3. DOMINGOS OLÍMPIO BRAGA CAVALCANTI
-Nasceu na cidade de Sobral, no estado do Ceará, em 18 de
setembro de 1850 e veio a falecer no Rio de Janeiro, no dia 07 de
outubro de 1906, com 55 anos de idade;
-Em 1873 formou-se em Direito pela Faculdade de Recife e
retorna ao Ceará, onde foi promotor público;
-Em 1879 transfere-se para o Pará, onde se dedica à advocacia e
ao jornalismo;
-Em 1891 muda-se para o Rio de Janeiro. Lá exerceu atividades
como jornalista, escrevendo em periódicos como O Comércio,
Jornal do Comércio, Correio do Povo, Gazeta de Notícias,
Cidade do Rio e O País. Publicou em Os Anais o romance O
Almirante e Uirapuru, este último deixando incompleto;
-Como literato teve sua importância devido aos seus romances e
é patrono da Cadeira Nº 8 da Academia Cearense de Letras; Sobral-CE
4. DOMINGOS OLÍMPIO BRAGA CAVALCANTI
-Chegou a se candidatar para a Academia Brasileira de Letras, mas foi
derrotado por Mário de Alencar, filho de José de Alencar. Foi apoiado
apenas por Olavo Bilac;
-Além de muitos romances, escreveu também peças teatrais, muitas das
quais nunca foram encenadas e ficaram registradas somente em literatura;
-Sua principal obra foi Luzia-Homem, 1903, um romance regionalista
que retratava muito bem o cotidiano da cidade de Sobral (Ceará), lugar
onde a história se passa;
-A obra marca a transição entre o regionalismo romântico e o
regionalismo realista. Considerada um clássico, enquadra-se no “Ciclo
das Secas” da Literatura Nordestina;
Domingos Olímpio é considerado o precursor do romance moderno no
Brasil, e reúne em sua obra alguns romances realistas de cunho
regionalista. Produziu muito, entre romances e peças teatrais, porém teve
a maior parte de suas obras publicadas após o seu falecimento.
5. CARACTERÍSTICAS
Publicado em 1903 e considerado um clássico do gênero Ciclo das
Secas, da Literatura Nordestina, Luzia-Homem é um exemplo do
Naturalismo regionalista. Marcado pela fala característica dos
personagens, Luzia-Homem mantém duas características clássicas do
Naturalismo por toda obra: o cientificismo na linguagem do narrador e o
determinismo. A obra também se vincula ao realismo sertanejo, que alguns
chamam de regionalismo, apresentando com tintas carregadas o flagelo da
seca em sua região, ao mesmo tempo que enfoca a força física e moral da
sertaneja Luzia, criatura intermediária entre dois sexos, o corpo quase
másculo numa alma feminina e que termina assassinada por um soldado
quando se dispunha a amar eternamente outro homem.
6. RESUMEX
-No final de 1878 em uma cidade do interior do Ceará;
-Uma retirante que enfrenta a grande seca da região com sua extrema força física
(por isso ela tem o apelido de Luzia-Homem), que a fazia ser mais produtiva e
trabalhar melhor do que os homens;
-Consegue um emprego na construção de um presídio;
-O soldado Crapiúna se apaixona por ela, porém Luzia não demonstra interesse
algum, fazendo com que o soldado se revolte contra ela;
-Luzia começa uma relação de ajuda e amizade com Alexandre;
-Luzia não admite o interesse por Alexandre;
-Alexandre acaba indo para a prisão por roubar o empório do qual fazia a
segurança;
7. RESUMEX
-Luzia começa a visitá-lo na prisão;
-Teresinha, tinha fugido da família e se prostituído, passa a cuidar da mãe de
Luzia, que ficara doente;
-Teresinha, flagra Crapiúna abrindo uma bolsa de dinheiro roubada do
armazém, descobre que o responsável pelo assalto foi Crapiúna e conta para
Luzia;
-Crapiúna é preso e jura vingança e Alexandre é absolvido;
-Livre, Alexandre propõe a Luzia que partam para viver na serra com sua
mãe e os familiares de Teresinha;
-A mulher aceita e Alexandre parte junto à família de Teresinha;
8. RESUMEX
-No dia seguinte, Teresinha parte para a serra acompanhada pelos homens, que
carregavam D. Josefina, e por Luzia, que ia atrás;
-Chegando à serra, um dos homens indica um caminho mais fácil à Luzia.
Para se guiar, ela seguiu as pegadas secas que Teresinha deixou no barro;
-Após chegar a um rio, Luzia depara-se com Crapiúna segurando Teresinha
pelos braços. Ele avança na direção de Luzia, mas a mulher se defende com
unhadas em seu rosto. Porém, o homem crava uma faca no peito de Luzia e
desaparece pelo desfiladeiro;
-Raulino ao olhar para Luzia no chão, percebe que a mulher está morta.
9. PERSONAGENS
Luzia: A protagonista, é do tipo mulher masculinizada, de músculos fortes,
mas de sensibilidade aguçada. É taciturna, solitária, boa, corajosa, firme de
caráter, constituindo-se num símbolo da mulher cearense, heroica na sua luta
contra o flagelo da seca, da emigração e da prostituição.
Crapiúna: É o mau soldado, excessivamente sensual e inconsciente.
Teresinha: Vítima de terceiros.
Alexandre: O namorado, é bem delicado, bem como Raulino.
Capitão Marcos e família: Sensíveis ao sofrimento comum, conservam,
entretanto, o orgulho patriarcal do fazendeiro.