1) O próton de hidrogênio é abundante no corpo humano e possui propriedades magnéticas que permitem sua detecção por ressonância magnética. 2) Diferentes ponderações (T1, T2, DP) fornecem contraste em tecidos normais e patológicos de forma distinta. 3) A ressonância magnética de músculo esquelético e coluna vertebral utiliza múltiplas sequências para melhor caracterizar lesões e anatomia.
1. Resumão: Prótons de Hidrogênio – Porque utilizamo-lo em RM? - É o próton mais
abundante do corpo humano: pois somos formados de 65 a70% de H2O – 2 prótons de
hidrogênio; - Possui propriedade de um imã (núcleos c/ nº ímpares de prótons e/ou nêutrons,
apresentam um momento magnético, e qdo estão em movimento se comporta como um
magneto); - Possui a maior razão giromagnética 42,6 MHz/T
Características das Ponderações:
T1: TR: < 700ms(curto) / TE: < 40ms(curto)
T2: TR: >2.000 a 4.000ms aproximadamente(longo) / TE: > 80 à 120ms(longo)
DP: TR: 800 a 1.500ms(longo) / TE: < 40ms (curto)
Resumo das características de contraste na anatomia normal e patológica:
Ausência de sinal (Em T1/ T2): - Ar, sangue c/ fluxo rápido, ligamentos, tendões, osso
cortical, tecido cicatricial e calcificação.
Hipersinal em T1: Gordura, hemangioma, lipoma intra-ósseo, após radioterapia (tecido),
depósito de gordura por degeneração, metemoglobina, cistos c/ líquido proteináceo, meios de
contraste paramagnético, sangue c/ fluxo lento, retinoblastoma, mielinização, melanina,
colesterol líquido, fluidos hiperproteicos, hemorragia subaguda (meta-hemoglobina intra e
extracelulares) e efeitos paramagnéticos;
Hiposinal em T1: Osso cortical, MAV (má-formação AV), infarto, infecção, tumores, esclerose,
cistos, calcificação, fluxo, água (moléculas livres –ex. líquor), água (moléculas ligadas a
proteínas – ex.edema), hemossiderina, ferro, fibrose e hematoma na fase aguda (desoxi-
hemoglobina).
Hipersinal em T2:Líquor, líquido sinovial, hemangioma, infecção, inflamação, edema, alguns
tumores, hemorragia, sangue c/ fluxo lento, cistos, água livre ou ligada a proteínas e hematoma
na fase subaguda (metahemoglobina extracelular).
Hiposinal em T2: Osso cortical, ilhotas ósseas, desoxi-hemoglobina, hemossiderina,
calcificação, ferro, melanina, mielinização, fibrose, fungo (Ca++, Mn++) e hematoma na fase
aguda (desoxi-hemoglobina). As ponderações e suas principais derivações: T1: - Útil para
visualizar patologias quando faz administração de Gd. - E visualização da anatomia normal; T2:
- Útil para visualização de patologias nos tecidos (alterações), os processos patológicos(o
tecido doente, geralmente fica c/ edema e/ ou muito vascularizado) normalmente tem sinal
intenso em T2. DP: - Útil para a visualização de estruturas como menisco, ligamentos, muito
utilizado para protocolos de músculo esquelético;
T2 GRE: Demonstra um efeito angiográfico, mielográfico, ou artrográfico, pois o sangue, o
líquor, e o líquido articular aparecem brilhantes. Esta sequência é muito útil para imagens de
colunas e articulações.
Saturação de gordura (FAT-SAT)/ SPIR(SpectralInverse Recovery):Método de saturação de
gordura usando a pré-saturação espectral com Inversão e Recuperação (SPIR), utilizando a
diferença de freqüência entre a água e a gordura (aproximadamente 3,4ppm). A frequência
selecionada excita o próton de gordura e depois a água em tempos diferentes; esta diferença
de tempo faz com que haja um contraste de imagem, pois uma começa antes que a outra seja
lida pelo sistema. Realça edemas em músculo esquelético. Sequência Inversion Recovery (IR):
- É utilizada para realçar o contraste entre substância branca e a substância cinzenta no
cérebro. Só utilizado para imagens de Neurologia.
2. STIR (Short Time Inversion Recovery): - Variante da IR, que usa um tempo de inversão (TI)
curto (em torno de 90 a 170ms) no momento em que o vetor de magnetização longitudinal da
gordura estiver passando pelo eixo zero. Dessa forma, não será possível ler o sinal da gordura
e, a imagem da gordura não aparecerá. Esta sequência é muito usada em exames de músculo
esquelético, pois anula o sinal da gordura e, e contrapartida, faz c/ que lesões c/ edemas
apareçam muito realçadas.
FLAIR (FluidAcquisitionInversion Recovery):-Mais uma variante da IR, usando um tempo de
inversão (TI) muito longo, no momento em que o vetor de magnetização longitudinal do líquor
estiver passando por zero. Dessa forma não será possível ler o sinal do líquor, e a imagem do
exame será “desidratada”, sem líquor. Essa sequência é muito usada em exame de neurologia
por RM, pois realça as lesões na medula vertebral e parênquima cerebral, não as confundindo
c/ lesões expansivas.
RM de Músculo Esquelético: Os achados patológicos em músculo esquelético são
inespecíficos, pode ser difícil ou impossível diferenciarem-se condições traumáticas,
inflamatórias e neoplásicas com base unicamente em sua aparência na RM (só se baseando
na imagem).
T1 – auxilia em coleções líquidas e também auxiliam na detecção de anormalidades na medula
óssea adiposa.
T2 – (SE/FAT SAT) – auxiliam nas lesões tanto na medula óssea como nos tecidos moles.
Indicações: tumores (ósseos ou partes moles), tendinopatias, lesões ligamentares, fraturas,
edemas, infecção, inflamação e necroses.
Sequências adicionais:
Ax, Cor ou Sag GRE se houver suspeita de sangue (a. falciforme)nas articulações.
Sag ou Ax (obliquo) DP nas lesões de LCA ou LCP.
Se o paciente tiver próteses metálicas na região estudada aconselha-se fazer STIR no lugar
do T2 fat Sat.
Sequências utilizadas: Cor, Ax, Sag – com ponderações em T1 e T2 FAT SAT e pós gd T1 com
FAT SAT.
Importante: sempre colocar um marcador (por ex: vitamina E, glicerina) no local onde paciente
senti dor, pois pode ajudar a localizar a possível lesão. RM de Coluna Vertebral: A grande
variedade de técnicas de obtenção de imagens possibilita ajustar-se individualmente o exame,
aumentando o máximo às informações obtidas tanto em relação a localizações anatômicas
específicas quanto a condições patológicas.