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O Papel das TIC no Ensino Especial. 1

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               O Papel das TIC no Ensino Especial




               Guilhermina Puga e Sandra Oliveira

          Universidade Portucalense Infante D. Henrique
O Papel das TIC no Ensino Especial. 2

                                        Resumo

      A Prática Educativa, no que se refere a crianças e jovens com Necessidades

Educativas Especiais, é inseparável da evolução das Tecnologias de Informação e

Comunicação. As novas tecnologias podem melhorar significativamente a vida das

pessoas com deficiência, ajudando-os a ultrapassar determinadas barreiras e a

tornarem-se cidadãos de pleno direito. A Escola, atenta às inovações tecnológicas,

para benefício do sucesso educativo dos seus alunos, é chamada a avaliar este

impacto funcionando como ponte para a inserção na vida activa ou no cumprimento

do projecto de vida destes alunos.



                                     Palavras-chave



      Tecnologias de Informação e Comunicação, Educação Especial, Cidadania,

Inclusão.
O Papel das TIC no Ensino Especial. 3

                                          Introdução

      Há trinta anos atrás, ou até menos, o acesso à informação, o repositório dos

conhecimentos eram as Bibliotecas. Actualmente, as novas tecnologias são causa e

consequência na construção de um novo paradigma de desenvolvimento (Naisbitt,

1988; Drucker, 1993; Toffler, 1984). É também claro que o progresso nem sempre

acompanha o nível de desenvolvimento das populações, daí decorre o paradoxo

referido por Morin:



              O século XX produziu avanços gigantescos em todas as áreas do
              conhecimento científico, assim como em todos os campos da
              técnica. Ao mesmo tempo, produziu nova cegueira para os
              problemas globais, fundamentais e complexos, e esta cegueira
              gerou inúmeros erros e ilusões, a começar por parte dos cientistas,
              técnicos e especialistas (2000, p.43).



      No caso das Tecnologias Informação e Comunicação (TIC) e,

consequentemente, da Internet, esse desenvolvimento parece ter sido um pouco

mais democrático (Berners-Lee, 2000). A escola, como local privilegiado, de partilha

e transmissão de informação não poderia ficar afastada de todos os benefícios

trazidos pelas TIC e a sua aplicação não se fez tardar. Aliás devido às suas

especificidades, os alunos com Necessidades Educativas Especiais (NEE) foram

pioneiros na utilização das TIC como interface de comunicação e acesso à

informação.

      Vários autores têm-se debruçado sobre esta problemática. Este artigo

pretende ser um cruzamento de várias posições sobre o papel das TIC no Ensino

Especial.
O Papel das TIC no Ensino Especial. 4

                              1   Teoria e Evolução no Ensino


      1.1   Educação e Cidadania

      Segundo Bruner (2000), não há nada mais apropriado do que a Prática

Educativa para testar uma psicologia cultural e com isto podemos analisar não só as

praticas educativas mas aquilo que lhes é subjacente, como as políticas, entendidas

como estratégias para a melhoria da qualidade de vida das populações, as

ideologias e os interesses económicos, entre outros. Transparece aqui o conceito de

cidadania, visto que este só pode ser totalmente adquirido quando cada indivíduo

assume plenamente os seus direitos, deveres e participação devida na sociedade.

      A cidadania pode também ser entendida como a responsabilidade pelo outro,

ou seja, só nos consideramos como pessoa quando ao nosso lado encontramos

outras pessoas que vêem respeitados os seus próprios direitos: “Ao aceitarmos a

pessoa humana como um todo, independentemente das suas particularidades ou

diferenças, poderemos então assumir, com outra dignidade, a nossa própria

existência” (Fernandes & Gomes-Pedro, 2001, p.12). Se entendermos cidadania

como o acesso e cumprimento de uma série de deveres e direitos encontramos nas

TIC uma forma extraordinária de se fazer esse acesso, e fazê-lo ao maior número de

pessoas possível.

      Os ajustes constantes da escola à evolução da sociedade nem sempre são

pacíficos e os seus actores são expostos às suas próprias fragilidades:



             As pessoas têm de ser capazes de se adaptarem a diversos meios,
             desenvolvendo uma atitude flexível, com conhecimentos
             generalistas, capazes de se formarem ao longo da vida de acordo
             com as suas necessidades. A sociedade exige da escola pessoas
             com uma formação ampla, especializada, com um espírito
             empreendedor e criativo, com o domínio de uma ou várias línguas
O Papel das TIC no Ensino Especial. 5

             estrangeiras, com grandes capacidades de resolução de problemas
             (Pestana & Silva, 2006, p.212).



      Vive-se ainda o dilema de como transmitir o conhecimento de forma eficaz,

que actualmente se traduz em como educar cada uma das crianças que pretendem

fazer a sua escolarização. A educação e a aprendizagem não são exclusivas da

escola como espaço e veículo de transmissão de valores científicos, tecnológicos e

sociais específicos. Não é possível à criança ser completamente imergida nesse tipo

de processo. A título de exemplo referem-se os internatos e escolas rígidas onde se

tentava que todas as crianças adquirissem conhecimentos e valores, contra as suas

próprias aspirações e sentimentos. A cultura e seus processos, o ambiente, as

tradições e modos de vida proporcionam actividade neural válida e intensa

(Vygotsky, 1979).

      Defende-se actualmente uma perspectiva integradora e minimamente

restritiva para responder às NEE (Costa et al., 2000). Com as TIC este conceito vai

ainda mais longe, ou seja, são criados uma série de dispositivos que vão ao

encontro da criança e a levam à informação e conhecimento de formas que

anteriormente não eram possíveis.




      1.2   Educação Especial

      Nos últimos anos assistiu-se, um pouco por todo o mundo, a uma grande

evolução das teorias relativas à Educação Especial. De um modelo segregador,

assistencial e médico passamos para um modelo ecológico, educacional e

capacitante, ou seja, de diminuição de barreiras e empowerment (Correia, 2005).

      De acordo com o Manual de Apoio à Educação Especial (2008), a educação

especial tem por objectivo a inclusão educativa e social, o acesso e o sucesso
O Papel das TIC no Ensino Especial. 6

educativo, a autonomia, a estabilidade emocional, assim como a promoção da

igualdade de oportunidades, a preparação para o prosseguimento de estudos ou

para uma adequada preparação para a vida profissional e para uma transição da

escola para o emprego de crianças e jovens com necessidades educativas especiais

de carácter permanente.

      Neste sentido, a educação especial visa a criação de condições para a

adequação do processo educativo às necessidades educativas especiais dos alunos

com limitações significativas ao nível da actividade e da participação num ou vários

domínios de vida, decorrentes de alterações funcionais e estruturais, de carácter

permanente, resultando em dificuldades continuadas ao nível da comunicação, da

aprendizagem, da mobilidade, da autonomia, do relacionamento interpessoal e da

participação.

      Como já foi referido os alunos com NEE foram e são grandes beneficiários

das TIC aplicadas à comunicação, acessibilidade e cidadania, no próximo ponto

tentaremos evidenciar os aspectos positivos dessa utilização.



                     2    O Ensino Especial e as Novas Tecnologias


      2.1   TIC e Acessibilidade

      Entende-se por TIC o conjunto de conhecimentos reflectidos quer em

equipamentos e programas, quer na sua criação e utilização ao nível pessoal,

educacional e empresarial. Das várias ferramentas, métodos e técnicas, o

computador destaca-se, na medida em que é o elemento em relação ao qual existe

uma maior interacção com a componente humana (Santos, 2006). Pestana e Silva

(2006) referem que, as potencialidades das TIC são cada vez maiores. Por um lado,

as tecnologias facilitam a comunicação que poderá estar limitada por uma
O Papel das TIC no Ensino Especial. 7

deficiência física, por outro lado as barreiras espaciais esbatem-se. A nível pessoal,

através da Internet, facilmente se fazem compras, como se procede a transferências

bancárias, ou se preenche o boletim do IRS. As TIC estão a revolucionar a

sociedade em vários campos. Neste momento caminhamos para um tipo de

organização do trabalho, em que se valoriza o produto final, existindo uma maior

flexibilidade, quer de tempo, quer de espaço.

      Na Declaração Internacional de Montreal (2001), pode ler-se sobre a inclusão:

“O acesso igualitário a todos os espaços da vida é um pré-requisito para os direitos

humanos universais e liberdades fundamentais das pessoas. O esforço rumo a uma

sociedade inclusiva para todos é a essência do desenvolvimento social sustentável.”

      Apesar desta situação Morin (2000) chama a atenção para o fosso que cresce

entre a tecnologia muito especializada e os cidadãos o que cria a dualidade entre os

que conhecem e os que desconhecem, isto é, a maioria dos cidadãos. Desse modo,

cria-se nova fractura social entre uma nova classe e os cidadãos. O mesmo

processo está em andamento no acesso às novas tecnologias de comunicação entre

os países ricos e os países pobres.

      A institucionalização da existência virtual cria novas formas de exclusão

baseadas, por exemplo, na literacia digital (Raleiras, 2007).

      Em Portugal, e com o objectivo de diminuir essas assimetrias, foi criado o

Plano Tecnológico, através da Portaria n.º 731/2009, de 7 de Julho que se assume

como um meio para:



             - A melhoria do ensino e dos resultados escolares dos alunos;
             - A igualdade de oportunidades no acesso aos equipamentos
             tecnológicos;
O Papel das TIC no Ensino Especial. 8

             - A modernização das escolas, possibilitando que os
             estabelecimentos de ensino funcionem em rede e que os
             professores trabalhem de forma colaborativa,
             - Ligar todas as escolas à Internet em banda larga de alta
             velocidade;
             - Atingir o rácio de dois alunos por computador;
             - Formar e certificar 90% dos docentes em tecnologias da
             informação e da comunicação (2009).



      A aplicação deste plano, sendo ainda recente, carece de avaliação específica,

no entanto acreditamos que à semelhança de outros países, trará benefícios

(Unesco, 2001).




      2.2   Vantagens das TIC no Ensino Especial

      As vantagens da utilização das TIC na educação de alunos com NEE são

substanciadas em vários estudos, reforçando-se que os benefícios obtidos na

educação destes alunos tendem a ser exponencialmente superiores aos da

utilização de alunos sem NEE. De facto, verifica-se que quando comparada com a

educação tradicional, a educação adjuvada pela tecnologia é mais eficaz e eficiente,

principalmente devido à acrescida motivação incrementada pela interacção com o

computador, que disponibiliza outras possibilidades de acesso e participação para

estes alunos (Ribeiro, 2002).

      Almeida, Ribeiro e Moreira (2009) enunciam diversos estudos que exploram o

potencial inclusivo das TIC. As investigações realizadas, testemunhos de

professores e dos próprios alunos com NEE comprovam a vasta amplitude da

aplicação das TIC, quer como Tecnologia de Apoio quer como instrumento

pedagógico, nas várias dificuldades que estes alunos sentem, percorrendo um
O Papel das TIC no Ensino Especial. 9

espectro que passa desde a deficiência física mais visível até aos problemas

emocionais e comportamentais.

      Por conseguinte, é impossível negar que as TIC apresentam numerosas

vantagens para os alunos com NEE, promovendo a igualdade de oportunidades e a

participação activa destes alunos no seu processo de aprendizagem. Enquanto

Tecnologias de Apoio/Ajudas Técnicas, constituem uma ferramenta que pode

auxiliar no derrube e transposição de barreiras no acesso à educação, assim como,

enquanto instrumento pedagógico, fomentam novas possibilidades e estratégias

educativas capazes de obter mais sucesso que o simples recurso a métodos

tradicionais de ensino.

      De uma forma sintetizada e generalizada, constata-se que as TIC

incrementam a motivação, possibilitam ou facilitam/melhoram o acesso, melhoram o

desempenho e aumentam expectativas, facilitam a diferenciação, providenciam

alternativas, promovem o envolvimento com o mundo real, facilitam o

acompanhamento e avaliação pelo professor e suportam a ligação com o lar e a

comunidade (Sparrowhawk & Heald, 2007).

      Todavia, a simples introdução do computador em sala de aula não acarreta

efeitos automáticos benéficos para o processo de ensino e de aprendizagem:



             As TIC podem ser um recurso poderoso que permitirá, por meio da
             inclusão digital, o acesso das pessoas com deferência na
             sociedade, na escola e no mundo do trabalho. Cabe ressaltar,
             entretanto, que o uso das TIC não é o foco principal, deixando de
             ser um fim e passando a ser um meio pelo qual o profissional deverá
             saber articular o seu uso com os benefícios potencializados que
             essas tecnologias trazem para a educação especial e para a nova
             prática (Schlünzen & Junior, 2006, p. 49).
O Papel das TIC no Ensino Especial. 10

      É necessária a implementação de metodologias pedagógicas que

rentabilizem o grande potencial que as TIC transportam (Ribeiro, 2002).

      De facto, a investigação tem revelado que:



             Os jogos de computador encorajam a produção de discurso mais
             complexo e fluente. As crianças são estimuladas a usar a
             linguagem, sobretudo quando utilizam programas abertos que
             encorajam a exploração e a fantasia, como no caso dos programas
             de desenho, fazendo relatos enquanto desenham, deslocam
             objectos, ou Escrevem. As crianças contam histórias mais
             elaboradas acerca dos desenhos realizados em computador e esta
             interacção estimula a comunicação verbal e a colaboração entre as
             crianças, e proporciona situações de conflito sócio-cognitivo
             propiciadoras de aprendizagem. A estimulação de vocalizações em
             crianças com perturbações na fala tem também sido demonstrada.
             (Amante, 2007, p.52)



      O uso das TIC, dentro desta óptica, possibilita a pessoas com deficiência

executar determinadas tarefas, como desenhar, escrever e criar cenários de maneira

independente, onde antes necessitavam de auxílio de outras pessoas. A utilização

de software específico sujeito a programação, por parte do professor ou tutor,

permite comandar o computador para resolver problemas por meio de uma

linguagem de programação.

      Acresce a tudo isto o factor motivacional despoletado por todos os

dispositivos (hardware, software e acessórios), que não deixa nem adultos nem

crianças indiferentes. O computador ensina mas não repreende, corrige sem fazer

comentários e não se recorda de erros passados.
O Papel das TIC no Ensino Especial. 11

                                      Conclusão

      Actualmente, perspectiva-se uma escola para todos e para cada um e exige-

se uma resposta educativa individualizada e personalizada às necessidades

específicas de aprendizagem de cada aluno. Numa escola que se pretende

inclusiva, com a crescente presença de alunos com NEE nas salas de aula

regulares, associada à certificação de competências tecnológicas, o espectro de

conhecimentos de qualquer professor deve alargar-se para a compreensão do

paradigma da inclusão, subjacente à compreensão das necessidades específicas

dos alunos com NEE (Ribeiro, 2002)

      A nível do suporte tecnológico para alunos com NEE, verifica-se,

actualmente, o esforço das autoridades educativas em centralizar recursos

tecnológicos em centros especializados, como o Plano Tecnológico, Centros de

Recursos TIC para a Educação Especial, Escolas/Agrupamentos de Referência,

Unidades de Ensino e de Apoio) e o alargamento de iniciativas de distribuição de

computadores portáteis para alunos com NEE.

      Concluímos que o uso das TIC articulado ao quotidiano da sala de aula e da

vida dessas pessoas, propicia a construção do seu conhecimento, a busca por

informações e a vivência em contextos sociais até então desconhecidos para este

público. O trabalho desenvolvido, além de permitir a inclusão em ambientes

escolares e sociais, possibilita às pessoas com deficiência construírem algo palpável

e significativo (Schlünzen & Junior, 2006, p. 50).

      Pretendeu-se, com este trabalho, proporcionar uma visão sintética e objectiva

da influência das TIC na educação de crianças e jovens com NEE. De acordo com

os princípios da Declaração de Salamanca (1994), todas as crianças têm direito à

educação e um tratamento igualitário. As TIC permitem optimizar este princípio,
O Papel das TIC no Ensino Especial. 12

ajudando cada criança, jovem ou adulto a cumprir o seu projecto de vida e

felicidade.




                                     Bibliografia



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O Papel das TIC no Ensino Especial. 13

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     CARRILHO (orgs.), Novos Média, Novas Políticas? – Debater a Sociedade da

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     Aprendizagem: Um ponto de encontro. Tese de Mestrado. Braga: Instituto de

     Estudos da Criança/Universidade do Minho. Consultado em Fevereiro, 28,

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O Papel das TIC no Ensino Especial. 14

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     Inclusão. Consultado em Fevereiro 25, 2011,em

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  • 1. O Papel das TIC no Ensino Especial. 1 Running head: TIC NO ENSINO ESPECIAL O Papel das TIC no Ensino Especial Guilhermina Puga e Sandra Oliveira Universidade Portucalense Infante D. Henrique
  • 2. O Papel das TIC no Ensino Especial. 2 Resumo A Prática Educativa, no que se refere a crianças e jovens com Necessidades Educativas Especiais, é inseparável da evolução das Tecnologias de Informação e Comunicação. As novas tecnologias podem melhorar significativamente a vida das pessoas com deficiência, ajudando-os a ultrapassar determinadas barreiras e a tornarem-se cidadãos de pleno direito. A Escola, atenta às inovações tecnológicas, para benefício do sucesso educativo dos seus alunos, é chamada a avaliar este impacto funcionando como ponte para a inserção na vida activa ou no cumprimento do projecto de vida destes alunos. Palavras-chave Tecnologias de Informação e Comunicação, Educação Especial, Cidadania, Inclusão.
  • 3. O Papel das TIC no Ensino Especial. 3 Introdução Há trinta anos atrás, ou até menos, o acesso à informação, o repositório dos conhecimentos eram as Bibliotecas. Actualmente, as novas tecnologias são causa e consequência na construção de um novo paradigma de desenvolvimento (Naisbitt, 1988; Drucker, 1993; Toffler, 1984). É também claro que o progresso nem sempre acompanha o nível de desenvolvimento das populações, daí decorre o paradoxo referido por Morin: O século XX produziu avanços gigantescos em todas as áreas do conhecimento científico, assim como em todos os campos da técnica. Ao mesmo tempo, produziu nova cegueira para os problemas globais, fundamentais e complexos, e esta cegueira gerou inúmeros erros e ilusões, a começar por parte dos cientistas, técnicos e especialistas (2000, p.43). No caso das Tecnologias Informação e Comunicação (TIC) e, consequentemente, da Internet, esse desenvolvimento parece ter sido um pouco mais democrático (Berners-Lee, 2000). A escola, como local privilegiado, de partilha e transmissão de informação não poderia ficar afastada de todos os benefícios trazidos pelas TIC e a sua aplicação não se fez tardar. Aliás devido às suas especificidades, os alunos com Necessidades Educativas Especiais (NEE) foram pioneiros na utilização das TIC como interface de comunicação e acesso à informação. Vários autores têm-se debruçado sobre esta problemática. Este artigo pretende ser um cruzamento de várias posições sobre o papel das TIC no Ensino Especial.
  • 4. O Papel das TIC no Ensino Especial. 4 1 Teoria e Evolução no Ensino 1.1 Educação e Cidadania Segundo Bruner (2000), não há nada mais apropriado do que a Prática Educativa para testar uma psicologia cultural e com isto podemos analisar não só as praticas educativas mas aquilo que lhes é subjacente, como as políticas, entendidas como estratégias para a melhoria da qualidade de vida das populações, as ideologias e os interesses económicos, entre outros. Transparece aqui o conceito de cidadania, visto que este só pode ser totalmente adquirido quando cada indivíduo assume plenamente os seus direitos, deveres e participação devida na sociedade. A cidadania pode também ser entendida como a responsabilidade pelo outro, ou seja, só nos consideramos como pessoa quando ao nosso lado encontramos outras pessoas que vêem respeitados os seus próprios direitos: “Ao aceitarmos a pessoa humana como um todo, independentemente das suas particularidades ou diferenças, poderemos então assumir, com outra dignidade, a nossa própria existência” (Fernandes & Gomes-Pedro, 2001, p.12). Se entendermos cidadania como o acesso e cumprimento de uma série de deveres e direitos encontramos nas TIC uma forma extraordinária de se fazer esse acesso, e fazê-lo ao maior número de pessoas possível. Os ajustes constantes da escola à evolução da sociedade nem sempre são pacíficos e os seus actores são expostos às suas próprias fragilidades: As pessoas têm de ser capazes de se adaptarem a diversos meios, desenvolvendo uma atitude flexível, com conhecimentos generalistas, capazes de se formarem ao longo da vida de acordo com as suas necessidades. A sociedade exige da escola pessoas com uma formação ampla, especializada, com um espírito empreendedor e criativo, com o domínio de uma ou várias línguas
  • 5. O Papel das TIC no Ensino Especial. 5 estrangeiras, com grandes capacidades de resolução de problemas (Pestana & Silva, 2006, p.212). Vive-se ainda o dilema de como transmitir o conhecimento de forma eficaz, que actualmente se traduz em como educar cada uma das crianças que pretendem fazer a sua escolarização. A educação e a aprendizagem não são exclusivas da escola como espaço e veículo de transmissão de valores científicos, tecnológicos e sociais específicos. Não é possível à criança ser completamente imergida nesse tipo de processo. A título de exemplo referem-se os internatos e escolas rígidas onde se tentava que todas as crianças adquirissem conhecimentos e valores, contra as suas próprias aspirações e sentimentos. A cultura e seus processos, o ambiente, as tradições e modos de vida proporcionam actividade neural válida e intensa (Vygotsky, 1979). Defende-se actualmente uma perspectiva integradora e minimamente restritiva para responder às NEE (Costa et al., 2000). Com as TIC este conceito vai ainda mais longe, ou seja, são criados uma série de dispositivos que vão ao encontro da criança e a levam à informação e conhecimento de formas que anteriormente não eram possíveis. 1.2 Educação Especial Nos últimos anos assistiu-se, um pouco por todo o mundo, a uma grande evolução das teorias relativas à Educação Especial. De um modelo segregador, assistencial e médico passamos para um modelo ecológico, educacional e capacitante, ou seja, de diminuição de barreiras e empowerment (Correia, 2005). De acordo com o Manual de Apoio à Educação Especial (2008), a educação especial tem por objectivo a inclusão educativa e social, o acesso e o sucesso
  • 6. O Papel das TIC no Ensino Especial. 6 educativo, a autonomia, a estabilidade emocional, assim como a promoção da igualdade de oportunidades, a preparação para o prosseguimento de estudos ou para uma adequada preparação para a vida profissional e para uma transição da escola para o emprego de crianças e jovens com necessidades educativas especiais de carácter permanente. Neste sentido, a educação especial visa a criação de condições para a adequação do processo educativo às necessidades educativas especiais dos alunos com limitações significativas ao nível da actividade e da participação num ou vários domínios de vida, decorrentes de alterações funcionais e estruturais, de carácter permanente, resultando em dificuldades continuadas ao nível da comunicação, da aprendizagem, da mobilidade, da autonomia, do relacionamento interpessoal e da participação. Como já foi referido os alunos com NEE foram e são grandes beneficiários das TIC aplicadas à comunicação, acessibilidade e cidadania, no próximo ponto tentaremos evidenciar os aspectos positivos dessa utilização. 2 O Ensino Especial e as Novas Tecnologias 2.1 TIC e Acessibilidade Entende-se por TIC o conjunto de conhecimentos reflectidos quer em equipamentos e programas, quer na sua criação e utilização ao nível pessoal, educacional e empresarial. Das várias ferramentas, métodos e técnicas, o computador destaca-se, na medida em que é o elemento em relação ao qual existe uma maior interacção com a componente humana (Santos, 2006). Pestana e Silva (2006) referem que, as potencialidades das TIC são cada vez maiores. Por um lado, as tecnologias facilitam a comunicação que poderá estar limitada por uma
  • 7. O Papel das TIC no Ensino Especial. 7 deficiência física, por outro lado as barreiras espaciais esbatem-se. A nível pessoal, através da Internet, facilmente se fazem compras, como se procede a transferências bancárias, ou se preenche o boletim do IRS. As TIC estão a revolucionar a sociedade em vários campos. Neste momento caminhamos para um tipo de organização do trabalho, em que se valoriza o produto final, existindo uma maior flexibilidade, quer de tempo, quer de espaço. Na Declaração Internacional de Montreal (2001), pode ler-se sobre a inclusão: “O acesso igualitário a todos os espaços da vida é um pré-requisito para os direitos humanos universais e liberdades fundamentais das pessoas. O esforço rumo a uma sociedade inclusiva para todos é a essência do desenvolvimento social sustentável.” Apesar desta situação Morin (2000) chama a atenção para o fosso que cresce entre a tecnologia muito especializada e os cidadãos o que cria a dualidade entre os que conhecem e os que desconhecem, isto é, a maioria dos cidadãos. Desse modo, cria-se nova fractura social entre uma nova classe e os cidadãos. O mesmo processo está em andamento no acesso às novas tecnologias de comunicação entre os países ricos e os países pobres. A institucionalização da existência virtual cria novas formas de exclusão baseadas, por exemplo, na literacia digital (Raleiras, 2007). Em Portugal, e com o objectivo de diminuir essas assimetrias, foi criado o Plano Tecnológico, através da Portaria n.º 731/2009, de 7 de Julho que se assume como um meio para: - A melhoria do ensino e dos resultados escolares dos alunos; - A igualdade de oportunidades no acesso aos equipamentos tecnológicos;
  • 8. O Papel das TIC no Ensino Especial. 8 - A modernização das escolas, possibilitando que os estabelecimentos de ensino funcionem em rede e que os professores trabalhem de forma colaborativa, - Ligar todas as escolas à Internet em banda larga de alta velocidade; - Atingir o rácio de dois alunos por computador; - Formar e certificar 90% dos docentes em tecnologias da informação e da comunicação (2009). A aplicação deste plano, sendo ainda recente, carece de avaliação específica, no entanto acreditamos que à semelhança de outros países, trará benefícios (Unesco, 2001). 2.2 Vantagens das TIC no Ensino Especial As vantagens da utilização das TIC na educação de alunos com NEE são substanciadas em vários estudos, reforçando-se que os benefícios obtidos na educação destes alunos tendem a ser exponencialmente superiores aos da utilização de alunos sem NEE. De facto, verifica-se que quando comparada com a educação tradicional, a educação adjuvada pela tecnologia é mais eficaz e eficiente, principalmente devido à acrescida motivação incrementada pela interacção com o computador, que disponibiliza outras possibilidades de acesso e participação para estes alunos (Ribeiro, 2002). Almeida, Ribeiro e Moreira (2009) enunciam diversos estudos que exploram o potencial inclusivo das TIC. As investigações realizadas, testemunhos de professores e dos próprios alunos com NEE comprovam a vasta amplitude da aplicação das TIC, quer como Tecnologia de Apoio quer como instrumento pedagógico, nas várias dificuldades que estes alunos sentem, percorrendo um
  • 9. O Papel das TIC no Ensino Especial. 9 espectro que passa desde a deficiência física mais visível até aos problemas emocionais e comportamentais. Por conseguinte, é impossível negar que as TIC apresentam numerosas vantagens para os alunos com NEE, promovendo a igualdade de oportunidades e a participação activa destes alunos no seu processo de aprendizagem. Enquanto Tecnologias de Apoio/Ajudas Técnicas, constituem uma ferramenta que pode auxiliar no derrube e transposição de barreiras no acesso à educação, assim como, enquanto instrumento pedagógico, fomentam novas possibilidades e estratégias educativas capazes de obter mais sucesso que o simples recurso a métodos tradicionais de ensino. De uma forma sintetizada e generalizada, constata-se que as TIC incrementam a motivação, possibilitam ou facilitam/melhoram o acesso, melhoram o desempenho e aumentam expectativas, facilitam a diferenciação, providenciam alternativas, promovem o envolvimento com o mundo real, facilitam o acompanhamento e avaliação pelo professor e suportam a ligação com o lar e a comunidade (Sparrowhawk & Heald, 2007). Todavia, a simples introdução do computador em sala de aula não acarreta efeitos automáticos benéficos para o processo de ensino e de aprendizagem: As TIC podem ser um recurso poderoso que permitirá, por meio da inclusão digital, o acesso das pessoas com deferência na sociedade, na escola e no mundo do trabalho. Cabe ressaltar, entretanto, que o uso das TIC não é o foco principal, deixando de ser um fim e passando a ser um meio pelo qual o profissional deverá saber articular o seu uso com os benefícios potencializados que essas tecnologias trazem para a educação especial e para a nova prática (Schlünzen & Junior, 2006, p. 49).
  • 10. O Papel das TIC no Ensino Especial. 10 É necessária a implementação de metodologias pedagógicas que rentabilizem o grande potencial que as TIC transportam (Ribeiro, 2002). De facto, a investigação tem revelado que: Os jogos de computador encorajam a produção de discurso mais complexo e fluente. As crianças são estimuladas a usar a linguagem, sobretudo quando utilizam programas abertos que encorajam a exploração e a fantasia, como no caso dos programas de desenho, fazendo relatos enquanto desenham, deslocam objectos, ou Escrevem. As crianças contam histórias mais elaboradas acerca dos desenhos realizados em computador e esta interacção estimula a comunicação verbal e a colaboração entre as crianças, e proporciona situações de conflito sócio-cognitivo propiciadoras de aprendizagem. A estimulação de vocalizações em crianças com perturbações na fala tem também sido demonstrada. (Amante, 2007, p.52) O uso das TIC, dentro desta óptica, possibilita a pessoas com deficiência executar determinadas tarefas, como desenhar, escrever e criar cenários de maneira independente, onde antes necessitavam de auxílio de outras pessoas. A utilização de software específico sujeito a programação, por parte do professor ou tutor, permite comandar o computador para resolver problemas por meio de uma linguagem de programação. Acresce a tudo isto o factor motivacional despoletado por todos os dispositivos (hardware, software e acessórios), que não deixa nem adultos nem crianças indiferentes. O computador ensina mas não repreende, corrige sem fazer comentários e não se recorda de erros passados.
  • 11. O Papel das TIC no Ensino Especial. 11 Conclusão Actualmente, perspectiva-se uma escola para todos e para cada um e exige- se uma resposta educativa individualizada e personalizada às necessidades específicas de aprendizagem de cada aluno. Numa escola que se pretende inclusiva, com a crescente presença de alunos com NEE nas salas de aula regulares, associada à certificação de competências tecnológicas, o espectro de conhecimentos de qualquer professor deve alargar-se para a compreensão do paradigma da inclusão, subjacente à compreensão das necessidades específicas dos alunos com NEE (Ribeiro, 2002) A nível do suporte tecnológico para alunos com NEE, verifica-se, actualmente, o esforço das autoridades educativas em centralizar recursos tecnológicos em centros especializados, como o Plano Tecnológico, Centros de Recursos TIC para a Educação Especial, Escolas/Agrupamentos de Referência, Unidades de Ensino e de Apoio) e o alargamento de iniciativas de distribuição de computadores portáteis para alunos com NEE. Concluímos que o uso das TIC articulado ao quotidiano da sala de aula e da vida dessas pessoas, propicia a construção do seu conhecimento, a busca por informações e a vivência em contextos sociais até então desconhecidos para este público. O trabalho desenvolvido, além de permitir a inclusão em ambientes escolares e sociais, possibilita às pessoas com deficiência construírem algo palpável e significativo (Schlünzen & Junior, 2006, p. 50). Pretendeu-se, com este trabalho, proporcionar uma visão sintética e objectiva da influência das TIC na educação de crianças e jovens com NEE. De acordo com os princípios da Declaração de Salamanca (1994), todas as crianças têm direito à educação e um tratamento igualitário. As TIC permitem optimizar este princípio,
  • 12. O Papel das TIC no Ensino Especial. 12 ajudando cada criança, jovem ou adulto a cumprir o seu projecto de vida e felicidade. Bibliografia Almeida, A.M., Moreira, A., Ribeiro J. (2009). Preparing special education frontline professionals for a new teaching experience. e-Learning Papers. Consultado em Março, 01, 2011, em www.elearningpapers.eu. Amante, L. (2007). As TIC na Escola e no Jardim-de-Infância: Motivos e Factores para a sua Integração. Sífiso, 3, 53 – 64. Consultado em Março, 01, 2011, em http://sisifo.fpce.ul.pt. Berners-Lee, T. (2000). Tejiendo la red. Espanha: Siglo. Cohen, L. & Manion, L. (1997). Research Methods in Education. Londres: Routledge. Comissão de Reformas do Sistema Educativo (1988). Novas Tecnologias no Ensino e na Educação – Relatório. Lisboa: Ministério da Educação. Conselho Canadense de Reabilitação e Trabalho (2001). Declaração Internacional de Montreal sobre Inclusão. Consultado em Março, 01, 2011, de http://pt.oboulo.com/declaracao-internacional-de-montreal-sobre-inclusao-2001- 59977.html. Consultado em Março, 01, 2011 em: http://sisifo.fpce.ul.pt. Correia, L. (2005). Inclusão e Necessidades Educativas Especiais. Porto: Porto Costa, A. (et. al.) (2000). Currículos Funcionais – Manual para a Formação de Docentes. Lisboa: Instituto de Inovação Educacional.
  • 13. O Papel das TIC no Ensino Especial. 13 Direcção-Geral da Inovação e Desenvolvimento Curricular (2008). Educação Especial – Manual de Apoio à Prática. Lisboa: Ministério da Educação. Drucker, P. (1993). Post-Capitalist Society. Nova Iorque: Harper Collins Publishers. Editora. Fernandes, A. & Gomes-Pedro, J. (2001). Ser Diferente ou ser Diferença. Acta Pediátrica Portuguesa, 32, 12 – 14. Ketele, J. (1999). Metodologia da Recolha de Dados. Lisboa: Piaget. Morin, E. (2000). Os Sete Saberes Necessários à Educação do Futuro. São Paulo: UNESCO. Naisbitt, J. (1988). Macro tendências. Lisboa: Presença. Pestana, I. & Silva, C. (2006). A Sociedade da Informação: A Criança com Deficiência e as Novas Tecnologias. Revista do ISPV, 32, 211-225. Consultado em Fevereiro 25, 2011, em http://www.ipv.pt/millenium/Millenium32/16.pdf. Portaria n.º 731/2009, de 7 de Julho, Sistema de Formação e de Certificação em Competências TIC – Plano Tecnológico. Raleiras, Mónica (2007). Recensão da obra A vida no ecrã. A identidade na era da internet, de Sherry Turkle (1997). Lisboa: Relógio d’ Água. Ribeiro, L. (2002). O boom da nova economia ou o esvaziar da bolha? Em M. CARRILHO (orgs.), Novos Média, Novas Políticas? – Debater a Sociedade da Informação,14-24. Oeiras: Celta. Santos, S. (2006). A Escrita e as TIC em Crianças com Dificuldades de Aprendizagem: Um ponto de encontro. Tese de Mestrado. Braga: Instituto de Estudos da Criança/Universidade do Minho. Consultado em Fevereiro, 28, 2011, de https://repositorium.sdum.uminho.pt.
  • 14. O Papel das TIC no Ensino Especial. 14 Schlünzen, E. & Junior, K. (2006). Tecnologias, desenvolvimento de projectos e inclusão de pessoas com deficiência. Revista Inclusão, Julho de 2006, 46-41. Sparrowhawk, A., & Heald, Y. (2007). How to use ICT to support children with Special Education Needs. Cambridge: LDA. Toffler, A. (1984). A Terceira Vaga. Lisboa: Livros do Brasil. UNESCO (1994). Declaração de Salamanca e Enquadramento da Acção na Área das Necessidades Educativas Especiais. Consultado em Fevereiro 25, 2011, de http://bippsp.bipp.pt/documentos/educacao/Documentos/Declara%C3%A7%C3 %A3o%20de%20Salamanca.pdf. UNESCO (n.d.). Comunidade, Igualdade e Participação: Três Passos para a Inclusão. Consultado em Fevereiro 25, 2011,em www.portal.unesco.org/education/en/ev.php. Vygotsky, L. (1979). Pensamento e linguagem. Lisboa: Antídoto.