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v.13, n. 1, jan/mar 2014 33
Obesidade e síndrome dos ovários policísticos: vínculo
fisiopatológico e impacto no fenótipo das pacientes
Obesity and polycystic ovary syndrome:
pathophysiological link and impact on patients’ phenotype
Lenora Maria C. S. M. Leão*
Resumo
A síndrome dos ovários policísticos (SOP) é uma desordem endócrina complexa, frequentemente observada
em mulheres na faixa de idade reprodutiva. Embora sua etiologia permaneça pouco esclarecida, há crescentes
evidências de que a resistência à insulina e à hiperinsulinemia compensatória desempenha um papel central
na patogênese da desordem. A resistência à insulina é intrínseca à síndrome, porém, sobrepeso, obesidade e,
particularmente, obesidade central podem exacerbá-la, com possíveis consequências no fenótipo da desordem.
A prevalência exata de obesidade em portadoras da síndrome dos ovários policísticos é desconhecida, saben-
do-se, contudo, que o aumento de adiposidade global e visceral é bastante comum nestas pacientes e parece
variar com a idade, raça, fatores genéticos e ambientais. Alguns estudos sugerem que a obesidade apresenta
pouco impacto nos sinais, sintomas ou desenvolvimento da síndrome dos ovários policísticos, outros, porém,
demonstram que o excesso de peso e o acúmulo de gordura intra-abdominal podem agravar a hiperandrogene-
mia, distúrbios menstruais, anovulação crônica, hipertensão arterial e algumas anormalidades metabólicas tais
como dislipidemias e intolerância à glicose, elevando o risco de infertilidade, diabetes mellitus, aterosclerose e
doença cardiovascular clínica/subclínica. A obesidade nestas pacientes também tem sido associada à redução de
resposta aos tratamentos para infertilidade, elevação do risco de complicações gravídicas, câncer de endométrio
e comorbidades psicológicas. A redução do peso corporal através de mudanças comportamentais, medicamentos
ou cirurgia bariátrica representa, portanto, a primeira linha de abordagem terapêutica em mulheres obesas porta-
doras da síndrome dos ovários policísticos. Em resposta à diminuição da adiposidade, há melhora na resistência
à insulina e hiperandrogenemia com benefícios em diversos parâmetros, especialmente naqueles relacionados
aos distúrbios reprodutivos e metabólicos.
Descritores: Síndrome dos ovários policísticos; Resistência insulínica; Obesidade; Fenótipo; Fisiopatologia.
Abstract
Polycystic ovary syndrome (PCOS) is a complex and common endocrine disorder affecting reproductive-aged
women. The etiology of polycystic ovary syndrome remains unclear but increasing evidence supports a central role
of insulin resistance and its compensatory hyperinsulinemia in the pathogenesis of the syndrome. Insulin resistance
is inherent to PCOS, however, it can be exacerbated by overweight, obesity and especially by central obesity, with
possible consequences on the syndrome phenotype. The exact prevalence of obesity in women with polycystic
ovary syndrome is not known, however, higher global adiposity and increased amounts of visceral adipose tissue
are commonly observed in these patients seeming to vary with age, race, genetic and environmental factors.
Although some studies suggest that obesity has little impact on symptoms, features or development of polycystic
ovary syndrome, many data report that excess body weight and visceral fat accumulation may worsen certain
aspects of the phenotype including biochemical hyperandrogenemia, menstrual disorders, chronic anovulation
and some metabolic abnormalities such as dyslipidemia, glucose intolerance and hypertension, raising the risk
for infertility, diabetes mellitus, atherosclerosis, clinical and subclinical cardiovascular disease. Obesity in women
with polycystic ovary syndrome has also been associated with a poor response to infertility treatment, high risk
for pregnancy complications, elevated risk for endometrial cancer and increased psychological comorbidities.
Therefore, weight loss with lifestyle therapy, pharmacological treatment and bariatric surgery is considered the
first-line therapy in obese women with polycystic ovary syndrome. Weight loss improves insulin resistance and
hyperandrogenism with benefits in many features, especially metabolic and reproductive abnormalities.
Keywords: Polycystic ovary syndrome; Insulin resistance; Obesity; Phenotype; Pathophysiology.
*
Endereço para correspondência:
Departamento de Medicina Interna.
Faculdade de Ciências Médicas. UERJ.
Av. Boulevard Vinte e Oito de Setembro, 88
Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
E-mail: lenora_leao@yahoo.com.br
Revista HUPE, Rio de Janeiro, 2014;13(1):33-37
doi:10.12957/rhupe.2014.9796
34 revista.hupe.uerj.br
Introdução
A síndrome dos ovários policísticos (SOP)
é uma desordem heterogênea, de etiologia não
estabelecida, que apresenta agregação familiar
e acomete de 4 a 18% das mulheres em idade
reprodutiva na dependência do critério utilizado
para o diagnóstico.1-3
Segundo proposta do National Institutes of
Health, o diagnóstico da SOP fundamenta-se no
achado de oligo-anovulação associada ao hipe-
randrogenismo clínico e/ou bioquímico, após
afastamento de etiologias já estabelecidas para
estas condições. De acordo com o Consenso de
Rotterdam, elaborado pela Sociedade de Em-
briologia e Reprodução Humana Europeia e pela
Sociedade de Medicina Reprodutiva Americana,
utilizado atualmente por cerca de 80% dos es-
pecialistas, o diagnóstico baseia-se na presença
de dois dentre três dos sinais: oligo-anovulação,
hiperandrogenismo clínico e/ou bioquímico e/ou
morfologia ovariana policística, excluindo-se as
etiologias relacionadas.4
Embora a oligo-anovulação, o hiperandroge-
nismo e a morfologia ovariana policística repre-
sentem os sinais cardinais para o diagnóstico,
observam-se frequentemente nestas pacientes
importantes alterações psíquicas5
e incidência
elevada de condições diretamente relacionadas
à resistência à insulina (RI) tais como obesidade,
dislipidemias, intolerância à glicose, diabetes
mellitus tipo 2 (DM2), hipertensão arterial,
síndrome metabólica, inflamação e disfunção
endotelial, o que eleva significativamente o risco
de doença cardiovascular neste grupo.6,7
De fato,
já foi estabelecido que 25 a 50% das portadoras
de SOP, independente da presença de obesidade,
apresentam algum grau de RI nos tecidos muscu-
lar e adiposo relacionado a alterações intrínsecas
nos receptores da insulina que incluem mutações
no gene do receptor, excesso de fosforilação
dos resíduos da serina, depleção de adenosina e
deficiência do fator de transcrição PPAR-gama.8
O excesso de peso nestas pacientes é comum
e parece variar com a idade, raça e fatores ambien-
tais. Em um estudo americano, a prevalência de
obesidade elevou-se de 51 para 74%, respectiva-
mente, nos períodos de 1987-1990 e 2000-2002,
acompanhando o ganho de peso da população
geral, porém, descreve-se que apenas 14% das
pacientes italianas e 30% das espanholas são
obesas e que, apesar do índice de massa corporal
(IMC) ser significativamente maior nas mulheres
com SOP quando comparado a mulheres normais,
76% das croatas e 42% das indianas com a síndro-
me apresentam IMC inferior a 25 kg/m2
.9,10,11
Na
casuística do Hospital das Clínicas de São Paulo
observa-se que 36% das portadoras de SOP são
obesas, 27% têm sobrepeso e 37% apresentam
IMC normal. O aumento da adiposidade é par-
ticularmente intraperitoneal/mesentérico,12
que
pode ser detectado em adolescentes,13
tende a se
agravar com a idade e parece ser mais acentuado
em mulheres da raça negra.14
Algumas publicações sugerem que a obesida-
de tem discreto impacto nos sintomas ou desen-
volvimento da SOP,9
enquanto outros demonstram
que o excesso de peso, especialmente o acúmulo
de gordura intra-abdominal, pode exacerbar
algumas manifestações da desordem incluindo
a ansiedade, depressão, hiperandrogenismo e
particularmente as alterações menstruais, de
fertilidade e distúrbios metabólicos.15
Vínculo fisiopatológico entre a
obesidade e a síndrome
As inter-relações entre obesidade e SOP são
complexas, porém, as evidências indicam que RI e
hiperandrogenismo representam o elo entre estas
duas condições. Estudos em fêmeas demonstram
que a exposição ao excesso de androgênios in-
tra-útero, no período neonatal ou na vida adulta,
aumenta a expressão de genes envolvidos na
lipogênese predispondo ao acúmulo de massa
gorda, particularmente na cavidade abdominal.16
O
depósito de gordura visceral, observado também
em transexuais femininos que utilizam altas doses
de testosterona e em mulheres com hiperandroge-
nismo endógeno, está possivelmente relacionado
ao metabolismo local de esteroides, maior expres-
são de receptores androgênicos neste tecido e
redução da lipólise no tecido celular subcutâneo
induzida pelos androgênios.17,18
Este vínculo foi
corroborado pela demonstração de correlação
positiva entre níveis séricos de testosterona livre
e adiposidade central, avaliada por densitometria,
em portadoras de SOP.19
Considerando-se que a atividade lipolítica do
tecido adiposo visceral em resposta às catecola-
Revista HUPE, Rio de Janeiro, 2014;13(1):33-37
v.13, n. 1, jan/mar 2014 35
Obesidade e síndrome dos ovários policísticos:vínculo fisiopatológico e impacto no fenótipo das pacientes
minas é elevada,18
postula-se que o excesso de
gordura intra-abdominal forneça grande quan-
tidade de ácidos graxos livres ao sistema porta,
contribuindo para o aumento da produção de
glicose pelo fígado e de insulina pelo pâncreas.17
Além disso, sabe-se que a obesidade visceral
altera as concentrações de adipocinas (leptina,
adiponectina, resistina, interleucina-6, fator de
necrose tumoral-alfa), peptídeos que atuam como
adipocinas e fatores de crescimento, com preju-
ízos adicionais à ação da insulina.20
É importante destacar ainda que a insulina
aumenta a expressão do fator de transcrição
Kruppel-like factor (KLF-15) o qual, além de
estimular a adipogênese, aumenta a atividade da
enzima 17-beta-hidroxiesteroide desidrogenase
tipo 5, principal responsável pela conversão
de androstenediona em testosterona, tanto no
tecido celular subcutâneo quanto visceral.21
Adi-
cionalmente, a insulina estimula a androgênese
ovariana via aumento da secreção de hormônio
luteinizante e da proteína carregadora do fator
de crescimento semelhante à insulina (IGFBP-1),
suprime a globulina ligadora de hormônios sexuais
(sex hormone-binding globulin - SHBG), elevando
a biodisponibilidade androgênica e, juntamente
com a leptina, aumenta a frequência dos pulsos
de hormônio liberador de gonadotrofinas favo-
recendo a secreção de hormônio luteinizante em
detrimento do hormônio folículo estimulante.22
Portanto, embora a RI/hiperinsulinemia
compensatória sejam intrínsecas à síndrome, o
hiperandrogenismo estimula o ganho de peso
que agrava a RI com possíveis repercussões no
fenótipo da síndrome.
Impacto do excesso de peso no
fenótipo da síndrome
O impacto do excesso de peso nos distúrbios
metabólicos da SOP foi avaliado em recente me-
tanálise de 30 estudos controlados.23
Pacientes
obesas demonstraram maior supressão da SHBG
e maiores níveis de testosterona total, índices
de androgênios livres, glicose, insulina e HOMA
(jejum/após sobrecarga), além de perfil lipídico
mais desfavorável (maior supressão do HDL-co-
lesterol e elevação do LDL-colesterol/triglicerí-
deos) quando comparadas a pacientes com IMC
normal. A redução da SHBG e do HDL-colesterol
e a elevação da insulina e dos triglicerídeos foi
significativamente diferente mesmo nas pacientes
com sobrepeso. A revisão mostrou ainda que a
obesidade central associa-se a níveis mais eleva-
dos de insulina e que o hiperandrogenismo clínico
nem sempre é exacerbado pelo ganho ponderal,
demonstrando que a correlação entre hirsutismo
e IMC na SOP parece não ser linear.
Embora mulheres com SOP possam compen-
sar temporariamente a RI com hiperinsulinemia,
verifica-se que o sobrepeso e a obesidade, assim
como histórico familiar de diabetes, aceleram o
processo de progressão para intolerância à glicose
e DM2.24
Além disso, é importante destacar que
a hipertensão arterial costuma ser observada
somente em mulheres com diagnóstico de SOP
obesas e que, em um grande estudo multicên-
trico, a síndrome metabólica foi documentada
exclusivamente nas pacientes com IMC > 27 kg/
m2
.25
Como consenso, portanto, o excesso de peso
agrava as manifestações metabólicas da SOP, acen-
tuando o risco de diabetes e doença cardiovascular
nestas pacientes.
A obesidade por si só está associada à redu-
ção de taxas ovulatórias, aumento do número de
abortamentos e complicações tardias da gravidez,
podendo,consequentemente,agravaroriscodein-
fertilidadeinerenteàsíndrome.Emboraainfluência
do peso corporal na função ovulatória de pacientes
com SOP ainda não esteja perfeitamente estabe-
lecida, observa-se que reduções de 5% do peso
corporal podem restaurar os ciclos menstruais,
aumentando significativamente o número de ciclos
ovulatórios. Sabe-se também que a elevação do
IMC na SOP prediz tanto resistência ao clomifeno
quantofalhaderespostaàestimulaçãoporgonado-
trofinas em procedimentos de fertilização in vitro
e que a utilização de metformina nestas pacientes,
ao reduzir o peso corporal e RI, eleva o número de
gestações espontâneas e clomifeno-induzidas,26
conforme demonstram as metanálises.27
Adicionalmente, em um agrupamento sis-
temático de trabalhos controlados onde foram
analisadas ocorrências adversas durante a gravi-
dez, os autores concluíram que a coexistência de
obesidade eleva a frequência de hipertensão e dia-
betes gestacional, trabalho de parto prematuro e
mortalidade fetal em portadoras desta síndrome.28
Alguns estudos epidemiológicos têm sugeri-
do também que mulheres com SOP apresentam
maior risco de câncer endometrial,29
o qual estaria
36 revista.hupe.uerj.br
Revista HUPE, Rio de Janeiro, 2014;13(1):33-37
relacionado ao aumento de estrona e à elevada
prevalência de ciclos anovulatórios que, sabida-
mente, favorecem a hiperplasia do endométrio.
O excesso de peso, igualmente vinculado a este
tipo de câncer,30
representa, portanto, um fator
de risco adicional para a neoplasia de endométrio
nestas pacientes.
Por fim, importa salientar que ansiedade, de-
pressão, estresse e insatisfação pessoal, relatados
frequentemente por mulheres acometidas pela
SOP, poderiam ser agravados pela alteração da
imagem corporal consequente ao ganho de peso.
Até o momento, entretanto, a contribuição da
obesidade nos parâmetros psicológicos destas pa-
cientes não foi satisfatoriamente documentada.5
Conclusão
A obesidade apresenta um efeito indepen-
dente e aditivo nos fatores de risco metabólicos e
reprodutivos da SOP. Este efeito está relacionado
ao agravamento da RI, intrínseca à síndrome. O
controle do ganho ponderal através de medidas
comportamentais, medicamentos ou cirurgia ba-
riátrica representa possivelmente o principal pa-
râmetro modificável na abordagem da fertilidade
e na prevenção de complicações cardiovasculares
neste grupo.
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Recebido:	19/08/2013.
Revisado:	26/11/2013.
Aprovado:	27/01/2014.
v.13, n. 1, jan/mar 2014 11
Autores
Amélio F. Godoy-Matos
Serviço de Metabologia. Instituto Estadual de
Diabetes e Endocrinologia (IEDE). Rio de Janeiro, RJ,
Brasil.
Ana Beatriz W. Tavares
Unidade Docente Assistencial de Endocrinologia.
Hospital Universitário Pedro Ernesto. Universidade
do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Ana Carolina B. Bacellar
Unidade Docente Assistencial de Endocrinologia.
Policlínica Piquet Carneiro. Universidade do Estado
do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Ana Cláudia Garcia de Oliveira Duarte
Departamento de Educação Física e Motricidade
Humana. Universidade Federal de São Carlos
(UFSCar). São Carlos, SP, Brasil.
Ana Paula N. Bordallo
Unidade Docente Assistencial de Endocrinologia.
Hospital Universitário Pedro Ernesto. Universidade
do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Ana Lúcia O. Tabet
Unidade Docente Assistencial de Endocrinologia.
Hospital Universitário Pedro Ernesto. Universidade
do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Beatriz D. Schaan
Departamento de Medicina Interna. Universidade
Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, RS,
Brasil.
Bernard B. Barroso
Unidade Docente Assistencial de Endocrinologia.
Policlínica Piquet Carneiro. Universidade do Estado
do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Carolina B. da Cunha
Programa de Pós-graduação em Fisiopatologia
Clínica e Experimental. Universidade do Estado do
Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Cecília N. M. Carvalho
Departamento de Nutrição Aplicada. Instituto de
Nutrição. Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Clarice B. de Medeiros
Departamento de Pediatria. Faculdade de Ciências
Médicas. Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Daniela S. Casagrande
Departamento de Medicina Interna. Universidade
Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, RS,
Brasil.
Denizar Vianna Araújo
Departamento de Clínica Médica. Faculdade de
Ciências Médicas. Universidade do Estado do Rio de
Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Diana Carla G. Lima
Unidade Docente Assistencial de Endocrinologia.
Policlínica Piquet Carneiro. Universidade do Estado
do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Diogo G. Panazzolo
Programa de Pós-graduação em Fisiopatologia
Clínica e Experimental. Universidade do Estado do
Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Eliete Bouskela
Departamento de Ciências Fisiológicas. Instituto de
Biologia. Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Fernanda M. Gazolla
Unidade Docente Assistencial de Endocrinologia.
Hospital Universitário Pedro Ernesto. Universidade
do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Guilherme Fleury Fina Speretta
Departamento de Fisiologia e Patologia. Universidade
Estadual Paulista (UNESP). Araraquara, SP, Brasil.
12 revista.hupe.uerj.br
Ingrid B. F. Dias
Laboratório de Pesquisas Clínicas e Experimentais
em Biologia Vascular (BioVasc). Centro Biomédico.
Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Rio de
Janeiro, RJ, Brasil.
Isabel R. Madeira
Departamento de Pediatria. Faculdade de Ciências
Médicas. Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Isabela Azeredo Melca
Departamento de Psiquiatria. Policlínica Piquet
Carneiro. Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Ivan C. Cruz
Serviço de Metabologia. Instituto Estadual de
Diabetes e Endocrinologia (IEDE). Rio de Janeiro, RJ,
Brasil.
Juliana D’Augustin
Núcleo de Pesquisa e Assistência em Transtornos
Alimentares (NAPTA). Policlínica Piquet Carneiro.
Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Rio de
Janeiro, RJ, Brasil.
Lenora Maria C. S. M. Leão
Departamento de Medicina Interna. Faculdade de
Ciências Médicas. Universidade do Estado do Rio de
Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Lúcia H. A. da Silva
Programa de Pós-graduação em Fisiopatologia
Clínica e Experimental. Universidade do Estado do
Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Luciana R. Bahia
Departamento de Clínica Médica. Faculdade de
Ciências Médicas. Universidade do Estado do Rio de
Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Luiz Guilherme Kraemer de Aguiar
Departamento de Medicina Interna. Faculdade de
Ciências Médicas. Universidade do Estado do Rio de
Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Lutieska F. Garroni
Unidade Docente Assistencial de Endocrinologia.
Policlínica Piquet Carneiro. Universidade do Estado
do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Maria Alice N. Bordallo
Departamento de Medicina Interna. Faculdade de
Ciências Médicas. Universidade do Estado do Rio de
Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Paulo F. Collett-Solberg
Departamento de Medicina Interna. Faculdade de
Ciências Médicas. Universidade do Estado do Rio de
Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Priscila A. Maranhão
Laboratório de Pesquisas Clínicas e Experimentais
em Biologia Vascular (BioVasc). Centro Biomédico.
Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Rio de
Janeiro, RJ, Brasil.
Rafael A. Montenegro
Programa de Pós-graduação em Fisiopatologia
Clínica e Experimental. Universidade do Estado do
Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Rafael da Costa
Serviço de Metabologia. Instituto Estadual de
Diabetes e Endocrinologia (IEDE). Rio de Janeiro, RJ,
Brasil.
Richard Diego Leite
Departamento de Educação Física. Universidade
Federal do Maranhão. São Luís, MA, Brasil.
Roberta A. Sarmento
Departamento de Medicina Interna. Universidade
Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, RS,
Brasil.
Sandra Fortes
Núcleo de Saúde Mental. Policlínica Piquet Carneiro.
Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Rio de
Janeiro, RJ, Brasil.
Vicente L. da Silva Júnior
Unidade Docente Assistencial de Endocrinologia.
Hospital Universitário Pedro Ernesto. Universidade
do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Walace D. Monteiro
Laboratório de Atividade Física e Promoção da Saúde
(LABSAU). Instituto de Educação Física e Desporto.
Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Rio de
Janeiro, RJ, Brasil.
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Obesidade e SOP: Vínculo fisiopatológico e impacto no fenótipo

  • 1. v.13, n. 1, jan/mar 2014 33 Obesidade e síndrome dos ovários policísticos: vínculo fisiopatológico e impacto no fenótipo das pacientes Obesity and polycystic ovary syndrome: pathophysiological link and impact on patients’ phenotype Lenora Maria C. S. M. Leão* Resumo A síndrome dos ovários policísticos (SOP) é uma desordem endócrina complexa, frequentemente observada em mulheres na faixa de idade reprodutiva. Embora sua etiologia permaneça pouco esclarecida, há crescentes evidências de que a resistência à insulina e à hiperinsulinemia compensatória desempenha um papel central na patogênese da desordem. A resistência à insulina é intrínseca à síndrome, porém, sobrepeso, obesidade e, particularmente, obesidade central podem exacerbá-la, com possíveis consequências no fenótipo da desordem. A prevalência exata de obesidade em portadoras da síndrome dos ovários policísticos é desconhecida, saben- do-se, contudo, que o aumento de adiposidade global e visceral é bastante comum nestas pacientes e parece variar com a idade, raça, fatores genéticos e ambientais. Alguns estudos sugerem que a obesidade apresenta pouco impacto nos sinais, sintomas ou desenvolvimento da síndrome dos ovários policísticos, outros, porém, demonstram que o excesso de peso e o acúmulo de gordura intra-abdominal podem agravar a hiperandrogene- mia, distúrbios menstruais, anovulação crônica, hipertensão arterial e algumas anormalidades metabólicas tais como dislipidemias e intolerância à glicose, elevando o risco de infertilidade, diabetes mellitus, aterosclerose e doença cardiovascular clínica/subclínica. A obesidade nestas pacientes também tem sido associada à redução de resposta aos tratamentos para infertilidade, elevação do risco de complicações gravídicas, câncer de endométrio e comorbidades psicológicas. A redução do peso corporal através de mudanças comportamentais, medicamentos ou cirurgia bariátrica representa, portanto, a primeira linha de abordagem terapêutica em mulheres obesas porta- doras da síndrome dos ovários policísticos. Em resposta à diminuição da adiposidade, há melhora na resistência à insulina e hiperandrogenemia com benefícios em diversos parâmetros, especialmente naqueles relacionados aos distúrbios reprodutivos e metabólicos. Descritores: Síndrome dos ovários policísticos; Resistência insulínica; Obesidade; Fenótipo; Fisiopatologia. Abstract Polycystic ovary syndrome (PCOS) is a complex and common endocrine disorder affecting reproductive-aged women. The etiology of polycystic ovary syndrome remains unclear but increasing evidence supports a central role of insulin resistance and its compensatory hyperinsulinemia in the pathogenesis of the syndrome. Insulin resistance is inherent to PCOS, however, it can be exacerbated by overweight, obesity and especially by central obesity, with possible consequences on the syndrome phenotype. The exact prevalence of obesity in women with polycystic ovary syndrome is not known, however, higher global adiposity and increased amounts of visceral adipose tissue are commonly observed in these patients seeming to vary with age, race, genetic and environmental factors. Although some studies suggest that obesity has little impact on symptoms, features or development of polycystic ovary syndrome, many data report that excess body weight and visceral fat accumulation may worsen certain aspects of the phenotype including biochemical hyperandrogenemia, menstrual disorders, chronic anovulation and some metabolic abnormalities such as dyslipidemia, glucose intolerance and hypertension, raising the risk for infertility, diabetes mellitus, atherosclerosis, clinical and subclinical cardiovascular disease. Obesity in women with polycystic ovary syndrome has also been associated with a poor response to infertility treatment, high risk for pregnancy complications, elevated risk for endometrial cancer and increased psychological comorbidities. Therefore, weight loss with lifestyle therapy, pharmacological treatment and bariatric surgery is considered the first-line therapy in obese women with polycystic ovary syndrome. Weight loss improves insulin resistance and hyperandrogenism with benefits in many features, especially metabolic and reproductive abnormalities. Keywords: Polycystic ovary syndrome; Insulin resistance; Obesity; Phenotype; Pathophysiology. * Endereço para correspondência: Departamento de Medicina Interna. Faculdade de Ciências Médicas. UERJ. Av. Boulevard Vinte e Oito de Setembro, 88 Rio de Janeiro, RJ, Brasil. E-mail: lenora_leao@yahoo.com.br Revista HUPE, Rio de Janeiro, 2014;13(1):33-37 doi:10.12957/rhupe.2014.9796
  • 2. 34 revista.hupe.uerj.br Introdução A síndrome dos ovários policísticos (SOP) é uma desordem heterogênea, de etiologia não estabelecida, que apresenta agregação familiar e acomete de 4 a 18% das mulheres em idade reprodutiva na dependência do critério utilizado para o diagnóstico.1-3 Segundo proposta do National Institutes of Health, o diagnóstico da SOP fundamenta-se no achado de oligo-anovulação associada ao hipe- randrogenismo clínico e/ou bioquímico, após afastamento de etiologias já estabelecidas para estas condições. De acordo com o Consenso de Rotterdam, elaborado pela Sociedade de Em- briologia e Reprodução Humana Europeia e pela Sociedade de Medicina Reprodutiva Americana, utilizado atualmente por cerca de 80% dos es- pecialistas, o diagnóstico baseia-se na presença de dois dentre três dos sinais: oligo-anovulação, hiperandrogenismo clínico e/ou bioquímico e/ou morfologia ovariana policística, excluindo-se as etiologias relacionadas.4 Embora a oligo-anovulação, o hiperandroge- nismo e a morfologia ovariana policística repre- sentem os sinais cardinais para o diagnóstico, observam-se frequentemente nestas pacientes importantes alterações psíquicas5 e incidência elevada de condições diretamente relacionadas à resistência à insulina (RI) tais como obesidade, dislipidemias, intolerância à glicose, diabetes mellitus tipo 2 (DM2), hipertensão arterial, síndrome metabólica, inflamação e disfunção endotelial, o que eleva significativamente o risco de doença cardiovascular neste grupo.6,7 De fato, já foi estabelecido que 25 a 50% das portadoras de SOP, independente da presença de obesidade, apresentam algum grau de RI nos tecidos muscu- lar e adiposo relacionado a alterações intrínsecas nos receptores da insulina que incluem mutações no gene do receptor, excesso de fosforilação dos resíduos da serina, depleção de adenosina e deficiência do fator de transcrição PPAR-gama.8 O excesso de peso nestas pacientes é comum e parece variar com a idade, raça e fatores ambien- tais. Em um estudo americano, a prevalência de obesidade elevou-se de 51 para 74%, respectiva- mente, nos períodos de 1987-1990 e 2000-2002, acompanhando o ganho de peso da população geral, porém, descreve-se que apenas 14% das pacientes italianas e 30% das espanholas são obesas e que, apesar do índice de massa corporal (IMC) ser significativamente maior nas mulheres com SOP quando comparado a mulheres normais, 76% das croatas e 42% das indianas com a síndro- me apresentam IMC inferior a 25 kg/m2 .9,10,11 Na casuística do Hospital das Clínicas de São Paulo observa-se que 36% das portadoras de SOP são obesas, 27% têm sobrepeso e 37% apresentam IMC normal. O aumento da adiposidade é par- ticularmente intraperitoneal/mesentérico,12 que pode ser detectado em adolescentes,13 tende a se agravar com a idade e parece ser mais acentuado em mulheres da raça negra.14 Algumas publicações sugerem que a obesida- de tem discreto impacto nos sintomas ou desen- volvimento da SOP,9 enquanto outros demonstram que o excesso de peso, especialmente o acúmulo de gordura intra-abdominal, pode exacerbar algumas manifestações da desordem incluindo a ansiedade, depressão, hiperandrogenismo e particularmente as alterações menstruais, de fertilidade e distúrbios metabólicos.15 Vínculo fisiopatológico entre a obesidade e a síndrome As inter-relações entre obesidade e SOP são complexas, porém, as evidências indicam que RI e hiperandrogenismo representam o elo entre estas duas condições. Estudos em fêmeas demonstram que a exposição ao excesso de androgênios in- tra-útero, no período neonatal ou na vida adulta, aumenta a expressão de genes envolvidos na lipogênese predispondo ao acúmulo de massa gorda, particularmente na cavidade abdominal.16 O depósito de gordura visceral, observado também em transexuais femininos que utilizam altas doses de testosterona e em mulheres com hiperandroge- nismo endógeno, está possivelmente relacionado ao metabolismo local de esteroides, maior expres- são de receptores androgênicos neste tecido e redução da lipólise no tecido celular subcutâneo induzida pelos androgênios.17,18 Este vínculo foi corroborado pela demonstração de correlação positiva entre níveis séricos de testosterona livre e adiposidade central, avaliada por densitometria, em portadoras de SOP.19 Considerando-se que a atividade lipolítica do tecido adiposo visceral em resposta às catecola- Revista HUPE, Rio de Janeiro, 2014;13(1):33-37
  • 3. v.13, n. 1, jan/mar 2014 35 Obesidade e síndrome dos ovários policísticos:vínculo fisiopatológico e impacto no fenótipo das pacientes minas é elevada,18 postula-se que o excesso de gordura intra-abdominal forneça grande quan- tidade de ácidos graxos livres ao sistema porta, contribuindo para o aumento da produção de glicose pelo fígado e de insulina pelo pâncreas.17 Além disso, sabe-se que a obesidade visceral altera as concentrações de adipocinas (leptina, adiponectina, resistina, interleucina-6, fator de necrose tumoral-alfa), peptídeos que atuam como adipocinas e fatores de crescimento, com preju- ízos adicionais à ação da insulina.20 É importante destacar ainda que a insulina aumenta a expressão do fator de transcrição Kruppel-like factor (KLF-15) o qual, além de estimular a adipogênese, aumenta a atividade da enzima 17-beta-hidroxiesteroide desidrogenase tipo 5, principal responsável pela conversão de androstenediona em testosterona, tanto no tecido celular subcutâneo quanto visceral.21 Adi- cionalmente, a insulina estimula a androgênese ovariana via aumento da secreção de hormônio luteinizante e da proteína carregadora do fator de crescimento semelhante à insulina (IGFBP-1), suprime a globulina ligadora de hormônios sexuais (sex hormone-binding globulin - SHBG), elevando a biodisponibilidade androgênica e, juntamente com a leptina, aumenta a frequência dos pulsos de hormônio liberador de gonadotrofinas favo- recendo a secreção de hormônio luteinizante em detrimento do hormônio folículo estimulante.22 Portanto, embora a RI/hiperinsulinemia compensatória sejam intrínsecas à síndrome, o hiperandrogenismo estimula o ganho de peso que agrava a RI com possíveis repercussões no fenótipo da síndrome. Impacto do excesso de peso no fenótipo da síndrome O impacto do excesso de peso nos distúrbios metabólicos da SOP foi avaliado em recente me- tanálise de 30 estudos controlados.23 Pacientes obesas demonstraram maior supressão da SHBG e maiores níveis de testosterona total, índices de androgênios livres, glicose, insulina e HOMA (jejum/após sobrecarga), além de perfil lipídico mais desfavorável (maior supressão do HDL-co- lesterol e elevação do LDL-colesterol/triglicerí- deos) quando comparadas a pacientes com IMC normal. A redução da SHBG e do HDL-colesterol e a elevação da insulina e dos triglicerídeos foi significativamente diferente mesmo nas pacientes com sobrepeso. A revisão mostrou ainda que a obesidade central associa-se a níveis mais eleva- dos de insulina e que o hiperandrogenismo clínico nem sempre é exacerbado pelo ganho ponderal, demonstrando que a correlação entre hirsutismo e IMC na SOP parece não ser linear. Embora mulheres com SOP possam compen- sar temporariamente a RI com hiperinsulinemia, verifica-se que o sobrepeso e a obesidade, assim como histórico familiar de diabetes, aceleram o processo de progressão para intolerância à glicose e DM2.24 Além disso, é importante destacar que a hipertensão arterial costuma ser observada somente em mulheres com diagnóstico de SOP obesas e que, em um grande estudo multicên- trico, a síndrome metabólica foi documentada exclusivamente nas pacientes com IMC > 27 kg/ m2 .25 Como consenso, portanto, o excesso de peso agrava as manifestações metabólicas da SOP, acen- tuando o risco de diabetes e doença cardiovascular nestas pacientes. A obesidade por si só está associada à redu- ção de taxas ovulatórias, aumento do número de abortamentos e complicações tardias da gravidez, podendo,consequentemente,agravaroriscodein- fertilidadeinerenteàsíndrome.Emboraainfluência do peso corporal na função ovulatória de pacientes com SOP ainda não esteja perfeitamente estabe- lecida, observa-se que reduções de 5% do peso corporal podem restaurar os ciclos menstruais, aumentando significativamente o número de ciclos ovulatórios. Sabe-se também que a elevação do IMC na SOP prediz tanto resistência ao clomifeno quantofalhaderespostaàestimulaçãoporgonado- trofinas em procedimentos de fertilização in vitro e que a utilização de metformina nestas pacientes, ao reduzir o peso corporal e RI, eleva o número de gestações espontâneas e clomifeno-induzidas,26 conforme demonstram as metanálises.27 Adicionalmente, em um agrupamento sis- temático de trabalhos controlados onde foram analisadas ocorrências adversas durante a gravi- dez, os autores concluíram que a coexistência de obesidade eleva a frequência de hipertensão e dia- betes gestacional, trabalho de parto prematuro e mortalidade fetal em portadoras desta síndrome.28 Alguns estudos epidemiológicos têm sugeri- do também que mulheres com SOP apresentam maior risco de câncer endometrial,29 o qual estaria
  • 4. 36 revista.hupe.uerj.br Revista HUPE, Rio de Janeiro, 2014;13(1):33-37 relacionado ao aumento de estrona e à elevada prevalência de ciclos anovulatórios que, sabida- mente, favorecem a hiperplasia do endométrio. O excesso de peso, igualmente vinculado a este tipo de câncer,30 representa, portanto, um fator de risco adicional para a neoplasia de endométrio nestas pacientes. Por fim, importa salientar que ansiedade, de- pressão, estresse e insatisfação pessoal, relatados frequentemente por mulheres acometidas pela SOP, poderiam ser agravados pela alteração da imagem corporal consequente ao ganho de peso. Até o momento, entretanto, a contribuição da obesidade nos parâmetros psicológicos destas pa- cientes não foi satisfatoriamente documentada.5 Conclusão A obesidade apresenta um efeito indepen- dente e aditivo nos fatores de risco metabólicos e reprodutivos da SOP. Este efeito está relacionado ao agravamento da RI, intrínseca à síndrome. O controle do ganho ponderal através de medidas comportamentais, medicamentos ou cirurgia ba- riátrica representa possivelmente o principal pa- râmetro modificável na abordagem da fertilidade e na prevenção de complicações cardiovasculares neste grupo. Referências 1. Ehrmann DA. Polycystic ovary syndrome. N Engl J Med. 2005 Mar;352(12):1223-36. 2. Azziz R, Woods KS, Reyna R, Key TJ, Knochenhauer ES, Yildiz BO. The Prevalence and Features of the Polycystic Ovary Syndrome in an Unselected Popula- tion. J Clin Endocrinol Metab. 2004 Jun;89(6):2745-9. 3. March WA, Moore VM, Willson KJ, Phillips DI, Norman RJ, Davies MJ. The prevalence of polycystic ovary syndrome in a community sample assessed under contrasting diagnostic criteria. Human Reprod. 2010 Feb;25(2):544-51. Epub 2009 Nov 12. http://dx. doi.org/10.1093/humrep/dep399 4. Rotterdam ESHRE/ASRM-Sponsored PCOS Consen- sus Workshop Group. Revised 2003 consensus on diagnostic criteria and long term health risks related to polycystic ovary syndrome. Fertil Steril. 2004 Jan;81(1):19-25. 5. Li Y, Yu Ng EH, Stener-Victorin E, Hou L, Wu T, Han F, et al. Polycystic ovary syndrome is associated with negatively variable impacts on domains of health-re- lated quality of life: evidence from a meta-analysis. Fertil Steril. 2011 Aug;96(2):452-8. http://dx.doi. org/10.1016/j.fertnstert.2011.05.072 6. Moran LJ, Misso ML, Wild RA, Norman RJ. Impaired glucose tolerance, type 2 diabetes and metabolic syndrome in polycystic ovary syndrome: a systemat- ic review and meta-analysis. Human Reprod Update. 2010 Jul-Aug;16(4):347-63. Epub 2010 Feb 16. http:// dx.doi.org/10.1093/humupd/dmq001 7. Teede H, Deeks A, Moran L. Polycystic ovary syndrome: a complex condition with psychological, reproductive and metabolic manifestations that im- pacts on health across the lifespan. BMC Med. 2010 Jun;30:8-41. http://dx.doi.org/10.1186/1741-7015-8-41 8. Meyer C, McGrath BP, Teede HJ. Overweight Women with Polycystic Ovary Syndrome have evidence of subclinical cardiovascular disease. J Clin Endocrinol Metab. 2005 Oct;90(10):5711-6. 9. Yildiz BO, Knochenhauer ES, Azziz R. Impact of obesity on the risk for polycystic ovary syndrome. J Clin Endocrinol Metab. 2008 Jan;93(1):162-8. 10. Baldani DP, Skrgatić L, Goldstajn MS, Zlopasa G, Oguić SK, Canić T, et al. Clinical and biochemical characteristics of polycystic ovary syndrome in Cro- atian population. Coll Antropol. 2012 Dec;36(4):1413- 8. 11. Saxena P, Prakash A, Nigam A, Mishra A. Polycystic ovary syndrome: Is obesity a sine qua non? A clini- cal, hormonal, and metabolic assessment in relation to body mass index. Indian J Endocrinol Metab. 2012 Nov;16(6):996-9. http://dx.doi.org/10.4103/2230- 8210.103011 12. Borruel S, Fernández-Durán E, Alpañés M, Martí D, Alvarez-Blasco F, Luque-Ramirez M, et al. Glob- al adiposity and thickness of intraperitoneal and mesenteric adipose tissue depots are increased in women with polycystic ovary syndrome (PCOS). J Clin Endocrinol Metab. 2013 Mar;98(3):1254-63. http://dx.doi.org/10.1210/jc.2012-3698 13. Nair MK, Pappachan P, Balakrishnan S, Leena ML, George B, Russell PS. Menstrual irregularity and pol- ycystic ovarian syndrome among adolescent girls--a 2 year follow-up study. Indian J Pediatr. 2012 Jan;79 Suppl 1:S69-73. http://dx.doi.org/10.1007/s12098-011- 0432-y 14. Glueck CJ, Morrison JA, Daniels S, Wang P, Stroop D. Sex hormone-binding globulin, oligomenorrhea, polycystic ovary syndrome, and childhood insu- lin at age 14 years predict metabolic syndrome and class III obesity at age 24 years. J Pediatr. 2011 Aug;159(2):308-13. http://dx.doi.org/10.1016/j. jpeds.2011.01.018 15. Liou TH, Yang JH, Hsieh CH, Lee CY, Hsu CS, Hsu MI. Clinical and biochemical presentations of poly- cystic ovary syndrome among obese and nonobese women. Fertil Steril. 2009;92(6):1960-5. http://dx.doi.
  • 5. v.13, n. 1, jan/mar 2014 37 Obesidade e síndrome dos ovários policísticos:vínculo fisiopatológico e impacto no fenótipo das pacientes org/10.1016/j.fertnstert.2008.09.003 16. Swinnen JV, Heemers H, van de Sande T, de Schrijver E, Brusselmans K, Heyns W, et al. Androgens, lipo- genesis and prostate cancer. J Steroid Biochem Mol Biol. 2004 Nov;92(4):273-9. 17. Blouin K, Veilleux A, Luu-The V, Tchernof A. Andro- gen metabolism in adipose tissue: recent advances. Mol Cell Endocrinol. 2009 Mar 25;301(1-2):97-103. http://dx.doi.org/10.1016/j.mce.2008.10.035 18. Dicker A, Rydén M, Näslund E, Muehlen IE, Wirén M, Lafontan M, et al. Effect of testosterone on lipolysis in human pré-adipocytes from different fat depots. Diabetologia. 2004 Mar;47(3):420-8. 19. Yucel A, Noyan V, Sagsoz N. The association of serum androgens and insulin resistance with fat dis- tribution in polycystic ovary syndrome. Eur J Obstet Gynecol Reprod Biol. 2006 May 1;126(1):81-6. 20. Yildiz BO, Azziz R, Androgen Excess and PCOS Society. Ovarian and adipose tissue dysfunction in polycystic ovary syndrome: report of the 4th special scientific meeting of the Androgen Excess and PCOS Society. Fertil Steril. 2010 Jul;94(2):690-3. http://dx. doi.org/10.1016/j.fertnstert.2009.03.058 21. Du X, Rosenfield RL, Qin K. KLF 15 is a transcrip- tional regulator of human 17 beta-hidroxyster- oid dehydrogenase type 5 gene. A potencial link between regulation of testosterone production and fat stores in women. J Clin Endocrinol Metab. 2009 Jul;94(7):2594-601. http://dx.doi.org/10.1210/jc.2009- 0139 22. Legro RS. Obesity and PCOS: implications for diagnosis and treatment. Semin Reprod Med. 2012 Dec;30(6):496-506. http://dx.doi. org/10.1055/s-0032-1328878 23. Lim SS, Norman RJ, Davies MJ, Moran LJ. The effect of obesity on polycystic ovary syndrome: a sys- tematic review and meta-analysis. Obes Rev. 2013 Feb;14(2):95-109. http://dx.doi.org/10.1111/j.1467- 789X.2012.01053.x 24. Wang JX, Norman RJ. Risk factors for the deteriora- tion of glucose metabolism in polycystic ovary syn- drome. Reprod Biomed Online. 2004 Aug;9(2):201-4. 25. Ehrmann DA, Liljenquist DR, Kasza K, Azziz R, Legro RS, Ghazzi MN, et al. Prevalence and predictors of metabolic syndrome in women with polycystic ovary syndrome. J Clin Endocrinol Metab. 2006 Jan;91(1):48-53. 26. Rausch ME, Legro RS, Barnhart HX, Schlaff WD, Carr BR, Diamond MP, et al. Predictors of pregnancy in women with polycystic ovary syndrome. J Clin Endocrinol Metab. 2009 Sep;94(9):3458-66. http:// dx.doi.org/10.1210/jc.2009-0545 27. Sun X, Zhang D, Zhang W. Effect of metformin on ovulation and reproductive outcomes in women with polycystic ovary syndrome: a meta-analysis of randomized controlled trials. Arch Gynecol Obstet. 2013 Aug;288(2):423-30. http://dx.doi.org/10.1007/ s00404-013-2756-5. 28. Boomsma CM, Eijkemans MJ, Hughes EG, Visser GH, Fauser BC, Macklon NS. A meta-analysis of preg- nancy outcomes in women with polycystic ovary syndrome. Hum Reprod Update. 2006 Dec;12(6):673- 83. 29. Schmeler KM, Soliman PT, Sun CC, Slomovitz BM, Gershenson DM, Lu KH. Endometrial cancer in young, normal-weight women. Gynecol Oncol. 2005 Nov;99(2):388-92. 30. Kaaks R, Lukanova A, Kurzer MS. Obesity, endog- enous hormones, and endometrial cancer risk: a synthetic review. Cancer Epidemiol Biomarkers Prev. 2002 Dec;11(12):1531-43. Recebido: 19/08/2013. Revisado: 26/11/2013. Aprovado: 27/01/2014.
  • 6. v.13, n. 1, jan/mar 2014 11 Autores Amélio F. Godoy-Matos Serviço de Metabologia. Instituto Estadual de Diabetes e Endocrinologia (IEDE). Rio de Janeiro, RJ, Brasil. Ana Beatriz W. Tavares Unidade Docente Assistencial de Endocrinologia. Hospital Universitário Pedro Ernesto. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil. Ana Carolina B. Bacellar Unidade Docente Assistencial de Endocrinologia. Policlínica Piquet Carneiro. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil. Ana Cláudia Garcia de Oliveira Duarte Departamento de Educação Física e Motricidade Humana. Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). São Carlos, SP, Brasil. Ana Paula N. Bordallo Unidade Docente Assistencial de Endocrinologia. Hospital Universitário Pedro Ernesto. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil. Ana Lúcia O. Tabet Unidade Docente Assistencial de Endocrinologia. Hospital Universitário Pedro Ernesto. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil. Beatriz D. Schaan Departamento de Medicina Interna. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, RS, Brasil. Bernard B. Barroso Unidade Docente Assistencial de Endocrinologia. Policlínica Piquet Carneiro. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil. Carolina B. da Cunha Programa de Pós-graduação em Fisiopatologia Clínica e Experimental. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil. Cecília N. M. Carvalho Departamento de Nutrição Aplicada. Instituto de Nutrição. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil. Clarice B. de Medeiros Departamento de Pediatria. Faculdade de Ciências Médicas. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil. Daniela S. Casagrande Departamento de Medicina Interna. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, RS, Brasil. Denizar Vianna Araújo Departamento de Clínica Médica. Faculdade de Ciências Médicas. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil. Diana Carla G. Lima Unidade Docente Assistencial de Endocrinologia. Policlínica Piquet Carneiro. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil. Diogo G. Panazzolo Programa de Pós-graduação em Fisiopatologia Clínica e Experimental. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil. Eliete Bouskela Departamento de Ciências Fisiológicas. Instituto de Biologia. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil. Fernanda M. Gazolla Unidade Docente Assistencial de Endocrinologia. Hospital Universitário Pedro Ernesto. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil. Guilherme Fleury Fina Speretta Departamento de Fisiologia e Patologia. Universidade Estadual Paulista (UNESP). Araraquara, SP, Brasil.
  • 7. 12 revista.hupe.uerj.br Ingrid B. F. Dias Laboratório de Pesquisas Clínicas e Experimentais em Biologia Vascular (BioVasc). Centro Biomédico. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil. Isabel R. Madeira Departamento de Pediatria. Faculdade de Ciências Médicas. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil. Isabela Azeredo Melca Departamento de Psiquiatria. Policlínica Piquet Carneiro. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil. Ivan C. Cruz Serviço de Metabologia. Instituto Estadual de Diabetes e Endocrinologia (IEDE). Rio de Janeiro, RJ, Brasil. Juliana D’Augustin Núcleo de Pesquisa e Assistência em Transtornos Alimentares (NAPTA). Policlínica Piquet Carneiro. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil. Lenora Maria C. S. M. Leão Departamento de Medicina Interna. Faculdade de Ciências Médicas. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil. Lúcia H. A. da Silva Programa de Pós-graduação em Fisiopatologia Clínica e Experimental. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil. Luciana R. Bahia Departamento de Clínica Médica. Faculdade de Ciências Médicas. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil. Luiz Guilherme Kraemer de Aguiar Departamento de Medicina Interna. Faculdade de Ciências Médicas. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil. Lutieska F. Garroni Unidade Docente Assistencial de Endocrinologia. Policlínica Piquet Carneiro. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil. Maria Alice N. Bordallo Departamento de Medicina Interna. Faculdade de Ciências Médicas. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil. Paulo F. Collett-Solberg Departamento de Medicina Interna. Faculdade de Ciências Médicas. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil. Priscila A. Maranhão Laboratório de Pesquisas Clínicas e Experimentais em Biologia Vascular (BioVasc). Centro Biomédico. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil. Rafael A. Montenegro Programa de Pós-graduação em Fisiopatologia Clínica e Experimental. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil. Rafael da Costa Serviço de Metabologia. Instituto Estadual de Diabetes e Endocrinologia (IEDE). Rio de Janeiro, RJ, Brasil. Richard Diego Leite Departamento de Educação Física. Universidade Federal do Maranhão. São Luís, MA, Brasil. Roberta A. Sarmento Departamento de Medicina Interna. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, RS, Brasil. Sandra Fortes Núcleo de Saúde Mental. Policlínica Piquet Carneiro. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil. Vicente L. da Silva Júnior Unidade Docente Assistencial de Endocrinologia. Hospital Universitário Pedro Ernesto. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil. Walace D. Monteiro Laboratório de Atividade Física e Promoção da Saúde (LABSAU). Instituto de Educação Física e Desporto. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil. Wellington S. Silva Júnior Serviço de Metabologia. Instituto Estadual de Diabetes e Endocrinologia (IEDE). Rio de Janeiro, RJ, Brasil.