SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 55
UNIVERSIDADE ESTADUAL
       DE MONTES CLAROS

 ECONOMIA REGIONAL E URBANA

Retornos Crescentes e Economias de
             Aglomeração
As regiões econômicas de August Lösch
            AULAS 17 e 18
              21/09/2012
            AULAS 19 e 20
              24/09/2012
UNIVERSIDADE ESTADUAL
        DE MONTES CLAROS

August Lösch
(1906-1945)
                 O geógrafo alemão, do século XIX, August
                 Lösch,elabora um modelo de economia
                 espacial em condições      de concorrência
                 imperfeita em que o espaço resulta uma
                 variável fundamental. Desenvolve o conceito
                 de região econômica, através da delimitação
                 da área de mercado segundo uma série de
                 postulados.
               LOSCH, A. The economics of location, Yale
                 U.P., New Haven, 1954. (caps. 9, 10 e 11)
UNIVERSIDADE ESTADUAL
          DE MONTES CLAROS
Teorias fundamentais da localização:
• Lösch – Considera na sua teoria aspectos
  estritamente econômicos
• Planície com recursos naturais uniformes e
  adequadamente distribuídos
• Área homogênea em todos aspectos com
  fazendas autossuficientes formando pequenos
  triângulos
• Em que condições o produto deverá ser vendido
  e qual sua área de mercado?
UNIVERSIDADE ESTADUAL
               DE MONTES CLAROS
    A curva de demanda espacial
Preço ao                         Tarifa de transporte - t
consumidor                       P – preço do produto FOB (Free
                                 On Board significa livre das
     P+m2t                       despesas de transporte)
                                 Mm é a distância
                                 Preço CIF- P+mt ( CIF = Cost,
    P+m1t                        Insurance and Freight que
                                 significam Custo, Seguro e Frete
         P                       respectivamente)



        0       m1          m2
                                      Distância (m)
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE
                  MONTES CLAROS
             A curva de demanda espacial
Preço CIF
(P+mt)
 ou custos
  P+m1t                   A curva de demanda espacial
                          Quanto maior o preço CIF, menor
                          a quantidade demandada (q)
   P+m2t


   P+m1t



     P= 0
                 q2      q1
                                           Quantidade (q)
Cone de demanda
                            As vendas podem ser feitas em
                            todas direções ( tarifa é a mesma
                   Q        em todas as direções)
Quantidade (q)              O cone de demanda é formado pelo
                            giro do eixo dos custos em torno
                            das quantidades.




                        E

                                                 F
                                                  Custo (mt = g)
             p              g
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE
          MONTES CLAROS

         A curva de demanda total
Pi

     D                  A curva de demanda total na
                        representação tradicional – curva
                        de demanda normal




                                      D’

 0
                   Q
                                       Quantidade (q)
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE
                MONTES CLAROS

A curva de custos médios de longo, denominada por Losch
de curva de planejamento, corresponde a diversos níveis
de produção

Somente quando a curva de custos médios de longo prazo
intercepta ou tangencia a curva de demanda, a fazenda
poderá produzir para o mercado.

Quando a curva de demanda não interceptar a curva de
custos médios, talvez porque os custos de transportes
sejam muito altos, ou devido a questões relativas às
vantagens de produção de longa escala, que tornam a
produção pequena antieconômica, e o produto da fazenda
não será comercializável.
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE
                 MONTES CLAROS

A natureza das regiões econômicas loschianas é
identificada através do equilíbrio de longo prazo das firmas
em concorrência monopolística, com o surgimento de novas
firmas.
Curva de demanda não é infinitamente elástica como na
concorrência perfeita possui uma inclinação negativa
(concorrência monopolística) – receita marginal (inclinação
negativa)
Concorrência monopolística – grande número de produtores
com plena liberdade para entrar ou sair do mercado
vendendo um produto diferenciado (acessibilidade dos
consumidores       à fontes de abastecimento devido à
localização)
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE
                 MONTES CLAROS

Devido a concorrência dos produtos, o equilíbrio de curto
prazo desaparece no longo prazo.
A entrada de novas firmas, atraídas pelos sobre lucros,
divide a demanda do produto entre maior número de
produtores deslocando a curva de demanda para baixo
Novo equilíbrio – tangência da curva de demanda com a
curva de custo total médio de longo prazo

Devido aos lucros, Losch mostra que diversas firmas se
distribuem no espaço motivada pelo excedente
comerciazável formando diversas áreas circulares.
Áreas de mercado circulares com interstícios –
todas as empresas com a mesma Estrutura de
Custo
Áreas de mercado circulares com interstícios – todas
as empresas com a mesma Estrutura de Custo
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE
              MONTES CLAROS

À medida que se distribuem no espaço, as áreas
circulares tendem a se tangenciar desaparecendo os
espaços vazios.
No longo prazo – todos os consumidores serão
atendidos pelas firmas, desaparecendo os espaços
vazios.
Quando todos consumidores são atendidos, a forma
das áreas de mercado circulares se interconectam
formando áreas de mercado Hexagonais (melhor forma
possível para atender toda a demanda dos
consumidores).
Áreas de mercado circulares sem interstícios
Áreas de mercado circulares sem interstícios
Nas áreas de intercessão, será
mais     favorável    para    os
consumidores se abastecerem,
respectivamente de um lado ou
de outro do segmento que une
os pontos onde duas áreas
circulares    se    interceptam.
Consumidor      da    área    de
intercessão    a    preferem-se
abastecer na fonte mais próxima
A, e pelo mesmo motivo da área
b em B.
Áreas de mercado circulares sem interstícios
Áreas de mercado hexagonais – os mercados formam um triângulo
unindo os pontos centrais dos hexágonos




                         60o
Áreas de mercado Hexagonais de Losch




Fonte: Ramos e Mendes, 2001
Universidade do Minho
Como se formam as menores áreas de mercado economicamente
viáveis? Rede de mercados hexagonais cujas áreas ficam determinadas
de acordo com a estrutura de custos e com as tarifas de transporte
pontos dentro dos hexágonos – regiões centrais e ponto médio que liga
estas regioes centrais representam as regiões pobres.
O padrão locacional ou a distribuição territorial das
atividades econômicas no cenário econômico de
Losch
Roda dentada de Losch – seis
setores compostos de uma parte
hachureada      e    outra    clara.
Estrutra Regional: cidade Central
Entorno desta cidade: 6 setores
onde as atividades econômicas se
concentram e 6 setores onde as
atividades      se       dispersam.
No sistema de Losch, podem
ocorrer outros lugares centrais
mas seu número diminui à medida
que o número de funções
aumenta       (diversificação     e
complexidade das atividades).
A distância entre os centros de
maior ordem é maior do que os
centros de ordem menor.
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE
              MONTES CLAROS

O aumento do número de vendas é maior nos locais
onde os consumidores têm maior acesso ao produto
pelo seu preço FOB
Se o aumento das vendas e da produção resulta em
economias de escala e redução do preço FOB, a
organização espacial da economia se caracteriza pela
aglomeração das atividades econômicas.

Na sua área de mercado, a empresa tem poder de
monopólio conferido pela barreira imposta pelo custo
de transporte às outras empresas dado o nível de
produção de equilíbrio igual em todos os locais.
Curva espacial de receita bruta: variação de
receitas em localizações alternativas (A, B e Q)
UNIVERSIDADE ESTADUAL
          DE MONTES CLAROS
LEMOS, M .B. Espaço e capital: um estudo sobre
a dinâmica centro x periferia. Campinas: (Tese de
(Doutorado). UNICAMP/IE, 1988.

2.4 – teorias da localização (p. 183 a 197)

4 - Sobre a renda fundiária urbana (p.300 a 376).
UNIVERSIDADE ESTADUAL
           DE MONTES CLAROS
 Teorias da localização – paradigma neoclássico de
equilíbrio (princípio da maximização) – localização
ótima ou ponto de minimização de custos.
Abandono do paradigma neoclássico – estudar o
movimento do capital no espaço (movimento das
forças produtivas) desenvolvimento regional desigual
com efeitos cumulativos (Lemos,1988)
Weber – melhor localização onde ocorre a
minimização dos custos de transporte – curva espacial
de custos – oferta do produto
 August Losch e o conceito de áreas de mercado –
curva de demanda no espacial
UNIVERSIDADE ESTADUAL
          DE MONTES CLAROS
Áreas de mercado de Losch
mercadorias pouco transportáveis terão mercados
(demanda) restritos (exemplo; serviços)
 inclusão de economias de escala para explicar a
estruturação do espaço econômico
 Equilíbrio de monopólio – as empresas fixam um
preço, e quanto menor este preço de oferta, maior
é a área de mercado e o avanço sobre a área do
espaço concorrente.
UNIVERSIDADE ESTADUAL
           DE MONTES CLAROS
Von Thunen – teoria da localização agrícola
Existência do espaço localizado afeta a decisão
locacional das atividades econômicas
As atividades econômicas (agrícolas) procuram
estabelecer sua localização em torno do centro
urbano
Conceito de espaço localizado, isto é, o espaço
privilegiado onde a produção torna-se mais rentável
(diferencial do custo de transporte da mercadoria
agrícola entre um ponto localizado e outro mais
afastado). Monopolização da renda fundiária.
UNIVERSIDADE ESTADUAL
          DE MONTES CLAROS
Modelo de Thunen construiu um modelo fechado
em um centro urbano isolado, sendo portanto um
modelo     eminentemente     desaglomerativo   e
incongruente com a própria ideia de aglomeração
urbana.
A existência do espaço localizado (renda urbana)
deve-se ao diferencial de transporte, mas o
crescimento dos centros urbanos é um fator
desaglomerativo (aumento do custos de
transporte).
UNIVERSIDADE ESTADUAL
          DE MONTES CLAROS
Lemos: na realidade existem vários tipos de
centros urbanos, com diferentes tamanhos e
formas de especialização, cada qual com estrutura
de custos distinta e onde assume o caráter
decisivo o fator aglomerativo
O modelo de Thunen é a explicação da natureza
do espaço localizado (renda urbana) e sim
estabelece sua influência sobre a localização
relativa das atividades econômicas em torno de
um centro urbano.
UNIVERSIDADE ESTADUAL
          DE MONTES CLAROS
Os modelos de Thunen e de Losch são
complementares: o primeiro enfatiza o processo
desaglomerativo do processo de urbanização e o
segundo enfatiza a natureza aglomerativa das
atividades econômicas, levando o crescimento dos
centros urbanos.
UNIVERSIDADE ESTADUAL
          DE MONTES CLAROS
4.31 – A teoria de localizacao de von thunen
Quanto maior a distância, maior o custo de
transporte dos produtos agrícolas e, portanto,
menos vantajosa a localização. Produtos
localizados    mais     próximos    do    mercado
consumidor são aqueles que obtém maior sobre
lucro.
Modelo de Von Thunen – modelo desaglomerativo
aplicável não somente á agricultura mas também
à indústria (Lemos, 1988)
UNIVERSIDADE ESTADUAL
          DE MONTES CLAROS
O caráter desaglomerativo – as culturas agrícolas
com menor grau de transportabilidade pagam uma
renda mais alta nos pontos de melhor localização,
expulsando aquelas menos intensivas ou de
melhor transportabilidade para os pontos mais
afastados.
Resultado estendido para a localização industrial,
comercial, residencial e de serviços calculando-se
o custo de acessibilidade aos mercados. O critério
de hierarquização das atividades permaneceria o
mesmo de Von Thunen.
UNIVERSIDADE ESTADUAL
           DE MONTES CLAROS
A produção física por unidade de área, a tarifa da
distância do produto a ser transportado determinam a
localização.
A renda mais alta é o custo de acessibilidade, fazendo
deste modo a desaglomeração das atividades
econômicas. No modelo de Von Thunen é criticado por
Lemos (1988) por sua total ausência de fatores
aglomerativos que é uma tendência do capitalismo.
O movimento do capital no espaço é o resultado líquido
de fatores desaglomerativos (custos de acessibilidade)
e, principalmente, de fatores aglomerativos.
UNIVERSIDADE ESTADUAL
          DE MONTES CLAROS
Críticas ao modelo de Von Thunen

Interdependência entre os setores da economia –
o processo da atividade econômica não envolve
somente a venda final dos produtos, mas também
as compras de mercadorias intermediárias
(insumos) e a força de trabalho, expressas por um
custo de acessibilidade, que somado ao preço da
produção permite a existência de um sobre lucro
transformável em renda.
UNIVERSIDADE ESTADUAL
          DE MONTES CLAROS
A renda espacial e os fatores aglomerativos.
Espaço localizado – formação de uma renda
fundiária urbana
Porque a produção das atividades econômicas
são diferentes?
1) Diferença nos preços de produção –
   produtividade natural (caso dos produtos
   agrícolas)
2) Maior     produtividadade    (concorrência e
   centralização no espaço econômico) vantagens
   locacionais urbanas
UNIVERSIDADE ESTADUAL
          DE MONTES CLAROS
Vantagens locacionais urbanas – Economias de
escalas advindas da aglomeração geográfica de
produtores e consumidores
O movimento do capital modifica o espaço
econômico, seja ampliando (pela concentração
geográfica) as vantagens aglomerativas, seja
aumentando o custo de acessibilidade e iniciando
um processo de desconcentração geográfica, seja
recriando vantagens aglomerativas em outros
pontos do espaço geográfico.
UNIVERSIDADE ESTADUAL
          DE MONTES CLAROS
O tamanho do centro urbano é o resultante tanto
da maior produtividade quanto do esgotamento
dos ganhos de escala ou do aumento de
acessibilidade.
O processo da renda fundiária urbana é a síntese
complexa de fatores aglomerativos (expansão dos
centros urbanos) e de fatores desaglomerativos
estabelecendo um limite ao crescimento urbano e
a descentralização do capital
UNIVERSIDADE ESTADUAL
            DE MONTES CLAROS
Fatores aglomerativos e desaglomerativos e salários.
A ocorrência deste dois fatores é ilustrada pelo
comportamento dos salários nos centros urbanos.
Trabalho qualificado e não qualificado
O salário tem seu gradiente de renda formado pelos
custos de transporte do trabalhador da sua moradia
até os serviços (produção).
Custo de moradia (aluguel) é um fator alternativo ao
gasto com transporte. Quanto maior o aluguel maior
acessibilidade    a moradia e menor o custo de
transporte
UNIVERSIDADE ESTADUAL
            DE MONTES CLAROS
Crescimento do centro urbano – aumento do aluguel
e do custo de transporte (salário maior) para a força
de trabalho
O crescimento dos centros urbanos implicará um
aumento dos gastos do trabalhador com sua
localização no espaço. Para isso o salário nominal
dos trabalhadores deverá aumentar para manter seu
poder de compra (aluguel, transporte etc).
Quanto maior o centro urbano, ceteris paribus, maior
o nível dos salários nominais (fator desaglomerativo)
UNIVERSIDADE ESTADUAL
            DE MONTES CLAROS
Se o aumento de salários fosse decisivo na determinação
do espaço, não haveria tendência a concentração
urbana.
Fatores compensatórios (fatores aglomerativos) agem no
sentido de concentração urbana – constitui a própria
gênese do crescimento urbano, compensando para
algumas atividades, o aumento do custo de
acessibilidade por meio dos retornos crescentes de
escalas (trabalhador qualificado).
Atividades que utilizam trabalhos não qualificados são
expulsas para a periferia das grandes metrópoles.
UNIVERSIDADE ESTADUAL
            DE MONTES CLAROS
A determinação da renda espacial passa por n
atividades dos mais diversos tipos que incluem desde
agricultura até a prestação de serviços.
Critério de hierarquização destas atividades: binômio
“intensidade do uso do solo” mais “grau de
transportabilidade”
Gradiente de renda: uso do solo monopolizado
(menor grau de transportabilidade e renda mais alta)
e maior grau de transportabilidade (renda mínima
absoluta)
UNIVERSIDADE ESTADUAL
            DE MONTES CLAROS
A determinação da renda dependerá das condições
de demanda para a atividade em questão (áreas de
mercado de Losch)
Quanto maior a demanda, maior a renda. O custo de
acessibilidade e as vantagens aglomerativas dos
centros urbanos são condensadas no fator produção
“terra localizada” ou solo localizado.
A renda espacial, ao contrário da renda natural
(produtividade ou fertilidade do solo para agricultura),
é totalmente produzida pelo capital (infraestrutura,
reotornos crescentes de escalas)

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Dinâmica demográfica-2 c
Dinâmica demográfica-2 cDinâmica demográfica-2 c
Dinâmica demográfica-2 cGilberto Pires
 
O TerritóRio Brasileiro
O TerritóRio BrasileiroO TerritóRio Brasileiro
O TerritóRio Brasileiroleila Cardoso
 
Estruturas de mercado
Estruturas de mercadoEstruturas de mercado
Estruturas de mercadoEliz Evan
 
Industrialização brasileira
Industrialização brasileiraIndustrialização brasileira
Industrialização brasileiraflornomandacaru
 
As características da rede urbana: o caso de Portugal - Geografia 11º Ano
As características da rede urbana: o caso de Portugal - Geografia 11º AnoAs características da rede urbana: o caso de Portugal - Geografia 11º Ano
As características da rede urbana: o caso de Portugal - Geografia 11º Ano713773
 
A intervenção do estado na economia
A intervenção do estado na economiaA intervenção do estado na economia
A intervenção do estado na economiaHelena Fonseca
 
A diversidade cultural [parte 1]
A diversidade cultural [parte 1]A diversidade cultural [parte 1]
A diversidade cultural [parte 1]Débora Rodrigues
 
O custeio por_absorcao_e_o_custeio_variavel[1]
O custeio por_absorcao_e_o_custeio_variavel[1]O custeio por_absorcao_e_o_custeio_variavel[1]
O custeio por_absorcao_e_o_custeio_variavel[1]Elaine SA
 
Rede urbana nacional
Rede urbana nacionalRede urbana nacional
Rede urbana nacionalCacilda Basto
 
Cidades sustentabilidade urbana
Cidades sustentabilidade urbanaCidades sustentabilidade urbana
Cidades sustentabilidade urbanamanjosp
 
A inter relação entre espaço urbano e espaço rural
A inter relação entre espaço urbano e espaço ruralA inter relação entre espaço urbano e espaço rural
A inter relação entre espaço urbano e espaço ruralIdalina Leite
 

Mais procurados (20)

Aulas 13,14,15,16 von thunen
Aulas 13,14,15,16   von thunenAulas 13,14,15,16   von thunen
Aulas 13,14,15,16 von thunen
 
Dinâmica demográfica-2 c
Dinâmica demográfica-2 cDinâmica demográfica-2 c
Dinâmica demográfica-2 c
 
O TerritóRio Brasileiro
O TerritóRio BrasileiroO TerritóRio Brasileiro
O TerritóRio Brasileiro
 
Transportes e Turismo
Transportes e TurismoTransportes e Turismo
Transportes e Turismo
 
Estruturas de mercado
Estruturas de mercadoEstruturas de mercado
Estruturas de mercado
 
Industrialização brasileira
Industrialização brasileiraIndustrialização brasileira
Industrialização brasileira
 
Escala cartográfica
Escala cartográficaEscala cartográfica
Escala cartográfica
 
Conflitos Regionais
Conflitos RegionaisConflitos Regionais
Conflitos Regionais
 
Urbanização conceitos
Urbanização conceitosUrbanização conceitos
Urbanização conceitos
 
O espaço urbano
O espaço urbanoO espaço urbano
O espaço urbano
 
As características da rede urbana: o caso de Portugal - Geografia 11º Ano
As características da rede urbana: o caso de Portugal - Geografia 11º AnoAs características da rede urbana: o caso de Portugal - Geografia 11º Ano
As características da rede urbana: o caso de Portugal - Geografia 11º Ano
 
Ec2ad_a05
Ec2ad_a05Ec2ad_a05
Ec2ad_a05
 
A intervenção do estado na economia
A intervenção do estado na economiaA intervenção do estado na economia
A intervenção do estado na economia
 
Aulas 5 e 6 teorias de weber-13-08-2012
Aulas 5 e 6  teorias de weber-13-08-2012Aulas 5 e 6  teorias de weber-13-08-2012
Aulas 5 e 6 teorias de weber-13-08-2012
 
A diversidade cultural [parte 1]
A diversidade cultural [parte 1]A diversidade cultural [parte 1]
A diversidade cultural [parte 1]
 
O custeio por_absorcao_e_o_custeio_variavel[1]
O custeio por_absorcao_e_o_custeio_variavel[1]O custeio por_absorcao_e_o_custeio_variavel[1]
O custeio por_absorcao_e_o_custeio_variavel[1]
 
Geografia Urbana
Geografia UrbanaGeografia Urbana
Geografia Urbana
 
Rede urbana nacional
Rede urbana nacionalRede urbana nacional
Rede urbana nacional
 
Cidades sustentabilidade urbana
Cidades sustentabilidade urbanaCidades sustentabilidade urbana
Cidades sustentabilidade urbana
 
A inter relação entre espaço urbano e espaço rural
A inter relação entre espaço urbano e espaço ruralA inter relação entre espaço urbano e espaço rural
A inter relação entre espaço urbano e espaço rural
 

Destaque (12)

Aula 3 ppgdee.ppt
Aula 3 ppgdee.pptAula 3 ppgdee.ppt
Aula 3 ppgdee.ppt
 
Aulas 19, 20 hotelling regional 17-09-2012
Aulas 19, 20 hotelling  regional 17-09-2012Aulas 19, 20 hotelling  regional 17-09-2012
Aulas 19, 20 hotelling regional 17-09-2012
 
Aulas 7,8,9,10, 11 e 12 teorias de weber
Aulas 7,8,9,10, 11 e 12   teorias de weberAulas 7,8,9,10, 11 e 12   teorias de weber
Aulas 7,8,9,10, 11 e 12 teorias de weber
 
Aulas 17,18. losch regional 21-09-2012
Aulas 17,18. losch   regional 21-09-2012Aulas 17,18. losch   regional 21-09-2012
Aulas 17,18. losch regional 21-09-2012
 
Ica205 economiarural 10-01_2013 [aula]
Ica205 economiarural 10-01_2013 [aula]Ica205 economiarural 10-01_2013 [aula]
Ica205 economiarural 10-01_2013 [aula]
 
TEORIA WEBERIANA DE LOCALIZAÇÃO INDUSTRIAL
TEORIA WEBERIANA DE LOCALIZAÇÃO INDUSTRIALTEORIA WEBERIANA DE LOCALIZAÇÃO INDUSTRIAL
TEORIA WEBERIANA DE LOCALIZAÇÃO INDUSTRIAL
 
Epe hunt cap 8
Epe hunt cap 8Epe hunt cap 8
Epe hunt cap 8
 
Epe hunt cap10
Epe hunt cap10Epe hunt cap10
Epe hunt cap10
 
Aula 15e 16 econmiainternacional-capitulo1
Aula 15e 16  econmiainternacional-capitulo1Aula 15e 16  econmiainternacional-capitulo1
Aula 15e 16 econmiainternacional-capitulo1
 
Teoría económica espacial august lösch
Teoría económica espacial   august löschTeoría económica espacial   august lösch
Teoría económica espacial august lösch
 
Teorías de localización alfred weber
Teorías de localización   alfred weberTeorías de localización   alfred weber
Teorías de localización alfred weber
 
Build Features, Not Apps
Build Features, Not AppsBuild Features, Not Apps
Build Features, Not Apps
 

Semelhante a Aulas 17,18. losch regional 21-09-2012

A demanda e a oferta
A demanda e a ofertaA demanda e a oferta
A demanda e a ofertaFelipe Leo
 
Economia dos transportes vggggggggggggghh
Economia dos transportes vggggggggggggghhEconomia dos transportes vggggggggggggghh
Economia dos transportes vggggggggggggghhinfomartinholucas
 
Teoria economica
Teoria economicaTeoria economica
Teoria economicadu FERREIRA
 
A competitividade dos diferentes modos de transporte
A competitividade dos diferentes modos de transporteA competitividade dos diferentes modos de transporte
A competitividade dos diferentes modos de transporteIlda Bicacro
 
4 a competitividade dos diferentes modos de transporte (1)
4 a competitividade dos diferentes modos de transporte (1)4 a competitividade dos diferentes modos de transporte (1)
4 a competitividade dos diferentes modos de transporte (1)InsMonteiro40
 
Logística Urbana - Uma Alternativa e Complemento na Distribuição com o Uso de...
Logística Urbana - Uma Alternativa e Complemento na Distribuição com o Uso de...Logística Urbana - Uma Alternativa e Complemento na Distribuição com o Uso de...
Logística Urbana - Uma Alternativa e Complemento na Distribuição com o Uso de...Luis Neto
 
Circuito de compras antp2011 v3
Circuito de compras antp2011 v3Circuito de compras antp2011 v3
Circuito de compras antp2011 v3trans_smt
 
Teorias de Crescimento Económico (Aulas do Mestrado de Marketing Research da ...
Teorias de Crescimento Económico (Aulas do Mestrado de Marketing Research da ...Teorias de Crescimento Económico (Aulas do Mestrado de Marketing Research da ...
Teorias de Crescimento Económico (Aulas do Mestrado de Marketing Research da ...Vítor João Pereira Domingues Martinho
 

Semelhante a Aulas 17,18. losch regional 21-09-2012 (10)

A demanda e a oferta
A demanda e a ofertaA demanda e a oferta
A demanda e a oferta
 
Função economica 2012 2
Função economica  2012 2Função economica  2012 2
Função economica 2012 2
 
Economia dos transportes vggggggggggggghh
Economia dos transportes vggggggggggggghhEconomia dos transportes vggggggggggggghh
Economia dos transportes vggggggggggggghh
 
Teoria economica
Teoria economicaTeoria economica
Teoria economica
 
Transportes
TransportesTransportes
Transportes
 
A competitividade dos diferentes modos de transporte
A competitividade dos diferentes modos de transporteA competitividade dos diferentes modos de transporte
A competitividade dos diferentes modos de transporte
 
4 a competitividade dos diferentes modos de transporte (1)
4 a competitividade dos diferentes modos de transporte (1)4 a competitividade dos diferentes modos de transporte (1)
4 a competitividade dos diferentes modos de transporte (1)
 
Logística Urbana - Uma Alternativa e Complemento na Distribuição com o Uso de...
Logística Urbana - Uma Alternativa e Complemento na Distribuição com o Uso de...Logística Urbana - Uma Alternativa e Complemento na Distribuição com o Uso de...
Logística Urbana - Uma Alternativa e Complemento na Distribuição com o Uso de...
 
Circuito de compras antp2011 v3
Circuito de compras antp2011 v3Circuito de compras antp2011 v3
Circuito de compras antp2011 v3
 
Teorias de Crescimento Económico (Aulas do Mestrado de Marketing Research da ...
Teorias de Crescimento Económico (Aulas do Mestrado de Marketing Research da ...Teorias de Crescimento Económico (Aulas do Mestrado de Marketing Research da ...
Teorias de Crescimento Económico (Aulas do Mestrado de Marketing Research da ...
 

Mais de Luiz Paulo Fontes Rezende

Ica205 unidade 02 oferta_função_produção-custos
Ica205 unidade 02 oferta_função_produção-custosIca205 unidade 02 oferta_função_produção-custos
Ica205 unidade 02 oferta_função_produção-custosLuiz Paulo Fontes Rezende
 
Custos de produçao aula-04-12-2012 [economia florestal]
Custos de produçao aula-04-12-2012 [economia florestal]Custos de produçao aula-04-12-2012 [economia florestal]
Custos de produçao aula-04-12-2012 [economia florestal]Luiz Paulo Fontes Rezende
 
Microsoft power point aula1-economia florestal-luiz [modo de compatibilidade]
Microsoft power point   aula1-economia florestal-luiz [modo de compatibilidade]Microsoft power point   aula1-economia florestal-luiz [modo de compatibilidade]
Microsoft power point aula1-economia florestal-luiz [modo de compatibilidade]Luiz Paulo Fontes Rezende
 
Aula1 economia florestal-luiz [modo de compatibilidade]
Aula1 economia florestal-luiz [modo de compatibilidade]Aula1 economia florestal-luiz [modo de compatibilidade]
Aula1 economia florestal-luiz [modo de compatibilidade]Luiz Paulo Fontes Rezende
 
Microsoft power point aulas - regional -teoriasdesenvolvimento regional [mo...
Microsoft power point   aulas - regional -teoriasdesenvolvimento regional [mo...Microsoft power point   aulas - regional -teoriasdesenvolvimento regional [mo...
Microsoft power point aulas - regional -teoriasdesenvolvimento regional [mo...Luiz Paulo Fontes Rezende
 
Aula 11 e 12 econmiainternacional-capitulo141
Aula 11 e 12  econmiainternacional-capitulo141Aula 11 e 12  econmiainternacional-capitulo141
Aula 11 e 12 econmiainternacional-capitulo141Luiz Paulo Fontes Rezende
 

Mais de Luiz Paulo Fontes Rezende (8)

Ica205 unidade 02 oferta_função_produção-custos
Ica205 unidade 02 oferta_função_produção-custosIca205 unidade 02 oferta_função_produção-custos
Ica205 unidade 02 oferta_função_produção-custos
 
Custos de produçao aula-04-12-2012 [economia florestal]
Custos de produçao aula-04-12-2012 [economia florestal]Custos de produçao aula-04-12-2012 [economia florestal]
Custos de produçao aula-04-12-2012 [economia florestal]
 
Microsoft power point aula1-economia florestal-luiz [modo de compatibilidade]
Microsoft power point   aula1-economia florestal-luiz [modo de compatibilidade]Microsoft power point   aula1-economia florestal-luiz [modo de compatibilidade]
Microsoft power point aula1-economia florestal-luiz [modo de compatibilidade]
 
Aula1 economia florestal-luiz [modo de compatibilidade]
Aula1 economia florestal-luiz [modo de compatibilidade]Aula1 economia florestal-luiz [modo de compatibilidade]
Aula1 economia florestal-luiz [modo de compatibilidade]
 
Microsoft power point aulas - regional -teoriasdesenvolvimento regional [mo...
Microsoft power point   aulas - regional -teoriasdesenvolvimento regional [mo...Microsoft power point   aulas - regional -teoriasdesenvolvimento regional [mo...
Microsoft power point aulas - regional -teoriasdesenvolvimento regional [mo...
 
Revisãodeprova
RevisãodeprovaRevisãodeprova
Revisãodeprova
 
Aula 11 e 12 econmiainternacional-capitulo141
Aula 11 e 12  econmiainternacional-capitulo141Aula 11 e 12  econmiainternacional-capitulo141
Aula 11 e 12 econmiainternacional-capitulo141
 
Aula 7, 8, 9 e 10 econmiainternacional
Aula 7, 8, 9 e 10  econmiainternacionalAula 7, 8, 9 e 10  econmiainternacional
Aula 7, 8, 9 e 10 econmiainternacional
 

Aulas 17,18. losch regional 21-09-2012

  • 1. UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS ECONOMIA REGIONAL E URBANA Retornos Crescentes e Economias de Aglomeração As regiões econômicas de August Lösch AULAS 17 e 18 21/09/2012 AULAS 19 e 20 24/09/2012
  • 2. UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS August Lösch (1906-1945) O geógrafo alemão, do século XIX, August Lösch,elabora um modelo de economia espacial em condições de concorrência imperfeita em que o espaço resulta uma variável fundamental. Desenvolve o conceito de região econômica, através da delimitação da área de mercado segundo uma série de postulados. LOSCH, A. The economics of location, Yale U.P., New Haven, 1954. (caps. 9, 10 e 11)
  • 3. UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS Teorias fundamentais da localização: • Lösch – Considera na sua teoria aspectos estritamente econômicos • Planície com recursos naturais uniformes e adequadamente distribuídos • Área homogênea em todos aspectos com fazendas autossuficientes formando pequenos triângulos • Em que condições o produto deverá ser vendido e qual sua área de mercado?
  • 4. UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS A curva de demanda espacial Preço ao Tarifa de transporte - t consumidor P – preço do produto FOB (Free On Board significa livre das P+m2t despesas de transporte) Mm é a distância Preço CIF- P+mt ( CIF = Cost, P+m1t Insurance and Freight que significam Custo, Seguro e Frete P respectivamente) 0 m1 m2 Distância (m)
  • 5. UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS A curva de demanda espacial Preço CIF (P+mt) ou custos P+m1t A curva de demanda espacial Quanto maior o preço CIF, menor a quantidade demandada (q) P+m2t P+m1t P= 0 q2 q1 Quantidade (q)
  • 6.
  • 7. Cone de demanda As vendas podem ser feitas em todas direções ( tarifa é a mesma Q em todas as direções) Quantidade (q) O cone de demanda é formado pelo giro do eixo dos custos em torno das quantidades. E F Custo (mt = g) p g
  • 8.
  • 9. UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS A curva de demanda total Pi D A curva de demanda total na representação tradicional – curva de demanda normal D’ 0 Q Quantidade (q)
  • 10. UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS A curva de custos médios de longo, denominada por Losch de curva de planejamento, corresponde a diversos níveis de produção Somente quando a curva de custos médios de longo prazo intercepta ou tangencia a curva de demanda, a fazenda poderá produzir para o mercado. Quando a curva de demanda não interceptar a curva de custos médios, talvez porque os custos de transportes sejam muito altos, ou devido a questões relativas às vantagens de produção de longa escala, que tornam a produção pequena antieconômica, e o produto da fazenda não será comercializável.
  • 11.
  • 12. UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS A natureza das regiões econômicas loschianas é identificada através do equilíbrio de longo prazo das firmas em concorrência monopolística, com o surgimento de novas firmas. Curva de demanda não é infinitamente elástica como na concorrência perfeita possui uma inclinação negativa (concorrência monopolística) – receita marginal (inclinação negativa) Concorrência monopolística – grande número de produtores com plena liberdade para entrar ou sair do mercado vendendo um produto diferenciado (acessibilidade dos consumidores à fontes de abastecimento devido à localização)
  • 13.
  • 14. UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS Devido a concorrência dos produtos, o equilíbrio de curto prazo desaparece no longo prazo. A entrada de novas firmas, atraídas pelos sobre lucros, divide a demanda do produto entre maior número de produtores deslocando a curva de demanda para baixo Novo equilíbrio – tangência da curva de demanda com a curva de custo total médio de longo prazo Devido aos lucros, Losch mostra que diversas firmas se distribuem no espaço motivada pelo excedente comerciazável formando diversas áreas circulares.
  • 15.
  • 16. Áreas de mercado circulares com interstícios – todas as empresas com a mesma Estrutura de Custo
  • 17. Áreas de mercado circulares com interstícios – todas as empresas com a mesma Estrutura de Custo
  • 18.
  • 19. UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS À medida que se distribuem no espaço, as áreas circulares tendem a se tangenciar desaparecendo os espaços vazios. No longo prazo – todos os consumidores serão atendidos pelas firmas, desaparecendo os espaços vazios. Quando todos consumidores são atendidos, a forma das áreas de mercado circulares se interconectam formando áreas de mercado Hexagonais (melhor forma possível para atender toda a demanda dos consumidores).
  • 20. Áreas de mercado circulares sem interstícios
  • 21. Áreas de mercado circulares sem interstícios
  • 22.
  • 23. Nas áreas de intercessão, será mais favorável para os consumidores se abastecerem, respectivamente de um lado ou de outro do segmento que une os pontos onde duas áreas circulares se interceptam. Consumidor da área de intercessão a preferem-se abastecer na fonte mais próxima A, e pelo mesmo motivo da área b em B.
  • 24. Áreas de mercado circulares sem interstícios
  • 25.
  • 26. Áreas de mercado hexagonais – os mercados formam um triângulo unindo os pontos centrais dos hexágonos 60o
  • 27. Áreas de mercado Hexagonais de Losch Fonte: Ramos e Mendes, 2001 Universidade do Minho
  • 28.
  • 29. Como se formam as menores áreas de mercado economicamente viáveis? Rede de mercados hexagonais cujas áreas ficam determinadas de acordo com a estrutura de custos e com as tarifas de transporte pontos dentro dos hexágonos – regiões centrais e ponto médio que liga estas regioes centrais representam as regiões pobres.
  • 30. O padrão locacional ou a distribuição territorial das atividades econômicas no cenário econômico de Losch
  • 31.
  • 32.
  • 33.
  • 34. Roda dentada de Losch – seis setores compostos de uma parte hachureada e outra clara. Estrutra Regional: cidade Central Entorno desta cidade: 6 setores onde as atividades econômicas se concentram e 6 setores onde as atividades se dispersam. No sistema de Losch, podem ocorrer outros lugares centrais mas seu número diminui à medida que o número de funções aumenta (diversificação e complexidade das atividades). A distância entre os centros de maior ordem é maior do que os centros de ordem menor.
  • 35. UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS O aumento do número de vendas é maior nos locais onde os consumidores têm maior acesso ao produto pelo seu preço FOB Se o aumento das vendas e da produção resulta em economias de escala e redução do preço FOB, a organização espacial da economia se caracteriza pela aglomeração das atividades econômicas. Na sua área de mercado, a empresa tem poder de monopólio conferido pela barreira imposta pelo custo de transporte às outras empresas dado o nível de produção de equilíbrio igual em todos os locais.
  • 36. Curva espacial de receita bruta: variação de receitas em localizações alternativas (A, B e Q)
  • 37. UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS LEMOS, M .B. Espaço e capital: um estudo sobre a dinâmica centro x periferia. Campinas: (Tese de (Doutorado). UNICAMP/IE, 1988. 2.4 – teorias da localização (p. 183 a 197) 4 - Sobre a renda fundiária urbana (p.300 a 376).
  • 38. UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS Teorias da localização – paradigma neoclássico de equilíbrio (princípio da maximização) – localização ótima ou ponto de minimização de custos. Abandono do paradigma neoclássico – estudar o movimento do capital no espaço (movimento das forças produtivas) desenvolvimento regional desigual com efeitos cumulativos (Lemos,1988) Weber – melhor localização onde ocorre a minimização dos custos de transporte – curva espacial de custos – oferta do produto August Losch e o conceito de áreas de mercado – curva de demanda no espacial
  • 39. UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS Áreas de mercado de Losch mercadorias pouco transportáveis terão mercados (demanda) restritos (exemplo; serviços) inclusão de economias de escala para explicar a estruturação do espaço econômico Equilíbrio de monopólio – as empresas fixam um preço, e quanto menor este preço de oferta, maior é a área de mercado e o avanço sobre a área do espaço concorrente.
  • 40. UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS Von Thunen – teoria da localização agrícola Existência do espaço localizado afeta a decisão locacional das atividades econômicas As atividades econômicas (agrícolas) procuram estabelecer sua localização em torno do centro urbano Conceito de espaço localizado, isto é, o espaço privilegiado onde a produção torna-se mais rentável (diferencial do custo de transporte da mercadoria agrícola entre um ponto localizado e outro mais afastado). Monopolização da renda fundiária.
  • 41. UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS Modelo de Thunen construiu um modelo fechado em um centro urbano isolado, sendo portanto um modelo eminentemente desaglomerativo e incongruente com a própria ideia de aglomeração urbana. A existência do espaço localizado (renda urbana) deve-se ao diferencial de transporte, mas o crescimento dos centros urbanos é um fator desaglomerativo (aumento do custos de transporte).
  • 42. UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS Lemos: na realidade existem vários tipos de centros urbanos, com diferentes tamanhos e formas de especialização, cada qual com estrutura de custos distinta e onde assume o caráter decisivo o fator aglomerativo O modelo de Thunen é a explicação da natureza do espaço localizado (renda urbana) e sim estabelece sua influência sobre a localização relativa das atividades econômicas em torno de um centro urbano.
  • 43. UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS Os modelos de Thunen e de Losch são complementares: o primeiro enfatiza o processo desaglomerativo do processo de urbanização e o segundo enfatiza a natureza aglomerativa das atividades econômicas, levando o crescimento dos centros urbanos.
  • 44. UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS 4.31 – A teoria de localizacao de von thunen Quanto maior a distância, maior o custo de transporte dos produtos agrícolas e, portanto, menos vantajosa a localização. Produtos localizados mais próximos do mercado consumidor são aqueles que obtém maior sobre lucro. Modelo de Von Thunen – modelo desaglomerativo aplicável não somente á agricultura mas também à indústria (Lemos, 1988)
  • 45. UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS O caráter desaglomerativo – as culturas agrícolas com menor grau de transportabilidade pagam uma renda mais alta nos pontos de melhor localização, expulsando aquelas menos intensivas ou de melhor transportabilidade para os pontos mais afastados. Resultado estendido para a localização industrial, comercial, residencial e de serviços calculando-se o custo de acessibilidade aos mercados. O critério de hierarquização das atividades permaneceria o mesmo de Von Thunen.
  • 46. UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS A produção física por unidade de área, a tarifa da distância do produto a ser transportado determinam a localização. A renda mais alta é o custo de acessibilidade, fazendo deste modo a desaglomeração das atividades econômicas. No modelo de Von Thunen é criticado por Lemos (1988) por sua total ausência de fatores aglomerativos que é uma tendência do capitalismo. O movimento do capital no espaço é o resultado líquido de fatores desaglomerativos (custos de acessibilidade) e, principalmente, de fatores aglomerativos.
  • 47. UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS Críticas ao modelo de Von Thunen Interdependência entre os setores da economia – o processo da atividade econômica não envolve somente a venda final dos produtos, mas também as compras de mercadorias intermediárias (insumos) e a força de trabalho, expressas por um custo de acessibilidade, que somado ao preço da produção permite a existência de um sobre lucro transformável em renda.
  • 48. UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS A renda espacial e os fatores aglomerativos. Espaço localizado – formação de uma renda fundiária urbana Porque a produção das atividades econômicas são diferentes? 1) Diferença nos preços de produção – produtividade natural (caso dos produtos agrícolas) 2) Maior produtividadade (concorrência e centralização no espaço econômico) vantagens locacionais urbanas
  • 49. UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS Vantagens locacionais urbanas – Economias de escalas advindas da aglomeração geográfica de produtores e consumidores O movimento do capital modifica o espaço econômico, seja ampliando (pela concentração geográfica) as vantagens aglomerativas, seja aumentando o custo de acessibilidade e iniciando um processo de desconcentração geográfica, seja recriando vantagens aglomerativas em outros pontos do espaço geográfico.
  • 50. UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS O tamanho do centro urbano é o resultante tanto da maior produtividade quanto do esgotamento dos ganhos de escala ou do aumento de acessibilidade. O processo da renda fundiária urbana é a síntese complexa de fatores aglomerativos (expansão dos centros urbanos) e de fatores desaglomerativos estabelecendo um limite ao crescimento urbano e a descentralização do capital
  • 51. UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS Fatores aglomerativos e desaglomerativos e salários. A ocorrência deste dois fatores é ilustrada pelo comportamento dos salários nos centros urbanos. Trabalho qualificado e não qualificado O salário tem seu gradiente de renda formado pelos custos de transporte do trabalhador da sua moradia até os serviços (produção). Custo de moradia (aluguel) é um fator alternativo ao gasto com transporte. Quanto maior o aluguel maior acessibilidade a moradia e menor o custo de transporte
  • 52. UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS Crescimento do centro urbano – aumento do aluguel e do custo de transporte (salário maior) para a força de trabalho O crescimento dos centros urbanos implicará um aumento dos gastos do trabalhador com sua localização no espaço. Para isso o salário nominal dos trabalhadores deverá aumentar para manter seu poder de compra (aluguel, transporte etc). Quanto maior o centro urbano, ceteris paribus, maior o nível dos salários nominais (fator desaglomerativo)
  • 53. UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS Se o aumento de salários fosse decisivo na determinação do espaço, não haveria tendência a concentração urbana. Fatores compensatórios (fatores aglomerativos) agem no sentido de concentração urbana – constitui a própria gênese do crescimento urbano, compensando para algumas atividades, o aumento do custo de acessibilidade por meio dos retornos crescentes de escalas (trabalhador qualificado). Atividades que utilizam trabalhos não qualificados são expulsas para a periferia das grandes metrópoles.
  • 54. UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS A determinação da renda espacial passa por n atividades dos mais diversos tipos que incluem desde agricultura até a prestação de serviços. Critério de hierarquização destas atividades: binômio “intensidade do uso do solo” mais “grau de transportabilidade” Gradiente de renda: uso do solo monopolizado (menor grau de transportabilidade e renda mais alta) e maior grau de transportabilidade (renda mínima absoluta)
  • 55. UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS A determinação da renda dependerá das condições de demanda para a atividade em questão (áreas de mercado de Losch) Quanto maior a demanda, maior a renda. O custo de acessibilidade e as vantagens aglomerativas dos centros urbanos são condensadas no fator produção “terra localizada” ou solo localizado. A renda espacial, ao contrário da renda natural (produtividade ou fertilidade do solo para agricultura), é totalmente produzida pelo capital (infraestrutura, reotornos crescentes de escalas)