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Título do livro: Se a memória não me falha
Autora: Sylvia Orthof
Ilustradora: Suppa
Editora: Nova Fronteira
Ano de Publicação: 2012
A narrativa se desenrola em torno das memórias compartilhadas pela autora Sylvia Orthof, onde a mesma apresenta os sentimentos comuns à adolescência
resgatados de seu próprio passado - o primeiro beijo, o baile tão esperado, as farras no colégio, medos, sustos e emoções, de forma única, onde a mesma
comenta, critica e faz humor dela mesma.
Neste livro as ilustraçõesse tornam o cenário da história e o texto do livro sendo a própria fala dos personagens,percebemos em que um dá sentido ao outro e
ambos se complementam.
Segundo Zamboni (2010), o conhecimento histórico contribui para entendermos o tempo presente, para nos situarmos na época em que vivemos e termos
possibilidades de fazer julgamentos, repudiamos um ensino de História baseado apenas em documentos escritos,oficiais. Nossa defesa é pela (re)construção de
práticas de ensino e aprendizagem de História que privilegiem as narrativas históricas nas quais as paixões humanas, os sentimentos, as contradições, os
valores e cotidiano das pessoas comuns estejam presentes e vivos. Por isso, é tão relevante fazemos um trabalho a partir da literatura, pois a partir dela
poderemos trabalhar com conceitos de forma mais significativa com as crianças e jovens.
Atividades possíveis para estudo de educação patrimonial a partir do livro de literatura:
 Compreensão do conceito de memória a partir da leitura;
 Elaboração de uma versão da história a partir do relato das experiências de vida dos alunos (cada aluno escrevendo seu livro);
 Elaboração de poesias através do temas abordados;
 Elaboração do enredo e das ilustraçõesdo livro a partir de uma nova versão escrita pelo aluno (Aqui o aluno pode modificar as partes do texto
e/ou as ilustrações conforme sua imaginação).
Registro da experiência de leitura: Se a memória não me falha
Jéssica de Sousa Vieira
Recordo-me que desde a escolha do livro o que me chamou a atenção foi à ilustração da capa, pois de certa forma demonstrava uma
personagem na minha interpretação com uma expressão que estava tentando lembrar-se de algo, e assim fiquei tentando imaginar o que a mesma
estava pensando. Além disso, o próprio nome dado ao livro “Se a memória não me falha”, foi algo que me despertou curiosidade, pois em minha
interpretação antes de ler o livro, era que a autora contaria uma história em que o personagem lembrava suas memórias, mas às vezes não tinha
certeza de certos fatos, e assim se explicava o nome dado ao livro.
Na leitura da epígrafe do livro, fui relembrando a minha adolescência, uma espécie de filme que desenrolava a partir das minhas
lembranças e fui me recordando de cada amizade que eu cultivei.
Algo que achei interessante neste livro é que as ilustrações acabam fazendo uma imagem da própria história, no sentido de demonstrar o
que a própria autora imaginou quando foi escrever o mesmo. As ilustrações se tornavam realidade, tornando-se o cenário da história e o texto do
livro sendo como a própria fala dos personagens, e a meu ver os dois elementos enredo e ilustrações deram vida à história, um completava o
outro e assim dava sentido à mesma. Mas, gosto também de fazer uma leitura de livros que não possuam ilustrações, ou que sejam feitos somente
de ilustrações, pois conseguimos despertar a nossa imaginação e nos mesmos criamos durante a leitura do livro a nossa própria ilustração dentro
da nossa imaginação, no caso se ele não possuir, ou se esse somente possuir ilustrações criamos nosso próprio enredo, desta forma cada tendo sua
função e sua relevância.
O modo de escrita da autora é muito interessante e irreverente, pois ela já faz um comentário, ora fazendo crítica, ora fazendo humor
parecendo que a mesma esta conversando conosco naquele momento, e esse estilo nos envolve por está próximo ao nosso dia-a-dia. Acredito que
isso é um dos elementos que os jovens procuram durante uma leitura, desta forma, nos auxiliaria no desenvolvimento de um trabalho a partir do
conceito de memória com nossos alunos.
No primeiro capítulo “Á procura de um nome”, foi interessante primeiramente para entendermos o nome do livro, e consequentemente
para compreendemos a proposta do enredo da história. O fato de a autora explicitar como tornou-se escritora e atriz, dentro dos livros que já li
não tinha percebido, e agora me faz refletir todos os elementos que estão por de trás da escrita de um livro.
A autora escreve de forma tão engraçada a cena do seu primeiro beijo, durante a descrição o leitor consegue perceber essa facilidade da
autora de mergulhar no passado e emergir na cena do presente. Quando a mesma coloca que para ela a ideia da velhice era algo muito distante, é
algo que me recordo que na minha adolescência eu também achava que a velhice é um futuro muito distante.
Uma questão que quase sempre ocorre no período da adolescência, é quando frequentamos a escola têm crianças, jovens e adultos de
diversas etnias e estilos, e há sempre alguns que se destacam por beleza, força, inteligência, entre outros, e isso também ocorreu com a autora
onde ela se frustou, pois tinha uma menina mais bela, e a autora gostaria de ser radiante que nem a outra menina, e com a ajuda de uma amiga
que compreendia seus sentimentos ela conseguiu se arrumar de modo com que a mesma se sentisse radiante.
A questão de que a personagem não compreendia de onde as crianças vinham, só tinha certeza que elas nasciam após o casamento, é um
tema ainda presente na nossa realidade, pois as crianças ainda fazem esses tipos de indagações aos seus pais.
A questão dos rituais da escola como cantar o hino, meninos sentados do lado esquerdo e as meninas do lado direito, levantar quando o
diretor adentra a sala de aula, me faz refletir sobre essa postura do passado que de certa forma ainda permanece no presente e que me preocupa,
pois pensar no tempo escolar é pensar também no discurso da ordem, da disciplina, nos corpos que passam horas sentadas numa carteira com
movimentos limitados. Desta forma, Heller (1970) nos faz repensar e refletir sobre aquilo que é vivenciado por todos em nosso cotidiano,
segundo o mesmo as interações no cotidiano de sala de aula entre professores e alunos, deveriam acontecer numa relação de confiança. No
entanto, o que se percebeu é que o cotidiano convida à acomodação, à repressão, ao conformismo, aos rituais e às ações repetidas. A sala de aula
precisa ser vista como um espaço composto por um grupo engajado num projeto comum com o intuito de desenvolver os conhecimentos
individuais no contato com os conhecimentos dos outros.
Em um trecho do livro, as crianças da escola se preparam para ir cantar para o presidente Getúlio Vargas, e em seu discurso ele apresenta
uma fala em relação a independência do Brasil, de forma bela e sem problemas, e as crianças começam a rir. Assim já é uma oportunidade de
fazer um trabalhar em relação as versões sobre um mesmo fato, a questão do alunos fazer indagações e questionar sobre o assunto e não se
conformar com uma única versão imposta.
A dificuldade em relação a disciplina de matemática foi apresentada pela personagem, de forma com que eu me encontrei na dificuldade
apresentada pela mesma e acredito que durante o curso venho trabalhando de formar a superar e encontrar novas maneiras de ensinar meus
alunos e de forma principalmente que tenha sentido.
Acredito que o livro contribuiu para eu rememorar minhas lembranças do passado, para que eu refletisse sobre algumas questões
apontadas que são vivenciadas na adolescência e principalmente em desenvolver um trabalho voltado para a temática da memória.
“A memória é a mente. Por isso, os desmemoriados são denominados sem mente. A alma vivifica o corpo; o ânimo exerce a vontade;
Quando o conhecimento existe, é mente;
Quando recorda, é memória; quando julga o reto, é razão;
Quando espira, é espírito; quando sente, é sentido.”
Isidoro de Sevilha (c. 560-636), Etimologias, XI, 1, 13.
Referências bibliográficas:
HELLER, A. O cotidiano e a história. São Paulo: Paz e Terra, 1970.
Disponível em: http://www.ricardocosta.com/artigo/historia-e-memoria-importancia-da-preservacao-e-da-recordacao-do-
passado#sthash.HRki2eKN.dpuf
Acesso em: 06/07/2014

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  • 2. Título do livro: Se a memória não me falha Autora: Sylvia Orthof Ilustradora: Suppa Editora: Nova Fronteira Ano de Publicação: 2012 A narrativa se desenrola em torno das memórias compartilhadas pela autora Sylvia Orthof, onde a mesma apresenta os sentimentos comuns à adolescência resgatados de seu próprio passado - o primeiro beijo, o baile tão esperado, as farras no colégio, medos, sustos e emoções, de forma única, onde a mesma comenta, critica e faz humor dela mesma. Neste livro as ilustraçõesse tornam o cenário da história e o texto do livro sendo a própria fala dos personagens,percebemos em que um dá sentido ao outro e ambos se complementam. Segundo Zamboni (2010), o conhecimento histórico contribui para entendermos o tempo presente, para nos situarmos na época em que vivemos e termos possibilidades de fazer julgamentos, repudiamos um ensino de História baseado apenas em documentos escritos,oficiais. Nossa defesa é pela (re)construção de práticas de ensino e aprendizagem de História que privilegiem as narrativas históricas nas quais as paixões humanas, os sentimentos, as contradições, os valores e cotidiano das pessoas comuns estejam presentes e vivos. Por isso, é tão relevante fazemos um trabalho a partir da literatura, pois a partir dela poderemos trabalhar com conceitos de forma mais significativa com as crianças e jovens. Atividades possíveis para estudo de educação patrimonial a partir do livro de literatura:  Compreensão do conceito de memória a partir da leitura;  Elaboração de uma versão da história a partir do relato das experiências de vida dos alunos (cada aluno escrevendo seu livro);  Elaboração de poesias através do temas abordados;  Elaboração do enredo e das ilustraçõesdo livro a partir de uma nova versão escrita pelo aluno (Aqui o aluno pode modificar as partes do texto e/ou as ilustrações conforme sua imaginação).
  • 3. Registro da experiência de leitura: Se a memória não me falha Jéssica de Sousa Vieira Recordo-me que desde a escolha do livro o que me chamou a atenção foi à ilustração da capa, pois de certa forma demonstrava uma personagem na minha interpretação com uma expressão que estava tentando lembrar-se de algo, e assim fiquei tentando imaginar o que a mesma estava pensando. Além disso, o próprio nome dado ao livro “Se a memória não me falha”, foi algo que me despertou curiosidade, pois em minha interpretação antes de ler o livro, era que a autora contaria uma história em que o personagem lembrava suas memórias, mas às vezes não tinha certeza de certos fatos, e assim se explicava o nome dado ao livro. Na leitura da epígrafe do livro, fui relembrando a minha adolescência, uma espécie de filme que desenrolava a partir das minhas lembranças e fui me recordando de cada amizade que eu cultivei. Algo que achei interessante neste livro é que as ilustrações acabam fazendo uma imagem da própria história, no sentido de demonstrar o que a própria autora imaginou quando foi escrever o mesmo. As ilustrações se tornavam realidade, tornando-se o cenário da história e o texto do livro sendo como a própria fala dos personagens, e a meu ver os dois elementos enredo e ilustrações deram vida à história, um completava o outro e assim dava sentido à mesma. Mas, gosto também de fazer uma leitura de livros que não possuam ilustrações, ou que sejam feitos somente de ilustrações, pois conseguimos despertar a nossa imaginação e nos mesmos criamos durante a leitura do livro a nossa própria ilustração dentro da nossa imaginação, no caso se ele não possuir, ou se esse somente possuir ilustrações criamos nosso próprio enredo, desta forma cada tendo sua função e sua relevância. O modo de escrita da autora é muito interessante e irreverente, pois ela já faz um comentário, ora fazendo crítica, ora fazendo humor parecendo que a mesma esta conversando conosco naquele momento, e esse estilo nos envolve por está próximo ao nosso dia-a-dia. Acredito que isso é um dos elementos que os jovens procuram durante uma leitura, desta forma, nos auxiliaria no desenvolvimento de um trabalho a partir do conceito de memória com nossos alunos. No primeiro capítulo “Á procura de um nome”, foi interessante primeiramente para entendermos o nome do livro, e consequentemente para compreendemos a proposta do enredo da história. O fato de a autora explicitar como tornou-se escritora e atriz, dentro dos livros que já li não tinha percebido, e agora me faz refletir todos os elementos que estão por de trás da escrita de um livro.
  • 4. A autora escreve de forma tão engraçada a cena do seu primeiro beijo, durante a descrição o leitor consegue perceber essa facilidade da autora de mergulhar no passado e emergir na cena do presente. Quando a mesma coloca que para ela a ideia da velhice era algo muito distante, é algo que me recordo que na minha adolescência eu também achava que a velhice é um futuro muito distante. Uma questão que quase sempre ocorre no período da adolescência, é quando frequentamos a escola têm crianças, jovens e adultos de diversas etnias e estilos, e há sempre alguns que se destacam por beleza, força, inteligência, entre outros, e isso também ocorreu com a autora onde ela se frustou, pois tinha uma menina mais bela, e a autora gostaria de ser radiante que nem a outra menina, e com a ajuda de uma amiga que compreendia seus sentimentos ela conseguiu se arrumar de modo com que a mesma se sentisse radiante. A questão de que a personagem não compreendia de onde as crianças vinham, só tinha certeza que elas nasciam após o casamento, é um tema ainda presente na nossa realidade, pois as crianças ainda fazem esses tipos de indagações aos seus pais. A questão dos rituais da escola como cantar o hino, meninos sentados do lado esquerdo e as meninas do lado direito, levantar quando o diretor adentra a sala de aula, me faz refletir sobre essa postura do passado que de certa forma ainda permanece no presente e que me preocupa, pois pensar no tempo escolar é pensar também no discurso da ordem, da disciplina, nos corpos que passam horas sentadas numa carteira com movimentos limitados. Desta forma, Heller (1970) nos faz repensar e refletir sobre aquilo que é vivenciado por todos em nosso cotidiano, segundo o mesmo as interações no cotidiano de sala de aula entre professores e alunos, deveriam acontecer numa relação de confiança. No entanto, o que se percebeu é que o cotidiano convida à acomodação, à repressão, ao conformismo, aos rituais e às ações repetidas. A sala de aula precisa ser vista como um espaço composto por um grupo engajado num projeto comum com o intuito de desenvolver os conhecimentos individuais no contato com os conhecimentos dos outros. Em um trecho do livro, as crianças da escola se preparam para ir cantar para o presidente Getúlio Vargas, e em seu discurso ele apresenta uma fala em relação a independência do Brasil, de forma bela e sem problemas, e as crianças começam a rir. Assim já é uma oportunidade de fazer um trabalhar em relação as versões sobre um mesmo fato, a questão do alunos fazer indagações e questionar sobre o assunto e não se conformar com uma única versão imposta.
  • 5. A dificuldade em relação a disciplina de matemática foi apresentada pela personagem, de forma com que eu me encontrei na dificuldade apresentada pela mesma e acredito que durante o curso venho trabalhando de formar a superar e encontrar novas maneiras de ensinar meus alunos e de forma principalmente que tenha sentido. Acredito que o livro contribuiu para eu rememorar minhas lembranças do passado, para que eu refletisse sobre algumas questões apontadas que são vivenciadas na adolescência e principalmente em desenvolver um trabalho voltado para a temática da memória. “A memória é a mente. Por isso, os desmemoriados são denominados sem mente. A alma vivifica o corpo; o ânimo exerce a vontade; Quando o conhecimento existe, é mente; Quando recorda, é memória; quando julga o reto, é razão; Quando espira, é espírito; quando sente, é sentido.” Isidoro de Sevilha (c. 560-636), Etimologias, XI, 1, 13. Referências bibliográficas: HELLER, A. O cotidiano e a história. São Paulo: Paz e Terra, 1970. Disponível em: http://www.ricardocosta.com/artigo/historia-e-memoria-importancia-da-preservacao-e-da-recordacao-do- passado#sthash.HRki2eKN.dpuf Acesso em: 06/07/2014