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AULA 01
Dr. Waldyr Muniz
OS SINTOMAS
DA GRAVIDEZ
Realização: Colaboração
de especialistas do:
Ginecologista e obstetra do Hospital Israelita Albert Einstein
Aula 01
Os sintomas da gravidez
Aqui está um resumo do que ensinou o ginecologista e obstetra
Waldyr Muniz, do Hospital Israelita Albert Einstein, na primeira
aula do nosso curso. E, nos destaques, algumas informações
extraordinárias que a equipe do site apurou para você.
Primeiros sinais
Eles variam bastante. Na verdade, va-
riam de organismo para organismo e de
momento para momento da gestação. O
principal deles é mesmo o atraso mens-
trual. Por isso, aquelas mulheres com
o ciclo muito certinho logo desconfiam
quando estão grávidas e, não raro, fa-
zem algum teste de farmácia.
Vale notar que esses testes, rea-
lizados em casa com uma amostra da
urina, já estão muito mais confiáveis
do que no passado. No entanto, o mais
certeiro ainda é o exame de sangue
para dosar um hormônio chamado beta
hCG. Ele é tão sensível que pode acusar
uma gravidez antes mesmo de qualquer
atraso na menstruação.
Outros sinais frequentes são enjoo, al-
terações digestivas, como azia e queima-
ção, aumento da salivação e do apetite,
sem contar a sensação de sonolência.
Saiba mais
O ideal seria a mulher, ao
receber a confirmação da
gravidez, realizar exames de
sangue, urina e fezes para
afastar a hipótese de problemas,
como infecções capazes de
atrapalhar o desenrolar da
gestação. São os primeiros
exames pré-natais — todos
absolutamente necessários!
É preciso, ainda, um ultrassom
para confirmar a idade
gestacional, verificar
como o bebê se implantou no
útero e como está batendo
o seu pequeno coração.
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Aula 01 - Os sintomas da gravidez
A culpada é a placenta?
No comecinho da gravidez, mal a pla-
centa começa a aparecer, ela já passa
a secretar hormônios iguais aos que o
corpo da mulher produzia — mas, cla-
ro, no caso trata-se de uma produção
extra. E esses hormônios, em dosagens
maiores do que as de costume, acabam
influenciando as mais diversas funções
do organismo. Portanto, por trás de to-
dos os sinais da gravidez há uma ação
hormonal. Não à toa, eles tendem a ser
mais intensos quando a mulher espe-
ra gêmeos. Ora, no caso, ela está for-
mando no ventre uma quantidade bem
maior de placenta — portanto, está
produzindo mais e mais hormônios e,
provavelmente, experimentando mais
e mais sintomas.
O problema do enjoo
Ele é um sinal frequente, mas não obri-
gatório. Algumas grávidas nunca sentiram
esse mal-estar. Em outras, ele aparece por
volta da sétima semana de gestação.
A ansiedade, o estresse, o cansaço físi-
co, o excesso de comida ou, ao contrário,
períodos de jejum prolongado tendem
a agravar as crises de enjoo. O médico
poderá prescrever medicamentos para
controlá-las. O ideal, porém, é a mulher
perceber em que horários do dia ela cos-
Saiba mais
Evite comer quando se
sentir enjoada para evitar
as crises de vômito. Mais
do que desagradáveis,
elas fazem seu organismo
perder muito líquido
e minerais importantes para
o desenvolvimento do feto.
Uma ótima sugestão é
fracionar as refeições.
Comer pequenas porções
de alimentos em intervalos
regulares ajuda bastante.
tuma se sentir mais enjoada e procurar
se poupar nesses momentos. Controlar a
alimentação também é importante.
Para algumas grávidas que costumam
sentir muito enjoo, alimentos gelados,
como picolés de frutas ácidas, trazem
algum alívio. Eles podem ser uma espé-
cie de recurso de emergência. O funda-
mental é não forçar o apetite e comer
apenas o que sentir vontade para não
piorar o quadro. O que realmente faz
diferença para a grávida nessa fase é a
hidratação, e não a comida. É disso que
ela não deve se descuidar.
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Aula 01 - Os sintomas da gravidez
Manter-se hidratada
Essa deve ser a preocupação núme-
ro 1 da gestante, especialmente nesse
início de gravidez. No caso das mulhe-
res que sentem muito enjoo, porém,
um copo de água pode atrapalhar mais
do que ajudar. Elas devem privilegiar
sucos, leite, iogurtes, sopas e outros
alimentos ricos em água, como frutas
bem suculentas.
As alterações emocionais
Elas surgem logo no início e têm a
ver com a história de toda uma vida
— o que essa mulher experimentou
na infância, sua vida familiar, a ex-
pectativa em relação ao bebê e ao seu
papel de mãe, o relacionamento com o
parceiro, se é uma gravidez muito de-
sejada ou, ao contrário, inesperada...
Tudo conta. É preciso respeitar esses
aspectos psicológicos e refletir sobre
esses fatores envolvidos. Até porque
eles afetam diretamente os sintomas
físicos e o bem-estar da gestante.
Questões de apetite
Os famosos desejos por alimentos
específicos — por ironia, na maioria
das vezes difíceis de ser encontrados
naquele momento, como frutas fora
de época — são um sintoma clássico
da gravidez, bastante observado nos
consultórios dos obstetras. É provável
que os hormônios tenham uma par-
ticipação muito discreta nesse fenô-
meno. Mas, sem dúvida, sua principal
causa é de caráter psicológico.
Saiba mais
Uma boa ideia para conter a
ansiedade é conversar bastante
com seu obstetra e tirar todas
as dúvidas. Uma das funções
mais importantes do pré-natal
é justamente esta: proporcionar
segurança à futura mamãe.
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Aula 01 - Os sintomas da gravidez
O sexo do bebê
Para aquelas que desejam descobrir
o sexo antes do nascimento e nem se-
quer querem esperar a ultrassonografia
da 16ª semana — que já é capaz de dar
essa informação com segurança —, há
um teste de sangue que pode respon-
der a essa dúvida já na oitava semana.
Trata-se do exame de sexagem fetal. Ele
acerta na resposta em 99% dos casos.
Saiba mais
Se achar todas essas contas
complicadas, há uma saída fácil.
Visite o bebe.com.br e use a
nossa calculadora de gravidez, que
entrega a data provável do
parto em alguns segundos.
Caso você não se lembre da data
da última menstruação, não se
preocupe. O primeiro ultrassom
resolve a questão, ao medir
o feto. Seu tamanho também
indica a idade gestacional.
O cálculo do tempo
de gravidez
Uma gestação dura 40 semanas, em
média. E os médicos costumam contá-la a
partir do primeiro dia da última menstrua-
ção. Portanto, faça o seguinte:
• Anote a data da última vez em que
você menstruou.
• Vamos imaginar que tenha sido no dia
2 de abril. Primeiro, some 7 ao número
do dia. Ou seja, 2 + 7 = 9.
• Então, subtraia 3 do número do mês,
que no caso de abril é 4. Ou seja, 4 - 3
= 1, número equivalente a janeiro. O
resultado desse cálculo indica que a
criança deverá nascer aproximada-
mente em 9 de janeiro.
• Se, ao somar o dia da última mens-
truação com 7, o mês virar, então a
conta será ligeiramente diferente. Ima-
gine que sua última menstruação tenha
começado no dia 27 de junho. Ora, 27 de
junho mais sete dias daria 4 de julho no
calendário. Guarde o número 4.
• Agora, para calcular o mês, é sim-
ples: pegue o número do mês da úl-
tima menstrução — mês 6, no nosso
exemplo — e subtraia 2 em vez de 3.
Ou seja, 6 - 2 = 4. A criança deverá
nascer por volta de 4 de abril.
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AULA 02
Dra. Lucila Pires Evangelista
AS TRANSFORMAÇÕES NA
PRIMEIRA METADE DA GRAVIDEZ
Realização: Colaboração
de especialistas do:
Ginecologista e obstetra do Hospital Israelita Albert Einstein
Aula 02
As transformações na
primeira metade da gravidez
A ginecologista e obstetra Lucila Pires Evangelista, do Hospital
Israelita Albert Einstein, deu a segunda aula do nosso curso sobre esse
tema. E aqui está o resumo para você consultar sempre que quiser.
N
as primeiras semanas da gestação,
o corpo da mulher é inundado por
uma série de hormônios. Uma das
primeiras funções desse banho hormonal
é preparar os seios para a amamentação.
Imagine que as mamas lembram um ca-
cho de uvas. Elas irão se ramificar e ficar
com os bagos grandes. Isso porque se pre-
param para, lá adiante, produzir cerca de
450 mililitros de leite diariamente. Mas,
com isso, os seios praticamente dobrarão
de tamanho nos três primeiros meses de
gravidez. Esse crescimento rápido às vezes
chega a provocar uma ligeira dor.
A inundação de hormônios também
age sobre a pele. Ela tende a ficar mais hi-
dratada e iluminada. Às vezes, bem mais
oleosa, tanto assim que algumas gestan-
tes apresentam acne. Outro efeito não tão
agradável na pele é o surgimento de cloas-
mas gravídicos. São manchas escuras nas
maçãs do rosto, formadas por uma concen-
tração de melanina, o pigmento natural
que nos dá cor. Ocorre que, na gravidez,
sua produção é disparada.
Para evitar manchas
A grávida precisa usar filtro
solar sempre. Não importa se
o dia está ensolarado ou nublado.
Em seu estado, com a melanina a
mil, qualquer radiação solar será
o estopim de cloasmas. Aliás, para
reforçar a proteção, o ideal seria
– se for à praia, à piscina, enfim,
se ficar sob o sol diretamente –
usar sempre chapéu, viseira ou
boné, ficar sentada sob tendas
ou guarda-sóis e, de preferência,
naqueles horários em que a
radiação dá uma trégua,
ou seja, antes das 10 horas
da manhã e depois das 15.
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Aula 02 - As transformações na primeira metade da gravidez
Os cabelos são uma história à parte.
Normalmente, eles crescem, ficam es-
tabilizados por um tempo e caem. Mas,
na gestação, quando os hormônios fe-
mininos imperam, os fios praticamen-
te só crescem. Por isso, a cabeleira de
quem está grávida fica mais bonita, vo-
lumosa, brilhante. Só que, claro, isso
é temporário. Quando o bebê nasce e
os níveis hormonais voltam ao normal,
os cabelos que cresceram ao longo dos
últimos nove meses tendem a cair. Às
vezes, a queda é tão intensa que as
novas mamães se assustam, achando
que algo de errado está ocorrendo. Não
há nada para se preocupar porque é
assim mesmo: os cabelos crescem mais
na gravidez e caem depois. Isso é ab-
solutamente normal.
Olhar de grávida
Alguns oftalmologistas são
capazes de diagnosticar uma
gravidez antes mesmo do
ginecologista! Isso porque,
na gestante, a curvatura do
olho muda. E, outra vez, por
causa da ação dos hormônios.
Essa alteração provoca
dificuldades de adaptação a
lentes de contato, por exemplo.
Após o parto, os olhos voltam
a ter a curvatura do passado.
Dores e cólicas
É comum, logo no início
da gestação, sentir cólicas
e leves puxões na barriga.
Isso porque o útero está
crescendo rapidamente. Antes
de engravidar, esse órgão tinha
o tamanho de um punho fechado.
Mas com três meses de gravidez
já está do tamanho de uma
manga-rosa, aproximadamente!
Como se tudo isso fosse pouco, os
hormônios ainda agem na mente. Eles
deixam a mulher menos focada. Fica
mais difícil para ela se concentrar em
uma tarefa — é como se vivesse mais
distraída. Mas, na verdade, é quase o
oposto. Ela se torna mais alerta, pres-
tando atenção em tudo o que está ao
seu redor no ambiente — e não neces-
sariamente só no que está à sua fren-
te. É uma estratégia de proteção cria-
da pela natureza, como se a grávida
olhasse para todos os lados, o tempo
todo, para proteger o bebê.
Outro mecanismo de defesa é a sen-
sibilidade do olfato e do paladar. Na
natureza, em geral tudo o que é tóxico
tem gosto ou cheiro fortes. Por isso, a
grávida tende a rejeitar qualquer sa-
bor ou odor mais intensos. E é comum
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Aula 02 - As transformações na primeira metade da gravidez
Uma piscina
dentro de você!
Com oito semanas de gestação,
quando o embrião tem cerca de
1,5 centímetro, ele já se mexe —
e como se mexe! Fica nadando
dentro de uma bolsa cheia de
líquido amniótico. No quarto
mês, essa espécie de bexiga
contém o equivalente a um
copo cheio desse líquido —
uma verdadeira piscina. Nessa
fase, a placenta também já
está pronta para assumir suas
múltiplas funções. Além de
ajudar a proteger a criança,
ela se encarrega de sua
oxigenação e nutrição.
A formação do bebê
Logo no comecinho, ainda por
volta de três semanas de gestação,
as primeiras células do sistema
nervoso se diferenciam, formando
as estruturas que darão origem ao
cérebro e à medula do seu filho.
Por volta da sexta semana, sangue,
veias, artéria e o coração estão
ainda que seu organismo peça mais
alimentos que são energia pura, como
arroz, pão, macarrão, batata. Afinal,
ele precisa mesmo de muita energia
para formar o embrião. Quando essa
fase inicial termina, na 12ª semana, o
apetite costuma voltar ao normal.
Desde o início da gestação, a estru-
tura óssea também começa a se modi-
ficar. Ela precisa se adaptar para aco-
modar um bebê dentro do corpo e, ao
final de nove meses, permitir que ele
passe pela bacia. Para que isso aconte-
ça, os ossos ficam mais maleáveis. As
articulações terminam mais frágeis.
Tudo isso, ainda por cima, afeta a no-
ção de equilíbrio corporal. Por isso, as
grávidas são mais sujeitas a entorses,
por exemplo. E o recomendável é que
evitem saltos altos.
prontos. Músculos e cartilagem
surgem e ficam aptos a crescer
a partir da oitava semana.
E, com 12 semanas, todos
os demais órgãos dão o ar da
graça – rins, pulmões, fígado...
Tudo, a partir daí, só precisará
crescer e amadurecer.
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AULA 03
Dra. Lucila Pires Evangelista
AS TRANSFORMAÇÕES NA
SEGUNDA METADE DA GRAVIDEZ
Realização: Colaboração
de especialistas do:
Ginecologista e obstetra do Hospital Israelita Albert Einstein
Aula 03
As transformações na
segunda metade da gravidez
Vamos relembrar o que ensinou a ginecologista e obstetra
Lucila Pires Evangelista, do Hospital Israelita Albert
Einstein, na terceira aula do nosso curso.
A
s mudanças no corpo da mulher
continuam com o avanço da
gestação. Nessa etapa, elas são
marcadas muito mais pelo crescimento
acelerado da barriga do que pelos efei-
tos dos hormônios. E a barriga, por sua
vez, cresce para acompanhar o bebê,
que está cada vez maior.
Entre o quinto e o sexto mês, a grávida
começa a viver uma fase muito agradá-
vel. Os enjoos, provavelmente, se torna-
ram coisa do passado. A barriga despon-
tou, mas não está enorme a ponto de
provocar algum desconforto. E o melhor:
ela começa a sentir o bebê se mexer pra
valer. Isso lhe dá uma noção concreta
de que está carregando uma criança no
ventre e, quando ela se move, é como se
a mulher soubesse que tudo está bem.
Aliás, é importantíssimo observar:
a movimentação do bebê deve ser di-
ária. Ele até pode se mexer mais em
um dia, menos em outro. Tende a se
movimentar, por exemplo, quando a
mulher se alimenta. O fato é que pre-
cisa se mexer todo dia.
A sensação que a grávida tem desse mo-
vimento é que pode mudar. Lá no início
da gravidez, o bebê parecia um peixinho
que, de vez em quando, surgia nadando
em sua barriga. A partir do quinto mês,
ela começa a perceber joelhos, mãos,
cambalhotas... Essa percepção reforça o
vínculo mãe/filho. E, a partir do sétimo
mês, claro, ela leva muitos chutes, al-
guns até bem doloridos.
Na reta final da gestação, o bebê já
não faz movimentos tão bruscos e às
vezes a grávida até estranha, achando
que ele está se mexendo menos e que,
por isso, algo está errado: ora, simples-
mente ele cresceu e já não há tanto es-
paço em sua barriga! Só por essa razão
o bebê fica menos agitado.
Nessa fase — aliás, desde o sexto mês
— ela pode sentir uma vontade frequen-
te de fazer xixi. Isso porque a bexiga
está espremida pelo útero grandalhão e,
ao menor volume de urina, já parece lo-
tada. Não só ela está no maior aperto: o
estômago, o intestino, o diafragma... O
útero, a esta altura, começa a comprimir
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Aula 03 - As transformações na segunda metade da gravidez
Para driblar a azia
Procure diminuir as porções
de comida e, em compensação,
faça várias pequenas refeições
ao dia. Durante as crises,
prefira alimentos pastosos.
tudo ao seu redor. Por isso, a grávida
também pode experimentar azia, prisão
de ventre e até falta de ar, mesmo que
não tenha feito esforço algum. Nesses
momentos, para recuperar o fôlego, nada
melhor do que se sentar e jogar o corpo
para a frente. Assim, o peso da barriga
deixa de apertar o diafragma, músculo
envolvido diretamente na respiração, e
ela logo se normaliza.
Entre o sétimo e o oitavo mês, como a
barriga está muito maior, há um meca-
nismo de compensação que leva a uma
alteração da postura. As pernas se sepa-
ram ligeiramente e o eixo da coluna se
curva um pouco mais do que o habitual.
Se a grávida exagera ao inclinar as cos-
tas para contrabalançar o peso da barri-
ga, porém, surgem dores nas costas — o
que, aliás, é comum. A região do púbis
também fica dolorida, porque a bacia vai
se abrindo ao se preparar para o parto.
Afinal, por ela deverá passar um bebê.
Os seios também se transformam.
Eles, que já cresceram no início da
gestação, agora ficam com as aréo-
las, a parte pigmentada ao redor do
bico, bem escuras. E, nelas, costu-
mam surgir pequenas bolinhas que
lembram espinhas. Não é para espre-
mê-las! Elas, na verdade, são glân-
dulas sebáceas que se desenvolveram
para lubrificar a região.
Não podemos nos esquecer que, na
reta final da gestação, a grávida tem
cerca de 1,5 litro a mais de líquido em
seu corpo. E o excedente, além de pro-
vocar inchaços, se concentra, princi-
palmente, nos membros inferiores. As
veias das pernas tendem a sofrer com
essa sobrecarga. Além de usar meias
elásticas de compressão, a grávida
A partir do quinto mês, talvez
você note a saída de um líquido
transparente das mamas,
especialmente ao apertar
o bico dos seios. É o colostro,
o primeiro leite, riquíssimo
em proteínas e defesas para
o bebê. Ele pode surgir logo
depois do parto, mas algumas
mulheres já produzem, sim,
uma pequena quantidade de
colostro durante a gestação.
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Aula 03 - As transformações na segunda metade da gravidez
O ganho de peso e o crescimento
da barriga favorecem o
aparecimento de estrias. Elas
surgem porque, de tanto a pele
esticar, suas fibras de sustentação
se rompem, deixando marcas.
Para evitá-las, além de tentar se
manter em um peso adequado, a
grávida precisa deixar a pele bem
hidratada e beber muito líquido.
deve procurar se movimentar a cada
duas horas, no mínimo. E, quando as
pernas estiverem muito inchadas, uma
boa alternativa é um banho morno.
O que muitas mulheres se perguntam,
porém, é quanto seria normal engordar
em uma gestação. A resposta: entre 9 e
12 quilos. Destes, cerca de 3 quilos cor-
respondem ao bebê. O líquido amnióti-
co pesa 1 quilo, assim como a placen-
ta. E aquele 1,5 litro extra de sangue
equivale a 1,5 quilo. A mulher sai da
maternidade, portanto, com cerca de
7 quilos a menos do que entrou.
Nos últimos meses, a grávida sen-
te que, ao longo do dia, sua barriga
fica dura de vez em quando e parece
mudar de posição. Esses movimentos
— que, diga-se, não são dolorosos —
são as contrações de Braxton Hicks.
Elas têm a função de alagar o útero e
prepará-lo para o parto. São positivas
e esperadas na maioria dos casos.
As contrações de Braxton Hicks, a
barriga, o inchaço — nada disso, no
fundo, impede que a gestante saudá-
vel leve uma rotina normal. Ela pode
passear, trabalhar, praticar atividade
física, fazer sexo — com moderação,
tudo é permitido, e gozar a vida só
faz bem à futura mamãe.
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AULA 04
Dr. Carlos Eduardo Czeresnia
A GRAVIDEZ DE GÊMEOS
Realização: Colaboração
de especialistas do:
Ginecologista e obstetra do Hospital Israelita Albert Einstein
Aula 04
A gravidez de gêmeos
O resumo das informações da aula do
ginecologista e obstetra Carlos Eduardo Czeresnia,
do Hospital Israelita Albert Einstein.
A
presença de dois bebês no úte-
ro da mulher sempre representa
uma sobrecarga importante —
uma sobrecarga alimentar, circulatória,
osteoarticular... É, de fato, um peso a
mais. Portanto, há uma dose de descon-
forto a mais. Sem contar que a ansie-
dade, diante da perspectiva de cuidar
de dois bebês ao mesmo tempo, tende a
duplicar também.
A questão que precisa ficar clara é até
que ponto a gestação de gêmeos pode
ser classificada como uma gravidez de
risco — enfim, o que seria risco nes-
se caso? É preciso, antes de mais nada,
ressaltar que a evolução nas técnicas
de reprodução assistida, observada nos
últimos anos, faz com que hoje de 2 a
3% das gestações sejam de gêmeos. E,
como se tornaram mais comuns, a me-
dicina adquiriu um conhecimento mui-
to maior sobre elas. Agora, os médicos
conseguem acompanhá-las de maneira
ainda mais adequada, com abordagens
cada vez mais seguras, diminuindo bas-
tante a probabilidade de complicações.
Mas, claro, sempre restam alguns riscos.
E isso por causa da tal sobrecarga.
A sobrecarga é uma espécie de em-
purrão para a mulher desenvolver pro-
blemas se por acaso já tinha propensão
para tê-los. Assim, a grávida com ten-
dência a diabete muito provavelmente
apresentará essa doença se estiver espe-
rando gêmeos. A mulher com tendência
a hipertensão poderá ficar com a pressão
nas alturas. Assim como aquela que já
tinha dificuldades respiratórias ou pro-
blemas de coluna talvez sofra de crises
intensas durante a gestação.
Por essas e por outras, claro, o pré-na-
tal na gravidez gemelar precisa ser muito
mais cuidadoso. As visitas ao médico, por
exemplo, devem ser mais assíduas para
acompanhar os bebês e ver, entre outras
coisas, se um não está se desenvolvendo
muito mais do que o outro. Aliás, muitas
vezes o exame clínico não é suficiente. É
comum o médico pedir mais ultrassono-
grafias para ter certeza sobre como está
o crescimento de um e de outro, o líquido
de um e de outro, a placenta...
Além de fazer o pré-natal corretamen-
te, a grávida deve prestar muita atenção
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Aula 04 - A gravidez de gêmeos
na alimentação. Durante a gravidez, o
trânsito intestinal já tende a se tornar
mais lento. E, para complicar ainda mais
as coisas, no caso da gestante que espe-
ra gêmeos, há uma necessidade maior de
calorias e proteínas. Ela então precisa
comer de uma forma mais correta do que
nunca — em intervalos bem curtos e in-
gerindo pequenos volumes de alimentos
de fácil digestão. Isso porque, à medida
que crescem, os bebês ocupam o espaço
do abdômen, diminuindo a capacidade
do estômago e tornando o trânsito da
comida pelo tubo digestivo ainda mais
vagaroso. Se a grávida arriscar comer
uma porção maior numa situação des-
sas, ela sentirá um enorme mal-estar —
e, provavelmente, não estará nutrindo
direito seus bebês.
O repouso precisa ser respeitado rigo-
rosamente. Ele diminui a tensão, reduz
o tônus do períneo e as contrações ute-
rinas — o que faz com que os bebês se
desenvolvam mais, favorecendo o au-
mento do tempo de gestação.
A atividade física é igualmente fun-
damental. Como a sobrecarga — cir-
culatória, óssea, articular e até res-
piratória — é muito grande, torna-se
necessário que a mulher se prepare
adequadamente. É claro que precisa
ser um exercício orientado, adequado
ao seu estado — ela não pode sair cor-
rendo, mas pode praticar hidroginásti-
ca, ioga, alongamento... Há uma série de
opções fantásticas para a grávida.
A duração da gravidez
Estatisticamente as mulheres
que esperam gêmeos tendem
a dar à luz umas duas semanas
antes das 40 habituais de uma
gestação porque a distensão do
útero é muito grande. Agora, é
importante que você saiba: não
significa que toda gravidez de
gêmeos tenha que terminar antes
das 40 semanas! Muitas mulheres
pensam que precisam antecipar
o parto. Não é verdade.
A gestação gemelar, em
princípio, dura as mesmas
40 semanas, como a gestação única
— o que não pode acontecer
é ultrapassar esse tempo.
Não existe nenhuma restrição em
relação ao parto normal. A única con-
dição é que os dois estejam de cabe-
cinha para baixo. E, diga-se, costu-
ma ser um parto até bem tranquilo,
porque gêmeos costumam ser bebês
menores do que as crianças nascidas
de gestações únicas.
Seja como for, o pós-parto costuma
ser um pouco mais delicado. Ora, o
útero se distendeu muito mais do que
o da mulher que passou por uma gra-
videz simples — portanto, ele demora
um pouco mais para voltar ao estado
normal. O sangramento costuma ser,
inclusive, mais intenso. E detalhe:
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Aula 04 - A gravidez de gêmeos
essa mulher já chegou mais cansada e,
provavelmente, ligeiramente anêmica
à sala de parto. Tudo isso faz com que
mereça mais cuidados na maternidade.
Sem contar a ansiedade. Por exemplo:
a dificuldade para amamentar dois be-
bês, no início, pesa bastante. Por isso, é
relativamente comum encontrar a mãe
de gêmeos, no pós-parto, ligeiramente
abatida ou deprimida. Ela merece, sim,
carinho e uma atenção especial.
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AULA 05
Dr. Eduardo Zlotnik
A ATIVIDADE FÍSICA NA GRAVIDEZ
Realização: Colaboração
de especialistas do:
Ginecologista e obstetra do Hospital Israelita Albert Einstein
Aula 05
A atividade física na gravidez
O ginecologista e obstetra Eduardo Zlotnik, do Hospital
Israelita Albert Einstein, deu a quinta aula do nosso
curso, sobre a prática de exercícios durante a gestação.
A
atividade física é recomendada a
todo mundo, a todas as mulheres.
A gestante, portanto, não é exce-
ção. Ela deve continuar praticando exer-
cício. Aliás, o ideal seria a mulher deixar
seu corpo em forma antes mesmo de en-
gravidar, ou seja, ao planejar um bebê.
A mulher pode se exercitar, inclusive,
no início da gestação, ao contrário do
que muita gente imagina. Tecnicamen-
te, não há nada que a impeça — basta
até lembrar que a maioria só sabe que
está grávida quando já está com um ou
dois meses de gravidez. Se o organismo
é saudável, não existem riscos. Por que,
então, esse mito? Porque infelizmen-
te uma parte das mulheres — em tor-
no de 10% — perde o bebê no primeiro
trimestre de gestação e, daí, relaciona
isso ao que estava fazendo. Ora, se fazia
ginástica, passa a culpar as sessões de
exercício pelo episódio, que provavel-
mente aconteceria de qualquer maneira.
O melhor a fazer é sempre conversar com
o médico: se estiver tudo bem, ele pro-
vavelmente irá liberar o exercício.
Quando há
contraindicações
ao exercício
• quando a mulher
tem sangramentos
• quando a placenta
apresenta problemas
• quando há uma
dilatação do colo uterino
• problemas cardíacos prévios,
ainda mais considerando que
a própria gravidez é uma
sobrecarga para o coração.
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Aula 05 - A atividade física na gravidez
Procure fazer pelo menos 30 minutos
de exercício cinco vezes por semana
— ou, melhor ainda, todos os dias, se
conseguir. Isso seria o ideal. Não é tão
complicado quanto parece. Você pode
caminhar até o restaurante próximo do
seu trabalho — e, só nesse trajeto de
ida e volta, consumir 20 ou, quem sabe,
os tais 30 minutos.
Existem mulheres que começam a se
exercitar quando ficam grávidas e preci-
sam mesmo pegar leve. Para elas, qual-
quer caminhada já é um tremendo ga-
nho. Outras estavam acostumadas a, por
exemplo, caminhar 10 quilômetros por dia
e, no final da gestação, só conseguem per-
correr 5 quilômetros. Tudo bem, é normal.
Com o crescimento da barriga, a perfor-
mance diminui mesmo e o importante é
manter a pulsação e se sentir bem. Não é
o momento de se superar.
Abdominais
Uma dúvida comum: posso
fazer abdominal? Até poderia,
mas provavelmente não vai
conseguir com a barriga
enorme — e nem iria adiantar.
Nessa fase, é mais importante
inclusive trabalhar a musculatura
pélvica e os alongamentos.
Isso renderá muito mais.
Ao escolher uma atividade física para
praticar nesses nove meses, a mulher pre-
cisa lembrar que seu peso está mudando.
O centro de gravidade também, o que al-
tera o jeito de andar. Ela se alonga com
maior facilidade porque suas articulações
estão com maior mobilidade. Enfim, algu-
mas modalidades levam vantagem numa
situação dessas. A caminhada é uma de-
las, claro. As atividades na água também
são uma boa. Não à toa, são muito procu-
radas. No mais, vale qualquer esporte que
ofereça segurança.
Não pode existir risco de trauma ou que-
da. O tênis, por exemplo: parece inofensi-
vo, mas imagine a bolinha batendo bem
na barriga. Esportes de contato, como o
basquete, devem ser evitados. O mergu-
lho, idem, por causa da descompressão.
Esqui e todos os esportes que exigem agi-
lidade estão descartados.
A gestante que pratica atividade física
melhora a circulação e incha menos. Ad-
quire uma melhor percepção do corpo e de
suas transformações. O exercício é um dos
principais recursos para evitar as famosas
lombalgias, dores nas costas que afligem
muitas grávidas, principalmente nos últi-
mos meses. E, para completar, é sabido que
a gestante que se exercita — em compa-
ração com a grávida que não pratica uma
atividade física — tem menos melancolia
durante os nove meses e no pós-parto.
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Aula 05 - A atividade física na gravidez
Cuidados importantes
• Não faça exercícios
de estômago vazio
• Beba bastante água
enquanto treina
• Use roupas e acessórios
adequados a cada esporte,
evitando lesões
Não é para perder peso!
Quem engravidou acima do peso
não deve querer eliminar o excesso
de quilos nesses nove meses. No
caso, praticar um esporte ajuda
no sentido de controlar
o ganho de peso para que
ele fique dentro do esperado, ou
seja, entre 9 e 12 quilos a mais.
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AULA 06
Dra. Mariangela Maluf
ALIMENTAÇÃO NA GRAVIDEZ
Realização: Colaboração
de especialistas do:
Ginecologista e obstetra do Hospital Israelita Albert Einstein
Aula 06
Alimentação na gravidez
A ginecologista e obstetra Mariangela Maluf
deu a sexta aula do nosso curso, em que explicou
como a grávida deveria comer para se manter saudável
e garantir o bom desenvolvimento do bebê.
Q
uando falamos em alimentação
saudável na gravidez, no fundo
estamos definindo uma boa ali-
mentação para qualquer indivíduo. E ela
seria composta de cinco ou seis refeições,
porque — além do desjejum, do almoço e
do jantar — não podemos nos esquecer
dos lanches no meio da manhã e da tar-
de, sem contar aquele outro lanchinho, a
ceia, feito antes de dormir.
Essas paradas para comer algo ao longo
do dia são importantíssimas porque aju-
dam a manter estáveis os níveis de açúcar
no sangue. E diga-se: nas gestantes, eles
tendem a cair depressa depois de um je-
jum prolongado, criando um quadro mais
severo de hipoglicemia.
Quando a grávida fica mais de quatro ou
cinco horas sem ingerir nada, sente tre-
mores, tonturas, náuseas. Para evitar todo
esse mal-estar, ela deve ter sempre à mão
alimentos como barrinhas energéticas e
frutas. Ou parar para comer uma gelati-
na, um pedaço de queijo ou um iogurte.
Note que esses são exemplos de alimentos
que nem chegam a ser muito calóricos —
mas já são o bastante para fazer os níveis
de açúcar se estabilizarem.
De onde vêm
as calorias que a
grávida deve consumir?
40% da gordura
(dos óleos vegetais, por exemplo)
30% da proteína
(carnes, ovos, peixes, leite, aves...)
30% do carboidrato (pão, arroz,
batata, cereais...)
Aliás, a ideia nunca é se entupir de ca-
lorias. A grávida precisa comer para dois,
e não comer por dois — o que é bem dife-
rente. No primeiro trimestre de gestação,
sua necessidade calórica é a mesma de
sempre. No segundo trimestre, sim, ela
precisa aumentar um pouco o consumo
energético — cerca de 350 calorias a mais
todo dia, algo como um copo cheio de lei-
te integral e um bife pequeno de 60 a 70
gramas, ou seja, nada assim tão gigantes-
co. Na reta final da gravidez, isto é, no
terceiro trimestre, a mulher deve ingerir
apenas 450 calorias extras diariamente.
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Aula 06 - Alimentação na gravidez
O prato da grávida deve privilegiar tam-
bém os famosos micronutrientes, como as
vitaminas. Entre elas, vale destacar a B6,
a B12 e a vitamina A. Essa última se acu-
mula no organismo, por isso o consumo
deve ser sob medida. Ou seja, ao mesmo
tempo que esse nutriente não pode faltar,
a grávida deve evitar comer com frequên-
cia alimentos como patê de fígado, que
tem alta concentração dele.
Também devemos nos lembrar dos
oligoelementos — como o magnésio, o
selênio e o zinco —, que, afinal, são es-
senciais para a formação e o crescimen-
to do bebê. Para que eles e outros tantos
nutrientes importantes nunca faltem no
prato da grávida, ele deve ser colorido,
com legumes e verduras diversas. E ela
também deve sempre consumir muitas
frutas e cereais integrais.
Por mais variada que seja a dieta, po-
rém, a gestante não está livre da su-
plementação do ácido fólico, nutriente
fundamental para a formação do sistema
nervoso do feto. Sem ele, os riscos de o
bebê apresentar malformações aumen-
tam. Por isso, toda mulher é orientada
pelo obstetra a tomar cápsulas de ácido
fólico diariamente durante o primeiro
trimestre. Na realidade, o ideal é iniciar
a suplementação quando a mulher co-
meça a planejar uma gravidez, uns três
meses antes de engravidar.
E uma coisa é certa: no cardápio da
gestante não deveria faltar carne ver-
melha. Esse ingrediente contém nove
tipos de aminoácidos essenciais, subs-
tâncias precursoras de proteínas que
serão usadas, feito tijolos, na formação
e no desenvolvimento do bebê. De to-
das as eventuais restrições alimentares
que uma grávida pode ter, é nessa que
devemos prestar mais atenção, porque
pode comprometer a criança no futu-
ro, criando inclusive dificuldades de
aprendizado. Por isso mesmo, o conse-
lho para as vegetarianas é claro: elas
devem procurar depressa a orientação
de um profissional nutricionista, que
irá balancear seu prato para garantir o
aporte de todos os aminoácidos e vita-
minas essenciais para a gestação, com-
pensando a falta da carne.
Além das vegetarianas, as grávidas que
se encontram muito abaixo do peso tam-
bém devem buscar uma orientação nutri-
cional. Provavelmente, vão precisar au-
mentar ainda mais a ingestão calórica para
não colocar o bebê em risco. Já as obesas
merecem uma visita ao nutricionista para
evitar que engordem ainda mais, prejudi-
cando o trabalhado de parto.
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Aula 06 - Alimentação na gravidez
Existem, claro, alguns cuidados e res-
trições. No caso das saladas, por exem-
plo, é melhor que as folhas sejam sempre
lavadas com hipoclorito de sódio, subs-
tância usada para esterilizar. Quando
não se tiver certeza da assepsia, melhor
optar por legumes e verduras cozidos.
Eles não têm tantas vitaminas quanto os
vegetais crus, mas oferecem baixíssimo
risco de contaminação por bactérias.
Os peixes, ótimas fontes de proteína,
também merecem atenção. Eles infeliz-
mente não devem ser consumidos todos
os dias pelo risco de contaminação por
mercúrio, metal pesado que muitas vezes
contamina as águas e se encontra nos pes-
cados. Se ultrapassar o limite e chegar ao
bebê, poderá afetar seu sistema nervoso.
Adoçantes como o aspartame, a sucra-
lose e a estévia são seguros porque, con-
sumidos com moderação, não oferecem
risco ao bebê. Já a sacarina e o ciclamato
podem causar câncer de bexiga no feto.
Apesar de a chance de o problema ocorrer
ser muito pequena, melhor não arriscar.
Os refrigerantes e iogurtes dietéticos têm
grande quantidade de sacarina e ciclama-
to e, por isso mesmo, devem ter o consu-
mo reduzido a uma vez na semana.
A mesma orientação de consumo mo-
derado serve para os enlatados e embuti-
dos. Eles têm uma quantidade excessiva
de um conservante, o nitrito, usado para
evitar a contaminação por botulismo.
Alívio ao refluxo!
A partir do sétimo mês, é comum a
gestante sentir certa queimação no
estômago. Isso tem nome: refluxo.
O útero cresce muito e aperta
o estômago. O que tem dentro
dele, quase invariavelmente,
volta para o esôfago. Para evitar
esse desconforto, melhor comer
alimentos de digestão rápida,
como os carboidratos (arroz, pão,
batata, macarrão), especialmente
à noite. Comidas ricas em gorduras
(os óleos vegetais) e as proteínas
(como as carnes), que são
digeridas mais lentamente, devem
ser saboreadas com parcimônia, de
preferência na hora do almoço.
Para reduzir
a prisão de ventre
Uma queixa muito comum
na gestação é a do intestino
preso. Há medicamentos
específicos para contornar esse
problema, mas também é possível
melhorar o funcionamento do
intestino comendo alimentos
com mais fibras e bebendo muita
água. Sucos caseiros, feitos
com iogurte, linhaça, gergelim,
sementes de girassol e ameixa,
costumam dar muito certo.
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Aula 06 - Alimentação na gravidez
Altas doses de nitrito na gestação, po-
rém, podem aumentar as chances de o
bebê sofrer alterações na oxigenação e
de ter câncer de bexiga. Mas, calma, não
são nove meses só de carne vermelha,
frutas, verduras e legumes!
A grávida pode tomar, por exemplo, até
duas xícaras de café por dia. E, se qui-
ser saborear um bom chocolate, pode
degustar um bombom de até 20 gramas
diariamente — o limite, no caso, é para
não extrapolar nas calorias. Também está
liberada para se divertir, duas vezes na
semana, com pão ou pizza ou ainda com
bolo e doces feitos com açúcar branco.
O que toda gestante precisa se lembrar,
para ter força de vontade, é que esse pe-
ríodo diferente, com um pouco de res-
trições e muita disciplina, dura apenas
nove meses, e não nove anos. Nove me-
ses passam depressa! E, se ela se alimen-
tar direito, estará gerando uma criança
muito mais saudável, com certeza.
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AULA 07
RELAXAMENTO E ALONGAMENTO
Realização: Colaboração
de especialistas do:
Fisioterapeutas do Hospital Israelita Albert Einstein
Aula 07
Relaxamento e alongamento
As fisioterapeutas do Hospital Israelita Albert Einstein
Cristiane do Prado e Olívia Cerri falaram sobre esse
tema na aula 07 do nosso curso e ainda ensinaram alguns
exercícios para as grávidas. As explicações e as sugestões
estão aqui neste resumo, elaborado para você guardar.
É
comum as mulheres terem queixas
durante a gestação, especialmen-
te de dor nas costas e de incha-
ço nas pernas. Elas são decorrentes das
transformações, que são normais e que
acontecem gradualmente em seu corpo
ao longo dos nove meses, impulsionadas
pelo crescimento do bebê.
Na correria do dia a dia, muitas grá-
vidas só notam essas mudanças justa-
mente quando sentem algum incômodo.
O ideal seria preparar seu corpo para
suportar todas essas transformações
— uma medida que, no mínimo, ame-
nizaria esses sintomas. Há uma série de
alongamentos e exercícios muito úteis
nesse sentido, que a gestante poderia
incorporar à sua rotina diária.
Entre os exercícios, os respira-
tórios são importantíssimos. Eles
ajudam bastante porque, em pri-
meiro lugar, dão à própria mulher
uma maior consciência do seu
corpo. Sem contar que melhoram
a oxigenação tanto da mãe quan-
to do filho. Por falar no bebê, ele
sente o tempo todo como está a
respiração materna. Portanto, se
a grávida consegue, por meio des-
ses exercícios, respirar mais tran-
quilamente, ela passa essa sensa-
ção de calma e segurança para a
criança que está em seu ventre.
Por fim, a técnica dos exercícios
respiratórios pode ser muito útil
na hora do parto.
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Aula 07 - Relaxamento e alongamento
Primeiro exercício
de respiração
•	 Sente-se com os pés bem apoiados no
chão e as costas confortáveis, prestan-
do bastante atenção na região lombar.
•	 As duas mãos devem ficar pousadas
sobre o tórax.
•	 Inspire pelo nariz, percebendo que
os dedos se afastam ligeiramente.
E, depois, expire lentamente pela
boca, notando que os dedos agora se
aproximam.
•	 Repita este exercício dez vezes.
Segundo exercício
de respiração
•	 Ainda sentada, com os pés bem apoia-
dos no chão e as costas confortáveis,
deixe as mãos agora na região abdomi-
nal, abaixo dos seios.
•	 Puxe o ar lentamente, percebendo que
as mãos se afastam.
•	 Expire também devagar, notando as
mãos se aproximarem.
•	 Repita este exercício dez vezes.
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A postura e o andar são profundamen-
te alterados durante a gestação devido ao
aumento e à nova distribuição do peso,
que se concentra na barriga. A grávida
tende a inclinar as costas para trás e a
girar os pés para fora, afastando-os. Para
não piorar a situação, ela deve tomar al-
guns cuidados. Por exemplo: carregar me-
nos peso na bolsa. Os saltos devem ter no
máximo 5 centímetros. E, se precisar ficar
muito tempo em pé, o melhor é conseguir
um apoio também de uns 5 centímetros e
ir alternado os pés. Tudo isso ajuda.
Mesmo assim, o novo rearranjo da
postura tende a provocar dores lomba-
res. Por isso, alguns exercícios de alon-
gamento e reforço da musculatura são
fundamentais. Eles ajudam a preveni-
las e, se possível, também devem ser
praticados todos os dias.
Primeiro exercício
para as costas
•	 Em pé, mantenha os joelhos levemente
flexionados e as costas alongadas.
•	 Incline o tronco para um lado e conte,
pausadamente, até 20.
•	 Incline-se para o outro lado e conte até
20 novamente, mantendo a respiração
tranquila.
Aula 07 - Relaxamento e alongamento
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Segundo exercício
para as costas
•	 Deitada, com os pés apoiados no chão,
deixe as pernas dobradas e ligeiramen-
te afastadas.
•	 Então, balance-as de um lado para o
outro, sentindo o movimento massa-
gear a a musculatura da região lombar.
Repita este movimento dez vezes.
Aula 07 - Relaxamento e alongamento
•	 Em seguida, deixe as pernas caírem
para um lado, alongando as costas.
Estique o braço do lado oposto, apoie
a mão no chão com a palma voltada
para cima. Mantenha o seu olhar na
mão e fique nessa posição por cerca
de dez segundos.
•	 Repita o movimento do outro lado.
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No terceiro trimestre de gestação, a
mulher começa a acumular muito líqui-
do, o que provoca inchaços, especial-
mente nas pernas, e certa perda de fle-
xibilidade nas articulações. Para ajudar
nessa situação, o que recomendamos é a
prática dos chamados exercícios meta-
bólicos, que ajudam na circulação.
Primeiro exercício
para a circulação
de pernas e pés
•	 Deitada no chão, com as pernas es-
ticadas sobre um apoio baixo, faça
um movimento circular com os pés
— dez vezes para dentro e dez ve-
zes para fora.
•	 Em seguida, flexione e estique os pés
dez vezes.
Aula 07 - Relaxamento e alongamento
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Segundo exercício
para a circulação
de pernas e pés
Para relaxar, caminhe, leia um livro,
aproveite alguns momentos para sentar e
respirar tranquilamente. Aliás, os exercí-
cios de respiração podem ser feitos até no
carro, nas horas de congestionamento.
•	 Em pé, com as pernas um pouco afas-
tadas e os joelhos dobrados, use um
bastão — ou um móvel — como apoio
e levante os calcanhares de maneira
alternada. Faça isso 20 vezes.
Aula 07 - Relaxamento e alongamento
O melhor horário para fazer esses exer-
cícios — para a circulação, para alongar e
respirar melhor — seria logo de manhã.
Eles funcionam como um despertar do
corpo, preparando-o para suportar o dia.
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AULA 08
Dr. Nilson Abrão Szlyt
DIABETE NA GRAVIDEZ
Realização: Colaboração
de especialistas do:
Ginecologista e obstetra do Hospital Israelita Albert Einstein
Aula 08
Diabete na gravidez
O ginecologista e obstetra do Hospital Israelita Albert Einstein
Nilson Abrão Szlyt falou na aula 08 do nosso curso sobre
os cuidados durante a gravidez tanto para as mulheres
que têm diabete quanto para aquelas que desenvolvem o
problema na gestação. O resumo dessas explicações está aqui
P
ara começar, precisamos esclarecer
um ponto: nem todo diabete na gra-
videz é gestacional. Algumas futuras
mamães já eram diabéticas — e nem des-
confiavam — muito antes de engravidar. E
esse diabete preexistente pode ser o do tipo
1 ou o do tipo 2. O diabete tipo 1 ocorre
quando o pâncreas é atacado por anticor-
pos do próprio sistema imunológico e deixa
de produzir a insulina, hormônio responsá-
vel pela entrada da glicose nas células. En-
quanto no tipo 2, que tem causas variadas,
a insulina é fabricada, mas tem dificuldade
para cumprir sua função. Nessas duas va-
riações, vale repetir, a doença já existia e
acaba sendo descoberta durante a gestação
— não é provocada por ela. Da mesma ma-
neira, não vai embora depois do parto.
O diabete gestacional é diferente. Ele apa-
rece especificamente na gravidez. E, quando
o bebê nasce, os níveis de glicose tendem a
se normalizar. Ele ocorre porque o pâncreas
de algumas mulheres, sobrecarregado pelos
hormônios envolvidos na gestação, não pro-
duz insulina suficiente para mandar o açú-
car do sangue para dentro das células.
Seja qual for a forma de diabete, o exces-
so de açúcar em circulação chega até o bebê
através do cordão umbilical. O organismo
dele reage: seu pâncreas começa a produzir
insulina além do normal para dar conta de
toda a glicose extra — a que não é aprovei-
tada é estocada em forma de gordura. Por
isso, as mamães que apresentam diabete
não controlada têm filhos maiores e, prin-
cipalmente, acima do peso. Alguns chegam
a nascer com 7 quilos ou mais.
Logo após o parto, o bebê, acostumado
com a fartura de açúcar, precisa se adap-
tar a um mundo não tão açucarado. Seu
pâncreas continua produzindo insulina a
mil e é comum, então, o recém-nascido
apresentar uma hipoglicemia, que deve
ser controlada imediatamente. E isso
pode ser feito oferecendo leite materno
nos primeiros minutos de vida ou, ainda,
os médicos podem optar por injetar um
soro com glicose por algumas horas.
Como saber se a grávida tem o diabete
gestacional? Não há outra saída: é preciso
fazer alguns exames. Até porque os sinto-
mas do diabete gestacional não são claros
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Aula 08 - Diabete na gravidez
— é diferente do que acontece nos tipos
1 e 2, quando a paciente urina muito e
constantemente, por exemplo. Por isso,
a primeira recomendação é que todas as
mulheres façam os testes de glicemia logo
no início da gestação para, depois, repe-
ti-lo entre a 24ª e a 27ª semana, quando
o problema costuma dar as caras.
Quando o diabete é confirmado — seja
ele gestacional ou não —, sempre preci-
sa ser controlado. E não só em nome da
saúde do bebê. A grávida com diabete
sem controle tem maior probabilidade
de desenvolver hipertensão e infecções,
principalmente a urinária.
É possível controlar o diabete por
meio da alimentação e da prática de
uma atividade física regular. Só na-
queles casos em que isso não é sufi-
ciente para reduzir os níveis de açú-
car no sangue o uso da insulina se
faz necessário.
O ideal é que o cardápio seja orien-
tado por uma nutricionista, mas o
importante é manter refeições equi-
libradas, sem exageros, em interva-
los regulares. Os exercícios devem ter
intensidade moderada e precisam fa-
zer parte da rotina diária, com muita
disciplina. Não adianta fazer ginásti-
ca de segunda a sexta e descansar no
final de semana — para a grávida com
diabete, é a constância que faz efeito
e evita os picos de glicose na circula-
ção. Essas medidas resolvem a maioria
dos casos. Apenas 25% das gestantes
precisam da insulina. E, no caso, a
grávida pode ficar tranquila porque o
medicamento não faz mal ao bebê.
Além disso, é preciso manter um
controle diário da glicemia, o nível
de açúcar, principalmente depois das
refeições. Isso significa usar apare-
lhos que dosam a glicose por meio
de uma pequena picada no dedo para
analisar uma gota ínfima de sangue.
É simples, eficiente e não dói!
Quem está na mira
Algumas mulheres têm maior risco
de desenvolver o diabete gestacional.
Fazem parte desse grupo as que
engravidam com mais idade;
as de determinados grupos étnicos,
como as asiáticas; e, principalmente,
aquelas que estão muito acima do
peso. Por isso a importância de
entrar na gravidez em boa forma.
E, mesmo se você está de bem
com a balança, há sempre a
probabilidade de ter o problema
— claro que, no caso, ela será bem
menor. Mas vale a pena ficar de olho
e fazer exames durante o pré-natal.
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Aula 08 - Diabete na gravidez
No diabete gestacional, depois que o
bebê nasce, os níveis de açúcar no san-
gue da mamãe voltam a se equilibrar.
No entanto é recomendado que essa
mulher faça testes periódicos para sa-
ber se a intolerância à insulina ainda
persiste, porque ela sempre apresenta-
rá uma tendência a esse tipo de proble-
ma. Os primeiros exames são realizados
entre 40 e 60 dias após o parto. E, de-
pois, devem ser repetidos a cada dois
ou três anos para afastar a hipótese de
um diabete tipo 2. Vale ficar atenta e
adotar um estilo de vida saudável para
que ele nunca dê as caras.
Mesmo tomando todos os
cuidados, o diabete pode fugir
ao controle e provocar problemas
nos rins, na circulação e elevar a
pressão arterial. Se isso acontece,
o parto costuma ser antecipado.
Por isso o número de casos de
prematuridade entre as gestantes
diabéticas é maior. Mas boa
parte delas segue até o final
da gestação com tranquilidade.
Tudo é uma questão de fazer
um bom acompanhamento e
controlar o açúcar no sangue.
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AULA 09
Dr. Marcelo Zugaib
A PREMATURIDADE
Realização: Colaboração
de especialistas do:
Ginecologista e obstetra do Hospital Israelita Albert Einstein
Aula 09
A prematuridade
Quando um parto é considerado prematuro, quais as gestantes
que correm esse risco e os cuidados para preveni-lo — esses são
alguns dos assuntos abordados pelo ginecologista e obstetra do
Hospital Israelita Albert Einstein Marcelo Zugaib, na aula 09
do nosso curso. E o resumo você pode relembrar a seguir.
U
ma gravidez tem duração de 40 se-
manas, mas, às vezes, o bebê nasce
antes do tempo, entre a 22ª e a 37ª
semana de gestação. Quando isso acontece,
o parto é considerado prematuro. Afinal,
como o próprio nome indica, o nascimento
se dá antes que a criança esteja madura.
Entre as gestantes, há aquelas que
correm maior risco de ir para a mater-
nidade antecipadamente. Nesse grupo
estão as mulheres com histórico de pre-
maturidade, ou seja, que já tiveram um
bebê nessas condições. As grávidas de
gêmeos também podem entrar em traba-
lho de parto antes da hora. Finalmente,
fazem parte do grupo de risco as futu-
ras mamães que tiveram sangramentos
persistentes no primeiro ou no segun-
do trimestre da gestação. Se, além de
apresentar um desses fatores de risco, a
mulher ainda tiver um colo uterino cur-
to, a probabilidade de a criança nascer
prematura será ainda maior.
Existem testes capazes de prever o par-
to prematuro, mas não vale a pena aplicá-
los em todas as mulheres — os médicos
costumam indicá-los apenas para esses
casos já mencionados, que formam o gru-
po de risco. Um dos exames é o da fi-
bronectina, uma proteína colada à mem-
brana do útero. Ele é feito por meio da
coleta da secreção vaginal a partir da 22ª
semana de gravidez e repetido a cada 15
dias. Se houver a presença da proteína,
isso sinaliza ao médico que o parto pode
acontecer nos sete ou 14 dias seguintes.
Outro indicador de prematuridade é a
medida do colo uterino, que costuma ser
obtida com precisão por meio de uma ul-
trassonografia transvaginal, entre a 22ª
e a 24ª semana. Trata-se de outro exa-
me que pode ser repetido nas semanas
seguintes para orientar o obstetra que
acompanha a gestante de risco.
Quando esses testes confirmam ao mé-
dico que o parto prematuro pode, de fato,
acontecer, ele costuma lançar mão de al-
gumas medidas de prevenção. A primei-
ra delas é o repouso. Em uma situação
dessas, é preciso descansar tanto o corpo
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Aula 09 - A prematuridade
quanto a mente. Por isso muitos médi-
cos propõem até mesmo o afastamento
do trabalho. A atividade sexual também
costuma ser suspensa e, para completar o
pacote de medidas, o obstetra pode indi-
car medicamentos, como a progesterona
natural, que vem obtendo resultados bri-
lhantes — esse hormônio consegue evi-
tar até 50% dos partos prematuros.
Dois tipos de parto prematuro
Existem aqueles casos em que o parto
prematuro é o que chamamos de eletivo.
Isto é, o médico marca a data do nasci-
mento para poupar a mãe ou o próprio
bebê de condições prejudiciais à sua
saúde — por exemplo, quando a hiper-
tensão foge do controle. E existem, tam-
bém, os partos prematuros espontâneos,
é claro. Quando a mulher dá sinais de
que está entrando em trabalho de parto
antes da hora, a primeira coisa a fazer
é interná-la o mais rápido possível. Vale
ressaltar: os médicos não conseguem blo-
quear o processo em 50% dos casos, mas
pelo menos podem ganhar um tempo. E,
no caso, estamos falando de umas 48 ou
72 horas — período que pode parecer
curto, mas que faz uma imensa diferen-
ça. Nesse prazo, a gestante pode receber
corticoides, por exemplo. O remédio é
usado para acelerar o amadurecimento
dos pulmões do bebê. Também é possí-
vel, se for o caso, transferi-la para uma
maternidade com UTI neonatal.
Durante o parto, o obstetra toma al-
guns cuidados especiais. Ele evita, por
exemplo, usar drogas que possam sedar
a criança, aumentando o risco de com-
plicações respiratórias ao nascer. Ele re-
dobra a atenção para prevenir qualquer
trauma mecânico — afinal, o corpo do
bebê prematuro é ainda mais frágil. En-
fim, faz de tudo para poupar o recém-
nascido de algum sofrimento.
Em seguida, o bebê prematuro é levado
para uma UTI neonatal, onde será acom-
panhado pelo médico neonatologista,
que lhe dedicará uma série de cuidados
complementares para garantir seu de-
senvolvimento. Felizmente, a evolução
da obstetrícia e da neonatologia tem
obtido ótimos resultados em casos de
bebês que nascem antes da hora.
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AULA 10
Dr. Eduardo Cordioli
A PRÉ-ECLÂMPSIA
Realização: Colaboração
de especialistas do:
Ginecologista e obstetra do Hospital Israelita Albert Einstein
Aula 10
A pré-eclâmpsia
Na aula 10 do nosso curso de gestantes, o ginecologista e obstetra
Eduardo Cordioli, coordenador da maternidade do Hospital Israelita
Albert Einstein, explica o que é a pré-eclâmpsia — os sinais,
as causas, os tratamentos e, principalmente, como prevenir
o problema. A seguir, um resumo de todas as informações.
O
termo pré-eclâmpsia é bastante
ouvido na gestação. Mas, afinal,
o que ele quer dizer? Trata-se de
um problema caracterizado pelo aumen-
to da pressão arterial, que oscila em pi-
cos — ou seja, sobe muito e, depois, vol-
ta a se normalizar. Mas, diferentemente
da hipertensão, que pode afetar homens
e mulheres em qualquer fase da vida, ela
é um quadro transitório, que desaparece
após o nascimento do bebê.
Esse vaivém da pressão é sério e nin-
guém sabe ao certo quais são suas causas.
Os médicos cogitam, porém, que a pré-
eclâmpsia faça parte do que chamam de
síndrome da má adaptação placentária.
É que, em algumas grávidas, a placenta
não gruda direito no útero e, então, seu
sistema imunológico passaria a encará-la
como se fosse um corpo estranho. Essa
reação, por sua vez, provocaria a contra-
ção e a distensão dos vasos sanguíneos,
fazendo a pressão subir e voltar ao nor-
mal, em uma espécie de gangorra. Outro
efeito desse jogo de contrair e relaxar dos
vasos é o inchaço. Por isso, toda gestante
deve ficar alerta ao perceber que os pés, as
pernas e até mesmo as mãos estão inchan-
do demais e conversar com seu médico para
afastar a hipótese da pré-eclâmpsia.
Ela, costuma-se dizer, é uma doen-
ça de extremos. Tende a aparecer com
maior frequência em grávidas jovens de
primeira viagem e em mulheres que en-
gravidam mais tarde, no final da vida re-
produtiva. E, infelizmente, ainda não há
exames para prever quem terá o problema
e quem não terá. Até porque há indícios
de que depende da combinação de genes
do casal. Nota-se que uma mulher pode
ter pré-eclâmpsia ao engravidar de um
parceiro e não apresentá-la ao gerar uma
criança de outro companheiro.
Já foram realizadas diversas pesquisas
em busca de tratamentos preventivos efica-
zes. Os cientistas analisaram, por exemplo,
se o consumo de cálcio e de óleo de peixe
ajudaria a evitar esses quadros, mas nada
foi muito animador. Na realidade, a grávida
só se vê livre da pré-eclâmpsia no parto,
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Aula 10 - A pré-eclâmpsia
quando a placenta, que parece ser a grande
causadora do transtorno, é retirada. Até lá,
o que a gestante com pré-eclâmpsia pode
fazer é observar algumas recomendações.
A primeira delas é seguir uma dieta equi-
librada. E não adianta cortar o sal, até por-
que ele tem iodo, um mineral importante
para o desenvolvimento do feto. O funda-
mentaléqueessecardápio,alémdefornecer
todos os nutrientes, não favoreça o ganho
excessivo de peso — que, aliás, pode ser
um estopim para a pré-eclâmpsia naquelas
mulheres com tendência ao problema.
O obstetra deve fazer um acompanha-
mento ainda mais próximo para evitar que
os picos de pressão rendam complicações
para a mãe e para o bebê. Afinal, ela tem
uma pré-eclâmpsia, e o que não se quer,
de jeito algum, é que ela tenha a eclâmp-
sia propriamente dita, uma elevação da
pressão tão severa que é capaz de causar
convulsões. Os sinais da ameaça são dor de
cabeça — principalmente frontal e na nuca
—, dor forte na boca do estômago, tontura
e visão de pontinhos brilhantes. No caso da
mulher com pré-eclâmpsia, sentir um único
desses sintomas já é motivo para procurar
auxílio médico. Se ela não consegue loca-
lizar seu obstetra depressa, então deve ir
para a maternidade em vez de correr risco.
Mas a gestante com pré-eclâmpsia que se
cuida e segue à risca as orientações difi-
cilmente chega a esse ponto. O que pode
ocorrer é o obstetra optar por antecipar o
parto quando a pressão da grávida está alta
e o uso de medicamentos anti-hipertensi-
vos não está surtindo efeito para garantir
que mãe e filho fiquem muito bem.
Quando surge o problema
Os picos de pressão costumam
surpreender a gestante depois do
quinto mês. Mas sempre existem
exceções. Nos casos de doença molar
— quando a placenta se transforma
em um tumor —, a pré-eclâmpsia
aparece logo no início da gravidez.
Ela também pode não demorar tanto
para dar as caras se a mulher tem
problemas de tireoide. Finalmente,
quem espera gêmeos apresenta
maior probabilidade de ter
pré-eclâmpsia porque tem mais
placenta no útero, o que aumenta
o risco de desenvolver a doença.
Bebês menores
Nem tanto a pré-eclâmpsia em si,
mas a placenta mal grudada que
tem a ver com ela, pode afetar a
passagem de nutrientes para o feto.
Isso pode atrapalhar seu crescimento
e, por isso, os filhos de gestantes
com esse problema de pressão
tendem a nascer um pouco menores.
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AULA 11
Dra. Heloisa Ferreira Brudniewski
O PARTO NORMAL
Realização: Colaboração
de especialistas do:
Ginecologista e obstetra do Hospital Israelita Albert Einstein
Aula 11
O parto normal
A ginecologista e obstetra Heloisa Ferreira Brudniewski,
do Hospital Israelita Albert Einstein, falou sobre o parto
normal na aula 11 do nosso curso. Ela explicou quais são
os requisitos para ter esse tipo de parto, como ele acontece
e o que esperar do pós-parto. Aqui você tem um resumo
para guardar e consultar sempre que quiser.
T
oda gestante pode, a princípio, ter
um parto normal. Ter um filho des-
sa maneira é algo natural e o cor-
po não precisa nem sequer ser preparado
para isso. O mais importante é a mulher
tirar todas as dúvidas — e os medos —
com o médico e, assim, esperar por esse
momento com tranquilidade.
O corpo dá sinais de que a hora do
parto está chegando — e o bebê está
pronto para nascer — por meio das
contrações, que se tornam mais fortes
e dolorosas. A mulher sente como se
a barriga se contorcesse em um mo-
vimento de cima para baixo, de modo
intenso e rítmico — essas são caracte-
rísticas da verdadeira contração, que
anuncia o trabalho de parto.
Daí, o colo do útero dilata e afina até
alcançar a medida de 10 centímetros.
As contrações — e, claro, a força feita
pela mãe também ajuda — começam
então a empurrar o bebê para fora. Em
um primeiro momento, ele se encaixa
e, depois, deixa o útero e passa pelo
canal vaginal. A saída da criança, em
si, recebe o nome de expulsão.
Nesse momento, a primeira parte do
corpo do bebê que o obstetra visualiza
é a cabeça. Quando ele sai por inteiro, o
médico prende o cordão umbilical com
uma espécie de pinça bem grande e o
corta. Depois que a criança nasce, a pla-
centa se descola e também é expulsa. O
obstetra, então, ajuda a retirá-la.
Existem três requisitos importantes
e que facilitam o parto normal: a di-
latação do colo uterino, a mulher ter
uma boa bacia e o bebê estar bem.
Sem a dilatação, não há abertura su-
ficiente e a expulsão da criança sim-
plesmente não acontece. Por exemplo:
algumas mulheres têm contrações
mas não têm dilatação. Isso é raro,
mas possível. Também é necessário
ter uma bacia larga o bastante para
favorecer a saída da criança. Gestan-
tes com a bacia muito estreita e com
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Aula 11 - O parto normal
bebê grande demais, em geral, têm
contraindicação para o parto normal.
Outro ponto fundamental: o peque-
no deve estar bem e saudável. Isso é
checado durante todo o trabalho de
parto, por meio de exames. Se ele cor-
rer qualquer risco ao se esforçar para
nascer, o parto normal será descarta-
do. Por isso mesmo, é importante você
saber, ainda, que, apesar de todas as
condições favoráveis, caso um impre-
visto aconteça, o parto normal pode
ser interrompido. Daí, o médico parte
para a cesárea, sem problemas.
Algo que costuma preocupar muitas
futuras mães é a velha história de o
cordão umbilical estar enrolado no
pescoço. Mas isso, em si, não impede
o parto normal. Se o cordão está enro-
lado, os batimentos cardíacos do bebê
são monitorados. E, se houver uma que-
da nesses batimentos, o que sugere que
o cordão está apertado demais e preju-
dicando a circulação, aí então o médico
pode pensar em uma cesárea. Na maio-
ria das vezes, porém, ele permanece
frouxo, sem atrapalhar. E o obstetra o
desenrola mal a criança nasce.
Outro medo é o de sentir dor na
hora de dar à luz. Mas hoje, vale sa-
ber, já é possível passar pelo parto
normal praticamente sem sofrer com
as contrações. Elas são aliviadas pela
anestesia. Já algumas mulheres fi-
cam inseguras em relação à duração
do trabalho de parto — tempo que,
diga-se, varia bastante de acordo com
cada gestante. Quando se torna muito
demorado, o médico pode recorrer a
medicamentos que aceleram as con-
trações uterinas. Isso só é feito, po-
rém, quando o bebê tem bom peso e
está bem de saúde.
De uma coisa todos podem estar
certos: os benefícios do parto normal
tanto para a mãe quanto para o filho
são muitos. Para começo de conversa,
quando o bebê atravessa o canal vagi-
nal, que é uma espécie de túnel aper-
tado, seu corpo fica comprimido. Isso
é ótimo porque provoca a expulsão de
toda água dos pulmões e facilita os
primeiros movimentos respiratórios.
Para a mãe, o parto normal permi-
te a retomada mais rápida de ativida-
des simples, como se sentar e andar.
A cicatrização dos pontos da episito-
mia — o corte realizado em algumas
mulheres para facilitar a expulsão da
criança — também costuma acontecer
em até 15 dias. O pós-parto é quase
indolor. Assim, a mãe tem mais dispo-
sição para cuidar do recém-nascido e
curtir a grande novidade da sua vida.
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Aula 11 - O parto normal
Os preparativos
Na maternidade, alguns
procedimentos são realizados antes
do parto em si. O primeiro deles
é a limpeza do canal vaginal e
uma levíssima raspagem dos pelos
pubianos só na região onde poderá
ser feita a episiotomia, um corte
na lateral do períneo, região entre
a vagina e o ânus. Isso não ocorre
sempre. A episioteomia é realizada
na maioria das vezes para facilitar a
saída do bebê e proteger os músculos
e outras estruturas do corpo da
mãe. Ela só não é necessária quando
o bebê é pequeno. Vale saber que
a lavagem intestinal, como parte
da preparação, foi abolida.
Fórceps, o que é isso?
Um instrumento médico que
ainda costuma ser utilizado em
alguns partos normais é o fórceps.
Parece um par de colheres longas
e vazadas. Recorre-se a ele para
ajudar a retirar o bebê quando
o pequeno fica parado no canal
vaginal — uma ajuda que traz
um alívio e tanto para a criança
e para a mãe. Atenção: a mulher
não sente quando o instrumento
é colocado, já que está anestesiada.
Nem a criança: as “colheres”
se encaixam nas laterais de
sua cabeça, sem machucá-la.
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AULA 12
Dr. Thomas Rafael Gollop
O PARTO CESARIANO
Realização: Colaboração
de especialistas do:
Ginecologista e obstetra do Hospital Israelita Albert Einstein
Aula 12
O parto cesariano
Neste resumo você encontra as explicações do obstetra e
ginecologista Thomas Rafael Gollop, do Hospital Israelita Albert
Einstein, sobre o parto cesariano: como é a cirurgia, a nova
técnica minimamente invasiva e a recuperação no pós-parto.
A
cesárea é uma cirurgia — no
caso, feita para trazer ao mun-
do um ou mais bebês. Ela existe
há muitos anos e garante o bem-estar
da mãe e da criança nos casos em que
o parto normal não é possível.
Existem, hoje, algumas novidades. Para
se submeter a uma cesariana, a gestante
não precisa mais, por exemplo, ficar em
jejum durante o trabalho de parto. Tam-
bém não é mais necessário fazer lavagem
intestinal ou mesmo raspar totalmente
os pelos pubianos — aliás, uma mudança
bem-vinda, porque a depilação total pro-
vocava muita coceira no pós-parto e, pior,
aumentava o risco de uma infecção.
Atualmente, há duas técnicas de ce-
sárea: a tradicional e a minimamente
invasiva. Em ambas, a gestante recebe
uma anestesia parecida com a do parto
normal. Nas duas formas de cesariana, à
primeira vista, o local e o tamanho do
corte são similares: ele é feito na região
púbica, bem no final do abdômen, e tem
cerca de 11 centímetros de comprimen-
to. A diferença é o que acontece dentro
da barriga: na técnica minimamente in-
vasiva, o médico corta menos camadas
de tecidos, porque algumas ele só afasta
com a ajuda das mãos. Também dá me-
nos pontos internos.
Com isso tudo, há um menor risco de
infecções e, consequentemente, menor
necessidade de antibióticos. A mulher
também tende a tomar menos analgési-
cos, porque sente menos dor. Ela conse-
gue se sentar e andar mais cedo do que
se fizesse a cesariana tradicional. E, cla-
ro, com isso o bebê sai ganhando, porque
a mãe fica com mais disposição para cui-
dar dele. Aliás, é recomendado que mãe
e filho fiquem no mesmo quarto. Dessa
forma eles têm a chance de se adaptar
um ao outro. Em geral, as mulheres que
passam pela cesariana permanecem na
maternidade por 48 horas, além do dia
da cirurgia propriamente dita.
De 40 a 50 minutos
é o tempo médio
de duração do
parto cesariano
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Aula 12 - O parto cesariano
Cuidados pós-parto
Quando o efeito da anestesia passa,
a mulher é logo encorajada a se
sentar e, em seguida, a caminhar.
Isso ajuda, inclusive, a estimular o
funcionamento do intestino. A hora
do banho também não é nenhum
problema. Hoje os médicos tendem
a usar uma cola cirúrgica para fechar
o corte da cesariana, o que facilita na
limpeza. Dá para lavar a região sem
medo e, depois, apenas secar com
uma toalha macia. Claro que algumas
mamães recentes sentem dores,
mas isso pode ser controlado
com medicamentos específicos.
Um parto cesariano,
um parto normal
Será que depois de uma cesárea
é possível ter um bebê por parto
normal? Essa é das grandes
dúvidas de boa parte das mães.
A mulher que passa por essa
cirurgia tem 50% de chance de
tentar (e conseguir com sucesso!)
um parto normal na segunda
gravidez. Mas o inverso também
é possível de acontecer. Já
quem passou por duas cesáreas
consecutivas terá obrigatoriamente
que fazer outro parto cesariano
se engravidar pela terceira vez.
Caso contrário, existe um risco
grande de ruptura do útero por
causa da força das contrações
no momento da expulsão do
bebê no parto vaginal. Essa
complicação é muito séria.
E não vale a pena correr o risco.
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AULA 13
Dr. Diego May
OS TIPOS DE ANESTESIA
Realização: Colaboração
de especialistas do:
Anestesiologista do Hospital Israelita Albert Einstein
Aula 13
Os tipos de anestesia
O anestesiologista Diego May, do Hospital Israelita Albert
Einstein, explica as técnicas que são utilizadas no parto
e tira uma série de dúvidas que passam pela cabeça das
gestantes. As principais informações estão no resumo a seguir.
A
maior parte das gestantes tem
dúvidas em relação à anestesia.
Antes de mais nada, é importan-
te saber quais os tipos existentes e como
eles agem no corpo. Hoje, a anestesia
geral, que deixa a paciente completa-
mente sedada, só é usada em raríssimas
ocasiões. Atualmente, na hora do parto,
os médicos preferem recorrer a um des-
tes outros três tipos: a raquianestesia, a
peridural ou o duplo bloqueio.
A anestesia raquidiana, ou raquianes-
tesia, é a mais indicada para a cesárea,
porque, além de perder completamente
a sensibilidade da cintura para baixo
— ou seja, na área em que será feito o
corte —, a mulher não consegue mexer
as pernas, o que certamente atrapalha-
ria o cirurgião. Essa anestesia é aplicada
de uma só vez, entre duas vértebras da
coluna, por meio de uma agulha com a
ponta arredondada. Ela atravessa pele,
nervos e chega ao liquor, substância
que banha a medula nervosa que passa
ali no meio. Logo que o medicamento é
aplicado, a futura mamãe nota as pernas
esquentarem e, em seguida, sente um
formigamento. Instantes depois, perde-
se a sensibilidade e os movimentos —
um efeito que dura, em média, de três
a quatro horas, tempo mais do que sufi-
ciente para a cirurgia ser realizada.
Queda de pressão?
Às vezes, a anestesia raquidiana
provoca uma pequena queda de
pressão na gestante. Na prática,
a sensação é de um leve mal-
estar, que a mulher traduz como
uma sensação de enjoo. Quem
se sentir assim deverá avisar
o anestesista, que tem plenas
condições de reverter a situação
com medicamentos específicos.
Muitas vezes, porém, eles nem
são necessários, porque o médico
lança mão de certas artimanhas.
Por exemplo, é comum ele
empurrar a barriga da parturiente
para o lado esquerdo. Essa manobra
favorece o retorno do sangue para
a cabeça, normalizando a pressão
e acabando com o mal-estar.
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Aula 13 - Os tipos de anestesia
No parto normal, há três opções de
anestesia. A primeira é o médico dar uma
dose baixa da raquidiana, o que, aliás,
costuma ser feito quando a mulher che-
ga à maternidade em trabalho de parto
adiantado. A quantidade de medicamen-
to é pequena, mas suficiente para barrar
a dor e, ao mesmo tempo, ainda permitir
certo movimento das pernas.
Já se o trabalho de parto ainda está no
meio do caminho, é possível decidir pela
peridural — que demora um pouco mais
para agir — ou pelo duplo bloqueio. Na
peridural, uma agulha semelhante à da
raquianestesia também é introduzida en-
tre as vértebras, mas ela só chega até a
dura-máter, uma membrana anterior ao
liquor. Ou seja, é uma aplicação, digamos,
mais superficial. Ao chegar a esse ponto
exato, o anestesista retira a agulha e dei-
xa ali, em seu lugar, um cateter fininho,
que vai derramando as drogas anestésicas
aos poucos. A mulher perde a sensibilida-
de para a dor, mas continua dominando
seus movimentos da cintura para baixo,
por isso pode ajudar o bebê a nascer.
A terceira alternativa de anestesia para
o parto normal é o duplo bloqueio, que
une a raquianestesia e a peridural em
um mesmo procedimento. Uma agulha,
similar à da ráqui, encosta na dura-má-
ter, a tal membrana anterior ao liquor.
Por dentro dessa agulha vem outra, mais
fina, que chega até o liquor propriamen-
te dito. Ali, o médico aplica uma dose
baixa de anestésico. A agulha mais fina
é, então, retirada e, no lugar, fica um
cateter, que alcança a dura-máter para
levar, aos poucos, doses de reforço de
medicamento conforme o trabalho de
parto avança. O efeito no corpo da ges-
tante é o mesmo que na peridural — dá
para sentir as pernas e as contrações —,
a diferença é que a ação é imediata.
A anestesia, independentemente da
técnica de aplicação ou do medicamento,
não provoca nenhum tipo de reação na
maioria das grávidas. Em geral, os pro-
blemas só acontecem nas mulheres que
têm problemas de coagulação do sangue,
aquelas com alguma infecção no lugar
do corte ou as alérgicas às substâncias
anestésicas. A recuperação costuma ser
muito tranquila. Claro que existem pe-
quenas diferenças, de acordo com o tipo
de anestesia. Em comum, todas as mães,
independentemente da técnica usada,
sentem um pouco de coceira e frio, con-
forme o medicamento perde a ação. Ou-
tras reações são retenção urinária, náu-
sea e, mais raramente, vômito.
Mas vale saber que essas anestesias são
seguras e usadas todos os dias ao redor
do mundo. O objetivo é fazer com que a
mãe fique consciente durante todo o par-
to, não sinta dor e, assim, possa curtir
cada minuto desse momento tão especial,
que é o nascimento do seu bebê.
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Aula 13 - Os tipos de anestesia
Não se mexa!
É provável que você escute
essa frase do anestesista. Toda
grávida, independentemente
do tipo de anestesia, deve ficar
sentada na maca, com os ombros
soltos e o queixo encostado no
peito. É preciso também ficar
relaxada e não fazer nenhuma
espécie de movimento. Isso pode ser
difícil, principalmente durante as
contrações. Mas não é impossível.
Se você sentir que não vai aguentar
se manter imóvel, avise o médico.
A anestesia dói?
Um pouco. Você vai sentir uma
picada ardida na hora em que a
agulha entrar — não é nada muito
intenso e passa rápido. O melhor
vem em seguida: as dores das
contrações desaparecem e você
pode, finalmente, relaxar para
aproveitar a chegada do seu bebê!
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AULA 14
Dr. DANIEL KLOTZEL
SINAIS DE PARTO
Realização: Colaboração
de especialistas do:
Ginecologista e obstetra do Hospital Israelita Albert Einstein
Aula 14
Sinais de parto
Neste resumo, o ginecologista e obstetra Daniel Klotzel,
do Hospital Israelita Albert Einstein, explica quais alterações
no corpo da mulher indicam que o bebê está pronto para
nascer e como acontece o trabalho de parto.
E
m torno da 40ª semana de gestação,
o corpo da mulher costuma sinalizar
que o pequeno está pronto para vir ao
mundo. A principal mudança ocorre no rit-
mo das contrações uterinas, que se tornam
mais frequentes e desconfortáveis. Vale
lembrar que, desde o quinto mês, a grávida
tem as chamadas contrações de Braxton-
Hicks, que são esporádicas, indolores e cau-
sam um leve endurecimento da barriga.
Diferentemente das de Braxton-Hicks,
as contrações que marcam o início do tra-
balho de parto começam nas costas e se
irradiam para a região inferior do útero.
Além disso, elas são dolorosas, regulares
e ocorrem em intervalos cada vez mais
curtos — a cada dez minutos e, depois, a
cada cinco, por exemplo. Quanto menores
as pausas entre uma contração e outra,
mais próximo está o nascimento.
Ao perceber que as contrações estão
rítmicas e cada vez mais frequentes, a
mulher deve se preparar para ir à ma-
ternidade — cá entre nós, o ideal é que
essa viagem já tenha sido organizada
de antemão. Caso haja algum tipo de
sangramento, semelhante àqueles ca-
racterísticos da menstruação ou maior,
e que seja acompanhado de cólica ou
contrações, a gestante não pode perder
nenhum segundo: precisa se dirigir de
imediato ao hospital. Esse procedimento
também precisa ser seguido à risca se a
bolsa-d’água se romper e o líquido amni-
ótico estiver esverdeado, com uma colo-
ração que lembra a de sopa de ervilha.
O rompimento da bolsa, aliás, é outro
sinal importante que denuncia a chega-
da do bebê. Como saber que isso aconte-
ceu? Em geral, a quantidade de líquido
que se esvai é o suficiente para escor-
rer pelas pernas e até molhar o chão.
No entanto, a ruptura da bolsa pode se
dar de forma diversa. Se houver apenas
um furo longe do colo uterino, o líqui-
do tende a sair aos poucos e em peque-
nas doses. Às vezes, isso é confundido
3 X 10
Os médicos definem que o trabalho de
parto de fato começa quando o útero
feminino se contrai pelo menos três
vezes no espaço de dez minutos.
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Aula 14 - Sinais de parto
com os escapes involuntários de urina
ou com corrimento vaginal, ambos nor-
mais no final da gestação. Só que, nesse
caso, o líquido é translúcido, parecido
com água de coco, e tem odor que se
assemelha ao da água sanitária. Nessa
situação, a gestante também deve ir de
pronto para a maternidade e levar con-
sigo as malas — a dela e a do bebê, que,
logo, logo, vai encher a casa de alegria.
“Será que estou
em trabalho de parto?’’
Na dúvida, os especialistas
recomendam que a futura mamãe
siga para a maternidade, sem
muita pressa. O pré-parto costuma
ser demorado. Na primeira
gestação, ele pode durar até 12
horas; na segunda ou terceira
gravidez, entre seis e oito horas.
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AULA 15
Dr. FELIPE DE SOUZA ROSSI
CUIDADOS COM O RECÉM-NASCIDO
NA SALA DE PARTO
Realização: Colaboração
de especialistas do:
Pediatra e neonatologista do Hospital Israelita Albert Einstein
Aula 15
Cuidados com o recém-nascido
na sala de parto
O pediatra e neonatologista Felipe de Souza Rossi,
do Hospital Israelita Albert Einstein, contou o que
acontece com o pequeno logo após o nascimento. Neste
resumo, você relembra os principais pontos dessa aula.
A
ssim que nasce, o bebê tem como
primeiro desafio se acostumar ao
ambiente fora do útero. Em outras
palavras, terá de respirar e controlar a tem-
peratura do corpo por conta própria. Além
de se acostumar com a intensidade da luz,
dos sons e dos cheiros. Para auxiliá-lo nessa
tarefa, deve haver, na sala de parto, um pe-
diatra. É esse especialista que vai colocá-lo
em um berço aquecido para ajudar a estabi-
lizar sua temperatura. E é ali também que
o médico o seca e faz os primeiros exames.
O objetivo é checar como o pequeno está.
Esses testes não são aleatórios e seguem pa-
drões que mostram como o recém-nascido
reage nos primeiros minutos de vida. Trata-
se do chamado boletim de Apgar.
O Apgar analisa cinco itens relaciona-
dos à saúde da criança: frequência car-
díaca, respiração, tônus muscular (se é
rígido ou flácido), coloração da pele e se
o bebê está ativo e reativo à manipula-
ção. Essa avaliação acontece, aproxima-
damente, no primeiro minuto pós-nasci-
mento e, em seguida, no quinto minuto
de vida. Para cada item é dada uma nota,
que varia de 0 a 2. O pediatra soma essas
notas e chega a um resultado final tan-
to para o primeiro quanto para o quinto
minuto de vida do pequeno.
Outro ponto que o pediatra observa
nesse momento é o choro do bebê ou o
esforço para abrir o berreiro. Apesar de
as lágrimas brotarem espontaneamente
na maioria dos recém-nascidos, algumas
crianças não botam a boca no mundo.
A ausência do chororô costuma indicar
muito mais uma característica do peque-
no do que a presença de algum problema
grave, principalmente se os outros dados
do Apgar apontarem que ele está se adap-
tando bem fora do útero. Vale saber que
dar um tapa no bumbum do recém-nasci-
do para que ele chore não é uma prática
adotada pelos médicos na sala de parto.
Logo após o nascimento, o choro tem
uma função importante. Ele auxilia o
bebê a reter o ar dentro dos pulmões.
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Aula 15 - Cuidados com o recém-nascido na sala de parto
Para facilitar ainda mais esse processo,
o médico pode colocar uma sonda que
também libera a passagem de ar. Como
isso é realizado? A sonda é ajustada pri-
meiro na boca e depois no nariz e, as-
sim, suga o líquido amniótico que não
foi expulso durante o parto. Os pais,
muitas vezes, se assustam com esse pro-
cedimento. Mas não há com o que se
preocupar porque isso é algo normal e
feito para o bem-estar do pequeno.
Terminado o Apgar e a retirada do lí-
quido dos pulmões, o neonatologista pin-
ga um colírio especial nos olhos da crian-
ça para prevenir a conjuntivite neonatal.
Por fim, se ela estiver com a temperatura
estável, será pesada e medida e, em se-
guida, tomará um banho. Essa primeira
limpeza, que em algumas maternidades
ocorre fora da sala de parto e na com-
panhia do pai, não higieniza o recém-
nascido nem retira totalmente o vérnix,
camada de gordura branca que recobre os
bebês nascidos no tempo certo, mas, sim,
tem o objetivo de estimular o primeiro
contato entre pai e filho. Depois disso,
o bebê é apresentado ao seio materno. A
ideia não é necessariamente alimentá-lo,
Quando é preciso
ir para a UTI
Às vezes, o bebê não se adapta tão
bem à vida fora do útero e então
segue para a unidade de terapia
intensiva, a UTI, onde será
avaliado mais detalhadamente.
Essa opção assusta muitos pais,
mas, em geral, ela é tomada
por um excesso de zelo, e não
necessariamente por um problema
grave. O importante é manter a
calma. Logo o pequeno estará na
companhia da família.
mas sobretudo proporcionar um momen-
to de carinho e aconchego.
Dali, a criança segue para o berçário,
onde continuará sendo observada pela
equipe médica. É importante que antes de
sair da sala de parto ela já esteja com a pul-
seira de identificação, colocada no braço e/
ou na perna. E, em poucas horas, o bebê,
finalmente, estará próximo não apenas da
nova mamãe mas de toda a família.
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AULA 16
Dr. VICTOR NUDELMAN
CUIDADOS COM O RECÉM-NASCIDO
Realização: Colaboração
de especialistas do:
Pediatra do Hospital Israelita Albert Einstein
Aula 16
Cuidados com o recém-nascido
O pediatra Victor Nudelman, do Hospital Israelita Albert
Einstein, detalhou o que acontece com o pequeno no
berçário da maternidade. O médico também sugeriu algumas
recomendações para os primeiros dias do bebê em casa.
A
ssim que o recém-nascido sai da
sala de parto, ele segue para o
berçário. É ali que o pediatra irá
examiná-lo mais detalhadamente. O es-
pecialista repara, por exemplo, se o pe-
queno está ofegante. Essa observação mi-
nuciosa é repetida nos dois dias seguintes
— período em que geralmente a criança
fica na maternidade. O pediatra ouve os
batimentos do coração, avalia a muscula-
tura, o abdômen, a coloração da pele e ve-
rifica, ainda, as fezes e a urina do bebê. O
médico analisa, também, os reflexos. Isso
lhe mostra como está o desenvolvimento
neurológico. Por fim, observa se o meni-
no ou menina consegue piscar, apertar o
dedo de outra pessoa com a mão e, por
fim, se tem reflexos de defesa.
É nessa fase que são realizados outros
testes, como o do olhinho, que inves-
tiga se existe algum problema entre o
cristalino, a córnea e a retina, estrutu-
ras essenciais para a visão. Há ainda o
chamado teste da orelhinha, que, como
o nome entrega, avalia a capacidade au-
ditiva do recém-nascido.
Até o sangue do bebê é analisado: o
tipo sanguíneo, o fator Rh e a compati-
bilidade do sangue dele com o da mãe. Já
o teste do pezinho, realizado também na
maternidade, rastreia a presença de al-
gumas doenças congênitas, como anemia
ou problemas nos sistemas respiratório e
digestivo. O resultado desse checkup não
sai na hora e geralmente é enviado pelos
hospitais via correio alguns dias depois.
10%
do total do peso
é quanto um
recém-nascido
pode perder nos
três primeiros
dias de vida.
Após o quarto ou
quinto dia, ele
geralmente volta
a engordar
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Aula 16 - Cuidados com o recém-nascido
No berçário, longe dos olhos da famí-
lia, a criança toma banho, tem o coto
umbilical higienizado, é medida e pesa-
da novamente. E, antes de receber alta,
o recém-nascido pode ser vacinado con-
tra a tuberculose e o vírus da hepatite
B. A imunização só será feita se os pais
estiverem de acordo.
Em casa
Após a alta da maternidade, muitos
pais de primeira viagem se sentem inse-
guros com o bebê em casa. Um conselho
básico: muita calma nessa hora. A prática
vem com o tempo, e, com ela, a confian-
ça. Enquanto isso, vale seguir algumas
orientações, como as listadas abaixo:
O bebê segue uma rotina metódica.•	
Ele mama, suja a fralda, que deve ser
trocada, e dorme. E precisa de um
banho por dia.
Ao colocá-lo para dormir, posicione-o•	
de barriga para cima. Nunca de bru-
ços nem deitado sobre travesseiros.
Também não se deve utilizar apoios
para mantê-lo de lado.
Para saber se o pequeno está com•	
frio, basta sentir a temperatura de
sua barriga. Extremidades como pés
e mãos em geral ficam frios, por isso
não são um bom termômetro.
Bebês também não devem passar de•	
colo em colo. A pele é o sentido mais
apurado do recém-nascido. Ele sente
as vibrações de cada um que o toca.
Se muita gente o pega, ele acaba ex-
citado ou mesmo muito irritado.
A criança se expressa por meio do cho-•	
ro. Quando é forte, alto e estridente,
indica fome ou sono. Daí, é só saciá-la,
dando de mamar ou colocando-a para
dormir. Um choro fraco pode ser sinal
de manha ou de tédio — basta um
colo para que o pequeno se acalme.
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O que é icterícia?
É um problema que deixa a
pele do corpo do recém-nascido
amarelo-alaranjado. Até mesmo
o branco dos olhos ganha esse
tom. A icterícia costuma afetar
até 80% dos nascidos no tempo
certo. Se detectada e controlada,
não apresenta maiores riscos.
O problema geralmente aparece
porque parte da bilirrubina,
substância amarela metabolizada
pelo fígado e eliminada
nas fezes, não consegue ser
processada devido à imaturidade
hepática para filtrar as
impurezas do organismo infantil.
Então, esse excesso acaba se
acumulando no sangue e deixa a
pele com cor de suco de laranja.
O tratamento, feito no berçário,
é simples: a criança fica em um
berço especial, exposta a uma luz
azul — trata-se do popular banho
de luz. Ao incidir na pele, ela
diminui o tom amarelo. O ajuste
no funcionamento do fígado é
mais uma das adaptações pelas
quais o corpo da criança passa
nos dias após o nascimento.
Aula 16 - Cuidados com o recém-nascido
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AULA 17
NATÁLIA TURANO
A TROCA DE FRALDA
Realização: Colaboração
de especialistas do:
Enfermeira pediátrica do Hospital Israelita Albert Einstein
Aula 17
A troca de fralda
Neste resumo, você confere o que a enfermeira pediátrica
Natália Turano, do Hospital Israelita Albert Einstein, ensinou
sobre a higiene do recém-nascido. Ela mostrou como trocar a fralda,
da menina e do menino, e também como limpar o coto umbilical.
A
ssim que o bebê chega em casa,
boa parte das mães (e dos pais) de
primeira viagem se atrapalha com
aquela que, à primeira vista, parece ser
uma das atividades das mais corriqueiras:
a troca da fralda. Trata-se de uma ques-
tão de tempo — e de prática. Com a repe-
Como trocar a fralda
tição da tarefa várias vezes ao dia, logo,
logo não haverá nenhum mistério para
realizá-la na maior tranquilidade. A hi-
gienização do pequeno, no entanto, deve
ser feita com atenção redobrada. Esse zelo
previne problemas como infecção uriná-
ria, principalmente nas meninas.
água
morna
algodão
pomada
fralda
descartável
fralda
de pano
a)Antes de começar, é importan-
te ter todos os itens à mão. São
eles: algodão, água morna, uma fralda
descartável nova, uma fralda de pano e
uma pomada para prevenir assaduras.
Esse último acessório só deve ser utili-
zado se o pediatra recomendar.
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Aula 17 - A troca de fralda
b) O primeiro passo é deitar o bebê
no trocador ou em um lugar plano
e macio. A criança nunca deve ser deixada
sozinha. Em seguida, tire a parte de bai-
xo da roupa e abra a fralda suja. Atenção:
deve-se fixar o velcro das abas para que ele
não grude na pele delicada do pequeno.
Daí, levante suas pernas e puxe a fralda
usada, que precisa ser enrolada e descarta-
da. Se durante o procedimento o bebê fizer
cocô, remova o excesso com a própria fral-
da e só então dobre e jogue fora.
c) Para iniciar a limpeza, é neces-
sário molhar um chumaço de
algodão na água morna. Passe-o nos ge-
nitais, fazendo um movimento de cima
para baixo. No caso das meninas, não
se pode esquecer das dobrinhas ao lado
da vagina e de abrir os grandes lábios
para limpá-los internamente. Esse cui-
dado é bastante importante para evitar
infecções, sobretudo a urinária.
d) Nosmeninos,valecolocarumal-
godão umedecido ou uma fralda
de pano sobre o pênis. Caso ele faça xixi, a
urina irá escorrer para baixo, evitando que
a mamãe ou o papai se molhem.
fralda
suja
limpeza
da menina
fralda
protetora
para o menino
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e) Para finalizar, é imprescindível
limpar o bumbum, também
sempre de cima para baixo, para que as
fezes provenientes do ânus não se depo-
sitem nos genitais.
f) O último passo é secar a área
com um algodão ou com uma
fralda de pano macia, passar uma cama-
da fina do creme contra assaduras nas
dobrinhas e ao redor do ânus e, enfim,
levantar as pernas do pequeno para co-
locar a fralda limpa.
g) O acessório deve ser fechado
na altura da cintura, na mar-
ca indicada pelo fabricante. Para se cer-
tificar de que não está apertado demais,
basta colocar o dedo e verificar se há
uma pequena folga.
Último detalhe
Arrume os elásticos nas pernas para que não fiquem embolados ou
virados para dentro, o que facilita vazamentos. Pronto: o bebê está
limpo, cheiroso, com uma fralda nova e sequinha!
Aula 17 - A troca de fralda
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Como limpar
o coto umbilical
Ele demora cerca de duas semanas
para cair. Até isso acontecer,
você deverá limpá-lo a cada troca
de fralda ou no mínimo quatro
vezes ao dia. Todo esse cuidado
previne possíveis infecções. Para
mantê-lo higienizado, é preciso
limpar o local com álcool a 70%
com a ajuda de cotonetes. Basta
umedecer o acessório com o álcool
e passá-lo na base do umbigo em
movimentos circulares e sempre
para o mesmo lado — nunca
volte com o cotonete sujo.
Troque-o sempre que necessário
e até o local ficar sem resquícios
de sujeira. Em seguida, passe
outro cotonete umedecido
no álcool na extensão do coto,
da base para cima. Finalmente,
passe um cotonete seco na base
e na extensão, retirando
o excesso de álcool.
Aula 17 - A troca de fralda
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AULA 18
NATÁLIA TURANO
O BANHO DO BEBÊ
Realização: Colaboração
de especialistas do:
Enfermeira pediátrica do Hospital Israelita Albert Einstein
Aula 18
O banho do bebê
A enfermeira pediátrica Natália Turano, do Hospital Israelita
Albert Einstein, retornou ao nosso curso para ensinar o passo
a passo desse ritual de higiene. Veja, neste resumo, quais
os cuidados essenciais durante a prática, da preparação
do ambiente à maneira correta de enxugar a criança.
É
muito comum sentir um pouco de
insegurança ao dar os primeiros
banhos no recém-nascido. Mas,
com a preparação correta e seguindo as
orientações de segurança, logo esse mo-
mento se torna um dos mais prazerosos,
tanto para a criança quanto para você.
a)Para testar se a temperatura está
confortável, coloque o cotovelo
dentro da água. E, ao iniciar o banho
de fato, tome um cuidado importante:
segure com firmeza o braço esquerdo do
pequeno, pela axila. Assim dificilmente
ele escorrega para dentro da banheira.
O passo a passo do ritual
O ritual começa com a organização de
tudo o que se vai usar. Separe roupas,
toalha, algodão, cotonete e fralda. Em
seguida, feche janelas e portas para evi-
tar correntes de ar. Por fim, retire pul-
seiras, relógios e anéis. Só então encha
a banheira com água morna.
água
morna
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Aula 18 - O banho do bebê
c)Para pôr o recém-nascido na ba-
nheira, passe a sua mão esquer-
da pelas costas dele. Depois que o bebê
estiver na água, posicione a sua mão es-
querda no formato da letra “C” embaixo
do braço esquerdo dele, sustentando a
cabeça no seu antebraço. Com a mão di-
reita, vá colocando o bumbum e as coxas
da criança lentamente na banheira.
d)Lave primeiro — e apenas com
água — o rosto, os olhos e a
boca. Em seguida, ensaboe os cabelos
com delicadeza. Nessa hora, limpe tam-
bém atrás das orelhinhas para retirar
eventuais crostas. Incline a cabeça dele
para trás e enxágue os fios. Se cair um
pouquinho de água dentro da orelha,
não tem problema. O que não se pode
fazer é jogar água direto nela.
algodão
umedecido
b)Coloque o bebê no trocador e
tire suas roupas. Se a fralda es-
tiver suja de fezes, limpe o bumbum
com algodão umedecido em água morna
antes de colocá-lo na banheira.
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e)O passo seguinte é lavar o corpo
do bebê. Ensaboe o pescoço, as
axilas, o peito, a barriga e os braços. Com
seus dedos, abra as mãozinhas do peque-
no, que estão sempre fechadas, e lave-as
também. Então é a vez dos órgãos geni-
tais, que você deve limpar fazendo movi-
mentos de cima para baixo, pernas e pés.
Não se esqueça do coto ou umbigo.
f)Com a mão direita, vire o bebê,
deixando o peito dele apoiado no
seu braço esquerdo — continue com a mão
esquerda em formato de “C” segurando
o bracinho da criança. Mantenha o rosto
dele longe da água. Lave as costas e, por
último, o bumbum, fazendo movimen-
tos de baixo para cima. Essa posição é
confortável e relaxa a criança. Você pode
deixá-la assim por alguns minutinhos. Na
hora de tirar o bebê da água, ele costuma
chorar um pouco. Se isso acontecer, não
se desespere. Continue a ação conversando
com seu filho, tentando acalmá-lo.
Aula 18 - O banho do bebê
Na hora de secar
Enxugue-o começando pelo rosto, depois o cabelo e por fim o corpinho.
Coloque a fralda e a roupa e, a seguir, limpe as orelhinhas e as narinas,
só por fora. Nunca introduza o cotonete no ouvido ou no nariz. Penteie
o cabelinho e... pronto: seu filho está limpo e cheiroso!
limpeza
do bumbum
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AULA 19
REGINA APARECIDA ANDRADE
A AMAMENTAÇÃO
Realização: Colaboração
de especialistas do:
Enfermeira pediátrica, coordenadora do Grupo de Apoio
ao Aleitamento Materno do Hospital Israelita Albert Einstein
Aula 19
A amamentação
A enfermeira pediátrica Regina Aparecida Andrade,
coordenadora do Grupo de Apoio ao Aleitamento Materno
do Hospital Israelita Albert Einstein, falou sobre os benefícios
da amamentação e os mitos que envolvem essa prática, além
de ensinar as posições mais confortáveis para a mãe e o bebê.
Neste resumo, você lê os principais pontos abordados na aula.
N
unca é demais repetir que os be-
bês alimentados exclusivamente
com leite materno ficam com o
sistema imune mais fortalecido. Ele é tão
completo que os recém-nascidos não ne-
cessitam ingerir nenhum outro tipo de lí-
quido, como água ou chá. É suficiente que
eles mamem sob livre demanda, ou seja,
quando quiserem e quanto desejarem.
As mães precisam fazer muito pouco
para aumentar a produção do leite. A
própria sucção do filho no peito esti-
mula a renovação dos estoques lácteos.
É muito importante também que elas
descansem durante o dia, aproveitando
o período de licença-maternidade para
cultivar o hábito de dormir depois do al-
moço. Beber bastante água, comer bem e
de maneira equilibrada, no mínimo três
refeições saudáveis ao dia, são pontos
fundamentais — lembrando de deixar
de lado alimentos calóricos, como cho-
colate ou canjica. Essa última, além de
não elevar a fabricação do leite, como se
costuma apregoar, engorda.
Para quem está interessada em recu-
perar a silhueta que tinha antes de en-
gravidar, a boa notícia é que amamentar
ajuda a queimar calorias. Mas a perda de
peso depende também, é claro, de disci-
plina e equilíbrio na dieta.
Não é raro ouvir dicas sobre como pre-
parar as mamas para elas não racharem
durante a amamentação, mas não há ne-
cessidade disso. Durante a gravidez, as
glândulas ao redor da aréola soltam um
pouco de gordura, hidratando a região e
deixando-a mais resistente.
Na hora de amamentar, a mãe deve
estar sentada confortavelmente e ter
nos braços um bebê calmo, porém acor-
dado e alerta. Esses detalhes fazem a
diferença na pega, que deve ser correta
para não provocar trauma ou fissura, as
famosas lesões mamilares que causam
dor e estresse às mães.
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Aula 19 - A amamentação
a)Você vai precisar de uma cadei-
ra confortável e de um suporte
(uma almofada, por exemplo).
Mito do leite fraco
Ele pode ter surgido em razão
da aparência do primeiro leite
que jorra do seio materno
quando o bebê começa a
mamar. Clarinho, lembrando
água de coco, ele causa dúvidas
a respeito de sua força quando
comparado com o líquido que
surge depois de alguns minutos
de amamentação, que tem
coloração branco-amarelada.
Mas pode ter certeza: seu
leite é forte e sustenta!
Cirurgias plásticas
A capacidade de produção das
glândulas mamárias pode ser
afetada tanto em razão de cirurgia
redutora quanto por implantes de
silicone. Nas cirurgias que retiram
mais de 300 gramas de gordura,
o seio pode não conseguir atender
à demanda à medida que o bebê
cresce. No caso dos implantes,
dependendo da quantidade e
do local onde ele for colocado, o
estímulo fica diferente, alterando
a renovação dos estoques de leite.
O passo a passo
Vamos agora relembrar como é possível ter uma amamentação
tranquila, evitando, inclusive, os temidos traumas mamilares.
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Os sinais e transformações da gravidez

  • 1. AULA 01 Dr. Waldyr Muniz OS SINTOMAS DA GRAVIDEZ Realização: Colaboração de especialistas do: Ginecologista e obstetra do Hospital Israelita Albert Einstein
  • 2. Aula 01 Os sintomas da gravidez Aqui está um resumo do que ensinou o ginecologista e obstetra Waldyr Muniz, do Hospital Israelita Albert Einstein, na primeira aula do nosso curso. E, nos destaques, algumas informações extraordinárias que a equipe do site apurou para você. Primeiros sinais Eles variam bastante. Na verdade, va- riam de organismo para organismo e de momento para momento da gestação. O principal deles é mesmo o atraso mens- trual. Por isso, aquelas mulheres com o ciclo muito certinho logo desconfiam quando estão grávidas e, não raro, fa- zem algum teste de farmácia. Vale notar que esses testes, rea- lizados em casa com uma amostra da urina, já estão muito mais confiáveis do que no passado. No entanto, o mais certeiro ainda é o exame de sangue para dosar um hormônio chamado beta hCG. Ele é tão sensível que pode acusar uma gravidez antes mesmo de qualquer atraso na menstruação. Outros sinais frequentes são enjoo, al- terações digestivas, como azia e queima- ção, aumento da salivação e do apetite, sem contar a sensação de sonolência. Saiba mais O ideal seria a mulher, ao receber a confirmação da gravidez, realizar exames de sangue, urina e fezes para afastar a hipótese de problemas, como infecções capazes de atrapalhar o desenrolar da gestação. São os primeiros exames pré-natais — todos absolutamente necessários! É preciso, ainda, um ultrassom para confirmar a idade gestacional, verificar como o bebê se implantou no útero e como está batendo o seu pequeno coração. www.bebe.com.br | 2
  • 3. Aula 01 - Os sintomas da gravidez A culpada é a placenta? No comecinho da gravidez, mal a pla- centa começa a aparecer, ela já passa a secretar hormônios iguais aos que o corpo da mulher produzia — mas, cla- ro, no caso trata-se de uma produção extra. E esses hormônios, em dosagens maiores do que as de costume, acabam influenciando as mais diversas funções do organismo. Portanto, por trás de to- dos os sinais da gravidez há uma ação hormonal. Não à toa, eles tendem a ser mais intensos quando a mulher espe- ra gêmeos. Ora, no caso, ela está for- mando no ventre uma quantidade bem maior de placenta — portanto, está produzindo mais e mais hormônios e, provavelmente, experimentando mais e mais sintomas. O problema do enjoo Ele é um sinal frequente, mas não obri- gatório. Algumas grávidas nunca sentiram esse mal-estar. Em outras, ele aparece por volta da sétima semana de gestação. A ansiedade, o estresse, o cansaço físi- co, o excesso de comida ou, ao contrário, períodos de jejum prolongado tendem a agravar as crises de enjoo. O médico poderá prescrever medicamentos para controlá-las. O ideal, porém, é a mulher perceber em que horários do dia ela cos- Saiba mais Evite comer quando se sentir enjoada para evitar as crises de vômito. Mais do que desagradáveis, elas fazem seu organismo perder muito líquido e minerais importantes para o desenvolvimento do feto. Uma ótima sugestão é fracionar as refeições. Comer pequenas porções de alimentos em intervalos regulares ajuda bastante. tuma se sentir mais enjoada e procurar se poupar nesses momentos. Controlar a alimentação também é importante. Para algumas grávidas que costumam sentir muito enjoo, alimentos gelados, como picolés de frutas ácidas, trazem algum alívio. Eles podem ser uma espé- cie de recurso de emergência. O funda- mental é não forçar o apetite e comer apenas o que sentir vontade para não piorar o quadro. O que realmente faz diferença para a grávida nessa fase é a hidratação, e não a comida. É disso que ela não deve se descuidar. www.bebe.com.br | 3
  • 4. Aula 01 - Os sintomas da gravidez Manter-se hidratada Essa deve ser a preocupação núme- ro 1 da gestante, especialmente nesse início de gravidez. No caso das mulhe- res que sentem muito enjoo, porém, um copo de água pode atrapalhar mais do que ajudar. Elas devem privilegiar sucos, leite, iogurtes, sopas e outros alimentos ricos em água, como frutas bem suculentas. As alterações emocionais Elas surgem logo no início e têm a ver com a história de toda uma vida — o que essa mulher experimentou na infância, sua vida familiar, a ex- pectativa em relação ao bebê e ao seu papel de mãe, o relacionamento com o parceiro, se é uma gravidez muito de- sejada ou, ao contrário, inesperada... Tudo conta. É preciso respeitar esses aspectos psicológicos e refletir sobre esses fatores envolvidos. Até porque eles afetam diretamente os sintomas físicos e o bem-estar da gestante. Questões de apetite Os famosos desejos por alimentos específicos — por ironia, na maioria das vezes difíceis de ser encontrados naquele momento, como frutas fora de época — são um sintoma clássico da gravidez, bastante observado nos consultórios dos obstetras. É provável que os hormônios tenham uma par- ticipação muito discreta nesse fenô- meno. Mas, sem dúvida, sua principal causa é de caráter psicológico. Saiba mais Uma boa ideia para conter a ansiedade é conversar bastante com seu obstetra e tirar todas as dúvidas. Uma das funções mais importantes do pré-natal é justamente esta: proporcionar segurança à futura mamãe. www.bebe.com.br | 4
  • 5. Aula 01 - Os sintomas da gravidez O sexo do bebê Para aquelas que desejam descobrir o sexo antes do nascimento e nem se- quer querem esperar a ultrassonografia da 16ª semana — que já é capaz de dar essa informação com segurança —, há um teste de sangue que pode respon- der a essa dúvida já na oitava semana. Trata-se do exame de sexagem fetal. Ele acerta na resposta em 99% dos casos. Saiba mais Se achar todas essas contas complicadas, há uma saída fácil. Visite o bebe.com.br e use a nossa calculadora de gravidez, que entrega a data provável do parto em alguns segundos. Caso você não se lembre da data da última menstruação, não se preocupe. O primeiro ultrassom resolve a questão, ao medir o feto. Seu tamanho também indica a idade gestacional. O cálculo do tempo de gravidez Uma gestação dura 40 semanas, em média. E os médicos costumam contá-la a partir do primeiro dia da última menstrua- ção. Portanto, faça o seguinte: • Anote a data da última vez em que você menstruou. • Vamos imaginar que tenha sido no dia 2 de abril. Primeiro, some 7 ao número do dia. Ou seja, 2 + 7 = 9. • Então, subtraia 3 do número do mês, que no caso de abril é 4. Ou seja, 4 - 3 = 1, número equivalente a janeiro. O resultado desse cálculo indica que a criança deverá nascer aproximada- mente em 9 de janeiro. • Se, ao somar o dia da última mens- truação com 7, o mês virar, então a conta será ligeiramente diferente. Ima- gine que sua última menstruação tenha começado no dia 27 de junho. Ora, 27 de junho mais sete dias daria 4 de julho no calendário. Guarde o número 4. • Agora, para calcular o mês, é sim- ples: pegue o número do mês da úl- tima menstrução — mês 6, no nosso exemplo — e subtraia 2 em vez de 3. Ou seja, 6 - 2 = 4. A criança deverá nascer por volta de 4 de abril. www.bebe.com.br | 5
  • 6. AULA 02 Dra. Lucila Pires Evangelista AS TRANSFORMAÇÕES NA PRIMEIRA METADE DA GRAVIDEZ Realização: Colaboração de especialistas do: Ginecologista e obstetra do Hospital Israelita Albert Einstein
  • 7. Aula 02 As transformações na primeira metade da gravidez A ginecologista e obstetra Lucila Pires Evangelista, do Hospital Israelita Albert Einstein, deu a segunda aula do nosso curso sobre esse tema. E aqui está o resumo para você consultar sempre que quiser. N as primeiras semanas da gestação, o corpo da mulher é inundado por uma série de hormônios. Uma das primeiras funções desse banho hormonal é preparar os seios para a amamentação. Imagine que as mamas lembram um ca- cho de uvas. Elas irão se ramificar e ficar com os bagos grandes. Isso porque se pre- param para, lá adiante, produzir cerca de 450 mililitros de leite diariamente. Mas, com isso, os seios praticamente dobrarão de tamanho nos três primeiros meses de gravidez. Esse crescimento rápido às vezes chega a provocar uma ligeira dor. A inundação de hormônios também age sobre a pele. Ela tende a ficar mais hi- dratada e iluminada. Às vezes, bem mais oleosa, tanto assim que algumas gestan- tes apresentam acne. Outro efeito não tão agradável na pele é o surgimento de cloas- mas gravídicos. São manchas escuras nas maçãs do rosto, formadas por uma concen- tração de melanina, o pigmento natural que nos dá cor. Ocorre que, na gravidez, sua produção é disparada. Para evitar manchas A grávida precisa usar filtro solar sempre. Não importa se o dia está ensolarado ou nublado. Em seu estado, com a melanina a mil, qualquer radiação solar será o estopim de cloasmas. Aliás, para reforçar a proteção, o ideal seria – se for à praia, à piscina, enfim, se ficar sob o sol diretamente – usar sempre chapéu, viseira ou boné, ficar sentada sob tendas ou guarda-sóis e, de preferência, naqueles horários em que a radiação dá uma trégua, ou seja, antes das 10 horas da manhã e depois das 15. www.bebe.com.br | 2
  • 8. Aula 02 - As transformações na primeira metade da gravidez Os cabelos são uma história à parte. Normalmente, eles crescem, ficam es- tabilizados por um tempo e caem. Mas, na gestação, quando os hormônios fe- mininos imperam, os fios praticamen- te só crescem. Por isso, a cabeleira de quem está grávida fica mais bonita, vo- lumosa, brilhante. Só que, claro, isso é temporário. Quando o bebê nasce e os níveis hormonais voltam ao normal, os cabelos que cresceram ao longo dos últimos nove meses tendem a cair. Às vezes, a queda é tão intensa que as novas mamães se assustam, achando que algo de errado está ocorrendo. Não há nada para se preocupar porque é assim mesmo: os cabelos crescem mais na gravidez e caem depois. Isso é ab- solutamente normal. Olhar de grávida Alguns oftalmologistas são capazes de diagnosticar uma gravidez antes mesmo do ginecologista! Isso porque, na gestante, a curvatura do olho muda. E, outra vez, por causa da ação dos hormônios. Essa alteração provoca dificuldades de adaptação a lentes de contato, por exemplo. Após o parto, os olhos voltam a ter a curvatura do passado. Dores e cólicas É comum, logo no início da gestação, sentir cólicas e leves puxões na barriga. Isso porque o útero está crescendo rapidamente. Antes de engravidar, esse órgão tinha o tamanho de um punho fechado. Mas com três meses de gravidez já está do tamanho de uma manga-rosa, aproximadamente! Como se tudo isso fosse pouco, os hormônios ainda agem na mente. Eles deixam a mulher menos focada. Fica mais difícil para ela se concentrar em uma tarefa — é como se vivesse mais distraída. Mas, na verdade, é quase o oposto. Ela se torna mais alerta, pres- tando atenção em tudo o que está ao seu redor no ambiente — e não neces- sariamente só no que está à sua fren- te. É uma estratégia de proteção cria- da pela natureza, como se a grávida olhasse para todos os lados, o tempo todo, para proteger o bebê. Outro mecanismo de defesa é a sen- sibilidade do olfato e do paladar. Na natureza, em geral tudo o que é tóxico tem gosto ou cheiro fortes. Por isso, a grávida tende a rejeitar qualquer sa- bor ou odor mais intensos. E é comum www.bebe.com.br | 3
  • 9. Aula 02 - As transformações na primeira metade da gravidez Uma piscina dentro de você! Com oito semanas de gestação, quando o embrião tem cerca de 1,5 centímetro, ele já se mexe — e como se mexe! Fica nadando dentro de uma bolsa cheia de líquido amniótico. No quarto mês, essa espécie de bexiga contém o equivalente a um copo cheio desse líquido — uma verdadeira piscina. Nessa fase, a placenta também já está pronta para assumir suas múltiplas funções. Além de ajudar a proteger a criança, ela se encarrega de sua oxigenação e nutrição. A formação do bebê Logo no comecinho, ainda por volta de três semanas de gestação, as primeiras células do sistema nervoso se diferenciam, formando as estruturas que darão origem ao cérebro e à medula do seu filho. Por volta da sexta semana, sangue, veias, artéria e o coração estão ainda que seu organismo peça mais alimentos que são energia pura, como arroz, pão, macarrão, batata. Afinal, ele precisa mesmo de muita energia para formar o embrião. Quando essa fase inicial termina, na 12ª semana, o apetite costuma voltar ao normal. Desde o início da gestação, a estru- tura óssea também começa a se modi- ficar. Ela precisa se adaptar para aco- modar um bebê dentro do corpo e, ao final de nove meses, permitir que ele passe pela bacia. Para que isso aconte- ça, os ossos ficam mais maleáveis. As articulações terminam mais frágeis. Tudo isso, ainda por cima, afeta a no- ção de equilíbrio corporal. Por isso, as grávidas são mais sujeitas a entorses, por exemplo. E o recomendável é que evitem saltos altos. prontos. Músculos e cartilagem surgem e ficam aptos a crescer a partir da oitava semana. E, com 12 semanas, todos os demais órgãos dão o ar da graça – rins, pulmões, fígado... Tudo, a partir daí, só precisará crescer e amadurecer. www.bebe.com.br | 4
  • 10. AULA 03 Dra. Lucila Pires Evangelista AS TRANSFORMAÇÕES NA SEGUNDA METADE DA GRAVIDEZ Realização: Colaboração de especialistas do: Ginecologista e obstetra do Hospital Israelita Albert Einstein
  • 11. Aula 03 As transformações na segunda metade da gravidez Vamos relembrar o que ensinou a ginecologista e obstetra Lucila Pires Evangelista, do Hospital Israelita Albert Einstein, na terceira aula do nosso curso. A s mudanças no corpo da mulher continuam com o avanço da gestação. Nessa etapa, elas são marcadas muito mais pelo crescimento acelerado da barriga do que pelos efei- tos dos hormônios. E a barriga, por sua vez, cresce para acompanhar o bebê, que está cada vez maior. Entre o quinto e o sexto mês, a grávida começa a viver uma fase muito agradá- vel. Os enjoos, provavelmente, se torna- ram coisa do passado. A barriga despon- tou, mas não está enorme a ponto de provocar algum desconforto. E o melhor: ela começa a sentir o bebê se mexer pra valer. Isso lhe dá uma noção concreta de que está carregando uma criança no ventre e, quando ela se move, é como se a mulher soubesse que tudo está bem. Aliás, é importantíssimo observar: a movimentação do bebê deve ser di- ária. Ele até pode se mexer mais em um dia, menos em outro. Tende a se movimentar, por exemplo, quando a mulher se alimenta. O fato é que pre- cisa se mexer todo dia. A sensação que a grávida tem desse mo- vimento é que pode mudar. Lá no início da gravidez, o bebê parecia um peixinho que, de vez em quando, surgia nadando em sua barriga. A partir do quinto mês, ela começa a perceber joelhos, mãos, cambalhotas... Essa percepção reforça o vínculo mãe/filho. E, a partir do sétimo mês, claro, ela leva muitos chutes, al- guns até bem doloridos. Na reta final da gestação, o bebê já não faz movimentos tão bruscos e às vezes a grávida até estranha, achando que ele está se mexendo menos e que, por isso, algo está errado: ora, simples- mente ele cresceu e já não há tanto es- paço em sua barriga! Só por essa razão o bebê fica menos agitado. Nessa fase — aliás, desde o sexto mês — ela pode sentir uma vontade frequen- te de fazer xixi. Isso porque a bexiga está espremida pelo útero grandalhão e, ao menor volume de urina, já parece lo- tada. Não só ela está no maior aperto: o estômago, o intestino, o diafragma... O útero, a esta altura, começa a comprimir www.bebe.com.br | 2
  • 12. Aula 03 - As transformações na segunda metade da gravidez Para driblar a azia Procure diminuir as porções de comida e, em compensação, faça várias pequenas refeições ao dia. Durante as crises, prefira alimentos pastosos. tudo ao seu redor. Por isso, a grávida também pode experimentar azia, prisão de ventre e até falta de ar, mesmo que não tenha feito esforço algum. Nesses momentos, para recuperar o fôlego, nada melhor do que se sentar e jogar o corpo para a frente. Assim, o peso da barriga deixa de apertar o diafragma, músculo envolvido diretamente na respiração, e ela logo se normaliza. Entre o sétimo e o oitavo mês, como a barriga está muito maior, há um meca- nismo de compensação que leva a uma alteração da postura. As pernas se sepa- ram ligeiramente e o eixo da coluna se curva um pouco mais do que o habitual. Se a grávida exagera ao inclinar as cos- tas para contrabalançar o peso da barri- ga, porém, surgem dores nas costas — o que, aliás, é comum. A região do púbis também fica dolorida, porque a bacia vai se abrindo ao se preparar para o parto. Afinal, por ela deverá passar um bebê. Os seios também se transformam. Eles, que já cresceram no início da gestação, agora ficam com as aréo- las, a parte pigmentada ao redor do bico, bem escuras. E, nelas, costu- mam surgir pequenas bolinhas que lembram espinhas. Não é para espre- mê-las! Elas, na verdade, são glân- dulas sebáceas que se desenvolveram para lubrificar a região. Não podemos nos esquecer que, na reta final da gestação, a grávida tem cerca de 1,5 litro a mais de líquido em seu corpo. E o excedente, além de pro- vocar inchaços, se concentra, princi- palmente, nos membros inferiores. As veias das pernas tendem a sofrer com essa sobrecarga. Além de usar meias elásticas de compressão, a grávida A partir do quinto mês, talvez você note a saída de um líquido transparente das mamas, especialmente ao apertar o bico dos seios. É o colostro, o primeiro leite, riquíssimo em proteínas e defesas para o bebê. Ele pode surgir logo depois do parto, mas algumas mulheres já produzem, sim, uma pequena quantidade de colostro durante a gestação. www.bebe.com.br | 3
  • 13. Aula 03 - As transformações na segunda metade da gravidez O ganho de peso e o crescimento da barriga favorecem o aparecimento de estrias. Elas surgem porque, de tanto a pele esticar, suas fibras de sustentação se rompem, deixando marcas. Para evitá-las, além de tentar se manter em um peso adequado, a grávida precisa deixar a pele bem hidratada e beber muito líquido. deve procurar se movimentar a cada duas horas, no mínimo. E, quando as pernas estiverem muito inchadas, uma boa alternativa é um banho morno. O que muitas mulheres se perguntam, porém, é quanto seria normal engordar em uma gestação. A resposta: entre 9 e 12 quilos. Destes, cerca de 3 quilos cor- respondem ao bebê. O líquido amnióti- co pesa 1 quilo, assim como a placen- ta. E aquele 1,5 litro extra de sangue equivale a 1,5 quilo. A mulher sai da maternidade, portanto, com cerca de 7 quilos a menos do que entrou. Nos últimos meses, a grávida sen- te que, ao longo do dia, sua barriga fica dura de vez em quando e parece mudar de posição. Esses movimentos — que, diga-se, não são dolorosos — são as contrações de Braxton Hicks. Elas têm a função de alagar o útero e prepará-lo para o parto. São positivas e esperadas na maioria dos casos. As contrações de Braxton Hicks, a barriga, o inchaço — nada disso, no fundo, impede que a gestante saudá- vel leve uma rotina normal. Ela pode passear, trabalhar, praticar atividade física, fazer sexo — com moderação, tudo é permitido, e gozar a vida só faz bem à futura mamãe. www.bebe.com.br | 4
  • 14. AULA 04 Dr. Carlos Eduardo Czeresnia A GRAVIDEZ DE GÊMEOS Realização: Colaboração de especialistas do: Ginecologista e obstetra do Hospital Israelita Albert Einstein
  • 15. Aula 04 A gravidez de gêmeos O resumo das informações da aula do ginecologista e obstetra Carlos Eduardo Czeresnia, do Hospital Israelita Albert Einstein. A presença de dois bebês no úte- ro da mulher sempre representa uma sobrecarga importante — uma sobrecarga alimentar, circulatória, osteoarticular... É, de fato, um peso a mais. Portanto, há uma dose de descon- forto a mais. Sem contar que a ansie- dade, diante da perspectiva de cuidar de dois bebês ao mesmo tempo, tende a duplicar também. A questão que precisa ficar clara é até que ponto a gestação de gêmeos pode ser classificada como uma gravidez de risco — enfim, o que seria risco nes- se caso? É preciso, antes de mais nada, ressaltar que a evolução nas técnicas de reprodução assistida, observada nos últimos anos, faz com que hoje de 2 a 3% das gestações sejam de gêmeos. E, como se tornaram mais comuns, a me- dicina adquiriu um conhecimento mui- to maior sobre elas. Agora, os médicos conseguem acompanhá-las de maneira ainda mais adequada, com abordagens cada vez mais seguras, diminuindo bas- tante a probabilidade de complicações. Mas, claro, sempre restam alguns riscos. E isso por causa da tal sobrecarga. A sobrecarga é uma espécie de em- purrão para a mulher desenvolver pro- blemas se por acaso já tinha propensão para tê-los. Assim, a grávida com ten- dência a diabete muito provavelmente apresentará essa doença se estiver espe- rando gêmeos. A mulher com tendência a hipertensão poderá ficar com a pressão nas alturas. Assim como aquela que já tinha dificuldades respiratórias ou pro- blemas de coluna talvez sofra de crises intensas durante a gestação. Por essas e por outras, claro, o pré-na- tal na gravidez gemelar precisa ser muito mais cuidadoso. As visitas ao médico, por exemplo, devem ser mais assíduas para acompanhar os bebês e ver, entre outras coisas, se um não está se desenvolvendo muito mais do que o outro. Aliás, muitas vezes o exame clínico não é suficiente. É comum o médico pedir mais ultrassono- grafias para ter certeza sobre como está o crescimento de um e de outro, o líquido de um e de outro, a placenta... Além de fazer o pré-natal corretamen- te, a grávida deve prestar muita atenção www.bebe.com.br | 2
  • 16. Aula 04 - A gravidez de gêmeos na alimentação. Durante a gravidez, o trânsito intestinal já tende a se tornar mais lento. E, para complicar ainda mais as coisas, no caso da gestante que espe- ra gêmeos, há uma necessidade maior de calorias e proteínas. Ela então precisa comer de uma forma mais correta do que nunca — em intervalos bem curtos e in- gerindo pequenos volumes de alimentos de fácil digestão. Isso porque, à medida que crescem, os bebês ocupam o espaço do abdômen, diminuindo a capacidade do estômago e tornando o trânsito da comida pelo tubo digestivo ainda mais vagaroso. Se a grávida arriscar comer uma porção maior numa situação des- sas, ela sentirá um enorme mal-estar — e, provavelmente, não estará nutrindo direito seus bebês. O repouso precisa ser respeitado rigo- rosamente. Ele diminui a tensão, reduz o tônus do períneo e as contrações ute- rinas — o que faz com que os bebês se desenvolvam mais, favorecendo o au- mento do tempo de gestação. A atividade física é igualmente fun- damental. Como a sobrecarga — cir- culatória, óssea, articular e até res- piratória — é muito grande, torna-se necessário que a mulher se prepare adequadamente. É claro que precisa ser um exercício orientado, adequado ao seu estado — ela não pode sair cor- rendo, mas pode praticar hidroginásti- ca, ioga, alongamento... Há uma série de opções fantásticas para a grávida. A duração da gravidez Estatisticamente as mulheres que esperam gêmeos tendem a dar à luz umas duas semanas antes das 40 habituais de uma gestação porque a distensão do útero é muito grande. Agora, é importante que você saiba: não significa que toda gravidez de gêmeos tenha que terminar antes das 40 semanas! Muitas mulheres pensam que precisam antecipar o parto. Não é verdade. A gestação gemelar, em princípio, dura as mesmas 40 semanas, como a gestação única — o que não pode acontecer é ultrapassar esse tempo. Não existe nenhuma restrição em relação ao parto normal. A única con- dição é que os dois estejam de cabe- cinha para baixo. E, diga-se, costu- ma ser um parto até bem tranquilo, porque gêmeos costumam ser bebês menores do que as crianças nascidas de gestações únicas. Seja como for, o pós-parto costuma ser um pouco mais delicado. Ora, o útero se distendeu muito mais do que o da mulher que passou por uma gra- videz simples — portanto, ele demora um pouco mais para voltar ao estado normal. O sangramento costuma ser, inclusive, mais intenso. E detalhe: www.bebe.com.br | 3
  • 17. Aula 04 - A gravidez de gêmeos essa mulher já chegou mais cansada e, provavelmente, ligeiramente anêmica à sala de parto. Tudo isso faz com que mereça mais cuidados na maternidade. Sem contar a ansiedade. Por exemplo: a dificuldade para amamentar dois be- bês, no início, pesa bastante. Por isso, é relativamente comum encontrar a mãe de gêmeos, no pós-parto, ligeiramente abatida ou deprimida. Ela merece, sim, carinho e uma atenção especial. www.bebe.com.br | 4
  • 18. AULA 05 Dr. Eduardo Zlotnik A ATIVIDADE FÍSICA NA GRAVIDEZ Realização: Colaboração de especialistas do: Ginecologista e obstetra do Hospital Israelita Albert Einstein
  • 19. Aula 05 A atividade física na gravidez O ginecologista e obstetra Eduardo Zlotnik, do Hospital Israelita Albert Einstein, deu a quinta aula do nosso curso, sobre a prática de exercícios durante a gestação. A atividade física é recomendada a todo mundo, a todas as mulheres. A gestante, portanto, não é exce- ção. Ela deve continuar praticando exer- cício. Aliás, o ideal seria a mulher deixar seu corpo em forma antes mesmo de en- gravidar, ou seja, ao planejar um bebê. A mulher pode se exercitar, inclusive, no início da gestação, ao contrário do que muita gente imagina. Tecnicamen- te, não há nada que a impeça — basta até lembrar que a maioria só sabe que está grávida quando já está com um ou dois meses de gravidez. Se o organismo é saudável, não existem riscos. Por que, então, esse mito? Porque infelizmen- te uma parte das mulheres — em tor- no de 10% — perde o bebê no primeiro trimestre de gestação e, daí, relaciona isso ao que estava fazendo. Ora, se fazia ginástica, passa a culpar as sessões de exercício pelo episódio, que provavel- mente aconteceria de qualquer maneira. O melhor a fazer é sempre conversar com o médico: se estiver tudo bem, ele pro- vavelmente irá liberar o exercício. Quando há contraindicações ao exercício • quando a mulher tem sangramentos • quando a placenta apresenta problemas • quando há uma dilatação do colo uterino • problemas cardíacos prévios, ainda mais considerando que a própria gravidez é uma sobrecarga para o coração. www.bebe.com.br | 2
  • 20. Aula 05 - A atividade física na gravidez Procure fazer pelo menos 30 minutos de exercício cinco vezes por semana — ou, melhor ainda, todos os dias, se conseguir. Isso seria o ideal. Não é tão complicado quanto parece. Você pode caminhar até o restaurante próximo do seu trabalho — e, só nesse trajeto de ida e volta, consumir 20 ou, quem sabe, os tais 30 minutos. Existem mulheres que começam a se exercitar quando ficam grávidas e preci- sam mesmo pegar leve. Para elas, qual- quer caminhada já é um tremendo ga- nho. Outras estavam acostumadas a, por exemplo, caminhar 10 quilômetros por dia e, no final da gestação, só conseguem per- correr 5 quilômetros. Tudo bem, é normal. Com o crescimento da barriga, a perfor- mance diminui mesmo e o importante é manter a pulsação e se sentir bem. Não é o momento de se superar. Abdominais Uma dúvida comum: posso fazer abdominal? Até poderia, mas provavelmente não vai conseguir com a barriga enorme — e nem iria adiantar. Nessa fase, é mais importante inclusive trabalhar a musculatura pélvica e os alongamentos. Isso renderá muito mais. Ao escolher uma atividade física para praticar nesses nove meses, a mulher pre- cisa lembrar que seu peso está mudando. O centro de gravidade também, o que al- tera o jeito de andar. Ela se alonga com maior facilidade porque suas articulações estão com maior mobilidade. Enfim, algu- mas modalidades levam vantagem numa situação dessas. A caminhada é uma de- las, claro. As atividades na água também são uma boa. Não à toa, são muito procu- radas. No mais, vale qualquer esporte que ofereça segurança. Não pode existir risco de trauma ou que- da. O tênis, por exemplo: parece inofensi- vo, mas imagine a bolinha batendo bem na barriga. Esportes de contato, como o basquete, devem ser evitados. O mergu- lho, idem, por causa da descompressão. Esqui e todos os esportes que exigem agi- lidade estão descartados. A gestante que pratica atividade física melhora a circulação e incha menos. Ad- quire uma melhor percepção do corpo e de suas transformações. O exercício é um dos principais recursos para evitar as famosas lombalgias, dores nas costas que afligem muitas grávidas, principalmente nos últi- mos meses. E, para completar, é sabido que a gestante que se exercita — em compa- ração com a grávida que não pratica uma atividade física — tem menos melancolia durante os nove meses e no pós-parto. www.bebe.com.br | 3
  • 21. Aula 05 - A atividade física na gravidez Cuidados importantes • Não faça exercícios de estômago vazio • Beba bastante água enquanto treina • Use roupas e acessórios adequados a cada esporte, evitando lesões Não é para perder peso! Quem engravidou acima do peso não deve querer eliminar o excesso de quilos nesses nove meses. No caso, praticar um esporte ajuda no sentido de controlar o ganho de peso para que ele fique dentro do esperado, ou seja, entre 9 e 12 quilos a mais. www.bebe.com.br | 4
  • 22. AULA 06 Dra. Mariangela Maluf ALIMENTAÇÃO NA GRAVIDEZ Realização: Colaboração de especialistas do: Ginecologista e obstetra do Hospital Israelita Albert Einstein
  • 23. Aula 06 Alimentação na gravidez A ginecologista e obstetra Mariangela Maluf deu a sexta aula do nosso curso, em que explicou como a grávida deveria comer para se manter saudável e garantir o bom desenvolvimento do bebê. Q uando falamos em alimentação saudável na gravidez, no fundo estamos definindo uma boa ali- mentação para qualquer indivíduo. E ela seria composta de cinco ou seis refeições, porque — além do desjejum, do almoço e do jantar — não podemos nos esquecer dos lanches no meio da manhã e da tar- de, sem contar aquele outro lanchinho, a ceia, feito antes de dormir. Essas paradas para comer algo ao longo do dia são importantíssimas porque aju- dam a manter estáveis os níveis de açúcar no sangue. E diga-se: nas gestantes, eles tendem a cair depressa depois de um je- jum prolongado, criando um quadro mais severo de hipoglicemia. Quando a grávida fica mais de quatro ou cinco horas sem ingerir nada, sente tre- mores, tonturas, náuseas. Para evitar todo esse mal-estar, ela deve ter sempre à mão alimentos como barrinhas energéticas e frutas. Ou parar para comer uma gelati- na, um pedaço de queijo ou um iogurte. Note que esses são exemplos de alimentos que nem chegam a ser muito calóricos — mas já são o bastante para fazer os níveis de açúcar se estabilizarem. De onde vêm as calorias que a grávida deve consumir? 40% da gordura (dos óleos vegetais, por exemplo) 30% da proteína (carnes, ovos, peixes, leite, aves...) 30% do carboidrato (pão, arroz, batata, cereais...) Aliás, a ideia nunca é se entupir de ca- lorias. A grávida precisa comer para dois, e não comer por dois — o que é bem dife- rente. No primeiro trimestre de gestação, sua necessidade calórica é a mesma de sempre. No segundo trimestre, sim, ela precisa aumentar um pouco o consumo energético — cerca de 350 calorias a mais todo dia, algo como um copo cheio de lei- te integral e um bife pequeno de 60 a 70 gramas, ou seja, nada assim tão gigantes- co. Na reta final da gravidez, isto é, no terceiro trimestre, a mulher deve ingerir apenas 450 calorias extras diariamente. www.bebe.com.br | 2
  • 24. Aula 06 - Alimentação na gravidez O prato da grávida deve privilegiar tam- bém os famosos micronutrientes, como as vitaminas. Entre elas, vale destacar a B6, a B12 e a vitamina A. Essa última se acu- mula no organismo, por isso o consumo deve ser sob medida. Ou seja, ao mesmo tempo que esse nutriente não pode faltar, a grávida deve evitar comer com frequên- cia alimentos como patê de fígado, que tem alta concentração dele. Também devemos nos lembrar dos oligoelementos — como o magnésio, o selênio e o zinco —, que, afinal, são es- senciais para a formação e o crescimen- to do bebê. Para que eles e outros tantos nutrientes importantes nunca faltem no prato da grávida, ele deve ser colorido, com legumes e verduras diversas. E ela também deve sempre consumir muitas frutas e cereais integrais. Por mais variada que seja a dieta, po- rém, a gestante não está livre da su- plementação do ácido fólico, nutriente fundamental para a formação do sistema nervoso do feto. Sem ele, os riscos de o bebê apresentar malformações aumen- tam. Por isso, toda mulher é orientada pelo obstetra a tomar cápsulas de ácido fólico diariamente durante o primeiro trimestre. Na realidade, o ideal é iniciar a suplementação quando a mulher co- meça a planejar uma gravidez, uns três meses antes de engravidar. E uma coisa é certa: no cardápio da gestante não deveria faltar carne ver- melha. Esse ingrediente contém nove tipos de aminoácidos essenciais, subs- tâncias precursoras de proteínas que serão usadas, feito tijolos, na formação e no desenvolvimento do bebê. De to- das as eventuais restrições alimentares que uma grávida pode ter, é nessa que devemos prestar mais atenção, porque pode comprometer a criança no futu- ro, criando inclusive dificuldades de aprendizado. Por isso mesmo, o conse- lho para as vegetarianas é claro: elas devem procurar depressa a orientação de um profissional nutricionista, que irá balancear seu prato para garantir o aporte de todos os aminoácidos e vita- minas essenciais para a gestação, com- pensando a falta da carne. Além das vegetarianas, as grávidas que se encontram muito abaixo do peso tam- bém devem buscar uma orientação nutri- cional. Provavelmente, vão precisar au- mentar ainda mais a ingestão calórica para não colocar o bebê em risco. Já as obesas merecem uma visita ao nutricionista para evitar que engordem ainda mais, prejudi- cando o trabalhado de parto. www.bebe.com.br | 3
  • 25. Aula 06 - Alimentação na gravidez Existem, claro, alguns cuidados e res- trições. No caso das saladas, por exem- plo, é melhor que as folhas sejam sempre lavadas com hipoclorito de sódio, subs- tância usada para esterilizar. Quando não se tiver certeza da assepsia, melhor optar por legumes e verduras cozidos. Eles não têm tantas vitaminas quanto os vegetais crus, mas oferecem baixíssimo risco de contaminação por bactérias. Os peixes, ótimas fontes de proteína, também merecem atenção. Eles infeliz- mente não devem ser consumidos todos os dias pelo risco de contaminação por mercúrio, metal pesado que muitas vezes contamina as águas e se encontra nos pes- cados. Se ultrapassar o limite e chegar ao bebê, poderá afetar seu sistema nervoso. Adoçantes como o aspartame, a sucra- lose e a estévia são seguros porque, con- sumidos com moderação, não oferecem risco ao bebê. Já a sacarina e o ciclamato podem causar câncer de bexiga no feto. Apesar de a chance de o problema ocorrer ser muito pequena, melhor não arriscar. Os refrigerantes e iogurtes dietéticos têm grande quantidade de sacarina e ciclama- to e, por isso mesmo, devem ter o consu- mo reduzido a uma vez na semana. A mesma orientação de consumo mo- derado serve para os enlatados e embuti- dos. Eles têm uma quantidade excessiva de um conservante, o nitrito, usado para evitar a contaminação por botulismo. Alívio ao refluxo! A partir do sétimo mês, é comum a gestante sentir certa queimação no estômago. Isso tem nome: refluxo. O útero cresce muito e aperta o estômago. O que tem dentro dele, quase invariavelmente, volta para o esôfago. Para evitar esse desconforto, melhor comer alimentos de digestão rápida, como os carboidratos (arroz, pão, batata, macarrão), especialmente à noite. Comidas ricas em gorduras (os óleos vegetais) e as proteínas (como as carnes), que são digeridas mais lentamente, devem ser saboreadas com parcimônia, de preferência na hora do almoço. Para reduzir a prisão de ventre Uma queixa muito comum na gestação é a do intestino preso. Há medicamentos específicos para contornar esse problema, mas também é possível melhorar o funcionamento do intestino comendo alimentos com mais fibras e bebendo muita água. Sucos caseiros, feitos com iogurte, linhaça, gergelim, sementes de girassol e ameixa, costumam dar muito certo. www.bebe.com.br | 4
  • 26. Aula 06 - Alimentação na gravidez Altas doses de nitrito na gestação, po- rém, podem aumentar as chances de o bebê sofrer alterações na oxigenação e de ter câncer de bexiga. Mas, calma, não são nove meses só de carne vermelha, frutas, verduras e legumes! A grávida pode tomar, por exemplo, até duas xícaras de café por dia. E, se qui- ser saborear um bom chocolate, pode degustar um bombom de até 20 gramas diariamente — o limite, no caso, é para não extrapolar nas calorias. Também está liberada para se divertir, duas vezes na semana, com pão ou pizza ou ainda com bolo e doces feitos com açúcar branco. O que toda gestante precisa se lembrar, para ter força de vontade, é que esse pe- ríodo diferente, com um pouco de res- trições e muita disciplina, dura apenas nove meses, e não nove anos. Nove me- ses passam depressa! E, se ela se alimen- tar direito, estará gerando uma criança muito mais saudável, com certeza. www.bebe.com.br | 5
  • 27. AULA 07 RELAXAMENTO E ALONGAMENTO Realização: Colaboração de especialistas do: Fisioterapeutas do Hospital Israelita Albert Einstein
  • 28. Aula 07 Relaxamento e alongamento As fisioterapeutas do Hospital Israelita Albert Einstein Cristiane do Prado e Olívia Cerri falaram sobre esse tema na aula 07 do nosso curso e ainda ensinaram alguns exercícios para as grávidas. As explicações e as sugestões estão aqui neste resumo, elaborado para você guardar. É comum as mulheres terem queixas durante a gestação, especialmen- te de dor nas costas e de incha- ço nas pernas. Elas são decorrentes das transformações, que são normais e que acontecem gradualmente em seu corpo ao longo dos nove meses, impulsionadas pelo crescimento do bebê. Na correria do dia a dia, muitas grá- vidas só notam essas mudanças justa- mente quando sentem algum incômodo. O ideal seria preparar seu corpo para suportar todas essas transformações — uma medida que, no mínimo, ame- nizaria esses sintomas. Há uma série de alongamentos e exercícios muito úteis nesse sentido, que a gestante poderia incorporar à sua rotina diária. Entre os exercícios, os respira- tórios são importantíssimos. Eles ajudam bastante porque, em pri- meiro lugar, dão à própria mulher uma maior consciência do seu corpo. Sem contar que melhoram a oxigenação tanto da mãe quan- to do filho. Por falar no bebê, ele sente o tempo todo como está a respiração materna. Portanto, se a grávida consegue, por meio des- ses exercícios, respirar mais tran- quilamente, ela passa essa sensa- ção de calma e segurança para a criança que está em seu ventre. Por fim, a técnica dos exercícios respiratórios pode ser muito útil na hora do parto. www.bebe.com.br | 2
  • 29. Aula 07 - Relaxamento e alongamento Primeiro exercício de respiração • Sente-se com os pés bem apoiados no chão e as costas confortáveis, prestan- do bastante atenção na região lombar. • As duas mãos devem ficar pousadas sobre o tórax. • Inspire pelo nariz, percebendo que os dedos se afastam ligeiramente. E, depois, expire lentamente pela boca, notando que os dedos agora se aproximam. • Repita este exercício dez vezes. Segundo exercício de respiração • Ainda sentada, com os pés bem apoia- dos no chão e as costas confortáveis, deixe as mãos agora na região abdomi- nal, abaixo dos seios. • Puxe o ar lentamente, percebendo que as mãos se afastam. • Expire também devagar, notando as mãos se aproximarem. • Repita este exercício dez vezes. www.bebe.com.br | 3
  • 30. A postura e o andar são profundamen- te alterados durante a gestação devido ao aumento e à nova distribuição do peso, que se concentra na barriga. A grávida tende a inclinar as costas para trás e a girar os pés para fora, afastando-os. Para não piorar a situação, ela deve tomar al- guns cuidados. Por exemplo: carregar me- nos peso na bolsa. Os saltos devem ter no máximo 5 centímetros. E, se precisar ficar muito tempo em pé, o melhor é conseguir um apoio também de uns 5 centímetros e ir alternado os pés. Tudo isso ajuda. Mesmo assim, o novo rearranjo da postura tende a provocar dores lomba- res. Por isso, alguns exercícios de alon- gamento e reforço da musculatura são fundamentais. Eles ajudam a preveni- las e, se possível, também devem ser praticados todos os dias. Primeiro exercício para as costas • Em pé, mantenha os joelhos levemente flexionados e as costas alongadas. • Incline o tronco para um lado e conte, pausadamente, até 20. • Incline-se para o outro lado e conte até 20 novamente, mantendo a respiração tranquila. Aula 07 - Relaxamento e alongamento www.bebe.com.br | 4
  • 31. Segundo exercício para as costas • Deitada, com os pés apoiados no chão, deixe as pernas dobradas e ligeiramen- te afastadas. • Então, balance-as de um lado para o outro, sentindo o movimento massa- gear a a musculatura da região lombar. Repita este movimento dez vezes. Aula 07 - Relaxamento e alongamento • Em seguida, deixe as pernas caírem para um lado, alongando as costas. Estique o braço do lado oposto, apoie a mão no chão com a palma voltada para cima. Mantenha o seu olhar na mão e fique nessa posição por cerca de dez segundos. • Repita o movimento do outro lado. www.bebe.com.br | 5
  • 32. No terceiro trimestre de gestação, a mulher começa a acumular muito líqui- do, o que provoca inchaços, especial- mente nas pernas, e certa perda de fle- xibilidade nas articulações. Para ajudar nessa situação, o que recomendamos é a prática dos chamados exercícios meta- bólicos, que ajudam na circulação. Primeiro exercício para a circulação de pernas e pés • Deitada no chão, com as pernas es- ticadas sobre um apoio baixo, faça um movimento circular com os pés — dez vezes para dentro e dez ve- zes para fora. • Em seguida, flexione e estique os pés dez vezes. Aula 07 - Relaxamento e alongamento www.bebe.com.br | 6
  • 33. Segundo exercício para a circulação de pernas e pés Para relaxar, caminhe, leia um livro, aproveite alguns momentos para sentar e respirar tranquilamente. Aliás, os exercí- cios de respiração podem ser feitos até no carro, nas horas de congestionamento. • Em pé, com as pernas um pouco afas- tadas e os joelhos dobrados, use um bastão — ou um móvel — como apoio e levante os calcanhares de maneira alternada. Faça isso 20 vezes. Aula 07 - Relaxamento e alongamento O melhor horário para fazer esses exer- cícios — para a circulação, para alongar e respirar melhor — seria logo de manhã. Eles funcionam como um despertar do corpo, preparando-o para suportar o dia. www.bebe.com.br | 7
  • 34. AULA 08 Dr. Nilson Abrão Szlyt DIABETE NA GRAVIDEZ Realização: Colaboração de especialistas do: Ginecologista e obstetra do Hospital Israelita Albert Einstein
  • 35. Aula 08 Diabete na gravidez O ginecologista e obstetra do Hospital Israelita Albert Einstein Nilson Abrão Szlyt falou na aula 08 do nosso curso sobre os cuidados durante a gravidez tanto para as mulheres que têm diabete quanto para aquelas que desenvolvem o problema na gestação. O resumo dessas explicações está aqui P ara começar, precisamos esclarecer um ponto: nem todo diabete na gra- videz é gestacional. Algumas futuras mamães já eram diabéticas — e nem des- confiavam — muito antes de engravidar. E esse diabete preexistente pode ser o do tipo 1 ou o do tipo 2. O diabete tipo 1 ocorre quando o pâncreas é atacado por anticor- pos do próprio sistema imunológico e deixa de produzir a insulina, hormônio responsá- vel pela entrada da glicose nas células. En- quanto no tipo 2, que tem causas variadas, a insulina é fabricada, mas tem dificuldade para cumprir sua função. Nessas duas va- riações, vale repetir, a doença já existia e acaba sendo descoberta durante a gestação — não é provocada por ela. Da mesma ma- neira, não vai embora depois do parto. O diabete gestacional é diferente. Ele apa- rece especificamente na gravidez. E, quando o bebê nasce, os níveis de glicose tendem a se normalizar. Ele ocorre porque o pâncreas de algumas mulheres, sobrecarregado pelos hormônios envolvidos na gestação, não pro- duz insulina suficiente para mandar o açú- car do sangue para dentro das células. Seja qual for a forma de diabete, o exces- so de açúcar em circulação chega até o bebê através do cordão umbilical. O organismo dele reage: seu pâncreas começa a produzir insulina além do normal para dar conta de toda a glicose extra — a que não é aprovei- tada é estocada em forma de gordura. Por isso, as mamães que apresentam diabete não controlada têm filhos maiores e, prin- cipalmente, acima do peso. Alguns chegam a nascer com 7 quilos ou mais. Logo após o parto, o bebê, acostumado com a fartura de açúcar, precisa se adap- tar a um mundo não tão açucarado. Seu pâncreas continua produzindo insulina a mil e é comum, então, o recém-nascido apresentar uma hipoglicemia, que deve ser controlada imediatamente. E isso pode ser feito oferecendo leite materno nos primeiros minutos de vida ou, ainda, os médicos podem optar por injetar um soro com glicose por algumas horas. Como saber se a grávida tem o diabete gestacional? Não há outra saída: é preciso fazer alguns exames. Até porque os sinto- mas do diabete gestacional não são claros www.bebe.com.br | 2
  • 36. Aula 08 - Diabete na gravidez — é diferente do que acontece nos tipos 1 e 2, quando a paciente urina muito e constantemente, por exemplo. Por isso, a primeira recomendação é que todas as mulheres façam os testes de glicemia logo no início da gestação para, depois, repe- ti-lo entre a 24ª e a 27ª semana, quando o problema costuma dar as caras. Quando o diabete é confirmado — seja ele gestacional ou não —, sempre preci- sa ser controlado. E não só em nome da saúde do bebê. A grávida com diabete sem controle tem maior probabilidade de desenvolver hipertensão e infecções, principalmente a urinária. É possível controlar o diabete por meio da alimentação e da prática de uma atividade física regular. Só na- queles casos em que isso não é sufi- ciente para reduzir os níveis de açú- car no sangue o uso da insulina se faz necessário. O ideal é que o cardápio seja orien- tado por uma nutricionista, mas o importante é manter refeições equi- libradas, sem exageros, em interva- los regulares. Os exercícios devem ter intensidade moderada e precisam fa- zer parte da rotina diária, com muita disciplina. Não adianta fazer ginásti- ca de segunda a sexta e descansar no final de semana — para a grávida com diabete, é a constância que faz efeito e evita os picos de glicose na circula- ção. Essas medidas resolvem a maioria dos casos. Apenas 25% das gestantes precisam da insulina. E, no caso, a grávida pode ficar tranquila porque o medicamento não faz mal ao bebê. Além disso, é preciso manter um controle diário da glicemia, o nível de açúcar, principalmente depois das refeições. Isso significa usar apare- lhos que dosam a glicose por meio de uma pequena picada no dedo para analisar uma gota ínfima de sangue. É simples, eficiente e não dói! Quem está na mira Algumas mulheres têm maior risco de desenvolver o diabete gestacional. Fazem parte desse grupo as que engravidam com mais idade; as de determinados grupos étnicos, como as asiáticas; e, principalmente, aquelas que estão muito acima do peso. Por isso a importância de entrar na gravidez em boa forma. E, mesmo se você está de bem com a balança, há sempre a probabilidade de ter o problema — claro que, no caso, ela será bem menor. Mas vale a pena ficar de olho e fazer exames durante o pré-natal. www.bebe.com.br | 3
  • 37. Aula 08 - Diabete na gravidez No diabete gestacional, depois que o bebê nasce, os níveis de açúcar no san- gue da mamãe voltam a se equilibrar. No entanto é recomendado que essa mulher faça testes periódicos para sa- ber se a intolerância à insulina ainda persiste, porque ela sempre apresenta- rá uma tendência a esse tipo de proble- ma. Os primeiros exames são realizados entre 40 e 60 dias após o parto. E, de- pois, devem ser repetidos a cada dois ou três anos para afastar a hipótese de um diabete tipo 2. Vale ficar atenta e adotar um estilo de vida saudável para que ele nunca dê as caras. Mesmo tomando todos os cuidados, o diabete pode fugir ao controle e provocar problemas nos rins, na circulação e elevar a pressão arterial. Se isso acontece, o parto costuma ser antecipado. Por isso o número de casos de prematuridade entre as gestantes diabéticas é maior. Mas boa parte delas segue até o final da gestação com tranquilidade. Tudo é uma questão de fazer um bom acompanhamento e controlar o açúcar no sangue. www.bebe.com.br | 4
  • 38. AULA 09 Dr. Marcelo Zugaib A PREMATURIDADE Realização: Colaboração de especialistas do: Ginecologista e obstetra do Hospital Israelita Albert Einstein
  • 39. Aula 09 A prematuridade Quando um parto é considerado prematuro, quais as gestantes que correm esse risco e os cuidados para preveni-lo — esses são alguns dos assuntos abordados pelo ginecologista e obstetra do Hospital Israelita Albert Einstein Marcelo Zugaib, na aula 09 do nosso curso. E o resumo você pode relembrar a seguir. U ma gravidez tem duração de 40 se- manas, mas, às vezes, o bebê nasce antes do tempo, entre a 22ª e a 37ª semana de gestação. Quando isso acontece, o parto é considerado prematuro. Afinal, como o próprio nome indica, o nascimento se dá antes que a criança esteja madura. Entre as gestantes, há aquelas que correm maior risco de ir para a mater- nidade antecipadamente. Nesse grupo estão as mulheres com histórico de pre- maturidade, ou seja, que já tiveram um bebê nessas condições. As grávidas de gêmeos também podem entrar em traba- lho de parto antes da hora. Finalmente, fazem parte do grupo de risco as futu- ras mamães que tiveram sangramentos persistentes no primeiro ou no segun- do trimestre da gestação. Se, além de apresentar um desses fatores de risco, a mulher ainda tiver um colo uterino cur- to, a probabilidade de a criança nascer prematura será ainda maior. Existem testes capazes de prever o par- to prematuro, mas não vale a pena aplicá- los em todas as mulheres — os médicos costumam indicá-los apenas para esses casos já mencionados, que formam o gru- po de risco. Um dos exames é o da fi- bronectina, uma proteína colada à mem- brana do útero. Ele é feito por meio da coleta da secreção vaginal a partir da 22ª semana de gravidez e repetido a cada 15 dias. Se houver a presença da proteína, isso sinaliza ao médico que o parto pode acontecer nos sete ou 14 dias seguintes. Outro indicador de prematuridade é a medida do colo uterino, que costuma ser obtida com precisão por meio de uma ul- trassonografia transvaginal, entre a 22ª e a 24ª semana. Trata-se de outro exa- me que pode ser repetido nas semanas seguintes para orientar o obstetra que acompanha a gestante de risco. Quando esses testes confirmam ao mé- dico que o parto prematuro pode, de fato, acontecer, ele costuma lançar mão de al- gumas medidas de prevenção. A primei- ra delas é o repouso. Em uma situação dessas, é preciso descansar tanto o corpo www.bebe.com.br | 2
  • 40. Aula 09 - A prematuridade quanto a mente. Por isso muitos médi- cos propõem até mesmo o afastamento do trabalho. A atividade sexual também costuma ser suspensa e, para completar o pacote de medidas, o obstetra pode indi- car medicamentos, como a progesterona natural, que vem obtendo resultados bri- lhantes — esse hormônio consegue evi- tar até 50% dos partos prematuros. Dois tipos de parto prematuro Existem aqueles casos em que o parto prematuro é o que chamamos de eletivo. Isto é, o médico marca a data do nasci- mento para poupar a mãe ou o próprio bebê de condições prejudiciais à sua saúde — por exemplo, quando a hiper- tensão foge do controle. E existem, tam- bém, os partos prematuros espontâneos, é claro. Quando a mulher dá sinais de que está entrando em trabalho de parto antes da hora, a primeira coisa a fazer é interná-la o mais rápido possível. Vale ressaltar: os médicos não conseguem blo- quear o processo em 50% dos casos, mas pelo menos podem ganhar um tempo. E, no caso, estamos falando de umas 48 ou 72 horas — período que pode parecer curto, mas que faz uma imensa diferen- ça. Nesse prazo, a gestante pode receber corticoides, por exemplo. O remédio é usado para acelerar o amadurecimento dos pulmões do bebê. Também é possí- vel, se for o caso, transferi-la para uma maternidade com UTI neonatal. Durante o parto, o obstetra toma al- guns cuidados especiais. Ele evita, por exemplo, usar drogas que possam sedar a criança, aumentando o risco de com- plicações respiratórias ao nascer. Ele re- dobra a atenção para prevenir qualquer trauma mecânico — afinal, o corpo do bebê prematuro é ainda mais frágil. En- fim, faz de tudo para poupar o recém- nascido de algum sofrimento. Em seguida, o bebê prematuro é levado para uma UTI neonatal, onde será acom- panhado pelo médico neonatologista, que lhe dedicará uma série de cuidados complementares para garantir seu de- senvolvimento. Felizmente, a evolução da obstetrícia e da neonatologia tem obtido ótimos resultados em casos de bebês que nascem antes da hora. www.bebe.com.br | 3
  • 41. AULA 10 Dr. Eduardo Cordioli A PRÉ-ECLÂMPSIA Realização: Colaboração de especialistas do: Ginecologista e obstetra do Hospital Israelita Albert Einstein
  • 42. Aula 10 A pré-eclâmpsia Na aula 10 do nosso curso de gestantes, o ginecologista e obstetra Eduardo Cordioli, coordenador da maternidade do Hospital Israelita Albert Einstein, explica o que é a pré-eclâmpsia — os sinais, as causas, os tratamentos e, principalmente, como prevenir o problema. A seguir, um resumo de todas as informações. O termo pré-eclâmpsia é bastante ouvido na gestação. Mas, afinal, o que ele quer dizer? Trata-se de um problema caracterizado pelo aumen- to da pressão arterial, que oscila em pi- cos — ou seja, sobe muito e, depois, vol- ta a se normalizar. Mas, diferentemente da hipertensão, que pode afetar homens e mulheres em qualquer fase da vida, ela é um quadro transitório, que desaparece após o nascimento do bebê. Esse vaivém da pressão é sério e nin- guém sabe ao certo quais são suas causas. Os médicos cogitam, porém, que a pré- eclâmpsia faça parte do que chamam de síndrome da má adaptação placentária. É que, em algumas grávidas, a placenta não gruda direito no útero e, então, seu sistema imunológico passaria a encará-la como se fosse um corpo estranho. Essa reação, por sua vez, provocaria a contra- ção e a distensão dos vasos sanguíneos, fazendo a pressão subir e voltar ao nor- mal, em uma espécie de gangorra. Outro efeito desse jogo de contrair e relaxar dos vasos é o inchaço. Por isso, toda gestante deve ficar alerta ao perceber que os pés, as pernas e até mesmo as mãos estão inchan- do demais e conversar com seu médico para afastar a hipótese da pré-eclâmpsia. Ela, costuma-se dizer, é uma doen- ça de extremos. Tende a aparecer com maior frequência em grávidas jovens de primeira viagem e em mulheres que en- gravidam mais tarde, no final da vida re- produtiva. E, infelizmente, ainda não há exames para prever quem terá o problema e quem não terá. Até porque há indícios de que depende da combinação de genes do casal. Nota-se que uma mulher pode ter pré-eclâmpsia ao engravidar de um parceiro e não apresentá-la ao gerar uma criança de outro companheiro. Já foram realizadas diversas pesquisas em busca de tratamentos preventivos efica- zes. Os cientistas analisaram, por exemplo, se o consumo de cálcio e de óleo de peixe ajudaria a evitar esses quadros, mas nada foi muito animador. Na realidade, a grávida só se vê livre da pré-eclâmpsia no parto, www.bebe.com.br | 2
  • 43. Aula 10 - A pré-eclâmpsia quando a placenta, que parece ser a grande causadora do transtorno, é retirada. Até lá, o que a gestante com pré-eclâmpsia pode fazer é observar algumas recomendações. A primeira delas é seguir uma dieta equi- librada. E não adianta cortar o sal, até por- que ele tem iodo, um mineral importante para o desenvolvimento do feto. O funda- mentaléqueessecardápio,alémdefornecer todos os nutrientes, não favoreça o ganho excessivo de peso — que, aliás, pode ser um estopim para a pré-eclâmpsia naquelas mulheres com tendência ao problema. O obstetra deve fazer um acompanha- mento ainda mais próximo para evitar que os picos de pressão rendam complicações para a mãe e para o bebê. Afinal, ela tem uma pré-eclâmpsia, e o que não se quer, de jeito algum, é que ela tenha a eclâmp- sia propriamente dita, uma elevação da pressão tão severa que é capaz de causar convulsões. Os sinais da ameaça são dor de cabeça — principalmente frontal e na nuca —, dor forte na boca do estômago, tontura e visão de pontinhos brilhantes. No caso da mulher com pré-eclâmpsia, sentir um único desses sintomas já é motivo para procurar auxílio médico. Se ela não consegue loca- lizar seu obstetra depressa, então deve ir para a maternidade em vez de correr risco. Mas a gestante com pré-eclâmpsia que se cuida e segue à risca as orientações difi- cilmente chega a esse ponto. O que pode ocorrer é o obstetra optar por antecipar o parto quando a pressão da grávida está alta e o uso de medicamentos anti-hipertensi- vos não está surtindo efeito para garantir que mãe e filho fiquem muito bem. Quando surge o problema Os picos de pressão costumam surpreender a gestante depois do quinto mês. Mas sempre existem exceções. Nos casos de doença molar — quando a placenta se transforma em um tumor —, a pré-eclâmpsia aparece logo no início da gravidez. Ela também pode não demorar tanto para dar as caras se a mulher tem problemas de tireoide. Finalmente, quem espera gêmeos apresenta maior probabilidade de ter pré-eclâmpsia porque tem mais placenta no útero, o que aumenta o risco de desenvolver a doença. Bebês menores Nem tanto a pré-eclâmpsia em si, mas a placenta mal grudada que tem a ver com ela, pode afetar a passagem de nutrientes para o feto. Isso pode atrapalhar seu crescimento e, por isso, os filhos de gestantes com esse problema de pressão tendem a nascer um pouco menores. www.bebe.com.br | 3
  • 44. AULA 11 Dra. Heloisa Ferreira Brudniewski O PARTO NORMAL Realização: Colaboração de especialistas do: Ginecologista e obstetra do Hospital Israelita Albert Einstein
  • 45. Aula 11 O parto normal A ginecologista e obstetra Heloisa Ferreira Brudniewski, do Hospital Israelita Albert Einstein, falou sobre o parto normal na aula 11 do nosso curso. Ela explicou quais são os requisitos para ter esse tipo de parto, como ele acontece e o que esperar do pós-parto. Aqui você tem um resumo para guardar e consultar sempre que quiser. T oda gestante pode, a princípio, ter um parto normal. Ter um filho des- sa maneira é algo natural e o cor- po não precisa nem sequer ser preparado para isso. O mais importante é a mulher tirar todas as dúvidas — e os medos — com o médico e, assim, esperar por esse momento com tranquilidade. O corpo dá sinais de que a hora do parto está chegando — e o bebê está pronto para nascer — por meio das contrações, que se tornam mais fortes e dolorosas. A mulher sente como se a barriga se contorcesse em um mo- vimento de cima para baixo, de modo intenso e rítmico — essas são caracte- rísticas da verdadeira contração, que anuncia o trabalho de parto. Daí, o colo do útero dilata e afina até alcançar a medida de 10 centímetros. As contrações — e, claro, a força feita pela mãe também ajuda — começam então a empurrar o bebê para fora. Em um primeiro momento, ele se encaixa e, depois, deixa o útero e passa pelo canal vaginal. A saída da criança, em si, recebe o nome de expulsão. Nesse momento, a primeira parte do corpo do bebê que o obstetra visualiza é a cabeça. Quando ele sai por inteiro, o médico prende o cordão umbilical com uma espécie de pinça bem grande e o corta. Depois que a criança nasce, a pla- centa se descola e também é expulsa. O obstetra, então, ajuda a retirá-la. Existem três requisitos importantes e que facilitam o parto normal: a di- latação do colo uterino, a mulher ter uma boa bacia e o bebê estar bem. Sem a dilatação, não há abertura su- ficiente e a expulsão da criança sim- plesmente não acontece. Por exemplo: algumas mulheres têm contrações mas não têm dilatação. Isso é raro, mas possível. Também é necessário ter uma bacia larga o bastante para favorecer a saída da criança. Gestan- tes com a bacia muito estreita e com www.bebe.com.br | 2
  • 46. Aula 11 - O parto normal bebê grande demais, em geral, têm contraindicação para o parto normal. Outro ponto fundamental: o peque- no deve estar bem e saudável. Isso é checado durante todo o trabalho de parto, por meio de exames. Se ele cor- rer qualquer risco ao se esforçar para nascer, o parto normal será descarta- do. Por isso mesmo, é importante você saber, ainda, que, apesar de todas as condições favoráveis, caso um impre- visto aconteça, o parto normal pode ser interrompido. Daí, o médico parte para a cesárea, sem problemas. Algo que costuma preocupar muitas futuras mães é a velha história de o cordão umbilical estar enrolado no pescoço. Mas isso, em si, não impede o parto normal. Se o cordão está enro- lado, os batimentos cardíacos do bebê são monitorados. E, se houver uma que- da nesses batimentos, o que sugere que o cordão está apertado demais e preju- dicando a circulação, aí então o médico pode pensar em uma cesárea. Na maio- ria das vezes, porém, ele permanece frouxo, sem atrapalhar. E o obstetra o desenrola mal a criança nasce. Outro medo é o de sentir dor na hora de dar à luz. Mas hoje, vale sa- ber, já é possível passar pelo parto normal praticamente sem sofrer com as contrações. Elas são aliviadas pela anestesia. Já algumas mulheres fi- cam inseguras em relação à duração do trabalho de parto — tempo que, diga-se, varia bastante de acordo com cada gestante. Quando se torna muito demorado, o médico pode recorrer a medicamentos que aceleram as con- trações uterinas. Isso só é feito, po- rém, quando o bebê tem bom peso e está bem de saúde. De uma coisa todos podem estar certos: os benefícios do parto normal tanto para a mãe quanto para o filho são muitos. Para começo de conversa, quando o bebê atravessa o canal vagi- nal, que é uma espécie de túnel aper- tado, seu corpo fica comprimido. Isso é ótimo porque provoca a expulsão de toda água dos pulmões e facilita os primeiros movimentos respiratórios. Para a mãe, o parto normal permi- te a retomada mais rápida de ativida- des simples, como se sentar e andar. A cicatrização dos pontos da episito- mia — o corte realizado em algumas mulheres para facilitar a expulsão da criança — também costuma acontecer em até 15 dias. O pós-parto é quase indolor. Assim, a mãe tem mais dispo- sição para cuidar do recém-nascido e curtir a grande novidade da sua vida. www.bebe.com.br | 3
  • 47. Aula 11 - O parto normal Os preparativos Na maternidade, alguns procedimentos são realizados antes do parto em si. O primeiro deles é a limpeza do canal vaginal e uma levíssima raspagem dos pelos pubianos só na região onde poderá ser feita a episiotomia, um corte na lateral do períneo, região entre a vagina e o ânus. Isso não ocorre sempre. A episioteomia é realizada na maioria das vezes para facilitar a saída do bebê e proteger os músculos e outras estruturas do corpo da mãe. Ela só não é necessária quando o bebê é pequeno. Vale saber que a lavagem intestinal, como parte da preparação, foi abolida. Fórceps, o que é isso? Um instrumento médico que ainda costuma ser utilizado em alguns partos normais é o fórceps. Parece um par de colheres longas e vazadas. Recorre-se a ele para ajudar a retirar o bebê quando o pequeno fica parado no canal vaginal — uma ajuda que traz um alívio e tanto para a criança e para a mãe. Atenção: a mulher não sente quando o instrumento é colocado, já que está anestesiada. Nem a criança: as “colheres” se encaixam nas laterais de sua cabeça, sem machucá-la. www.bebe.com.br | 4
  • 48. AULA 12 Dr. Thomas Rafael Gollop O PARTO CESARIANO Realização: Colaboração de especialistas do: Ginecologista e obstetra do Hospital Israelita Albert Einstein
  • 49. Aula 12 O parto cesariano Neste resumo você encontra as explicações do obstetra e ginecologista Thomas Rafael Gollop, do Hospital Israelita Albert Einstein, sobre o parto cesariano: como é a cirurgia, a nova técnica minimamente invasiva e a recuperação no pós-parto. A cesárea é uma cirurgia — no caso, feita para trazer ao mun- do um ou mais bebês. Ela existe há muitos anos e garante o bem-estar da mãe e da criança nos casos em que o parto normal não é possível. Existem, hoje, algumas novidades. Para se submeter a uma cesariana, a gestante não precisa mais, por exemplo, ficar em jejum durante o trabalho de parto. Tam- bém não é mais necessário fazer lavagem intestinal ou mesmo raspar totalmente os pelos pubianos — aliás, uma mudança bem-vinda, porque a depilação total pro- vocava muita coceira no pós-parto e, pior, aumentava o risco de uma infecção. Atualmente, há duas técnicas de ce- sárea: a tradicional e a minimamente invasiva. Em ambas, a gestante recebe uma anestesia parecida com a do parto normal. Nas duas formas de cesariana, à primeira vista, o local e o tamanho do corte são similares: ele é feito na região púbica, bem no final do abdômen, e tem cerca de 11 centímetros de comprimen- to. A diferença é o que acontece dentro da barriga: na técnica minimamente in- vasiva, o médico corta menos camadas de tecidos, porque algumas ele só afasta com a ajuda das mãos. Também dá me- nos pontos internos. Com isso tudo, há um menor risco de infecções e, consequentemente, menor necessidade de antibióticos. A mulher também tende a tomar menos analgési- cos, porque sente menos dor. Ela conse- gue se sentar e andar mais cedo do que se fizesse a cesariana tradicional. E, cla- ro, com isso o bebê sai ganhando, porque a mãe fica com mais disposição para cui- dar dele. Aliás, é recomendado que mãe e filho fiquem no mesmo quarto. Dessa forma eles têm a chance de se adaptar um ao outro. Em geral, as mulheres que passam pela cesariana permanecem na maternidade por 48 horas, além do dia da cirurgia propriamente dita. De 40 a 50 minutos é o tempo médio de duração do parto cesariano www.bebe.com.br | 2
  • 50. Aula 12 - O parto cesariano Cuidados pós-parto Quando o efeito da anestesia passa, a mulher é logo encorajada a se sentar e, em seguida, a caminhar. Isso ajuda, inclusive, a estimular o funcionamento do intestino. A hora do banho também não é nenhum problema. Hoje os médicos tendem a usar uma cola cirúrgica para fechar o corte da cesariana, o que facilita na limpeza. Dá para lavar a região sem medo e, depois, apenas secar com uma toalha macia. Claro que algumas mamães recentes sentem dores, mas isso pode ser controlado com medicamentos específicos. Um parto cesariano, um parto normal Será que depois de uma cesárea é possível ter um bebê por parto normal? Essa é das grandes dúvidas de boa parte das mães. A mulher que passa por essa cirurgia tem 50% de chance de tentar (e conseguir com sucesso!) um parto normal na segunda gravidez. Mas o inverso também é possível de acontecer. Já quem passou por duas cesáreas consecutivas terá obrigatoriamente que fazer outro parto cesariano se engravidar pela terceira vez. Caso contrário, existe um risco grande de ruptura do útero por causa da força das contrações no momento da expulsão do bebê no parto vaginal. Essa complicação é muito séria. E não vale a pena correr o risco. www.bebe.com.br | 3
  • 51. AULA 13 Dr. Diego May OS TIPOS DE ANESTESIA Realização: Colaboração de especialistas do: Anestesiologista do Hospital Israelita Albert Einstein
  • 52. Aula 13 Os tipos de anestesia O anestesiologista Diego May, do Hospital Israelita Albert Einstein, explica as técnicas que são utilizadas no parto e tira uma série de dúvidas que passam pela cabeça das gestantes. As principais informações estão no resumo a seguir. A maior parte das gestantes tem dúvidas em relação à anestesia. Antes de mais nada, é importan- te saber quais os tipos existentes e como eles agem no corpo. Hoje, a anestesia geral, que deixa a paciente completa- mente sedada, só é usada em raríssimas ocasiões. Atualmente, na hora do parto, os médicos preferem recorrer a um des- tes outros três tipos: a raquianestesia, a peridural ou o duplo bloqueio. A anestesia raquidiana, ou raquianes- tesia, é a mais indicada para a cesárea, porque, além de perder completamente a sensibilidade da cintura para baixo — ou seja, na área em que será feito o corte —, a mulher não consegue mexer as pernas, o que certamente atrapalha- ria o cirurgião. Essa anestesia é aplicada de uma só vez, entre duas vértebras da coluna, por meio de uma agulha com a ponta arredondada. Ela atravessa pele, nervos e chega ao liquor, substância que banha a medula nervosa que passa ali no meio. Logo que o medicamento é aplicado, a futura mamãe nota as pernas esquentarem e, em seguida, sente um formigamento. Instantes depois, perde- se a sensibilidade e os movimentos — um efeito que dura, em média, de três a quatro horas, tempo mais do que sufi- ciente para a cirurgia ser realizada. Queda de pressão? Às vezes, a anestesia raquidiana provoca uma pequena queda de pressão na gestante. Na prática, a sensação é de um leve mal- estar, que a mulher traduz como uma sensação de enjoo. Quem se sentir assim deverá avisar o anestesista, que tem plenas condições de reverter a situação com medicamentos específicos. Muitas vezes, porém, eles nem são necessários, porque o médico lança mão de certas artimanhas. Por exemplo, é comum ele empurrar a barriga da parturiente para o lado esquerdo. Essa manobra favorece o retorno do sangue para a cabeça, normalizando a pressão e acabando com o mal-estar. www.bebe.com.br | 2
  • 53. Aula 13 - Os tipos de anestesia No parto normal, há três opções de anestesia. A primeira é o médico dar uma dose baixa da raquidiana, o que, aliás, costuma ser feito quando a mulher che- ga à maternidade em trabalho de parto adiantado. A quantidade de medicamen- to é pequena, mas suficiente para barrar a dor e, ao mesmo tempo, ainda permitir certo movimento das pernas. Já se o trabalho de parto ainda está no meio do caminho, é possível decidir pela peridural — que demora um pouco mais para agir — ou pelo duplo bloqueio. Na peridural, uma agulha semelhante à da raquianestesia também é introduzida en- tre as vértebras, mas ela só chega até a dura-máter, uma membrana anterior ao liquor. Ou seja, é uma aplicação, digamos, mais superficial. Ao chegar a esse ponto exato, o anestesista retira a agulha e dei- xa ali, em seu lugar, um cateter fininho, que vai derramando as drogas anestésicas aos poucos. A mulher perde a sensibilida- de para a dor, mas continua dominando seus movimentos da cintura para baixo, por isso pode ajudar o bebê a nascer. A terceira alternativa de anestesia para o parto normal é o duplo bloqueio, que une a raquianestesia e a peridural em um mesmo procedimento. Uma agulha, similar à da ráqui, encosta na dura-má- ter, a tal membrana anterior ao liquor. Por dentro dessa agulha vem outra, mais fina, que chega até o liquor propriamen- te dito. Ali, o médico aplica uma dose baixa de anestésico. A agulha mais fina é, então, retirada e, no lugar, fica um cateter, que alcança a dura-máter para levar, aos poucos, doses de reforço de medicamento conforme o trabalho de parto avança. O efeito no corpo da ges- tante é o mesmo que na peridural — dá para sentir as pernas e as contrações —, a diferença é que a ação é imediata. A anestesia, independentemente da técnica de aplicação ou do medicamento, não provoca nenhum tipo de reação na maioria das grávidas. Em geral, os pro- blemas só acontecem nas mulheres que têm problemas de coagulação do sangue, aquelas com alguma infecção no lugar do corte ou as alérgicas às substâncias anestésicas. A recuperação costuma ser muito tranquila. Claro que existem pe- quenas diferenças, de acordo com o tipo de anestesia. Em comum, todas as mães, independentemente da técnica usada, sentem um pouco de coceira e frio, con- forme o medicamento perde a ação. Ou- tras reações são retenção urinária, náu- sea e, mais raramente, vômito. Mas vale saber que essas anestesias são seguras e usadas todos os dias ao redor do mundo. O objetivo é fazer com que a mãe fique consciente durante todo o par- to, não sinta dor e, assim, possa curtir cada minuto desse momento tão especial, que é o nascimento do seu bebê. www.bebe.com.br | 3
  • 54. Aula 13 - Os tipos de anestesia Não se mexa! É provável que você escute essa frase do anestesista. Toda grávida, independentemente do tipo de anestesia, deve ficar sentada na maca, com os ombros soltos e o queixo encostado no peito. É preciso também ficar relaxada e não fazer nenhuma espécie de movimento. Isso pode ser difícil, principalmente durante as contrações. Mas não é impossível. Se você sentir que não vai aguentar se manter imóvel, avise o médico. A anestesia dói? Um pouco. Você vai sentir uma picada ardida na hora em que a agulha entrar — não é nada muito intenso e passa rápido. O melhor vem em seguida: as dores das contrações desaparecem e você pode, finalmente, relaxar para aproveitar a chegada do seu bebê! www.bebe.com.br | 4
  • 55. AULA 14 Dr. DANIEL KLOTZEL SINAIS DE PARTO Realização: Colaboração de especialistas do: Ginecologista e obstetra do Hospital Israelita Albert Einstein
  • 56. Aula 14 Sinais de parto Neste resumo, o ginecologista e obstetra Daniel Klotzel, do Hospital Israelita Albert Einstein, explica quais alterações no corpo da mulher indicam que o bebê está pronto para nascer e como acontece o trabalho de parto. E m torno da 40ª semana de gestação, o corpo da mulher costuma sinalizar que o pequeno está pronto para vir ao mundo. A principal mudança ocorre no rit- mo das contrações uterinas, que se tornam mais frequentes e desconfortáveis. Vale lembrar que, desde o quinto mês, a grávida tem as chamadas contrações de Braxton- Hicks, que são esporádicas, indolores e cau- sam um leve endurecimento da barriga. Diferentemente das de Braxton-Hicks, as contrações que marcam o início do tra- balho de parto começam nas costas e se irradiam para a região inferior do útero. Além disso, elas são dolorosas, regulares e ocorrem em intervalos cada vez mais curtos — a cada dez minutos e, depois, a cada cinco, por exemplo. Quanto menores as pausas entre uma contração e outra, mais próximo está o nascimento. Ao perceber que as contrações estão rítmicas e cada vez mais frequentes, a mulher deve se preparar para ir à ma- ternidade — cá entre nós, o ideal é que essa viagem já tenha sido organizada de antemão. Caso haja algum tipo de sangramento, semelhante àqueles ca- racterísticos da menstruação ou maior, e que seja acompanhado de cólica ou contrações, a gestante não pode perder nenhum segundo: precisa se dirigir de imediato ao hospital. Esse procedimento também precisa ser seguido à risca se a bolsa-d’água se romper e o líquido amni- ótico estiver esverdeado, com uma colo- ração que lembra a de sopa de ervilha. O rompimento da bolsa, aliás, é outro sinal importante que denuncia a chega- da do bebê. Como saber que isso aconte- ceu? Em geral, a quantidade de líquido que se esvai é o suficiente para escor- rer pelas pernas e até molhar o chão. No entanto, a ruptura da bolsa pode se dar de forma diversa. Se houver apenas um furo longe do colo uterino, o líqui- do tende a sair aos poucos e em peque- nas doses. Às vezes, isso é confundido 3 X 10 Os médicos definem que o trabalho de parto de fato começa quando o útero feminino se contrai pelo menos três vezes no espaço de dez minutos. www.bebe.com.br | 2
  • 57. Aula 14 - Sinais de parto com os escapes involuntários de urina ou com corrimento vaginal, ambos nor- mais no final da gestação. Só que, nesse caso, o líquido é translúcido, parecido com água de coco, e tem odor que se assemelha ao da água sanitária. Nessa situação, a gestante também deve ir de pronto para a maternidade e levar con- sigo as malas — a dela e a do bebê, que, logo, logo, vai encher a casa de alegria. “Será que estou em trabalho de parto?’’ Na dúvida, os especialistas recomendam que a futura mamãe siga para a maternidade, sem muita pressa. O pré-parto costuma ser demorado. Na primeira gestação, ele pode durar até 12 horas; na segunda ou terceira gravidez, entre seis e oito horas. www.bebe.com.br | 3
  • 58. AULA 15 Dr. FELIPE DE SOUZA ROSSI CUIDADOS COM O RECÉM-NASCIDO NA SALA DE PARTO Realização: Colaboração de especialistas do: Pediatra e neonatologista do Hospital Israelita Albert Einstein
  • 59. Aula 15 Cuidados com o recém-nascido na sala de parto O pediatra e neonatologista Felipe de Souza Rossi, do Hospital Israelita Albert Einstein, contou o que acontece com o pequeno logo após o nascimento. Neste resumo, você relembra os principais pontos dessa aula. A ssim que nasce, o bebê tem como primeiro desafio se acostumar ao ambiente fora do útero. Em outras palavras, terá de respirar e controlar a tem- peratura do corpo por conta própria. Além de se acostumar com a intensidade da luz, dos sons e dos cheiros. Para auxiliá-lo nessa tarefa, deve haver, na sala de parto, um pe- diatra. É esse especialista que vai colocá-lo em um berço aquecido para ajudar a estabi- lizar sua temperatura. E é ali também que o médico o seca e faz os primeiros exames. O objetivo é checar como o pequeno está. Esses testes não são aleatórios e seguem pa- drões que mostram como o recém-nascido reage nos primeiros minutos de vida. Trata- se do chamado boletim de Apgar. O Apgar analisa cinco itens relaciona- dos à saúde da criança: frequência car- díaca, respiração, tônus muscular (se é rígido ou flácido), coloração da pele e se o bebê está ativo e reativo à manipula- ção. Essa avaliação acontece, aproxima- damente, no primeiro minuto pós-nasci- mento e, em seguida, no quinto minuto de vida. Para cada item é dada uma nota, que varia de 0 a 2. O pediatra soma essas notas e chega a um resultado final tan- to para o primeiro quanto para o quinto minuto de vida do pequeno. Outro ponto que o pediatra observa nesse momento é o choro do bebê ou o esforço para abrir o berreiro. Apesar de as lágrimas brotarem espontaneamente na maioria dos recém-nascidos, algumas crianças não botam a boca no mundo. A ausência do chororô costuma indicar muito mais uma característica do peque- no do que a presença de algum problema grave, principalmente se os outros dados do Apgar apontarem que ele está se adap- tando bem fora do útero. Vale saber que dar um tapa no bumbum do recém-nasci- do para que ele chore não é uma prática adotada pelos médicos na sala de parto. Logo após o nascimento, o choro tem uma função importante. Ele auxilia o bebê a reter o ar dentro dos pulmões. www.bebe.com.br | 2
  • 60. Aula 15 - Cuidados com o recém-nascido na sala de parto Para facilitar ainda mais esse processo, o médico pode colocar uma sonda que também libera a passagem de ar. Como isso é realizado? A sonda é ajustada pri- meiro na boca e depois no nariz e, as- sim, suga o líquido amniótico que não foi expulso durante o parto. Os pais, muitas vezes, se assustam com esse pro- cedimento. Mas não há com o que se preocupar porque isso é algo normal e feito para o bem-estar do pequeno. Terminado o Apgar e a retirada do lí- quido dos pulmões, o neonatologista pin- ga um colírio especial nos olhos da crian- ça para prevenir a conjuntivite neonatal. Por fim, se ela estiver com a temperatura estável, será pesada e medida e, em se- guida, tomará um banho. Essa primeira limpeza, que em algumas maternidades ocorre fora da sala de parto e na com- panhia do pai, não higieniza o recém- nascido nem retira totalmente o vérnix, camada de gordura branca que recobre os bebês nascidos no tempo certo, mas, sim, tem o objetivo de estimular o primeiro contato entre pai e filho. Depois disso, o bebê é apresentado ao seio materno. A ideia não é necessariamente alimentá-lo, Quando é preciso ir para a UTI Às vezes, o bebê não se adapta tão bem à vida fora do útero e então segue para a unidade de terapia intensiva, a UTI, onde será avaliado mais detalhadamente. Essa opção assusta muitos pais, mas, em geral, ela é tomada por um excesso de zelo, e não necessariamente por um problema grave. O importante é manter a calma. Logo o pequeno estará na companhia da família. mas sobretudo proporcionar um momen- to de carinho e aconchego. Dali, a criança segue para o berçário, onde continuará sendo observada pela equipe médica. É importante que antes de sair da sala de parto ela já esteja com a pul- seira de identificação, colocada no braço e/ ou na perna. E, em poucas horas, o bebê, finalmente, estará próximo não apenas da nova mamãe mas de toda a família. www.bebe.com.br | 3
  • 61. AULA 16 Dr. VICTOR NUDELMAN CUIDADOS COM O RECÉM-NASCIDO Realização: Colaboração de especialistas do: Pediatra do Hospital Israelita Albert Einstein
  • 62. Aula 16 Cuidados com o recém-nascido O pediatra Victor Nudelman, do Hospital Israelita Albert Einstein, detalhou o que acontece com o pequeno no berçário da maternidade. O médico também sugeriu algumas recomendações para os primeiros dias do bebê em casa. A ssim que o recém-nascido sai da sala de parto, ele segue para o berçário. É ali que o pediatra irá examiná-lo mais detalhadamente. O es- pecialista repara, por exemplo, se o pe- queno está ofegante. Essa observação mi- nuciosa é repetida nos dois dias seguintes — período em que geralmente a criança fica na maternidade. O pediatra ouve os batimentos do coração, avalia a muscula- tura, o abdômen, a coloração da pele e ve- rifica, ainda, as fezes e a urina do bebê. O médico analisa, também, os reflexos. Isso lhe mostra como está o desenvolvimento neurológico. Por fim, observa se o meni- no ou menina consegue piscar, apertar o dedo de outra pessoa com a mão e, por fim, se tem reflexos de defesa. É nessa fase que são realizados outros testes, como o do olhinho, que inves- tiga se existe algum problema entre o cristalino, a córnea e a retina, estrutu- ras essenciais para a visão. Há ainda o chamado teste da orelhinha, que, como o nome entrega, avalia a capacidade au- ditiva do recém-nascido. Até o sangue do bebê é analisado: o tipo sanguíneo, o fator Rh e a compati- bilidade do sangue dele com o da mãe. Já o teste do pezinho, realizado também na maternidade, rastreia a presença de al- gumas doenças congênitas, como anemia ou problemas nos sistemas respiratório e digestivo. O resultado desse checkup não sai na hora e geralmente é enviado pelos hospitais via correio alguns dias depois. 10% do total do peso é quanto um recém-nascido pode perder nos três primeiros dias de vida. Após o quarto ou quinto dia, ele geralmente volta a engordar www.bebe.com.br | 2
  • 63. Aula 16 - Cuidados com o recém-nascido No berçário, longe dos olhos da famí- lia, a criança toma banho, tem o coto umbilical higienizado, é medida e pesa- da novamente. E, antes de receber alta, o recém-nascido pode ser vacinado con- tra a tuberculose e o vírus da hepatite B. A imunização só será feita se os pais estiverem de acordo. Em casa Após a alta da maternidade, muitos pais de primeira viagem se sentem inse- guros com o bebê em casa. Um conselho básico: muita calma nessa hora. A prática vem com o tempo, e, com ela, a confian- ça. Enquanto isso, vale seguir algumas orientações, como as listadas abaixo: O bebê segue uma rotina metódica.• Ele mama, suja a fralda, que deve ser trocada, e dorme. E precisa de um banho por dia. Ao colocá-lo para dormir, posicione-o• de barriga para cima. Nunca de bru- ços nem deitado sobre travesseiros. Também não se deve utilizar apoios para mantê-lo de lado. Para saber se o pequeno está com• frio, basta sentir a temperatura de sua barriga. Extremidades como pés e mãos em geral ficam frios, por isso não são um bom termômetro. Bebês também não devem passar de• colo em colo. A pele é o sentido mais apurado do recém-nascido. Ele sente as vibrações de cada um que o toca. Se muita gente o pega, ele acaba ex- citado ou mesmo muito irritado. A criança se expressa por meio do cho-• ro. Quando é forte, alto e estridente, indica fome ou sono. Daí, é só saciá-la, dando de mamar ou colocando-a para dormir. Um choro fraco pode ser sinal de manha ou de tédio — basta um colo para que o pequeno se acalme. www.bebe.com.br | 3
  • 64. O que é icterícia? É um problema que deixa a pele do corpo do recém-nascido amarelo-alaranjado. Até mesmo o branco dos olhos ganha esse tom. A icterícia costuma afetar até 80% dos nascidos no tempo certo. Se detectada e controlada, não apresenta maiores riscos. O problema geralmente aparece porque parte da bilirrubina, substância amarela metabolizada pelo fígado e eliminada nas fezes, não consegue ser processada devido à imaturidade hepática para filtrar as impurezas do organismo infantil. Então, esse excesso acaba se acumulando no sangue e deixa a pele com cor de suco de laranja. O tratamento, feito no berçário, é simples: a criança fica em um berço especial, exposta a uma luz azul — trata-se do popular banho de luz. Ao incidir na pele, ela diminui o tom amarelo. O ajuste no funcionamento do fígado é mais uma das adaptações pelas quais o corpo da criança passa nos dias após o nascimento. Aula 16 - Cuidados com o recém-nascido www.bebe.com.br | 4
  • 65. AULA 17 NATÁLIA TURANO A TROCA DE FRALDA Realização: Colaboração de especialistas do: Enfermeira pediátrica do Hospital Israelita Albert Einstein
  • 66. Aula 17 A troca de fralda Neste resumo, você confere o que a enfermeira pediátrica Natália Turano, do Hospital Israelita Albert Einstein, ensinou sobre a higiene do recém-nascido. Ela mostrou como trocar a fralda, da menina e do menino, e também como limpar o coto umbilical. A ssim que o bebê chega em casa, boa parte das mães (e dos pais) de primeira viagem se atrapalha com aquela que, à primeira vista, parece ser uma das atividades das mais corriqueiras: a troca da fralda. Trata-se de uma ques- tão de tempo — e de prática. Com a repe- Como trocar a fralda tição da tarefa várias vezes ao dia, logo, logo não haverá nenhum mistério para realizá-la na maior tranquilidade. A hi- gienização do pequeno, no entanto, deve ser feita com atenção redobrada. Esse zelo previne problemas como infecção uriná- ria, principalmente nas meninas. água morna algodão pomada fralda descartável fralda de pano a)Antes de começar, é importan- te ter todos os itens à mão. São eles: algodão, água morna, uma fralda descartável nova, uma fralda de pano e uma pomada para prevenir assaduras. Esse último acessório só deve ser utili- zado se o pediatra recomendar. www.bebe.com.br | 2
  • 67. Aula 17 - A troca de fralda b) O primeiro passo é deitar o bebê no trocador ou em um lugar plano e macio. A criança nunca deve ser deixada sozinha. Em seguida, tire a parte de bai- xo da roupa e abra a fralda suja. Atenção: deve-se fixar o velcro das abas para que ele não grude na pele delicada do pequeno. Daí, levante suas pernas e puxe a fralda usada, que precisa ser enrolada e descarta- da. Se durante o procedimento o bebê fizer cocô, remova o excesso com a própria fral- da e só então dobre e jogue fora. c) Para iniciar a limpeza, é neces- sário molhar um chumaço de algodão na água morna. Passe-o nos ge- nitais, fazendo um movimento de cima para baixo. No caso das meninas, não se pode esquecer das dobrinhas ao lado da vagina e de abrir os grandes lábios para limpá-los internamente. Esse cui- dado é bastante importante para evitar infecções, sobretudo a urinária. d) Nosmeninos,valecolocarumal- godão umedecido ou uma fralda de pano sobre o pênis. Caso ele faça xixi, a urina irá escorrer para baixo, evitando que a mamãe ou o papai se molhem. fralda suja limpeza da menina fralda protetora para o menino www.bebe.com.br | 3
  • 68. e) Para finalizar, é imprescindível limpar o bumbum, também sempre de cima para baixo, para que as fezes provenientes do ânus não se depo- sitem nos genitais. f) O último passo é secar a área com um algodão ou com uma fralda de pano macia, passar uma cama- da fina do creme contra assaduras nas dobrinhas e ao redor do ânus e, enfim, levantar as pernas do pequeno para co- locar a fralda limpa. g) O acessório deve ser fechado na altura da cintura, na mar- ca indicada pelo fabricante. Para se cer- tificar de que não está apertado demais, basta colocar o dedo e verificar se há uma pequena folga. Último detalhe Arrume os elásticos nas pernas para que não fiquem embolados ou virados para dentro, o que facilita vazamentos. Pronto: o bebê está limpo, cheiroso, com uma fralda nova e sequinha! Aula 17 - A troca de fralda www.bebe.com.br | 4
  • 69. Como limpar o coto umbilical Ele demora cerca de duas semanas para cair. Até isso acontecer, você deverá limpá-lo a cada troca de fralda ou no mínimo quatro vezes ao dia. Todo esse cuidado previne possíveis infecções. Para mantê-lo higienizado, é preciso limpar o local com álcool a 70% com a ajuda de cotonetes. Basta umedecer o acessório com o álcool e passá-lo na base do umbigo em movimentos circulares e sempre para o mesmo lado — nunca volte com o cotonete sujo. Troque-o sempre que necessário e até o local ficar sem resquícios de sujeira. Em seguida, passe outro cotonete umedecido no álcool na extensão do coto, da base para cima. Finalmente, passe um cotonete seco na base e na extensão, retirando o excesso de álcool. Aula 17 - A troca de fralda www.bebe.com.br | 5
  • 70. AULA 18 NATÁLIA TURANO O BANHO DO BEBÊ Realização: Colaboração de especialistas do: Enfermeira pediátrica do Hospital Israelita Albert Einstein
  • 71. Aula 18 O banho do bebê A enfermeira pediátrica Natália Turano, do Hospital Israelita Albert Einstein, retornou ao nosso curso para ensinar o passo a passo desse ritual de higiene. Veja, neste resumo, quais os cuidados essenciais durante a prática, da preparação do ambiente à maneira correta de enxugar a criança. É muito comum sentir um pouco de insegurança ao dar os primeiros banhos no recém-nascido. Mas, com a preparação correta e seguindo as orientações de segurança, logo esse mo- mento se torna um dos mais prazerosos, tanto para a criança quanto para você. a)Para testar se a temperatura está confortável, coloque o cotovelo dentro da água. E, ao iniciar o banho de fato, tome um cuidado importante: segure com firmeza o braço esquerdo do pequeno, pela axila. Assim dificilmente ele escorrega para dentro da banheira. O passo a passo do ritual O ritual começa com a organização de tudo o que se vai usar. Separe roupas, toalha, algodão, cotonete e fralda. Em seguida, feche janelas e portas para evi- tar correntes de ar. Por fim, retire pul- seiras, relógios e anéis. Só então encha a banheira com água morna. água morna www.bebe.com.br | 2
  • 72. Aula 18 - O banho do bebê c)Para pôr o recém-nascido na ba- nheira, passe a sua mão esquer- da pelas costas dele. Depois que o bebê estiver na água, posicione a sua mão es- querda no formato da letra “C” embaixo do braço esquerdo dele, sustentando a cabeça no seu antebraço. Com a mão di- reita, vá colocando o bumbum e as coxas da criança lentamente na banheira. d)Lave primeiro — e apenas com água — o rosto, os olhos e a boca. Em seguida, ensaboe os cabelos com delicadeza. Nessa hora, limpe tam- bém atrás das orelhinhas para retirar eventuais crostas. Incline a cabeça dele para trás e enxágue os fios. Se cair um pouquinho de água dentro da orelha, não tem problema. O que não se pode fazer é jogar água direto nela. algodão umedecido b)Coloque o bebê no trocador e tire suas roupas. Se a fralda es- tiver suja de fezes, limpe o bumbum com algodão umedecido em água morna antes de colocá-lo na banheira. www.bebe.com.br | 3
  • 73. e)O passo seguinte é lavar o corpo do bebê. Ensaboe o pescoço, as axilas, o peito, a barriga e os braços. Com seus dedos, abra as mãozinhas do peque- no, que estão sempre fechadas, e lave-as também. Então é a vez dos órgãos geni- tais, que você deve limpar fazendo movi- mentos de cima para baixo, pernas e pés. Não se esqueça do coto ou umbigo. f)Com a mão direita, vire o bebê, deixando o peito dele apoiado no seu braço esquerdo — continue com a mão esquerda em formato de “C” segurando o bracinho da criança. Mantenha o rosto dele longe da água. Lave as costas e, por último, o bumbum, fazendo movimen- tos de baixo para cima. Essa posição é confortável e relaxa a criança. Você pode deixá-la assim por alguns minutinhos. Na hora de tirar o bebê da água, ele costuma chorar um pouco. Se isso acontecer, não se desespere. Continue a ação conversando com seu filho, tentando acalmá-lo. Aula 18 - O banho do bebê Na hora de secar Enxugue-o começando pelo rosto, depois o cabelo e por fim o corpinho. Coloque a fralda e a roupa e, a seguir, limpe as orelhinhas e as narinas, só por fora. Nunca introduza o cotonete no ouvido ou no nariz. Penteie o cabelinho e... pronto: seu filho está limpo e cheiroso! limpeza do bumbum www.bebe.com.br | 4
  • 74. AULA 19 REGINA APARECIDA ANDRADE A AMAMENTAÇÃO Realização: Colaboração de especialistas do: Enfermeira pediátrica, coordenadora do Grupo de Apoio ao Aleitamento Materno do Hospital Israelita Albert Einstein
  • 75. Aula 19 A amamentação A enfermeira pediátrica Regina Aparecida Andrade, coordenadora do Grupo de Apoio ao Aleitamento Materno do Hospital Israelita Albert Einstein, falou sobre os benefícios da amamentação e os mitos que envolvem essa prática, além de ensinar as posições mais confortáveis para a mãe e o bebê. Neste resumo, você lê os principais pontos abordados na aula. N unca é demais repetir que os be- bês alimentados exclusivamente com leite materno ficam com o sistema imune mais fortalecido. Ele é tão completo que os recém-nascidos não ne- cessitam ingerir nenhum outro tipo de lí- quido, como água ou chá. É suficiente que eles mamem sob livre demanda, ou seja, quando quiserem e quanto desejarem. As mães precisam fazer muito pouco para aumentar a produção do leite. A própria sucção do filho no peito esti- mula a renovação dos estoques lácteos. É muito importante também que elas descansem durante o dia, aproveitando o período de licença-maternidade para cultivar o hábito de dormir depois do al- moço. Beber bastante água, comer bem e de maneira equilibrada, no mínimo três refeições saudáveis ao dia, são pontos fundamentais — lembrando de deixar de lado alimentos calóricos, como cho- colate ou canjica. Essa última, além de não elevar a fabricação do leite, como se costuma apregoar, engorda. Para quem está interessada em recu- perar a silhueta que tinha antes de en- gravidar, a boa notícia é que amamentar ajuda a queimar calorias. Mas a perda de peso depende também, é claro, de disci- plina e equilíbrio na dieta. Não é raro ouvir dicas sobre como pre- parar as mamas para elas não racharem durante a amamentação, mas não há ne- cessidade disso. Durante a gravidez, as glândulas ao redor da aréola soltam um pouco de gordura, hidratando a região e deixando-a mais resistente. Na hora de amamentar, a mãe deve estar sentada confortavelmente e ter nos braços um bebê calmo, porém acor- dado e alerta. Esses detalhes fazem a diferença na pega, que deve ser correta para não provocar trauma ou fissura, as famosas lesões mamilares que causam dor e estresse às mães. www.bebe.com.br | 2
  • 76. Aula 19 - A amamentação a)Você vai precisar de uma cadei- ra confortável e de um suporte (uma almofada, por exemplo). Mito do leite fraco Ele pode ter surgido em razão da aparência do primeiro leite que jorra do seio materno quando o bebê começa a mamar. Clarinho, lembrando água de coco, ele causa dúvidas a respeito de sua força quando comparado com o líquido que surge depois de alguns minutos de amamentação, que tem coloração branco-amarelada. Mas pode ter certeza: seu leite é forte e sustenta! Cirurgias plásticas A capacidade de produção das glândulas mamárias pode ser afetada tanto em razão de cirurgia redutora quanto por implantes de silicone. Nas cirurgias que retiram mais de 300 gramas de gordura, o seio pode não conseguir atender à demanda à medida que o bebê cresce. No caso dos implantes, dependendo da quantidade e do local onde ele for colocado, o estímulo fica diferente, alterando a renovação dos estoques de leite. O passo a passo Vamos agora relembrar como é possível ter uma amamentação tranquila, evitando, inclusive, os temidos traumas mamilares. www.bebe.com.br | 3