dentre os sábios, fora o autor deste dom maravilhoso: o de adivinhar o destino. Uma bela história de Papus, o místico francês, fala sobre a origem do Tarot: Há milhares de anos, o reino egípcio estava ameaçado de ser conquistado e destruído pôr um poderoso inimigo. Diante dessa ameaça e da catástrofe eminente, os sacerdotes do reino temiam que o conhecimento, arduamente conquistado ao longo dos anos, pudesse perder-se para sempre. Os sacerdotes hierarquicamente superiores reuniram-se em conselho, a fim de deliberar sobre como mantê-lo e transmiti-lo à humanidade, apesar da destruição e do aniquilamento. Um dos sacerdotes sugeriu que entalha-se essa sabedoria nas paredes e muros das pirâmides sob a forma de desenhos e símbolos. Sua sugestão, no entanto, acabou sendo recusada, sob o argumento de que até mesmo as paredes fortes são construídas pôr mãos humanas, sendo, portanto transitórias. Outro sacerdote quis escolher as dez pessoas mais sábias, inteligentes e virtuosas do país para iniciá-las nos Mistérios; elas, pôr sua vez, antes de morrerem transmitiriam o conhecimento a outras que considerassem virtuosas. Contra esta sugestão, no entanto, outro sacerdote opôs o argumento: “A virtude não é um estado duradouro e muitas vezes o sábio se transforma num tolo. Dessa forma, a estabilidade do nosso conhecimento não estará segura. No entanto, há algo que é estável na humanidade: o Vício. Portanto, devemos confiar nossos conhecimentos ao vício. Só assim poderemos ter a certeza de que ele sobreviverá a todas as intempéries e mudanças do tempo.” Evidentemente, a opinião foi acatada e se preferiu o jogo para guardar o segredo. Pequenas placas foram gravadas com as misteriosas figuras que, até então, haviam servido para o ensino
  • 2. dos segredos científicos mais importantes. A partir desse dia, os jogadores transmitiram o Tarot de geração em geração, de uma maneira muito superior àquela que os homens de virtude da Terra o teriam feito. O NOME No século XVI, surgiu pela primeira vez na Itália o nome Tarocchi. Tarot por certo poderia ser a forma francesa já que desde 1594, a corporação de desenhistas de cartas denominava-se, neste país, de “tarotiers”. Na língua egípcia pode-se interpretar o nome Tarot como o caminho imperial: “Tar” = caminho, trilha “Ro” = rei, imperial. Entretanto, as diversas possibilidades de combinar a escrita da palavra de quatro letras permitem que se façam suficientes suposições sobre a origem e o significado do conteúdo: T O A R TORA = instrução, indicação (hebr.) ORAT = a língua, a palavra (latim, oratio) RATO = a concretização (latim, ratus) ATOR = divindade egípcia da iniciação ROTA = a roda do ser (latim) OTAR = ouvir (grego, otarion) AROT = trabalhar (grego, arotos) DIFERENÇAS DO TAROT Arcanos: plural da palavra latina “Arkanun” = segredo. Um baralho de Tarot é diferente do baralho comum, todavia, considera- se que os baralhos correntes não são senão uma simplificação do antigo baralho do Tarot. Falando sobre o Tarot assim se expressa o filósofo russo Ouspensky, em seu livro “O novo modelo do Universo”: “No Tarot há 22 cartas simbólicas, com nomes especiais que não pertencem a nenhuma das quatro séries (Copas, Paus, Ouros e Espadas). Estas cartas têm nomes e números próprios. Além delas, há, logicamente, as cartas comuns aos baralhos. Aparentemente o Tarot é apenas um jogo de adivinhação. Mas, seu verdadeiro significado interno é bem diferente: é um livro de conteúdo filosófico e psicológico, que pode ser lido de várias maneiras. O Tarot é uma máquina verdadeiramente filosófica, que afasta a mente de divagações, aportando à mesma, em troca, iniciativa e liberdade. É a matemática aplicada ao absoluto. É a união do positivo e do ideal. Uma
  • 3. loteria de pensamentos tão exatos como os números, talvez a concepção mais simples e mais grandiosa do gênero humano.” O Tarot parece ser (segundo Gébelin) nada menos do que o único livro sobrevivente das dispersas bibliotecas egípcias, ele tem um grande valor histórico e lendário. Gébelin (1719-1784) foi, sem dúvida, a primeira pessoa a reparar na riqueza simbólica das lâminas que descobriu por casualidade, em Camargue, onde os boiadeiros e vaqueiros as utilizavam para um rústico sistema de adivinhação. Para Saint Martin, o Tarot tem os laços misteriosos que unem Deus, o Homem e o Universo. VERDADES SOBRE O TAROT O Tarot é um jogo, mas este jogo não serve de substituto para a vida. Um cardápio de fato é muito útil: mas não substitui a própria comida. Allan W. Watts Existem pessoas que vivem sob a influência do Tarot ou outra qualquer arte Divinatória, não tomando nenhuma decisão sem as consultar. Esse modo de vida, com toda certeza, leva ao Enforcado (XII). As cartas tampouco devem ser vistas como uma declaração de um destino inevitável. Elas mostram como o seu futuro, uma situação, etc. se desenvolvem se você continuar agindo como vem fazendo. Através de mudanças no procedimento, ou do modo de considerar as coisas, naturalmente também se modificará o transcorrer dos acontecimentos. É por essa razão que surgem declarações diferentes das cartas se forem consultadas sobre o mesmo tema depois de determinados intervalos.