1. O Cobrador
Rubem Fonseca

2. Rubem Fonseca
É formado em Direito, tendo exercido várias
atividades antes de dedicar-se inteiramente
à literatura. Em 2003, venceu o Prêmio Camões
(Nobel da Literatura).
É autor de O Cobrador (1979); Bufo &
Spallanzani (1986); Vastas Emoções e Pensamentos
Imperfeitos (1988); O Buraco na Parede (1995); e
Diário de um Fescenino (2003), entre outros.
Suas obras geralmente retratam, em estilo seco e
direto, a luxúria e a violência urbana, em um mundo
onde marginais, assassinos, prostitutas, miseráveis e
delegados se misturam.

3. Grotesco
Def.: Ridículo, que se presta a escárnio.
O termo Grotesco é também utilizado
na literatura, referente à ênfase dos
artistas parnasianistas à figuras estranhas
e bizarras, diferentes do que estão
acostumadas à ver.

4.  Rubem Fonseca explora o grotesco em sua obra
utilizando palavras de baixo calão para
ofender, descrever as cenas e ainda caracterizar o
personagem principal. Além disso, nota-se a
presença do grotesco nas descrições das
cenas, deixando de lado palavras
amenas, utilizando termos indelicados e até
mesmo obscenos. O autor utiliza de tais meios
para caracterizar suas personagens, normalmente
marginalizados.

5. O Cobrador
É o conto que dá nome ao livro O
Cobrador: livro de contos publicado em
1979, que reúne contos de Rubem
Fonseca. Constituída por dez contos, a
coletânea está centrada no tema da
violência.

6. O conto “O Cobrador” é sobre um homem
que sai pelas ruas cobrando o que lhe devem. O
que lhe devem? Dignidade. Quem lhe deve? A
sociedade. Na primeira cena, ele está em um
consultório de dentista e se recusa a pagar a
conta. Por que ele pagaria alguma coisa se
ninguém lhe pagava a dignidade que ele merecia?
E naquele momento ele declara que não faz mais
parte daqueles que são cobrados, mas dos
cobradores. Mesmo que se precise de uma arma
para isso porque esse preço custa muita violência
e radicalismo.

7. Análise
 Tema: Violência Urbana, marginalização do
indivíduo;
 Trama: linear;
 Intriga: Mínima ascendente;
 Discurso: indireto livre;
 Espaço: fechado e aberto, cinético;
 Ambiente: Franco, dissimulado;
 Tempo: interno : cronológico;
 Tom: peremptório;
 Personagem: Esférica;

8.  Protagonista: Narrador, seu nome não é
revelado.
 Objeto de Desejo: tudo o que lhe é “devido”;
 Antagonista: Sociedade que o marginaliza, seus
“devedores”;
 Adjuvante: Ana “Palindrômica”;
 Narrador: Protagonista;
 Ágon: ser marginalizado; não possuir, não ser, o
mesmo que os homens que ele mata;

9.  Peripécia: Decide cobrar o que lhe devem; matar
homem da Mercedes; matar muambeiro; matar
casal; estupro da moça; assassina o “executivo”;
 Anágnoris: O protagonista, convencido por
Ana, decide que pode mudar sua
situação, fazendo o mundo saber quem eles são;
 “O mundo inteiro saberá quem é você, quem somos
nós, diz Ana.”
 Enredo: Situação inicial: O homem está apenas
procurando um alívio para a sua dor de dente;

10.  Conflito: “O cobrador” decide que não
aguentará mais desaforo e começa a efetuar suas
cobranças;
 Clímax: O protagonista conhece Ana, uma
burguesa e branca, por quem se apaixona, porém
esta se mostra também uma cobradora da sua
própria classe.
 Desfecho: Aberto. Ana diz que ensinará ao
Cobrador ferramentas mais eficazes para
executar os trabalhos e que a festa burguesa de
Natal será um bom local para a lição.