Vereadores criticam a construção de prédios residenciais em uma área de preservação ambiental em Goiânia. Moradores e cientistas atestam que a obra destruiu nascentes e lagoas na região. A empresa responsável diz não ter mais interesse no projeto.
Construção em APP gera debate sobre meio ambiente em Goiânia
1. Diário da Manhã POLÍTICA & JUSTIÇA GOIÂNIA, QUINTA-FEIRA, 22 DE NOVEMBRO DE 2012 11
MEIO AMBIENTE
“Quanto custa um TAC”
Vereadores avocam decreto legislativo para barrar construção em APP. Diretor
da Brookfield diz que não tem mais “interesse empresarial” no terreno
Os vereadores Santana Go-mes
(PSD) e Geovani An-tônio
(PSDB) estiveram,
na tarde de ontem, na área do Go-iânia
II onde a Brookfield Incor-porações
tem projeto de construir
nove prédios residenciais. O terre-no
fica em uma área de preserva-ção
permanente e estava com as
obras paralisadas por uma limi-nar
da Justiça até que a empresa
conseguiu liberar os serviços me-diante
assinatura de um Termo
de Ajustamento de Conduta assi-nado
com o Ministério Público.
“A pergunta que devemos fa-zer
inevitavelmente é quanto é
possível pagar para conseguir
assinar um acordo com o Minis-tério
Público e com a prefeitura
para degradar o meio ambiente.
Quanto custa um Termo de
Ajustamento de Conduta para
poder construir em uma área de
preservação permanente”, fri-sou
Santana Gomes. Para o ve-reador,
a liberação da obra pelo
MP e pela prefeitura atenta
“contra todos os princípios de
moralidade e de sustentabilida-de
que se pretende para uma ci-dade
como Goiânia”.
Santana ressaltou que o Mi-nistério
Público precisa “manter
a coerência de seus membros”,
pois há promotores combativos
que lutam para preservar o meio
ambiente, já outros “abrem a
guarda” para grandes conglome-rados
empresariais com “muito
dinheiro” para convencer autori-dades
a permitir a degradação de
ecossistemas importantes.
“A promotora Marta Moriya
esteve no local acompanhada
um grupo de cientistas, que
atestaram a impossibilidade de
construir no local. Ela viu as
nascentes, a vegetação nativa, as
lagoas e o crime ambiental que
a Brookfield já havia feito com
os aterros e as drenagens. Essa
promotora foi a mentora da
ação cautelar que barrou a
construção. Curiosamente, de-pois
dela o procedimento foi pa-ra
outro promotor, que por cer-to
nunca foi ao local fazer uma
vistoria, nunca viu que se trata
de uma área de preservação
permanente, nunca viu as lago-as
com suas nascentes e permi-tiu
a destruição de tudo com um
simples acordo feito às escondi-das”,
comentou o vereador.
LAUDO ATESTOU
DESTRUIÇÃO
Santana se referiu a um Rela-tório
Técnico realizado por pro-fessores-
doutores do Instituto
de Estudos Sócio-Ambientais
da Universidade Federal de Go-iás.
O estudo, coordenado pela
professora Celene Monteiro, foi
feito após visita técnica do gru-po,
no dia 30 de março de 2011,
ao canteiro de obras onde a
Brookfield queria construir o
Condomínio Reale.
O grupo estava acompanhado
de outros técnicos e da promoto-ra
Marta Moriya Loyola, titular da
promotoria de Defesa do Meio
Ambiente. “Essa promotora real-mente
atua em defesa do meio
ambiente e não de seu aniquila-mento”,
frisou o vereador.
O relatório esclarece que o
condomínio estava sendo
construído em “área aterrada
de planície de inundação do Ri-beirão
João Leite, tendo sido
necessária a construção de mu-ro
de arrimo e rede de drena-gem
tubular e canal a céu aber-to
para escoamento da água
acumulada nos meandros
abandonadas do Ribeirão João
Leite”. O grupo de cientistas
constatou que havia sido feito
um grande serviço de aterra-mento
da planície de inunda-ção,
que se estende das imedia-ções
da Avenida Pedro Paulo de
Souza até a área inundada.
Moradores da região lembram
que foram colocados mais de
2.000 caminhões de terra e entu-lhos
de construção nas nascen-tes.
“Haviam milhares de peixes
na lagoa. Quando ela secava, os
macacos vinham da mata próxi-ma
comer esses peixes que fica-vam
no barro. Tudo foi destruí-do”,
lamenta o executivo de segu-ros
Rauph Santana.
CASSAÇÃO DE
ALVARÁ
O vereador Geovani Antô-nio
(PSDB) criticou também a
Prefeitura de Goiânia por per-mitir
no TAC que a construto-ra
possa retomar as obras.
“Está patente que se trata de
uma área de preservação per-manente.
Onde está a coerên-cia
do prefeito Paulo Garcia,
que quer fazer de Goiânia
uma cidade sustentável e per-mite
que agressões ao meio
ambiente sejam chancelados
por sua administração?”.
Para Geovani, o decreto legis-lativo
que tramita na Câmara
Municipal para revogar o alvará
de construção do Condomínio
Reale será avocado para ser apre-ciado
pela Casa o mais rápido
possível. “Não bastasse esse TAC
ter sido assinado sem anuência
da Câmara Municipal, em total
desrespeito do Executivo aos ve-readores,
nosso compromisso é
com o respeito ao meio ambien-te
e com a qualidade de vida para
os goianienses. Vamos avocar es-se
projeto e revogar qualquer li-beração
dessa obra.”
O vereador tucano lembra que
o vice-prefeito eleito de Goiânia,
o ainda vereador Agenor Mariano
(PMDB), assinou o requerimento
do Decreto Legislativo para cas-sar
o alvará. “Vamos cobrar coe-rência
do vereador Agenor Mari-ano.
Vamos conferir se ele tem
compromisso com uma cidade
sustentável ou se seu discurso co-mo
vereador era um e como vice-prefeito
irá mudar e permitir que
o meio ambiente seja agredido
de maneira tão vergonhosa.”
ABANDONO DE
PROJETO
O engenheiro Fernando
Maia, diretor-executivo da Bro-okfield
Incorporações, procura-do
pela reportagem, disse que a
assinatura do TAC foi para ces-sar
a ação cautelar que havia
contra a empresa e seu empre-endimento.
Ele ressaltou que
“abandonou o interesse empre-sarial”
pelo projeto de constru-ção
das torres às mar-gens
do Ribeirão
João Leite.
“Por hora,
não vamos
prosseguir com esse projeto. O
Brasil é grande e vamos constru-ir
em outra cidade. Pode ser que
daqui a cinco anos possa-mos
até retomar es-se
projeto, mas
agora não nos
interessa mais.”
Fernando Maia estudará a
possibilidade de corrigir as des-truições
que seus operários já fi-zeram,
como o aterro de mais
de 2.000 caminhões de terras
sobre as nascentes, o muro de
arrimo e os drenos na área de
preservação permanente.
Hélmiton
Prateado
Da editoria de
Política & Justiça
FOTOS:RENAN ACCIOLY
Lago em área de preservação ambiental onde nove torres serão construídas
Santana Gomes e Geovani Antônio no local, no Goiânia II, ontem
Rauph Santana,
executivo de vendas e
morador do local,
lamenta destruição de
nascentes na região
2. Diário da Manhã POLÍTICA & JUSTIÇA GOIÂNIA, QUINTA-FEIRA, 13 DE SETEMBRO DE 2012 13
Governador entrega obras
e anuncia novas ações
Em giro pelo interior do Estado, Marconi resgata compromissos e inaugura obras em vários municípios
Eos compromissos não pa-ram.
Cada vez mais, o go-vernador
Marconi Perillo
entrega obras e projetos a Goiás.
Um a um. Nesta quarta-feira,
12, a população goiana recebeu
a quarta rodovia reconstruída e
inaugurada, no espaço de uma
semana. Com mais esta inaugu-ração,
foram reconstruídos, de
2011 até hoje, 1.700 quilômetros
de rodovias pelo Estado, dentro
do programa Rodovida Recons-trução,
tocado pela Agência Go-iana
de Transportes e Obras –
Agetop. Esse quantitativo com-põe
parte do primeiro grupo do
programa lançado pelo gover-nador
no ano passado e que de-ve
reconstruir, até o final deste
ano, 2.081 quilômetros. Para
completar a primeira etapa, se-rão
inaugurados, nos próximos
dias, mais treze trechos de rodo-vias
reconstruídas. Até o final de
2013, a previsão é de que 4.200
quilômetros serão recuperados
por meio desse programa que é
o maior de reconstrução rodovi-ária
de todo o País.
Durante inauguração do tre-cho
da G0-225, Marconi falou
que tem estudado realizar um
grande sonho da região que é a
pavimentação asfáltica de Co-rumbá
a Alexânia. Adiantou que
as 80 casas construídas em par-ceria
com a prefeitura serão en-tregues
no final do ano. Em se-guida,
fez mais um anúncio à
população: “O prefeito me pe-diu
R$ 300 mil para aquisição de
móveis e equipamentos para o
hospital Nossa Senhora da Pe-nha.
Eu falei agora com o secre-tário
da Saúde e ele disse que
daqui a alguns dias vai liberar o
dinheiro”, disse, sob aplausos.
O governador disse ainda que
o governo aguarda a finalização
de empréstimo com o BNDES
para a conclusão de mais trinta
estradas, além das que serão re-construídas
pelo Rodovida. Em
discurso, disse também que os
R$ 2,173 bilhões autorizados na
última terça-feira, 11, pelo minis-tro
da Fazenda, Guido Mantega,
como aumento da capacidade de
endividamento, para que Goiás
possa fazer novos empréstimos,
somados aos recursos que já ha-viam
sido aprovados, totalizam
R$ 4,6 bilhões, que serão investi-dos
em infraestrutura no Estado.
Hoje, o governador Marconi
segue com intensa agenda no in-terior
do Estado. Às 10 horas, inau-gura
30 casas do Setor Juventino
de Oliveira, benefícios do Progra-ma
“Cheque Moradia Constru-ção”,
em Avelinópolis. Em segui-da,
inaugura também a pavimen-tação
asfáltica da GO-154, trecho
Avelinópolis/Araçu, e, em Araçu, o
contorno da cidade, ambas as
obras previstas e concluídas pelo
“Rodovida Construção”.
Inauguração da GO 225
– Trecho
Corumbá/Pirenópolis
O trecho da G0-225, que
liga Corumbá de Goiás a Pi-renópolis,
possui 19 quilô-metros
de extensão e foi en-tregue
pelo governador,
acompanhado pelos secre-tários
Vilmar Rocha (Chefe
da Casa Civil), e Danilo de
Freitas (Infraestrutura), o
prefeito de Corumbá, Emílio
de Paiva, e autoridades loca-is.
Todos os trechos recons-truídos
até o momento têm
CBOQ, um pavimento espe-cial,
e também recebem si-nalização
vertical, horizon-tal,
e noturna.
Trecho reconstruído com
a técnica de micro revesti-mento,
material betumino-so,
para garantir a trafegabi-lidade
do trecho, aumentará
em 10 anos a vida útil da ro-dovia.
O local recebeu sinali-zação
vertical e horizontal,
inclusive tachas refletivas
para maior segurança no trá-fego
noturno.
Inauguração da Escola
Século XXI – Goianira
Inauguração das novas
instalações do Colégio Esta-dual
José Silva Oliveira, em
Goianira, a 32 quilômetros
da Capital. A construção foi
por meio de convênio com a
Agência Goiana de Trans-portes
e Obras Públicas
(Agetop) e custou cerca de
R$ 2,9 milhões aos cofres do
Tesouro Estadual. Os alunos
já estão estudando no novo
prédio. A unidade educacio-nal
foi construída no “Pa-drão
Século XXI” e, além das
salas de aula, tem outros es-paços
totalmente novos, co-mo
laboratórios, biblioteca,
quadra coberta, vestiário, re-feitório
e sanitários.
A unidade trabalhará com
35 turmas, formadas para
contemplar cerca de 1.200
alunos de Goianira e de mu-nicípios
vizinhos. Ainda este
ano outras unidades educa-cionais
serão inauguradas
no interior do Estado.
Vistoria às obras da GO 070
e do Rodovida Urbano –
Goiânia/Inhumas
Vistoria dos serviços de im-plantação
da iluminação da GO-
070, em Inhumas. A Agetop está
instalando aproximadamente
mil postes para iluminação da
GO-070, no trecho que vai de
Goiânia a Inhumas. Segundo o
governador Marconi Perillo, o
objetivo é dar maior visibilidade
noturna à rodovia, reforçar e me-lhorar
a segurança. “Além disso,
temos uma proposta urbanística
com a utilização de postes e lu-minárias
de alto rendimento e
durabilidade, o que gera econo-mia
de energia”, afirmou.
Após a vistoria da rodovia, o
governador se deslocou até Inhu-mas
onde também fiscalizou as
obras de reconstrução de vias ur-banas
do programa Rodovida Ur-bano
no município. “Nós esta-mos
recapeando 13 milhões de
metros quadrados de vias urba-nas
em todo o Estado”. Marconi
afirmou que sua intenção é trans-formar
a rodovia em uma aveni-da,
bem iluminada, segura e bem
arborizada. “A minha ideia é que,
daqui a alguns anos, a GO-070 se-ja
um espetáculo entre as rodovi-as
goianas, que ela seja a melhor
e mais bonita rodovia de Goiás”.
O prefeito de Inhumas, Abe-lardo
Vaz Filho, agradeceu ao
governador pela iniciativa. “Go-vernador
Marconi Perillo, nós fi-camos
muito honrados com a
sua presença em nossa cidade
porque o senhor é um homem
que não só promete, mas cum-pre
suas promessas”.
FOTOS: LAILSON DAMASIO
LAILSON DAMASIO
FOTOS: DIVULGAÇÃO
FOTOS: DIVULGAÇÃO
3. Diário da Manhã POLÍTICA & JUSTIÇA GOIÂNIA, SÁBADO, 1º DE SETEMBRO DE 2012 11
As causas da
descrença do povo
Danyla
Martins
Da editoria de
POLÍTICA & JUSTIÇA
ODiário da Manhã foi
às ruas de Goiânia pa-ra
saber da população
por que os eleitores estão
descrentes com as eleições
municipais de 2012. É nítido,
entre as respostas, que o ce-nário
político e a qualificação
dos candidatos para as elei-ções
tem levado ao desinte-resse
e apatia dos cidadãos.
No conceito da população,
por meio da desmoralização
da política, escolher um can-didato
para depositar a confi-ança
do voto tem se transfor-mado
em uma obrigação pe-sada,
desagradável e irrele-vante,
isso porque o eleitor
está saturado de um processo
sem credibilidade.
“A promessa é muita e nada está sendo
feito. Na hora do voto é uma coisa,
depois outra.”
Adriano Reis,
comerciante 40 anos
“Acho que o julgamento do mensalão
repercutiu negativamente e a CPI do
Cachoeira também.”
Mário Rodrigues,
servidor público 38 anos
“Por causa da picaretagem dos políticos. É
difícil ser representado pelo o que vemos
na política. Irei votar, mas decepcionado”
Edmar José de Castro,
comerciário 50 anos
“ Tem vários fatores, o pessoal está
desiludido e tem o fator Cachoeira.”
Jovair Nunes,
candidato a vereador (PSOL) 51 anos
“Acho que em tudo na realidade, com esses
problemas de política. Não dá para confiar
em ninguém, não há nenhuma novidade.”
Domingos Ribeiro de Queiroz,
marceneiro 56 anos
“Porque político é tudo corrupto e
ninguém acredita em ninguém.”
Karen Carvalho,
secretária 30 anos
“Por causa da corrupção, só a corrupção
já é o suficiente.”
Natália Novais,
vendedora 18 anos
“Acho que devido à corrupção, mas
mesmo desanimado acredito que ainda
pode melhorar.”
Cristiano Melo,
representante comercial 34 anos
“Corrupção. Não tem jeito, ainda mais
com essa fase que estamos passando.”
Juliano Batista Ribeiro,
moto taxista 32 anos
“Porque só promete e não faz.”
José Humberto ,
piloto 28 anos
“Devido ao desrespeito com o eleitor.”
Wesley Nunes de Souza,
vendedor 20 anos
“Insegurança. Em quem poderia passar
confiança, não passa o que gostaríamos
de ver.”
Maria Gomes Sampaio,
vendedora 29 anos
“Só tem político corrupto, a política já
vive em um sistema corrupto de não
pensar na população.”
Daniele Aquino,
estudante universitária 20 anos
“Porque os políticos não prestam, cada
um é mais vagabundo que o outro.”
Piedade Alves,
comerciante 50 anos
“Todo mundo está cansado dessa
palhaçada, ninguém acredita mais.”
Kênia Alves,
comerciante 33 anos
“Acredito que o pessoal está prometendo
muito e não fazendo. Tem como
amenizar os problemas e organizar.”
Luana Machado,
gerente de loja 23 anos
“Porque é corrupção e depois do Demóstenes
ficou pior e era em quem tínhamos
confiança. Não irei votar em ninguém.”
Nina Moreira de Jesus,
proprietária de loja 23 anos
“Nas últimas 2 eleições só se vê catástrofe na
política, só se fala em roubo, mensalão e
não há nenhum ponto positivo.”
Edlena Maria Silva,
comerciante 49 anos
“Acredito que pelo tanto de promessa e
não cumprir. Um é pior que o outro.”
Dayane Cristina Lima dos Santos,
vendedora 19 anos
“Todos os políticos estão sendo iguais, não
se vê resultado.”
Márcia Luana Pereira da Silva,
vendedora 16 anos
“O povo não acredita em mais ninguém,
promessas falsas.”
José Pereira da Silva,
aposentado 70 anos
“Simplesmente porque só tem político
corrupto.”
Paulo José da Silva,
ambulante 42 anos
“Só tem corrupto na política. Acho que só
a corrupção é o pior.”
José Maurício de Oliveira,
pedreiro 38 anos
“Devido à corrupção. Nos jornais só
passam o caso Cachoeira e mensalão. Eles
vêm até o eleitor apenas nesta época.”
Lorena Pereira da Silva,
vendedora 26 anos
“Promessas de candidatos são canseira.
Talvez até tenha candidato bom, mas a
gente nem sabe.”
Patrícia Moreira dos Santos,
vendedora 37 anos
“Hoje a maioria dos políticos estão
sempre roubando e isso desanima a
população.”
Leandro de Morais Barbosa,
operador de telemarketing 24 anos
“Corrupção. Roubalheira. Falta de
transparência nas campanhas e valores.”
Samuel Meireles,
técnico em informática 24 anos
“A falta de opção de escolha, não há
escolha confiante.”
Caio César Coutinho,
estudante 20 anos
Os políticos não estão correspondendo à
expectativa de ninguém.”
Danielly Domingos Marques,
vendedora 18 anos
“Decepção. Tristeza e angústia. Está
muito feia a política. Vou até votar em
branco.”
Eliana Santana,
vendedora 30 anos
“Porque esse povo é tudo mentiroso, só
promessa.”
Gislaine de Assis Ramos,
vendedora 25 anos
“Ninguém acredita em político. Nunca
votei em eleição.”
Junyo Motta,
cantor 32 anos
“A promessa é muita e nada está sendo
feito. Na hora do voto é uma coisa, depois
outra.”
Maria José Moura Silva,
atendente 40 anos
“Devido à tanta corrupção, esse é o maior
motivo. Há muita promessa.”
Eliene Nunes da Costa,
promotora de eventos 31 anos
“A má atuação, o descaso com a
população. Cadê os políticos?”
Arienia Araújo Nunes,
psicóloga 41 anos
“Talvez a corrupção, mas tem alguns
eleitores que nem estão desanimados.”
Débora Cecília Bontempo,
operadora de caixa 22 anos
“Por causa da cachorrada da política no
País. Estão acabando com a minha
democracia.”
Maria Aparecida Pereira,
publicitária 48 anos
“Só tem roubo, os maiores bandidos estão
na política.”
Iron Oliveira,
auxiliar administrativo 19 anos
“Não gosto de política. Nem sei.”
Luciene Barbosa,
promotora de vendas 18 anos
“A bagunça que está na política, ninguém
acredita mais, mas deve ter gente boa
para trabalhar por aí.”
João Batista,
vendedor 42 anos
“Com certeza por causa da falta de
caráter e compromisso. O povo precisa
de ajuda.”
Tânia Alves,
autônoma 27 anos
“Nenhum dos políticos prestam. Hoje só
prometem e fazer, na verdade, nada.”
Luana Bruna de Lima,
vendedora 17 anos
“È complicado, porque promete as coisas
e nem faz e nessa época de eleições que há
promessas e a gente não vê o que entra.”
Sara Araújo,
cantora 30 anos
“Não dá pra confiar e eles mentem
demais.”
Genocleber Santos Silva,
assistente técnico 27 anos
“Acabou a confiança, isso já não existe
mais.”
Robéria Freitas,
vendedora 30 anos
“Falta de preocupação com o povo, a
corrupção. Fala-se tanto em assistência e
não se vê nada disso.”
Gabriela Aguiar Costa,
estudante 19 anos
FOTOS: ANSELMO JARBAS
4. 12 GOIÂNIA, TERÇA-FEIRA, 11 DE SETEMBRO DE 2012 POLÍTICA & JUSTIÇA Diário da Manhã
Evento presta homenagem aos 78 anos
da Associação Goiana de Imprensa
Instalação da Comissão Especial de Defesa do Jornalista e palestra sobre Lei de
Imprensa são realizadas em solenidade no Diário da Manhã
Acontece hoje no auditório
do Diário da Manhã, às
10 horas da manhã, even-to
em homenagem aos 78 anos
da Associação Goiana de Im-prensa
(AGI). O evento contará
com a instalação da Comissão
Especial de Defesa do Jornalista,
com onze membros, e palestra
sobre a Legislação de Imprensa
com o deputado federal Vilmar
Rocha do Partido Social Demo-crata
(PSD), relator do projeto.
Este será o segundo evento em
homenagem a AGI. O primeiro,
ocorrido em 5 de setembro, foi
realizado pela Câmara Municipal
de Goiânia, com proposta do pre-sidente
da Casa, Iram Saraiva.
Segundo o jornalista, empre-sário
e atual presidente da AGI,
Valterli Guedes, principal objeti-vo
da associação é a defesa de li-berdades
públicas, que surgiu
com a luta pelos direitos indivi-duais.
A comissão tem uma atri-buição
importante nessa obten-ção.
“O Brasil evoluiu, quanto à
conquista da democracia, mas
ainda existem resquícios per-ceptíveis,
e o papel da AGI é de-fender
a sociedade quanto a is-so”,
afirma Valterli.
O presidente assegurou ainda
a importância do avanço repre-sentado
pela Constituição de
1988 e a necessidade de lutar pa-ra
que esta venha ser vivenciada
no dia a dia pela sociedade.
Valterli Guedes, apontou o
recente assassinato do radialista
Valério Luiz ocorrido há pouco
mais de dois meses. O caso, até
hoje não esclarecido, foi um cri-me
brutal relacionado a opinião
na área do esporte. O presidente
afirmou que esta será a primeira
tarefa a ser executada pela Co-missão
Especial de Defesa do
Jornalista. “Vamos acompanhar
as investigações que resultaram
nesse episódio a propósito da
prisão dos culpados”, afirmou.
O jornalista Mané de Oliveira,
pai de Valério Luiz, é um dos
convidados a participar da co-missão.
Tomarão posse ainda
no cargo os integrantes: Arman-do
Acioly, Eurico Barbosa, Jor-devá
Rosa, Jorge Braga, Lucia
Vânia, Oloares Ferreira, Renato
Dias, Rosenval Ferreira, Ulisses
Aesse e Welington Carlos.
Além da instalação da comis-são,
será realizada palestra sobre
A Legislação de Imprensa com o
deputado federal e secretário-chefe
da Casa Civil do governo de
Goiás, Vilmar Rocha (PSD). O de-putado
foi relator do projeto que
tramita no Congresso Federal há
mais de 10 anos, cuja proposta
agrada jornalistas e empresas,
mas não foi votado. Valterli Gue-des
defende a aprovação do pro-jeto
de Lei, para preservar a liber-dade
de expressão de imprensa e
que o jornalista caso se sinta
ofendido, tenha o direito de re-correr.
Segundo ele, o Brasil é um
dos poucos países que não dis-põe
de tal regulamentação.
IMPRENSA EM GOIÁS
O primeiro jornal de Goiás foi
editado pela primeira vez em 05
de março de 1930 em Pirenópo-lis,
com o nome Matutina Meia-pontense.
Quem adquiriu o par-que
tipográfico foi o comenda-dor
Joaquim Alves de Oliveira.
Depois vieram outros jornais ca-racterizados
como audaciosos,
que promoviam debates e ti-nham
finalidade política, como
o 5 de Março.
A AGI foi fundada no dia 10 de
setembro de 1934 na antiga capi-tal
do estado, para reunir jornalis-tas
e correspondentes de outros
Estados, com importância para
toda cultura de Goiás, além de
grande influência política. Segun-do
o presidente atual Valterli
Guedes, as associações dos ou-tros
Estados também foram cria-das
nessa mesma época, uma fa-se
nova e de conquistas demo-cráticas,
como o voto feminino.
O primeiro presidente e fun-dador
da AGI foi o jornalista, es-critor
e político Albatênio Caiado
Godoy, que exerceu o cargo até
1941. Quem o sucedeu foi Joa-quim
Câmara, fundador do jor-nal
O Popular. Após este, vários
outros nomes assinaram a ata,
como Zoroastro Artiaga, Jaime
Câmara, Batista Custódio e o pro-fessor
Venerando de Freitas Bor-ges,
primeiro prefeito de Goiânia.
Valterli destaca a influência
que os jornalistas sempre tiveram
em Goiás na época em que o Es-tado
ainda era pequeno politica-mente.
Ele menciona ainda, Leo-poldo
Bulhões, político impor-tante
durante muito tempo e Mi-nistro
da Fazenda em dois gover-nos,
e o jornalista Alfredo Nasser,
nomeado Ministro da Justiça em
1961. “A AGI pretende ressaltar os
valores e mostrar grandes escrito-res
que temos em Goiás.”
A entidade tem como objetivo
ainda, de acordo com o presiden-te,
realizar reuniões frequentes
para combater as dificuldades
que vêm enfrentando, adquirir
uma sede melhor, levar a AGI pa-ra
cidades do interior e criar nú-cleos
nas cidades com represen-tantes,
ampliar quadros de associa-dos
e reimplantar a biblioteca.
Milena
Porto
Da editoria de
Política & Justiça
ANDRE SADDI
Valterli Guedes, atual presidente da Associação Goiana de Imprensa (AGI), em entrevista no jornal Diário da Manhã
Editor do DM presidiu entidade na década de 1960
Editor do DM presidiu enti-dade
na década de 1960. O jor-nalista
Walter Menezes, ex-pre-sidente
da Associação Goiana
de Imprensa (AGI) e hoje um
dos militantes mais ativos, re-corda
bons tempos nos 78 anos
de existência da entidade. Con-forme
o jornalista, o editor-geral
do Diário da Manhã, Batista
Custódio, foi o presidente da
AGI em 1966. Um episódio em
específico demonstrou a coe-rência
da entidade. “Era plena
ditadura e a Ordem dos Advoga-dos
do Brasil (OAB), de Goiás,
realizaria uma conferência com
a participação de Dom Hélder
Câmara, líder da igreja católica
indicado quatro vezes ao Prê-mio
Nobel da Paz.”
Menezes recorda, entretanto,
que a OAB recebeu uma repenti-na
ligação do governo Federal, do
sistema de segurança nacional.
“Avisaram: não era para fazer a tal
palestra não. E a OAB amofinou,
se acovardou. Dom Fernando, en-tão,
ligou para a AGI e conversou
com Batista Custódio, que abriu
as portas da sede para realizar a
recepção ao religioso”.
Conforme Menezes, o editor
do DMmostrou coragem no epi-sódio
e levou a comitiva do religi-oso
para a sede da AGI, localiza-da
na Avenida Goiás, esquina
com a Rua 4. “Mas ele foi preso,
já conhecia todos aqueles basti-dores.
Por isso costumo dizer
que a AGI foi sempre uma insti-tuição
altiva, que honrou a pro-fissão
de jornalista.”
CURSO
Outra vitória da instituição, ga-rante
Menezes, foi a criação do
curso de Jornalismo na Universi-dade
Federal de Goiás (UFG).
“Lembro que ao lado de José Osó-rio
Naves, jornalista, levamos ao
reitor Colemar Natal e Silva a ideia
do curso. Sugerimos e ele atendeu
de pronto. Ocorre que veio o golpe
militar. E mesmo assim o reitor da
‘revolução’, Jerônimo Geraldo de
Queiroz, abraçou a ideia.”
Para Menezes, a UFG for-mou,
daí por diante, grandes
jornalistas. “É um exemplo de
qualidade no Brasil. Temos
grandes jornalistas nacionais e
internacionais que saíram da
UFG”, recorda, com orgulho.
O ex-presidente da AGI presta
homenagem também a Albatênio
Caiado de Godoi, que foi jornalista
na cidade de Goiás. “Ele foi um dos
auxiliares de Pedro Ludovico e se
mostrou contra os próprios ‘Caia-dos’.
A AGI foi um sonho, uma ins-piração
do Albatênio, que tornou-se
realidade”. Albatênio também
foi um dos primeiros presidentes
da OAB em Goiás, na virada das
décadas de 1930 para 1940.
Ex-presidentes da AGI Fundadores da AGI
TRF rejeita denúncia a Valério
FOLHAPRESS, DE BRASÍLIA
O Tribunal Regional Fede-ral
da 1ª Região (Brasília) rejei-tou
por unanimidade ontem
uma denúncia contra o em-presário
Marcos Valério e a
mulher dele, a empresária Re-nilda
Santiago, pelo crime de la-vagem
de dinheiro.
O Conselho de Controle de
Atividades Financeiras (Coaf)
detectou transferência de vários
milhões de reais entre as contas
bancárias de Renilda e de uma
empresa do casal.
-Albatênio Caiado de Godoy (1934-
1941)
-Joaquim Câmara Filho (1941-
1943)
-Maximiano de Mata Teixeira
(1943-1945)
-Aparício Xavier da Silva (1945-
1947)
-Hélio de Araújo Lobo (1948-
1951)
-Geraldo de Araújo Vale (1951-
53; 55-57; 61-63)
-Oscar Sabino Júnior
(1953-55; 59-61)
-Elieser José Pena (1957-58)
-Wagner Tavares de Góis (1963-1965)
-Walter Menezes (1965-1967)
-Batista Custódio dos Santos
(1967-1969)
-Lourival Batista Pereira (1971-
1973)
-Willian da Silva Guimarães (1973-
1975)
-Henrique Ferreira Duarte (1975-
1977)
-Alírio Afonso de Oliveira (1969-71;
77-79; 79-81)
-Lorimá Dionísio Gualberto (1982-
85)
-Jales Rodrigues Naves (1985-88; 88-
90)
-Antônio Ramos Lessa (1991-
1994)
-Waldemar Gomes de Melo
(1994-1997)
-Walter Menezes (1998-2007)
-Valterli Leite Guedes
(2010-2013)
-Albatênio Caiado de Godoy (Presidente)
-Vasco dos Reis Gonçalves (Vice-presidente)
-Venerando de Freitas Borges
(Secretário)
-Agnelo Arlington Fleury
(Tesoureiro)
-Alfredo Nasser (Orador)
-Zoroastro Artiaga (Corresp. de Jornais)
-Jaime Câmara (Comissão de estatuto)
-Abdala Samahaí (Comissão de
estatuto)
-Benjamin da Luz Viera (Comissão
de estatuto)
-Goiáz do Couto (Comissão de estatuto)
-Waid Mendes da Costa
(Correspondente)
-Claro Augusto de Godoy (Redator da
Voz do Povo)
-Inácio Xavier da Silva
(Correspondente de jornais)
-Octávio Artiaga
(Correspondente de jornais)
Joaquim Barbosa condena
nove por lavagem de dinheiro
FOLHAPRESS, DE BRASÍLIA
O relator do julgamento
do mensalão no Supremo
Tribunal Federal, Joaquim
Barbosa, votou hoje pela
condenação de nove réus por
lavagem de dinheiro e fez a
menção mais direta até agora
de um ministro à atuação de
José Dirceu (PT-SP) no caso.
Em seu voto que apontou
um esquema de ocultação
de saques do dinheiro usa-do
no mensalão, Barbosa
disse que o empresário Mar-cos
Valério de Souza funcio-nou
como “intermediário”
de interesses da dona do
Banco Rural, Kátia Rabello,
junto a Dirceu, então minis-tro
da Casa Civil.
A acusação contra o ex-ministro
será analisada mais
adiante. Segundo Barbosa,
encontros entre Kátia e Dir-ceu
ocorreram “no contexto”
das operações de lavagem.
“Embora Kátia Rabello e José
Dirceu não admitam ter tra-tado
do esquema de lavagem
de dinheiro, é imprescindível
atentar para o contexto em
que tais reuniões se deram.
Não se trata de um fato isola-do,
ou seja, meras reuniões
entre dirigentes de um ban-co
e o então chefe da Casa
Civil, mas num mesmo contex-to
em que as operações foram
levadas a efeito.”
O relator pediu hoje a conde-nação
de Valério, de seus sócios
Cristiano Paz e Ramon Holler-bach,
de seu advogado Rogério
Tolentino e de duas funcioná-rias
do grupo, Simone Reis e
Geiza Dias; e da sócia do Banco
Rural Kátia Rabello, do ex-vice-presidente
José Roberto Salga-do
e de Vinícius Samarane.
Ele votou pela absolvição da ex-executiva
Ayanna Tenório, já que
ela fora absolvida por nove votos a
um, na semana passada, da acusa-ção
de gestão fraudulenta.
Segundo o relator, o esquema
de lavagem de dinheiro passou
por três etapas. Primeiro houve
uma fraude nos registros contá-beis
das empresas de Valério.
Depois veio a simulação de
R$ 29 milhões de empréstimos
bancários das empresas de Va-lério
junto ao Rural. As dívidas
eram roladas indefinidamente,
sem pagamento.
Por fim o dinheiro era saca-do
na boca do caixa de modo a
enganar o Banco Central e o
Coaf, órgão de inteligência fi-nanceira
do governo.
Pela legislação, os bancos
deveriam comunicar ao BC e
ao Coaf todos os saques iguais
ou superiores a R$ 100 mil.
5. Diário da Manhã www.dm.com.br GOIÂNIA, SEXTA-FEIRA, 12 DE OUTUBRO DE 2012 13
MUNDO
EDITOR: MARCELO TAVARES / brasilmundo@dm.com.br / (62) 3267 1179
uLaurence Pope, o novo encarregado de
negócios norte-americanos na Líbia, chegou
ao país para assumir temporariamente o
controle da embaixada em Trípoli, após atque
ao consulado americano em Benghazi.
u A região autônoma da Catalunha pediu
ontem mais 410 milhões de euros em ajuda
do governo central da Espanha. Com isso, o
total solicitado pela administração regional
avançou para 5,433 bilhões de euros.
uA Rússia é o único país capaz de parar o
programa nuclear do Irã sem o uso da força
ou de sanções econômicas esmagadoras,
disse o líder do Parlamento de Israel, Reuven
Rivlin, durante visita a Moscou.
Mudanças climáticas aumentam
a camada de gelo na Antártida
Área atingiu 19,45 milhões de km². Já no Polo Norte, recentemente foi registrada a maior perda da calota polar
AGÊNCIA ESTADO, DE WASHINGTON
Acamada de gelo da An-tártida
está aumentando
e em setembro alcançou
o recorde de 19,45 milhões de
quilômetros quadrados, afir-mam
cientistas. Já o Ártico, no
Polo Norte, recentemente regis-trou
a maior perda de gelo da
história conhecida.
Os céticos do aquecimento
global aproveitaram o crescimen-to
do gelo antártico para dizer
que o clima do mundo não está
mudando. Mas muitos cientistas
dizem que os críticos estão inter-pretando
mal os resultados.
"Um mundo em aqueci-mento
pode ter consequên-cias
complexas e às vezes sur-preendentes",
disse Ted Mak-sym,
que nesta semana está
em uma expedição pelos ma-res
da Antártida. Ele trabalha
para o Instituto Oceanográfico
Woods Hole em Massachu-setts.
Outros especialistas con-cordam
que o panorama car-rega
as marcas das mudanças
climáticas causadas pelo ho-mem.
Ted Scambos, do Cen-tro
Nacional de Dados de Ne-ve
e Gelo do Colorado, acres-centa:
"Não é intuitivo, mas a
Antártida também faz parte
do aquecimento".
O degelo no Ártico pode
afetar a população do hemis-fério
Norte, causando proble-mas
como maiores riscos de
fenômenos climáticos extre-mos
e mudanças nas corren-tes
marítimas. Já as peculiari-dades
climáticas da Antártida
não têm grande efeito na civi-lização.
As informações são
da Associated Press.
EFE
Rússia pede explicações
após interceptação de voo
Avião sírio foi forçado a pousar pela Força Aérea turca
AGÊNCIA ESTADO, DE ISTAMBUL
Oincidente envolvendo o
avião sírio interceptado
pela Força Aérea da
Turquia aumentou ainda mais
a tensão diplomática na região.
Ontem, o presidente Vladimir
Putin adiou uma visita que faria
à Turquia, mas não deixou claro
qual é o motivo da postergação.
A data do encontro foi mu-dada
para 3 de dezembro, re-latou
uma fonte do gabinete
do primeiro-ministro turco,
mas o porta-voz de Putin disse
que a data "é apenas uma das
possibilidade em análise para
a visita à Turquia".
A Rússia é um dos principa-is
aliados do governo do presi-dente
Bashar Assad, mas essa
posição até agora não havia
provocado nenhum problema
com a Turquia.
A aeronave interceptada se-guia
para a Síria, procedente de
Moscou, e foi forçada a pousar
na quarta-feira. A imprensa tur-ca
noticiou que o avião trans-portava
aparatos de comunica-ção
militar, como rádios, ante-nas
e "e equipamentos suspei-tos
de serem partes de mísseis".
A Síria acusou Ancara de
"comportamento hostil e re-preensivo"
e afirmou que o ca-so
é "mais um sinal das políti-cas
hostis do governo de Erdo-gan,
que abriga rebeldes e
bombardeia o território sírio",
afirmou o Ministério de Rela-ções
Exteriores do país, refe-rindo-
se ao primeiro-ministro
turco, Recep Tayyip Erdogan.
O avião da Syrian Arab Air-lines
levava 37 pessoas e con-tinuou
a viagem para Damas-co
após algumas horas, mas
sem a carga. O ministro de In-formações
da Síria acusou
a Turquia de "pirataria aé-rea".
Já o chefe da compa-nhia
dona do avião afirmou
que autoridades turcas
"agrediram a tripulação”.
A Rússia exigiu explica-ções
sobre o incidente e o
porta-voz do Ministério das
Relações Exteriores, Ale-xander
Lukashevich, disse
que o país preocupa-se que
"a vida e a segurança dos
passageiros, entre eles 17
cidadãos russos, tenham si-do
colocadas em perigo".
A hostilidade entre Sí-ria
e Turquia vem au-mentando
nos últimos
dias, com trocas de dis-paros
de artilharia e mor-teiros
na fronteira entre
as duas. As informações
são da Dow Jones e da
Associated Press.
Ativista adolescente baleada no
Paquistão ainda não está fora de perigo
AGÊNCIA ESTADO, DE PAQUISTÃO
A ativista adolescente Malala
Yousafzai, de 14 anos, baleada pelo
Taleban no Paquistão, não está fo-ra
de perigo e será transferida para
a cidade de Rawalpindi, disseram
autoridades ontem. Um dos médi-cos,
Mumtaz Khan, afirmou mais
cedo que a condição dela ainda é
preocupante e que por enquanto
está internada em um hospital mi-litar
em Peshawar.
"Seu estado de saúde não está
fora de perigo apesar de melho-ras",
afirmou Masood Kausar, go-vernador
da província de Khyber
Pakhtunkhwa. Preparações estão
sendo feitas para enviá-la para o
exterior, mas uma fonte entre os
militares disse que ela ainda está
mal demais para poder viajar.
O ataque a Malala foi ampla-mente
condenado no exterior e no
Malala Yousafzai, 14 anos, foi baleada pelo Taleban, no Paquistão
Paquistão por círculos esclareci-dos.
A ativista estava em um ôni-bus
com outras alunas que volta-vam
da escola quando foi atacada
na cidade de Mingora, Paquistão,
na terça-feira. No ano passado
Malala foi nomeada para o Prêmio
Internacional da Paz Infantil, por
seu respeitado trabalho de promo-ção
da escolaridade entre meninas
– algo que o Taleban repudia. O
grupo fundamentalista prometeu
matá-la. As informações são da
Dow Jones e Associated Press.
Avião interceptado na
pista do aeroporto de
Ancara, Turquia. Governo
da Síria acusa a Turquia
de “comportamento
hostil e repreensivo”
BURHAN OZBILICI
DIVULGAÇÃO
6. 14 GOIÂNIA, SEXTA-FEIRA, 12 DE OUTUBRO DE 2012 www.dm.com.br Diário da Manhã
ECONOMIA
EDITORA: GRACCIELLA BARROS / economia.dm@gmail.com / (62) 3267-1051
SÃO PAULO 0,427 2,039 2,634 R$ 115,6 7,25%
DOW JONES q-0,04% p+0,34% p+0,33% NASDAQ LONDRES TÓQUIO
Pesquisa realizada pelo Pro-con
Goiás aponta grande
diferença de preços em um
mesmo produto
Segundo o Serviço de Pro-teção
ao Consumidor de Goi-ás
(Procon), neste Dia das Cri-anças,
os pais que não pesqui-saram
podem pagar até 197%
a mais no preço de um mes-mo
produto nas lojas de Goiâ-nia.
Os técnicos do órgão visi-taram,
entre os dias 3 e 8 de
outubro, dez estabelecimen-tos
da cidade, desde lojas es-pecializadas
e alguns super-mercados,
onde também há
variedade de brinquedos.
Foram pesquisados 88 tipos
diferentes, como videogames,
laptops infantis, DVDs, bici-cletas,
quebra-cabeças, jogos
de tabuleiros, bonecas, carros
de controle remoto, e diversos
tipos diferentes de brinque-dos,
levando em consideração
produtos idênticos (mesma
marca e modelo).
A maior variação, de
197,03%, foi encontrada no jo-go
Cara a Cara da Estrela, cujo
menor preço foi de R$ 26,90 e o
maior R$ 79,90. Em seguida,
veio o boneco Power Ranger
Samurai Bull Megazord, com
variação de 161,39%. O menor
preço encontrado para esse
produto foi de R$ 89,90 e o
maior, R$ 234,99.
O Super Banco Imobiliário da
Estrela oscilou entre R$ 119,99 e
R$ 199,90, variação de 66,60%. O
carro de controle remoto “Bat-man
com 7 funções” da marca
Candide teve menor preço de R$
119,90 e o maior de R$ 189,99, o
que equivale a uma diferença de
preço de 58,46%.
Foi apurada uma variação
de 50,03% do DVD “A Galinha
Pintadinha 3”, podendo ser en-contrado
ao preço de R$ 19,99
até R$ 29,99. Já o videogame
Nintendo Wii White com con-trole
com Motion Plua – “Nin-tendo”,
variou 22,88%, sendo o
menor preço R$ 699,00 e o mai-or
chegando a R$ 859,00.
VENDAS
O gerente da loja Ri Happy
do Flamboyant Shopping Cen-ter,
Adilson Frasnelli, conta que
muitos dos consumidores que
foram à loja não fizeram uma
pesquisa de preço antes. “Mui-tos
trazem seus filhos para es-colher,
então não ficam procu-rando
muito entre uma loja e
outra, a barganha é feita com as
próprias crianças”.
Segundo o gerente, o maior
movimento aconteceu ontem,
véspera do Dia das Crianças, mas
a expectativa para hoje é maior
ainda. “O nosso principal concor-rente
não abre no feriado, espera-mos
por muito movimento.”
O gerente conta ainda que os
brinquedos que mais fizeram su-cesso
na loja nesse Dia das Crian-ças
foram máquinas de costura,
beyblades, brinquedos temáticos
da novela Carrossel, além do
DVD da Galinha Pintadinha e
Lego Ninjago, que tiveram o esto-que
esgotado.
ÚLTIMA HORA
De acordo com Adilson, to-dos
os anos há uma forte inci-dência
de pais que deixam para
comprar o presente no último
dia. Este é o caso de Cecília Bri-to,
fotógrafa, que tem três filhos.
Ela conta que ainda não com-prou
os presentes de seus filhos,
e que está consciente que pode-rá
pagar mais caro, já que não
fez uma pesquisa de preços.
Segundo Cecília, o filho de 14
anos ainda está querendo saber se
tem direito a um presente este
ano, a filha de 10 quer uma bici-cleta
e o filho mais novo, de quatro
anos, quer um carrinho. “Os meus
filhos já fizeram a lista deles, mas
ainda não tive tempo de ir até a lo-ja
e não vou conseguir comparar
os preços, vou correr no shopping
para comprar” afirma.
O Procon forneceu também
orientações aos pais na hora de
comprar o presente para as cri-anças.
Os pais que ainda não
compraram podem utilizar as
dicas abaixo.
uO ministro da Fazenda, Guido Mantega,
afirmou que os países que formam o Grupo
Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do
Sul) estão sendo afetados pela
desaceleração da economia mundial.
uAs ações preferenciais da Telebras
dispararam ontem, fechando com alta de
28,59%, após avanço de 52% no pregão de
quarta-feira (10). Na máxima do dia, os
papéis chegaram a 49,72%.
uNa comparação com agosto do ano
passado, as vendas do varejo tiveram alta de
10,1% em relação a este ano. As vendas do
varejo restrito acumulam altas de 9,0% no
ano e de 7,8% em 12 meses.
BOLSAS
p+1,21%
BOVESPA
58.456 59.161,72
POUPANÇA DÓLAR EURO OURO SELIC INFLAÇÃO
q-0,14% q-0,08% p+0,92%
Índice da Bolsa de Valores de São Paulo
nos últimos dias (em pontos)
Em mais um dia de forte
volatilidade no mercado, Ibovespa
registrou 2ª sessão seguida de baixa
Rendimento previsto
para hoje
Cotação acompanhou piora do cenário externo
em meio a temores sobre economia global
Cotação do euro
comercial para compra
Negociação do ouro na
BM&F, ontem
Taxa básica de juros
brasileira
IPCA calculado pelo IBGE Principais bolsas europeias caíram em dia de poucos negócios. Alguns dados econômicos apontavam para
início difícil da temporada de resultados corporativos do terceiro trimestre nos Estados Unidos
4/10 5/10 8/10 9/10 11/10
setembro 0,57%
agosto 0,41%
julho 0,37%
junho 0,43%
maio 0,08%
abril 0,36% p+0,12%
10/outubro.............2,039
9/outubro 2,035
8/outubro 2,027
5/outubro 2,029
4/outubro 2,018
Brincar está mais caro este ano
Segundo pesquisa realizada pelo Procon-GO, preço de brinquedos pode variar em até 197% em Goiânia
DICAS DO PROCON
Antes de sair de casa – é importante
que o consumidor já tenha uma no-ção
de que presente pretende com-prar
e quanto poderá gastar na
compra do produto. Isso ajuda a
economizar, evitando gastos desne-cessários,
fazendo, inclusive, uma
pesquisa de preços em pelo menos
três estabelecimentos. No entanto,
o gosto, idade e limitações da crian-ça
devem ser levados em considera-ção.
Quanto ao gosto da criança,
saiba dialogar, pois nem sempre os
produtos “da moda” é que são os
preferidos das crianças, são os mais
adequados.
O que observar no brinquedo –
todo brinquedo deve ter um selo
de segurança fornecido pelo IQB
– Instituto de Qualidade do Brin-quedo,
juntamente com o selo do
Inmetro, o que indica que o pro-duto
foi fabricado e comercializa-do
de acordo com as normas téc-nicas,
verificando, ainda, a que
faixa etária da criança o brinque-do
é destinado.
Teste do produto sempre que possí-vel
– peça ao vendedor para abrir a
embalagem, certificando que o pro-duto
não está danificado. Solicitan-do,
ainda, para fazer um teste com
o mesmo, diminuindo assim a possi-bilidade
de frustrar a criança com
um produto com vício e dor de ca-beça
futura, com assistência técnica.
Evite compras em camelôs – os pre-ços
de brinquedos comercializados
em mercados populares de forma
informal e vendedores ambulantes,
apesar de serem mais baratos, po-dem
trazer problemas ao consumi-dor.
Não há garantia de estarem de
acordo com as normas técnicas de
segurança, colocando em risco a sa-úde
e a segurança da criança, além,
é claro, de não fornecer a nota fis-cal,
documento indispensável para
instruir uma reclamação nos órgãos
de defesa do consumidor.
Possibilidade de troca – Caso o
produto não apresente nenhum
vício (defeito), não há obrigação
por parte do lojista de efetuar a
Mariele Aguiar, 24, e o marido Fabiano Escobar, 30, levaram a
pequena Manuela, 1 ano, para comprar presente nesse feriado
Mesmo no carro de bebê, Gabriel Cardoso, 10 meses, brincou com
os pais Sidinei Cardoso, Sara Cristina, na loja de brinquedos
troca. No entanto, informe-se
junto ao vendedor se a criança
que for presenteada com um brin-quedo
já possuir o mesmo, se po-derá
efetuar a troca, mesmo que
por produtos diferentes, e em que
condições. Caso seja acordada es-sa
opção, peça pra que seja feito
por escrito e o prazo preestabele-cido
para a troca.
Produtos importados – Os brin-quedos
importados seguem as
mesmas regras dos nacionais,
portanto, não estão livres da apli-cação
do Código de Defesa do
Consumidor. O manual deve tra-zer
em português e, em lingua-gem
clara e precisa, todas as in-formações
sobre o produto, tais
como as peças, regras de monta-gem,
modo de usar, etc. Identifi-que
também o nome e CNPJ do
fabricante ou importador.
Gastos com brinquedos devem superar
R$ 6 bi neste ano,diz Ibope
FOLHAPRESS
O Ibope avalia, na véspera
do Dia das Crianças, que o con-sumo
com brinquedos em
2012 deve movimentar R$ 6,02
bilhões, um aumento de 14%
em relação ao ano passado.
De acordo com o instituto,
o maior potencial de consu-mo
é da classe B, que corres-ponde
a 24,45% dos domicíli-os
e deve responder por qua-se
metade dos gastos com
brinquedos (46,50%).
A menor parte será das clas-ses
D e E, que têm quase a mes-ma
quantidade de domicílios
da classe B (20,58%) e respon-derão
por 5,85% do consumo.
Já a classe A, que tem o me-nor
número de domicílios,
correspondendo a 2,6% do to-tal,
terá um consumo cinco
vezes superior ao de sua parti-cipação
demográfica, respon-dendo
por 13% dos gastos.
FOTOS: PATRICIA NEVES
Nicolas , 3, Nicole, 11, e Isabella, 1, fizeram questão de
acompanhar os pais Wanderson Braz eTalyta Nascimento.
Hector Daniel e Lilian Mayumi preferiram deixar que seus filhos
Victor Francisco, 4, Gabriela Hirata, 5,. escolhessem o presente
Orlando Conrado Neto (dir) logo preferiu jogos de estratégia como alternativa
Tiago Gonzaga levou Erasmo Barros para ajudar o pequeno Carlos Eduardo, 11, na decisão
7.
8. Mundo novo
6 TV DIÁRIO DA MANHÃ
GOIÂNIA, DOMINGO, 2 DE SETEMBRO DE 2012
Thierry Figueira se prepara para voltar ao ar
com personagem cômico, em Balacobaco
Luana Borges
POPTEVÊ
Levar o personagem para a cama é
uma expressão que se aplica per-feitamente
a Thierry Figueira.
Sempre que está interpretando algum
papel, o ator se envolve completamen-te
e não consegue se desligar. Nem na
hora de dormir. Quando conciliou tra-balhos
na televisão e no teatro, inclusi-ve,
não sabia em que personagem pen-sar.
Na época de ‘Bela, A Feia’, fiz a pe-ça
‘A Marca do Zorro’ ao mesmo tempo
e foi de matar do coração. Na hora de
dormir, pensava: 'Amanhã vou acordar
e vou fazer o quê?', recorda, aos risos.
Por isso que, nesse momento, toda a
sua energia está voltada exclusivamen-te
para seu próximo personagem na te-vê,
o Patrick de Balacobaco, novela de
Gisele Joras que substitui Máscaras a
partir de outubro. "Estou abdicando da
minha vida porque agora existo em
função do Patrick. Entro de cabeça pa-ra
dar vida a esse personagem, enten-der
da onde veio, o que é, o que pre-tende",
ressalta.
Na trama, Patrick é um aspirante a
ator que, enquanto sonha com a fama,
sobrevive como pode. Logo no primei-ro
capítulo, se veste de frango para fa-zer
propaganda da lanchonete da no-vela.
Seu grande amigo é Breno, inter-pretado
por Leo Rosa. Os dois são gays
e moram juntos, mas a princípio a rela-ção
é apenas de amizade. "Ele é minha
bicha confidente, sabe assim?", entre-ga,
bem-humorado. O personagem faz
parte do núcleo cômico do folhetim e
por isso Thierry também vai contrace-nar
bastante com Bárbara Borges, An-dré
Matos, Simone Spoladore e Rodri-go
Phavanello, entre outros. "Fico feliz
de poder, depois de um trabalho pesa-do
que foi o Ziba em ‘Rei Davi’, voltar a
fazer comédia", comemora.
Como ainda está muito no início,
Thierry não sabe ao certo que perfil Pa-trick
vai ter: se será um gay espalhafato-so
ou mais contido, por exemplo. "É um
trabalho de composição mais delicado.
Estamos vendo com a direção que ca-minho
seguir", explica ele, que já fez lei-turas
com os atores do núcleo do qual
faz parte. Agora está mais concentrado
nas leituras com Leo Rosa para encon-trar
o tom da dupla em cena. Além dis-so,
conta com o auxílio da preparadora
de elenco Rose Gonçalves. Com ela, faz
um trabalho voltado para articulação e
de como se portar em cena. "Tenho
muita energia, gesticulo muito. Tento
fazer uma coisa mais contida porque, se
tiver de colocar algo, é mais fácil do que
fazendo exagerado", conta.
O texto de Gisele Joras é outro aliado
de Thierry nesse processo de composi-ção.
O ator, que já integrou o elenco de
outra novela da autora – Bela, A Feia –,
encontra facilidade de compreender o
papel através das cenas que recebe. "O
texto leva para um caminho natural, já
diz mais ou menos a personalidade do
personagem", garante. "Acho que vai
ser um início um pouco mais devagar,
mas depois vai engrenar e vamos ter
um Patrick bem elaborado", completa
ele, que teve de mudar o visual. Além
de cortar os cabelos, Thierry tirou a
barba e fez a sobrancelha. "A caracteri-zação
é importantíssima. Já tive opor-tunidade
de fazer um gay em 'Malha-ção',
mas foi uma participação. Agora, é
um trabalho de um ano", diferencia.
Acostumado a fazer personagens
com perfil de galã, Thierry encontrou
na Record um espaço para mostrar sua
versatilidade cênica, coisa que explora
bastante no teatro. Em Bela, A Feia, in-terpretou
um vilão. Em Rei Davi, se
transformou fisicamente – em cena,
aparecia caolho e cabeludo – para viver
o traiçoeiro Ziba. E agora está prestes a
entrar no ar como um gay engraçado.
"O Patrick não é um personagem da
trama principal, mas me faz ter uma
composição mais elaborada como
ator", analisa ele, que não hesita ao
eleger o papel mais marcante da car-reira.
"O Pedro de Cara e Coroa foi o
que me abriu todas as portas", afirma.
DIÁRIO DA MANHÃ
GOIÂNIA, DOMINGO, 2 DE SETEMBRO DE 2012 TV 11
Emanuelle Araújo fala sobre a intensa
preparação para viver a Teodora
da microsérie Gabriela
Luana Borges
POPTEVÊ
Um personagem pode possibilitar ao seu intérprete passar
por novas experiências. E isso é o que mais instiga Emanu-elle
Araújo na profissão de atriz. Para viver a Teodora, uma
das moças do Bataclã de Gabriela, ela passou por uma intensa pre-paração.
Fez aulas de danças da época, como maxixe, charleston e
tango. Tudo porque as prostitutas da trama são performáticas e fa-zem
apresentações diárias. "Não é só o fato de elas subirem para o
quarto com os clientes. Tem toda uma exposição de dança quan-do
elas se apresentam. Então, para isso a gente teve essa prepara-ção
corporal", justifica.
Além disso, Emanuelle contou com o preparador de elenco
Sérgio Penna. Por indicação dele, conheceu alguns prostíbulos.
Muito mais do que observar o jeito como as garotas de programa
lidavam com os clientes, Emanuelle analisou os conflitos internos
delas. "Como a Teodora tem esse mundo interior muito inquieto
e doído, fiquei conversando com algumas delas para entender o
universo de cada uma. Isso foi bem especial para mim", ressalta.
Personagem da semana PEDRO PAULO FIGUEIREDO/CZN
P – A Teodora não existe no livro Gabriela, Cravo e Canela, no qual é
baseada a novela. Mesmo assim, a leitura da obra de Jorge Amado
ajuda de alguma forma o seu trabalho?
R – Ajuda muito. A Teodora realmente não existe no livro, é
uma personagem escrita por Walcyr Carrasco. Só que, mesmo
assim, ela pertence a Jorge Amado por todas as características fe-mininas
dela, pela forma como se posiciona. É encantador vi-venciar
esse universo amadiano que faz tão parte de mim, essa
coisa da Bahia. Além disso, fazendo uma prostituta dos anos 20,
que tem uma força dentro desse contexto de repressão feminina e
dentro do quanto era difícil para essas meninas se posicionarem
de alguma forma. Isso dá uma complexidade que é sedutora pa-ra
qualquer ator.
P – Essa não é a primeira vez que você vive uma prostituta. Em 2008,
interpretou a Manu, em A Favorita. Aproveitou alguma coisa daquela
época para esta personagem?
R – Nada. Porque a Manu era totalmente diferente. Primeiro
que a prostituição para ela era uma coisa totalmente casual, na-tural.
Ela tinha um coisa muito contemporânea, de ser uma pros-tituta
de luxo. Não era uma prostituta que estava confinada em
um cabaré. O que acontece com essas meninas do cabaré dos anos
20 é que elas, além de terem a prostituição como profissão, ainda
estão absolutamente enclausuradas. Quase não saem às ruas por-que,
quando saem, são vistas com maus olhos. Nesse universo não
existe apenas a venda do corpo. Há toda uma repressão, uma con-denação
àquela profissão, àquele comportamento e àquele tipo de
vida. Fora isso, a Teodora não é nem um pouco leve. A Manu ti-nha
uma certa leveza até no jeito de tocar a vida.
P – Como você lida com a sensualidade das cenas em Gabriela?
R – Quando eu entendo que isso é da personagem, vou fun-
PRIIMEIIRA MÃO
HUMOR
CONTAGIANTE
do. Acho que a gente tem de investir nas intenções
da personagem. Seja tristeza, dor, sensualidade,
sexualidade. Eu me entrego mesmo, gosto disso.
Isso é o que mais me seduz em atuar: me entregar
ao que aquele papel está pedindo, descobrir coisas
que nunca vivi na minha vida e de repente ter de
procurar fora porque não tenho esse repertório.
Ou às vezes até tenho em mim e nunca usei. Para
mim, usar a sedução é que nem usar a raiva, a
tristeza ou a alegria.
P – Você também é cantora e concilia bem com o
trabalho de atriz. Acredita que uma carreira contri-bua
para a outra?
R – Acho que ajuda sim. Eu vejo música em tudo, por
exemplo. Estudo meus personagens ouvindo música. E
acho que talvez o fato de eu ter essa vivência de atriz, do
palco e do teatro ajude na minha presença cênica quan-do
eu canto. Mas mesmo ajudando, eu tenho cada lugar
no seu lugar. Quando estou gravando a novela, estou to-talmente.
Giro um botão e concentro onde eu estou.
FOTOS: LUIZA DANTAS/CZN
9. JORGE RODRIGUES JORGE/CZN
EM FOCO
Despertar da primavera
Giovanna Lancellotti busca
reconhecimento profissional
através da Lindinalva de Gabriela
GOIÂNIA, DOMINGO, 16 DE SETEMBRO DE 2012 9 TV
8 TV DIÁRIO DA MANHÃ
Ana Paula Hinz
POPTEVÊ
Um papel dramático com cenas
de nudez poderia assustar uma
atriz iniciante. No caso de Gio-vanna
Lancellotti, o entusiasmo
venceu o medo. Ao receber o convite do di-retor
Mauro Mendonça Filho para encar-nar
a sofrida Lindinalva, de Gabriela, da
Globo, ela aceitou na hora. Depois, come-çou
a administrar o sentimento de insegu-rança
que veio acompanhado à oportuni-dade.
"É um trabalho muito intenso e eu ti-ve
receio de não conseguir passar a emo-ção
necessária. Só relaxei quando comecei
a ver uma repercussão positiva", confessa.
Na trama, Lindinalva é uma moça in-gênua
de Ilhéus, na Bahia da década de
1920, que, após a morte dos pais, perde a
virgindade com o noivo, o cafajeste Berto,
vivido por Rodrigo Andrade. Quando o ra-paz
decide abandoná-la, Lindinalva é re-jeitada
pela população local e, sem ter co-mo
se sustentar, acaba se tornando uma
das "quengas" do cabaré Bataclã. Para pi-orar
a situação, ela se apaixona pelo irmão
do ex-noivo, Juvenal, encarnado por Mar-co
Pigossi. Ao descobrir que os dois pre-tendem
fugir juntos, Berto arma uma em-boscada
e Lindinalva é espancada até
quase a morte. Achando que Juvenal con-cordou
com seu assassinato, agora ela o
ignora. "É um papel que tem muitas ce-nas
fortes, mas a mais difícil de fazer foi a
do primeiro programa dela. É uma situa-ção
triste, com muita emoção", conta.
Para entender a realidade e o grau de
complexidade exigido pela personagem,
Giovanna assistiu a filmes de época – co-mo
L´Apollonide, de Bertrand Bonello – e
teve aulas de história, expressão corporal e
prosódia com o resto do elenco. Ainda ho-je,
ela frequenta aulas semanais com o
preparador Sérgio Penna. "O mais difícil é
manter a essência da Lindinalva. Ela passa
por muitas fases e fica mais forte com o
tempo. Mas continua sendo a mesma".
Ao contrário da maioria dos persona-gens
do "remake", que são inspirados no
livro Gabriela, Cravo e Canela, de Jorge
Amado, Lindinalva é originalmente de
outra obra do autor baiano, Jubiabá. A
personagem tem uma trajetória pareci-da
com a do "remake", mas engravida
logo que os pais morrem e acaba vi-rando
prostituta para sustentar o fi-lho.
"Li os dois livros. A história dela
é uma mistura e traz também ele-mentos
novos", avalia.
O papel no folhetim de
Walcyr Carrasco é apenas o
segundo de Giovanna na te-vê.
Antes, ela interpretou a
doce Cecília de Insensato
Coração, de 2011. O rápi-do
crescimento da car-reira
é uma surpresa
para a própria atriz de
19 anos, que começou a
estudar interpretação
profissionalmente aos 15
e estreou na Globo dois
anos depois. "Tudo foi
muito rápido. E eu tive mui-ta
sorte de fazer essas duas
personagens. Sou apaixona-da
por elas", brinca.
Assim como Lindinalva, Ce-cília
também foi agredida e teve
inúmeros conflitos amorosos. Por
causa do perfil romântico e sofre-dor
de ambos os papéis, Giovanna
teve medo de que o segundo lembras-se
o primeiro. "A Lindinalva foi uma
prova de fogo. Foi a minha chance de
mostrar que eu realmente sei atuar. E que
não sou uma atriz de um personagem só",
valoriza. Para seu alívio, a repercussão em
Gabriela seguiu um caminho totalmente
diferente. Por causa das cenas de nudez e
sexo, a atriz começou a ouvir comentários
mais ousados na rua e pela internet e até
recebeu alguns convites para posar para
uma revista masculina – o que não preten-de
fazer por enquanto. "A Cecília e a pri-meira
fase da Lindinalva têm em comum
um ar inocente, bem de menina. A segun-da
fase em Gabriela fez o público enxergar
mais o meu lado mulher", analisa.