1) Durante o Período Helenístico, após a conquista de Alexandre Magno, as pólis gregas perderam sua autonomia política e os indivíduos tornaram-se súditos de grandes impérios, levando muitos a buscarem a felicidade através da filosofia.
2) As principais escolas filosóficas deste período foram o Ceticismo, que questionava a possibilidade do conhecimento, o Epicurismo, focado no prazer como fim da vida, e o Estoicismo, que pregava
5. Período Helenístico
• 338 a.C. – Felipe da Macedônia derrotou os
atenienses na Batalha de Queronéia.
• Tebas incendiada e população escravizada.
• A grande expedição de Alexandre Magno
(334 – 323 a.C.) provocou uma
reviravolta radical no espírito do mundo
grego. Marcou o início de uma nova era.
• 323 a.C. - Morte de Alexandre
6. PERÍODO HELENÍSTICO
Consequência política: o desmoronamento da
importância sociopolítica da Pólis.
As pólis não decidem mais os seus destinos, passam a
integrar vasto império onde o poder está centralizado
(perda da liberdade política)
O homem grego tornou-se súdito
7. PERÍODO HELENÍSTICO
• Durante o conturbado Período Helenístico, o homem
deixou de ser o componente mais importante de uma
comunidade restrita para se tornar um simples súdito de
vastos impérios. A perda da importância política
individual fez muitos se dedicarem cada vez mais à
busca da felicidade pessoal através da religião, da
magia ou da Filosofia.
• As principais escolas filosóficas do Período Helenístico
foram o cinismo, o ceticismo, o epicurismo e o
estoicismo. Todas procuravam, basicamente,
estabelecer um conjunto de preceitos racionais para
dirigir a vida de cada um e, através da ausência do
sofrimento, chegar à felicidade e ao bem-estar.
9. • O Cinismo surgiu em Atenas por volta dos
séculos III e IV a.C. e deve-se a Antístenes
(440 – 336 a.C.), um filósofo grego, o crédito de
iniciador de tal filosofia.
• Apesar de ter sido Antístenes o iniciador do
cinismo e o criador de suas principais teses, é
impossível falar de cinismo sem falar de
Diógenes de Sínope (413 – 323 a.C.), que fora
discípulo de Antístenes (embora esse
inicialmente o repelisse a pauladas) e tornara-
se o maior expoente do cinismo.
12. cachorro"(kýon,kynos=cão)
Estava Diógenes jantando seu costumeiro prato de lentilhas, quando
Arístipos se aproximou. Arístipos, de Cirene, era também filósofo,
adepto do prazer como único bem absoluto na vida. Para poder levar
uma vida confortável, vivia sempre bajulando o Rei.
Disse, então, Arístipos a Diógenes: —Se aprendesses a bajular o Rei,
não precisarias reduzir tua alimentação a um prato de lentilhas. Por
sua vez, Diógenes retrucou: — E tu, se tivesses aprendido a te
satisfazeres sempre com um prato de lentilhas, não precisarias passar
tua vida bajulando o Rei.
14. DIÓGENES
• A missão que Diógenes se propôs foi trazer à vista
aqueles fáceis meios de vida, e demonstrar que o homem
tem sempre à sua disposição o que é necessário para ser
feliz, desde que saiba dar-se conta das efetivas
exigências da sua natureza.
• Desprezar a riqueza e rejeitar as convenções sociais. As
matemáticas, a física, a astronomia e a música são, para
ele, "inúteis e desnecessárias".
• É um animal que indica ao cínico o modo de viver: um
viver sem metas (que a sociedade propõe como
necessárias), sem necessidade de casa e de morada fixa
e sem o conforto das comodidades oferecidas pelo
progresso.
15. • Diógenes proclamou a liberdade de palavra. O
cínico diz o que pensa a todos. Junto com a
liberdade de palavra, Diógenes proclamou a
liberdade de ações, uma liberdade às vezes levada
ao limite da imprudência.
• O método de Diógenes, que pode conduzir à
liberdade e à virtude e, portanto, à felicidade,
resume-se nos dois conceitos essenciais de
"exercício" e "fadiga", que consistiam numa prática
de vida própria para temperar o físico e o espírito
ante as fadigas impostas pela natureza e, ao mesmo
tempo, apta para habituar o homem ao domínio
dos prazeres e ao "desprezo" deles.
16. • O desprezo do prazer é fundamental
na vida do cínico.
• Seu ideal supremo era o bastar-se a
si mesmo. Não ter necessidade de
nada, a "autarquia" já pregadas pelo
mestre, assim como a "apatia" e a
"indiferença”.
17. Anedotas de cínicos
• Diógenes de Sinope - Uma das anedotas sobre o filósofo conta que, estando um dia
numa fonte bebendo água com sua cuia, viu uma criança que bebia diretamente
com as mãos. Deu então sua cuia para o primeiro que passou, pois descobriu que
era um bem desnecessário.
Existe também uma história sobre Diógenes onde um rico comerciante o convida para
comer na sua casa, querendo com isso mostrar para todos sua generosidade.
Incomodado com os modos de Diógenes, alertou “não cuspa na casa, ela está
limpa”. Então o filósofo cuspiu no seu anfitrião e declarou: “desculpe, foi o único
lugar sujo que encontrei para cuspir”.
Diógenes ouvia um dia na Ágora (praça pública) um astrólogo que, mostrando tábuas
nas quais estavam desenhadas estrelas, explicava que se tratava dos astros
errantes (planetas). “Não diga asneiras, meu amigo — disse-lhe Diógenes —, não
são os astros que erram, mas estes aqui”, e indicou com o dedo aqueles que
assistiam.
Conta-se que Diógenes teria ouvido Platão dizer em sua escola que o ser humano é
“como um galo sem penas”; no dia seguinte, estando Platão reunido com seus
discípulos, Diógenes jogou-lhe um galo depenado, dizendo: “aí está seu ser
humano!”.
19. EPICURO
(341 –270 a.C.)
• Descendente de uma família de
Atenas.
• Em 306 a.C., fundou sua escola
numa casa que tinha um grande
jardim
• A filosofia deve servir para
libertar o homem do medo do
destino, da morte e das
divindades.
• A alma seria composta de
partículas imateriais, muito leves
e imperceptíveis (átomos) –
Conceito herdado de Demócrito.
• A finalidade da vida é o PRAZER.
20.
21. EPICURISMO
A finalidade da vida é a busca da
felicidade, obtida ao se atingir a
ataraxia (gr. ἀταραξία), a "ausência
de distúrbios", a tranquilidade da alma.
22. FRAGMENTOS - Epicuro
Todo desejo incômodo e inquieto se dissolve no amor
da verdadeira filosofia.
Habitua-te a pensar que a morte nada é para nós, visto
que todo o mal e todo o bem se encontram na
sensibilidade: e a morte é a privação da sensibilidade.
O limite da magnitude dos prazeres é o afastamento de
toda a dor. E onde há prazer, enquanto existe, não há
dor de corpo ou de espírito, ou de ambos.
23. FRAGMENTOS - Epicuro
Nem a posse de riquezas nem a abundância das coisas
nem a obtenção de cargos ou o poder produzem a
felicidade e a bem aventurança; produzem-na a
ausência de dores, a moderação nos afetos e a
disposição do espírito que se mantenha nos limites
impostos pela natureza.
A quem não basta pouco, nada basta.
De todas as coisas que nos oferece a sabedoria para a
felicidade de toda a vida, a maior é a aquisição da
amizade.
24. Quando se é jovem, não se pode evitar de filosofar e, quando se é
velho, não se deve cansar de filosofar. Nunca é muito cedo ou
muito tarde para cuidar de sua alma. Aquele que diz que não é
ainda, ou que não é mais tempo de filosofar, parece àquele que diz
que não é ainda, ou não é mais tempo de atingir a felicidade.
Deve-se, então, filosofar quando se é jovem e quando se é velho,
no segundo caso (...) para rejuvenescer ao contato do bem, pelas
lembranças dos dias passados, e no primeiro caso (...) afim de ser,
ainda que jovem, tão firme quanto um velho diante do futuro.
Epicuro escreveu:
25.
26.
27.
28. 1- que são vãos os temores em relação aos deuses e ao
além.
Não devemos ter medo (nem esperar nada) dos
deuses, eles conosco não se preocupam.
2 - que o pavor em relação à morte é absurdo, pois ela
não é nada.
Enquanto estamos presente a morte está ausente;
quando ela se apresenta, já não estamos.
3- A intensidade suprema dos prazeres é a máxima
redução de todas as dores. O prazer, quando o
entendemos corretamente, está a disposição de
todos.
4 - o mal dura pouco ou é facilmente suportado.
30. ESTOICISMO
• Escola localizada no Pórtico (Stoa em grego)
• Propunha um modo de viver
• Estado de tranquilidade plena, que só podia ser atingida
por meio da prática virtuosa.
• Consistia na indiferença dirigida a todas as expectativas
da vida
• O máximo de virtude seria alcançado quando o homem
ficasse alheio a tudo
• O único valor é a sabedoria
• Cosmopolitismo – o homem não pertencia a um país ou a
uma cidade, mas ele seria cidadão do mundo.
• Busca da ataraxia, a supressão das paixões
31. Zenão de Cítio (334 –262 a.C.)
• Zênon (333-262 a.C.), o fundador do
estoicismo, era oriundo da Ilha de Chipre.
Considerado fenício por seus
contemporâneos, praticamente nada se sabe
de sua vida pessoal, exceto que em 308 a.C.
começou a ensinar na stoá poikíle ("pórtico
pintado") em Atenas. Da palavra stoá
derivou o nome da Escola Estóica.
• De sua obra restam apenas curtos
fragmentos e títulos de livros; é praticamente
impossível determinar com certeza sua
contribuição individual à doutrina estóica.
Segundo a tradição, conservada pelos
filósofos que o sucederam, para Zênon a
virtude era aparentemente o objetivo final da
vida e o prazer e a dor não tinham
32. Sêneca- Lucius Aneus Seneca
(4a.C. - 65d.C.)
A origem dos vícios reside numa
vontade fraca que subordina a
razão aos prazeres fortuitos,
porque "aquele que persegue o
prazer coloca todas as coisas em
segundo plano, é indiferente à
liberdade e sacrifica tudo ao seu
estômago, não comprando de
modo nenhum os prazeres, mas,
pelo contrário, a eles se
vendendo". O homem sábio, pelo
contrário, opta pelos prazeres da
alma, os quais são calmos,
inesgotáveis, ternos, moderados e
discretos.
33. ESTOICISMO
Quanto mais se é impassível, mais se é forte.
Assim como a aflição demonstra fraqueza, a
cólera também. Ambos magoam e inferiorizam.
Marco Aurélio (121 – 180)
(imperador romano e autor de Meditações)
O nihil mirari (não se admirar) tornou-se a
divisa comum entre os estoicos latinos, pois as
coisas ocorrem independente de nossa vontade
individual.
34. Para os estoicos, o supremo bem está em viver de
acordo com a natureza. As pessoas comuns correm atrás
das paixões, submetem-se aos desejos e, com isso,
apenas conseguem intranquilidade e angústia. O estoico,
pelo contrário, sabe que tudo o que acontece não pode
deixar de acontecer, pois nada se pode evitar nem nada se
pode deplorar. Ao homem apenas resta a sua liberdade
interior e a paz de espírito só se atinge com o autodomínio:
"para um estoico, o princípio da moralidade assenta em
distinguir o que depende de nós daquilo que nos é
estranho. Segundo Zenão, o homem deve aceitar essa
fatalidade universal, refugiar-se na sua interioridade,
da qual poderá chegar a ser dono e senhor, e organizá-la
segundo uma estrita consequência. Viver
consequentemente é a forma de responder com elegância
a essa certeza da própria situação"
35. A liberdade atinge-se quando se controlam
as paixões e os bens exteriores. As paixões
são impulsos que alteram a ordem
universal. E são enganosas.
O estoico domina as paixões não
desejando nada. A apatia estoica é
sinônimo de austeridade e ascetismo.
Se o estoico desprezar os bens exteriores
nunca sente falta daquilo que não tem:
consegue ficar imperturbável.
38. Pirro (365/360 - 275/270 a.C.)
• O fundador do ceticismo grego é Pirro (fim do IV séc.
a.C.). Ele não deixou nenhum escrito filosófico. Nasceu
em Élis, pequena vila do Peloponeso, onde viveu
inicialmente como pintor, depois se interessou pela
filosofia, principalmente sob a influência de Anaxarco de
Abdera, em companhia de quem seguiu Alexandre, o
Grande, por ocasião da campanha da Ásia. Retornando
à Élis, fundou uma escola filosófica que lhe valeu uma
enorme reputação junto a seus concidadãos. Ele vivia de
maneira pobre e simples em companhia de sua irmã,
Filista, que exercia a profissão de parteira
39. Pirro
• As coisas são em si indiferenciadas,
incomensuráveis e indiscrimináveis, ou seja,
não têm em si uma essência estável, e por isso
seu ser se reduz a pura aparências. Seu
caráter de provisoriedade e de inconsistência e
inconsistência emerge quando as comparamos
com a natureza do divino, que é absolutamente
estável e sempre igual.
40. • A atitude que o sábio deverá assumir é a da
afasia, ou seja, calar e jamais expressar
qualquer julgamento definitivo, e assim
atingir a ataraxia ou imperturbabilidade (não
se deixará perturbar por nada). Pondo-se à
parte de tudo aquilo que pode perturbá-lo ou
tocá-lo, o sábio poderá viver a vida “mais
igual” e, portanto, mais feliz.