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Administração Financeira e
orçamentária
Unidade 1 - Fundamentos
de Capital de Giro
Prof. Dr. Jaime Martins de Sousa Neto
1.1 OBJETIVOS DA UNIDADE
• Compreender em que contexto está inserido o
Capital de Giro
• Analisar o dilema Liquidez x Rentabilidade
• Definir o que é Capital de Giro
• Entender a importância de uma boa Gestão do
Capital de Giro
• Compreender conceitos como Capital de Giro
Líquido e Necessidade de Capital de Giro
• Entender o Efeito Tesoura e o Overtrading
• Examinar a dinâmica do Capital de Giro
1.2 CONTEXTUALIZAÇÃO
• Área de Finanças → ampla e dinâmica, afetando
diretamente a vida de todas as pessoas e todos os
tipos de organizações (financeiras ou não, privadas
ou públicas, grandes ou pequenas, com ou sem
fins lucrativos)
• Finanças → ocupa-se do processo, instituições,
mercados e instrumentos envolvidos na
transferência de fundos entre pessoas, empresas e
governos
1.2 CONTEXTUALIZAÇÃO
Aconteceu na Empresa...
• Aumentei as vendas, aumentei o faturamento,
mas estou endividado e sem dinheiro...
➢ A RESPOSTA ESTÁ NA GESTÃO
DO CAPITAL DE GIRO
➢ O que quebra uma empresa não é o
prejuízo, e sim a falta de dinheiro no
caixa → uma empresa pode, ao
mesmo tempo, apresentar lucro e ir à
falência por falta de um bom fluxo de
caixa (necessidade de capital de giro)
Aconteceu na Empresa...
• Aumentei as vendas, aumentei o faturamento,
mas estou endividado e sem dinheiro...
“O lucro, dentro de critérios perfeitamente
adequados, pode ser manipulado. Caixa não tem
jeito. Como dizem em Wall Street, lucro é
opinião; caixa é fato.” (MANFREDINI, 2001,
p.01).
Como uma empresa pode falir
mesmo dando lucro?
• Estudo de Caso 1. No primeiro dia de funcionamento de
sua loja, Maria Inês comprou e recebeu R$ 100.000,00
em mercadorias para pagar em 30 dias
• Maria Inês realizou uma festa de inauguração e verificou
que tinha vendido R$ 96.000,00, para pagamento em 30
dias, em mercadorias que lhe custaram R$ 80.000,00
• Maria Inês fechou a loja por 30 dias, para descansar
• Após reabertura da loja, seu contador lhe afirmou que aloja
deu lucro, pois a receita foi R$ 96.000,00 e o custo da
mercadoria vendida foi R$ 80.000,00. O lucro bruto foi,
portanto, R$ 16.000,00
• Já o tesoureiro, disse que, naquele dia, teria que pagar R$
100.000,00 e só tinha para receber R$ 96.000,00 relativos aos
cheques que estavam vencendo → loja pode falir se Maria
não colocar R$ 4.000,00 de seu bolso ou fazer um
empréstimo!!!
Como uma empresa pode falir
mesmo dando lucro?
1.2 CONTEXTUALIZAÇÃO
Liquidez x Rentabilidade
• Liquidez
▪ Preocupação do Tesoureiro: “manutenção da liquidez
da empresas”
▪ A liquidez implica na manutenção de recursos
financeiros sob a forma de disponibilidades
▪ Caixa e aplicações de curto prazo Taxas
reduzidas
• Rentabilidade
▪ Preocupação do Controller: “a rentabilidade da
empresas”
▪ A rentabilidade é o grau de êxito econômico obtido por
uma empresa em relação ao capital nela investido
1.2.1 Capital de Giro e Ciclo Operacional
Ciclo rotineiro (financeiro)
• Ciclo financeiro → bem dimensionado e administrado
→ geração de suficiente liquidez e lucratividade →
sobrevivência e prosperidade empresarial
• Montante de recursos necessários para a manutenção
do ciclo financeiro → Capital de Giro →
materialização da liquidez, lucratividade,
sobrevivência e prosperidade
• Capital de Giro → recursos financeiros, próprios ou
de terceiros, necessários para sustentar as atividades
operacionais, no dia-a-dia das empresas
1.2.1 Capital de Giro e Ciclo Operacional
1.2.2 Volume do Capital de Giro
1.2.3 Revisão de Contabilidade
ATIVO NÃO
CIRCULANTE (ANC) PASSIVO NÃO
CIRCULANTE (PNC)
1.2.3 Revisão de Contabilidade
1.3 GESTÃO DO CG
➢ Diz respeito à administração dos elementos de
GIRO (recursos correntes)
➢ Objetivo: Gerar VALOR com os elementos de giro
ATIVO CIRCULANTE
Gerenciamento de caixa
Nível de crédito
Nível de estoques
Inter-
relações
PASSIVO
CIRCULANTE
Nível de
endividamento
Condições de
financiamento
1.3.1 Gestão do Ativo Circulante
1.3.2 Gestão do Passivo Circulante
Na gestão do passivo
circulante são abordados
o nível de endividamento
e as alternativas e custos
de financiamentos
1.3.3 Capital de Giro Total
Capital de Giro Total (CGT) = Capital de Giro Bruto
Investimento de Capital em ativos de curto prazo
1.3.4 Capital de Giro Líquido
• CAPITAL DE GIRO LÍQUIDO → recursos de longo
prazo demandados pela empresa para financiar suas
necessidades operacionais
ANC
PNC
1.3.4 Capital de Giro Líquido
Baixo
Risco
de
Solvência
Elevado
Risco
de
Solvência
ANC ANC
PNC
PNC
1.3.4 Capital de Giro Líquido
ANC + AC = PNC + PC + PL
Ativo = Passivo + Patrimônio Líquido
Equação Fundamental da Contabilidade
1.3.4 Capital de Giro Líquido
Ex. 1. Considere Balanço da Nossa Loja em determinado
exercício:
➢ Veja que a Nossa Loja está em uma situação
(confortável/desconfortável), uma vez que ela tem um Capital
de Giro Líquido (CGL) de $_______, o que denota
(ALTA/BAIXA)__________ capacidade de honrar suas dívidas
de curto prazo, se os estoques forem realizáveis realmente
Estudo Dirigido 1
a) Calcule Capital de Giro Líquido em 2014 e
2015.
b) Interprete os índices calculados no item “a”.
Estudo Dirigido 1 – Questão 1
(INSTITUTO AOCP, 2016) O Capital de Giro Líquido
de uma empresa, em um enfoque mais rigoroso, representa a parcela dos recursos de
longo prazo aplicada em itens ativos de curto prazo. Considere as informações do
Balanço Patrimonial da CASAN dos anos de 2012, 2013 e 2014, reproduzidos a seguir,
e apure o valor do Capital Circulante Líquido desses três anos, assinalando a alternativa
que apresenta esses valores nesta ordem, 2012, 2013 e 2014, respectivamente.
Estudo Dirigido 1 – Questão 2.
Estudo Dirigido 1 – Questão 3
(CESPE, 2013) A tabela acima apresenta a estrutura patrimonial, ao
final de determinado ano, de uma empresa do ramo de negócios de
produção de cartonagem. Considerando que, nessa estrutura, o
conteúdo dos componentes, quando cabíveis, diz respeito às
atividades e ao financiamento dessas atividades, julgue o item
abaixo.
No ano em tela, a referida empresa aumentou o seu capital
circulante líquido (CCL), obtendo folga financeira de R$ 80 mediante
a diferença entre o ativo circulante (R$ 300) e o passivo circulante
(R$ 220), a qual passou a integrar o capital de giro da empresa.
Certo ou errado? Justifique sua resposta.
1.3.4.1 Alterações no CGL
• Volume de Capital de Giro Líquido → sofre
alterações de acordo com modificações nas
contas que não são de curto prazo que afetam
contas circulantes
➢ Exemplo 1: a compra de uma máquina à vista
aumenta o Ativo Imobilizado e diminui o Ativo
Circulante, sem alterar o Passivo Circulante →
reduz o CGL
➢ Exemplo 2: Movimentações entre contas de curto
prazo, como o pagamento de um fornecedor com o
dinheiro disponível em caixa → reduzem o Ativo
Circulante e o Passivo Circulante ao mesmo tempo
→ não altera o CGL
1.3.4.1 Alterações no CGL
• Operações que provocam aumentos no CGL →
origens de recursos do CGL:
a) Oriundas das próprias operações da
empresa (operacionais) → Lucros
apurados nas operações da empresa
b) Oriundas dos proprietários →
Aumentos de capital (integralizações
no exercício)
c) Oriundas de terceiros →
Empréstimos de longo prazo; Vendas
à vista de bens do Imobilizado;
Transformações do Ativo Realizável
a Longo Prazo (RLP) em Realizável
a Curto Prazo
PNC
ANC
1.3.4.1 Alterações no CGL
• Operações que provocam reduções no
CGL→ aplicações de recursos do CGL:
a) Dividendos distribuídos
b) Investimentos em
Imobilizado
c) Pagamentos de
empréstimos de longo
prazo (transferência de
Passivo Exigível a
Longo Prazo para
Passivo Circulante)
PNC
ANC
1.3.4.1 Alterações no CGL
• No caso das empresas brasileiras de
capital aberto, o CGL representa 18% do
passivo circulante, indicando um excesso
de ativos circulantes relativamente aos
passivos circulantes (INEPAD, 2004)
1.3.5 Capital de Giro Próprio
• Capital de Giro Próprio → parcela de recursos
próprios que está sendo utilizada no
financiamento do capital de giro (ativos de curto
prazo)
• Capital próprio (patrimônio líquido) não
investido a longo prazo (em ativos imobilizados
ou realizáveis a longo prazo)
CGP = PL – ANC
1.3.5 Capital de Giro Próprio
Recursos Próprios financiando Ativos Correntes
ANC
ANC
PNC
1.3.5 Capital de Giro Próprio
• No Brasil, o capital de giro próprio das
empresas de capital aberto, na mediana, é
negativo em 25% relativamente ao Patrimônio
Líquido, sendo que somente 9% das empresas
apresentavam CGP positivo, indicando total
dependência de recursos de terceiros para
investimento no Capital de Giro, no caso das
empresas brasileiras de capital aberto
(INEPAD, 2004)
1.3.5 Capital de Giro Próprio
Ex. 2. Considere Balanço da Nossa Loja em determinado exercício (R$
mil). Qual o Capital de Giro Próprio da empresa?
Veja que nesse momento a Nossa Loja está em uma situação
(confortável/desconfortável), uma vez que ela tem um Capital de Giro
Próprio (CGP) de $_________, o que denota uma (folga/aperto)
financeira(o) da empresa.
Considere o balanço sintético,
em milhares de reais, apresentado pela companhia no
encerramento do exercício social de 31 de dezembro de 2014
Estudo Dirigido 1 – Questão 4.
Tendo em vista exclusivamente as informações contidas no
Balanço Patrimonial / 2014, o capital de giro próprio que a
empresa tem aplicado em seu ativo circulante, em milhares de
reais, é de
a) 100
b) 600
c) 900
d) 1.300
e) 1.900 CGP = PL – ANC
Estudo Dirigido 1 – Questão 5
(FGV, 2013 - Adaptado) Analise o Balanço Patrimonial
a seguir e responda: a) qual o capital de giro próprio
da empresa? b) Interprete o indicador calculado.
CGP
=
PL
–
ANC
1.4 O CAPITAL DE GIRO OPERACIONAL
Gestão do
Capital de Giro
Gestão do
Capital de Giro
Operacional
Gestão do
Capital de Giro
Financeiro
Gestão
Integrada do
Capital de Giro
• Gestão do Capital de Giro Operacional → aborda os
elementos operacionais do Ativo e do Passivo
Circulante
1.4 O CAPITAL DE GIRO OPERACIONAL
• As origens e as aplicações de recursos
operacionais para capital de giro podem ser:
Aplicação dos Recursos
Operacionais
Origem dos Recursos
Operacionais
(ERRÁTICO) (ERRÁTICO)
(CÍCLICO) (CÍCLICO)
1.4 O CAPITAL DE GIRO OPERACIONAL
1.4.1 Ciclo Operacional
1.4.1 Ciclo Operacional
Ciclo Operacional de uma empresa industrial
Fonte: Assaf Neto e Silva (2012)
1.4.1 Ciclo Operacional
a) Prazo Médio de Estoques de Matérias-Primas (PMEMP) → prazo médio entre
o faturamento da matéria-prima e o início da fabricação
b) Prazo Médio de Fabricação (PMF) → prazo médio entre o início e o fim da
fabricação
c) Prazo Médio de Estoques de Produtos Acabados (PMEPA) → prazo médio
entre o fim da fabricação e as vendas dos produtos
• Ciclo operacional → período que a empresa leva desde a
compra de matéria-prima até o recebimento das vendas de
seus produtos
Ciclo Operacional = PMEMP+ PMF + PMEPA + PMR
1.4.2 Ciclo Econômico
• Ciclo econômico → considera apenas os
acontecimentos de natureza econômica → compra de
matéria-prima até a venda de produtos, não incluindo o
pagamento das compras ou o recebimento das vendas
(movimentações de caixa)
• Para obter o ciclo econômico, subtrai-se o ciclo
operacional do PMR (ou PMC), como mostra a seguinte
equação:
Ciclo Econômico = Ciclo Operacional - PMR
1.4.2 Ciclo Econômico
1.4.3 Ciclo Financeiro
• Ciclo financeiro → focaliza as movimentações de
caixa, abrangendo o período entre o momento em que a
empresa realiza os pagamentos e o momento em que
recebe pelas vendas
1.4.3 Ciclo Financeiro
Ciclo
Operacional
e
Necessidade
de
recursos
1.4.3 Ciclo Financeiro
1.4.3 Ciclo Financeiro
• Prazo Médio de Estoques (PME) → constitui o tempo médio
requerido entre o recebimento da matéria prima e a venda do
produto acabado
• Quanto maior → maior o prazo que os produtos ficarão
estocados → + elevadas necessidades de investimentos em
estoques → fator redutor de retorno do ativo
• Ex. 3. Se os estoques médios da Nossa Loja são de R$ 200 mil
e o custo do produto vendido diário (CPV) é, em média, de R$
2.900, então o PME é obtido conforme a seguinte equação:
PME = Estoque/ CPV diário
➢ Assim, decorrem, em média, 69 dias entre a recepção da
matéria prima e a venda do produto acabado
= 69 dias
1.4.3 Ciclo Financeiro
• Giro dos Estoques → Identifica o no de vezes
que os estoques giraram (renovaram-se) no
ano considerado
• Ex.4. Calcule o giro dos estoques da Nossa
Loja.
Estudo Dirigido 1 – Questão 6
A empresa Laticínios Brasileiros Ltda. tem um custo
anual de mercadoria vendida de R$ 35.000, o
estoque médio anual é de R$ 7.000 e o prazo médio
de recebimento de clientes é de 30 dias.
a) Qual o prazo médio de estocagem em dias?
b) Qual o ciclo operacional em dias?
c) Qual o giro dos estoques da empresa?
PME = Estoque/ CPV diário
Ciclo Operacional = PMEMP+ PMF + PMEPA + PMR
Estudo Dirigido 1 – Questão 7
(FCC, 2011 – Adaptado) As informações a seguir foram extraídas
das Demonstrações Contábeis de uma Companhia Aberta.
a) Qual o prazo médio de renovação de estoques? (considere o
ano comercial de 360 dias)
b) Qual o giro dos estoques?
1.4.3 Ciclo Financeiro
• Prazo Médio de Recebimento (PMR) → constitui o tempo
médio requerido para converter as contas a receber em
caixa, isto é, receber os produtos vendidos aos clientes
• PMR → calculado dividindo as contas a receber pelas
vendas médias diárias
• Ex. 5. Se as contas a receber da Nossa Loja são, em
média, R$ 40.000 e as vendas médias diárias R$ 2.000,
então o PMR é obtido conforme a seguinte equação:
➢ Assim, são necessários, em média, 20 dias depois de
uma venda para recebê-las, realizando seus créditos c/
clientes 18 vezes no ano
1.4.3 Ciclo Financeiro
• A empresa deve abreviar, sempre que
possível, o prazo de recebimento de suas
vendas
Prazo Médio de Recebimento (PMR)
✓ Manter recursos disponíveis p/
aplicações mais rentáveis por
prazos maiores → elevar o giro de
seus ativos → maior rentabilidade
✓ Risco de perder poder de compra
com a acumulação de recebíveis →
efeitos da inflação
Estudo Dirigido 1 – Questão 8
(FGV, 2017 – Adaptado) Uma sociedade empresária
apresentou seu balanço patrimonial, em 31/12/2016, em
comparação com o de 31/12/2015 (corrigido pela inflação):
Além disso, a receita bruta da
empresa no período foi de R$
600.000. Assim, calcule o prazo
médio de recebimento da
empresa e o giro das contas a
receber.
Estudo Dirigido 1 – Questão 9
(FCC, 2012) A análise horizontal do Balanço Patrimonial
levantado em 31-12-2011 mostrou que a conta de Clientes
aumentou 40% em relação ao seu valor em 31-12-2010,
que correspondeu a R$ 250.000,00. O total das vendas
brutas da companhia realizadas a prazo nesse exercício
foi R$ 1.080.000,00. Considerando-se o ano comercial, o
prazo médio de recebimento das vendas a prazo foi, em
dias, equivalente a
a) 100.
b) 120.
c) 90.
d) 80.
e) 115.
1.4.3 Ciclo Financeiro
• Prazo Médio de Pagamento (PMP) → constitui o tempo
médio entre a recepção da matéria prima e seu
pagamento ao fornecedor
• PMP → calculado dividindo as contas a pagar aos
fornecedores pelas compras médias realizadas por dia
• Ex. 6. Se as contas a pagar aos fornecedores da empresa
totalizam R$ 60.000 e as compras diárias são, em média,
de R$ 2.000, então, então o PMP é obtido conforme a
seguinte equação:
➢ A empresa tem 30 dias, em média, para pagar seus
débitos junto aos fornecedores, produzindo um giro de 12
vezes nas contas a pagar
1.4.3 Ciclo Financeiro
Prazo Médio de Pagamento (PMP)
• Desde que os encargos atribuídos às compras a prazo
não excedam a taxa de inflação → torna-se atraente
um PMP + elevado
➢ Empresa pode financiar suas necessidades de
capital de giro c/ recursos menos onerosos
• O custo de oportunidade p/ decisões de compras
(compras à vista ou à prazo) → definido pela taxa de
juros da melhor aplicação financeira disponível no
mercado
Estudo Dirigido 1 – Questão 10
(CESPE, 2011 - Adaptado) Considere que uma empresa
comercial tenha apresentado os seguintes dados
anuais, em R$ 1.000,00.
• mercadorias – estoque inicial: 400
• mercadorias – estoque final: 600
• CMV: 4.000
• fornecedores – saldo inicial: 1.000
• fornecedores – saldo final: 1.100
Nessa situação, qual o prazo médio de pagamento das
compras? Qual o giro nas contas a pagar?
MÉDIA = CONTAS
A PAGAR!!!
Estudo Dirigido 1 – Questão 11
(FCC, 2011 - Adaptado) Dados do Balanço Patrimonial e da
Demonstração de Resultado da Cia. Crisântemo, relativos ao
exercício findo em 31-12-2010 (Valores em reais). A companhia
tem por política financeira efetuar somente compras a prazo. a) O
prazo médio de pagamento a fornecedores da companhia em
2010 (considerando-se o ano comercial de 360 dias), em número
de dias, foi? b) Calcule o giro das contas a pagar.
1.4.3 Ciclo Financeiro
• Para obter o ciclo financeiro, soma-se o PME com o
PMR e subtrai-se o PMP, como mostra a seguinte
equação:
Ciclo Financeiro = (PME + PMR) - PMP
1.4.3 Ciclo Financeiro
• O ciclo financeiro diminui quando o PME e o
PMR diminuem e quando o PMP aumenta
• Empresas → elevados custos financeiros para
a manutenção de seu ciclo financeiro
• Boa gestão do capital de giro → alta rotação
aos elementos do ativo circulante → reduzir o
ciclo financeiro
Quanto menor o ciclo
financeiro (CF), mais
liquidez para a empresa
1.4.3 Ciclo Financeiro
• Ciclo financeiro negativo (favorável) →
Necessidade de Capital de Giro negativa →
existem recursos excedentes
• Ciclo financeiro positivo (desfavorável) →
extremamente normal → Necessidade de
Capital de Giro positiva → deve-se manter uma
reserva financeira para suportar o fato de pagar
antes e receber depois
Estudo Dirigido 1 – Questão 12
(FGV, 2014) Determinada entidade apresenta prazo
médio de recebimento de clientes de 30 dias, prazo
médio de estocagem de 45 dias e prazo médio de
pagamento a fornecedores de 60 dias. Sobre o ciclo
financeiro desta entidade, assinale a afirmativa
correta.
a) É desfavorável em 45 dias.
b) É desfavorável em 15 dias.
c) É favorável em 15 dias.
d) É favorável em 45 dias.
e) É favorável em 75 dias.
Ciclo Financeiro = (PME + PMR) - PMP
1.4.3 Ciclo Financeiro
• Caso a empresa não aufira ganhos financeiros na
gestão do capital de giro → buscar meios que
permitam diminuir o ciclo financeiro
✓reduzir estoques
✓produzir e vender mais rapidamente
✓diminuir o prazo das vendas
✓incentivar vendas à vista
✓acelerar as cobranças de atrasados
✓negociar junto aos fornecedores maiores prazos
para o pagamento das compras
1.4.3 Ciclo Financeiro
• Algumas empresas não só conseguem financiar seu
capital de giro através de suas operações, mas
também podem utilizar este financiamento interno
• Ex. 7. Para realizar aplicações no mercado financeiro,
maximizando o retorno do seu capital, uma loja de
varejo que tenha um prazo médio de estoques de 10
dias, um prazo médio de recebimento de 15 dias e um
prazo de pagamento de 45 dias apresenta um ciclo
financeiro de –20 dias, ou seja, ela se autofinancia e
suas operações permitem trabalhar com capital livre
durante 20 dias, realizando aplicações financeiras, por
exemplo.
Ciclo Financeiro = (PME + PMR) - PMP
Estudo Dirigido 1 – Questão 13
Ciclo Financeiro = (PME + PMR) - PMP
(FCC, 2010) Uma empresa tem prazo médio de
renovação dos estoques de 74 dias, prazo médio
de recebimento das vendas de 63 dias e prazo
médio de pagamento das compras de 85 dias. O
ciclo de caixa dessa empresa, em dias, é
a) 22.
b) 52.
c) 137.
d) 148.
e) 222.
Estudo Dirigido 1 – Questão 14
Ciclo Financeiro = (PME + PMR) - PMP
Ciclo Operacional = PMEMP+ PMF + PMEPA + PMR
Ciclo Econômico = Ciclo Operacional- PMR
Considere uma empresa Babilônia LTDA com um
prazo de estocagem de matéria-prima de 10 dias,
20 dias para fabricar um produto, 30 dias para
vendê-lo. A empresa leva 25 dias para pagar
seus fornecedores e recebe dos clientes com 90
dias. A partir dessas informações, calcule o ciclo
operacional, financeiro e econômico da referida
empresa.
Estudo Dirigido 1 – Questão 15
Ciclo Financeiro = (PME + PMR) - PMP
Ciclo Operacional = PMEMP+ PMF + PMEPA + PMR
Uma empresa tem estoque médio de R$ 450.000,00 e seu
CPV diário é, em média de R$ 5.800,00. Suas contas a
receber são, em média, R$ 74.000,00 e as vendas médias
diárias, de R$ 3.500,00. Suas contas a pagar aos fornecedores
totalizam R$ 100.000,00 e as compras diárias são, em média,
R$ 4.000,00. Assim, calcule e interprete o prazo médio de
estoques (PME), o prazo médio de recebimento (PMR), o
prazo médio de pagamento (PMP), o ciclo operacional (CO) e
o ciclo financeiro (CF). PME = Estoque/ CPV diário
1.4.4 Necessidade de Capital de Giro (NCG)
• Dificilmente os pagamentos que a empresa efetua
(saídas de caixa) são sincronizados com seus
recebimentos (entradas de caixa)...
1.4.4 Necessidade de Capital de Giro (NCG)
NCG = AC operacional – PC operacional
1.4.4 Necessidade de Capital de Giro (NCG)
NCG = AC operacional – PC operacional
1.4.4 Necessidade de Capital de Giro (NCG)
Ex.
8.
O
balanço
patrimonial
da
Cia.
Ômega,
encerrado
em
31
de
dezembro
do
ano
2015,
é
composto
das
contas
e
saldos
constantes
do
quadro
abaixo.
Pede-se
calcular
a
NCG
da
Cia.
NCG
=
AC
operacional
–
PC
operacional
1.4.4 Necessidade de Capital de Giro (NCG)
NCG = AC operacional – PC operacional
NCG AC operacional NCG PC operacional
• Ter Necessidade de Capital de Giro não representa nada
negativo para a organização, desde que ela tenha como
financiar esta necessidade e gere valor com ela
1.4.4 Necessidade de Capital de Giro (NCG)
• A Necessidade de Capital de Giro das
empresas de capital aberto no Brasil é, na
mediana, de 62% do ativo circulante
operacional – isso significa que 62% do
investimento em estoques e clientes, na
essência, precisa ser financiado por recursos
de bancos ou recursos próprios, não sendo
supridos por fornecedores ou outras fontes
operacionais (INEPAD, 2004)
1.4.4 Necessidade de Capital de Giro (NCG)
• NCG positivo: a empresa está com superávit de
capital de giro, não necessitando recorrer a bancos
ou outras fontes de recursos
• NCG negativo: a empresa tem um déficit em seu
capital de giro, significando que parte do seu Capital
de Giro vem de recursos de terceiros, o que pode
levar a despesas com pagamento de juros por este
capital e em alguns casos, demonstrar um quadro de
risco associado ao negócio
1.4.4 Necessidade de Capital de Giro (NCG)
• 50% dos maiores grupos de indústrias da Europa e um terço
das maiores empresas do Brasil apresentam NCG negativo -
essas empresas recebem dinheiro antes de pagar
(UPPERTOOLS, 2017)
• No caso das empresas com NCG positivo, ocorre o inverso:
as saídas de dinheiro acontecem antes das entradas (elas
pagam primeiro para receber depois)
• São três os motivos principais para uma empresa apresentar
ciclo financeiro negativo
i. Modelo de negócio
ii. Potencial da empresa face aos fornecedores e aos
clientes
iii. Empresas que recebem pagamento adiantado por bens
em produção
1.5. O CAPITAL DE GIRO FINANCEIRO
• Normalmente não existe plena integração dos prazos do
capital de giro operacional → raramente a necessidade de
capital de giro é igual a zero → ou existe necessidade de
capital de giro, implicando na captação de recursos externos
ao giro, ou sobra de recursos de giro que possam ser
aplicados financeiramente
1.5. O CAPITAL DE GIRO FINANCEIRO
Integração do Capital de Giro Financeiro
1.5.1. Saldo de Tesouraria
• Conceito importante na gestão do capital de giro
financeiro → Saldo de Tesouraria → integra a
captação e a aplicação de recursos financeiros para o
giro
1.5.1. Saldo de Tesouraria
Ex.
11.
O
balanço
patrimonial
da
Cia.
Ômega,
encerrado
em
31
de
dezembro
do
ano
2015,
é
composto
das
contas
e
saldos
constantes
do
quadro
abaixo.
Pede-se
calcular
o
ST
da
Cia.
1.5.1. Saldo de Tesouraria
• Passivo Circulante Financeiro (ex.: sucessivos
empréstimos bancários ou descontos de
duplicatas) → aperto financeiro → aumento do
risco financeiro → risco da empresa tornar-se
insolvente
• Gestão do capital de giro financeiro → liquidez da
empresa (capacidade de pagamento)
• Problemas na gestão do capital de giro
operacional → deterioração do saldo de tesouraria
1.6. GESTÃO INTEGRADA DO CAPITAL DE GIRO
• Necessidade de Capital de Giro (NCG) → busca de
recursos externos ao ciclo operacional → financiar o
capital de giro
• Recursos externos → recursos próprios ou recursos
de terceiros
✓ Recursos de terceiros → normalmente,
empréstimos bancários de curto prazo, fazendo
parte do Capital de Giro Financeiro
✓ Recursos próprios → patrimônio líquido não
imobilizado ou não investido a longo prazo, ou seja,
do Capital de Giro Próprio
1.6. GESTÃO INTEGRADA DO CAPITAL DE GIRO
• Pode-se representar esquematicamente as relações entre
o capital de giro líquido (CGL), a necessidade de capital
de giro (NCG) e o saldo de tesouraria (ST) da seguinte
maneira:
1.6. GESTÃO INTEGRADA DO CAPITAL DE GIRO
• Se o Capital de Giro for insuficiente para financiar a
Necessidade de Capital de Giro, o Saldo de Tesouraria
será negativo
• Neste caso, o Passivo Errático será maior do que o Ativo
Errático → a empresa financia parte da Necessidade de
Capital de Giro e/ou Ativo Permanente com fundos de
curto prazo, aumentando portanto seu risco de
insolvência
• Se o Saldo de Tesouraria for positivo, a empresa disporá
de fundos de curto prazo que poderão, por exemplo, ser
aplicados em títulos de liquidez imediata (open market),
aumentando a sua margem de segurança financeira
Modelo Fleuriet (2022)
1.6. GESTÃO INTEGRADA DO CAPITAL DE GIRO
Ex.
12.
O
balanço
patrimonial
da
Cia.
Ômega,
encerrado
em
31
de
dezembro
do
ano
2015,
é
composto
das
contas
e
saldos
constantes
do
quadro
abaixo.
Pede-se
calcular
o
CGL
da
Cia.
1.6. GESTÃO INTEGRADA DO CAPITAL DE GIRO
Tabela 1 – Posicionamento financeiro da empresa
com base nas variáveis NCG, CDG e ST
Fonte: Fleuriet, Kehdy e Blanc (1978) adaptado por Marques e Braga (1995)
Considere o balanço
patrimonial da empresa Powers S.A. no exercício de 2017,
abaixo:
Estudo Dirigido 1 – Questão 16.
Assim, pede-se:
a) Calcule e interprete a necessidade de capital de giro;
b) Calcule e interprete o saldo da tesouraria da empresa em questão;
c) Calcule e interprete o capital de giro líquido.
d) Qual a situação financeira da empresa, com base na classificação
elaborada por Marques e Braga (1995)?
ATIVO PASSIVO
Circulante 10.000 Circulante 7.000
Caixa 100 Fornecedores 1.000
Bancos 900 Salários a Pagar 2.000
Aplic. Financeiras 2.000 Encargos a Pagar 1.000
Contas a Receber 3.000 Impostos e Taxas 1.000
Estoques 3.900 Empréstimos 2.000
Outros Valores a Rec. 100
Não Circulante 4.000
Não Circulante 10.000 Exigível a Longo Prazo 4.000
Realizável a Longo Prazo 2.000
Investimentos 2.000 Patrimônio Líquido 9.000
Imobilizado 5.500 Capital 7.500
Diferido 500 Reservas 1.500
Total 20.000 Total 20.000
Levando-se em consideração os dados do
balanço da empresa “ABC” no ano de 2015, calcule e interprete a necessidade
de capital de giro (NCG), o saldo de tesouraria (ST) e o capital de giro líquido
(CGL)
Estudo Dirigido 1 – Questão 17.
Estudo Dirigido 1 – Questão 18.
Assinale a alternativa CORRETA sobre a variação percentual do capital
de giro líquido (CGL) do Ponto Frio.
a) Em 2009 houve uma redução de 141% de CGL em relação a 2008.
b) Em 2009 houve uma redução de 121% de CGL em relação a 2008.
c) Em 2009 houve uma redução de 21% de CGL em relação a 2008.
d) Em 2009 houve um aumento de 141% de CGL em relação a 2008.
e) Em 2009 houve um aumento de 121% de CGL em relação a 2008.
Estudo Dirigido 1 – Questão 19.
Assinale a alternativa CORRETA a respeito do capital de giro líquido, calculado
na questão anterior.
a) O CGL em 2009 aponta que os ativos de curto prazo estavam sendo
financiados pelos recursos de curto prazo.
b) O CGL em 2008 aponta que os ativos de curto prazo estavam sendo
financiados pelos recursos de longo prazo.
c) O CGL em 2009 aponta que houve uma redução de recursos de curto prazo.
d) O CGL em 2009 aponta um déficit de ativos de curto para honrar
compromissos de curto prazo.
e) O CGL em 2008 aponta um déficit de ativos de curto para honrar
compromissos de curto prazo.
1.6. GESTÃO INTEGRADA DO CAPITAL DE GIRO
• A partir destas relações, pode-se identificar dois tipos
extremos de estruturas financeiras:
i. De baixo risco:
• Nesta estrutura o CGL é positivo, indicando que
contas de longo prazo financiam os ativos de curto
prazo; as próprias operações geram recursos para se
financiar (NCG = 0); e há excedente financeiro (ST =
20).
1.6. GESTÃO INTEGRADA DO CAPITAL DE GIRO
• A partir destas relações, pode-se identificar dois tipos
extremos de estruturas financeiras:
ii. De alto risco:
• Nesta estrutura, o CGL é negativo, indicando que contas
do ativo de longo prazo são financiadas por passivos de
curto prazo. As operações não conseguem gerar
recursos para se financiar (NCG = 20) e há necessidade
de recursos de Instituições Financeiras para financiar o
ativo operacional (ST= -50)
1.6.1 O Efeito Tesoura - Modelo Fleuriet
• Estrutura de alto risco → necessidade de capital de giro pode
conduzir ao aumento do saldo negativo de tesouraria →
captação de recursos financeiros para bancar tal necessidade
• Crescimento da NCG > Crescimento do CGL → Efeito Tesoura
1
2
• Área 1 → período em que o CGL > NCG → existência
de passivos de longo prazo financiando a necessidade
de capital de giro → saudável em termos de liquidez
1
1.6.1 O Efeito Tesoura - Modelo Fleuriet
• Área 2 → desequilíbrio na gestão do capital de giro
da empresa: NCG>CGL → saldos de tesouraria cada
vez mais negativos (maiores empréstimos bancários)
→ aumenta o risco de iliquidez da empresa
2
1.6.1 O Efeito Tesoura - Modelo Fleuriet
• Nem sempre o Efeito Tesoura é prejudicial aos
negócios, principalmente em termos de rentabilidade.
• Ex. 13. Se a empresa consegue captar recursos
(empréstimos) a 1,5% ao mês e, com as vendas a
prazo consegue obter 4% ao mês (contas a receber),
o Efeito Tesoura não é prejudicial para a condição
econômica da empresa, apesar de prejudicial em
termos de liquidez (capacidade de pagamento)
1.6.1 O Efeito Tesoura - Modelo Fleuriet
1.6.2. O Overtrading
• Overtrading → Ato de fazer negócios superiores à
capacidade de financiamento da NCG, decorrente
desses negócios
• É a condição de impossibilidade de financiamento do
Efeito Tesoura
• A organização não consegue obter recursos
financeiros para bancar sua necessidade de capital de
giro
OVERTRADING = SALDO DE TESOURARIA NEGATIVO > LIMITES DE CRÉDITO
1.6.2. O Overtrading
• As razões pelas quais uma empresa busca a elevação
de seus volumes de vendas podem ser várias...
• Ex. 14. Algumas vezes, o fato de a empresa dispor de
certo nível de ociosidade em sua capacidade instalada de
produção pode levá-la a dinamizar suas vendas, admitindo
inicialmente que a diluição dos custos fixos por maior
volume de produção fará com que o custo unitário de seu
produto seja reduzido e que, portanto, aumente o seu
lucro
• Ex. 15. O Overtrading pode ser a situação na qual a
empresa, normalmente iludida com o sucesso de venda de
seus produtos e serviços, expande sua produção e venda
acima de sua capacidade para cobrir a Necessidade de
Capital de Giro decorrente dessa expansão
1.6.2. O Overtrading
• Ex. 16. A situação de Overtrading pode, ainda,
ocorrer por razões alheias à vontade e à gestão da
organização. Uma alteração na política econômica
vigente no País pode conduzir a uma redução da
liquidez da economia com consequente redução dos
limites de crédito à disposição das organizações,
obrigando-as à retração de sua atividade. É o que
acontece quando o Banco Central aumenta o nível de
depósitos compulsórios do sistema bancário
• O Efeito Tesoura é uma das principais causas da
ocorrência do Overtrading
Estudo Dirigido 1 – Questão 20
Trace uma relação entre o saldo de tesouraria, o
efeito tesoura e o Overtrading, explicando como
esses fenômenos podem ocorrer em uma
empresa.
@prof.jaimeneto
profjaimeneto

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  • 1. Administração Financeira e orçamentária Unidade 1 - Fundamentos de Capital de Giro Prof. Dr. Jaime Martins de Sousa Neto
  • 2. 1.1 OBJETIVOS DA UNIDADE • Compreender em que contexto está inserido o Capital de Giro • Analisar o dilema Liquidez x Rentabilidade • Definir o que é Capital de Giro • Entender a importância de uma boa Gestão do Capital de Giro • Compreender conceitos como Capital de Giro Líquido e Necessidade de Capital de Giro • Entender o Efeito Tesoura e o Overtrading • Examinar a dinâmica do Capital de Giro
  • 3. 1.2 CONTEXTUALIZAÇÃO • Área de Finanças → ampla e dinâmica, afetando diretamente a vida de todas as pessoas e todos os tipos de organizações (financeiras ou não, privadas ou públicas, grandes ou pequenas, com ou sem fins lucrativos) • Finanças → ocupa-se do processo, instituições, mercados e instrumentos envolvidos na transferência de fundos entre pessoas, empresas e governos
  • 5. Aconteceu na Empresa... • Aumentei as vendas, aumentei o faturamento, mas estou endividado e sem dinheiro... ➢ A RESPOSTA ESTÁ NA GESTÃO DO CAPITAL DE GIRO ➢ O que quebra uma empresa não é o prejuízo, e sim a falta de dinheiro no caixa → uma empresa pode, ao mesmo tempo, apresentar lucro e ir à falência por falta de um bom fluxo de caixa (necessidade de capital de giro)
  • 6. Aconteceu na Empresa... • Aumentei as vendas, aumentei o faturamento, mas estou endividado e sem dinheiro... “O lucro, dentro de critérios perfeitamente adequados, pode ser manipulado. Caixa não tem jeito. Como dizem em Wall Street, lucro é opinião; caixa é fato.” (MANFREDINI, 2001, p.01).
  • 7. Como uma empresa pode falir mesmo dando lucro? • Estudo de Caso 1. No primeiro dia de funcionamento de sua loja, Maria Inês comprou e recebeu R$ 100.000,00 em mercadorias para pagar em 30 dias • Maria Inês realizou uma festa de inauguração e verificou que tinha vendido R$ 96.000,00, para pagamento em 30 dias, em mercadorias que lhe custaram R$ 80.000,00
  • 8. • Maria Inês fechou a loja por 30 dias, para descansar • Após reabertura da loja, seu contador lhe afirmou que aloja deu lucro, pois a receita foi R$ 96.000,00 e o custo da mercadoria vendida foi R$ 80.000,00. O lucro bruto foi, portanto, R$ 16.000,00 • Já o tesoureiro, disse que, naquele dia, teria que pagar R$ 100.000,00 e só tinha para receber R$ 96.000,00 relativos aos cheques que estavam vencendo → loja pode falir se Maria não colocar R$ 4.000,00 de seu bolso ou fazer um empréstimo!!! Como uma empresa pode falir mesmo dando lucro?
  • 9. 1.2 CONTEXTUALIZAÇÃO Liquidez x Rentabilidade • Liquidez ▪ Preocupação do Tesoureiro: “manutenção da liquidez da empresas” ▪ A liquidez implica na manutenção de recursos financeiros sob a forma de disponibilidades ▪ Caixa e aplicações de curto prazo Taxas reduzidas • Rentabilidade ▪ Preocupação do Controller: “a rentabilidade da empresas” ▪ A rentabilidade é o grau de êxito econômico obtido por uma empresa em relação ao capital nela investido
  • 10. 1.2.1 Capital de Giro e Ciclo Operacional Ciclo rotineiro (financeiro)
  • 11. • Ciclo financeiro → bem dimensionado e administrado → geração de suficiente liquidez e lucratividade → sobrevivência e prosperidade empresarial • Montante de recursos necessários para a manutenção do ciclo financeiro → Capital de Giro → materialização da liquidez, lucratividade, sobrevivência e prosperidade • Capital de Giro → recursos financeiros, próprios ou de terceiros, necessários para sustentar as atividades operacionais, no dia-a-dia das empresas 1.2.1 Capital de Giro e Ciclo Operacional
  • 12. 1.2.2 Volume do Capital de Giro
  • 13. 1.2.3 Revisão de Contabilidade ATIVO NÃO CIRCULANTE (ANC) PASSIVO NÃO CIRCULANTE (PNC)
  • 14. 1.2.3 Revisão de Contabilidade
  • 15. 1.3 GESTÃO DO CG ➢ Diz respeito à administração dos elementos de GIRO (recursos correntes) ➢ Objetivo: Gerar VALOR com os elementos de giro ATIVO CIRCULANTE Gerenciamento de caixa Nível de crédito Nível de estoques Inter- relações PASSIVO CIRCULANTE Nível de endividamento Condições de financiamento
  • 16. 1.3.1 Gestão do Ativo Circulante
  • 17. 1.3.2 Gestão do Passivo Circulante Na gestão do passivo circulante são abordados o nível de endividamento e as alternativas e custos de financiamentos
  • 18. 1.3.3 Capital de Giro Total Capital de Giro Total (CGT) = Capital de Giro Bruto Investimento de Capital em ativos de curto prazo
  • 19. 1.3.4 Capital de Giro Líquido • CAPITAL DE GIRO LÍQUIDO → recursos de longo prazo demandados pela empresa para financiar suas necessidades operacionais ANC PNC
  • 20. 1.3.4 Capital de Giro Líquido Baixo Risco de Solvência Elevado Risco de Solvência ANC ANC PNC PNC
  • 21. 1.3.4 Capital de Giro Líquido ANC + AC = PNC + PC + PL Ativo = Passivo + Patrimônio Líquido Equação Fundamental da Contabilidade
  • 22. 1.3.4 Capital de Giro Líquido Ex. 1. Considere Balanço da Nossa Loja em determinado exercício: ➢ Veja que a Nossa Loja está em uma situação (confortável/desconfortável), uma vez que ela tem um Capital de Giro Líquido (CGL) de $_______, o que denota (ALTA/BAIXA)__________ capacidade de honrar suas dívidas de curto prazo, se os estoques forem realizáveis realmente
  • 23. Estudo Dirigido 1 a) Calcule Capital de Giro Líquido em 2014 e 2015. b) Interprete os índices calculados no item “a”. Estudo Dirigido 1 – Questão 1
  • 24. (INSTITUTO AOCP, 2016) O Capital de Giro Líquido de uma empresa, em um enfoque mais rigoroso, representa a parcela dos recursos de longo prazo aplicada em itens ativos de curto prazo. Considere as informações do Balanço Patrimonial da CASAN dos anos de 2012, 2013 e 2014, reproduzidos a seguir, e apure o valor do Capital Circulante Líquido desses três anos, assinalando a alternativa que apresenta esses valores nesta ordem, 2012, 2013 e 2014, respectivamente. Estudo Dirigido 1 – Questão 2.
  • 25. Estudo Dirigido 1 – Questão 3 (CESPE, 2013) A tabela acima apresenta a estrutura patrimonial, ao final de determinado ano, de uma empresa do ramo de negócios de produção de cartonagem. Considerando que, nessa estrutura, o conteúdo dos componentes, quando cabíveis, diz respeito às atividades e ao financiamento dessas atividades, julgue o item abaixo. No ano em tela, a referida empresa aumentou o seu capital circulante líquido (CCL), obtendo folga financeira de R$ 80 mediante a diferença entre o ativo circulante (R$ 300) e o passivo circulante (R$ 220), a qual passou a integrar o capital de giro da empresa. Certo ou errado? Justifique sua resposta.
  • 26. 1.3.4.1 Alterações no CGL • Volume de Capital de Giro Líquido → sofre alterações de acordo com modificações nas contas que não são de curto prazo que afetam contas circulantes ➢ Exemplo 1: a compra de uma máquina à vista aumenta o Ativo Imobilizado e diminui o Ativo Circulante, sem alterar o Passivo Circulante → reduz o CGL ➢ Exemplo 2: Movimentações entre contas de curto prazo, como o pagamento de um fornecedor com o dinheiro disponível em caixa → reduzem o Ativo Circulante e o Passivo Circulante ao mesmo tempo → não altera o CGL
  • 27. 1.3.4.1 Alterações no CGL • Operações que provocam aumentos no CGL → origens de recursos do CGL: a) Oriundas das próprias operações da empresa (operacionais) → Lucros apurados nas operações da empresa b) Oriundas dos proprietários → Aumentos de capital (integralizações no exercício) c) Oriundas de terceiros → Empréstimos de longo prazo; Vendas à vista de bens do Imobilizado; Transformações do Ativo Realizável a Longo Prazo (RLP) em Realizável a Curto Prazo PNC ANC
  • 28. 1.3.4.1 Alterações no CGL • Operações que provocam reduções no CGL→ aplicações de recursos do CGL: a) Dividendos distribuídos b) Investimentos em Imobilizado c) Pagamentos de empréstimos de longo prazo (transferência de Passivo Exigível a Longo Prazo para Passivo Circulante) PNC ANC
  • 29. 1.3.4.1 Alterações no CGL • No caso das empresas brasileiras de capital aberto, o CGL representa 18% do passivo circulante, indicando um excesso de ativos circulantes relativamente aos passivos circulantes (INEPAD, 2004)
  • 30. 1.3.5 Capital de Giro Próprio • Capital de Giro Próprio → parcela de recursos próprios que está sendo utilizada no financiamento do capital de giro (ativos de curto prazo) • Capital próprio (patrimônio líquido) não investido a longo prazo (em ativos imobilizados ou realizáveis a longo prazo) CGP = PL – ANC
  • 31. 1.3.5 Capital de Giro Próprio Recursos Próprios financiando Ativos Correntes ANC ANC PNC
  • 32. 1.3.5 Capital de Giro Próprio • No Brasil, o capital de giro próprio das empresas de capital aberto, na mediana, é negativo em 25% relativamente ao Patrimônio Líquido, sendo que somente 9% das empresas apresentavam CGP positivo, indicando total dependência de recursos de terceiros para investimento no Capital de Giro, no caso das empresas brasileiras de capital aberto (INEPAD, 2004)
  • 33. 1.3.5 Capital de Giro Próprio Ex. 2. Considere Balanço da Nossa Loja em determinado exercício (R$ mil). Qual o Capital de Giro Próprio da empresa? Veja que nesse momento a Nossa Loja está em uma situação (confortável/desconfortável), uma vez que ela tem um Capital de Giro Próprio (CGP) de $_________, o que denota uma (folga/aperto) financeira(o) da empresa.
  • 34. Considere o balanço sintético, em milhares de reais, apresentado pela companhia no encerramento do exercício social de 31 de dezembro de 2014 Estudo Dirigido 1 – Questão 4. Tendo em vista exclusivamente as informações contidas no Balanço Patrimonial / 2014, o capital de giro próprio que a empresa tem aplicado em seu ativo circulante, em milhares de reais, é de a) 100 b) 600 c) 900 d) 1.300 e) 1.900 CGP = PL – ANC
  • 35. Estudo Dirigido 1 – Questão 5 (FGV, 2013 - Adaptado) Analise o Balanço Patrimonial a seguir e responda: a) qual o capital de giro próprio da empresa? b) Interprete o indicador calculado. CGP = PL – ANC
  • 36. 1.4 O CAPITAL DE GIRO OPERACIONAL Gestão do Capital de Giro Gestão do Capital de Giro Operacional Gestão do Capital de Giro Financeiro Gestão Integrada do Capital de Giro • Gestão do Capital de Giro Operacional → aborda os elementos operacionais do Ativo e do Passivo Circulante
  • 37. 1.4 O CAPITAL DE GIRO OPERACIONAL • As origens e as aplicações de recursos operacionais para capital de giro podem ser: Aplicação dos Recursos Operacionais Origem dos Recursos Operacionais (ERRÁTICO) (ERRÁTICO) (CÍCLICO) (CÍCLICO)
  • 38. 1.4 O CAPITAL DE GIRO OPERACIONAL
  • 40. 1.4.1 Ciclo Operacional Ciclo Operacional de uma empresa industrial Fonte: Assaf Neto e Silva (2012)
  • 41. 1.4.1 Ciclo Operacional a) Prazo Médio de Estoques de Matérias-Primas (PMEMP) → prazo médio entre o faturamento da matéria-prima e o início da fabricação b) Prazo Médio de Fabricação (PMF) → prazo médio entre o início e o fim da fabricação c) Prazo Médio de Estoques de Produtos Acabados (PMEPA) → prazo médio entre o fim da fabricação e as vendas dos produtos • Ciclo operacional → período que a empresa leva desde a compra de matéria-prima até o recebimento das vendas de seus produtos Ciclo Operacional = PMEMP+ PMF + PMEPA + PMR
  • 42. 1.4.2 Ciclo Econômico • Ciclo econômico → considera apenas os acontecimentos de natureza econômica → compra de matéria-prima até a venda de produtos, não incluindo o pagamento das compras ou o recebimento das vendas (movimentações de caixa)
  • 43. • Para obter o ciclo econômico, subtrai-se o ciclo operacional do PMR (ou PMC), como mostra a seguinte equação: Ciclo Econômico = Ciclo Operacional - PMR 1.4.2 Ciclo Econômico
  • 44. 1.4.3 Ciclo Financeiro • Ciclo financeiro → focaliza as movimentações de caixa, abrangendo o período entre o momento em que a empresa realiza os pagamentos e o momento em que recebe pelas vendas
  • 48. 1.4.3 Ciclo Financeiro • Prazo Médio de Estoques (PME) → constitui o tempo médio requerido entre o recebimento da matéria prima e a venda do produto acabado • Quanto maior → maior o prazo que os produtos ficarão estocados → + elevadas necessidades de investimentos em estoques → fator redutor de retorno do ativo • Ex. 3. Se os estoques médios da Nossa Loja são de R$ 200 mil e o custo do produto vendido diário (CPV) é, em média, de R$ 2.900, então o PME é obtido conforme a seguinte equação: PME = Estoque/ CPV diário ➢ Assim, decorrem, em média, 69 dias entre a recepção da matéria prima e a venda do produto acabado = 69 dias
  • 49. 1.4.3 Ciclo Financeiro • Giro dos Estoques → Identifica o no de vezes que os estoques giraram (renovaram-se) no ano considerado • Ex.4. Calcule o giro dos estoques da Nossa Loja.
  • 50. Estudo Dirigido 1 – Questão 6 A empresa Laticínios Brasileiros Ltda. tem um custo anual de mercadoria vendida de R$ 35.000, o estoque médio anual é de R$ 7.000 e o prazo médio de recebimento de clientes é de 30 dias. a) Qual o prazo médio de estocagem em dias? b) Qual o ciclo operacional em dias? c) Qual o giro dos estoques da empresa? PME = Estoque/ CPV diário Ciclo Operacional = PMEMP+ PMF + PMEPA + PMR
  • 51. Estudo Dirigido 1 – Questão 7 (FCC, 2011 – Adaptado) As informações a seguir foram extraídas das Demonstrações Contábeis de uma Companhia Aberta. a) Qual o prazo médio de renovação de estoques? (considere o ano comercial de 360 dias) b) Qual o giro dos estoques?
  • 52. 1.4.3 Ciclo Financeiro • Prazo Médio de Recebimento (PMR) → constitui o tempo médio requerido para converter as contas a receber em caixa, isto é, receber os produtos vendidos aos clientes • PMR → calculado dividindo as contas a receber pelas vendas médias diárias • Ex. 5. Se as contas a receber da Nossa Loja são, em média, R$ 40.000 e as vendas médias diárias R$ 2.000, então o PMR é obtido conforme a seguinte equação: ➢ Assim, são necessários, em média, 20 dias depois de uma venda para recebê-las, realizando seus créditos c/ clientes 18 vezes no ano
  • 53. 1.4.3 Ciclo Financeiro • A empresa deve abreviar, sempre que possível, o prazo de recebimento de suas vendas Prazo Médio de Recebimento (PMR) ✓ Manter recursos disponíveis p/ aplicações mais rentáveis por prazos maiores → elevar o giro de seus ativos → maior rentabilidade ✓ Risco de perder poder de compra com a acumulação de recebíveis → efeitos da inflação
  • 54. Estudo Dirigido 1 – Questão 8 (FGV, 2017 – Adaptado) Uma sociedade empresária apresentou seu balanço patrimonial, em 31/12/2016, em comparação com o de 31/12/2015 (corrigido pela inflação): Além disso, a receita bruta da empresa no período foi de R$ 600.000. Assim, calcule o prazo médio de recebimento da empresa e o giro das contas a receber.
  • 55. Estudo Dirigido 1 – Questão 9 (FCC, 2012) A análise horizontal do Balanço Patrimonial levantado em 31-12-2011 mostrou que a conta de Clientes aumentou 40% em relação ao seu valor em 31-12-2010, que correspondeu a R$ 250.000,00. O total das vendas brutas da companhia realizadas a prazo nesse exercício foi R$ 1.080.000,00. Considerando-se o ano comercial, o prazo médio de recebimento das vendas a prazo foi, em dias, equivalente a a) 100. b) 120. c) 90. d) 80. e) 115.
  • 56. 1.4.3 Ciclo Financeiro • Prazo Médio de Pagamento (PMP) → constitui o tempo médio entre a recepção da matéria prima e seu pagamento ao fornecedor • PMP → calculado dividindo as contas a pagar aos fornecedores pelas compras médias realizadas por dia • Ex. 6. Se as contas a pagar aos fornecedores da empresa totalizam R$ 60.000 e as compras diárias são, em média, de R$ 2.000, então, então o PMP é obtido conforme a seguinte equação: ➢ A empresa tem 30 dias, em média, para pagar seus débitos junto aos fornecedores, produzindo um giro de 12 vezes nas contas a pagar
  • 57. 1.4.3 Ciclo Financeiro Prazo Médio de Pagamento (PMP) • Desde que os encargos atribuídos às compras a prazo não excedam a taxa de inflação → torna-se atraente um PMP + elevado ➢ Empresa pode financiar suas necessidades de capital de giro c/ recursos menos onerosos • O custo de oportunidade p/ decisões de compras (compras à vista ou à prazo) → definido pela taxa de juros da melhor aplicação financeira disponível no mercado
  • 58. Estudo Dirigido 1 – Questão 10 (CESPE, 2011 - Adaptado) Considere que uma empresa comercial tenha apresentado os seguintes dados anuais, em R$ 1.000,00. • mercadorias – estoque inicial: 400 • mercadorias – estoque final: 600 • CMV: 4.000 • fornecedores – saldo inicial: 1.000 • fornecedores – saldo final: 1.100 Nessa situação, qual o prazo médio de pagamento das compras? Qual o giro nas contas a pagar? MÉDIA = CONTAS A PAGAR!!!
  • 59. Estudo Dirigido 1 – Questão 11 (FCC, 2011 - Adaptado) Dados do Balanço Patrimonial e da Demonstração de Resultado da Cia. Crisântemo, relativos ao exercício findo em 31-12-2010 (Valores em reais). A companhia tem por política financeira efetuar somente compras a prazo. a) O prazo médio de pagamento a fornecedores da companhia em 2010 (considerando-se o ano comercial de 360 dias), em número de dias, foi? b) Calcule o giro das contas a pagar.
  • 60. 1.4.3 Ciclo Financeiro • Para obter o ciclo financeiro, soma-se o PME com o PMR e subtrai-se o PMP, como mostra a seguinte equação: Ciclo Financeiro = (PME + PMR) - PMP
  • 61. 1.4.3 Ciclo Financeiro • O ciclo financeiro diminui quando o PME e o PMR diminuem e quando o PMP aumenta • Empresas → elevados custos financeiros para a manutenção de seu ciclo financeiro • Boa gestão do capital de giro → alta rotação aos elementos do ativo circulante → reduzir o ciclo financeiro Quanto menor o ciclo financeiro (CF), mais liquidez para a empresa
  • 62. 1.4.3 Ciclo Financeiro • Ciclo financeiro negativo (favorável) → Necessidade de Capital de Giro negativa → existem recursos excedentes • Ciclo financeiro positivo (desfavorável) → extremamente normal → Necessidade de Capital de Giro positiva → deve-se manter uma reserva financeira para suportar o fato de pagar antes e receber depois
  • 63. Estudo Dirigido 1 – Questão 12 (FGV, 2014) Determinada entidade apresenta prazo médio de recebimento de clientes de 30 dias, prazo médio de estocagem de 45 dias e prazo médio de pagamento a fornecedores de 60 dias. Sobre o ciclo financeiro desta entidade, assinale a afirmativa correta. a) É desfavorável em 45 dias. b) É desfavorável em 15 dias. c) É favorável em 15 dias. d) É favorável em 45 dias. e) É favorável em 75 dias. Ciclo Financeiro = (PME + PMR) - PMP
  • 64. 1.4.3 Ciclo Financeiro • Caso a empresa não aufira ganhos financeiros na gestão do capital de giro → buscar meios que permitam diminuir o ciclo financeiro ✓reduzir estoques ✓produzir e vender mais rapidamente ✓diminuir o prazo das vendas ✓incentivar vendas à vista ✓acelerar as cobranças de atrasados ✓negociar junto aos fornecedores maiores prazos para o pagamento das compras
  • 65. 1.4.3 Ciclo Financeiro • Algumas empresas não só conseguem financiar seu capital de giro através de suas operações, mas também podem utilizar este financiamento interno • Ex. 7. Para realizar aplicações no mercado financeiro, maximizando o retorno do seu capital, uma loja de varejo que tenha um prazo médio de estoques de 10 dias, um prazo médio de recebimento de 15 dias e um prazo de pagamento de 45 dias apresenta um ciclo financeiro de –20 dias, ou seja, ela se autofinancia e suas operações permitem trabalhar com capital livre durante 20 dias, realizando aplicações financeiras, por exemplo. Ciclo Financeiro = (PME + PMR) - PMP
  • 66. Estudo Dirigido 1 – Questão 13 Ciclo Financeiro = (PME + PMR) - PMP (FCC, 2010) Uma empresa tem prazo médio de renovação dos estoques de 74 dias, prazo médio de recebimento das vendas de 63 dias e prazo médio de pagamento das compras de 85 dias. O ciclo de caixa dessa empresa, em dias, é a) 22. b) 52. c) 137. d) 148. e) 222.
  • 67. Estudo Dirigido 1 – Questão 14 Ciclo Financeiro = (PME + PMR) - PMP Ciclo Operacional = PMEMP+ PMF + PMEPA + PMR Ciclo Econômico = Ciclo Operacional- PMR Considere uma empresa Babilônia LTDA com um prazo de estocagem de matéria-prima de 10 dias, 20 dias para fabricar um produto, 30 dias para vendê-lo. A empresa leva 25 dias para pagar seus fornecedores e recebe dos clientes com 90 dias. A partir dessas informações, calcule o ciclo operacional, financeiro e econômico da referida empresa.
  • 68. Estudo Dirigido 1 – Questão 15 Ciclo Financeiro = (PME + PMR) - PMP Ciclo Operacional = PMEMP+ PMF + PMEPA + PMR Uma empresa tem estoque médio de R$ 450.000,00 e seu CPV diário é, em média de R$ 5.800,00. Suas contas a receber são, em média, R$ 74.000,00 e as vendas médias diárias, de R$ 3.500,00. Suas contas a pagar aos fornecedores totalizam R$ 100.000,00 e as compras diárias são, em média, R$ 4.000,00. Assim, calcule e interprete o prazo médio de estoques (PME), o prazo médio de recebimento (PMR), o prazo médio de pagamento (PMP), o ciclo operacional (CO) e o ciclo financeiro (CF). PME = Estoque/ CPV diário
  • 69. 1.4.4 Necessidade de Capital de Giro (NCG) • Dificilmente os pagamentos que a empresa efetua (saídas de caixa) são sincronizados com seus recebimentos (entradas de caixa)...
  • 70. 1.4.4 Necessidade de Capital de Giro (NCG) NCG = AC operacional – PC operacional
  • 71. 1.4.4 Necessidade de Capital de Giro (NCG) NCG = AC operacional – PC operacional
  • 72. 1.4.4 Necessidade de Capital de Giro (NCG) Ex. 8. O balanço patrimonial da Cia. Ômega, encerrado em 31 de dezembro do ano 2015, é composto das contas e saldos constantes do quadro abaixo. Pede-se calcular a NCG da Cia. NCG = AC operacional – PC operacional
  • 73. 1.4.4 Necessidade de Capital de Giro (NCG) NCG = AC operacional – PC operacional NCG AC operacional NCG PC operacional • Ter Necessidade de Capital de Giro não representa nada negativo para a organização, desde que ela tenha como financiar esta necessidade e gere valor com ela
  • 74. 1.4.4 Necessidade de Capital de Giro (NCG) • A Necessidade de Capital de Giro das empresas de capital aberto no Brasil é, na mediana, de 62% do ativo circulante operacional – isso significa que 62% do investimento em estoques e clientes, na essência, precisa ser financiado por recursos de bancos ou recursos próprios, não sendo supridos por fornecedores ou outras fontes operacionais (INEPAD, 2004)
  • 75. 1.4.4 Necessidade de Capital de Giro (NCG) • NCG positivo: a empresa está com superávit de capital de giro, não necessitando recorrer a bancos ou outras fontes de recursos • NCG negativo: a empresa tem um déficit em seu capital de giro, significando que parte do seu Capital de Giro vem de recursos de terceiros, o que pode levar a despesas com pagamento de juros por este capital e em alguns casos, demonstrar um quadro de risco associado ao negócio
  • 76. 1.4.4 Necessidade de Capital de Giro (NCG) • 50% dos maiores grupos de indústrias da Europa e um terço das maiores empresas do Brasil apresentam NCG negativo - essas empresas recebem dinheiro antes de pagar (UPPERTOOLS, 2017) • No caso das empresas com NCG positivo, ocorre o inverso: as saídas de dinheiro acontecem antes das entradas (elas pagam primeiro para receber depois) • São três os motivos principais para uma empresa apresentar ciclo financeiro negativo i. Modelo de negócio ii. Potencial da empresa face aos fornecedores e aos clientes iii. Empresas que recebem pagamento adiantado por bens em produção
  • 77. 1.5. O CAPITAL DE GIRO FINANCEIRO • Normalmente não existe plena integração dos prazos do capital de giro operacional → raramente a necessidade de capital de giro é igual a zero → ou existe necessidade de capital de giro, implicando na captação de recursos externos ao giro, ou sobra de recursos de giro que possam ser aplicados financeiramente
  • 78. 1.5. O CAPITAL DE GIRO FINANCEIRO Integração do Capital de Giro Financeiro
  • 79. 1.5.1. Saldo de Tesouraria • Conceito importante na gestão do capital de giro financeiro → Saldo de Tesouraria → integra a captação e a aplicação de recursos financeiros para o giro
  • 80. 1.5.1. Saldo de Tesouraria Ex. 11. O balanço patrimonial da Cia. Ômega, encerrado em 31 de dezembro do ano 2015, é composto das contas e saldos constantes do quadro abaixo. Pede-se calcular o ST da Cia.
  • 81. 1.5.1. Saldo de Tesouraria • Passivo Circulante Financeiro (ex.: sucessivos empréstimos bancários ou descontos de duplicatas) → aperto financeiro → aumento do risco financeiro → risco da empresa tornar-se insolvente • Gestão do capital de giro financeiro → liquidez da empresa (capacidade de pagamento) • Problemas na gestão do capital de giro operacional → deterioração do saldo de tesouraria
  • 82. 1.6. GESTÃO INTEGRADA DO CAPITAL DE GIRO • Necessidade de Capital de Giro (NCG) → busca de recursos externos ao ciclo operacional → financiar o capital de giro • Recursos externos → recursos próprios ou recursos de terceiros ✓ Recursos de terceiros → normalmente, empréstimos bancários de curto prazo, fazendo parte do Capital de Giro Financeiro ✓ Recursos próprios → patrimônio líquido não imobilizado ou não investido a longo prazo, ou seja, do Capital de Giro Próprio
  • 83. 1.6. GESTÃO INTEGRADA DO CAPITAL DE GIRO • Pode-se representar esquematicamente as relações entre o capital de giro líquido (CGL), a necessidade de capital de giro (NCG) e o saldo de tesouraria (ST) da seguinte maneira:
  • 84. 1.6. GESTÃO INTEGRADA DO CAPITAL DE GIRO • Se o Capital de Giro for insuficiente para financiar a Necessidade de Capital de Giro, o Saldo de Tesouraria será negativo • Neste caso, o Passivo Errático será maior do que o Ativo Errático → a empresa financia parte da Necessidade de Capital de Giro e/ou Ativo Permanente com fundos de curto prazo, aumentando portanto seu risco de insolvência • Se o Saldo de Tesouraria for positivo, a empresa disporá de fundos de curto prazo que poderão, por exemplo, ser aplicados em títulos de liquidez imediata (open market), aumentando a sua margem de segurança financeira Modelo Fleuriet (2022)
  • 85. 1.6. GESTÃO INTEGRADA DO CAPITAL DE GIRO Ex. 12. O balanço patrimonial da Cia. Ômega, encerrado em 31 de dezembro do ano 2015, é composto das contas e saldos constantes do quadro abaixo. Pede-se calcular o CGL da Cia.
  • 86. 1.6. GESTÃO INTEGRADA DO CAPITAL DE GIRO Tabela 1 – Posicionamento financeiro da empresa com base nas variáveis NCG, CDG e ST Fonte: Fleuriet, Kehdy e Blanc (1978) adaptado por Marques e Braga (1995)
  • 87. Considere o balanço patrimonial da empresa Powers S.A. no exercício de 2017, abaixo: Estudo Dirigido 1 – Questão 16. Assim, pede-se: a) Calcule e interprete a necessidade de capital de giro; b) Calcule e interprete o saldo da tesouraria da empresa em questão; c) Calcule e interprete o capital de giro líquido. d) Qual a situação financeira da empresa, com base na classificação elaborada por Marques e Braga (1995)? ATIVO PASSIVO Circulante 10.000 Circulante 7.000 Caixa 100 Fornecedores 1.000 Bancos 900 Salários a Pagar 2.000 Aplic. Financeiras 2.000 Encargos a Pagar 1.000 Contas a Receber 3.000 Impostos e Taxas 1.000 Estoques 3.900 Empréstimos 2.000 Outros Valores a Rec. 100 Não Circulante 4.000 Não Circulante 10.000 Exigível a Longo Prazo 4.000 Realizável a Longo Prazo 2.000 Investimentos 2.000 Patrimônio Líquido 9.000 Imobilizado 5.500 Capital 7.500 Diferido 500 Reservas 1.500 Total 20.000 Total 20.000
  • 88. Levando-se em consideração os dados do balanço da empresa “ABC” no ano de 2015, calcule e interprete a necessidade de capital de giro (NCG), o saldo de tesouraria (ST) e o capital de giro líquido (CGL) Estudo Dirigido 1 – Questão 17.
  • 89. Estudo Dirigido 1 – Questão 18. Assinale a alternativa CORRETA sobre a variação percentual do capital de giro líquido (CGL) do Ponto Frio. a) Em 2009 houve uma redução de 141% de CGL em relação a 2008. b) Em 2009 houve uma redução de 121% de CGL em relação a 2008. c) Em 2009 houve uma redução de 21% de CGL em relação a 2008. d) Em 2009 houve um aumento de 141% de CGL em relação a 2008. e) Em 2009 houve um aumento de 121% de CGL em relação a 2008.
  • 90. Estudo Dirigido 1 – Questão 19. Assinale a alternativa CORRETA a respeito do capital de giro líquido, calculado na questão anterior. a) O CGL em 2009 aponta que os ativos de curto prazo estavam sendo financiados pelos recursos de curto prazo. b) O CGL em 2008 aponta que os ativos de curto prazo estavam sendo financiados pelos recursos de longo prazo. c) O CGL em 2009 aponta que houve uma redução de recursos de curto prazo. d) O CGL em 2009 aponta um déficit de ativos de curto para honrar compromissos de curto prazo. e) O CGL em 2008 aponta um déficit de ativos de curto para honrar compromissos de curto prazo.
  • 91. 1.6. GESTÃO INTEGRADA DO CAPITAL DE GIRO • A partir destas relações, pode-se identificar dois tipos extremos de estruturas financeiras: i. De baixo risco: • Nesta estrutura o CGL é positivo, indicando que contas de longo prazo financiam os ativos de curto prazo; as próprias operações geram recursos para se financiar (NCG = 0); e há excedente financeiro (ST = 20).
  • 92. 1.6. GESTÃO INTEGRADA DO CAPITAL DE GIRO • A partir destas relações, pode-se identificar dois tipos extremos de estruturas financeiras: ii. De alto risco: • Nesta estrutura, o CGL é negativo, indicando que contas do ativo de longo prazo são financiadas por passivos de curto prazo. As operações não conseguem gerar recursos para se financiar (NCG = 20) e há necessidade de recursos de Instituições Financeiras para financiar o ativo operacional (ST= -50)
  • 93. 1.6.1 O Efeito Tesoura - Modelo Fleuriet • Estrutura de alto risco → necessidade de capital de giro pode conduzir ao aumento do saldo negativo de tesouraria → captação de recursos financeiros para bancar tal necessidade • Crescimento da NCG > Crescimento do CGL → Efeito Tesoura 1 2
  • 94. • Área 1 → período em que o CGL > NCG → existência de passivos de longo prazo financiando a necessidade de capital de giro → saudável em termos de liquidez 1 1.6.1 O Efeito Tesoura - Modelo Fleuriet
  • 95. • Área 2 → desequilíbrio na gestão do capital de giro da empresa: NCG>CGL → saldos de tesouraria cada vez mais negativos (maiores empréstimos bancários) → aumenta o risco de iliquidez da empresa 2 1.6.1 O Efeito Tesoura - Modelo Fleuriet
  • 96. • Nem sempre o Efeito Tesoura é prejudicial aos negócios, principalmente em termos de rentabilidade. • Ex. 13. Se a empresa consegue captar recursos (empréstimos) a 1,5% ao mês e, com as vendas a prazo consegue obter 4% ao mês (contas a receber), o Efeito Tesoura não é prejudicial para a condição econômica da empresa, apesar de prejudicial em termos de liquidez (capacidade de pagamento) 1.6.1 O Efeito Tesoura - Modelo Fleuriet
  • 97. 1.6.2. O Overtrading • Overtrading → Ato de fazer negócios superiores à capacidade de financiamento da NCG, decorrente desses negócios • É a condição de impossibilidade de financiamento do Efeito Tesoura • A organização não consegue obter recursos financeiros para bancar sua necessidade de capital de giro OVERTRADING = SALDO DE TESOURARIA NEGATIVO > LIMITES DE CRÉDITO
  • 98. 1.6.2. O Overtrading • As razões pelas quais uma empresa busca a elevação de seus volumes de vendas podem ser várias... • Ex. 14. Algumas vezes, o fato de a empresa dispor de certo nível de ociosidade em sua capacidade instalada de produção pode levá-la a dinamizar suas vendas, admitindo inicialmente que a diluição dos custos fixos por maior volume de produção fará com que o custo unitário de seu produto seja reduzido e que, portanto, aumente o seu lucro • Ex. 15. O Overtrading pode ser a situação na qual a empresa, normalmente iludida com o sucesso de venda de seus produtos e serviços, expande sua produção e venda acima de sua capacidade para cobrir a Necessidade de Capital de Giro decorrente dessa expansão
  • 99. 1.6.2. O Overtrading • Ex. 16. A situação de Overtrading pode, ainda, ocorrer por razões alheias à vontade e à gestão da organização. Uma alteração na política econômica vigente no País pode conduzir a uma redução da liquidez da economia com consequente redução dos limites de crédito à disposição das organizações, obrigando-as à retração de sua atividade. É o que acontece quando o Banco Central aumenta o nível de depósitos compulsórios do sistema bancário • O Efeito Tesoura é uma das principais causas da ocorrência do Overtrading
  • 100. Estudo Dirigido 1 – Questão 20 Trace uma relação entre o saldo de tesouraria, o efeito tesoura e o Overtrading, explicando como esses fenômenos podem ocorrer em uma empresa.