SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 22
Arte Indígena
Índia Kadiwéu, foto da Coleção Boggiani/1902
Panorama geral
●Cada tribo tem sua perspectiva e seu universo cultural.
●Antes de Cabral, já haviam várias brigas por territórios.
●Com a chegada dos portugueses ocorreram as “guerras justas”
●Com a vinda dos jesuítas para o Brasil (XVI) os índios estariam “protegidos”?
Povos e lugares
●Tupinambás / tupis: designava os
povos que, pela semelhança de língua
e costumes, predominavam no litoral
no século XVI.
●Tapuias: correspondia aos "outros"
grupos. Isto é, aos que não falavam a
língua que os jesuítas chamaram de
"língua geral" ou "língua mais usada
na costa do Brasil", como se
expressou Anchieta, o primeiro a
compor uma gramática da língua tupi.
Os gêneros artísticos
●Diferentes instrumentos para furar, lixar, polir, cortar, raspar.
●Grande habilidades manual
●Os gêneros de mais alto interesse na arte indígena brasileira são: A arte
plumária, pintura corporal (ligados ao embelezamento do corpo), as artes líticas e
os trançados e a cerâmica.
Arte lítica
●Produção em pedras
●Machados de pedra, cunhas, objetos para cortar e furar, entre outros utensílios
desapareceram, foram substituídos por nossas criações metálicas.
○Por um lado temos as questões de facilidade, por outro temos a perda da autonomia cultural.
●A arte lítica da lugar a técnicas de cópias
Tecidos e os trançados
●Usavam de folhas, fibras, cipós para produzir e fiar barbantes e cordas,
trançados e cestos, peneiras, abanos, esteiras, redes e faixas.
●Prática comum a todos os índios, de uma forma ou outra.
●Fazem parte dessa arte as vestimentas e também as máscaras
●Normalmente esse tipo de manifestação artística ganhava pintura, além de
apresentar diversos tipos de trançados trazendo diversos desenhos diferentes.
Baniwas
●Destacam-se pelos trançados enxadrezados.
●Vasta fabricação de cestarias
●Os Baniwa entraram em contato com os colonizadores europeus no início do século 18, foram
perseguidos e escravizados por espanhóis e portugueses, boa parte da sua população foi
dizimada por epidemias de sarampo e varíola, trazidas pelos brancos.
●A partir de 1870, com o boom da borracha, foram explorados por patrões do extrativismo nos
seringais do baixo Rio Negro.
●No século XX, chegaram na região do Rio Negro e afluentes os missionários católicos
salesianos e suas escolas civilizadoras. No final da década de 40, Sophie Muller, uma missionária
evangélica norte-americana da Missão Novas Tribos, iniciou a evangelização dos Curipaco na
Colômbia e chegou aos Baniwa. O mundo Baniwa se dividiu entre católicos e evangélicos.
Cesto trançado, região do
rio Branco, talas de
arumã, 43x40 cm. Museu
nacional do Rio de Janeiro
Waláya Baniwa: Os waláya aparecem na
mitologia e nos rituais de iniciação das meninas
e meninos baniwa. Tradicionalmente, os
meninos aprendem a fazer cestas deste tipo e
ofertá-las às suas amigas rituais, ao término do
período de reclusão.
●Cesto Urutu: cesto utilizado para reservar
massa de mandioca (antes e depois de
espremer no tipiti) e também para guardar
farinha, beiju e roupas.
●Peneira Baniwa, utilizada na cultura
principalmente para o tratamento da
farinha e beiju
Padrão de trançado (detalhe de uma
peneira), Baniwa, feito com talas de
arumã. Museu Nacional do Rio de
Janeiro
Karajás ou Iny
●Habitam a ilha do bananal e o vale do rio Aragaya (região central do Brasil).
●Se dividem em três grandes grupos: Xambioá, Karajá e Javaé
●Sua produção cerâmica é bastante acentuada.
●Licocós: Figuras humanóides feitas em cerâmica. Se assemelham as
representações das vênus do paleolítico europeu.
○Evidenciam a representação das nádegas, coxas e pernas. Representam as vestimentas (tanga
feminina de entrecasca e adornos dos homens)
○São feitas por mulheres
○Esses objetos visam mais a representação da cultura Karajá do que a representação humana
Vênus de Willendorf. Pedra, 10.000 a
15.000 a.C., 12 cm – encontrada na Áustria,
Museu da História Natural de Viena, Áustria
Lococó, estilo clássico,
Karajá, cerâmica, 8cm
de altura, Museu Goeldi,
Belém
Karajás ou Iny
●Licocós antigos: feitos com padrões
mais rígidos, pobreza temática. Não
eram cozidos.
●Licocós modernos: prezam pela
variação, alteração, fantasias,
retratação da vida diária
representando cenas de danças
matrimoniais, caça, pesca. Existe
também a retratação de humanos ou
bichos com duas ou três cabeças.
Mudança dos consumidores
Licocó estilo clássico,
Karajá, cerâmica , Museu
Goeldi, Belém
Licocó Karajá, Mulher e
Criança, Cerâmica
Licocó Karajá, Luta com
jacaré, Cerâmica
Licocó Karajá, Aruanã,
Cerâmica
Licocó Karajá, Ser de três cabeças, cerâmica
Licocó Karajá, Guerreiro,
cerâmica
Kadiwél
●Se pintam porque não são bichos, são gente.
●São bastante orgulhosos, ao contrário de várias tribos já “aculturados”
●Usam de padrões muito elaborados de pintura no rosto e corpo.
●Desenhos abstratos e complexos
●Além do corpo eles também enfeitam couro, esteiras e abanicos
●Arte feita por mulheres e essas são reconhecidas e reverenciadas por toda tribo
●Dizem que os kudinas também eram grandes desenhistas
Desenhos de Anoã. Padrão de pintura de rosto
Desenhos de Anoã, padrões de pintura do corpo. Kadiwéll
Kadiwél
●Pintura com jenipapo: Mastigavam capim ou um graveto até soltar as fibras,
molhavam no jenipapo e pintavam os corpos
●A pintura é totalmente abstrata
●Variações de padrões
●As mulheres usavam alguns padrões nas coxas como forma de sedução, uma
vez que apareciam apenas em partes.
●Os desenhos não representam letras, ou imagens ou figurações.
●Vários estudiosos procuraram por padrões, mas a pintura é essencialmente
abstrata
Desenhos eróticos, as mulheres usam na parte de dentro das coxas.
Retratações de Boggiani
●Guido Boggiani nasceu em Omegna, no norte da Itália, em 1861. Além de
fotógrafo, foi artista plástico, comerciante, viajante, etnógrafo e lingüista. Em 1887
realizou sua primeira viagem à Argentina, seguida, um ano depois, à Assunção,
no Paraguai.
●Em 1902, a pedido da comunidade italiana de Assunção, um grupo parte em
busca do paradeiro de Boggiani, que estava há meses sem dar notícias.
Encontram seus restos e de seu ajudante Felix Gavilán decapitados,
supostamente para que sua alma não pudesse retornar ao seu corpo e causar
males após sua morte. Seus objetos pessoais e de pesquisa, aparentemente pelo
mesmo motivo, também foram destruídos e enterrados.
Fotografias de
Boggiani, índias
Cadiwéll (1902)

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados (20)

Arte africana
Arte africanaArte africana
Arte africana
 
Arte africana
Arte africanaArte africana
Arte africana
 
Arte Africana
Arte AfricanaArte Africana
Arte Africana
 
Arte africana ndebele
Arte africana ndebeleArte africana ndebele
Arte africana ndebele
 
Arte africana
Arte africanaArte africana
Arte africana
 
Arte de áfrica
Arte de áfricaArte de áfrica
Arte de áfrica
 
Influências da arte africana mascaras
Influências da arte africana  mascarasInfluências da arte africana  mascaras
Influências da arte africana mascaras
 
Artes visuais afro brasileira (síntese)
Artes visuais afro brasileira (síntese)Artes visuais afro brasileira (síntese)
Artes visuais afro brasileira (síntese)
 
Barroco no Brasil 8 ano
Barroco no Brasil 8 anoBarroco no Brasil 8 ano
Barroco no Brasil 8 ano
 
História da Arte no Brasil
História da Arte no BrasilHistória da Arte no Brasil
História da Arte no Brasil
 
Máscaras
MáscarasMáscaras
Máscaras
 
Cultura afro brasileira máscaras
Cultura afro brasileira   máscarasCultura afro brasileira   máscaras
Cultura afro brasileira máscaras
 
Material didatico
Material didaticoMaterial didatico
Material didatico
 
Arte primitiva africana
Arte primitiva africanaArte primitiva africana
Arte primitiva africana
 
História da Arte: Arte indígena brasileira
História da Arte: Arte indígena brasileiraHistória da Arte: Arte indígena brasileira
História da Arte: Arte indígena brasileira
 
Questões Arte
Questões ArteQuestões Arte
Questões Arte
 
Slide africa brasil 2
Slide africa brasil 2Slide africa brasil 2
Slide africa brasil 2
 
Apresentação artes visuais – arte brasileira
Apresentação   artes visuais – arte brasileiraApresentação   artes visuais – arte brasileira
Apresentação artes visuais – arte brasileira
 
3351572 artes-apostila-de-arte-tarsila
3351572 artes-apostila-de-arte-tarsila3351572 artes-apostila-de-arte-tarsila
3351572 artes-apostila-de-arte-tarsila
 
A arte rupestre no brasil
A arte rupestre no brasilA arte rupestre no brasil
A arte rupestre no brasil
 

Semelhante a A arte indígena brasileira e suas manifestações

8o. ano continuação 1º arte pré-colombiana e arte pré-cabralina-34 slides-
8o. ano   continuação 1º arte pré-colombiana e arte pré-cabralina-34 slides-8o. ano   continuação 1º arte pré-colombiana e arte pré-cabralina-34 slides-
8o. ano continuação 1º arte pré-colombiana e arte pré-cabralina-34 slides-ArtesElisa
 
História da Arte Brasileira: Contemporaneidade - Introdução
História da Arte Brasileira: Contemporaneidade - IntroduçãoHistória da Arte Brasileira: Contemporaneidade - Introdução
História da Arte Brasileira: Contemporaneidade - IntroduçãoPaula Poiet
 
Texto arte indigena
Texto arte indigenaTexto arte indigena
Texto arte indigenaLaís Paiva
 
INDUMENTÁRIA NO BRASIL
INDUMENTÁRIA NO BRASILINDUMENTÁRIA NO BRASIL
INDUMENTÁRIA NO BRASILOdair Tuono
 
Arte tradicional, escultura e culinária brasileira
Arte tradicional, escultura e culinária brasileiraArte tradicional, escultura e culinária brasileira
Arte tradicional, escultura e culinária brasileirasarahlaissa
 
Revisão - História da Arte Brasileira
Revisão - História da Arte BrasileiraRevisão - História da Arte Brasileira
Revisão - História da Arte Brasileiraescola
 
Maria Clara Nasser e Amanda Leal
Maria Clara Nasser  e Amanda LealMaria Clara Nasser  e Amanda Leal
Maria Clara Nasser e Amanda Lealleopalasjh
 
Arte Rupestre Brasileira
Arte Rupestre BrasileiraArte Rupestre Brasileira
Arte Rupestre BrasileiraRobson Ferraz
 
Trabalho de literatura
Trabalho de literaturaTrabalho de literatura
Trabalho de literaturaValkiria Marks
 
Raizes_Culturais_Brasileiras__Africanos__ensino_basico.pdf
Raizes_Culturais_Brasileiras__Africanos__ensino_basico.pdfRaizes_Culturais_Brasileiras__Africanos__ensino_basico.pdf
Raizes_Culturais_Brasileiras__Africanos__ensino_basico.pdfMaria Claudia F.Graca
 
A arte brasileira no final do império e inicio da república
A arte brasileira no final do império e inicio da repúblicaA arte brasileira no final do império e inicio da república
A arte brasileira no final do império e inicio da repúblicaCéu Barros
 
Representação do negro nas artes plásticas
Representação do negro nas artes plásticasRepresentação do negro nas artes plásticas
Representação do negro nas artes plásticasCEF16
 

Semelhante a A arte indígena brasileira e suas manifestações (20)

8o. ano continuação 1º arte pré-colombiana e arte pré-cabralina-34 slides-
8o. ano   continuação 1º arte pré-colombiana e arte pré-cabralina-34 slides-8o. ano   continuação 1º arte pré-colombiana e arte pré-cabralina-34 slides-
8o. ano continuação 1º arte pré-colombiana e arte pré-cabralina-34 slides-
 
História da Arte Brasileira: Contemporaneidade - Introdução
História da Arte Brasileira: Contemporaneidade - IntroduçãoHistória da Arte Brasileira: Contemporaneidade - Introdução
História da Arte Brasileira: Contemporaneidade - Introdução
 
1 arte brasileira-voz
1 arte brasileira-voz1 arte brasileira-voz
1 arte brasileira-voz
 
Aula 6 arte brasileira-2020
Aula 6 arte brasileira-2020Aula 6 arte brasileira-2020
Aula 6 arte brasileira-2020
 
7ºano.pdfslideshare
7ºano.pdfslideshare7ºano.pdfslideshare
7ºano.pdfslideshare
 
11 arte brasileira 2020
11 arte brasileira 202011 arte brasileira 2020
11 arte brasileira 2020
 
Texto arte indigena
Texto arte indigenaTexto arte indigena
Texto arte indigena
 
INDUMENTÁRIA NO BRASIL
INDUMENTÁRIA NO BRASILINDUMENTÁRIA NO BRASIL
INDUMENTÁRIA NO BRASIL
 
Aula 5 art em
Aula 5   art emAula 5   art em
Aula 5 art em
 
Arte tradicional, escultura e culinária brasileira
Arte tradicional, escultura e culinária brasileiraArte tradicional, escultura e culinária brasileira
Arte tradicional, escultura e culinária brasileira
 
Revisão - História da Arte Brasileira
Revisão - História da Arte BrasileiraRevisão - História da Arte Brasileira
Revisão - História da Arte Brasileira
 
História da arte no Brasil
História da arte no BrasilHistória da arte no Brasil
História da arte no Brasil
 
Maria Clara Nasser e Amanda Leal
Maria Clara Nasser  e Amanda LealMaria Clara Nasser  e Amanda Leal
Maria Clara Nasser e Amanda Leal
 
A história da gravura
A história da gravuraA história da gravura
A história da gravura
 
Arte Rupestre Brasileira
Arte Rupestre BrasileiraArte Rupestre Brasileira
Arte Rupestre Brasileira
 
Trabalho de literatura
Trabalho de literaturaTrabalho de literatura
Trabalho de literatura
 
Raizes_Culturais_Brasileiras__Africanos__ensino_basico.pdf
Raizes_Culturais_Brasileiras__Africanos__ensino_basico.pdfRaizes_Culturais_Brasileiras__Africanos__ensino_basico.pdf
Raizes_Culturais_Brasileiras__Africanos__ensino_basico.pdf
 
A arte brasileira no final do império e inicio da república
A arte brasileira no final do império e inicio da repúblicaA arte brasileira no final do império e inicio da república
A arte brasileira no final do império e inicio da república
 
A arte na Pré-História
A arte na Pré-HistóriaA arte na Pré-História
A arte na Pré-História
 
Representação do negro nas artes plásticas
Representação do negro nas artes plásticasRepresentação do negro nas artes plásticas
Representação do negro nas artes plásticas
 

Mais de Paula Poiet

Drawing faces - Portrait
Drawing faces - Portrait Drawing faces - Portrait
Drawing faces - Portrait Paula Poiet
 
Colours pencils strawberry
Colours pencils strawberryColours pencils strawberry
Colours pencils strawberryPaula Poiet
 
Golden Ratio: Definitions and Applications on Graphical Representations
Golden Ratio: Definitions and Applications on Graphical Representations Golden Ratio: Definitions and Applications on Graphical Representations
Golden Ratio: Definitions and Applications on Graphical Representations Paula Poiet
 
DdO - Modelo corpo
DdO - Modelo corpoDdO - Modelo corpo
DdO - Modelo corpoPaula Poiet
 
História da Arte Brasileira: Contemporaneidade - Aulas 2 - 3 e 4
História da Arte Brasileira: Contemporaneidade - Aulas 2 - 3 e 4História da Arte Brasileira: Contemporaneidade - Aulas 2 - 3 e 4
História da Arte Brasileira: Contemporaneidade - Aulas 2 - 3 e 4Paula Poiet
 
História da Arte Brasileira: Contemporaneidade - Abstração informal
História da Arte Brasileira: Contemporaneidade - Abstração informalHistória da Arte Brasileira: Contemporaneidade - Abstração informal
História da Arte Brasileira: Contemporaneidade - Abstração informalPaula Poiet
 
História da Arte Brasileira: Contemporaneidade - Instituições de arte
História da Arte Brasileira: Contemporaneidade - Instituições de arteHistória da Arte Brasileira: Contemporaneidade - Instituições de arte
História da Arte Brasileira: Contemporaneidade - Instituições de artePaula Poiet
 
História da Arte Brasileira (Pré Cabralino ao Academicismo): arte acadêmicas ...
História da Arte Brasileira (Pré Cabralino ao Academicismo): arte acadêmicas ...História da Arte Brasileira (Pré Cabralino ao Academicismo): arte acadêmicas ...
História da Arte Brasileira (Pré Cabralino ao Academicismo): arte acadêmicas ...Paula Poiet
 
História da Arte Brasileira (Pré Cabralino ao Academicismo): Barroco Brasilei...
História da Arte Brasileira (Pré Cabralino ao Academicismo): Barroco Brasilei...História da Arte Brasileira (Pré Cabralino ao Academicismo): Barroco Brasilei...
História da Arte Brasileira (Pré Cabralino ao Academicismo): Barroco Brasilei...Paula Poiet
 
História da Arte Brasileira (Pré Cabralino ao Academicismo): Barroco Brasilei...
História da Arte Brasileira (Pré Cabralino ao Academicismo): Barroco Brasilei...História da Arte Brasileira (Pré Cabralino ao Academicismo): Barroco Brasilei...
História da Arte Brasileira (Pré Cabralino ao Academicismo): Barroco Brasilei...Paula Poiet
 
História da Arte Brasileira (Pré Cabralino ao Academicismo): Introdução
História da Arte Brasileira (Pré Cabralino ao Academicismo): IntroduçãoHistória da Arte Brasileira (Pré Cabralino ao Academicismo): Introdução
História da Arte Brasileira (Pré Cabralino ao Academicismo): IntroduçãoPaula Poiet
 
História da Arte Brasileira (Pré Cabralino ao Academicismo): Barroco Brasilei...
História da Arte Brasileira (Pré Cabralino ao Academicismo): Barroco Brasilei...História da Arte Brasileira (Pré Cabralino ao Academicismo): Barroco Brasilei...
História da Arte Brasileira (Pré Cabralino ao Academicismo): Barroco Brasilei...Paula Poiet
 
História da Arte Brasileira (Pré Cabralino ao Academicismo): Barroco Brasilei...
História da Arte Brasileira (Pré Cabralino ao Academicismo): Barroco Brasilei...História da Arte Brasileira (Pré Cabralino ao Academicismo): Barroco Brasilei...
História da Arte Brasileira (Pré Cabralino ao Academicismo): Barroco Brasilei...Paula Poiet
 
3 História da Arte Brasileira (Pré Cabralino ao Academicismo): O Brasil Imagi...
3 História da Arte Brasileira (Pré Cabralino ao Academicismo): O Brasil Imagi...3 História da Arte Brasileira (Pré Cabralino ao Academicismo): O Brasil Imagi...
3 História da Arte Brasileira (Pré Cabralino ao Academicismo): O Brasil Imagi...Paula Poiet
 
História da Arte Brasileira (Pré Cabralino ao Academicismo): Artistas viajantes
História da Arte Brasileira (Pré Cabralino ao Academicismo): Artistas viajantesHistória da Arte Brasileira (Pré Cabralino ao Academicismo): Artistas viajantes
História da Arte Brasileira (Pré Cabralino ao Academicismo): Artistas viajantesPaula Poiet
 
História da Arte Brasileira (Pré Cabralino ao Academicismo): O Brasil dos jes...
História da Arte Brasileira (Pré Cabralino ao Academicismo): O Brasil dos jes...História da Arte Brasileira (Pré Cabralino ao Academicismo): O Brasil dos jes...
História da Arte Brasileira (Pré Cabralino ao Academicismo): O Brasil dos jes...Paula Poiet
 
6 - História da Arte IV: Abstração pós-pictórica
6 - História da Arte IV: Abstração pós-pictórica6 - História da Arte IV: Abstração pós-pictórica
6 - História da Arte IV: Abstração pós-pictóricaPaula Poiet
 

Mais de Paula Poiet (20)

Pontilhismo
PontilhismoPontilhismo
Pontilhismo
 
Drawing faces - Portrait
Drawing faces - Portrait Drawing faces - Portrait
Drawing faces - Portrait
 
Gouache
GouacheGouache
Gouache
 
Colours pencils strawberry
Colours pencils strawberryColours pencils strawberry
Colours pencils strawberry
 
White charcoal
White charcoalWhite charcoal
White charcoal
 
Golden Ratio: Definitions and Applications on Graphical Representations
Golden Ratio: Definitions and Applications on Graphical Representations Golden Ratio: Definitions and Applications on Graphical Representations
Golden Ratio: Definitions and Applications on Graphical Representations
 
DdO - Modelo corpo
DdO - Modelo corpoDdO - Modelo corpo
DdO - Modelo corpo
 
História da Arte Brasileira: Contemporaneidade - Aulas 2 - 3 e 4
História da Arte Brasileira: Contemporaneidade - Aulas 2 - 3 e 4História da Arte Brasileira: Contemporaneidade - Aulas 2 - 3 e 4
História da Arte Brasileira: Contemporaneidade - Aulas 2 - 3 e 4
 
História da Arte Brasileira: Contemporaneidade - Abstração informal
História da Arte Brasileira: Contemporaneidade - Abstração informalHistória da Arte Brasileira: Contemporaneidade - Abstração informal
História da Arte Brasileira: Contemporaneidade - Abstração informal
 
História da Arte Brasileira: Contemporaneidade - Instituições de arte
História da Arte Brasileira: Contemporaneidade - Instituições de arteHistória da Arte Brasileira: Contemporaneidade - Instituições de arte
História da Arte Brasileira: Contemporaneidade - Instituições de arte
 
História da Arte Brasileira (Pré Cabralino ao Academicismo): arte acadêmicas ...
História da Arte Brasileira (Pré Cabralino ao Academicismo): arte acadêmicas ...História da Arte Brasileira (Pré Cabralino ao Academicismo): arte acadêmicas ...
História da Arte Brasileira (Pré Cabralino ao Academicismo): arte acadêmicas ...
 
História da Arte Brasileira (Pré Cabralino ao Academicismo): Barroco Brasilei...
História da Arte Brasileira (Pré Cabralino ao Academicismo): Barroco Brasilei...História da Arte Brasileira (Pré Cabralino ao Academicismo): Barroco Brasilei...
História da Arte Brasileira (Pré Cabralino ao Academicismo): Barroco Brasilei...
 
História da Arte Brasileira (Pré Cabralino ao Academicismo): Barroco Brasilei...
História da Arte Brasileira (Pré Cabralino ao Academicismo): Barroco Brasilei...História da Arte Brasileira (Pré Cabralino ao Academicismo): Barroco Brasilei...
História da Arte Brasileira (Pré Cabralino ao Academicismo): Barroco Brasilei...
 
História da Arte Brasileira (Pré Cabralino ao Academicismo): Introdução
História da Arte Brasileira (Pré Cabralino ao Academicismo): IntroduçãoHistória da Arte Brasileira (Pré Cabralino ao Academicismo): Introdução
História da Arte Brasileira (Pré Cabralino ao Academicismo): Introdução
 
História da Arte Brasileira (Pré Cabralino ao Academicismo): Barroco Brasilei...
História da Arte Brasileira (Pré Cabralino ao Academicismo): Barroco Brasilei...História da Arte Brasileira (Pré Cabralino ao Academicismo): Barroco Brasilei...
História da Arte Brasileira (Pré Cabralino ao Academicismo): Barroco Brasilei...
 
História da Arte Brasileira (Pré Cabralino ao Academicismo): Barroco Brasilei...
História da Arte Brasileira (Pré Cabralino ao Academicismo): Barroco Brasilei...História da Arte Brasileira (Pré Cabralino ao Academicismo): Barroco Brasilei...
História da Arte Brasileira (Pré Cabralino ao Academicismo): Barroco Brasilei...
 
3 História da Arte Brasileira (Pré Cabralino ao Academicismo): O Brasil Imagi...
3 História da Arte Brasileira (Pré Cabralino ao Academicismo): O Brasil Imagi...3 História da Arte Brasileira (Pré Cabralino ao Academicismo): O Brasil Imagi...
3 História da Arte Brasileira (Pré Cabralino ao Academicismo): O Brasil Imagi...
 
História da Arte Brasileira (Pré Cabralino ao Academicismo): Artistas viajantes
História da Arte Brasileira (Pré Cabralino ao Academicismo): Artistas viajantesHistória da Arte Brasileira (Pré Cabralino ao Academicismo): Artistas viajantes
História da Arte Brasileira (Pré Cabralino ao Academicismo): Artistas viajantes
 
História da Arte Brasileira (Pré Cabralino ao Academicismo): O Brasil dos jes...
História da Arte Brasileira (Pré Cabralino ao Academicismo): O Brasil dos jes...História da Arte Brasileira (Pré Cabralino ao Academicismo): O Brasil dos jes...
História da Arte Brasileira (Pré Cabralino ao Academicismo): O Brasil dos jes...
 
6 - História da Arte IV: Abstração pós-pictórica
6 - História da Arte IV: Abstração pós-pictórica6 - História da Arte IV: Abstração pós-pictórica
6 - História da Arte IV: Abstração pós-pictórica
 

A arte indígena brasileira e suas manifestações

  • 1. Arte Indígena Índia Kadiwéu, foto da Coleção Boggiani/1902
  • 2. Panorama geral ●Cada tribo tem sua perspectiva e seu universo cultural. ●Antes de Cabral, já haviam várias brigas por territórios. ●Com a chegada dos portugueses ocorreram as “guerras justas” ●Com a vinda dos jesuítas para o Brasil (XVI) os índios estariam “protegidos”?
  • 3. Povos e lugares ●Tupinambás / tupis: designava os povos que, pela semelhança de língua e costumes, predominavam no litoral no século XVI. ●Tapuias: correspondia aos "outros" grupos. Isto é, aos que não falavam a língua que os jesuítas chamaram de "língua geral" ou "língua mais usada na costa do Brasil", como se expressou Anchieta, o primeiro a compor uma gramática da língua tupi.
  • 4. Os gêneros artísticos ●Diferentes instrumentos para furar, lixar, polir, cortar, raspar. ●Grande habilidades manual ●Os gêneros de mais alto interesse na arte indígena brasileira são: A arte plumária, pintura corporal (ligados ao embelezamento do corpo), as artes líticas e os trançados e a cerâmica.
  • 5. Arte lítica ●Produção em pedras ●Machados de pedra, cunhas, objetos para cortar e furar, entre outros utensílios desapareceram, foram substituídos por nossas criações metálicas. ○Por um lado temos as questões de facilidade, por outro temos a perda da autonomia cultural. ●A arte lítica da lugar a técnicas de cópias
  • 6. Tecidos e os trançados ●Usavam de folhas, fibras, cipós para produzir e fiar barbantes e cordas, trançados e cestos, peneiras, abanos, esteiras, redes e faixas. ●Prática comum a todos os índios, de uma forma ou outra. ●Fazem parte dessa arte as vestimentas e também as máscaras ●Normalmente esse tipo de manifestação artística ganhava pintura, além de apresentar diversos tipos de trançados trazendo diversos desenhos diferentes.
  • 7. Baniwas ●Destacam-se pelos trançados enxadrezados. ●Vasta fabricação de cestarias ●Os Baniwa entraram em contato com os colonizadores europeus no início do século 18, foram perseguidos e escravizados por espanhóis e portugueses, boa parte da sua população foi dizimada por epidemias de sarampo e varíola, trazidas pelos brancos. ●A partir de 1870, com o boom da borracha, foram explorados por patrões do extrativismo nos seringais do baixo Rio Negro. ●No século XX, chegaram na região do Rio Negro e afluentes os missionários católicos salesianos e suas escolas civilizadoras. No final da década de 40, Sophie Muller, uma missionária evangélica norte-americana da Missão Novas Tribos, iniciou a evangelização dos Curipaco na Colômbia e chegou aos Baniwa. O mundo Baniwa se dividiu entre católicos e evangélicos.
  • 8. Cesto trançado, região do rio Branco, talas de arumã, 43x40 cm. Museu nacional do Rio de Janeiro Waláya Baniwa: Os waláya aparecem na mitologia e nos rituais de iniciação das meninas e meninos baniwa. Tradicionalmente, os meninos aprendem a fazer cestas deste tipo e ofertá-las às suas amigas rituais, ao término do período de reclusão.
  • 9. ●Cesto Urutu: cesto utilizado para reservar massa de mandioca (antes e depois de espremer no tipiti) e também para guardar farinha, beiju e roupas.
  • 10. ●Peneira Baniwa, utilizada na cultura principalmente para o tratamento da farinha e beiju Padrão de trançado (detalhe de uma peneira), Baniwa, feito com talas de arumã. Museu Nacional do Rio de Janeiro
  • 11. Karajás ou Iny ●Habitam a ilha do bananal e o vale do rio Aragaya (região central do Brasil). ●Se dividem em três grandes grupos: Xambioá, Karajá e Javaé ●Sua produção cerâmica é bastante acentuada. ●Licocós: Figuras humanóides feitas em cerâmica. Se assemelham as representações das vênus do paleolítico europeu. ○Evidenciam a representação das nádegas, coxas e pernas. Representam as vestimentas (tanga feminina de entrecasca e adornos dos homens) ○São feitas por mulheres ○Esses objetos visam mais a representação da cultura Karajá do que a representação humana
  • 12. Vênus de Willendorf. Pedra, 10.000 a 15.000 a.C., 12 cm – encontrada na Áustria, Museu da História Natural de Viena, Áustria Lococó, estilo clássico, Karajá, cerâmica, 8cm de altura, Museu Goeldi, Belém
  • 13. Karajás ou Iny ●Licocós antigos: feitos com padrões mais rígidos, pobreza temática. Não eram cozidos. ●Licocós modernos: prezam pela variação, alteração, fantasias, retratação da vida diária representando cenas de danças matrimoniais, caça, pesca. Existe também a retratação de humanos ou bichos com duas ou três cabeças. Mudança dos consumidores Licocó estilo clássico, Karajá, cerâmica , Museu Goeldi, Belém
  • 14. Licocó Karajá, Mulher e Criança, Cerâmica Licocó Karajá, Luta com jacaré, Cerâmica Licocó Karajá, Aruanã, Cerâmica
  • 15. Licocó Karajá, Ser de três cabeças, cerâmica Licocó Karajá, Guerreiro, cerâmica
  • 16. Kadiwél ●Se pintam porque não são bichos, são gente. ●São bastante orgulhosos, ao contrário de várias tribos já “aculturados” ●Usam de padrões muito elaborados de pintura no rosto e corpo. ●Desenhos abstratos e complexos ●Além do corpo eles também enfeitam couro, esteiras e abanicos ●Arte feita por mulheres e essas são reconhecidas e reverenciadas por toda tribo ●Dizem que os kudinas também eram grandes desenhistas
  • 17. Desenhos de Anoã. Padrão de pintura de rosto
  • 18. Desenhos de Anoã, padrões de pintura do corpo. Kadiwéll
  • 19. Kadiwél ●Pintura com jenipapo: Mastigavam capim ou um graveto até soltar as fibras, molhavam no jenipapo e pintavam os corpos ●A pintura é totalmente abstrata ●Variações de padrões ●As mulheres usavam alguns padrões nas coxas como forma de sedução, uma vez que apareciam apenas em partes.
  • 20. ●Os desenhos não representam letras, ou imagens ou figurações. ●Vários estudiosos procuraram por padrões, mas a pintura é essencialmente abstrata Desenhos eróticos, as mulheres usam na parte de dentro das coxas.
  • 21. Retratações de Boggiani ●Guido Boggiani nasceu em Omegna, no norte da Itália, em 1861. Além de fotógrafo, foi artista plástico, comerciante, viajante, etnógrafo e lingüista. Em 1887 realizou sua primeira viagem à Argentina, seguida, um ano depois, à Assunção, no Paraguai. ●Em 1902, a pedido da comunidade italiana de Assunção, um grupo parte em busca do paradeiro de Boggiani, que estava há meses sem dar notícias. Encontram seus restos e de seu ajudante Felix Gavilán decapitados, supostamente para que sua alma não pudesse retornar ao seu corpo e causar males após sua morte. Seus objetos pessoais e de pesquisa, aparentemente pelo mesmo motivo, também foram destruídos e enterrados.

Notas do Editor

  1. Cada povo se especializava em trabalhar com os materiais disponíveis nas regiões onde viviam. Reforma protestante e contra-reforma (XVI) (Portugal e Espanha foram menos afetadas pela reforma protestante)
  2. Poucas tribos intocadas foram observadas fazendo suas próprias ferramentas. A arte indígena dava formas as suas ferramentas (muiraquitãs por exemplo), era forte o caráter representacional. E se torna um mecanismo de cópia.
  3. A partir dos anos 70 os baniwa se endividaram com extrativistas e tiveram acesso a roupas, armas de fogo e outras coisas industrializadas. 1997/98 o governo lhes reconheceu e deu terras protegidas. Ainda hoje eles trabalham com a criação de cestarias para o comércio.
  4. Arumã: espécie de cana
  5. Tipiti é uma espécie de prensa ou espremedor de palha trançada usado para escorrer e secar raízes, normalmente mandioca Sem desenhos
  6. Iny é a denominação que eles próprios se dão. Entrecasca é a casca mais interna das árvores
  7. Constatado a partir de estudos das várias peças encontradas. O cozimento trouxe a possibilidade de transportar para mercados distantes E criar posições mais complexas.
  8. Aruanã: Local onde foi feita.
  9. Acredita-se que houve essa mudança devido ao mercado e influência das culturas colonizadoras. Hoje os karajás visam atender a um mercado com esses trabalhos Pintura corporal: pintura mais simples, normalmente linhas, levam no zigoma um círculo preto tatuado a fogo.
  10. Abanicos: leques Kudinas: homens que se vestiam e portavam como mulheres, sentando, comendo e falando como as mulheres. Até mesmo ficavam reclusos mensalmente com as mulheres menstruadas e participar das fofocas da aldeia.
  11. Anoão tinhas 60 anos e era casada com um rapaz de 24. Era bastante simpática e reproduziu vários padrões aos estudiosos que procuravam estudar a cultura Kadiwél