2. En esta clase, vamos a ver…
Culturas híbridas ou hibridismo cultural
Hibridação frequentemente remete a um cruzamento de
fronteiras, um “estar entre”, remete à mobilidade, à
incerteza e à multiplicidade.
Isso também se aplica ao termo “mundos plurais”: a
constituição de subjetividades juvenis a partir de discursos
aparentemente opostos.
Aquilo que pode parecer contraditório para uma geração de mais idade às vezes não é
tão contraditório para a juventude, que tende a utilizar diferentes fontes para suas
práticas criativas.
4. JUVENTUDES ISLÂMICAS EM DISPUTA
Dois Anjos (Deux fereshté, 2003), dirigido por
Mamad Haghighat, conta a história de Ali, um
garoto de 15 anos de uma cidade sagrada do Irã.
Ali recebe uma educação rígida de seu pai, que lhe
leciona o ofício de trabalhar no forno de pães de
seu estabelecimento e transmite ao mancebo os
ensinamentos conservadores voltados para a
religião. O púbere leva uma vida monótona,
traduzida pelo continuísmo e pelo tradicionalismo
sem graça. Foge para um orfanato e, nessa
caminhada, entra em contato com um universo
desconhecido que o encanta. Conhece um
camponês cigano que usa uma flauta para tocar seu
rebanho e se apaixona por este instrumento
musical precário.
5. JUVENTUDES ISLÂMICAS EM DISPUTA
Adam, filho de pescador, recebe o privilégio de estudar na
Universidade Al-Azhar do Cairo, o epicentro do poder do
islamismo sunita. Pouco após sua chegada na cidade, a
maior liderança religiosa da universidade, o Grande Imã,
morre repentinamente. Adam logo se torna uma peça nesse
jogo brutal pelo poder entre os religiosos egípcios e a elite
política.
Dinamarca - Finlândia -
França - Suécia 2022 Tarik
Saleh
6. Enquanto isso, na globalização...
A construção de identidades muçulmanas
• O impacto da globalização no processo de construção identitária de imigrantes
muçulmanos pode ser visto de diversas maneiras. O interesse das superpotências em
terras majoritariamente muçulmanas, a questão Palestina, a reação do chamado Islã
político ao imperialismo ocidental, assim como a vida das minorias muçulmanas na
Europa e nos EUA são exemplos de fatores que afetam a forma como os muçulmanos
no Brasil vêem a religião e a si mesmos.
O Islã constitui a religião que mais vem crescendo no mundo, ao mesmo tempo em que
assume o papel de alvo de um processo de “demonização” de toda uma religião e seu
conjunto de fiéis.
7. Enquanto isso, na globalização...
A construção de identidades muçulmanas
• A melhor situação financeira dos muçulmanos no Brasil os livra do estigma de
“ameaça econômica imigrante” encontrada na Europa, mas não os livra em
absoluto do anti- Muslimism de tipo estratégico disseminado pela mídia,
profundamente influenciada pela mídia norte-americana.
Tanto na Europa quanto no Brasil, a religião islâmica é vista como 18
“estrangeira”, um elemento não constituinte da “identidade brasileira”, nem
tampouco da “européia”.
8. Enquanto isso, na globalização...
Feridas e fragmentos identitários
• A idéia de que ser brasileiro é ser cristão representa um consenso no
Brasil, assim como a reclamação das convertidas por serem sempre
julgadas árabes, ao utilizar a vestimenta islâmica.
• Muçulmanas, convertidas ou não, enfrentam uma grande pressão de
assimilação da sociedade brasileira quando resolvem utilizar o véu na
esfera pública. Esta pressão não vem sob a forma de leis proibitivas,
como na França, mas sob a forma de agressões verbais, escárnio ou
mesmo comentários mais “ingênuos” como: “pode tirar esse pano da
cabeça, vocês tão no Brasil, aqui não precisa usar”.
9. Enquanto isso, na globalização...
Combate à ocidentalização do Irã
• Na década de 1970, a continuidade
do processo de ocidentalização do
Irã passou a ser veementemente
combatida pela população
muçulmana xiita. De orientação
fundamentalista, os partidários
desse movimento de oposição
contra o regime de Reza Pahlevi
cresceram graças à forte atuação
do líder religioso do aiatolá
Ruhollah Khomeini. Mesmo
exilado, conseguia enviar
mensagens que instigavam a
realização de protestos, greves e
outras manifestações de repúdio.
10. Enquanto isso, na globalização...
Combate à ocidentalização do Irã
Em 1979, a intensificação do
movimento conseguiu impor a
derrubada da ditadura de Reza Pahlevi
e o retorno de Khomeini para a sua
terra natal. Colocado como o Líder
Supremo da nação, o aiatolá afastou a
intervenção ocidental e privilegiou a
retomada dos costumes e políticas
subordinadas às tradições de fundo
religioso. Dessa forma, o Irã
transformou-se em uma teocracia
marcada por alguns elementos
democráticos e, ao mesmo tempo, de
natureza republicana."