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Guia Básico para uma Alimentação de Sucesso - livro by Dr. Gladson

  1. 1 GUIA BÁSICO PARA UMA Amamentação de sucesso DR. GLADSON GUARCHE
  2. 2 É possível ter uma amamentação tranquila, sem dor, sem traumas! Este guia em e-book se baseia na ciência, respeitando as recomendações e orientações dos órgãos do Ministério da Saúde, SBP-Sociedade Brasi- leira de Pediatria, Sociedade Brasileira de Odontopediatria, Organização Mundial da Saúde, UNICEF, rede IBFAN. O Guia Básico para uma Alimentação de Sucesso tem como objetivo ser uma orientação para as mulheres que estão passando pelo processo de lactação, ou as mulheres que estão gestantes. É, ainda, uma importante ferramenta para a promoção e proteção do Aleitamento Materno. Boa leitura!
  3. 3 QUEM SOU EU? D r. Gladson Guarche PAI DE DOIS, ATÉ O MOMENTO! Formado em Odontologia, e residência médica em Odontopediatria. Ambos pela Universidade Estadual de Londrina. Com 10 anos de experi- ência no atendimento materno infantil. Palestrante na área de Aleitamento Materno, foi o responsável pela criação e implantação da Capacitação em Aleitamento Materno para profissionais de Saúde na rede pública do Mu- nicípio de Santos, em São Paulo, em parceria com a UNIFESP.
  4. 4 Prólogo Nestes 10 anos atuando no atendimento materno infantil, criei diversos vínculos, fossem com as mamães - que muitas das vezes chegavam até meu ambulatório aflitas, com dor, desamparadas, mas com muita vonta- de de continuar sua amamentação - ou fossem com outros profissionais de saúde, médicas, enfermeiras, fonoaudiólogas, e até mesmo colegas ci- rurgiões dentistas, sempre todos muito preocupados na resolução de um caso em comum. Fui criando assim uma rede particular minha de apoio ao aleitamento ma- terno, trabalhando em conjunto, guiando as mamães e famílias com qual profissional seria interessante conversarem, e criando cada vez mais a noção de que a questão do aleitamento materno infantil é uma área mul- tidisciplinar, e que depende de uma rede ampla de apoio. E nessa rede, não se pode excluir a comunidade, a família, as entidades que protegem o aleitamento materno da massiva propaganda das fórmulas infantis e ape- trechos que, muitas vezes, atrapalham no aleitamento. Mas, o que um dentista tem a ver com o aleitamento materno? Na verdade, não apenas mais um dentista, mas um dentista de criança! Bom, vamos do início, pois entre nossas competências como odontope- diatras está o diagnóstico, a prevenção, o tratamento e o controle das alterações e problemas de saúde bucal do bebê. E o grande responsável por um desenvolvimento equilibrado e saudável das funções orais do bebê é o aleitamento materno. Portanto era preciso eu ir além, estimular a prevenção dessas alterações, e aí começaram as complicações, pois fui percebendo, desde a residência, que muitas das mamães que entravam em contato com nossos serviços
  5. 5 não conseguiam amamentar de forma plena, e tinham dor, estresse, dúvi- das, muitas dúvidas. Então era preciso ir mais além. Neste contexto, me tornei pai do primeiro filho, o que mudou meu modo de vida, e de atender e saber receber os papais e mamães também, pois eu passei junto à minha esposa todo o processo de aleitamento, aprimo- rando muito mais meu saber na área. Mas muito além da prevenção das alterações bucais do bebê, o aleitamen- to materno salva vidas, fortalece o vínculo mãe-filho, cria laços que somen- te esse binômio tem a experiência de passar, fortalece a mãe, empodera a mulher. O Aleitamento materno é o primeiro passo do ser humano para uma vida saudável. E ainda gera economia, protege o meio ambiente. Por- tanto, como profissional, pai, marido e cidadão, não poderia fazer diferen- te, me engajei neste mundo maravilhoso do aleitamento materno.
  6. 6 Índice Por quê amentar?. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 07 Se preparando para amamentar. Precisa?. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11 Tenho leite?. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13 Quando começo amamentar pós-parto, na maternidade ou em casa?. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15 Meu leite parece fraco. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18 Chupeta e mamadeira, pode?. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21 Meu peito DÓI, muito!. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24 Qual a melhor posição para amamentar?. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32 Meu bebê não suga direito. E agora?. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
  7. 7 Por quê amamentar? Hoje no Brasil, o índice de aleitamento exclusivo de crianças até os 6 meses é de 45,7%. Portanto é preciso estimular que as mamães amamentem seus filhos, sendo de maneira exclusiva no peito pelos primeiros 6 meses de vida, e de maneira complementar após os seis meses até os 2 anos de idade, con- forme preconiza a Organização Mundial de Saúde. Maaas, porque? Você sabia que a maior causa de mortalidade de recém-nascidos não amamentados é de: desnutrição, anemia, infecções respiratórias e doen- ças diarreias? E agora vem a parte legal. Quer ver? O leite materno pode oferecer proteção para seu bebê contra todas essas doenças. Dá uma conferida aqui, mamãe: - Proteção contra Diarreia; - Proteção contra Enterocolite Necrotizante (ENC); - Proteção contra Doença Celíaca; - Proteção contra Colite Ulcerativa; - Proteção contra Infecções Respiratórias; - Proteção contra Otite; - Proteção contra Meningite; - Proteção contra Infecções do Trato Urinário; - Proteção contra Displasia Broncopulmonar; - Proteção contra Icterícia; - Proteção contra Hipoglicemia Neonatal; - Proteção contra Baixo Ganho de Peso; - Proteção contra Alergia Alimentar;
  8. 8 - Proteção contra Diabetes Mellitus; - Prevenção da Osteoporose; - Prevenção contra Internação Hospitalar. Puxa, é muita coisa, não é mesmo?! E tem muito mais ainda! Além de tudo isso, o processo de aleitamento materno promove o vínculo entre mamãe e bebê, criando e fortalecendo ainda mais esse laço tão importan- te para a vida do bebê. O ato de amamentar, tendo seu bebê ao colo, no aconchego, com o cheirinho da mamãe, passa ao seu filho a sensação de proteção, de confiança, e que ele tanto irá precisar nos anos seguintes de seu desenvolvimento. E para você, mamãe, o ato de amamentar também traz seus benefícios. Quando o aleitamento materno é iniciado logo na primeira hora pós-parto, a mamãe tem a redução do sangramento natural do parto, e o estímulo para a saída a placenta. Além disso: - Acelera o retorno ao peso natural; - Previne contra o Câncer de Mama; - Previne contra o Câncer de Ovário; - Previne contra o Câncer do Endométrio; - Previne contra a Osteoporose; - Previne contra Doenças Cardiovasculares. 8
  9. 9 Amamentar pode ser, em muitos casos, cansativo, trabalhoso, e pode ser aquela dificuldade para iniciar. Mas, depois que se começa, logo se verá que essa foi a atitude mais correta e segura, para você e para seu bebê. O aleitamento mate rno é o primeiro passo para uma vida saudável!
  10. 10 Por quê ajudar as mães amamentarem? Atualmente, as pesquisas demonstram que cerca de 80% das mulheres tem alguma dificuldade na amamentação. Pode parecer que a amamen- tação é um ato instintivo e natural, mas o marketing pesado para vender utensílios “facilitadores” de mamada e “complementos” alimentares para o bebê podem ser tentadores, associando ainda ao dinamismo vivido hoje em dia, são todos fatores que vão transformando a visão materna e, assim, quando esta enfrenta o desafio dos primeiros dias da amamentação pode desistir do processo e a amamentação, então, deixa de ser algo natural. O que é certo é que A mulher produz leite, e que o bebê vai sugar instin- tivamente. Mas a união destes dois fatores é um grande aprendizado. Um treino diário e noturno! Mulheres que não foram amamentadas tem maior chance de não amamentarem. As gerações de mamães mais novas, muitas vezes não foram amamentadas, mas receberam o alimento por outra via, mais comumente a tal da mamadeira. E em alguns casos nem as vovós foram amamentadas. Portanto, as mulheres mais próximas que normal- mente auxiliam, estimula, e ensinam como amamentar, não puderam ter essa experiência. E se este é o seu caso, e se ainda estiver ansiosa com a nova vida do pós- -parto, onde tudo é novo, é sempre bom você ter onde se apoiar, em quem se apoiar. Um verdadeiro ombro amigo. Pois nem sempre a amamentação será como do livro ou do vídeo no youtube, tudo lindo e perfeito. Sem choro, sem bebê esperneando, sem você sentir dor nas mamas. Mas pode ser assim lindo, sim! E porque não?! O primeiro passo é você saber que você pode amamentar. O segundo passo é você saber que sua amamentação pode ser tranquila sim! O terceiro passo é que você pode contar com ajuda profissional e rede de apoio para facilitar e transformar o processo!
  11. 11 Se preparando para amamentar. Precisa? Certamente você deve ter ouvido, em algum momento da sua gestação, que deveria preparar suas mamas para o dar de mamar. Certo? Isso faz com que muitas mamães massageiem as mamas, façam “exercícios” nas mamas e mamilos, esticando, enrolando, apertando, ou façam compressas quentes nas mamas para estimular a formação de leite. Mas nada disso é indicado! Fiquem ALERTAS, mamães. O seu corpo tem toda a capacidade necessária de se auto preparar tanto para o parto como para a amamentação. A formação do leite, sua composição, a descida do leite, não dependem de preparação alguma. Isso acontecerá no momento certo, sem você precisar “exercitar” sua mama. O ato de pensar que deve fazer algumas dessas manobras gera ansiedade e preocupação na mamãe, afinal, quantas de vocês foram ensinadas a fazer a essas manobras?
  12. 12 Portanto, ficar pensando se está fazendo da maneira correta, no período correto, gera mais estresse do que você deveria estar passando, e afinal, não trará resultado algum. Então livre-se destes pensamentos. Foque no seu parto, planeje ele com sua família e equipe que auxiliará você neste momento, e quanto a amamentação, o melhor preparo é a in- formação. O aleitamento materno deve ser pensado e planejado, e também dese- jado, se for a sua intenção. Pois você passará pela lactação por até dois anos ou mais de sua vida. Isso certamente implicará em mudanças no seu dia a dia, claro. Então obter o máximo de informações de qualidade acaba sendo uma prevenção para você e seu bebê. Busque informações com profissionais de saúde que trabalham com alei- tamento materno, há uma ampla rede interprofissional que pode cuidar de você mamãe, ela conta com doulas, enfermeiras, fisioterapeutas, fonoau- diólogos, médicos, odontopediatras e psicólogas. Procure relaxar, se sentir confortável em relação à amamentação, mentali- zar o processo e como será ajudará bastante quando chegar a hora.
  13. 13 Tenho leite? Este questionamento é um dos principais motivos que desencadeiam o desmame. Mas fique tranquila! Embora seja uma dúvida comum, não é algo simples de acontecer. Os casos em que a mulher não produz leite são raríssimos, e envolvem condições especiais da nutriz, ou casos específicos de cirurgias corretivas na mama. As mamas têm o desenvolvimento de seus tecidos, glandular e conjuntivo, na puberdade. E continuam seu desenvolvimento durante a gestação para se transformarem em órgãos produtores de leite. Quando termina o perí- odo gestacional, a mama está apta a produzir leite conforme a demanda de seu bebê, que chamamos de lactante. E esse desenvolvimento ainda continua dias após o parto., Esse processo se repetirá quantas vezes for necessário, na segunda gestação, terceira e assim por diante. Portanto, mesmo se você já amamentou uma vez, isso não quer dizer que não terá leite na próxima gestação. Tanto a produção como a ejeção do leite para fora da mama, são consequência de um verdadeiro ballet de hormônios. Sendo que dois deles são os principais, a prolactina que induz a produção de leite, e a ocitocina que induz a contração do alvéolos onde esse leite está depositado para fora da mama, e claro que com a sucção do bebê no peito. Existem outros hormônios que se envolvem neste mecanismo tanto para regular essa produção como inibir sua produção.
  14. 14 Agora uma dica importantíssima: Se nós sabemos que a produção de leite é “comandada” pelos hormô- nios, e como esses hormônios se alteram conforme nosso estado físico e mental, isso quer dizer que nossos sentimentos podem influenciar SIM na produção de leite. Pensamentos do tipo “será que terei leite?”, geralmente deixam a mamãe ansiosa, e essa ansiedade pode sim prejudicar a produção de leite, poden- do diminuir a produção ou em alguns casos até interromper a lactação. Por esse motivo, o momento da amamentação deve ser tranquilo, leve. Busque sempre estar relaxada, deixando os pensamentos ruins, e proble- mas do lado de fora. Sempre digo para as mamães que o momento de amamentar é único na sua vida e de seu bebê, deve ser curtido, contem- plado. É o momento de vocês dois! Ritual Procure ter um espacinho especial em casa para dar de mamar. Ouça uma música tranquila, que acalme você e seu bebê. Enquanto estiver amamentando, olhe seu bebê nos olhinhos, converse com ele, conte segredos, beije-o. Beije-o muito. Estes beijinhos que ele receberá enquanto mama, enquanto sente seu corpo quantinho, serão únicos em toda sua vida. Estes momentos especiais, quanto mais curtidos, quanto mais sagrados, mais estimularão você a produzir mais e mais leite. 14
  15. 15 Quando começo amamentar: pós-parto, na maternidade ou em casa? Bom, aqui vai outra dica, para quando você mamãe e família estiverem para escolher onde será o parto. Caso não faça o parto natural em casa, e opte por uma maternidade, certifique-se se o hospital maternidade que escolheu possui o selo “Hospital Amigo da Criança.” A iniciativa Hospital Amigo da Criança foi criada em 1991, pelas entidades da OMS e UNICEF. As unidades de saúde que obtiveram o selo devem seguir e praticar as iniciativas propostas por ambas. Portanto, certamente você, mamãe, estará em boas mãos! Todo Hospital Amigo da Criança deve seguir a publicação Dez Passos para o Sucesso na Amamentação, que são orientações e práticas que in- centivam as mamães a amamentarem e informa os profissionais de saúde a melhor forma de apoiar o aleitamento materno. DEZ PASSAOS PARA O SUCESSO NA AMAMENTAÇÃO 1 - Cumprir plenamente o Código Internacional de Marketing de Substi- tutos do leite materno e as relevantes Resoluções da Assembleia Mundial da Saúde. 2 - Assegurar que o pessoal (profissionais de saúde) tenha conhecimento, competência e habilidades suficientes para apoiar a amamentação. 3 - Discutir a importância e o manejo da amamentação com mulheres grávidas e suas famílias. 4 - Facilitar contato pele a pele imediato e ininterrupto e apoiar as mães a iniciarem a amamentação o mais rápido possível após o nascimento.
  16. 16 5 - Apoiar as mães para iniciar e manter a amamentação e superar as di- ficuldades mais comuns. 6 - Não fornecer aos recém-nascidos amamentados outros alimentos ou líquidos além do leite materno, a menos que seja uma indicação médica. 7 - Possibilitar que as mães e seus filhos permaneçam juntos e pratiquem alijamento conjunto 24 horas do dia. 8 - Apoiar as mães a reconhecerem e responderem aos sinais e reações dos bebês para a amamentação. 9 - Aconselhar as mães quanto ao uso apropriado de mamadeiras, bicos e chupetas. 10 - Coordenar a alta para que as mães e pais e seus filhos tenham acesso adequado a assistência e cuidados contínuos. Um dos passos mais importantes deste guia é sobre o início precoce da amamentação, que deve ocorrer dentro da primeira hora de vida do seu bebê. Assim, aumentamos as chances de uma continuação bem-sucedida da amamentação. Mas é bom a gente saber que existem alguns fatores que podem influenciar neste início da amamentação. Um fator muito importante é a via de parto que foi escolhida ou recorrida.
  17. 17 Quando são utilizados analgésicos no parto, boa parte dessas substâncias passam para a corrente sanguínea do bebê, com isso, alguns estudos demonstram que recém-nascidos de partos com analgesia, demoram al- gumas horas a mais para pegar no peito quando comparados aos recém- -nascidos sem uso de analgésicos ou anestésicos, sabendo disso, tenha um pouco mais de paciência se for seu caso. Quando estamos na sala de parto, e seja ela qual for, centro cirúrgico, quarto no hospital, sala humanizada ou sua própria casa, assim que seu bebê vier ao mundo, e principalmente você estiver bem, tranquila, preci- samos buscar o contato pele a pele entre vocês dois. Com esse primeiro contato de pele, é para termos a troca de sensações táteis, calor, cheiro, e claro, muito amor. Posicione seu pequenino apoiado em seu peito, essa proximidade muitas vezes estimulará o bebê a começar a fazer a busca pelo peito, e se estiver apta ou com o auxílio de alguém próximo, posicione o bebê na mama, e então a mágica começa. Esse primeiro contato, quando iniciado precocemente, vai permitir que seu leite comece a colonização tanto da pele e de todo o trato intestinal do bebê, trazendo os benefícios da segurança contra infecções. Além de inúmeros hormônios que auxiliarão no desenvolvimento gastrointestinal do recém-nascido, e que aumentarão sua capacidade de absorção a cada mamada. Então teremos benefícios psicoafetivos, orgânicos e fisiológicos. Portanto, quando iniciamos a amamentação dentro da primeira hora após o parto, iniciamos laços e benefícios que terão repercussão por toda a vida, sua e principalmente do seu bebê. Daí a tamanha importância de você se preparar para esse momento, e ter a sua volta uma equipe de apoio que esteja em sintonia com você e com o que se preconiza para uma ótima assistência ao parto e amamentação.
  18. 18 Meu leite parece fraco... Essa talvez seja a frase mais recorrente quando conversamos sobre Alei- tamento Materno. Seja como afirmação, seja questionando. E a mulher e principalmente a mamãe pensar isso, não há culpa nenhuma dela, pois a todo momento durante a maternidade a mulher é exposta e agressiva- mente empurrada à uma “campanha” massiva que nos leva a crer que realmente existe o tal leite fraco, e que com isso é preciso complementar o aleitamento com alguma outra alternativa que... adivinhe, é a fórmula artificial infantil que imita o leite materno. Seu leite materno. Seu poderoso leite materno. Seu completo e perfeito leite materno. Mas é natural que a mulher pode sim se deparar com algumas barreiras sociais, culturais e até políticas que tornarão sua amamentação compli- cada. Mas para isso, o melhor remédio é a informação de qualidade, e a preparação da mulher. Quando pensamos em uma amamentação de sucesso, temos que ter em mente a boa preparação da mamãe, iniciando na gestação e sempre enfa- tizando a importância nutricional de seu leite e as vantagens do seu leite em relação a qualquer outro tipo de alimento substitutivo do leite. Assim, com essa preparação no pré-natal, podemos prevenir diversos problemas como dor, ingurgitamento, mastites, ductos obstruídos... e consequente- mente baixo peso, baixo desenvolvimento, desnutrição infantil. A função do leite materno é prover ao lactante, seu bebê, toda energia e nutrientes necessários para seu crescimento e pleno desenvolvimento e nas quantidades próprias para cada fase, desde o nascimento até os seus seis meses de vida. Dentro destes seis meses seu filho tem necessi- dade exclusiva de se alimentar do leite do seu peito! Não há necessidade alguma de oferecer ao bebê água, chás, soluções açucaradas ou outros leites, como fórmulas infantis artificiais, leite de caixinha, leite de vaca ou de qualquer outro animal. Agora quando falamos de bebês prematuros, ai
  19. 19 sim pode haver a necessidade de complementação com fórmula, o que será discutido com a pediatria. Você já deve ter ouvido a expressão: “o leite materno é uma substância viva” e ela é absolutamente verdadeira! Pois você, mamãe, tem a capacidade de produzir diversos leites, que irão diferir na sua composição, cor, e finalidade. Essa incrível capacidade do corpo humano ocorre desde a gestação até o desmame, e ainda durante a mamada, o leite do inicio é totalmente diferente do leite que é produzido ao final da mesma mamada, e de acordo com as horas do dia. Didaticamente, nós dividimos o leite em 4 estágios: - Leite precoce: ocorre até cerca de 20 dias antes do parto; - Colostro: é a primeira secreção e ocorre na primeira semana pós-parto; - Leite de transição: na segunda semana pós-parto; - Leite maduro: ocorre a partir da segunda semana até o desmame. Se colocarmos em um copinho o leite materno e olharmos com um micros- cópio, nós teremos três frações: uma de emulsão, onde se concentram os óleos, gorduras, ácidos graxos livres, vitaminas, ou seja, toda substância li- possolúvel; a outra fração é de suspensão, onde ficam as proteínas e quase a totalidade de cálcio e fósforo; e por fim a solução, onde se concentram as substâncias hidrossolúveis, como vitaminas, minerais, carboidratos, proteínas do soro, enzimas e hormônios, e claro a água, que corresponde
  20. 20 a cerca de 80% do volume do leite, ou seja, suficiente para matar a sede de qualquer bebê. Os estudos mais atuais demonstram que no leite materno existem mais de 200 substâncias, ainda nem todas foram completamente estudadas. As primeiras mamadas do bebê são de colostro, aquele leite de cor mais amareladinha. O colostro e é um leite rico em proteínas e possui menos carboidratos e gorduras. Isso é de suma importância, pois esse leite é muito especial para o início da vida de todo ser humano. Além dessas características nutricio- nais, no colostro se concentra grande parte de substâncias responsáveis pela proteção contra agentes “estranhos” ao corpinho do bebê, que são os anticorpos, e no colostro já estão presentes os anticorpos do tipo sIga, além de fatores de crescimento, lactoferrina, citocinas anti-inflamatórias e muito mais. Basicamente, tudo o que seu corpo, mamãe, entrou em con- tato e gerou uma resposta e memória imunológica, passará para seu filho. Portanto, além de alimentar o seu bebê, o seu leite está oferecendo também uma espécie de guia de como se proteger frente aos diversos agentes patogênicos que ele enfrentará nos próximos dois anos de vida.
  21. 21 Chupeta e mamadeira, pode? É claro que toda decisão que você mamãe tomar, deve ser respeitada. Seja ela em relação ao seu corpo ou seu filho. Mas um dever nosso, como pro- fissional de saúde, e especialmente no meu caso, como odontopediatra e consultor em aleitamento materno, é orientar em relação aos prós e con- tras para que você possa, de maneira consciente e munida de informação, tomar a sua decisão. V a m o s pe n s a r a l é m d e s se s a pe t rec h o s Você já reparou que quando seu filho nasceu, ele tinha o queixinho bem retraído? Nós chamamos essa característica de retrognatismo, e isso é comum a todo ser humano. Pois se nós tivéssemos a mandíbula bem de- senvolvida, na hora do parto, pensando no parto natural vaginal, daria muito trabalho para conseguirmos sair. Deu até um arrepio né? Viu como a natureza é perfeita! Ok, mas depois que nascemos, não podemos ficar com mandíbula “atra- sadinha” em relação aos demais ossinhos da face. É preciso que ela se desenvolva, e logo, para que toda face do bebê possa continuar seu de- senvolvimento e crescimento de maneira harmônica. E quem você acha que vai ajudar e muito nesse desenvolvimento? Ahaammm. Isso mesmo. O aleitamento materno! Pois quando o bebê é alimentado no peito, ou seja, ele mama. Ele é obri- gado a fazer muito exercício para conseguir a fazer a ordenha do leite na sua mama. É o aleitamento materno responsável pelo desenvolvimento do padrão de trabalho e movimentação dos músculos mastigatórios, e por isso no correto estabelecimento do padrão de deglutição e respiração.
  22. 22 Quando o bebê não é alimentado via mama, teremos um hi- podesenvolvimento de todo o conjunto mastigatório, assim como falha na adequação da deglutição e da fala, e também a alterações de respiração e má oclusão. Quando falamos de bicos de mamadeira, chupetas, ou qualquer outro dis- positivo de sucção para o bebê, em comum todos eles terão a presunção de tentar se parecer com o bico do peito, o mamilo. Agora me diga você mamãe, em que uma chupeta ou bico de mamadeira tem de igual ao seu mamilo? Absolutamente nada. Seu corpo, sua mama, seu mamilo, e seu leite, são únicos na vida! E aquela história de bico ortodôntico, pode? Não. Não existe bico ortodôntico! Existem apenas bicos de borracha, silicone. São todos bicos, em formatos diferentes, mas bicos. Então toda chupeta ou mamadeira irão interferir no desenvolvimento natural das estruturas do sistema estomatognático (ossos e músculos da face e pescoço), e na adequação das funções orais. Além de atrapalharem no desenvolvimento harmônico do bebê, estes ape- trechos podem causar uma confusão na percepção do bebê quando está sugando. Pois se para ele conseguir extrair o leite da mama é preciso fazer uma série de movimentos coordenados e repetidos, quando o bebê suga um bico de borracha, seja ele chupeta ou mamadeira, os movimentos que ele faz são extremamentes simples, e não há necessidade de se fazer es- forço para extrair algo. Por mais que seja a mamadeira que o bebê esteja sugando. Faça você um teste. Vire de cabeça baixo uma mamadeira e aperte um pouco, sem muito esforço, certamente irá cair o líquido. Sendo muito mais fácil que conseguir ordenhar uma mama para extrair leite.
  23. 23 Então se o bebê faz uso de chupeta ou mamadeira, e mama no peito, com o tempo ele deve começar a reproduzir na mama o mesmo padrão de sucção que faz nos bicos artificiais. E como não é uma sugada eficiente para o peito, deverá sair menos leite que o convencional, e isso irritará o bebê. O bebê irritado com a pouca saída de leite da mama, ou seja, ma- mando menos que o necessário, é um bebê que se cansa muito facilmente, e acaba ficando com fome muito rápido. Essa sequência de acontecimentos, com o tempo, vai levando o bebê a preferir a mamadeira, muito mais fácil, ao peito. E uma mama que é su- gada cada vez menos, ou seja, que a demanda vai diminuindo, ela conse- quentemente irá produzir cada vez menos leite. Com o tempo nós teremos um desmame precoce. O que será prejudicial também para o pleno desen- volvimento do bebê. Então, respondendo o questionamento, chupeta e mamadeira, pode? Acredito que para tomarmos essa decisão de oferecer chupetas e mamadeiras aos bebês, devemos ter consciência de que estes objetos não trarão nenhum benefício, pelo contrário, são ótimos em atrapalhar. Mas você pode perguntar o que fazer para acalmar seu bebê na hora do choro. E vou dizer, que nada é melhor que seu colo, com o seu cheiro, com o seu calor, e recebendo milhares de beijos. Seu filho nunca se esquecerá de como isso é bom. Bem melhor que chupeta.
  24. 24 Meu peito DÓI, muito! A dor nas mamas em aleitamento são muito comuns se conversarmos com diversas mamães que passaram pela amamentação, o que não significa que a dor deva ser parte deste processo. Muitos desses casos ocorreram porque essas mamães infelizmente não puderam ser aconselhadas por um profissional capacitado, e tiveram que enfrentar a amamentação sozinhas. A queixa de dor, muitas vezes se concentra nos mamilos, e é um dos pro- blemas mais relatados. Podendo causar extremo desconforto, frustração esse não corrigidos, levar ao desmame precoce. Embora os relatos de dor possam ser comuns por estes motivos mencionados, nós precisamos rei- terar que a amamentação não deve provocar dor e muito menos lesões nos mamilos. Dor e amamentação não precisam andar juntas! 24
  25. 25 Vamos entender o porque em alguns casos essas dores ocorrem: existem muitos fatores que podem influenciar na ocorrência de dor. Vão desde o preparo que a mamãe recebeu durante sua gestação, ao apoio do marido e família, ao preparo da equipe de saúde que estará auxiliando a mulher, também à anatomia da mama e mamilos, forma como o bebê está posi- cionado na hora da amamentação, e também a anatomia oral do bebê e principalmente a anatomia do freio lingual do bebê. Como já vimos anteriormente, quando a mamãe foi bem informada e prepa- rada para o momento da amamentação, ela deve estar menos ansiosa, mais calma e munida das técnicas apropriadas para posicionar seu bebê. Esse fator diminui muito as chances de desenvolver dor e causar danos mamilares. E quando a mulher tem total apoio do seu entorno, marido, mãe e amigas, isso à fortalece, encoraja e estimula. Fazendo com que a mulher, que está sendo o alicerce desse novo ser, encontre acolhida e possa dividir um pouco sua res- ponsabilidade. Isso parece simples, mas diversos estudos demonstram que quando mais apoio a mulher recebe durante a amamentação, maiores são suas chances de não desmamar precocemente. Ritual Como costumo sempre orientar que você, mamãe, reserve um cantinho especial em sua casa para amamentar, onde você esteja em silêncio, longe dos problemas rotineiros da casa. Para que o momento de amamentar seja sagrado. E você possa se concentrar, esvaziar a cabeça, relaxar seu corpo, e deixar a química acontecer. 25
  26. 26 Conectando-se com seu filho através da amamentação, curtindo de verdade esse momento e fazendo com que isso se torne uma rotina, pelo menos neste começo. Procure conversar com seu bebê enquanto ele mama, dizendo que o ama profundamente, e que ele seja gentil com você também. Sempre digo que a amamentação deve ser boa para ambos. Não adianta seu bebê estar mamando tranquilamente e bem, mas você posicionada quase de cabeça para baixo, ou sentido dor. Se não estiver sendo bom para um dos dois, algo não está certo, e precisamos saber identificar e corrigir. Em relação às mamas, vamos pensar que existem diversos formatos de mama, e que todas produzem leite de maneira igual. Seja uma mama que já naturalmente grande, ou mamas menores, com aspecto de vazias, de nada terão influência na produção do leite, pois o mecanismo de como isso ocorre não leva em conta sua anatomia. Mas pode influenciar um pouco na dificuldade que o bebê terá em ordenhar a mama. Em mamas muito cheias, o que geralmente ocorre na apojadura do leite, ou mais comum conhecido como descida do leite, o bebê pode escorregar com mais facili- dade, por isso deve estar bem posicionado na hora de mamar, tendo apoio correto de seu corpinho e cabeça, e estando bem alinhado com o corpo da mamãe, o chamamos de barriguinha com barriga. Mais que o formato das mamas, a anatomia do mamilo pode influenciar na pega do bebê. Para entender essa influência, vamos pensar, o que vai dentro da boca do bebê para ele poder retirar o leite? Se você pensou mamilo, está certa, mas não deve ir somente o mamilo, e sim boa parte da aréola, pois é no entorno do mamilo que se concentram as bolsinhas onde o leite está, e são chamados de seios lactíferos, bem abaixo da aréola. No mamilo se concentram os ductos que levarão o leite para fora, com a ajuda da sucção do bebê da ocitocina que fará com que esses ductos se contraiam. E além deste ductos, muitos, muitos nervos, e é por isso que o mamilo é extremamente sensível.
  27. 27 Então quando o bebê só abocanha o mamilo, ele não está pressionando os seis lactíferos, mas somente ductos e nervos, e isso provocará dor. Pois não sairá tanto leite quanto necessário, estressando cada vez mais o bebê, e então ele fará mais exercício que o necessário, sem eficiência, e pode acabar apertando, esticando e consequentemente formando fissuras ou até lacerando o mamilo. As fissuras e lacerações no mamilo são responsáveis por dores intensas. E se não corrigidos os motivos que levaram a estas lesões, a mamãe con- tinuará sentindo cada vez mais uma dor insuportável, fazendo com que cada mamada seja uma tortura, e essa sensação fará com que a mamãe vá dar mamar esperando sentir dor, e isso consequentemente reduzirá a capacidade de produzir leite. Posicionar o peito dentro da boca do bebê evita todo esse desconfor- to. Dessa maneira, quando for ofe- recer o peito, esteja calma, deixe a ansiedade de lado, e aguarde até que o bebê abra totalmente sua boquinha, sendo mais fácil encai- xar o mamilo bem lá no fundo, fa- zendo com que além do mamilo, se encontre dentro da boca também boa parte da aréola. Uma dica valiosa é não oferecer o peito segurando a mama com a mão em formato de tesoura, com o mamilo entre os dedos indicador e médio. Isso reduz a quantidade de aréola que o bebê irá abocanhar e também pode acabar entupindo algum ducto, o que também trará desconforto.
  28. 28 Mas quando for segurar a mama para o bebê abocanhar, segure com a mão em formato de “C”, com a palma da mãe apoiando toda a mama. Assim é muito mais confortável e fácil de orientar a pega do bebê. Alguns mamilos podem tornar todo esse movimento de pega mais fácil, e outros com um pouco mais de dificuldade. Didaticamente, dividimos os mamilos em quatro grupos, de acordo com sua anatomia: Para o bebê ter sucesso na sucção, uma característica importante é a protractilidade, o que nada mais é que a capacidade de o mamilo esticar durante a sucção. Os mamilos protusos se contraem facilmente. Já o ma- milo plano vem pouco para fora, daí a necessidade de conseguir ofertar a mama em postura correta. Quando temos o mamilo invertido, esse pode sim apresentar muita dificuldade na amamentação. Nestes casos é im- portante a mamãe ter um auxílio inicial com um profissional capacitado, pois quando o bebê abocanha a aréola, indicamos a mamãe continuar segurando a aréola com a mão em formato de “C”, e sustentar o bebê confortavelmente durante toda a mamada. Em alguns casos, ensinamos a mamãe fazer a ordenha do leite e oferecer na colherzinha ou copinho, e continuar a fazer a ordenha do leite, esti- mulando assim a produção contínua do leite. Também os mamilos muito longos ou grandes, podem oferecer alguma dificuldade para o bebê fazer a pega, principalmente nos primeiros dias pós-parto. Pois muitas vezes o Mamilos normais ou protusos Mamilos planos Mamilos compridos Mamilos invertidos
  29. 29 bebê o bebê apresenta uma boquinha muito pequena, e ele também está aprendendo a mamar, não tendo ainda uma sucção forte o suficiente. Estes casos relacionados à anatomia do mamilo e a dificuldade do bebê em fazer a pega estão muito relacionados às ocorrências de dor e descon- forto. Mas com um posicionamento correto e técnica, é possível “driblar” essa dificuldade e conseguirmos não desenvolver dor. Em relação ao bebê, quando ele acabou de nascer é muito comum ter uma boquinha muito pequena, o que rapidamente o desenvolvimento irá com- pensar, mas uma característica importante de se observar é a movimenta- ção da língua do bebê. Pois ela é a “rainha” da ordenha. A língua é quem faz todo movimento peristáltico, responsável por massagear a mama na parte inferior, fazendo a ordenha e trazendo o leite da mama, passando pela boquinha e caindo no esôfago. Quando essa língua não faz o movi- mento correto, o bebê não se satisfaz completamente, pois não consegue retirar todo o leite que necessita, e também pode acabar lesionando o mamilo. Essa incapacidade de movimentação da linguinha muitas vezes, e na verdade quase que sempre, é por conta da anatomia do freio lingual do bebê. O freio lingual é uma estrutura normal, e que todos nós temos, porém em alguns casos a anatomia do freio restringe os movimentos da língua, por estar aderido muito próximo da ponta da linguinha, e ser muito fibroso. Para diagnosticar casos de freio língual que interferem na amamentação é importante a observação de um profissional muito bem capacitado para perceber todos os movimentos da língua, a pressão que a mesma faz, e a anatomia do freio, normalmente odontopediatras e fonos são os mais co- muns para esse diagnóstico. Mas a mamãe também pode perceber algumas características que indi- quem essa alteração. O primeiro passo é perceber se você está com al- guma dificuldade, e sentindo dor na hora de dar de mamar. A partir daí perceber outras características, pois é muito comum o bebê fazer um som de “estalido” com a linguinha na hora que está mamando. Outra carac- terística é observar o formato da linguinha, o mais comum é formatinho
  30. 30 de coração na pontinha da língua quando se tem freio lingual alterado, ou quando o bebê chora, tem muita dificuldade em erguer essa lingui- nha ou projetar ela para fora da boca. A correção dessa alteração pode ser feita por odontopediatras ou médicos, por meio de uma cirurgia sim- ples, chamada de frenoplastia. A correção é imediata e o alívio na hora de amamentar também. Mas quando se trata de desconforto em relação à amamentação, precisamos diferenciar o desconforto no início da ama- mentação destes demais descritos. Pois é muito comum e até natural o desconforto nos primeiros dias pós-parto. Esse desconforto não deve ser dor, mas um verdadeiro incômodo. Não deve chegar a desenvolver alguma lesão no mamilo. Chamamos de dor transitória. A dor transitória se restringe aos primeiros 10 dias, podendo se estender até 14 dias pós-parto. Diminuindo conforme o bebê vai ficando experiente na sucção, a mama vai diminuindo de volume após a apojadura. Esse desconforto inicial está muito relacionado ao ingurgitamento mamário fisiológico, ou seja, natural e comum e que é um indicio da apojadura do leite. Nele a mama fica ligeiramente aumentada, tanto mamãe como bebê podem ter alguma dificuldade para fazer a pega. Mas assim que há a descida do leite, essa dificuldade deve passar, e o desconforto também. Porém, quando essa dificuldade não é resolvida, podemos passar ao ingurgitamento patológico. Nele a mama fica muito aumentada, dolorosa, endurecida, e brilhante. Isso ocorre porque o bebê não está conseguindo retirar todo o leite da mama, enquanto mais leite está sendo produzido no momento da ama- mentação. Neste estágio a mamãe pode sentir além do desconforto local na mama, mal-estar, e se fizer febre, é um sinal de alerta.
  31. 31 Quando o ingurgitamento mamário não é resolvido, pode evoluir para uma condição bem séria e que requer atenção especial, que a mastite. A manei- ra de prevenir o ingurgitamento mamário é iniciar a amamentação o quanto antes, e amamentando em livre demanda, se atentando para a técnica e pos- turas corretas. No caso da mastite, é uma inflamação mais séria, e em alguns casos requer um olhar mais técnico e tratamento com prescrição medicamentosa. A mastite pode ser causada por diversos fatores: colocar horários regula- res para mamar, redução das mamadas, uso de chupetas e mamadeiras que atrapalhem o bebê na sucção da mama, não esvaziamento da mama, desmame abrupto. Durante o período em que ocorre a mastite, o bebê pode recusar o peito, e isso ocorre porque há alteração da composição do leite, alterando o gosto, ficando mais salgado. Nestes casos, é importante a mamãe saber que precisa de ajuda, pois se a mastite não é resolvida, pode evoluir para um abcesso mamário, condição grave e que requer pro- cedimento cirúrgico local e breve interrupção do aleitamento. Quando realizamos o manejo da lactação, ou seja toda a atenção à mamãe quando necessário e requerido na amamentação, precocemente, pode- mos prevenir as complicações mamárias, com um diagnóstico e tratamentos eficazes aumentando a confiança da mamãe, aumentando nossas chances de realizar o aleitamento materno exclusivo e em livre demanda até os seis primeiros meses, e complementar até pelo menos os dois anos de idade da criança. 31
  32. 32 Qual a melhor posição para amamentar? A melhor posição para amamentar é aquela que você se sente confortá- vel e consegue dar de mamar. Mas existem algumas técnicas que ajudam bastante, principalmente no início da amamentação, e se a mamãe for de primeira viagem. Em alguns casos, e dependendo da via de parto, pode ser um pouco mais complexo encontrar uma posição confortável, e nestes casos a orientação é ter por perto a equipe de enfermagem, se o parto tiver sido em hospital, ou doulas se for em casa. Ter à disposição uma cadeira com braços, travesseiros, almofada de ama- mentação ou até cobertores para apoiar tanto o bebê como o braço da mãe pode ser muito útil, especialmente se a mamãe veio de um parto cesárea. Variar as posições pode ser útil também, gerando mais conforto tanto para a mamãe como para o bebê. Vamos tentar algumas... 32
  33. 33 Posição deitada É a posição mais comum no pós-parto. A mamãe está deitada com suas costas apoiadas nos travesseiros. E também pode ficar deitada de lado, com apoio para a cabeça da mamãe. Nesta posição, mamães com as mamas muito grandes Posição sentada com o bebê na posição clássica Mais comum para amamentar senta- da em cadeira ou poltrona, mantendo o apoio das costas, para que fique confor- tável. Tente evitar se inclinar para frente, o que fará com que gere muito esforço nas costas. Uma dica muito boa é manter também os pés em poios, seja de almo- fadas ou banquetinha. Nesta posição, o ou muito pequenas pode ser um boa alternativa, pois a mama se torna mais fácil para o bebê fazer a pega. E também é muito boa para a mamãe quando estiver cansada, pois ficará em apoio constante enquanto ama- menta. O ponto importante desse posição é manter a cabeça do bebê ligeiramente elevada, tanto se o bebê estiver apoiado nos braços da mãe ou deitado ao seu lado, apoiado na cama. bebê deve ser colocado diagonalmente em relação ao corpo da mãe, com sua barriguinha voltada para a barriga da mãe, e com seus bracinhos abra- çando a mamãe. Uma mãozinha apoiada no peito, e a outra dando a volta pelo tronco da mamãe. Lembre-se de manter o corpo do bebê alinhado com a cabeça. Nessa posição fica muito fácil da mamãe segurar o bebê com um braço e a outra mão oferecer a mama com a mão em “C”.
  34. 34 Posição descontraída ou Laid-back Essa é uma posição mais instintiva, e talvez a que permite maior liberdade para a mãe. A mamãe deve ficar levemente deitada, com as costas apoia- das, relaxada. Mantendo sempre o apoio nos ombros, cabeça e braços. O bebê fica posicionado em cima da mãe, na posição longitudinal, ou seja, com as perninhas no mesmo sentido das pernas da mamãe. A mamãe fica assim com suas mãos livres, podendo ou não apoiar o bebê. Nessa posi- ção muito difícil o bebê requerer algum auxílio para fazer a pega. Quando a mãe acabou de realizar o parto, ou está em casa, recomendamos que a mamãe fique sem a camisa, e que o bebê também fique peladinho, pro- movendo assim o contato pele a pele. Posição sentada com o bebê na posição invertida Essa é uma variação da postura anterior, e tem um motivo importante. Nela a mamãe se posicionará sentada igual a anterior, com as costas apoiadas, mas a postura do bebê é invertida, com suas perninhas voltadas para trás do corpo da mamãe, e a barriguinha do bebê fica encostada nas costelas da mãe. Assim a cabeça do bebê fica apoiada na mão da mamãe. Essa postura é indicada quando temos mamas muito grandes, ou mamilos em formatos que sejam mais difíceis de se fazer a pega corre- ta, ou quando estamos com ductos obstruídos. Mantenha um travesseiro abaixo de seu braço, como apoio, será mais confortável.
  35. 35 Posição sentada com o bebê na posição de cavalinho Essa é uma posição especial, indicada para bebês com refluxo gastresofá- gico, ou bebês com fenda lábio palatina ou fissura labial, e ainda os casos de bebês com retrognátismo severo. Nela a mamãe se manterá sentada, de maneira confortável e levemente inclinada à frente, e colocaremos o bebê sentadinho com as perninhas abertas em uma das pernas da mamãe, como se estivesse montado no cavalo. A mamãe irá sustentar a cabeça, pescoço e tronco do bebê com uma de suas mãos, e com a outra oferecer a mama, mas de maneira diferente. Deve apoiar a mama com a palma da mão, e o dedo indicador e polegar apontam para o queixo do bebê, ser- vindo de apoio. Lembre-se, essas são técnicas que promovem e auxiliam a mulher no aleitamento materno. Mas se você amamenta em qualquer outra posição, sem dor, sem dificuldades, e o bebê não apresenta dificuldade ou irritabilidade, não se preocupe em modificar o seu método. O mais importante é que a amamentação seja boa tanto para você, como para seu filho.
  36. 36 Meu bebê não suga direito. E agora? Este é um questionamento muito importante. Pode ser dito também como “meu bebê se recusa a mamar”. Certamente quando isso ocorre, algo não está sendo bom para o bebê. Ele pode estar com alguma dificuldade, uma queixa, ou com algum problema sério de saúde. Essa situação requer uma atenção especial da mamãe, e é preciso buscar ajuda profissional. O bebê recusar o peito pode ser um sinal de que está doente, podendo ser uma infecção, por exemplo, ou algum dano sério, como uma lesão cerebral. Pode ser ainda que o bebê esteja com dificuldade para respi- rar enquanto mama, tendo algum probleminha no nariz ou na boca. Mas pode ser ainda aquela normal dificuldade inicial do bebê nos primeiros dias tanto para fazer a pega como para estar com a sucção forte, por isso requer também um olhar atento do profissional. Quando o bebê está doente, ele pode apresentar outros sinais em conjun- to com a dificuldade em pegar o peito, ou a recusa do peito. Pode apresentar: - Vômito - Diarreia - Sonolência - Icterícia - Convulsões Quando o bebê está resfriado, pode ter dificuldade em manter a mamada e respirar. Nesses casos a mamãe deve fazer a limpeza e desobstrução das narinas antes de cada mamada. Se este for o real motivo, imediatamente o bebê apresentará melhor aptidão para mamar e fazer a sucção. Existem ainda alguns casos, não tão recorrentes, onde a ejeção do leite é muito forte, e sai um grande volume de leite quando o bebê suga ou a mãe faz a ordenha. Nestes casos é comum o bebê engasgar, e ter a boca muito
  37. 37 cheia de leite e não conseguir deglutir. Se isso ocorrer com frequência, o bebê tente a negar o peito, pois é como se estivesse com medo de engas- gar. Quando isso ocorre, é muito interessante que a mamãe faça a ordenha do leite antes de iniciar cada mamada, assim a saída do leite não será tanta e as mamas não estarão tão cheias quando o bebê iniciar a sucção. Uma dica importante é oferecer uma mama por mamada apenas, e na mamada seguinte a outra mama. Assim passaremos a regular com mais controle a produção exacerbada de leite. Alguns outros fatores são também importantes de analisarmos nos casos em que o bebê não consegue sugar com eficiência, ou recusa o peito: - Se o bebê está recebendo leite por mamadeira também, o que pode cau- sar a confusão de bicos; - Se o bebê possui um freio lingual que restringe os movimentos de língua. Isso fará com que o bebê se canse muito rapidamente de recuse o peito; - Casos em que a mamãe e bebê foram separados por um intervalo de tempo; - Se demorou muito para iniciar a amamentação no pós-parto; - Quando há alguma mudança abrupta na rotina do bebê e da mãe; Em todos estes casos recomendamos que a mamãe busque um auxílio profissional. É importante manter mãe e bebê o mais próximo possível de tempo, para que este contato estimule o bebê a buscar o peito e ocorra a amamentação em livre demanda. E que até que a amamentação esteja normalizada, a mamãe continue fazendo a ordenha do leite, para estimular a produção de leite, e possa oferecer seu próprio leite em copinho ou co- lher. E se estiver fazendo uso de apetrechos como chupeta e mamadeira, que o uso seja suspenso.
  38. 38 Mamães, Este Guia Básico é uma introdução ao universo da Amamentação. Com ele nós esperamos que você tenha recebido informação que possa te auxiliar neste momento tão especial e único. Saiba que existem profissionais espe- cialistas e capacitados que podem te dar todo o apoio necessário. A amamentação é o primeiro passo do homem para uma vida saudável. Pratique. Defenda. Estimule.
  39. 39 DR. GLADSON GUARCHE ODONTOPEDIATRIA
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