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Caracterização temática
● Objeto masculino (o amigo)
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● Emissor feminino (a donzela)
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Cantigas de amigo
Caracterização temática
● Presença de confidentes (humanos,
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Natureza)
● Relação com a Natureza: cenário,
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Cantigas de amigo
Nas cantigas de amigo, o sujeito poético é uma donzela
enamorada que, num ambiente rural e familiar e em
íntima relação com a Natureza, revela à mãe, às amigas,
ou a elementos da natureza personificados os seus
sentimentos relativamente ao namorado – o amigo. O
tom é, por isso, de confidência amorosa, que contribui
para a expressão da variedade do sentimento amoroso,
ligada a sentimentos como a tristeza, a saudade, a alegria,
a mágoa ou mesmo a irritação.
Cantigas de amigo
Caracterização formal
● Paralelismo
● Refrão
Cantigas de amigo
Em termos de linguagem, as cantigas de amigo
caracterizam-se pela musicalidade e pelo cariz oralizante
próprios de textos que se destinavam a ser cantados e
que, por essa razão, deviam facilitar a memorização. A
própria estrutura tinha em vista esse fim, já que assentava
muito em mecanismos de repetição, como o paralelismo
com leixa-prem (retoma de versos) e o refrão.
Cantigas de amor
Caracterização temática
● Objeto feminino (a «senhor» ou «dona»)
● Elogio cortês: idealização e enaltecimento da
mulher, de acordo com o código do amor cortês
(vassalagem e cortesia)
● Emissor masculino (o trovador)
● Espaço aristocrático e ambiente
palaciano
● Coita de amor e sofrimento amoroso
(a «morte por amor»)
Cantigas de amor
Nas cantigas de amor, o sujeito poético é masculino e
exprime os seus sentimentos para com uma dama. A sua
atitude é de vassalagem e reproduz metaforicamente as
relações feudais. O trovador coloca-se ao serviço da sua
dona ou «senhor», guardando distância e respeito
(mesura) face a ela, que, por sua vez, se mostra,
habitualmente, distante, fria, indiferente ou até cruel.
Cantigas de amor
O carácter inacessível da amada e a ausência de
retribuição amorosa conduzem o «eu» enunciador à coita
de amor – o intenso sofrimento amoroso, a paixão infeliz
que pode mesmo levar à loucura ou à morte por amor.
Neste género da poesia trovadoresca, é recorrente o
elogio cortês à mulher amada, cujo retrato se assemelha a
uma idealização, com recurso frequente à hipérbole para
intensificar a beleza (física e moral) e a perfeição da dona.
Cantigas de escárnio e maldizer
Caracterização temática
● Objetos diversos (figuras ou situações)
● Emissor masculino (o trovador)
● Dimensão satírica:
- paródia do amor cortês
- crítica de costumes (sátira indireta, nas
cantigas de escárnio, ou direta, nas
cantigas de maldizer)
Cantigas de escárnio e maldizer
As cantigas de escárnio e maldizer, de dimensão
satírica, visam a crítica de costumes, associada à
representação humorística ou caricatural do quotidiano,
apontando a certos comportamentos e ações. Revestem-
se, por isso, de grande valor documental.
Se a crítica é direta e o seu objeto nomeado, as cantigas
são consideradas de maldizer. Se a crítica se
desenvolve por alusões, de modo indireto, não sendo
possível identificar o visado, as cantigas são de escárnio.
Cantigas de escárnio e maldizer
O alvo de muitos destes textos, cuja intenção comunicativa
passa por divertir e moralizar, frequentemente através da
ironia, é, muitas vezes, o próprio grupo profissional dos
trovadores, ridicularizando-se temas e processos típicos
das cantigas de amor, como o elogio superlativado da
«senhor» ou a «morte de amor», em clara paródia do
amor cortês.

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  • 4. Cantigas de amigo Caracterização temática ● Objeto masculino (o amigo) ● Variedade do sentimento amoroso: diversidade de sentimentos (tristeza, saudade, dúvida, ansiedade,...) ● Emissor feminino (a donzela) ● Espaço rural e ambiente doméstico e familiar ● Drama sentimental da donzela
  • 5. Cantigas de amigo Caracterização temática ● Presença de confidentes (humanos, como a mãe ou as amigas, ou inanimados, como elementos da Natureza) ● Relação com a Natureza: cenário, confidente e valor simbólico
  • 6. Cantigas de amigo Nas cantigas de amigo, o sujeito poético é uma donzela enamorada que, num ambiente rural e familiar e em íntima relação com a Natureza, revela à mãe, às amigas, ou a elementos da natureza personificados os seus sentimentos relativamente ao namorado – o amigo. O tom é, por isso, de confidência amorosa, que contribui para a expressão da variedade do sentimento amoroso, ligada a sentimentos como a tristeza, a saudade, a alegria, a mágoa ou mesmo a irritação.
  • 7. Cantigas de amigo Caracterização formal ● Paralelismo ● Refrão
  • 8. Cantigas de amigo Em termos de linguagem, as cantigas de amigo caracterizam-se pela musicalidade e pelo cariz oralizante próprios de textos que se destinavam a ser cantados e que, por essa razão, deviam facilitar a memorização. A própria estrutura tinha em vista esse fim, já que assentava muito em mecanismos de repetição, como o paralelismo com leixa-prem (retoma de versos) e o refrão.
  • 9. Cantigas de amor Caracterização temática ● Objeto feminino (a «senhor» ou «dona») ● Elogio cortês: idealização e enaltecimento da mulher, de acordo com o código do amor cortês (vassalagem e cortesia) ● Emissor masculino (o trovador) ● Espaço aristocrático e ambiente palaciano ● Coita de amor e sofrimento amoroso (a «morte por amor»)
  • 10. Cantigas de amor Nas cantigas de amor, o sujeito poético é masculino e exprime os seus sentimentos para com uma dama. A sua atitude é de vassalagem e reproduz metaforicamente as relações feudais. O trovador coloca-se ao serviço da sua dona ou «senhor», guardando distância e respeito (mesura) face a ela, que, por sua vez, se mostra, habitualmente, distante, fria, indiferente ou até cruel.
  • 11. Cantigas de amor O carácter inacessível da amada e a ausência de retribuição amorosa conduzem o «eu» enunciador à coita de amor – o intenso sofrimento amoroso, a paixão infeliz que pode mesmo levar à loucura ou à morte por amor. Neste género da poesia trovadoresca, é recorrente o elogio cortês à mulher amada, cujo retrato se assemelha a uma idealização, com recurso frequente à hipérbole para intensificar a beleza (física e moral) e a perfeição da dona.
  • 12. Cantigas de escárnio e maldizer Caracterização temática ● Objetos diversos (figuras ou situações) ● Emissor masculino (o trovador) ● Dimensão satírica: - paródia do amor cortês - crítica de costumes (sátira indireta, nas cantigas de escárnio, ou direta, nas cantigas de maldizer)
  • 13. Cantigas de escárnio e maldizer As cantigas de escárnio e maldizer, de dimensão satírica, visam a crítica de costumes, associada à representação humorística ou caricatural do quotidiano, apontando a certos comportamentos e ações. Revestem- se, por isso, de grande valor documental. Se a crítica é direta e o seu objeto nomeado, as cantigas são consideradas de maldizer. Se a crítica se desenvolve por alusões, de modo indireto, não sendo possível identificar o visado, as cantigas são de escárnio.
  • 14. Cantigas de escárnio e maldizer O alvo de muitos destes textos, cuja intenção comunicativa passa por divertir e moralizar, frequentemente através da ironia, é, muitas vezes, o próprio grupo profissional dos trovadores, ridicularizando-se temas e processos típicos das cantigas de amor, como o elogio superlativado da «senhor» ou a «morte de amor», em clara paródia do amor cortês.