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Fermentação Ruminal




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1. Definição bioquímica

 Fermentação é uma rota bioquímica
 onde o aceptor de elétrons (NADH)
 gerado pelas reações de oxidação deste
 rota é re-oxidado (NAD) por metabólitos
 produzidos por esta mesma rota



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Fermentação Ruminal




Exemplo de oxidação de NADH+H+ durante a
      síntese de butirato no rúmen




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Fermentação Ruminal




2. Respiração x Fermentação


 C6H12O6 + 6 O2   6 CO2 + 6 H2O + 38 ATP (resultaria
  em ausência de energia e excesso de proteína para o
  animal)

 5 C6H12O6 + NH3     6 CH3COOH + 2 CH3CH2COOH +
  1 CH3(CH2)2COOH + 3 CH4 + 5 CO2 + 6 H2O + calor +
  massa microbiana



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                    ALIMENTO



       DEGRADAÇÃO




  MASSA
                    AGV
MICROBIANA
                               Rúmen




PASSAGEM      ABSORÇÃO          PASSAGEM

                                                   5
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3. Vantagens da fermentação pré-gástrica
 Tempo de fermentação prolongado - Relativa estase de
  grande volume de digesta propicia adequado
  crescimento microbiano
 Ambiente tamponado - propicia diversidade
  microbiana
 Detoxificação de compostos secundários das plantas
 Massa microbiana é nutricionalmente significativa para
  o animal (compõe proteína metabolizável)
 Permite existir a Ruminação
 Reciclagem de N via saliva
 Síntese de vitamina B
                                                                6
Fermentação Ruminal




4. Desvantagens          da     fermentação           pré-
   gástrica
 Perda de parte da energia em carboidratos como calor e
  metano
 Proteína de alta qualidade pode sofrer redução no valor
  protéico (apesar da proteína microbiana ser de alta
  qualidade)
 Fibra pode restringir consumo




                                                                 7
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5. Produtos da fermentação ruminal

   Ácidos graxos voláteis

   Gases

   Massa microbiana

   Calor



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6. Ácidos graxos voláteis

 Principal fonte de energia para os
  ruminantes: aproximadamente 90% da
  energia disponibilizada aos tecidos é obtida
  por intermédio dos AGVS
 Não são produzidos exclusivamente no
  rúmen: no ceco também se dá a produção de
  AGV (animais adultos e jovens)

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6. Ácidos graxos voláteis

   Ácidos orgânicos (lineares ou ramificados)
   1-7 carbonos
   Voláteis à temperatura ambiente
   Importantes:
      fórmico           valérico
      acético           isovalérico
      propiônico        2-metilbutírico
      butírico          hexanóico
      isobutírico       heptanóico
                                                               10
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6. Ácidos graxos voláteis
 Diversos microrganismos envolvidos na produção
  dos AGVs
    PRODUTO DE FERMENTAÇÃO   NÚMERO DE ESPÉCIES QUE PRODUZEM
            Fórmico                        16
            Acetato                        21
          Propionato                        6
            Buritato                        7
            Lactato                        13
           Succinato                       12
             Etanol                         8
              CO2                           9
          Hidrogênio                       10
            Metano                          1
              H2 S                          9
                                                                      11
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6. Ácidos graxos voláteis
 São ácidos 'fracos' (pK ≤ 4,8) x pH rúmen próximo
  neutralidade  +90% na forma aniônica (não
  protonada)
    CH3-COOH  CH3-COO-
      (ÁCIDO ACÉTICO)      (ACETATO)

    CH3-CH2-COOH  CH3-CH2-COO-
      (ÁCIDO PROPIÔNICO)           (PROPIONATO)

    CH3-(CH2)2-COOH  CH3-(CH2)2-COO-
      (ÁCIDO BUTÍRICO)                 (BUTIRATO)




                                                                  12
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6. Ácidos graxos voláteis

 Relação molar entre acetato, propionato e butirato
  (Ac:Pr:Bu) é relativamente constante entre espécies
  para um mesmo padrão dietético
 Varia entre 75:15:10 a 40:40:20 ou...
    Ac: 54 - 74%
    Pr: 16 - 27%
    Bu: 6 a 15%




                                                           13
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6. Ácidos graxos voláteis

  Quantidades típicas e percentagens de ácidos graxos voláteis
  encontrados no rúmen de diferentes espécies de ruminantes
                            AGV
                                                    % Molar
 Animal         Dieta       total
                           (Mol/mL)   Acet   Prop    Butir    Valer      Outros
Ovino        Pastagem        114      65     18       12       1             4
Bos taurus   Pastagem        128      61     18       12       1,7          3,5
Bubalino     Pastagem        117      62     23       15        -            -
Ovino        Concentrado     120      57     29       12       2             -
Antílope     Folhas          117      70     17       9        4             -
Bos indicus Pastagem         94       60     19       14        -            -



                                                                                  14
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6.1. Substratos e rotas na produção de
     AGV
 Carboidratos = principais substratos         para
  fermentação e produção de AGVs
 CHO diferentes  velocidades e/ou proporções de
  AGV diferentes




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Fermentação Ruminal
Pectina




                        16
Fermentação Ruminal
Pectina



 Ácidos
urônicos




Xilulose   Ciclo das   GLICOSE
           pentoses




                                               17
Fermentação Ruminal
Pectina    Hemicelulose



 Ácidos
urônicos




Xilulose    Ciclo das     GLICOSE
            pentoses




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Fermentação Ruminal
Pectina       Hemicelulose



 Ácidos         Xilobiose
urônicos

           Pentoses    Hexoses


Xilulose        Ciclo das        GLICOSE
                pentoses




                                                         19
Fermentação Ruminal
Pectina       Hemicelulose       Celulose



 Ácidos         Xilobiose
urônicos

           Pentoses    Hexoses


Xilulose        Ciclo das              GLICOSE
                pentoses




                                                               20
Fermentação Ruminal
Pectina       Hemicelulose       Celulose



 Ácidos         Xilobiose        Celobiose
urônicos

           Pentoses    Hexoses


Xilulose        Ciclo das               GLICOSE
                pentoses




                                                                21
Fermentação Ruminal
Pectina       Hemicelulose       Celulose     Amido



 Ácidos         Xilobiose        Celobiose
urônicos

           Pentoses    Hexoses


Xilulose        Ciclo das               GLICOSE
                pentoses




                                                                    22
Fermentação Ruminal
Pectina       Hemicelulose       Celulose     Amido



 Ácidos         Xilobiose        Celobiose   Dextrinas
urônicos

           Pentoses    Hexoses               Maltose

Xilulose        Ciclo das               GLICOSE
                pentoses




                                                                       23
Fermentação Ruminal
Pectina       Hemicelulose       Celulose     Amido      Oligossacarídeos     Sacarose
                                                           (Frutosanas)

 Ácidos         Xilobiose        Celobiose   Dextrinas
urônicos

           Pentoses    Hexoses               Maltose

Xilulose        Ciclo das               GLICOSE
                pentoses




                                                                                          24
Fermentação Ruminal
Pectina       Hemicelulose       Celulose     Amido      Oligossacarídeos     Sacarose
                                                           (Frutosanas)

 Ácidos         Xilobiose        Celobiose   Dextrinas                         Frutose
urônicos

           Pentoses    Hexoses               Maltose                         Amilose +
                                                                            amilopectina
Xilulose        Ciclo das               GLICOSE                              microbiana
                pentoses




                                                                                           25
Fermentação Ruminal
Pectina       Hemicelulose       Celulose      Amido      Oligossacarídeos     Sacarose
                                                            (Frutosanas)

 Ácidos         Xilobiose        Celobiose    Dextrinas                         Frutose
urônicos

           Pentoses    Hexoses                Maltose                         Amilose +
                                                                             amilopectina
Xilulose        Ciclo das               GLICOSE                               microbiana
                pentoses


                                        Piruvato




                                                                                            26
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Pectina       Hemicelulose            Celulose         Amido               Oligossacarídeos     Sacarose
                                                                             (Frutosanas)

 Ácidos         Xilobiose             Celobiose    Dextrinas                                     Frutose
urônicos

           Pentoses    Hexoses                     Maltose                                     Amilose +
                                                                                              amilopectina
Xilulose        Ciclo das                    GLICOSE                                           microbiana
                pentoses


                                             Piruvato                              Lactato


                                                               Oxaloacetato        Acrilato
Formato                                     Acetil-CoA

                                                                                 Propionato
CO2 + H2
                            Acetato           Etanol            Butirato



  CH4


                                                                                                             27
Fermentação Ruminal



6.1. Substratos e rotas na produção de
     AGV
      Efeito do carboidrato ou substrato ácido sobre o total e
         distribuição de ácidos graxos voláteis produzidos
     SUBSTRATO                MOL DE ÁCIDOS GRAXOS VOLÁTEIS
     (155 moles)      TOTAL     ACÉTICO     PROPIÔNICO        BUTÍRICO
Celobiose              180        110            40              30
Maltose                243         87            99              57
Glicose                148         86            39              23
Xilose                 114         45            34              35
Piruvato               116         -              -              15
Lactado                 -          -              -               -
Oxaloacetato            24         -              -               -
Succinato              177         21          141               15
Fumarato                24         24             0               0
Malato                 125         68            48               9
Formato                 15         15              0              0
                                                                            28
Fermentação Ruminal




6.1. Substratos e rotas na produção de
     AGV
   Destinação dos carbonos de oligossacarídeos em função da
             ação fermentativa no rúmen-retículo
  PRODUTO FINAL FORMADO                % DE DISTRIBUIÇÃO DOS CARBONOS
                              MALTOSE           ARABINOSE           ILOSE
Ácidos graxos voláteis          34,7                 41,3               48,4
Ácido lático                     8,0                  0,7                  0
Dióxido de carbono               8,0                  4,0                4,8
Metano                           3,1                  1,3                2,1
Proteína bacteriana             11,8                 16,7               16,1
Polissacarídeos de bactéria     28,1                 18,7               16,5
Carbono indeterminado            6,3                 17,3               12,1
TOTAL                          100,0                100,0           100,0


                                                                                  29
Fermentação Ruminal




6.2. Fatores interferentes na produção de
     AGVS
 'Padrão' da dieta:
    Proporção de fontes de carboidratos diferentes
    Tempo após alimentação
    Frequência de alimentação




                                                           30
Fermentação Ruminal




              31
Fermentação Ruminal




6.2. Fatores interferentes na produção de
     AGVS



                                 Dieta       Dieta
                     Faixa
                               volumosa   concentrada
Acetato, %           54 – 74       70         50
Propionato, %        16 – 27       20         40
Butirato, %          6 – 15      10          10
AGV total (mM)                   90          150
Fonte: Lana, 2005.


                                                             32
Fermentação Ruminal




6.2. Fatores interferentes na produção de AGVS
                          FENO DE ALFAFA                           FENO DE TRIGO (GRANADO)
TEMPO APÓS A
ALIMEN TAÇÃO   TOTAL              %MOLAR                  TOTAL                % MOLAR
   (horas)      AGV                                        AGV
               mol/mL   Acético   Propiônico   Butírico   mol/mL     Acético   Propiônico   Butírico
     0          93        70         15          15         Aumento18
                                                           87     68     da 14
    0,5         125       71         17          12        94     65    20   15
     1          158       71         18          12        112
                                                               concentração de
                                                                  62    22   16
     2          210       70         19          11        141 AGV com 25
                                                                  59     o   16
     3          252       69         19          11        144 passar do tempo
                                                                  59    26   15
     4          255       69         19          12        182         58         26          16
     6          216       70         19          11        205         59         27          14
     8          223       71         19          10         Sem alteração 14
                                                           136    60    26
     12         228       73         17          10        152
                                                               das64proporções 13
                                                                        23
     16         183       73         16          11        132    67    21     12
     20         135       71         16          13        114 entre os 19
                                                                  68           13
     24         100       69         17          14        90 diferentes AGVs
                                                                  70    17     13


                         70          19          11                                                    33
Fermentação Ruminal




6.2. Fatores interferentes na produção de AGVS
                          FENO DE ALFAFA                           FENO DE TRIGO (GRANADO)
TEMPO APÓS A
ALIMEN TAÇÃO   TOTAL              %MOLAR                  TOTAL                % MOLAR
   (horas)      AGV                                        AGV
               mol/mL   Acético   Propiônico   Butírico   mol/mL     Acético   Propiônico   Butírico
     0          93        70         15          15        87          68         18          14
    0,5         125       71         17          12        94          65         20          15
     1          158       71         18          12        112         62         22          16
     2          210       70         19          11        141         59         25          16
     3          252       69         19          11        144         59         26          15
     4          255       69         19          12        182         58         26          16
     6          216       70         19          11        205         59         27          14
     8          223       71         19          10        136         60         26          14
     12         228       73         17          10        152         64         23          13
     16         183       73         16          11        132         67         21          12
     20         135       71         16          13        114         68         19          13
     24         100       69         17          14        90          70         17          13


                         70          19         11                   60           25           15      34
Fermentação Ruminal




6.3. Produção de AGV e geração de ATP

       ?       ?       ?            ?
 ?    Como se dá a produção
                                           ?
      de AGVs e a geração de
            ATP pelos
     ? microrganismos ?   ?
           ?                       ?
                   ?                            35
Fermentação Ruminal




 Formação de ATP do tipo FOSFORILAÇÃO AO NÍVEL DE SUBSTRATO
 Geração de 2 NADH+H+ que podem ou não gerar 3 ATP por mol de
  NADH+H+  rendimento final possível de 8 ATP (animais superiores)
   1 mol de HEXOSE  2 PIRUVATO + 2 a 5 moles ATP

A    produção de piruvato produz um desequilíbrio
    do potencial REDOX, em razão da presença
    excessiva de poder redutor (NADH + H+)                                   36
Fermentação Ruminal



Na produção de ATP, o piruvato é
composto comum a muitas rotas!
        PIRUVATE




                                          37
Fermentação Ruminal



Na produção de ATP, o piruvato é
composto comum a muitas rotas!
  Lactato    PIRUVATO   Acetyl-CoA   Acetato




Propionato              Butirato


                                                    38
Fermentação Ruminal

        SÍNTESE DO ACETATO
               (E FORMATO)
        (reações fosforoclásticas)




 Rendimento de 1 ATP (Piruvato a Acetato)
                                                     39
Fermentação Ruminal




        SÍNTESE DO ACETATO
        (reações fosforoclásticas)




 Rendimento de 1 ATP (Piruvato a Acetato)



                                                     40
Fermentação Ruminal


        SÍNTESE DO BUTIRATO




 Rendimento de 1 ATP (Acetil-Coa a Butirato)
                                                       41
Fermentação Ruminal




           SÍNTESE DO PROPIONATO

 Pode ser em duas vias: ACRILATO ou ALEATÓRIA
 A via do Acrilato é mais tolerante à condições ácidas,
  típicas de dietas ricas em CONCENTRADO
 Dieta:
  forragens  VIA ALEATÓRIA (90 a 95% do Propionato)
  forragens  VIA ACRILATO (70 a 90% do Propionato)
 Dietas mistas (50-50)  VIA ALEATÓRIA (60 a 90% do
 Propionato)


                                                                42
Fermentação Ruminal


     SÍNTESE DO PROPIONATO – Via Acrilato




 Rendimento de NENHUM ATP (Piruvato a Propionato)
                                                        43
Fermentação Ruminal


    SÍNTESE DO PROPIONATO – Via Aleatória




 Rendimento de NENHUM ATP (Piruvato a Propionato)
                                                        44
Fermentação Ruminal



SÍNTESE DO PROPIONATO – Via Aleatória (PEP)




   Rendimento de 01 GTP (PEP a Propionato)
                                                       45
Fermentação Ruminal



  RESUMO DA SÍNTESE DE AGVs

               ATP




       2 ATP
                                  ATP

                     2 ATP




 A síntese de AGV permite um rendimento extra
  aos microrganismos de aproximadamente 2 ATP

                                                      46
Fermentação Ruminal




6.4. Destino dos principais AGVs

 Acetato:
    Principal AGV circulante (90-100%)
    Utilizado diretamente pelas células do
     hospedeiro ( convertido em acetil-CoA)
    Grandemente utilizado no tecido adiposo
     (muito pouco utilizado no fígado na síntese
     de gordura)


                                                        47
Fermentação Ruminal




6.4. Destino dos principais AGVs

 Butirato:
    Grandemente consumido pelas paredes do
     rúmen (principal fonte de energia das células
     do tecido dos pré-estômagos)
    Metabolização é de caráter lipogênico
    Intensa inter-conversão com acetato: cerca de
     60-80% do butirato pode ser convertido em
     acetato!

                                                           48
Fermentação Ruminal




6.4. Destino dos principais AGVs

                         % DO TOTAL C 14 EM CADA ÁCIDO
ÁCIDO INFUNDIDO
                  ACÉTICO        PROPIÔNICO         BUTÍRICO
Acético             84                 8                  8
Propiônico           7                89                  4
Butírico            21                 3                 76



 Índice de metabolização nas paredes do rúmen:
    acetato = 45%
    propionato = 65%
    butirato = 85%
                                                                   49
Fermentação Ruminal




6.4. Destino dos principais AGVs

 Propionato:
    Também utilizado pelas células das paredes
     dos pré-estômagos
    Grandemente captado pelo fígado (principal
     precursor de glicose no metabolismo de
     ruminantes)
                                          Gliconeogênese

  Propionato    Succinil-CoA     Oxaloacetato
                         Ciclo de Krebs

                                                                         50
Fermentação Ruminal




6. Gases produzidos

 Grandes volumes!
    Pico de alimentação: até 15-30 L/min
    Média diária é de 50 L/dia (ovinos) ou 400-
     600 L/dia (bovinos)
 Proporção entre os gases emitidos é variável, em
  função     da      dieta    (proporções        de
  CHO, processamentos, uso de aditivos, etc)


                                                         51
Fermentação Ruminal




6. Gases produzidos

                             COMPOSIÇÃO PERCENTUAL DO VOLUME
 ANIMAL DIETA
                    CO2       CH4     O2       N       H2                N2S
Vaca leiteira      47 - 52   26 - 34   2,2 - 4,1 13 - 16,7 1,1 – 3,4     ---
Caprinos             40        40         1,4      13,9       4,3        ---
Vaca/feno alfafa     60        ---        0,5       ---       ---       0,16
Vaca/sem feno        67        22         0,4      10,4       ---    0,09 – 0,15
Ovinos               64        28          1        6,7       ---        ---



 Predominância é de gás carbônico, seguido pelo
  metano

                                                                                   52
Fermentação Ruminal




CONTRIBUIÇÃO RELATIVA DE GASES PARA O EFEITO
       ESTUFA DE ORIGEM ANTRÓPICA
                        Ozônio
                         8%
                 CFCs
                 12%

       Óxido nitroso
           5%

                                 CO2
              Metano             60%
               15%




                                       IPCC, 1996
                                                     53
Fermentação Ruminal




MONITORAMENTO DA EMISSÃO DE METANO




                                              54
Fermentação Ruminal




Prof. Flávio Moreno Salvador - Inst. Federal do Triângulo Mineiro (fmoreno@iftm.edu.br)    55

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Aula 03 fermentação ruminal

  • 2. Fermentação Ruminal 1. Definição bioquímica Fermentação é uma rota bioquímica onde o aceptor de elétrons (NADH) gerado pelas reações de oxidação deste rota é re-oxidado (NAD) por metabólitos produzidos por esta mesma rota 2
  • 3. Fermentação Ruminal Exemplo de oxidação de NADH+H+ durante a síntese de butirato no rúmen 3
  • 4. Fermentação Ruminal 2. Respiração x Fermentação  C6H12O6 + 6 O2 6 CO2 + 6 H2O + 38 ATP (resultaria em ausência de energia e excesso de proteína para o animal)  5 C6H12O6 + NH3 6 CH3COOH + 2 CH3CH2COOH + 1 CH3(CH2)2COOH + 3 CH4 + 5 CO2 + 6 H2O + calor + massa microbiana 4
  • 5. Fermentação Ruminal ALIMENTO DEGRADAÇÃO MASSA AGV MICROBIANA Rúmen PASSAGEM ABSORÇÃO PASSAGEM 5
  • 6. Fermentação Ruminal 3. Vantagens da fermentação pré-gástrica  Tempo de fermentação prolongado - Relativa estase de grande volume de digesta propicia adequado crescimento microbiano  Ambiente tamponado - propicia diversidade microbiana  Detoxificação de compostos secundários das plantas  Massa microbiana é nutricionalmente significativa para o animal (compõe proteína metabolizável)  Permite existir a Ruminação  Reciclagem de N via saliva  Síntese de vitamina B 6
  • 7. Fermentação Ruminal 4. Desvantagens da fermentação pré- gástrica  Perda de parte da energia em carboidratos como calor e metano  Proteína de alta qualidade pode sofrer redução no valor protéico (apesar da proteína microbiana ser de alta qualidade)  Fibra pode restringir consumo 7
  • 8. Fermentação Ruminal 5. Produtos da fermentação ruminal  Ácidos graxos voláteis  Gases  Massa microbiana  Calor 8
  • 9. Fermentação Ruminal 6. Ácidos graxos voláteis  Principal fonte de energia para os ruminantes: aproximadamente 90% da energia disponibilizada aos tecidos é obtida por intermédio dos AGVS  Não são produzidos exclusivamente no rúmen: no ceco também se dá a produção de AGV (animais adultos e jovens) 9
  • 10. Fermentação Ruminal 6. Ácidos graxos voláteis  Ácidos orgânicos (lineares ou ramificados)  1-7 carbonos  Voláteis à temperatura ambiente  Importantes:  fórmico  valérico  acético  isovalérico  propiônico  2-metilbutírico  butírico  hexanóico  isobutírico  heptanóico 10
  • 11. Fermentação Ruminal 6. Ácidos graxos voláteis  Diversos microrganismos envolvidos na produção dos AGVs PRODUTO DE FERMENTAÇÃO NÚMERO DE ESPÉCIES QUE PRODUZEM Fórmico 16 Acetato 21 Propionato 6 Buritato 7 Lactato 13 Succinato 12 Etanol 8 CO2 9 Hidrogênio 10 Metano 1 H2 S 9 11
  • 12. Fermentação Ruminal 6. Ácidos graxos voláteis  São ácidos 'fracos' (pK ≤ 4,8) x pH rúmen próximo neutralidade  +90% na forma aniônica (não protonada)  CH3-COOH  CH3-COO- (ÁCIDO ACÉTICO) (ACETATO)  CH3-CH2-COOH  CH3-CH2-COO- (ÁCIDO PROPIÔNICO) (PROPIONATO)  CH3-(CH2)2-COOH  CH3-(CH2)2-COO- (ÁCIDO BUTÍRICO) (BUTIRATO) 12
  • 13. Fermentação Ruminal 6. Ácidos graxos voláteis  Relação molar entre acetato, propionato e butirato (Ac:Pr:Bu) é relativamente constante entre espécies para um mesmo padrão dietético  Varia entre 75:15:10 a 40:40:20 ou...  Ac: 54 - 74%  Pr: 16 - 27%  Bu: 6 a 15% 13
  • 14. Fermentação Ruminal 6. Ácidos graxos voláteis Quantidades típicas e percentagens de ácidos graxos voláteis encontrados no rúmen de diferentes espécies de ruminantes AGV % Molar Animal Dieta total (Mol/mL) Acet Prop Butir Valer Outros Ovino Pastagem 114 65 18 12 1 4 Bos taurus Pastagem 128 61 18 12 1,7 3,5 Bubalino Pastagem 117 62 23 15 - - Ovino Concentrado 120 57 29 12 2 - Antílope Folhas 117 70 17 9 4 - Bos indicus Pastagem 94 60 19 14 - - 14
  • 15. Fermentação Ruminal 6.1. Substratos e rotas na produção de AGV  Carboidratos = principais substratos para fermentação e produção de AGVs  CHO diferentes  velocidades e/ou proporções de AGV diferentes 15
  • 18. Fermentação Ruminal Pectina Hemicelulose Ácidos urônicos Xilulose Ciclo das GLICOSE pentoses 18
  • 19. Fermentação Ruminal Pectina Hemicelulose Ácidos Xilobiose urônicos Pentoses Hexoses Xilulose Ciclo das GLICOSE pentoses 19
  • 20. Fermentação Ruminal Pectina Hemicelulose Celulose Ácidos Xilobiose urônicos Pentoses Hexoses Xilulose Ciclo das GLICOSE pentoses 20
  • 21. Fermentação Ruminal Pectina Hemicelulose Celulose Ácidos Xilobiose Celobiose urônicos Pentoses Hexoses Xilulose Ciclo das GLICOSE pentoses 21
  • 22. Fermentação Ruminal Pectina Hemicelulose Celulose Amido Ácidos Xilobiose Celobiose urônicos Pentoses Hexoses Xilulose Ciclo das GLICOSE pentoses 22
  • 23. Fermentação Ruminal Pectina Hemicelulose Celulose Amido Ácidos Xilobiose Celobiose Dextrinas urônicos Pentoses Hexoses Maltose Xilulose Ciclo das GLICOSE pentoses 23
  • 24. Fermentação Ruminal Pectina Hemicelulose Celulose Amido Oligossacarídeos Sacarose (Frutosanas) Ácidos Xilobiose Celobiose Dextrinas urônicos Pentoses Hexoses Maltose Xilulose Ciclo das GLICOSE pentoses 24
  • 25. Fermentação Ruminal Pectina Hemicelulose Celulose Amido Oligossacarídeos Sacarose (Frutosanas) Ácidos Xilobiose Celobiose Dextrinas Frutose urônicos Pentoses Hexoses Maltose Amilose + amilopectina Xilulose Ciclo das GLICOSE microbiana pentoses 25
  • 26. Fermentação Ruminal Pectina Hemicelulose Celulose Amido Oligossacarídeos Sacarose (Frutosanas) Ácidos Xilobiose Celobiose Dextrinas Frutose urônicos Pentoses Hexoses Maltose Amilose + amilopectina Xilulose Ciclo das GLICOSE microbiana pentoses Piruvato 26
  • 27. Fermentação Ruminal Pectina Hemicelulose Celulose Amido Oligossacarídeos Sacarose (Frutosanas) Ácidos Xilobiose Celobiose Dextrinas Frutose urônicos Pentoses Hexoses Maltose Amilose + amilopectina Xilulose Ciclo das GLICOSE microbiana pentoses Piruvato Lactato Oxaloacetato Acrilato Formato Acetil-CoA Propionato CO2 + H2 Acetato Etanol Butirato CH4 27
  • 28. Fermentação Ruminal 6.1. Substratos e rotas na produção de AGV Efeito do carboidrato ou substrato ácido sobre o total e distribuição de ácidos graxos voláteis produzidos SUBSTRATO MOL DE ÁCIDOS GRAXOS VOLÁTEIS (155 moles) TOTAL ACÉTICO PROPIÔNICO BUTÍRICO Celobiose 180 110 40 30 Maltose 243 87 99 57 Glicose 148 86 39 23 Xilose 114 45 34 35 Piruvato 116 - - 15 Lactado - - - - Oxaloacetato 24 - - - Succinato 177 21 141 15 Fumarato 24 24 0 0 Malato 125 68 48 9 Formato 15 15 0 0 28
  • 29. Fermentação Ruminal 6.1. Substratos e rotas na produção de AGV Destinação dos carbonos de oligossacarídeos em função da ação fermentativa no rúmen-retículo PRODUTO FINAL FORMADO % DE DISTRIBUIÇÃO DOS CARBONOS MALTOSE ARABINOSE ILOSE Ácidos graxos voláteis 34,7 41,3 48,4 Ácido lático 8,0 0,7 0 Dióxido de carbono 8,0 4,0 4,8 Metano 3,1 1,3 2,1 Proteína bacteriana 11,8 16,7 16,1 Polissacarídeos de bactéria 28,1 18,7 16,5 Carbono indeterminado 6,3 17,3 12,1 TOTAL 100,0 100,0 100,0 29
  • 30. Fermentação Ruminal 6.2. Fatores interferentes na produção de AGVS  'Padrão' da dieta:  Proporção de fontes de carboidratos diferentes  Tempo após alimentação  Frequência de alimentação 30
  • 32. Fermentação Ruminal 6.2. Fatores interferentes na produção de AGVS Dieta Dieta Faixa volumosa concentrada Acetato, % 54 – 74 70 50 Propionato, % 16 – 27 20 40 Butirato, % 6 – 15 10 10 AGV total (mM) 90 150 Fonte: Lana, 2005. 32
  • 33. Fermentação Ruminal 6.2. Fatores interferentes na produção de AGVS FENO DE ALFAFA FENO DE TRIGO (GRANADO) TEMPO APÓS A ALIMEN TAÇÃO TOTAL %MOLAR TOTAL % MOLAR (horas) AGV AGV mol/mL Acético Propiônico Butírico mol/mL Acético Propiônico Butírico 0 93 70 15 15  Aumento18 87 68 da 14 0,5 125 71 17 12 94 65 20 15 1 158 71 18 12 112 concentração de 62 22 16 2 210 70 19 11 141 AGV com 25 59 o 16 3 252 69 19 11 144 passar do tempo 59 26 15 4 255 69 19 12 182 58 26 16 6 216 70 19 11 205 59 27 14 8 223 71 19 10  Sem alteração 14 136 60 26 12 228 73 17 10 152 das64proporções 13 23 16 183 73 16 11 132 67 21 12 20 135 71 16 13 114 entre os 19 68 13 24 100 69 17 14 90 diferentes AGVs 70 17 13 70 19 11 33
  • 34. Fermentação Ruminal 6.2. Fatores interferentes na produção de AGVS FENO DE ALFAFA FENO DE TRIGO (GRANADO) TEMPO APÓS A ALIMEN TAÇÃO TOTAL %MOLAR TOTAL % MOLAR (horas) AGV AGV mol/mL Acético Propiônico Butírico mol/mL Acético Propiônico Butírico 0 93 70 15 15 87 68 18 14 0,5 125 71 17 12 94 65 20 15 1 158 71 18 12 112 62 22 16 2 210 70 19 11 141 59 25 16 3 252 69 19 11 144 59 26 15 4 255 69 19 12 182 58 26 16 6 216 70 19 11 205 59 27 14 8 223 71 19 10 136 60 26 14 12 228 73 17 10 152 64 23 13 16 183 73 16 11 132 67 21 12 20 135 71 16 13 114 68 19 13 24 100 69 17 14 90 70 17 13 70 19 11 60 25 15 34
  • 35. Fermentação Ruminal 6.3. Produção de AGV e geração de ATP ? ? ? ? ? Como se dá a produção ? de AGVs e a geração de ATP pelos ? microrganismos ? ? ? ? ? 35
  • 36. Fermentação Ruminal  Formação de ATP do tipo FOSFORILAÇÃO AO NÍVEL DE SUBSTRATO  Geração de 2 NADH+H+ que podem ou não gerar 3 ATP por mol de NADH+H+  rendimento final possível de 8 ATP (animais superiores)  1 mol de HEXOSE  2 PIRUVATO + 2 a 5 moles ATP A produção de piruvato produz um desequilíbrio do potencial REDOX, em razão da presença excessiva de poder redutor (NADH + H+) 36
  • 37. Fermentação Ruminal Na produção de ATP, o piruvato é composto comum a muitas rotas! PIRUVATE 37
  • 38. Fermentação Ruminal Na produção de ATP, o piruvato é composto comum a muitas rotas! Lactato PIRUVATO Acetyl-CoA Acetato Propionato Butirato 38
  • 39. Fermentação Ruminal SÍNTESE DO ACETATO (E FORMATO) (reações fosforoclásticas)  Rendimento de 1 ATP (Piruvato a Acetato) 39
  • 40. Fermentação Ruminal SÍNTESE DO ACETATO (reações fosforoclásticas)  Rendimento de 1 ATP (Piruvato a Acetato) 40
  • 41. Fermentação Ruminal SÍNTESE DO BUTIRATO  Rendimento de 1 ATP (Acetil-Coa a Butirato) 41
  • 42. Fermentação Ruminal SÍNTESE DO PROPIONATO  Pode ser em duas vias: ACRILATO ou ALEATÓRIA  A via do Acrilato é mais tolerante à condições ácidas, típicas de dietas ricas em CONCENTRADO  Dieta:  forragens  VIA ALEATÓRIA (90 a 95% do Propionato)  forragens  VIA ACRILATO (70 a 90% do Propionato) Dietas mistas (50-50)  VIA ALEATÓRIA (60 a 90% do Propionato) 42
  • 43. Fermentação Ruminal SÍNTESE DO PROPIONATO – Via Acrilato  Rendimento de NENHUM ATP (Piruvato a Propionato) 43
  • 44. Fermentação Ruminal SÍNTESE DO PROPIONATO – Via Aleatória  Rendimento de NENHUM ATP (Piruvato a Propionato) 44
  • 45. Fermentação Ruminal SÍNTESE DO PROPIONATO – Via Aleatória (PEP)  Rendimento de 01 GTP (PEP a Propionato) 45
  • 46. Fermentação Ruminal RESUMO DA SÍNTESE DE AGVs ATP 2 ATP ATP 2 ATP  A síntese de AGV permite um rendimento extra aos microrganismos de aproximadamente 2 ATP 46
  • 47. Fermentação Ruminal 6.4. Destino dos principais AGVs  Acetato:  Principal AGV circulante (90-100%)  Utilizado diretamente pelas células do hospedeiro ( convertido em acetil-CoA)  Grandemente utilizado no tecido adiposo (muito pouco utilizado no fígado na síntese de gordura) 47
  • 48. Fermentação Ruminal 6.4. Destino dos principais AGVs  Butirato:  Grandemente consumido pelas paredes do rúmen (principal fonte de energia das células do tecido dos pré-estômagos)  Metabolização é de caráter lipogênico  Intensa inter-conversão com acetato: cerca de 60-80% do butirato pode ser convertido em acetato! 48
  • 49. Fermentação Ruminal 6.4. Destino dos principais AGVs % DO TOTAL C 14 EM CADA ÁCIDO ÁCIDO INFUNDIDO ACÉTICO PROPIÔNICO BUTÍRICO Acético 84 8 8 Propiônico 7 89 4 Butírico 21 3 76  Índice de metabolização nas paredes do rúmen:  acetato = 45%  propionato = 65%  butirato = 85% 49
  • 50. Fermentação Ruminal 6.4. Destino dos principais AGVs  Propionato:  Também utilizado pelas células das paredes dos pré-estômagos  Grandemente captado pelo fígado (principal precursor de glicose no metabolismo de ruminantes) Gliconeogênese Propionato Succinil-CoA Oxaloacetato Ciclo de Krebs 50
  • 51. Fermentação Ruminal 6. Gases produzidos  Grandes volumes!  Pico de alimentação: até 15-30 L/min  Média diária é de 50 L/dia (ovinos) ou 400- 600 L/dia (bovinos)  Proporção entre os gases emitidos é variável, em função da dieta (proporções de CHO, processamentos, uso de aditivos, etc) 51
  • 52. Fermentação Ruminal 6. Gases produzidos COMPOSIÇÃO PERCENTUAL DO VOLUME ANIMAL DIETA CO2 CH4 O2 N H2 N2S Vaca leiteira 47 - 52 26 - 34 2,2 - 4,1 13 - 16,7 1,1 – 3,4 --- Caprinos 40 40 1,4 13,9 4,3 --- Vaca/feno alfafa 60 --- 0,5 --- --- 0,16 Vaca/sem feno 67 22 0,4 10,4 --- 0,09 – 0,15 Ovinos 64 28 1 6,7 --- ---  Predominância é de gás carbônico, seguido pelo metano 52
  • 53. Fermentação Ruminal CONTRIBUIÇÃO RELATIVA DE GASES PARA O EFEITO ESTUFA DE ORIGEM ANTRÓPICA Ozônio 8% CFCs 12% Óxido nitroso 5% CO2 Metano 60% 15% IPCC, 1996 53
  • 54. Fermentação Ruminal MONITORAMENTO DA EMISSÃO DE METANO 54
  • 55. Fermentação Ruminal Prof. Flávio Moreno Salvador - Inst. Federal do Triângulo Mineiro (fmoreno@iftm.edu.br) 55