Aleitamento Materno na Era Moderna - Vencendo Desafios é coordenado pelo Pediatra Moises Chencinski.
A obra reposiciona e vitaliza a tríade mãe/bebê/família como os grandes e maiores protagonistas pelo aleitamento. Chama a atenção sobre a importante correlação das questões nutricionais com as imunológicas, de acordo com as melhores evidências pediátricas.
A amamentação é ação coletiva, segundo a proposta do presente trabalho e, com isso, há participação de equipe multiprofissional, liderada pelos especialistas em saúde materno-infantil.
O livro, de maneira assertiva, cria condições e conscientiza a representação da amamentação como o verdadeiro fruto da vida.
...
Escrevemos com a Psicóloga Denise Feliciano o capítulo sobre Paternidade & Paternagem.
Quanto mais publicações sobre Aleitamento, melhor!
Parabéns aos autores!
Prof. Marcus Renato de Carvalho
www.aleitamento.com
2. Aleitamento Materno
na Era Moderna
Vencendo Desafios
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3. Série Atualizações Pediátricas
• O dia a dia do pediatra (2021)
• Cuidados paliativos na prática pediátrica (2019)
• Dermatologia pediátrica no consultório (2019)
• Infectologia nas emergências pediátricas (2019)
• Medicina do sono (2019)
• Pneumologia pediátrica no consultório (2019)
• Puericultura passo a passo (2019)
• Da queixa clínica à reumatologia pediátrica (2019)
• Adolescência e sexualidade – visão atual (2016)
• Atualização em alergia e imunologia pediátrica: da evidência à prática (2016)
• Do pediatra ao endocrinologista pediátrico: quando encaminhar (2016)
• Pediatria ambulatorial: da teoria à prática (2016)
• A saúde mental na atenção à criança e ao adolescente: os desafios da prática pediátrica (2016)
• Atualizações em terapia intensiva pediátrica – 2ª edição (2014)
• Doenças pulmonares em pediatria: atualização clínica e terapêutica (2014)
• Hematologia e hemoterapia pediátrica (2013)
• Obesidade no paciente pediátrico: da prevenção ao tratamento (2013)
• Otorrinolaringologia para o pediatra – 2ª edição (2013)
• Odontopediatria para o pediatra (2013)
• Imunizações em pediatria (2013)
• Oncologia para o pediatra (2012)
• Gastroenterologia e hepatologia na prática pediátrica – 2ª edição (2012)
• O recém-nascido de muito baixo peso – 2ª edição (2010)
• Oftalmologia para o pediatra (2010)
• Emergências pediátricas – 2ª edição – revisada e ampliada (2010)
• Atualidades em doenças infecciosas – manejo e prevenção (2009)
• Organização de serviços em pediatria (2008)
• Reumatologia para o pediatra (2008)
O presente livro passou por criterioso processo de revisão científica e textual pelos coordenadores,
editores e produtores. No entanto, ainda assim, está exposto a erros. Caso haja dúvida, solicitamos
ao leitor entrar em contato com a SPSP.
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4. Coordenador
Yechiel Moises Chencinski
Sociedade de Pediatria de São Paulo
Departamento Científico de Aleitamento Materno
Série
Atualizações
Pediátricas
Aleitamento Materno
na Era Moderna
Vencendo Desafios
Rio de Janeiro • São Paulo
2021
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6. Diretoria Executiva 2019-2022
Presidente: Sulim Abramovici
1o
Vice-presidente: Renata Dejtiar Waksman
2o
Vice-presidente: Claudio Barsanti
Secretária-geral: Maria Fernanda Branco de Almeida
1o
Secretário: Ana Cristina Ribeiro Zollner
2o
Secretário: Lilian dos Santos Rodrigues Sadeck
1o
Tesoureiro: Mário Roberto Hirschheimer
2o
Tesoureiro: Paulo Tadeu Falanghe
Diretoria de Publicações
Diretora: Cléa Rodrigues Leone
Membros: Antonio Carlos Pastorino, Antonio de Azevedo Barros Filho, Celso
Moura Rebello, Cléa Rodrigues Leone, Fabio Carmona, Gil Guerra Junior, Luis
Eduardo Procopio Calliari, Marina Carvalho de Moraes Barros, Mário Cícero
Falcão, Paulo Henrique Manso, Ruth Guinsburg, Sonia Regina Testa da Silva
Ramos, Tamara Beres Lederer Goldberg, Tulio Konstantyner
Coordenadora Editorial
Paloma Ferraz
Assistente Editorial
Rafael Franco
Sociedade de Pediatria de São Paulo
Departamento Científico de Aleitamento Materno
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7. Yechiel Moises Chencinski
Presidente do Departamento Científico de Aleitamento Materno da Sociedade de
Pediatria de São Paulo (SPSP) (2016-2019 e 2019-2022). Membro do Departamento
Científico de Aleitamento Materno da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP)
(2017-2019 e 2019-2022). Multiplicador de Curso Oficial do Ministério da Saúde para
Equipes de Saúde da “Avaliação do Frênulo Lingual em Recém-Nascido”.
Editor do Blog Pediatra Orienta da SPSP.
Coordenador
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8. Ana Lúcia Ramos Barbosa Passarelli
Membro do Departamento Científico de Aleitamento Materno da Sociedade de Pediatria
de São Paulo (SPSP). Médica Pediatra com Especialização pela Sociedade Brasileira de
Pediatria e Associação Médica Brasileira (SBP/AMB) com Pós-Graduação em Pediatria.
Coordenadora dos Programas de Saúde da Criança da Secretaria de Saúde do Município
de São Vicente. Membro da “Rede Social de Amamentação da Costa da Mata Atlântica”.
Ana Maria Calaça Prigenzi
Membro do Departamento Científico de Aleitamento Materno da Sociedade de Pediatria
de São Paulo (SPSP). Médica Pediatra. Consultora em Lactação (International
Board Certified Lactation Consultant – IBCLC) pelo International Board of Lactation
Consultant Examiners (IBLCE). Coordenadora do Banco de Leite Humano de Peruíbe.
Andrea Penha Spinola Fernandes
Membro do Departamento Científico de Aleitamento Materno da Sociedade de Pediatria
de São Paulo (SPSP). Coordenadora do Centro de Referência de Banco de Leite
Humano da Grande São Paulo. Membro da Câmara Técnica da Rede Global de Bancos
de Leite Humano (rBLH). Preceptora do Estágio de Neonatologia da Universidade da
Cidade de São Paulo (Unicid).
Arianne Monteiro Melo Angelelli
Psiquiatra da Infância e da Adolescência. Docente do Instituto Gerar de Psicanálise.
Colaboradora do Pro-Mulher, Programa de Saúde Mental da Mulher, do Instituto de
Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade
de São Paulo (HCFMUSP). Mestranda do Programa de Psicologia Clínica da Pontifícia
Universidade Católica (PUC) em Saúde Mental Paterna.
Daniel Jarovsky
Professor Instrutor em Pediatria da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa
de São Paulo (FCMSCSP). Médico Assistente do Serviço de Infectologia Pediátrica
da SCSP. Secretário do Departamento Científico de Imunizações da Sociedade de
Pediatria de São Paulo (SPSP).
Colaboradores
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9. Denise de Sousa Feliciano
Membro do Departamento Científico de Aleitamento Materno da Sociedade de Pediatria
de São Paulo (SPSP) e da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo (SBPSP).
Psicóloga e Psicanalista. Doutora em Psicologia do Desenvolvimento Humano pela
Universidade de São Paulo (USP).
Fernanda Gois Brandão dos Santos
Membro do Departamento Científico de Aleitamento Materno da Sociedade de Pediatria
de São Paulo (SPSP). Médica Pediatra Neonatologista do Hospital Maternidade Leonor
Mendes de Barros (HMLMB).
Hamilton Henrique Robledo
Membro do Departamento Científico de Aleitamento Materno da Sociedade de Pediatria
de São Paulo (SPSP). Professor da Faculdade de Medicina da Universidade de Mogi
das Cruzes (UMC). Coordenador do Serviço de Pediatria do Hospital São Camilo
(HSC), Unidades Santana e Pompéia. Especialista em Pediatria pela Sociedade
Brasileira de Pediatria, Associação Médica Brasileira e Conselho Regional de Medicina
(SBP/AMB/CRM-SP).
Honorina de Almeida
Membro do Departamento Científico de Aleitamento Materno da Sociedade de Pediatria
de São Paulo (SPSP). Doutorado em Pediatria do Desenvolvimento na Universidade
de Friburgo, Alemanha. Especialista em Aleitamento Materno (International Board
Certified Lactation Consultant – IBCLC) pelo International Board of Lactation
Consultant Examiners (IBLCE).
Isis Dulce Pezzuol
Secretária do Departamento Científico de Aleitamento Materno da Sociedade de
Pediatria de São Paulo (SPSP) (2019-2022). Especialista em Pediatria pelo Conselho
Federal de Medicina (CFM). Especialista em Homeopatia pela Associação Médica
Homeopática Brasileira (AMHB).
Joel Alves Lamounier
Professor Titular de Pediatria da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e
Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ). Diretor de Ensino e Pesquisa da
Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). Ex-Presidente do Departamento Científico de
Aleitamento Materno da SBP.
Karina Rinaldo
Membro do Departamento Científico de Aleitamento Materno da Sociedade de Pediatria de
São Paulo (SPSP). Título de Especialista em Pediatria pela Sociedade Brasileira de Pediatria
(SBP). Especialização em Endocrinologia Pediátrica no Instituto da Criança do Hospital das
Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (ICr-HCFMUSP).
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10. Keiko Miyasaki Teruya
Membro do Departamento Científico de Aleitamento Materno da Sociedade de Pediatria
de São Paulo (SPSP). Consultora do Ministério da Saúde (MS) em Aleitamento Materno.
Especialista em Aleitamento Materno na Wellstar San Diego Lactation Program.
Codiretora do Centro da Lactação do Hospital Guilherme Álvaro/Centro Universitário
Lusíada (HGA/Unilus), Santos (Centro de Referência em Capacitação para Equipes de
Saúde em Aleitamento Materno do MS).
Lélia Cardamone Gouvêa
Membro do Departamento Científico de Aleitamento Materno da Sociedade de Pediatria de
São Paulo (SPSP). Mestre e Doutora em Pediatria pela Universidade Federal de São Paulo
(Unifesp). Título de Especialista em Nutrologia Pediátrica pela Sociedade Brasileira de
Pediatria (SBP). Professora de Pediatria da Universidade de Santo Amaro (Unisa).
Ligia Vigeta
Membro do Departamento Científico de Aleitamento Materno da Sociedade de Pediatria
de São Paulo (SPSP). Especialista em Pediatria pela Sociedade Brasileira de
Pediatria (SBP). Especialização em Gastroenterologia Pediátrica pela Faculdade de
Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo (FCMSCSP).
Luciano Borges Santiago
Mestre e Doutor em Pediatria pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da
Universidade de São Paulo (FMRP-USP). Professor-Associado de Pediatria pela
Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM) e Universidade de Uberaba
(Uniube). Presidente do Departamento Científico de Aleitamento Materno da Sociedade
Brasileira de Pediatria (SBP), 2010-2015 e 2019-2021.
Marcus Renato de Carvalho
Docente da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Editor do Portal www.aleitamento.com. Consultor em Amamentação (International
Board Certified Lactation Consultant – IBCLC) pelo International Board of Lactation
Consultant Examiners (IBLCE).
Maria Beatriz Reinert do Nascimento
Pediatra com Habilitação em Neonatologia pela Sociedade Brasileira de Pediatria
(SBP). Doutora pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP).
Professora Titular de Pediatria do Curso de Medicina da Universidade da Região
de Joinville (Univille).
Maria José Guardia Mattar
Membro do Departamento Científico de Aleitamento Materno da Sociedade de Pediatria de
São Paulo (SPSP). Pediatra e Neonatologista. Especialista em Ciências da Saúde. Membro
da Comissão Estadual de Banco de Leite Humano da Secretaria de Estado da Saúde de São
Paulo (SES-SP). Assessoria da Área Técnica da Saúde da Criança e Aleitamento Materno da
Secretaria Municipal de Saúde (SMS).
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11. Maria Teresa Cera Sanches
Fonoaudióloga com Experiência Clínica e Hospitalar. Especializada em Aleitamento Materno
pelo Centro de Lactação de Santos do Hospital Guilherme Álvaro (HGA). Mestrado e
Doutorado pela Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (FSP/USP),
Ambos com Tema de Aleitamento Materno. Capacitadora Oficial em “Aconselhamento em
Amamentação”, “Manejo Clínico em Amamentação”, “Método Canguru” e “Avaliação do
Frênulo Lingual em Recém-Nascido”, Prestando Assessoria Técnica Fonoaudiológica para
o Ministério da Saúde para Implementação do “Teste da Linguinha”. Atualmente integra
o Instituto de Saúde (SES/SP) e a Casa Curumim. Consultora Certificada em Lactação
(International Board Certified Lactation Consultant – IBCLC) pelo International Board
of Lactation Consultant Examiners (IBLCE). Colabora com Cursos de Especialização em
Aleitamento Materno em São Paulo (Passo1 e NeomOdontologia).
Marisa da Matta Aprile
Membro do Departamento Científico de Aleitamento Materno da Sociedade de Pediatria
de São Paulo (SPSP). Professora Afiliada da Disciplina de Pediatria da Faculdade
de Medicina do ABC (FMABC). Mestre em Pediatria pela Faculdade de Medicina da
Universidade de São Paulo (FMUSP). Responsável Técnica pelo Banco de Leite do
Hospital Estadual Mário Covas (HEMC).
Mirela Leite Rozza
Membro do Departamento Científico de Aleitamento Materno da Sociedade de Pediatria
de São Paulo (SPSP). Título de Especialista em Pediatria. Consultora de Amamentação
Pós-Graduada em Virologia Médica pela University of Manchester, Reino Unido.
Mônica Aparecida Pessoto
Membro do Departamento Científico de Aleitamento Materno da Sociedade de Pediatria
de São Paulo (SPSP). Professora-Doutora do Departamento de Pediatria da Faculdade
de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Coordenadora
do Banco de Leite Humano do Caism-Unicamp. Consultora Nacional do Método
Canguru pelo Ministério da Saúde (MS).
Mônica Vilela Carceles Fráguas
Membro do Departamento Científico de Aleitamento Materno da Sociedade de Pediatria
de São Paulo (SPSP). Coordenadora do Berçário Normal e do Grupo de Apoio ao
Aleitamento Materno da Pro Matre Paulista. Fellow da Academy of Breastfeeding
Medicine, Estados Unidos. Formação Médica e Residência em Pediatria na Faculdade
de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP).
Nadia Sandra Orozco Vargas
Membro do Departamento Científico de Aleitamento Materno da Sociedade de Pediatria
de São Paulo (SPSP). Doutoranda em Ciências da Saúde pelo Departamento de
Pediatria da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP). Mestre
em Ciências da Saúde pelo Departamento da Pediatria da FMUSP. Médica Assistente
do Centro de Tratamento Intensivo Neonatal-2 do Instituto da Criança do Hospital das
Clínicas (ICr-HC) da FMUSP.
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12. Natalia Turano Monteiro
Membro do Departamento Científico de Aleitamento Materno da Sociedade de Pediatria
de São Paulo (SPSP). Especialização em Enfermagem Pediátrica e Neonatologia pela
Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (EPM/Unifesp).
Consultora Internacional em Aleitamento pelo International Board Certified of Lactation
Consultant Examiners (IBLCE). Coordenadora do Grupo de Aleitamento Materno do
Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE).
Patricia Marañon Terrivel
Médica Pediatra. Membro do Departamento Científico de Aleitamento Materno da
Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP). Neonatologista do Hospital Maternidade
Leonor Mendes de Barros (HMLMB).
Renato de Ávila Kfouri
Pediatra Infectologista. Presidente do Departamento de Imunizações da Sociedade
Brasileira de Pediatria (SBP). Diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm).
Roberto Gomes Chaves
Doutor em Pediatria pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Professor Titular do Curso de Medicina da Universidade de Itaúna (UIT). Membro
do Departamento Científico de Aleitamento Materno da Sociedade Mineira de
Pediatria (SMP) (2019-2021).
Roberto Mario Silveira Issler
Professor-Associado de Pediatria da Faculdade de Medicina da Universidade Federal
do Rio Grande do Sul (FAMED/UFRGS). Membro do Departamento Científico de
Aleitamento Materno da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). Membro do Conselho
Diretor e Consultor com Certificação Internacional pelo International Board Certified of
Lactation Consultant Examiners (IBLCE).
Rosangela Gomes dos Santos
Vice-Presidente do Departamento Científico de Aleitamento Materno da Sociedade de
Pediatria de São Paulo (SPSP) (2019-2022). Médica Pediatra. Especialista em Pediatria
Geral e Homeopatia. Mestre em Saúde Coletiva pela Coordenadoria de Controle de
Doenças da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (SES-SP). Membro do Banco
de Leite Humano e Atuante no Ambulatório de Prematuros do Hospital e Maternidade
Interlagos (HMI).
Valdenise Martins Laurindo Tuma Calil
Membro do Departamento Científico de Aleitamento Materno da Sociedade de Pediatria
de São Paulo (SPSP). Médica Neonatologista. Assistente do Centro Neonatal do Instituto
da Criança e do Adolescente do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da
Universidade de São Paulo (ICr-HCFMUSP). Mestre e Doutora em Pediatria pela
FMUSP. Coordenadora-Médica do Banco de Leite Humano do ICr-HCFMUSP.
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Livro_SPSP_ALEITAMENTO_FINAL.indb 13 21/09/2021 13:51
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13. Virginia Spinola Quintal
Membro do Departamento Científico de Aleitamento Materno da Sociedade de Pediatria
de São Paulo (SPSP). Mestre e Doutora em Pediatria pela Faculdade de Medicina da
Universidade de São Paulo (FMUSP). Neonatologista Colaboradora do Banco de Leite
Humano do Hospital Universitário (HU) da USP. Docente de Medicina da Universidade
Nove de Julho (Uninove).
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Livro_SPSP_ALEITAMENTO_FINAL.indb 14 21/09/2021 13:51
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14. Agradecimentos
Às mães e às crianças, protagonistas essenciais da amamentação, inspiração de
nosso estudo e de nossas ações, sem as quais nada disso teria sentido.
Às famílias e rede de apoio, pelo suporte fundamental e por compartilharem
suas emoções.
A todos os amigos do Departamento Científico de Aleitamento Materno da
Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP) e aos autores convidados, pelo
carinho, pela dedicação e pelo trabalho envolvido na construção deste livro.
Aos nossos familiares, nossa principal “Rede de Apoio”, pela compreensão, pelo
amor, pela presença constante em nossas vidas.
À Paloma Ferraz e ao Rafael Franco do Departamento de Publicações da SPSP,
pela paciência e pela ajuda em todos os momentos.
À SPSP, por acreditar neste projeto, em especial à Dra. Cléa Rodrigues Leone,
Diretora do Departamento de Publicações, e ao Dr. Sulim Abramovici, Presidente da
Gestão 2019-2022.
Em memória de todos os que sofreram perdas durante essa pandemia, aos
profissionais dedicados e às suas famílias, aos nossos entes queridos, em especial
ao meu pai, Szaltyel Chencinski. Descansem em paz.
Livro_SPSP_ALEITAMENTO_FINAL.indb 15
Livro_SPSP_ALEITAMENTO_FINAL.indb 15 21/09/2021 13:51
21/09/2021 13:51
15. Este livro é para quem vai assistir a uma mãe lactante e a sua família para que,
ao final deste encontro, tanto a mãe e a família quanto você saiam felizes e, assim,
realizem uma verdadeira celebração à vida.
Este livro, tal como uma composição para orquestra, se compõe de: allegro ou sonata,
andante e allegro vivo. E aqui temos nosso maravilhoso maestro – Dr. Yechiel Moises
Chencinski – regendo com batuta firme e muito carinhosa cada trecho deste opus.
Cada componente da orquestra, ao escrever o capítulo compartilhando com um
ou dois membros do Departamento Científico de Aleitamento Materno da Sociedade
de Pediatria de São Paulo (SPSP) de 2021, enfrentou grandes desafios: limitação de
páginas, a definição do modo de abordagem dos temas, o empenho da procura
de evidências atuais e a interlocução com outras áreas. Consumiu horas de pesquisa
e aprendizado, demostrando aqui o amor pelo tema. Cada um procurou a melhor
afinação para o seu instrumento com idas e vindas do maestro: ajuste da gramática,
ortografia e outras informações complementares para que os capítulos se tornassem
mais harmônicos, concisos e com evidências atualizadas.
Todo esse trabalho valeu a pena, pois resultou em um livro original sobre
aleitamento materno: acessível e útil à prática diária do pediatra, que se importa
em “recolocar a mãe/bebê/família como protagonistas do processo”, como diz o
Dr. Moises e “conclamando os pediatras para um olhar diferenciado, não só nas
questões nutricionais e imunológicas da amamentação, mas, também, no que
podemos representar como referência para essas famílias”.
Se ainda assim restar mais alguma dúvida sobre o porquê de ler mais este
livro, convidamos você, leitor, a se identificar, em cada capítulo, com a angústia,
o medo, as tristezas, as incertezas, as alegrias e o contentamento que podemos
vivenciar nessa caminhada que é apoiar uma mãe a amamentar seu filho.
Prefácio
Livro_SPSP_ALEITAMENTO_FINAL.indb 17
Livro_SPSP_ALEITAMENTO_FINAL.indb 17 21/09/2021 13:51
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16. Ao final da sua leitura espero que consiga, como eu, ter a capacidade de poder
escutar, compreender, enxergar essa sinfonia com todos os seus movimentos, tão
possível em cada mãe e seu bebê. E diga: “Este livro me ajudou a me tornar um(a)
pediatra feliz”, “Percebi, em cada assistência à mãe/filho/família, uma poesia”.
Keiko Miyasaki Teruya
Membro do Departamento Científico de Aleitamento Materno da Sociedade de
Pediatria de São Paulo (SPSP)
Consultora do Ministério da Saúde em Aleitamento Materno
Livro_SPSP_ALEITAMENTO_FINAL.indb 18
Livro_SPSP_ALEITAMENTO_FINAL.indb 18 21/09/2021 13:51
21/09/2021 13:51
17. A Diretoria de Publicações da Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP), dando
continuidade à Série Atualizações Pediátricas, apresenta o livro Aleitamento Materno
na Era Moderna – Vencendo Desafios, elaborado pelo Departamento Científico de
Aleitamento Materno.
Nesta edição, os autores abordam temas muito atuais relativos à prática do aleitamento
materno em função dos desafios que a era moderna nos impõem e que se tornam cada
vez mais frequentes na prática pediátrica, como: amamentação nos tempos modernos,
“janelas de oportunidades” para a prática de aleitamento materno com sucesso, desafios
da amamentação na maternidade e após a alta da maternidade, controvérsias na
amamentação e muitos outros.
Essas informações serão muito úteis aos pediatras, em sua atenção à criança
desde o nascimento, considerado o momento “de ouro” para o início e fortalecimento
do aleitamento materno, e sua continuidade, em função das dificuldades que
surgirão ao longo do tempo, decorrentes das condições de vida e necessidades,
especialmente nos dias atuais.
Cléa Rodrigues Leone
Diretora de Publicações da Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP)
A Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP) tem como missão oferecer educação
continuada aos pediatras por meio de cursos, jornadas, congressos e publicações científicas.
Sabedores da fundamental importância de um profissional capacitado para a orientação
de uma vida saudável e para prevenção de doenças, a SPSP trabalha, continuamente,
para levar conhecimento atualizado à comunidade médica.
A Série Atualizações Pediátricas é um dos resultados desse incansável trabalho. Organizada
pela Diretoria de Publicações, é elaborada pelos membros dos departamentos científicos,
profissionais de elevado conhecimento médico e de destacada experiência clínica.
É com grande orgulho que apresentamos a edição de Aleitamento, trabalho desenvolvido
pelo Departamento Científico de Aleitamento Materno da SPSP.
A responsabilidade assumida pelos profissionais do departamento reflete o sucesso e
a credibilidade conquistados durante o desenvolvimento do tema no Brasil. Os autores
reúnem talentos com forte motivação que representam a vanguarda no assunto e
mantêm relacionamento e intercâmbio entre as demais especialidades.
Apresentação da Diretoria
Livro_SPSP_ALEITAMENTO_FINAL.indb 19
Livro_SPSP_ALEITAMENTO_FINAL.indb 19 21/09/2021 13:51
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18. A infância é um período em que se desenvolve grande parte das potencialidades
humanas. Os distúrbios que incidem nessa época são responsáveis por graves
consequências para indivíduos e comunidades. O aleitamento materno é a mais sábia
estratégia natural de vínculo, afeto, proteção e nutrição para a criança e constitui a mais
sensível, econômica e eficaz intervenção para a redução da morbimortalidade infantil.
Amamentar é muito mais do que nutrir a criança. É um processo que envolve interação
profunda entre mãe e filho, com repercussões no estado nutricional da criança, na sua
fisiologia e no seu desenvolvimento cognitivo e emocional.
A SPSP, que desde a sua fundação realiza ações de incentivo ao aleitamento
materno, criou a campanha “Agosto Dourado: juntos pela amamentação para proteger,
promover e apoiar esse método de nutrição do bebê”. O principal objetivo da campanha
é sensibilizar para a importância de a amamentação ser reconhecida como fundamental
no desenvolvimento infantil.
O tema “Juntos pela amamentação” visa estabelecer uma responsabilidade em
conjunto em prol da questão.
Com esta publicação, saem vencedores os pediatras e, principalmente, as crianças,
que podem receber excelente orientação nutricional.
Sulim Abramovici
Presidente da Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP)
Livro_SPSP_ALEITAMENTO_FINAL.indb 20
Livro_SPSP_ALEITAMENTO_FINAL.indb 20 21/09/2021 13:51
21/09/2021 13:51
19. Amamentar exige mais que vontade.
Amamentar é um ato de resistência, de resiliência, de proteção, de consciência.
Amamentar é um ato de saúde, político, cultural, social, histórico, científico.
Amamentar é um direito da mãe e do bebê.
Mas amamentar requer proteção, promoção e apoio, sem conflitos de interesse.
O pediatra é um dos especialistas fundamentais nesse processo. Para isso, é
necessário ampliar o olhar, aperfeiçoar a escuta e se informar.
Amamentar é uma ação multifatorial e requer a participação de uma equipe
multiprofissional para alcançar os seus objetivos. Assim, este livro foi pensado e planejado
para todos os profissionais que abordam e acompanham a saúde materno-infantil.
Além da revisão de assuntos tradicionalmente abordados, com estudos e referências
das mais recentes, os autores trazem temáticas inovadoras, provocativas e motivadoras
para aprimorar e incrementar os recursos dos profissionais de saúde em sua prática diária.
Nossa proposta, com esta obra, é ampla e ousada:
• Compartilhar conhecimento.
• Promover reflexão, por meio da informação atualizada, ética, sem julgamentos.
• Gerar ações que trarão a cada dupla mãe-bebê o melhor caminho possível.
•
Criar condições para que a amamentação seja, de fato, a base da vida, trazendo
frutos para toda a sociedade.
E que, ao final da leitura, todos os que tiverem acesso a este material sejam tocados
e transformados como cada um de nós, durante a elaboração e execução desta obra, e
continuará sendo, enquanto fizermos a diferença para um bebê e para uma mãe.
Yechiel Moises Chencinski
Presidente do Departamento Científico de Aleitamento Materno da
Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP)
Apresentação do Coordenador
Livro_SPSP_ALEITAMENTO_FINAL.indb 21
Livro_SPSP_ALEITAMENTO_FINAL.indb 21 21/09/2021 13:51
21/09/2021 13:51
20. Lista de siglas
A
AAP – American Academic of Pediatrics
ABGT – Associação Brasileira de Lésbicas, Gays,
Bissexuais, Travestis, Transexuais e Intersexos
ABM – Academy of Breastfeeding Medicine
ABRAN – Associação Brasileira de Nutrologia
AC – Alojamento conjunto
ACOG – Colégio Americano de Ginecologia e Obstetrícia
ADCT – Ato das Disposições Constitucionais Transitórias
AEM – Alimentação enteral mínima
AM – Aleitamento materno
AME – Aleitamento materno exclusivo
ANS – Agência Nacional de Saúde Suplementar
ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária
APICE-ON – Aprimoramento e Inovação no Cuidado e
Ensino em Obstetrícia e Neonatologia
AVASUS – Ambiente Virtual de Aprendizado do Sistema
Único de Saúde
B
BGBL – controle de qualidade microbiológico
BLH – banco de leite humano
BRICS – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul
C
CAPS – Centros de Atenção Psicossocial
CDC – Centers of Disease Control and Prevention
CER – Centros Especializados em Reabilitação
CMV – Citomegalovírus
CLT – Consolidação das Leis do Trabalho
CPAP – Pressão positiva contínua em vias aéreas
CPI – Cárie dentária na primeira infância
CSC – Caderneta de Saúde da Criança
D
DHA – Ácido docosa-hexaenoico
DCNT – Doenças crônicas não transmissíveis
DPP – Depressão pós-parto
E
EAD – Ensino a distância
ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente
ECT – Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos
ENANI – Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil
ESPGHAN – European Society for Paediatric
Gastroenterology Hepatology and Nutrition
F
FI – Fórmula infantil
FIV – Fertilização in vitro
H
HIV – Vírus da imunodeficiência humana
HMO – Oligossacarídeos do leite humano (= OLH)
HSV – Herpes-vírus simples
HTLV-1 e 2 – Vírus-T linfotrópico humano dos tipos 1 e 2
I
IAPD – Associação internacional de Odontopediatria
IBFAN – International Baby Food Action Network/Rede
Internacional em Defesa do Direito de Amamentar
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IDEC – Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor
IFF – Instituto Fernandes Figueira
IHAC – Iniciativa Hospital Amigo da Criança
Livro_SPSP_ALEITAMENTO_FINAL.indb 23
Livro_SPSP_ALEITAMENTO_FINAL.indb 23 21/09/2021 13:51
21/09/2021 13:51
21. IMIP – Instituto Materno-Infantil de Pernambuco
INCA – Instituto Nacional de Câncer
L
LBA – Legião Brasileira de Assistência
LBPS – Lei de Benefícios da Previdência Social
LC-PUFA – Ácidos graxos poli-insaturados de cadeia
longa
LGBT – Lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e
transgêneros
LH – Leite humano
LM – Leite materno
LMPT – Leite de mães de recém-nascidos pré-termos
LMT – Leite de mães de recém-nascidos a termo
LV – Leite de vaca
M
MAPA – Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
MBP – Muito baixo peso
MEC – Ministério da Educação e Cultura
MSII – Morte súbita infantil inesperada
MS – Ministério da Saúde
MTE – Ministério do Trabalho e Emprego
N
NASPGHAN – North American Society for Pediatric
Gastroenterology, Hepatology Nutrition
NBCAL – Norma Brasileira para Comercialização de
Alimentos para Lactentes
NCAL – Normas para Comercialização de Alimentos para
Lactentes
NFCS – Neonatal Facial Coding System/Sistema de
Codificação da Atividade Facial Neonatal
NIPS – Neonatal Infant Pain Scale
NPP – Nutrição Parenteral Prolongada
O
ODS – Objetivos do Desenvolvimento Sustentável
OIT – Organização Internacional do Trabalho
OMS – Organização Mundial de Saúde
OPAS – Organização Pan-Americana da Saúde
P
PCLH – Posto de coleta de leite humano
PCLM – Posto de coleta de leite materno
PNAD – Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios
PNAISC – Política Nacional de Atenção Integral à Saúde
da Criança
PNAISH – Política Nacional de Atenção Integral à Saúde
do Homem
PNDS – Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde da
Criança e da Mulher
PNIAM – Programa Nacional de Incentivo ao Aleitamento
Materno
PPM – Parte por milhão
PRMI – Projeto de Redução da Mortalidade Infantil
PTC – Parecer Técnico-Científico
R
RBLH–BR/rede BLH–Br – Rede Brasileira de Bancos de
Leite Humano
RDC – Resolução da Diretoria Colegiada
RN – Recém-nascido
RNPIG – Recém-nascido pequeno para idade gestacional
RNPT – Recém-nascido pré-termo
RNPT–T – Recém-nascido pré-termo tardio
S
SBP – Sociedade Brasileira de Pediatria
SESC – Serviço Social do Comércio
SESI – Serviço Social da Indústria
SLM – Substitutos de leite materno
SMSL – Síndrome da morte súbita do lactente (SIDS)
STF – Supremo Tribunal Federal
SUID – Morte súbita infantil inesperada (MSII)
SUS – Sistema Único de Saúde
T
TGI – Trato gastrointestinal
TRH – Terapia de reposição hormonal
U
Unicef – Fundo das Nações Unidas para a Infância
UTI – Unidade de terapia intensiva
UTIN – Unidade de terapia intensiva neonatal
W
WABA – World Alliance for Breastfeeding Action
Livro_SPSP_ALEITAMENTO_FINAL.indb 24
Livro_SPSP_ALEITAMENTO_FINAL.indb 24 21/09/2021 13:51
21/09/2021 13:51
22. Seção 1. Leite materno e amamentação
Coordenadora: Mônica Aparecida Pessoto
1. Amamentação é sempre possível................................................................3
Yechiel Moises Chencinski
2. Amamentação ao longo da história............................................................11
Andrea Penha Spinola Fernandes
Mônica Aparecida Pessoto
Rosangela Gomes dos Santos
3. Leite materno – padrão-ouro de alimentação infantil...............................19
Maria Beatriz Reinert do Nascimento
Joel Alves Lamounier
Seção 2. “Janelas de oportunidades” para prática de aleitamento
materno com sucesso
Coordenadoras: Maria José Guardia Mattar e Virginia Spinola Quintal
4. Na consulta da 32ª semana de gestação....................................................29
Hamilton Henrique Robledo
Isis Dulce Pezzuol
5. Na sala de parto............................................................................................37
Maria José Guardia Mattar
Patricia Marañon Terrivel
6. Na unidade neonatal.....................................................................................45
Mônica Aparecida Pessoto
Nadia Sandra Orozco Vargas
Virginia Spinola Quintal
7. Na consulta pediátrica de rotina.................................................................53
Ana Maria Calaça Prigenzi
Isis Dulce Pezzuol
Sumário
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Livro_SPSP_ALEITAMENTO_FINAL.indb 25 21/09/2021 13:51
21/09/2021 13:51
23. 8. Nos bancos de leite humano.......................................................................61
Maria José Guardia Mattar
Andrea Penha Spinola Fernandes
Rosangela Gomes dos Santos
9. Na consulta com odontopediatra: da gestação à primeira infância........69
Grupo de Saúde Oral da Sociedade de Pediatria de São Paulo
Seção 3. Dificuldades para o aleitamento materno
Coordenadoras: Ana Lúcia Ramos Barbosa Passarelli e Keiko Miyasaki Teruya
10. Relativas às mamas....................................................................................79
Fernanda Gois Brandão dos Santos
Natalia Turano Monteiro
11. No ato de amamentar.................................................................................87
Keiko Miyasaki Teruya
Hamilton Henrique Robledo
12. Artefatos: “armadilhas e ciladas”.............................................................95
Karina Rinaldo
Ligia Vigeta
Mirela Leite Rozza
13. Anquiloglossia em recém-nascidos e lactentes..........................................103
Maria Teresa Cera Sanches
Mônica Vilela Carceles Fráguas
Yechiel Moises Chencinski
Seção 4. Desafios da amamentação – maternidade
Coordenadora: Isis Dulce Pezzuol
14. Recém-nascidos em situações especiais................................................113
Keiko Miyasaki Teruya
Mônica Aparecida Pessoto
15. Prematuridade............................................................................................121
Valdenise Martins Laurindo Tuma Calil
Fernanda Gois Brandão dos Santos
16. Gemelaridade.............................................................................................129
Karina Rinaldo
Yechiel Moises Chencinski
17. Quando não dá para amamentar..............................................................135
Isis Dulce Pezzuol
Ligia Vigeta
Livro_SPSP_ALEITAMENTO_FINAL.indb 26
Livro_SPSP_ALEITAMENTO_FINAL.indb 26 21/09/2021 13:51
21/09/2021 13:51
24. Seção 5. Desafios da amamentação – após a alta da maternidade
Coordenadora: Lélia Cardamone Gouvêa
18. Depressão pós-parto..................................................................................145
Honorina de Almeida
Denise de Sousa Feliciano
Arianne Monteiro Melo Angelelli
19. Bebê que não ganha peso.........................................................................153
Lélia Cardamone Gouvêa
Virginia Spinola Quintal
20. Bebês que choram muito...........................................................................161
Maria José Guardia Mattar
Keiko Miyasaki Teruya
Ana Maria Calaça Prigenzi
21. Lactogestação e amamentação em tandem.............................................169
Karina Rinaldo
Yechiel Moises Chencinski
Seção 6. Doenças infectocontagiosas, vacinação e aleitamento
Coordenadoras: Ana Maria Calaça Prigenzi e Nadia Sandra Orozco Vargas
22. Doenças infectocontagiosas maternas e amamentação.........................179
Daniel Jarovsky
23. Vacinação, gestação e aleitamento materno............................................189
Renato de Ávila Kfouri
24. Mamanalgesia – manejo da dor na vacinação.........................................195
Yechiel Moises Chencinski
Seção 7. Drogas, medicamentos e aleitamento materno
Coordenadora: Marisa da Matta Aprile
25. Medicando no aleitamento materno..........................................................203
Roberto Gomes Chaves
Luciano Borges Santiago
Joel Alves Lamounier
26. Amamentação em usuárias de drogas......................................................209
Marisa da Matta Aprile
Mirela Leite Rozza
Livro_SPSP_ALEITAMENTO_FINAL.indb 27
Livro_SPSP_ALEITAMENTO_FINAL.indb 27 21/09/2021 13:51
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25. Seção 8. Amamentação nos tempos modernos
Coordenadoras: Rosangela Gomes dos Santos e Valdenise Martins Laurindo Tuma Calil
27. Volta ao trabalho e legislação...................................................................219
Rosangela Gomes dos Santos
Valdenise Martins Laurindo Tuma Calil
28. Amamentação na adolescência.................................................................227
Marisa da Matta Aprile
Denise de Sousa Feliciano
29. Compartilhamento de cama, amamentação e morte súbita....................235
Mônica Vilela Carceles Fráguas
Yechiel Moises Chencinski
30. Desmame oportuno.....................................................................................243
Yechiel Moises Chencinski
Roberto Mario Silveira Issler
Seção 9. Controvérsias na amamentação
Coordenadora: Honorina de Almeida
31. Novas estruturas familiares.......................................................................253
Honorina de Almeida
Yechiel Moises Chencinski
32. Lactação “adotiva”.....................................................................................261
Honorina de Almeida
Patricia Marañon Terrivel
33. Paternidade e paternagem.........................................................................269
Denise de Sousa Feliciano
Marcus Renato de Carvalho
34. Redes sociais e grupos de mães..............................................................277
Patricia Marañon Terrivel
Yechiel Moises Chencinski
Seção 10. Apêndices
Coordenadores: Hamilton Henrique Robledo e Yechiel Moises Chencinski
Apêndice 1. Formulário de Observação da Mamada.....................................287
Apêndice 2. Bristol Tongue Assessment Tool (BTAT)...................................289
Apêndice 3. HIV, doenças infectocontagiosas e amamentação....................291
Apêndice 4. Calendário vacinal da lactante e da gestante...........................295
Apêndice 5. Classificação de risco para uso de fármacos durante
a lactação...........................................................................................................299
Índice remissivo......................................................................................... 311
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27. Capítulo 1
Amamentação é sempre possível
Yechiel Moises Chencinski
Amamentar é um direito da mãe e ser amamentada é um direito da criança. Mas o exercício
desse direito não depende apenas da vontade e da decisão da mulher. Muitas vezes, apesar
de querer, a mãe não consegue amamentar como gostaria. (Guia Alimentar para Crianças
Brasileiras Menores de 2 anos, Ministério da Saúde, 2019)1
O Homem faz parte do reino Animalia, classe Mammalia (onde estão as mais de 5 mil
espécies de mamíferos), ordem Primata, família e subfamília Hominianae, gênero Homo e es-
pécie Homo sapiens.2
São animais que vivem preferencialmente em sociedade (também para fins de sobrevi-
vência), adaptáveis ao seu habitat (terra, água e ar) e que apresentam, em seu relacionamento
social, a capacidade de brincar uns com os outros (característica atribuída exclusivamente aos
mamíferos), com glândulas mamárias nas fêmeas da espécie, por meio das quais os filhotes
são nutridos desde seu nascimento, até que possam, por si sós, buscar seu próprio alimento
(herbívoros, carnívoros e onívoros). Cada espécie recebe o leite proveniente da sua própria
espécie. Apenas o Homem recebe leite de outros mamíferos como fonte de nutrientes quando
não alimentado pelo leite de sua mãe.3
Se fôssemos levar em conta apenas a informação biológica, o título do capítulo estaria
perfeitamente adequado. Desde que a mãe esteja presente, disposta e saudável, a amamentação
é sempre possível.
A recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS), do Ministério da Saúde (MS)
e da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) aponta para o aleitamento materno desde a sala
de parto (na 1ª hora) até os 2 anos ou mais, sendo exclusivo até o 6º mês. Entretanto, dados de
pesquisas realizadas no Brasil em 1986,4
1996,5
20066
(pela Pesquisa Nacional de Demografia
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Livro_SPSP_ALEITAMENTO_FINAL.indb 3 21/09/2021 13:51
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28. 4 ALEITAMENTO MATERNO NA ERA MODERNA – VENCENDO DESAFIOS
e Saúde da Criança e da Mulher – PNDS) e, recentemente, em 2019 (pelo Estudo Nacional de
Alimentação e Nutrição Infantil – ENANI)7
mostram que essa questão precisa ser mais bem ava-
liada. Segundo o ENANI, que analisou 14.584 crianças menores de 5 anos e, entre fevereiro de
2019 e março de 2020, de todas as regiões do Brasil, com dados prévios publicados em 2020,
as taxas de aleitamento materno exclusivo em crianças menores de 6 meses está em 45,7%. Vale
ressaltar o aumento significativo, considerando os PNDS anteriores (1986 – 2,9%, 1996 – 23,9%,
2006 – 37,1%), mas ainda aquém da proposta da OMS de 50% de crianças em aleitamento ma-
terno exclusivo (AME) nesse grupo de crianças (menores de 6 meses).
Assim, o fato de os seres humanos serem mamíferos e de as “fêmeas” da espécie terem
condições de suprir a nutrição de suas “crias” exclusivamente até o 6º mês por meio de seu
leite pode não ser suficiente para que amamentar seja sempre provável, indicando que o de-
terminismo biológico não seja o único e, talvez, nem o principal fator envolvido no processo
da amamentação.
Condições clínicas
Poucas são as condições de saúde materna ou infantil que impedem a amamentação, tempo-
rária ou definitivamente. Porém, elas existem e precisam ser acolhidas e respeitadas. É fundamental
que exercitemos o aconselhamento (ver Capítulo 7).
Algumas delas são bem conhecidas e comprovadas, como HIV (vírus da imunodeficiência
humana) e HTLV (vírus T-linfotrópico humano) – ver Capítulo 22. No Brasil, a recomendação
é não amamentar nessas situações. Entretanto, há estudos que mostram que não são poucas
as mães que optam por manter o aleitamento materno. Para tanto, foram criados protocolos e
diretrizes, como o da British HIV Association,8
que estabelece critérios para minimizar riscos,
deixando claro que, apesar desses cuidados, a transmissão é possível.
Outra questão importante é o câncer de mama. Segundo estimativa mundial de 2018,9
entre os 17 milhões de casos novos de câncer (sem contar 1 milhão de casos de câncer de pele
não melanoma), o mais frequente é o de pulmão (2,1 milhões), seguido do câncer de mama
(2,1 milhões – 11,6% de todos os cânceres estimados), de cólon e reto (1,8 milhão) e de prós-
tata (1,3 milhão). Quando se aborda apenas a população de mulheres, as maiores incidências
foram câncer de mama (24,2%), cólon e reto (9,5%), pulmão (8,4%) e colo do útero (6,6%),
independentemente do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), sendo a maior taxa de mor-
talidade por câncer entre as mulheres (627 mil em 2018 – cerca de 15% de todas as mortes
por câncer entre mulheres).
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca),10
o câncer de mama ocupa o segundo
lugar entre os casos novos no Brasil (66.280 por ano entre 2020 e 2022), com risco estimado
de 61,61 casos novos a cada 100 mil mulheres, em todas as regiões do país, atrás apenas do
câncer de pele não melanoma (93.170 casos). Em 2017, foram registrados 16.724 óbitos por
câncer de mama feminino, o equivalente a um risco de 16,16 por 100 mil.
Estimativas sugerem que amamentar diminui em 22% o risco de câncer de mama, em
comparação às mulheres que nunca amamentaram. Vários estudos apontam para essa redução
em mulheres que amamentaram, em um efeito dose-resposta: taxas de 7% a menos se o período
total foi menor que 6 meses, de 9% se a amamentação teve a duração de 6 a 12 meses e de 26%
nas que amamentaram por mais de 12 meses.11
Além disso, a cada ano que a mulher amamenta,
mesmo que não consecutivamente, o risco de câncer de mama cai 4,6%, com efeito cumulativo.12
Entre as mulheres que foram submetidas a cirurgia por câncer de mama, a amamenta-
ção por pelo menos 6 meses demonstra proteção contra risco de morte até três vezes maior,
evitando cerca de 19.464 mortes anuais. Se o aleitamento materno fosse por pelo menos 12
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29. 5
Seção 1 – Leite materno e amamentação
meses nos países desenvolvidos e de 24 meses nos de média e baixa renda, mais 22.216 óbitos
por ano, pela doença, poderiam ser evitados.12
Porém, os tratamentos quimioterápicos e radioterápicos internos (braquiterapia), após
o diagnóstico, mesmo que precoce, e as medicações e substâncias utilizadas para a remissão e
a prevenção de recidivas (tamoxifeno), contraindicam a amamentação.13-15
Nos casos de apenas
uma mama afetada, de uso de radioterapia externa na região do tórax (por câncer de mama ou
outro processo proliferativo), existe a possibilidade de manutenção e estímulo da amamentação,
com cuidados, apoio e acolhimento da equipe que acompanha cada mulher. A radioterapia torna
a pele da zona irradiada mais sensível e delicada, o que leva alguns autores a desaconselharem
a amamentação na mama irradiada durante o tratamento.
Muitas situações trazem indicação de suspensão temporária da amamentação, enquanto
persistirem os fatores capazes de colocar em risco a saúde do lactente. Entre essas, vale lembrar
a vacinação de febre amarela em mulheres que amamentam bebês com até 6 meses de idade.
Nesses casos, a amamentação deve ser suspensa por 10 dias (ver Capítulo 23) e retomada a seguir.
Outra situação comum, que pode interferir na continuidade do aleitamento materno, é
estar em tratamento medicamentoso. Na maioria dos casos, a amamentação pode ser mantida
sem riscos para o lactente (ver Capítulo 25), mesmo em uso, por exemplo, de antibióticos ou
antidepressivos. Os profissionais de saúde prescritores devem conhecer as restrições de cada
substância prescrita por meio das referências obtidas em literatura e, atualmente, em sites de
referência pela internet (e-lactancia, LactMed, Hale etc.).13-15
Se houver riscos, o profissional
poderá substitui-los por um fármaco mais seguro para ser usado durante a amamentação. Se
absolutamente necessário e se não houver substituição possível, o aleitamento materno poderá
ser suspenso temporariamente, durante o tratamento.
A amamentação deve ser contraindicada para mães que sejam usuárias regulares de
drogas ilícitas (maconha, cocaína, crack, anfetamina, ecstasy e outras). Se o uso for eventual,
cada caso deverá ser analisado individualmente. O uso de álcool e tabaco requer uma análise
conjunta entre os profissionais e as mães para prospecção e prevenção de danos ao lactente
(ver Capítulo 26).
Em situações, como infecções, exames com radiofármacos, anestesias, entre outras,
recomenda-se suspender o aleitamento materno temporariamente, sempre sob a orientação
de profissionais de saúde. O tempo sem amamentação varia de acordo com cada situação. A
mulher precisa ser orientada sobre como proceder para manter a produção de leite durante
o período em que ela não pode amamentar. Se possível e programável, a extração e o arma-
zenamento adequados do leite materno (12 horas na geladeira e até 15 dias congelado) para
oferecer ao lactente durante o período da suspensão devem ser recomendados e orientados.
Mesmo sem a possibilidade de armazenamento, em casos em que a suspensão é temporária,
pode-se estimular a produção do leite materno pela extração (manual ou bombas), mantendo-
-se os horários habituais das mamadas.
Além das causas maternas, há situações em que os recém-nascidos podem ter dificul-
dade ou impossibilidade de serem amamentados. O “Novembro Roxo”, no Brasil, é um mês
dedicado à sensibilização quanto às questões da prematuridade (parto antes das 37 semanas).
O relatório “Survive and thrive: transforming care for every small and sick newborn”,16
da OMS
e do Fundo de Emergência Internacional das Nações Unidas para a Infância (Unicef), aponta
para uma taxa de 30 milhões de partos prematuros ou baixo peso por ano. No Brasil, a taxa de
partos prematuros (340 mil por ano) chega a 12% do total de partos (acima da taxa mundial
de 10%), o que nos coloca na 10ª posição do ranking mundial.
De acordo com a idade gestacional ao nascer, com as subcategorias de prematuridade
(extremo, muito, moderado e tardio) e o peso (extremo baixo peso, muito baixo, baixo), os
recém-nascidos podem apresentar dificuldades na sucção e na obtenção do leite materno para
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Livro_SPSP_ALEITAMENTO_FINAL.indb 5 21/09/2021 13:51
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30. 6 ALEITAMENTO MATERNO NA ERA MODERNA – VENCENDO DESAFIOS
sua melhor chance de sobrevida. A prematuridade é uma das principais causas de mortalidade
infantil neonatal. Esse quadro pode ser revertido com assistência pré e perinatal adequadas
de acesso mais facilitado para toda a população de gestantes e puérperas (ver Capítulo 16).
Alguns lactentes apresentam alterações metabólicas (galactosemia, fenilcetonúria etc.)
que impossibilitam o aleitamento materno conforme preconizado pela OMS e pela SBP.
É fundamental que o pediatra esteja familiarizado e preparado para todos esses desafios.
Somente assim poderá proporcionar as melhores condições clínicas para cada díade mãe-bebê
e influenciar positivamente nas estatísticas de aleitamento materno no Brasil.
Legislação e política
Nos últimos 50 anos, a mulher teve ganhos importantes no que diz respeito à proteção
da amamentação. Apesar dessa evolução, grande parte dessas mulheres não recebe esse apoio
legal de modo satisfatório para que consigam seguir as recomendações básicas de aleitamento
materno da OMS. A licença-maternidade e o salário-maternidade evoluíram, porém ainda não
abrangem talvez a maior parte das mães trabalhadoras no Brasil.
Desde 1943, quando foi introduzida na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), a licença-
-maternidade de 84 dias (4 semanas antes até 8 semanas após o parto), paga pelo empregador,
as mulheres sofriam restrição considerável no mercado de trabalho. A partir de 1974, com o
movimento mundial pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), a licença-maternidade
passou a ser paga pela Previdência Social, mas ainda sem a garantia de emprego, somente para
as seguradas empregadas.17
A Constituição Federal de 1988 trouxe avanços consideráveis. A consolidação em 120
dias da licença-maternidade remunerada (podendo iniciar 28 dias antes do parto), com esta-
bilidade para todas as gestantes, seguradas, empregadas (urbana e rural), trabalhadora avulsa
e empregada doméstica (ver Capítulo 27).
Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2019, 20 estados apresentaram taxa de em-
prego informal recorde no Brasil e 11 deles atingiam mais de 50% dos trabalhadores. Entre os
desempregados (pessoas maiores de 14 anos, caracterizadas como força de trabalho), com taxa
de 11,9% no final de 2019, a maioria era de mulheres (13,1%) e negros (13,5%).18
As mulheres
com empregos do setor informal, em sua grande maioria, precisam retornar às suas atividades
laborais em um tempo curto, muitas vezes tendo apenas 1 a 2 semanas para estarem em casa
com seus recém-nascidos em tempo integral. Mesmo que queiram, não conseguem manter o
aleitamento materno exclusivo, e a introdução de substitutos do leite materno e da mamadeira
tornam-se as grandes responsáveis pelo desmame precoce.
Questões culturais também influenciam as taxas de amamentação. Em março de 2012,
uma mãe foi impedida de amamentar seu bebê no Espaço Cultural Itaú em São Paulo. Em maio
do mesmo ano, 50 mães se mobilizaram e promoveram um “protesto pacífico” de amamentação
coletiva no mesmo local, que ficou conhecido, desde então, como “Mamaço”, acolhido pela própria
instituição. Essas manifestações se repetiram em muitas situações pelo país, promovendo uma
movimentação política para criação de leis que protegessem as mães que quisessem amamentar
em público, mas, mesmo assim, esse tipo de situação se repete pelo país.
A partir de 2014, o estado de Santa Catarina aprovou lei que prevê multa a quem constran-
ger e proibir uma mãe que esteja amamentando em estabelecimentos comerciais (além de bares,
restaurantes, casas de espetáculos e similares), seguido por São Paulo e pelo Rio de Janeiro (2015).
É interessante notar que, no cenário político brasileiro, nas eleições proporcionais (ve-
reador, deputado estadual e deputado federal), a legislação eleitoral (art. 10, § 3º, da Lei das
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Livro_SPSP_ALEITAMENTO_FINAL.indb 6 21/09/2021 13:51
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31. 7
Seção 1 – Leite materno e amamentação
Eleições) determina que, pelo menos, 30% das candidaturas efetivamente lançadas por um
partido político sejam destinadas ao gênero oposto ao da maioria, o que não garante os 30%
da presença entre os eleitos.
Para exemplificar, seguem alguns dados antes das eleições de 2020. No Senado Fede-
ral, entre os 81 representantes, 12,34% são mulheres. Na Câmara dos Deputados, são 15%
de mulheres (513 representantes). Entre os 27 governadores, há apenas uma mulher (no
Rio Grande do Norte). Nas 5.750 prefeituras municipais, em 2018 foram eleitas 11,58% de
mulheres. E, na Câmara Municipal da cidade de São Paulo, entre os 55 vereadores, 18,18%
são mulheres.
Assim, apesar de o tema amamentação envolver, principalmente, a díade mãe-bebê, a
representatividade da elaboração e aprovação das leis é, em sua esmagadora maioria, composta
por homens.
Educação e cultura
A pandemia da COVID-19 trouxe muitas reflexões e novos desafios. A informação éti-
ca, simples, que resulta em ação é fundamental. Aprendemos e reforçamos a importância da
lavagem de mãos (já tão divulgada na época das epidemias de influenza), do uso de máscaras
e do distanciamento social. O trabalho de casa (home office) e o ensino a distância (EAD e ho-
meschooling), mesmo não sendo o ideal, mostraram outras possibilidades – de modo um pouco
diferente, isso é educação.
E, entre as novidades com relação à COVID-19, sem sabermos ainda exatamente as razões
que levaram a isso, observamos que as crianças adoecem menos, apresentam sintomas mais
leves e recuperação mais rápida e transmitem menos a doença. Mas, além disso, conseguimos
transmitir valores e informações também a elas, com sucesso. Uma das recomendações iniciais
no Brasil foi o uso de máscaras acima de 2 anos de idade (a OMS recomenda acima de 5 anos),
lavagem de mãos com água e sabão por pelo menos 20 segundos e uso de álcool em gel (quando
a lavagem não é possível).
Ao transportar esse mesmo raciocínio para o aleitamento materno, ainda não conse-
guimos atingir as crianças e os adolescentes com valores e informações éticas e simples. Ao
contrário, a nossa cultura no país é a do desmame. Não existem brinquedos ou literatura focada
e direcionada para crianças que favoreçam a amamentação. As bonecas que choram são todas
“consoladas” por chupetas e mamadeiras. As músicas infantis não fazem alusão ao aleitamento.
A literatura não é dedicada à amamentação. Embora haja uma movimentação nas redes sociais
para uma transformação nesse sentido, ela ainda é pontual. Somos mamíferos. Quando isso é
ensinado para uma criança?
Existe uma imensa lacuna a ser preenchida no ensino do aleitamento materno e na
mudança da cultura da amamentação, desde a pré-escola até o ensino superior, não apenas na
área médica, mas também em todo o ensino da área de saúde materno-infantil. Todos podem
se beneficiar de informações sobre o aleitamento materno e será com a mudança da cultura,
de geração em geração, que teremos chances de normalizar a amamentação como prática de
padrão-ouro da nutrição infantil, além de todos os benefícios que o leite materno pode trazer
à saúde do lactente e da mãe, por sua composição (ver Capítulos 3, 22 e 23).
O pediatra também tem sua responsabilidade nessa transformação. A consulta da 32ª
semana de gestação (ver Capítulo 4) e as avaliações de puericultura (ver Capítulo 7) são fun-
damentais como janelas de oportunidade de informação capazes de promover uma mudança da
cultura, com incentivo à amamentação e alertas a respeito de armadilhas que podem dificultar
e até mesmo impedir a prática saudável do aleitamento materno (ver Capítulos 10 e 12).
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32. 8 ALEITAMENTO MATERNO NA ERA MODERNA – VENCENDO DESAFIOS
Publicidade e marketing
A taxa mundial de aleitamento materno está, segundo dados recentes, em torno de 39%.
A OMS estabeleceu proposta para que, até 2025, haja pelo menos 50% de crianças em aleita-
mento materno exclusivo até o 6º mês.19
Para isso, foram estabelecidas quatro estratégias de ação em ordem de importância:20
1. Limitar o marketing de substitutos do leite materno: reforçar o monitoramento, a
legislação e a execução relacionados com o Código Internacional de Comercialização de
Substitutos de Leite Materno.
2. Apoiar a licença-maternidade remunerada: empoderar mulheres a amamentar ex-
clusivamente. Promulgar seis meses de licença-maternidade obrigatória e políticas que
incentivam mulheres a amamentar no ambiente de trabalho e em público.
3. Fortalecer sistemas de saúde: propiciar instalações hospitalares e de saúde baseadas na
capacidade de apoiar a amamentação exclusiva. Expandir e institucionalizar as iniciativas
do Hospital Amigo da Criança em sistemas de saúde.
4. Apoiar mães: sugerir estratégias baseadas na comunidade para apoiar aconselhamento
sobre amamentação exclusiva a gestantes e lactantes. Ainda, promover o aconselhamento
individual e em grupo para melhorar as taxas atuais de amamentação, incluindo a imple-
mentação de campanhas de comunicação adaptadas ao contexto local.
O Brasil tem um conjunto de regulamentações, de reconhecimento mundial, sobre a promo-
ção comercial e a rotulagem de alimentos e produtos destinados a recém-nascidos e a crianças de
até 3 anos – a Norma Brasileira para Comercialização de Alimentos para Lactentes (NBCAL),20
cujo
objetivo consiste em assegurar o marketing e o uso apropriado desses produtos de modo que não
haja interferência na prática do aleitamento materno. Além disso, muitos órgãos (governamentais
e não governamentais) fiscalizam e regulam essa publicidade [Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (Anvisa), Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (IDEC), Rede Internacional de
Ação sobre Alimentos para Bebês (IBFAN), Instituto Alana, entre outros] e buscam o devido cum-
primento dessa legislação.
Um estudo recente publicado no The Lancet aponta para ações das indústrias de substi-
tutos de leite materno em países como Canadá, Índia, Itália, Paquistão, Filipinas e Reino Unido,
violando as leis nacionais e o Código da OMS, por meio de doações de leite em pó e outros
alimentos a comunidades nessas localidades, durante o período da pandemia da COVID-19.21
Essas recomendações prejudicam a amamentação e, portanto, aumentam o risco de morte in-
fantil. A Baby Milk Action e a International Baby Food Action Network documentaram inúmeras
violações ao Código e às leis associadas à COVID-19.
Retomando o tema do capítulo, “Amamentação é sempre possível”, conclui-se que esse
não é um questionamento com uma resposta simples ou única. É necessário abordar e analisar
com maior profundidade. O que podemos dizer, com certeza, é que amamentar representa uma
decisão desejada, que deveria ser informada e tomada sempre pela mãe envolvida.
É imprescindível que essa informação seja atualizada, com comprovação científica, ba-
seada em evidências, transmitida de maneira irrestrita, com linguagem simples, compreensível
e sem provocar qualquer dúvida ou incerteza a respeito de sua veracidade.
Profissionais de saúde em todas as áreas – especialmente, pediatras, que interagem
com as famílias desde a gestação, o parto, a primeira infância até a adolescência – que têm
como lema o aconselhamento (escuta ativa, empatia, sem julgamentos), devem, assim, acolher
e apoiar as decisões informadas de todas as mães, conscientes do seu papel nos cuidados da
saúde materno-infantil.
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33. 9
Seção 1 – Leite materno e amamentação
Os desafios são muitos e exigem ações amplas, complexas, com a integração de abordagens
clínicas, mas também de políticas de saúde nas esferas socioeconômico-culturais.
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