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SOCIABILIDADES E MAÇONARIA NA INDEPENDÊNCIA DO BRASIL
Marcos José Diniz Silva
Resenha de: BARATA, Alexandre Mansur. Maçonaria, sociabilidade ilustrada e
Independência do Brasil (1790-1822). Juiz de Fora: Ed. da UFJF; São Paulo:Annablume,
2006, 338p.
A atuação da maçonaria ao longo da História tem sido encarada,
tradicionalmente, sob duas perspectivas excludentes: a condenatória e a apologética. Nessa
última perspectiva constata-se, num olhar mais apurado, que a produção historiográfica
maçônica tem tido como foco o século XIX, especialmente os chamados grandes fatos
históricos da nacionalidade e as disputas referentes à Questão Religiosa com a Igreja
Católica, na crise do Império. Essa produção é marcada por uma luta simbólica pela
legitimação da atuação dos pedreiros-livres como precursores, mentores e fundadores da
nova nação independente em contraposição ao tradicionalismo clerical católico que
reclamava para si o lugar de fundadores espirituais da nação, nos primórdios do
colonialismo e que, no contexto do ultramontanismo, entre o final do Império e o início da
República, elegia a Maçonaria como inimiga número um da Igreja.
Os dois gêneros são fartos, mas nem por isso, na mesma medida, dignos de
confiança da parte do historiador acadêmico. E nesse sentido, tem-se expandido, no Brasil
nas duas últimas décadas, o interesse acadêmico pela reflexão e investigação das práticas
e valores dos pedreiros-livres. Um novo olhar sobre os arquivos públicos e maçônicos,
novas perspectivas analíticas de caráter historiográfico, bem como o questionamento do
imaginário maçônico e anti-maçônico cristalizado em torno dos alguns “grandes fatos” da
história nacional, dentre outras modalidades de abordagem, têm sido desenvolvidas.
Entre esses novos estudiosos pode-se, resumidamente, destacar Célia Marinho
de Azevedo, Eliane Colussi, Marco Morel 1
e Alexandre Barata. Este último tem
desenvolvido considerável produção sobre a atuação maçônica no Brasil. Inicialmente
estudou a atuação dos maçons das décadas finais do século XIX à primeira década do
século XX, quando a maçonaria brasileira adquiria maior visibilidade pública fundando
jornais, criando escolas, asilos, campanhas filantrópicas e atuando no abolicionismo. Era
significativa a inserção da maçonaria no movimento liberal ilustrado, positivista e no
movimento republicano, assim como nos embates ideológicos com o catolicismo
ultramontano.2
Em pouco mais de uma década que separa o estudo referido de Alexandre
Barata, resultante de seu Mestrado, e esta obra resenhada, a produção acadêmica sobre a
maçonaria no Brasil expandiu-se consideravelmente causando estranheza e admiração,
especialmente entre os maçons.
Desta feita, e para ser mais significativo em sua nova pesquisa, agora de
doutoramento, Alexandre Barata optou por debruçar-se sobre aquele que é considerado
pela historiografia maçônica o tema fundador de sua epopéia em terras brasileiras, ou seja,
nossa Independência. Ou, como diz o autor: “De fato essa imagem que associa de forma
direta maçonaria e Independência acabou por se tornar quase que uma tautologia” (p. 29).
As palavras de sua orientadora Célia Marinho de Azevedo, prefaciando a obra,
são um bom indicativo da originalidade dessa investigação:
Desta vez ele retornou a um tempo (1790-1822) em que a
sociabilidade maçônica era vivenciada no segredo das lojas, onde se
pensava e debatia as novas idéias, mais tarde cognominadas
Iluminismo, a despeito da ameaça constante da Inquisição
portuguesa. Para isso ele foi a Portugal onde se deparou com uma
imensa massa de documentos manuscritos que guardam até hoje as
vozes de maçons infelizes, colhidos nas malhas inquisitoriais. A
despeito de sua infelicidade, confesso que me diverti com eles, pois
afinal como não rir ao me deparar com um grupo de jovens
travessos, empenhados em devorar presuntos em desafio ao
supremo interdito da Quaresma? E o que dizer de sua celebração
dos prazeres da “carne”, já que Deus é tão benigno e o inferno é uma
quimera para nos atormentar em vida? Mas, mais belo ainda é
acompanhá-los no seu entusiasmo juvenil pelos novos ideários
acenados pela tão recente Revolução Francesa, a liberdade, a
igualdade, a fraternidade... quanto idealismo, quanta maçonaria!
(p.16).
No intento de compreender a inserção e a trajetória da maçonaria e dos maçons
brasileiros na virada dos séculos XVIII para o século XIX, Alexandre Barata buscou entender
o mundo luso-brasileiro daquele contexto e as diversas transformações culturais advindas
da difusão do pensamento iluminista e dos reflexos da Revolução Francesa sobre a ordem
política, jurídica e religiosa. Para isso, por um lado, faz uso de conceito de sociabilidade
(conforme o tratam Maurice Agulhon e Jean-François Sirinelli)3
como instrumental para o
entendimento das variadas formas de associação emergentes no século XVIII,
especialmente a maçonaria, denunciadoras de uma esfera pública onde germinava a crítica
ao Antigo Regime sob o crivo da Ilustração. Por outro lado, o autor procura inserir o estudo
da instituição maçônica no Brasil nos quadros analíticos da “história política renovada” de
René Rémond4
e da história cultural. Ou seja, enquanto momento da história política, a
atuação dos maçons não ficaria restrita à analise de comportamentos coletivos e seus
efeitos, mas às sensibilidades, crenças e valores.
No primeiro capítulo, o autor investiga a emergência no interior da sociedade
luso-brasileira, na virada do século XVIII para o XIX, de comportamentos heterodoxos ou
críticos aos valores do Antigo Regime, especialmente aqueles denominados de
“libertinagem“ ou “francesia”, pelas autoridades civis e eclesiásticas. Naquela sociedade
libertinagem não era sinônimo apenas de irreligiosidade e imoralidade, mas também de
princípios revolucionários, ameaça ao poder real; de tal modo que também o pertencimento
à maçonaria equivalia à libertinagem. Um dos muitos casos típicos de atitudes
transgressoras, constante de documentação da Intendência Geral de Polícia, é relatado pelo
autor:
Em 1897, foi apreendido com o estudante da Universidade de
Coimbra Alexandre Ignácio Correia Soares Velho, um “infame papel
que tem por objeto revoltar os povos e mostrar-lhes a ocasião que
devem aproveitar para este fim e atacando ao mesmo tempo o
Tribunal do Santo Ofício, os seus ministros e até o Príncipe Nosso
Senhor que felizmente nos rege” (p.44).
No segundo capítulo, o autor procura definir o que era ser maçom naquele
contexto, investigando os elementos componentes de sua identidade e das representações
criadas na sociedade luso-brasileira sobre o pertencimento àquele tipo de sociabilidade
praticado nas lojas maçônicas. Ou, nas palavras do autor: “... quem eram os maçons e o
que significava ser maçom no final do século XVIII e primeiras décadas do século XIX no
mundo luso-brasileiro” (p.88).
Demonstra o autor que a curiosidade, o desejo de usufruir do auxílio mútuo
praticado pela Ordem, a percepção da maçonaria como um espaço de convívio e
mobilidades sociais e, por fim, o entendimento do espaço maçônico como escola de
virtudes, de debate de idéias e de aprendizado do viver em coletividade, eram as principais
razões que levavam os homens a ingressarem na sociedade dos pedreiros-livres. Constata,
também, que o recrutamento maçônico na sociedade brasileira do inicio do século XIX,
dava-se majoritariamente entre militares, funcionários públicos e negociantes/comerciantes,
respectivamente. Explica-se essa configuração em razão da influência de franceses e
ingleses na organização do exército luso-brasileiro, da necessidade de proteção contra os
processos de perseguição às sociedades secretas levadas a efeito pelo poderes civil e
eclesiástico e como forma de cooptação de setores estratégicos da burocracia para o
encaminhamento do projeto de autonomia nacional, bem como pela gradativa inserção do
setor mercantil na vida política e social carioca daquele contexto, respectivamente.
Contudo, mesmo considerando que a sociabilidade maçônica expressava uma
composição social mais heterogênea que as demais formas associativas tradicionais, como
irmandades, misericórdias, e mesmo associações intelectuais, ao reunir em suas lojas
militares, negociantes, funcionários públicos, proprietários e membros da nobreza; a
maçonaria não eliminava as barreiras hierárquicas e os fossos à mobilidade social, à medida
que requeria dos candidatos à iniciação o estatuto de livres e recursos financeiros bastantes
para a manutenção de suas obrigações filantrópicas e de auxílio mútuo aos Irmãos.
Por fim, o quarto capítulo focaliza a atuação do Grande Oriente do Brasil,
fundado em 17 de junho de 1822, a partir do desdobramento da Loja Comércio e Artes do
Rio de Janeiro, em mais duas lojas, para a formação da primeira Obediência maçônica no
Brasil. O autor destaca as combinações entre esta fase de maior institucionalização da
maçonaria e as movimentações maçônicas em torno do futuro do Império Português,
consignado nas questões do constitucionalismo, do caráter da autonomia do Brasil ante as
pretensões das cortes portuguesas e, fundamental, o caráter diverso e contraditório dos
projetos políticos da maçonaria brasileira dividida entre o “grupo do Ledo”, de um lado, e do
outro, o “grupo do Bonifácio”. Entre debates, mobilizações públicas, intrigas e perseguições,
dois projetos de Independência vicejavam das Lojas paras ruas e das ruas para as Lojas,
onde se opunham, em essência, o republicanismo do grupo liderado por Joaquim Gonçalves
Ledo e o monarquismo constitucional do grupo de José Bonifácio de Andrada.
Em síntese, a obra marca importante ruptura na tradição historiográfica maçônica
e não-maçônica brasileira à medida que, desvendando o caráter múltiplo da sociabilidade
maçônica, rompe com as visões deterministas ou teleológicas que conferiam à maçonaria
um caráter necessariamente revolucionário e um lugar sagrado no panteão da história
pátria, ao revelar os caminhos e descaminhos de sua historicidade.
NOTAS:
* Professor de História e doutorando em Sociologia pela Universidade Federal do Ceará - FUNCAP.
1
MARINHO DE AZEVEDO, Célia M. Maçonaria: história e historiografia. In: Revista USP. São Paulo,
n. 32. 1996-1997. p.178-89; COLUSSI, Eliane L. A maçonaria gaúcha no século XIX. 3 ed., Passo
Fundo (RS):Editora UPF, 2003; MOREL, Marco. Sociabilidades entre Luzes e sombras:
apontamentos para o estudo histórico das maçonarias na primeira metade do século XIX. In: Estudos
Históricos. Rio de Janeiro:Fundação Getúlio Vargas. n. 28, 2001, p.3-22.
2
Cf. BARATA, Alexandre M. Luzes e sombras. A ação da maçonaria brasileira (1870-1910).
Campinas:Editora da Unicamp-Centro de Memória da Unicamp, 1999.
3
Cf. AGULHON, Maurice. Pénitents et francs-maçons de l’ancienne Provence: essai sur la sociabilité
méridionale. 3 ed. Paris:Fayard, 1984; RIOUX, Jean-Pierre & SIRINELLI, Jean-François (orgs.) Para
uma história cultural. Lisboa:Estampa, 1998.
4
RÉMOND, René (org.) Por uma história política. Tradução Dora Rocha. Rio de Janeiro:Editora
UFRJ/Editora FGV, 1996.

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Maçonaria e Independência do Brasil

  • 1. SOCIABILIDADES E MAÇONARIA NA INDEPENDÊNCIA DO BRASIL Marcos José Diniz Silva Resenha de: BARATA, Alexandre Mansur. Maçonaria, sociabilidade ilustrada e Independência do Brasil (1790-1822). Juiz de Fora: Ed. da UFJF; São Paulo:Annablume, 2006, 338p. A atuação da maçonaria ao longo da História tem sido encarada, tradicionalmente, sob duas perspectivas excludentes: a condenatória e a apologética. Nessa última perspectiva constata-se, num olhar mais apurado, que a produção historiográfica maçônica tem tido como foco o século XIX, especialmente os chamados grandes fatos históricos da nacionalidade e as disputas referentes à Questão Religiosa com a Igreja Católica, na crise do Império. Essa produção é marcada por uma luta simbólica pela legitimação da atuação dos pedreiros-livres como precursores, mentores e fundadores da nova nação independente em contraposição ao tradicionalismo clerical católico que reclamava para si o lugar de fundadores espirituais da nação, nos primórdios do colonialismo e que, no contexto do ultramontanismo, entre o final do Império e o início da República, elegia a Maçonaria como inimiga número um da Igreja. Os dois gêneros são fartos, mas nem por isso, na mesma medida, dignos de confiança da parte do historiador acadêmico. E nesse sentido, tem-se expandido, no Brasil nas duas últimas décadas, o interesse acadêmico pela reflexão e investigação das práticas e valores dos pedreiros-livres. Um novo olhar sobre os arquivos públicos e maçônicos, novas perspectivas analíticas de caráter historiográfico, bem como o questionamento do imaginário maçônico e anti-maçônico cristalizado em torno dos alguns “grandes fatos” da história nacional, dentre outras modalidades de abordagem, têm sido desenvolvidas. Entre esses novos estudiosos pode-se, resumidamente, destacar Célia Marinho de Azevedo, Eliane Colussi, Marco Morel 1 e Alexandre Barata. Este último tem desenvolvido considerável produção sobre a atuação maçônica no Brasil. Inicialmente estudou a atuação dos maçons das décadas finais do século XIX à primeira década do século XX, quando a maçonaria brasileira adquiria maior visibilidade pública fundando jornais, criando escolas, asilos, campanhas filantrópicas e atuando no abolicionismo. Era significativa a inserção da maçonaria no movimento liberal ilustrado, positivista e no movimento republicano, assim como nos embates ideológicos com o catolicismo ultramontano.2 Em pouco mais de uma década que separa o estudo referido de Alexandre Barata, resultante de seu Mestrado, e esta obra resenhada, a produção acadêmica sobre a
  • 2. maçonaria no Brasil expandiu-se consideravelmente causando estranheza e admiração, especialmente entre os maçons. Desta feita, e para ser mais significativo em sua nova pesquisa, agora de doutoramento, Alexandre Barata optou por debruçar-se sobre aquele que é considerado pela historiografia maçônica o tema fundador de sua epopéia em terras brasileiras, ou seja, nossa Independência. Ou, como diz o autor: “De fato essa imagem que associa de forma direta maçonaria e Independência acabou por se tornar quase que uma tautologia” (p. 29). As palavras de sua orientadora Célia Marinho de Azevedo, prefaciando a obra, são um bom indicativo da originalidade dessa investigação: Desta vez ele retornou a um tempo (1790-1822) em que a sociabilidade maçônica era vivenciada no segredo das lojas, onde se pensava e debatia as novas idéias, mais tarde cognominadas Iluminismo, a despeito da ameaça constante da Inquisição portuguesa. Para isso ele foi a Portugal onde se deparou com uma imensa massa de documentos manuscritos que guardam até hoje as vozes de maçons infelizes, colhidos nas malhas inquisitoriais. A despeito de sua infelicidade, confesso que me diverti com eles, pois afinal como não rir ao me deparar com um grupo de jovens travessos, empenhados em devorar presuntos em desafio ao supremo interdito da Quaresma? E o que dizer de sua celebração dos prazeres da “carne”, já que Deus é tão benigno e o inferno é uma quimera para nos atormentar em vida? Mas, mais belo ainda é acompanhá-los no seu entusiasmo juvenil pelos novos ideários acenados pela tão recente Revolução Francesa, a liberdade, a igualdade, a fraternidade... quanto idealismo, quanta maçonaria! (p.16). No intento de compreender a inserção e a trajetória da maçonaria e dos maçons brasileiros na virada dos séculos XVIII para o século XIX, Alexandre Barata buscou entender o mundo luso-brasileiro daquele contexto e as diversas transformações culturais advindas da difusão do pensamento iluminista e dos reflexos da Revolução Francesa sobre a ordem política, jurídica e religiosa. Para isso, por um lado, faz uso de conceito de sociabilidade (conforme o tratam Maurice Agulhon e Jean-François Sirinelli)3 como instrumental para o entendimento das variadas formas de associação emergentes no século XVIII, especialmente a maçonaria, denunciadoras de uma esfera pública onde germinava a crítica ao Antigo Regime sob o crivo da Ilustração. Por outro lado, o autor procura inserir o estudo da instituição maçônica no Brasil nos quadros analíticos da “história política renovada” de René Rémond4 e da história cultural. Ou seja, enquanto momento da história política, a atuação dos maçons não ficaria restrita à analise de comportamentos coletivos e seus efeitos, mas às sensibilidades, crenças e valores.
  • 3. No primeiro capítulo, o autor investiga a emergência no interior da sociedade luso-brasileira, na virada do século XVIII para o XIX, de comportamentos heterodoxos ou críticos aos valores do Antigo Regime, especialmente aqueles denominados de “libertinagem“ ou “francesia”, pelas autoridades civis e eclesiásticas. Naquela sociedade libertinagem não era sinônimo apenas de irreligiosidade e imoralidade, mas também de princípios revolucionários, ameaça ao poder real; de tal modo que também o pertencimento à maçonaria equivalia à libertinagem. Um dos muitos casos típicos de atitudes transgressoras, constante de documentação da Intendência Geral de Polícia, é relatado pelo autor: Em 1897, foi apreendido com o estudante da Universidade de Coimbra Alexandre Ignácio Correia Soares Velho, um “infame papel que tem por objeto revoltar os povos e mostrar-lhes a ocasião que devem aproveitar para este fim e atacando ao mesmo tempo o Tribunal do Santo Ofício, os seus ministros e até o Príncipe Nosso Senhor que felizmente nos rege” (p.44). No segundo capítulo, o autor procura definir o que era ser maçom naquele contexto, investigando os elementos componentes de sua identidade e das representações criadas na sociedade luso-brasileira sobre o pertencimento àquele tipo de sociabilidade praticado nas lojas maçônicas. Ou, nas palavras do autor: “... quem eram os maçons e o que significava ser maçom no final do século XVIII e primeiras décadas do século XIX no mundo luso-brasileiro” (p.88). Demonstra o autor que a curiosidade, o desejo de usufruir do auxílio mútuo praticado pela Ordem, a percepção da maçonaria como um espaço de convívio e mobilidades sociais e, por fim, o entendimento do espaço maçônico como escola de virtudes, de debate de idéias e de aprendizado do viver em coletividade, eram as principais razões que levavam os homens a ingressarem na sociedade dos pedreiros-livres. Constata, também, que o recrutamento maçônico na sociedade brasileira do inicio do século XIX, dava-se majoritariamente entre militares, funcionários públicos e negociantes/comerciantes, respectivamente. Explica-se essa configuração em razão da influência de franceses e ingleses na organização do exército luso-brasileiro, da necessidade de proteção contra os processos de perseguição às sociedades secretas levadas a efeito pelo poderes civil e eclesiástico e como forma de cooptação de setores estratégicos da burocracia para o encaminhamento do projeto de autonomia nacional, bem como pela gradativa inserção do setor mercantil na vida política e social carioca daquele contexto, respectivamente. Contudo, mesmo considerando que a sociabilidade maçônica expressava uma composição social mais heterogênea que as demais formas associativas tradicionais, como irmandades, misericórdias, e mesmo associações intelectuais, ao reunir em suas lojas
  • 4. militares, negociantes, funcionários públicos, proprietários e membros da nobreza; a maçonaria não eliminava as barreiras hierárquicas e os fossos à mobilidade social, à medida que requeria dos candidatos à iniciação o estatuto de livres e recursos financeiros bastantes para a manutenção de suas obrigações filantrópicas e de auxílio mútuo aos Irmãos. Por fim, o quarto capítulo focaliza a atuação do Grande Oriente do Brasil, fundado em 17 de junho de 1822, a partir do desdobramento da Loja Comércio e Artes do Rio de Janeiro, em mais duas lojas, para a formação da primeira Obediência maçônica no Brasil. O autor destaca as combinações entre esta fase de maior institucionalização da maçonaria e as movimentações maçônicas em torno do futuro do Império Português, consignado nas questões do constitucionalismo, do caráter da autonomia do Brasil ante as pretensões das cortes portuguesas e, fundamental, o caráter diverso e contraditório dos projetos políticos da maçonaria brasileira dividida entre o “grupo do Ledo”, de um lado, e do outro, o “grupo do Bonifácio”. Entre debates, mobilizações públicas, intrigas e perseguições, dois projetos de Independência vicejavam das Lojas paras ruas e das ruas para as Lojas, onde se opunham, em essência, o republicanismo do grupo liderado por Joaquim Gonçalves Ledo e o monarquismo constitucional do grupo de José Bonifácio de Andrada. Em síntese, a obra marca importante ruptura na tradição historiográfica maçônica e não-maçônica brasileira à medida que, desvendando o caráter múltiplo da sociabilidade maçônica, rompe com as visões deterministas ou teleológicas que conferiam à maçonaria um caráter necessariamente revolucionário e um lugar sagrado no panteão da história pátria, ao revelar os caminhos e descaminhos de sua historicidade. NOTAS: * Professor de História e doutorando em Sociologia pela Universidade Federal do Ceará - FUNCAP. 1 MARINHO DE AZEVEDO, Célia M. Maçonaria: história e historiografia. In: Revista USP. São Paulo, n. 32. 1996-1997. p.178-89; COLUSSI, Eliane L. A maçonaria gaúcha no século XIX. 3 ed., Passo Fundo (RS):Editora UPF, 2003; MOREL, Marco. Sociabilidades entre Luzes e sombras: apontamentos para o estudo histórico das maçonarias na primeira metade do século XIX. In: Estudos Históricos. Rio de Janeiro:Fundação Getúlio Vargas. n. 28, 2001, p.3-22. 2 Cf. BARATA, Alexandre M. Luzes e sombras. A ação da maçonaria brasileira (1870-1910). Campinas:Editora da Unicamp-Centro de Memória da Unicamp, 1999. 3 Cf. AGULHON, Maurice. Pénitents et francs-maçons de l’ancienne Provence: essai sur la sociabilité méridionale. 3 ed. Paris:Fayard, 1984; RIOUX, Jean-Pierre & SIRINELLI, Jean-François (orgs.) Para uma história cultural. Lisboa:Estampa, 1998. 4 RÉMOND, René (org.) Por uma história política. Tradução Dora Rocha. Rio de Janeiro:Editora UFRJ/Editora FGV, 1996.