SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 1
DEMOCRACIA, REPRESENTAÇÃO E PARTIDOS POLÍTICOS. 
As diversas formas que o Estado assumiu na sociedade capitalista estiveram ligadas à concepção de soberania 
popular, que é à base da democracia. Mas tal soberania só se torna efetiva com a representação pelo voto. 
Para ampliar o número de pessoas com direito a votar e ser votadas foram necessárias muitas lutas. 
O VOTO E A FALTA DE INFORMAÇÃO 
O pensador francês Benjamin Constant afirmava que as pessoas condenadas pela penúria ao trabalho diário e 
a uma situação de eterna dependência não estavam mais bem informadas acerca dos assuntos públicos que 
uma criança; por isso, não podiam desfrutar o direito eleitoral. (...) Só a propriedade proporcionava esse 
tempo livre e deixava os indivíduos em condições de exercitar os direitos políticos. 
O VOTO E A FALTA DE AUTONOMIA 
Immanuel Kant, filósofo alemão, afirma que para exercer os direitos políticos era necessário não ser criança ou 
mulher. Mas não bastava a condição de homem: era preciso ser senhor de uma propriedade que lhe desse 
sustento. O dependente, o criado e o operário não podiam ser membros do Estado e não estavam qualificados 
para ser cidadão. 
O VOTO E A RACIONALIDADE ANALÍTICA 
Edmund Burke, pensador inglês de visão conservadora, ao analisar os perigos da Revolução Francesa para a 
sociedade burguesa, afirmava que somente uma elite tinha o grau de racionalidade e de capacidade analítica 
necessária para compreender o que convinha ao bem comum. Afirmava ainda que a propriedade garantia a 
liberdade, mas exigia a desigualdade. 
OS PARTIDOS 
Muitas pessoas também pensam que só se pode fazer política institucional por meio dos partidos políticos. 
Mas os partidos nasceram por causa da pressão exercida por quem não tinha acesso ao Parlamento. No início 
do Estado liberal a ideia de partido era inaceitável, pois se considera que o Parlamento devia ter unidade de 
formação e pensamento, não comportando divisões ou “partes” (o que a palavra “partido” expressa). 
DEMOCRACIA E DIREITOS 
O pensador francês Claude Lefort, em seu livro, ‘A invenção da democrática’ (1963), afirma que é uma 
aberração considerar a democracia uma criação da burguesia. Essa classe sempre procurou impedir que o 
liberalismo se tornasse democrático, limitando o sufrágio universal e a ampliação de direitos, como os de 
associação e de greve, e criando outras tantas artimanhas para excluir a maior parte da população da 
participação nas decisões políticas. 
Por isso, para ele, a democracia é a criação continua de novos direitos. Não é apenas consenso, mais 
principalmente dissenso. 
CRITÉRIOS DA DEMOCRACIA REPRESENTATIVA 
• eleições competitivas, livres e limpas para o Legislativo e o Executivo; 
• direito de voto universal; 
• proteção e garantia das liberdades civis e dos direitos políticos mediante instituições sólidas; 
• controle efetivo das instituições legais e de segurança e repressão. 
AS DUAS IMAGENS DA DEMOCRACIA 
O sociólogo português Boaventura de Sousa Santos propõe outros elementos para analisar a questão da 
democracia e da representação. Ele afirma que a democracia no mundo contemporâneo nos oferece duas 
imagens muito contrastantes. 
Por outro lado, a democracia representativa é considerada internacionalmente o único regime politico 
legítimo. 
Por outro, existem sinais de que os regimes democráticos, nos últimos vinte, traíram as expectativas da 
maioria da população, principalmente das classes populares. As revelações mais frequentes de corrupção 
permitem concluir que alguns governantes legitimamente eleitos usam o mandato para enriquecer a custa do 
povo e dos contribuintes.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Sociologia Capítulo 10 - Como surgiu o Estado moderno
Sociologia Capítulo 10 - Como surgiu o Estado modernoSociologia Capítulo 10 - Como surgiu o Estado moderno
Sociologia Capítulo 10 - Como surgiu o Estado modernoMiro Santos
 
Revisão de filosofia politica
Revisão de filosofia politicaRevisão de filosofia politica
Revisão de filosofia politicaFelipe Serra
 
República e Democracia - Formas de Governo I - Prof. Doutor Rui Teixeira Santos
República e Democracia - Formas de Governo I - Prof. Doutor Rui Teixeira SantosRepública e Democracia - Formas de Governo I - Prof. Doutor Rui Teixeira Santos
República e Democracia - Formas de Governo I - Prof. Doutor Rui Teixeira SantosA. Rui Teixeira Santos
 
Formação da ideia atual de Estado Democrático
Formação da ideia atual de Estado DemocráticoFormação da ideia atual de Estado Democrático
Formação da ideia atual de Estado DemocráticoRo Bischoff
 
O estado e o pensamento político liberal
O estado e o pensamento político liberalO estado e o pensamento político liberal
O estado e o pensamento político liberalDavi Islabao
 
Democracia - Liberal - Social Slide
Democracia - Liberal - Social  SlideDemocracia - Liberal - Social  Slide
Democracia - Liberal - Social Slidejulilp10
 
O CONCEITO DE ESTADO - Prof. Noe Assunção
O CONCEITO DE ESTADO - Prof. Noe AssunçãoO CONCEITO DE ESTADO - Prof. Noe Assunção
O CONCEITO DE ESTADO - Prof. Noe AssunçãoProf. Noe Assunção
 
Liberalismo 2° Fase (Eja)
Liberalismo 2° Fase (Eja)Liberalismo 2° Fase (Eja)
Liberalismo 2° Fase (Eja)guest147da1
 

Mais procurados (20)

Aula estado dominação_poder
Aula estado dominação_poderAula estado dominação_poder
Aula estado dominação_poder
 
Sociologia Capítulo 10 - Como surgiu o Estado moderno
Sociologia Capítulo 10 - Como surgiu o Estado modernoSociologia Capítulo 10 - Como surgiu o Estado moderno
Sociologia Capítulo 10 - Como surgiu o Estado moderno
 
Principais reflexões sobre política
Principais reflexões sobre políticaPrincipais reflexões sobre política
Principais reflexões sobre política
 
Formas de governos
Formas de governosFormas de governos
Formas de governos
 
O Poder e o Estado
O Poder e o EstadoO Poder e o Estado
O Poder e o Estado
 
O Poder e o Estado
O Poder e o EstadoO Poder e o Estado
O Poder e o Estado
 
Revisão de filosofia politica
Revisão de filosofia politicaRevisão de filosofia politica
Revisão de filosofia politica
 
Teoria das formas de governo e de estado
Teoria das formas de governo e de estadoTeoria das formas de governo e de estado
Teoria das formas de governo e de estado
 
Filosofia política
Filosofia políticaFilosofia política
Filosofia política
 
República e Democracia - Formas de Governo I - Prof. Doutor Rui Teixeira Santos
República e Democracia - Formas de Governo I - Prof. Doutor Rui Teixeira SantosRepública e Democracia - Formas de Governo I - Prof. Doutor Rui Teixeira Santos
República e Democracia - Formas de Governo I - Prof. Doutor Rui Teixeira Santos
 
Liberalismo Inglês
Liberalismo InglêsLiberalismo Inglês
Liberalismo Inglês
 
Aula 15 - Estado e Governo
Aula 15 - Estado e GovernoAula 15 - Estado e Governo
Aula 15 - Estado e Governo
 
Formação da ideia atual de Estado Democrático
Formação da ideia atual de Estado DemocráticoFormação da ideia atual de Estado Democrático
Formação da ideia atual de Estado Democrático
 
Aula 18 - Evolução e revolução
Aula 18 - Evolução e revoluçãoAula 18 - Evolução e revolução
Aula 18 - Evolução e revolução
 
Estado 02
Estado 02Estado 02
Estado 02
 
Capítulo 13 - A Sociedade Diante do Estado
Capítulo 13 - A Sociedade Diante do EstadoCapítulo 13 - A Sociedade Diante do Estado
Capítulo 13 - A Sociedade Diante do Estado
 
O estado e o pensamento político liberal
O estado e o pensamento político liberalO estado e o pensamento político liberal
O estado e o pensamento político liberal
 
Democracia - Liberal - Social Slide
Democracia - Liberal - Social  SlideDemocracia - Liberal - Social  Slide
Democracia - Liberal - Social Slide
 
O CONCEITO DE ESTADO - Prof. Noe Assunção
O CONCEITO DE ESTADO - Prof. Noe AssunçãoO CONCEITO DE ESTADO - Prof. Noe Assunção
O CONCEITO DE ESTADO - Prof. Noe Assunção
 
Liberalismo 2° Fase (Eja)
Liberalismo 2° Fase (Eja)Liberalismo 2° Fase (Eja)
Liberalismo 2° Fase (Eja)
 

Semelhante a Democracia, representação e direitos políticos

Sociologia - Pensamentos sobre o estado
Sociologia - Pensamentos sobre o estadoSociologia - Pensamentos sobre o estado
Sociologia - Pensamentos sobre o estadoFilllipe
 
Slides_Estado_Democracia_Giane_2021.pdf
Slides_Estado_Democracia_Giane_2021.pdfSlides_Estado_Democracia_Giane_2021.pdf
Slides_Estado_Democracia_Giane_2021.pdfLeandroBrando21
 
COMO MORREM AS DEMOCRACIAS.docx
COMO MORREM AS DEMOCRACIAS.docxCOMO MORREM AS DEMOCRACIAS.docx
COMO MORREM AS DEMOCRACIAS.docxYuMinHiuRe1
 
Cidadania e democracia
Cidadania e democraciaCidadania e democracia
Cidadania e democraciaLucas Justino
 
Resenha coutinho 2000 contra a corrente- ensaios sobre democracia e socialismo
Resenha  coutinho 2000  contra a corrente- ensaios sobre democracia e socialismoResenha  coutinho 2000  contra a corrente- ensaios sobre democracia e socialismo
Resenha coutinho 2000 contra a corrente- ensaios sobre democracia e socialismoPauliane Godoy
 
A ilusao do_sufragio_universal
A ilusao do_sufragio_universalA ilusao do_sufragio_universal
A ilusao do_sufragio_universalmoratonoise
 
A Ilusão do Sufrágio Universal - Mikhail Bakunin
A Ilusão do Sufrágio Universal - Mikhail BakuninA Ilusão do Sufrágio Universal - Mikhail Bakunin
A Ilusão do Sufrágio Universal - Mikhail BakuninBlackBlocRJ
 
Bakunin m.-a-ilusão-do-sufrágio-universal
Bakunin m.-a-ilusão-do-sufrágio-universalBakunin m.-a-ilusão-do-sufrágio-universal
Bakunin m.-a-ilusão-do-sufrágio-universalmoratonoise
 
Livro cidadania no brasil josé murilo de carvalho
Livro cidadania no brasil josé murilo de carvalhoLivro cidadania no brasil josé murilo de carvalho
Livro cidadania no brasil josé murilo de carvalhosesouff2014
 
1ª Série_democracia contemporãnea aula 32.pptx
1ª Série_democracia contemporãnea aula 32.pptx1ª Série_democracia contemporãnea aula 32.pptx
1ª Série_democracia contemporãnea aula 32.pptxCelimaraTiski
 
20080627 democracia republicana bresser
20080627 democracia republicana bresser20080627 democracia republicana bresser
20080627 democracia republicana bresserUniversity of Campinas
 
cidania e democracia.pdf
cidania e democracia.pdfcidania e democracia.pdf
cidania e democracia.pdfFernanda Bastos
 
Filosofia cidadania e democracia
Filosofia cidadania e democraciaFilosofia cidadania e democracia
Filosofia cidadania e democraciadiasferraciolli
 
A importância dos conselhos de políticas públicas para a efetivação dos direi...
A importância dos conselhos de políticas públicas para a efetivação dos direi...A importância dos conselhos de políticas públicas para a efetivação dos direi...
A importância dos conselhos de políticas públicas para a efetivação dos direi...Direito Nabuco
 
Norberto bobbio
Norberto bobbioNorberto bobbio
Norberto bobbioAnna Trina
 
Democracia 2 ano
Democracia 2 anoDemocracia 2 ano
Democracia 2 anoOver Lane
 
Avaliação democracia e cidadania - 3º Sociologia - Prof. Noe Assunção
Avaliação democracia e cidadania - 3º Sociologia - Prof. Noe AssunçãoAvaliação democracia e cidadania - 3º Sociologia - Prof. Noe Assunção
Avaliação democracia e cidadania - 3º Sociologia - Prof. Noe AssunçãoProf. Noe Assunção
 

Semelhante a Democracia, representação e direitos políticos (20)

Sociologia - Pensamentos sobre o estado
Sociologia - Pensamentos sobre o estadoSociologia - Pensamentos sobre o estado
Sociologia - Pensamentos sobre o estado
 
Slides_Estado_Democracia_Giane_2021.pdf
Slides_Estado_Democracia_Giane_2021.pdfSlides_Estado_Democracia_Giane_2021.pdf
Slides_Estado_Democracia_Giane_2021.pdf
 
COMO MORREM AS DEMOCRACIAS.docx
COMO MORREM AS DEMOCRACIAS.docxCOMO MORREM AS DEMOCRACIAS.docx
COMO MORREM AS DEMOCRACIAS.docx
 
Cidadania e democracia
Cidadania e democraciaCidadania e democracia
Cidadania e democracia
 
Resenha coutinho 2000 contra a corrente- ensaios sobre democracia e socialismo
Resenha  coutinho 2000  contra a corrente- ensaios sobre democracia e socialismoResenha  coutinho 2000  contra a corrente- ensaios sobre democracia e socialismo
Resenha coutinho 2000 contra a corrente- ensaios sobre democracia e socialismo
 
A ilusao do_sufragio_universal
A ilusao do_sufragio_universalA ilusao do_sufragio_universal
A ilusao do_sufragio_universal
 
A Ilusão do Sufrágio Universal - Mikhail Bakunin
A Ilusão do Sufrágio Universal - Mikhail BakuninA Ilusão do Sufrágio Universal - Mikhail Bakunin
A Ilusão do Sufrágio Universal - Mikhail Bakunin
 
Bakunin m.-a-ilusão-do-sufrágio-universal
Bakunin m.-a-ilusão-do-sufrágio-universalBakunin m.-a-ilusão-do-sufrágio-universal
Bakunin m.-a-ilusão-do-sufrágio-universal
 
Livro cidadania no brasil josé murilo de carvalho
Livro cidadania no brasil josé murilo de carvalhoLivro cidadania no brasil josé murilo de carvalho
Livro cidadania no brasil josé murilo de carvalho
 
Os limites da democracia
Os limites da democraciaOs limites da democracia
Os limites da democracia
 
Poder e o estado
Poder e o estadoPoder e o estado
Poder e o estado
 
1ª Série_democracia contemporãnea aula 32.pptx
1ª Série_democracia contemporãnea aula 32.pptx1ª Série_democracia contemporãnea aula 32.pptx
1ª Série_democracia contemporãnea aula 32.pptx
 
20080627 democracia republicana bresser
20080627 democracia republicana bresser20080627 democracia republicana bresser
20080627 democracia republicana bresser
 
cidania e democracia.pdf
cidania e democracia.pdfcidania e democracia.pdf
cidania e democracia.pdf
 
Filosofia cidadania e democracia
Filosofia cidadania e democraciaFilosofia cidadania e democracia
Filosofia cidadania e democracia
 
A importância dos conselhos de políticas públicas para a efetivação dos direi...
A importância dos conselhos de políticas públicas para a efetivação dos direi...A importância dos conselhos de políticas públicas para a efetivação dos direi...
A importância dos conselhos de políticas públicas para a efetivação dos direi...
 
A democracia
A democraciaA democracia
A democracia
 
Norberto bobbio
Norberto bobbioNorberto bobbio
Norberto bobbio
 
Democracia 2 ano
Democracia 2 anoDemocracia 2 ano
Democracia 2 ano
 
Avaliação democracia e cidadania - 3º Sociologia - Prof. Noe Assunção
Avaliação democracia e cidadania - 3º Sociologia - Prof. Noe AssunçãoAvaliação democracia e cidadania - 3º Sociologia - Prof. Noe Assunção
Avaliação democracia e cidadania - 3º Sociologia - Prof. Noe Assunção
 

Último

"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de..."É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...Rosalina Simão Nunes
 
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....LuizHenriquedeAlmeid6
 
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdfLeloIurk1
 
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdfo ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdfCamillaBrito19
 
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...licinioBorges
 
CRUZADINHA - Leitura e escrita dos números
CRUZADINHA   -   Leitura e escrita dos números CRUZADINHA   -   Leitura e escrita dos números
CRUZADINHA - Leitura e escrita dos números Mary Alvarenga
 
ATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇ
ATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇ
ATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇJaineCarolaineLima
 
FASE 1 MÉTODO LUMA E PONTO. TUDO SOBRE REDAÇÃO
FASE 1 MÉTODO LUMA E PONTO. TUDO SOBRE REDAÇÃOFASE 1 MÉTODO LUMA E PONTO. TUDO SOBRE REDAÇÃO
FASE 1 MÉTODO LUMA E PONTO. TUDO SOBRE REDAÇÃOAulasgravadas3
 
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de HotéisAbout Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéisines09cachapa
 
COMPETÊNCIA 4 NO ENEM: O TEXTO E SUAS AMARRACÕES
COMPETÊNCIA 4 NO ENEM: O TEXTO E SUAS AMARRACÕESCOMPETÊNCIA 4 NO ENEM: O TEXTO E SUAS AMARRACÕES
COMPETÊNCIA 4 NO ENEM: O TEXTO E SUAS AMARRACÕESEduardaReis50
 
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdfLeloIurk1
 
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!Ilda Bicacro
 
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?AnabelaGuerreiro7
 
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfLeloIurk1
 
Ficha de trabalho com palavras- simples e complexas.pdf
Ficha de trabalho com palavras- simples e complexas.pdfFicha de trabalho com palavras- simples e complexas.pdf
Ficha de trabalho com palavras- simples e complexas.pdfFtimaMoreira35
 
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptxSlides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
A QUATRO MÃOS - MARILDA CASTANHA . pdf
A QUATRO MÃOS  -  MARILDA CASTANHA . pdfA QUATRO MÃOS  -  MARILDA CASTANHA . pdf
A QUATRO MÃOS - MARILDA CASTANHA . pdfAna Lemos
 
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptxDiscurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptxferreirapriscilla84
 

Último (20)

"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de..."É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
 
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
 
Bullying, sai pra lá
Bullying,  sai pra láBullying,  sai pra lá
Bullying, sai pra lá
 
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
 
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdfo ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
 
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...
 
CRUZADINHA - Leitura e escrita dos números
CRUZADINHA   -   Leitura e escrita dos números CRUZADINHA   -   Leitura e escrita dos números
CRUZADINHA - Leitura e escrita dos números
 
ATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇ
ATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇ
ATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇ
 
FASE 1 MÉTODO LUMA E PONTO. TUDO SOBRE REDAÇÃO
FASE 1 MÉTODO LUMA E PONTO. TUDO SOBRE REDAÇÃOFASE 1 MÉTODO LUMA E PONTO. TUDO SOBRE REDAÇÃO
FASE 1 MÉTODO LUMA E PONTO. TUDO SOBRE REDAÇÃO
 
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de HotéisAbout Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
 
COMPETÊNCIA 4 NO ENEM: O TEXTO E SUAS AMARRACÕES
COMPETÊNCIA 4 NO ENEM: O TEXTO E SUAS AMARRACÕESCOMPETÊNCIA 4 NO ENEM: O TEXTO E SUAS AMARRACÕES
COMPETÊNCIA 4 NO ENEM: O TEXTO E SUAS AMARRACÕES
 
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf
 
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
 
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?
 
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
 
Ficha de trabalho com palavras- simples e complexas.pdf
Ficha de trabalho com palavras- simples e complexas.pdfFicha de trabalho com palavras- simples e complexas.pdf
Ficha de trabalho com palavras- simples e complexas.pdf
 
Aula sobre o Imperialismo Europeu no século XIX
Aula sobre o Imperialismo Europeu no século XIXAula sobre o Imperialismo Europeu no século XIX
Aula sobre o Imperialismo Europeu no século XIX
 
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptxSlides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
 
A QUATRO MÃOS - MARILDA CASTANHA . pdf
A QUATRO MÃOS  -  MARILDA CASTANHA . pdfA QUATRO MÃOS  -  MARILDA CASTANHA . pdf
A QUATRO MÃOS - MARILDA CASTANHA . pdf
 
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptxDiscurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
 

Democracia, representação e direitos políticos

  • 1. DEMOCRACIA, REPRESENTAÇÃO E PARTIDOS POLÍTICOS. As diversas formas que o Estado assumiu na sociedade capitalista estiveram ligadas à concepção de soberania popular, que é à base da democracia. Mas tal soberania só se torna efetiva com a representação pelo voto. Para ampliar o número de pessoas com direito a votar e ser votadas foram necessárias muitas lutas. O VOTO E A FALTA DE INFORMAÇÃO O pensador francês Benjamin Constant afirmava que as pessoas condenadas pela penúria ao trabalho diário e a uma situação de eterna dependência não estavam mais bem informadas acerca dos assuntos públicos que uma criança; por isso, não podiam desfrutar o direito eleitoral. (...) Só a propriedade proporcionava esse tempo livre e deixava os indivíduos em condições de exercitar os direitos políticos. O VOTO E A FALTA DE AUTONOMIA Immanuel Kant, filósofo alemão, afirma que para exercer os direitos políticos era necessário não ser criança ou mulher. Mas não bastava a condição de homem: era preciso ser senhor de uma propriedade que lhe desse sustento. O dependente, o criado e o operário não podiam ser membros do Estado e não estavam qualificados para ser cidadão. O VOTO E A RACIONALIDADE ANALÍTICA Edmund Burke, pensador inglês de visão conservadora, ao analisar os perigos da Revolução Francesa para a sociedade burguesa, afirmava que somente uma elite tinha o grau de racionalidade e de capacidade analítica necessária para compreender o que convinha ao bem comum. Afirmava ainda que a propriedade garantia a liberdade, mas exigia a desigualdade. OS PARTIDOS Muitas pessoas também pensam que só se pode fazer política institucional por meio dos partidos políticos. Mas os partidos nasceram por causa da pressão exercida por quem não tinha acesso ao Parlamento. No início do Estado liberal a ideia de partido era inaceitável, pois se considera que o Parlamento devia ter unidade de formação e pensamento, não comportando divisões ou “partes” (o que a palavra “partido” expressa). DEMOCRACIA E DIREITOS O pensador francês Claude Lefort, em seu livro, ‘A invenção da democrática’ (1963), afirma que é uma aberração considerar a democracia uma criação da burguesia. Essa classe sempre procurou impedir que o liberalismo se tornasse democrático, limitando o sufrágio universal e a ampliação de direitos, como os de associação e de greve, e criando outras tantas artimanhas para excluir a maior parte da população da participação nas decisões políticas. Por isso, para ele, a democracia é a criação continua de novos direitos. Não é apenas consenso, mais principalmente dissenso. CRITÉRIOS DA DEMOCRACIA REPRESENTATIVA • eleições competitivas, livres e limpas para o Legislativo e o Executivo; • direito de voto universal; • proteção e garantia das liberdades civis e dos direitos políticos mediante instituições sólidas; • controle efetivo das instituições legais e de segurança e repressão. AS DUAS IMAGENS DA DEMOCRACIA O sociólogo português Boaventura de Sousa Santos propõe outros elementos para analisar a questão da democracia e da representação. Ele afirma que a democracia no mundo contemporâneo nos oferece duas imagens muito contrastantes. Por outro lado, a democracia representativa é considerada internacionalmente o único regime politico legítimo. Por outro, existem sinais de que os regimes democráticos, nos últimos vinte, traíram as expectativas da maioria da população, principalmente das classes populares. As revelações mais frequentes de corrupção permitem concluir que alguns governantes legitimamente eleitos usam o mandato para enriquecer a custa do povo e dos contribuintes.