SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 11
Professor : Lindomar Cavalcante de Lacerda Lima
Rede de Ensino: Municipal & Estadual .
A linguística aplicada ao teatro no ensino de
inglês: do fragmento à uma hiper-realidade
IV GELCO
Introdução
“Todo texto é a absorção e transformação de uma multiplicidade de outros textos”
(KRISTEVA, 1969, p. 146)
  
A aproximação entre disciplinas tornou-se uma constante nas discussões relativas
às interdisciplinaridades. Assim, este trabalho apresenta uma proposta que vai
muito além de um cruzamento entre disciplinas, algo que se apropria da ideia de
interdisciplinaridade e consegue, num movimento autofágico, ir além, inserindo
conhecimentos das áreas da linguística e da semiótica, utilizando como pano de
fundo a teoria literária e a teoria teatral. Com isso, rompe-se com aquele teoricismo
acadêmico sem aplicação prática, e deixa-se o ensino de línguas em sala de aula
mais lúdico. Como aporte teórico foram utilizados os conceitos de Rygaert,
Pallotini e Rosenfeld e as teorias para o aprendizado de Línguas de Thornbury,
Batstone e Malley e Duff, juntamente, com as teorias de estudo da linguagem de
Eco, Kristeva, Bauman e Baudrillard. Assim, demonstra-se o efeito metodológico
que uma abordagem teatral causa no ensino de uma segunda língua.
O teatro desenvolve a capacidade de interpretação e
tradução. A integração do Inglês com o teatro oferece
recursos altamente eficazes ao aluno. Situação comparável
ao aprendizado natural da língua pelas crianças. A
representação de um papel exige do estudante uma relação
muito próxima com o conteúdo (texto), o que gera uma alta
compreensão e fixação dos conteúdos abordados em uma
situação real de comunicação.
É reconhecido que as artes têm o poder de antecipar muitas invenções da
ciência e prever vários avanços tecnológicos, nesse caso, com a arte-
educação, não foi diferente. Autores como Landow (1995), Bolter (1991) e
Murray (1997) são unânimes em afirmar que essas tentativas de rompimento
dos padrões "lineares" da escrita teriam sido precursoras do conceito do
hipertexto. Portanto, considera-se os teatros produzidos pelos alunos,
metaforicamente, de hipertextuais, algo parecido com uma intertextualidade
de caráter genérico, porque se referem a muitos outros textos por meio de
conexões e associações que podem ou não ficar a cargo do leitor. São obras
que, de certa forma, subvertem a noção de texto tradicional, apontando para
a atividade do leitor em seguir caminhos variados em histórias multiformes.
Percebe-se que, quando o professor aplica a teoria literária, a
semiótica e a linguística de forma dinâmica e sem “teoricismo”,
quem ganha no ensino de línguas é o aluno, pois as aulas deixam
de ser interdisciplinares e passam a ser hiperdisciplinares, ou
seja, quando o hipertexto é usado numa prática cênica, ele se
torna um simulacro de si mesmo, e não vemos mais os alunos,
mas os atores dando forma e vida às palavras:
O interessante é que, mesmo as encenações sendo
em inglês, temos aí uma outra característica semiótica
do teatro: a desconstrução da compreensão por signos
verbais, dando lugar a recursos corporais, algo como
um semissimbolismo, ou seja, recursos gestuais que
dizem mais que as próprias palavras.
As referências cruzadas, característica de toda
escrita hipertextual, constituem o foco da
construção dos teatros em sala de aula e fazem
os alunos seguirem caminhos pré-definidos por
meio de uma grande coleção de informações
textuais.
Buscou-se, enfim, mecanismos que tornassem os teatros
múltiplos, mais próximos de um mosaico, com novos ritmos para
o fluxo do texto. Ou seja, como o tempo das aulas é curto e não
se pode usar o teatro como um fim em si mesmo, o trabalho com
fragmentos foi a melhor opção. Os alunos foram separados em
grupos e tomaram conhecimento dos resumos das peças
selecionadas, da trama e das personagens. Os teatros são
construídos com base na hipertextualidade, como percebemos
pela definição do termo hipertexto:
[...] técnica de armazenamento e apresentação da informação
baseada num sistema de referências cruzadas que formam uma
rede de associações (à semelhança da forma como se processa
o pensamento humano, baseado em associações de ideias num
percurso não seqüencial) Originalmente, como o próprio nome
sugere, hipertexto estava baseado na apresentação textual de
informações de forma não-linear (FERREIRA, 1999, p. 332).
Então, o uso do hipertexto, como teoria de suporte para
a utilização do teatro, como aporte metodológico para
o ensino de língua inglesa, apesar de permitir liberdade
de ação, tanto numa superfície cênica como textual,
pode, mediante desdobramentos e variantes, utilizar-se
de montagens textuais, tais como recorte de falas de
um filme, parafraseando e adaptando essas falas ao
tema de cada teatro.
BAUDRILLARD, Jean. De um fragmento ao outro, Trad. Guilherme João de Freitas
Teixeira, São Paulo: Zouk, 2003.
BAUMAN, Zygmunt. O mal-estar da pós modernidade. Trad. Mauro Gama, Cláudia
Martinelli Gama, Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1998.
BOGATYREV, Petr. O signo teatral. In: INGARDEN, Roman et al. O signo teatral: a
semiologia aplicada à arte dramática. Org. e Trad. Luiz Arthur Nunes et al. Porto Alegre:
Globo, 1977.
KRASHEN, Stephen. D. Principles and Practice in second language acquisition. Phoenix
ELT.1995.
PALLOTINI, Renata. Introdução à dramaturgia. São Paulo: Brasiliense, 1993.
RYGAERT, Jean Pierre. Ler o teatro contemporâneo. Trad. Andréa Stahel M. da Silva.
São Paulo: Martins Fontes. 1998.
ROSENFELD, Anatol. Prismas do teatro. São Paulo: Perspectiva, 1993.
LIMA, L. Plays With English, teatro em língua inglesa. Dísponivel em:
http://www.youtube.com/watch?
v=_AHOXEdD46s&feature=mfu_in_order&list=UL, Acesso em 15 jun. 2012.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

RELAÇÕES TRANSTEXTUAIS
RELAÇÕES TRANSTEXTUAISRELAÇÕES TRANSTEXTUAIS
RELAÇÕES TRANSTEXTUAISCRFROEHLICH
 
RELAÇÕES TRANSTEXTUAIS, SEGUNDO ENTENDIMENTO DE GÉRARD GENETTE
RELAÇÕES TRANSTEXTUAIS, SEGUNDO ENTENDIMENTO DE GÉRARD GENETTERELAÇÕES TRANSTEXTUAIS, SEGUNDO ENTENDIMENTO DE GÉRARD GENETTE
RELAÇÕES TRANSTEXTUAIS, SEGUNDO ENTENDIMENTO DE GÉRARD GENETTECRFROEHLICH
 
Intertextualidade e interdiscursividade nas linguagens midiáticas e literárias
Intertextualidade e interdiscursividade nas linguagens midiáticas e literáriasIntertextualidade e interdiscursividade nas linguagens midiáticas e literárias
Intertextualidade e interdiscursividade nas linguagens midiáticas e literáriasEdilson A. Souza
 
Intertextualidade é metalinguagem
Intertextualidade é metalinguagemIntertextualidade é metalinguagem
Intertextualidade é metalinguagemEdilson A. Souza
 
Intertextualidade e polifonia cap 5 parte 1_apresentar_koch
Intertextualidade e polifonia cap 5 parte 1_apresentar_kochIntertextualidade e polifonia cap 5 parte 1_apresentar_koch
Intertextualidade e polifonia cap 5 parte 1_apresentar_kochmarimidlej
 
A corporificação no ensino de língua inglesa e o teatro pós-dramático
A corporificação no ensino de língua inglesa e o teatro pós-dramáticoA corporificação no ensino de língua inglesa e o teatro pós-dramático
A corporificação no ensino de língua inglesa e o teatro pós-dramáticoLindomar Lacerda
 
Oficina de Tertúlia Literária na Escola e Teatro de Sombras
Oficina de Tertúlia Literária na Escola e Teatro de SombrasOficina de Tertúlia Literária na Escola e Teatro de Sombras
Oficina de Tertúlia Literária na Escola e Teatro de SombrasUniversidade Federal de Roraima
 
TEATRO E ENSINO DE LÍNGUA INGLESA: LETRAMENTO TEATRAL CRÍTICO PÓS-DRAMÁTICO N...
TEATRO E ENSINO DE LÍNGUA INGLESA: LETRAMENTO TEATRAL CRÍTICO PÓS-DRAMÁTICO N...TEATRO E ENSINO DE LÍNGUA INGLESA: LETRAMENTO TEATRAL CRÍTICO PÓS-DRAMÁTICO N...
TEATRO E ENSINO DE LÍNGUA INGLESA: LETRAMENTO TEATRAL CRÍTICO PÓS-DRAMÁTICO N...Lindomar Lacerda
 
Trabalho da Daniela, Laís e Paula - 1º B
Trabalho da Daniela, Laís e Paula - 1º BTrabalho da Daniela, Laís e Paula - 1º B
Trabalho da Daniela, Laís e Paula - 1º BVanda Crivillari
 
Intertextualidade a construcao_de_sentido_na_stefania
Intertextualidade a construcao_de_sentido_na_stefaniaIntertextualidade a construcao_de_sentido_na_stefania
Intertextualidade a construcao_de_sentido_na_stefaniaEdilson A. Souza
 
Apresentação.simpósio letras uem
Apresentação.simpósio letras uemApresentação.simpósio letras uem
Apresentação.simpósio letras uemLindomar Lacerda
 
Letramentos da fronteira-sul: Margeando uma roda de prosa fronteiriça
Letramentos da fronteira-sul: Margeando uma roda de prosa fronteiriçaLetramentos da fronteira-sul: Margeando uma roda de prosa fronteiriça
Letramentos da fronteira-sul: Margeando uma roda de prosa fronteiriçaLindomar Lacerda
 

Mais procurados (19)

Resumo Tp5 Unid 17 18
Resumo   Tp5   Unid 17 18Resumo   Tp5   Unid 17 18
Resumo Tp5 Unid 17 18
 
Hipertexto
Hipertexto Hipertexto
Hipertexto
 
Trabalho rafa
Trabalho rafaTrabalho rafa
Trabalho rafa
 
RELAÇÕES TRANSTEXTUAIS
RELAÇÕES TRANSTEXTUAISRELAÇÕES TRANSTEXTUAIS
RELAÇÕES TRANSTEXTUAIS
 
RELAÇÕES TRANSTEXTUAIS, SEGUNDO ENTENDIMENTO DE GÉRARD GENETTE
RELAÇÕES TRANSTEXTUAIS, SEGUNDO ENTENDIMENTO DE GÉRARD GENETTERELAÇÕES TRANSTEXTUAIS, SEGUNDO ENTENDIMENTO DE GÉRARD GENETTE
RELAÇÕES TRANSTEXTUAIS, SEGUNDO ENTENDIMENTO DE GÉRARD GENETTE
 
Intertextualidade e interdiscursividade nas linguagens midiáticas e literárias
Intertextualidade e interdiscursividade nas linguagens midiáticas e literáriasIntertextualidade e interdiscursividade nas linguagens midiáticas e literárias
Intertextualidade e interdiscursividade nas linguagens midiáticas e literárias
 
Intertextualidade é metalinguagem
Intertextualidade é metalinguagemIntertextualidade é metalinguagem
Intertextualidade é metalinguagem
 
Intertextualidade e polifonia cap 5 parte 1_apresentar_koch
Intertextualidade e polifonia cap 5 parte 1_apresentar_kochIntertextualidade e polifonia cap 5 parte 1_apresentar_koch
Intertextualidade e polifonia cap 5 parte 1_apresentar_koch
 
A corporificação no ensino de língua inglesa e o teatro pós-dramático
A corporificação no ensino de língua inglesa e o teatro pós-dramáticoA corporificação no ensino de língua inglesa e o teatro pós-dramático
A corporificação no ensino de língua inglesa e o teatro pós-dramático
 
Oficina de Tertúlia Literária na Escola e Teatro de Sombras
Oficina de Tertúlia Literária na Escola e Teatro de SombrasOficina de Tertúlia Literária na Escola e Teatro de Sombras
Oficina de Tertúlia Literária na Escola e Teatro de Sombras
 
Trabalho de portuquês 2015
Trabalho   de   portuquês 2015Trabalho   de   portuquês 2015
Trabalho de portuquês 2015
 
TEATRO E ENSINO DE LÍNGUA INGLESA: LETRAMENTO TEATRAL CRÍTICO PÓS-DRAMÁTICO N...
TEATRO E ENSINO DE LÍNGUA INGLESA: LETRAMENTO TEATRAL CRÍTICO PÓS-DRAMÁTICO N...TEATRO E ENSINO DE LÍNGUA INGLESA: LETRAMENTO TEATRAL CRÍTICO PÓS-DRAMÁTICO N...
TEATRO E ENSINO DE LÍNGUA INGLESA: LETRAMENTO TEATRAL CRÍTICO PÓS-DRAMÁTICO N...
 
CLAFPL
CLAFPLCLAFPL
CLAFPL
 
Trabalho da Daniela, Laís e Paula - 1º B
Trabalho da Daniela, Laís e Paula - 1º BTrabalho da Daniela, Laís e Paula - 1º B
Trabalho da Daniela, Laís e Paula - 1º B
 
Resumo
Resumo Resumo
Resumo
 
Intertextualidade a construcao_de_sentido_na_stefania
Intertextualidade a construcao_de_sentido_na_stefaniaIntertextualidade a construcao_de_sentido_na_stefania
Intertextualidade a construcao_de_sentido_na_stefania
 
Apresentação.simpósio letras uem
Apresentação.simpósio letras uemApresentação.simpósio letras uem
Apresentação.simpósio letras uem
 
Slide.intertextualidade (final)
Slide.intertextualidade (final)Slide.intertextualidade (final)
Slide.intertextualidade (final)
 
Letramentos da fronteira-sul: Margeando uma roda de prosa fronteiriça
Letramentos da fronteira-sul: Margeando uma roda de prosa fronteiriçaLetramentos da fronteira-sul: Margeando uma roda de prosa fronteiriça
Letramentos da fronteira-sul: Margeando uma roda de prosa fronteiriça
 

Destaque

O hibridismo nos contos e novelas de sérgio
O hibridismo nos contos e novelas de sérgioO hibridismo nos contos e novelas de sérgio
O hibridismo nos contos e novelas de sérgioLindomar Lacerda
 
A Multimodalidade na sala de aula: Os desafios da educação na sociedade  cont...
A Multimodalidade na sala de aula: Os desafios da educação na sociedade  cont...A Multimodalidade na sala de aula: Os desafios da educação na sociedade  cont...
A Multimodalidade na sala de aula: Os desafios da educação na sociedade  cont...Lindomar Lacerda
 
Apresentação apimec 2006
Apresentação apimec 2006Apresentação apimec 2006
Apresentação apimec 2006CSURIWEB
 
Projecto Seja Saudável
Projecto Seja SaudávelProjecto Seja Saudável
Projecto Seja Saudável12anogolega
 
Evolución Tecnología SERIKAT
Evolución Tecnología SERIKATEvolución Tecnología SERIKAT
Evolución Tecnología SERIKATandekapuente
 
Csu apresentação 3T11 - port
Csu apresentação 3T11 - portCsu apresentação 3T11 - port
Csu apresentação 3T11 - portCSURIWEB
 
Cat Sitter Gata Lili em Fortaleza - Revista Siará
Cat Sitter Gata Lili em Fortaleza - Revista SiaráCat Sitter Gata Lili em Fortaleza - Revista Siará
Cat Sitter Gata Lili em Fortaleza - Revista SiaráGata Lili
 
IARAF - IE nº 152: Los municipios en el laberinto, ¿por qué cae la coparticip...
IARAF - IE nº 152: Los municipios en el laberinto, ¿por qué cae la coparticip...IARAF - IE nº 152: Los municipios en el laberinto, ¿por qué cae la coparticip...
IARAF - IE nº 152: Los municipios en el laberinto, ¿por qué cae la coparticip...Foro Blog
 
ATAPS GP MHP Patient Brochure
ATAPS GP MHP Patient BrochureATAPS GP MHP Patient Brochure
ATAPS GP MHP Patient BrochureJason Trim
 
Jornal Zoada Bonita novembro 2011
Jornal Zoada Bonita novembro 2011 Jornal Zoada Bonita novembro 2011
Jornal Zoada Bonita novembro 2011 paulo maia
 
1ª ae (9 anos) mat. prof daniel
1ª ae (9 anos)  mat. prof daniel1ª ae (9 anos)  mat. prof daniel
1ª ae (9 anos) mat. prof danielDaniel Muniz
 

Destaque (20)

Lispector apresentation 1
Lispector apresentation 1Lispector apresentation 1
Lispector apresentation 1
 
O hibridismo nos contos e novelas de sérgio
O hibridismo nos contos e novelas de sérgioO hibridismo nos contos e novelas de sérgio
O hibridismo nos contos e novelas de sérgio
 
Defesa
DefesaDefesa
Defesa
 
A Multimodalidade na sala de aula: Os desafios da educação na sociedade  cont...
A Multimodalidade na sala de aula: Os desafios da educação na sociedade  cont...A Multimodalidade na sala de aula: Os desafios da educação na sociedade  cont...
A Multimodalidade na sala de aula: Os desafios da educação na sociedade  cont...
 
Infotainment - Hibridismo de gêneros
Infotainment - Hibridismo de gênerosInfotainment - Hibridismo de gêneros
Infotainment - Hibridismo de gêneros
 
Apresentação apimec 2006
Apresentação apimec 2006Apresentação apimec 2006
Apresentação apimec 2006
 
Projecto Seja Saudável
Projecto Seja SaudávelProjecto Seja Saudável
Projecto Seja Saudável
 
Evolución Tecnología SERIKAT
Evolución Tecnología SERIKATEvolución Tecnología SERIKAT
Evolución Tecnología SERIKAT
 
U.E.B 3
U.E.B  3U.E.B  3
U.E.B 3
 
Csu apresentação 3T11 - port
Csu apresentação 3T11 - portCsu apresentação 3T11 - port
Csu apresentação 3T11 - port
 
Cat Sitter Gata Lili em Fortaleza - Revista Siará
Cat Sitter Gata Lili em Fortaleza - Revista SiaráCat Sitter Gata Lili em Fortaleza - Revista Siará
Cat Sitter Gata Lili em Fortaleza - Revista Siará
 
IARAF - IE nº 152: Los municipios en el laberinto, ¿por qué cae la coparticip...
IARAF - IE nº 152: Los municipios en el laberinto, ¿por qué cae la coparticip...IARAF - IE nº 152: Los municipios en el laberinto, ¿por qué cae la coparticip...
IARAF - IE nº 152: Los municipios en el laberinto, ¿por qué cae la coparticip...
 
ATAPS GP MHP Patient Brochure
ATAPS GP MHP Patient BrochureATAPS GP MHP Patient Brochure
ATAPS GP MHP Patient Brochure
 
Jornal Zoada Bonita novembro 2011
Jornal Zoada Bonita novembro 2011 Jornal Zoada Bonita novembro 2011
Jornal Zoada Bonita novembro 2011
 
Presentation_NEW.PPTX
Presentation_NEW.PPTXPresentation_NEW.PPTX
Presentation_NEW.PPTX
 
Dis
DisDis
Dis
 
EMENTAS
EMENTASEMENTAS
EMENTAS
 
A visita a foz de arouce[1]
A visita a foz de arouce[1]A visita a foz de arouce[1]
A visita a foz de arouce[1]
 
1ª ae (9 anos) mat. prof daniel
1ª ae (9 anos)  mat. prof daniel1ª ae (9 anos)  mat. prof daniel
1ª ae (9 anos) mat. prof daniel
 
7 Maravillas
7 Maravillas7 Maravillas
7 Maravillas
 

Semelhante a Projeto plays with english

I ntertextualidade tese alleid_ribeiro_machado
I ntertextualidade tese alleid_ribeiro_machadoI ntertextualidade tese alleid_ribeiro_machado
I ntertextualidade tese alleid_ribeiro_machadoEdilson A. Souza
 
Intertex tese alleid_ribeiro_machado
Intertex tese alleid_ribeiro_machadoIntertex tese alleid_ribeiro_machado
Intertex tese alleid_ribeiro_machadoEdilson A. Souza
 
DICIONARIO_DE_TEATRO.pdf
DICIONARIO_DE_TEATRO.pdfDICIONARIO_DE_TEATRO.pdf
DICIONARIO_DE_TEATRO.pdfTiagoBueno31
 
Novos Programas de Português V
Novos Programas de Português VNovos Programas de Português V
Novos Programas de Português VLuís Ferreira
 
Resenha: Multimodal discourse: the modes and media of contemporary communica...
Resenha:  Multimodal discourse: the modes and media of contemporary communica...Resenha:  Multimodal discourse: the modes and media of contemporary communica...
Resenha: Multimodal discourse: the modes and media of contemporary communica...Sonya Gomes
 
VESTIBULAR UFPE 2014 - PROVA DE PORTUGUÊS 2 - TODOS OS TIPOS
VESTIBULAR UFPE 2014 - PROVA DE PORTUGUÊS 2 - TODOS OS TIPOSVESTIBULAR UFPE 2014 - PROVA DE PORTUGUÊS 2 - TODOS OS TIPOS
VESTIBULAR UFPE 2014 - PROVA DE PORTUGUÊS 2 - TODOS OS TIPOSIsaquel Silva
 
Caderno de resumos sal
Caderno de resumos   salCaderno de resumos   sal
Caderno de resumos salSandra Campelo
 
01 - Texto dissertativo argumentativo
01 - Texto dissertativo argumentativo01 - Texto dissertativo argumentativo
01 - Texto dissertativo argumentativoNAPNE
 
a-transposiao-intersemiotica-the-intersemiotic-transposition.pdf
a-transposiao-intersemiotica-the-intersemiotic-transposition.pdfa-transposiao-intersemiotica-the-intersemiotic-transposition.pdf
a-transposiao-intersemiotica-the-intersemiotic-transposition.pdfprofninciateixeira
 
Produção de texto multimodal como recurso para o ensino e aprendizagem gramat...
Produção de texto multimodal como recurso para o ensino e aprendizagem gramat...Produção de texto multimodal como recurso para o ensino e aprendizagem gramat...
Produção de texto multimodal como recurso para o ensino e aprendizagem gramat...Elaine Teixeira
 
TEXTO 04- ENSINO-COMO-LINGUA-MATERNA Rodolfo Ilari.pdf
TEXTO 04- ENSINO-COMO-LINGUA-MATERNA Rodolfo Ilari.pdfTEXTO 04- ENSINO-COMO-LINGUA-MATERNA Rodolfo Ilari.pdf
TEXTO 04- ENSINO-COMO-LINGUA-MATERNA Rodolfo Ilari.pdfBonfim Queiroz Lima
 
DOS ROLOS E CÓDICES AOS TEXTOS DIGITAIS: MUDANÇAS E DESAFIOS NAS PRÁTICAS DA...
 DOS ROLOS E CÓDICES AOS TEXTOS DIGITAIS: MUDANÇAS E DESAFIOS NAS PRÁTICAS DA... DOS ROLOS E CÓDICES AOS TEXTOS DIGITAIS: MUDANÇAS E DESAFIOS NAS PRÁTICAS DA...
DOS ROLOS E CÓDICES AOS TEXTOS DIGITAIS: MUDANÇAS E DESAFIOS NAS PRÁTICAS DA...LOCIMAR MASSALAI
 
Estruturalismo xpós estruturalismo
Estruturalismo xpós estruturalismoEstruturalismo xpós estruturalismo
Estruturalismo xpós estruturalismoAparecida Mallagoli
 
Estruturalismo xpós estruturalismo
Estruturalismo xpós estruturalismoEstruturalismo xpós estruturalismo
Estruturalismo xpós estruturalismoAparecida Mallagoli
 

Semelhante a Projeto plays with english (20)

I ntertextualidade tese alleid_ribeiro_machado
I ntertextualidade tese alleid_ribeiro_machadoI ntertextualidade tese alleid_ribeiro_machado
I ntertextualidade tese alleid_ribeiro_machado
 
Intertex tese alleid_ribeiro_machado
Intertex tese alleid_ribeiro_machadoIntertex tese alleid_ribeiro_machado
Intertex tese alleid_ribeiro_machado
 
Linguistica textual
Linguistica textualLinguistica textual
Linguistica textual
 
DICIONARIO_DE_TEATRO.pdf
DICIONARIO_DE_TEATRO.pdfDICIONARIO_DE_TEATRO.pdf
DICIONARIO_DE_TEATRO.pdf
 
Novos Programas de Português V
Novos Programas de Português VNovos Programas de Português V
Novos Programas de Português V
 
Aps 2011
Aps 2011Aps 2011
Aps 2011
 
Resenha: Multimodal discourse: the modes and media of contemporary communica...
Resenha:  Multimodal discourse: the modes and media of contemporary communica...Resenha:  Multimodal discourse: the modes and media of contemporary communica...
Resenha: Multimodal discourse: the modes and media of contemporary communica...
 
VESTIBULAR UFPE 2014 - PROVA DE PORTUGUÊS 2 - TODOS OS TIPOS
VESTIBULAR UFPE 2014 - PROVA DE PORTUGUÊS 2 - TODOS OS TIPOSVESTIBULAR UFPE 2014 - PROVA DE PORTUGUÊS 2 - TODOS OS TIPOS
VESTIBULAR UFPE 2014 - PROVA DE PORTUGUÊS 2 - TODOS OS TIPOS
 
Português 2 - Tipo A
Português 2 - Tipo APortuguês 2 - Tipo A
Português 2 - Tipo A
 
Caderno de resumos sal
Caderno de resumos   salCaderno de resumos   sal
Caderno de resumos sal
 
588807 (2).pptx
588807 (2).pptx588807 (2).pptx
588807 (2).pptx
 
Análise do discurso
Análise do discursoAnálise do discurso
Análise do discurso
 
01 - Texto dissertativo argumentativo
01 - Texto dissertativo argumentativo01 - Texto dissertativo argumentativo
01 - Texto dissertativo argumentativo
 
Publicaçao 2010 EBOOK UERJ
Publicaçao 2010 EBOOK UERJPublicaçao 2010 EBOOK UERJ
Publicaçao 2010 EBOOK UERJ
 
a-transposiao-intersemiotica-the-intersemiotic-transposition.pdf
a-transposiao-intersemiotica-the-intersemiotic-transposition.pdfa-transposiao-intersemiotica-the-intersemiotic-transposition.pdf
a-transposiao-intersemiotica-the-intersemiotic-transposition.pdf
 
Produção de texto multimodal como recurso para o ensino e aprendizagem gramat...
Produção de texto multimodal como recurso para o ensino e aprendizagem gramat...Produção de texto multimodal como recurso para o ensino e aprendizagem gramat...
Produção de texto multimodal como recurso para o ensino e aprendizagem gramat...
 
TEXTO 04- ENSINO-COMO-LINGUA-MATERNA Rodolfo Ilari.pdf
TEXTO 04- ENSINO-COMO-LINGUA-MATERNA Rodolfo Ilari.pdfTEXTO 04- ENSINO-COMO-LINGUA-MATERNA Rodolfo Ilari.pdf
TEXTO 04- ENSINO-COMO-LINGUA-MATERNA Rodolfo Ilari.pdf
 
DOS ROLOS E CÓDICES AOS TEXTOS DIGITAIS: MUDANÇAS E DESAFIOS NAS PRÁTICAS DA...
 DOS ROLOS E CÓDICES AOS TEXTOS DIGITAIS: MUDANÇAS E DESAFIOS NAS PRÁTICAS DA... DOS ROLOS E CÓDICES AOS TEXTOS DIGITAIS: MUDANÇAS E DESAFIOS NAS PRÁTICAS DA...
DOS ROLOS E CÓDICES AOS TEXTOS DIGITAIS: MUDANÇAS E DESAFIOS NAS PRÁTICAS DA...
 
Estruturalismo xpós estruturalismo
Estruturalismo xpós estruturalismoEstruturalismo xpós estruturalismo
Estruturalismo xpós estruturalismo
 
Estruturalismo xpós estruturalismo
Estruturalismo xpós estruturalismoEstruturalismo xpós estruturalismo
Estruturalismo xpós estruturalismo
 

Projeto plays with english

  • 1. Professor : Lindomar Cavalcante de Lacerda Lima Rede de Ensino: Municipal & Estadual . A linguística aplicada ao teatro no ensino de inglês: do fragmento à uma hiper-realidade IV GELCO
  • 2. Introdução “Todo texto é a absorção e transformação de uma multiplicidade de outros textos” (KRISTEVA, 1969, p. 146)    A aproximação entre disciplinas tornou-se uma constante nas discussões relativas às interdisciplinaridades. Assim, este trabalho apresenta uma proposta que vai muito além de um cruzamento entre disciplinas, algo que se apropria da ideia de interdisciplinaridade e consegue, num movimento autofágico, ir além, inserindo conhecimentos das áreas da linguística e da semiótica, utilizando como pano de fundo a teoria literária e a teoria teatral. Com isso, rompe-se com aquele teoricismo acadêmico sem aplicação prática, e deixa-se o ensino de línguas em sala de aula mais lúdico. Como aporte teórico foram utilizados os conceitos de Rygaert, Pallotini e Rosenfeld e as teorias para o aprendizado de Línguas de Thornbury, Batstone e Malley e Duff, juntamente, com as teorias de estudo da linguagem de Eco, Kristeva, Bauman e Baudrillard. Assim, demonstra-se o efeito metodológico que uma abordagem teatral causa no ensino de uma segunda língua.
  • 3. O teatro desenvolve a capacidade de interpretação e tradução. A integração do Inglês com o teatro oferece recursos altamente eficazes ao aluno. Situação comparável ao aprendizado natural da língua pelas crianças. A representação de um papel exige do estudante uma relação muito próxima com o conteúdo (texto), o que gera uma alta compreensão e fixação dos conteúdos abordados em uma situação real de comunicação.
  • 4. É reconhecido que as artes têm o poder de antecipar muitas invenções da ciência e prever vários avanços tecnológicos, nesse caso, com a arte- educação, não foi diferente. Autores como Landow (1995), Bolter (1991) e Murray (1997) são unânimes em afirmar que essas tentativas de rompimento dos padrões "lineares" da escrita teriam sido precursoras do conceito do hipertexto. Portanto, considera-se os teatros produzidos pelos alunos, metaforicamente, de hipertextuais, algo parecido com uma intertextualidade de caráter genérico, porque se referem a muitos outros textos por meio de conexões e associações que podem ou não ficar a cargo do leitor. São obras que, de certa forma, subvertem a noção de texto tradicional, apontando para a atividade do leitor em seguir caminhos variados em histórias multiformes.
  • 5. Percebe-se que, quando o professor aplica a teoria literária, a semiótica e a linguística de forma dinâmica e sem “teoricismo”, quem ganha no ensino de línguas é o aluno, pois as aulas deixam de ser interdisciplinares e passam a ser hiperdisciplinares, ou seja, quando o hipertexto é usado numa prática cênica, ele se torna um simulacro de si mesmo, e não vemos mais os alunos, mas os atores dando forma e vida às palavras:
  • 6. O interessante é que, mesmo as encenações sendo em inglês, temos aí uma outra característica semiótica do teatro: a desconstrução da compreensão por signos verbais, dando lugar a recursos corporais, algo como um semissimbolismo, ou seja, recursos gestuais que dizem mais que as próprias palavras.
  • 7. As referências cruzadas, característica de toda escrita hipertextual, constituem o foco da construção dos teatros em sala de aula e fazem os alunos seguirem caminhos pré-definidos por meio de uma grande coleção de informações textuais.
  • 8. Buscou-se, enfim, mecanismos que tornassem os teatros múltiplos, mais próximos de um mosaico, com novos ritmos para o fluxo do texto. Ou seja, como o tempo das aulas é curto e não se pode usar o teatro como um fim em si mesmo, o trabalho com fragmentos foi a melhor opção. Os alunos foram separados em grupos e tomaram conhecimento dos resumos das peças selecionadas, da trama e das personagens. Os teatros são construídos com base na hipertextualidade, como percebemos pela definição do termo hipertexto:
  • 9. [...] técnica de armazenamento e apresentação da informação baseada num sistema de referências cruzadas que formam uma rede de associações (à semelhança da forma como se processa o pensamento humano, baseado em associações de ideias num percurso não seqüencial) Originalmente, como o próprio nome sugere, hipertexto estava baseado na apresentação textual de informações de forma não-linear (FERREIRA, 1999, p. 332).
  • 10. Então, o uso do hipertexto, como teoria de suporte para a utilização do teatro, como aporte metodológico para o ensino de língua inglesa, apesar de permitir liberdade de ação, tanto numa superfície cênica como textual, pode, mediante desdobramentos e variantes, utilizar-se de montagens textuais, tais como recorte de falas de um filme, parafraseando e adaptando essas falas ao tema de cada teatro.
  • 11. BAUDRILLARD, Jean. De um fragmento ao outro, Trad. Guilherme João de Freitas Teixeira, São Paulo: Zouk, 2003. BAUMAN, Zygmunt. O mal-estar da pós modernidade. Trad. Mauro Gama, Cláudia Martinelli Gama, Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1998. BOGATYREV, Petr. O signo teatral. In: INGARDEN, Roman et al. O signo teatral: a semiologia aplicada à arte dramática. Org. e Trad. Luiz Arthur Nunes et al. Porto Alegre: Globo, 1977. KRASHEN, Stephen. D. Principles and Practice in second language acquisition. Phoenix ELT.1995. PALLOTINI, Renata. Introdução à dramaturgia. São Paulo: Brasiliense, 1993. RYGAERT, Jean Pierre. Ler o teatro contemporâneo. Trad. Andréa Stahel M. da Silva. São Paulo: Martins Fontes. 1998. ROSENFELD, Anatol. Prismas do teatro. São Paulo: Perspectiva, 1993. LIMA, L. Plays With English, teatro em língua inglesa. Dísponivel em: http://www.youtube.com/watch? v=_AHOXEdD46s&feature=mfu_in_order&list=UL, Acesso em 15 jun. 2012.