SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 24
Baixar para ler offline
Rio de Janeiro, 17 de março de 2017.
Carlos Henrique Corseuil
Coordenador de estudos e pesquisas em Trabalho e Renda
Rotatividade no Brasil
Coordenação Trabalho e Renda
Motivação
• O problema da produtividade do trabalho no Brasil
 Mation (2014) mostra que a nossa produtividade do trabalho está cada vez
mais distante do que é computado para outros países
• A rotatividade como limitador do crescimento da produtividade
do trabalho
 descontinuidade no exercício continuado da sua função,
 torna menos atrativo os investimentos em treinamento,
 torna menos atrativo o esforço do trabalhador no desempenho das tarefas
Sumário
1 Aspectos conceituais e mensuração
2 Números para o Brasil
4 Porque a rotatividade não caiu?
3 Porque a rotatividade é tão alta?
 Aumento da escolaridade deveria contribuir
 Desindustrialização?
 Proporção de jovens aumentando?
 Aspectos institucionais?
Título 11 Aspectos conceituais e mensuração
Aspectos conceituais e mensuração
• Conceito “Latu-sensu”: desligamentos
• Medidas:
 Taxa de desligamento (Dt/Et)
 Duração do emprego
• Conceitos “Stritu-sensu”:
 Trabalhadores rodando entre diferentes postos
 Substituição de trabalhadores nos mesmos postos
• O último conceito tem sido mais analisado;
• Medida: Σmin[Ait,Dit]/ ΣEit ≠ min [At, Dt]/Et
• Refinamentos: só desligamentos involuntários
Título 12 Números para o Brasil
Rotatividade do Emprego (2001-2015)
53%
51% 49% 49%
51% 51%
59%
57%
62% 62% 63%
61%
34.3%
32.8% 32.3%
30.8% 31.7% 32.3% 32.7%
35.1% 35.4% 34.4% 35.0% 34.6% 34.7%
33.5% 34.0%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Desligamentos
taxa de desligamento taxa de desligamento involuntarioFonte: Rais/MTE. Elaboração Ipea
Rotatividade do Emprego (2001-2015)
39%
38%
36%
38%
39% 39%
47%
43%
50% 49% 50%
47%
25.2%
24.1% 23.3% 23.4% 24.2% 24.5% 25.4%
28.0%
26.9% 27.8% 28.2% 27.6% 27.7% 27.1%
24.7%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Rotatividade
Rotatividade (total) Rotatividade Desligamentos involuntáriosFonte: Rais/MTE. Elaboração Ipea
Números para o Brasil
• Taxa de desligamento
 Total: frequentemente acima de 50%
 Involuntário: em torno de 1/3, e sempre acima de 30%.
• Substituição de trabalhador
 Total: em torno de 43%, beirando 50% em alguns anos
 Involuntário: em torno de 26%
• cada ano, empresas demitem cerca de 1/3 dos seus
empregados, sendo que ¼ são substituídos.
Título 13 Porque a rotatividade é tão alta?
Determinantes
• Por que a rotatividade é tão alta?
 Diminuição da folha com contratação a menor salario?
 Demissão simulada para acessar SD?
 Aproveitar brechas nos custos de demissão?
Porque a rotatividade é tão alta?
• Contratação a menor salário?
Especificação EF sem tenure
Dummy de admitido
- 0,0408***
(0,0001)
Constante
5,888***
(0,0007)
R2 0,260
Número de firmas 2.970.850
Observações 38.200.738
Erros padrão entre parênteses: ***p<0,01 , **p<0,05 , *p>0,1
Controles: gênero, nível educacional, faixa etária e setor de atividade
Porque a rotatividade é tão alta?
• Demissão simulada para acessar SD?
2007 2008 2009 2010 2011 2012
Média
2007-2012
Reempregado no mesmo CNPJ até um ano 6,7% 6,2% 6,3% 5,8% 5,4% 4,9% 5,9%
Reempregado no mesmo CNPJ até um ano
(iniciativa da empresa)
7,2% 7,0% 7,0% 6,7% 6,4% 5,8% 6,7%
Porque a rotatividade é tão alta?
• Aproveitar brechas nos custos de demissão?
Risco de desligamento por duração do emprego (formal)
Fonte: RAIS 2003 a 2010. Elaboração de Raphael Cayres Pinto em sua tese de doutorado defendida em 2015.
Porque a rotatividade é tão alta?
• Aproveitar brechas nos custos de demissão?
Riscos de desligamento por motivo e duração do emprego (formal)
Fonte: RAIS 2003 a 2010. Elaboração de Raphael Cayres Pinto em sua tese de doutorado defendida em 2015.
Porque a rotatividade é tão alta?
• Aproveitar brechas nos custos de demissão?
Riscos de desligamento por tamanho de empresa e duração do emprego
Fonte: RAIS 2003 a 2010. Elaboração de Raphael Cayres Pinto em sua tese de doutorado defendida em 2015.
Título 14 Porque a rotatividade não caiu?
Determinantes
• Por que a rotatividade não caiu?
 Desemprego e informalidade caíram muito
 Aumento da escolaridade deveria contribuir
 Desindustrialização?
 Proporção de jovens aumentando?
• Papel da mudança de composição;
Rotatividade
2003 - 2011
Coeficiente Erro Padrão robusto
Taxa de rotatividade 2003 0,508 0,002
Taxa de rotatividade 2011 0,607 0,002
Diferença 2011-2003 0,099 0,003
Parte explicada -0,014 0,000
Idade da firma -0,001 0,000
Dummy fins lucrativos 0,008 0,000
Setor 0,000 0,000
Tamanho da firma -0,002 0,000
% de jovens -0,009 0,000
% com fundamental incompleto -0,010 0,001
Parte não explicada 0,113 0,003
N 1.623.603 2.454.085
* Não significativo a 10%: coeficiente em itálico
Decomposição de Oaxaca-Blinder para rotatividade
Consequências para o trabalhador
• Perda salarial de demitidos comparado com desligados
devido ao fechamento do estabelecimento
• wijt = t + δj + θ.Tij + Xijt’β + it
wijt = salário no reemprego – salário desligamento
Tij = 1 se desligado no fechamento
Tij = 0 se desligado no ano anterior ao fechamento
Estimativas do efeito estigma: Modelo em
primeira diferença em torno do fechamento da firma
Notas: A variável dependente é a diferença do log do salário de re-emprego e do log do salário pré-desligamento. Erros-padrão entre parênteses. Todas as
colunas incluem dummies de ano e trimestre. As 1º, 2º e 3º classes de tamanho são respectivamente: 55 a 249, 250 a 999 e mais de 1.000 empregados. Os
grupos excluídos foram: trabalhadores há pelo menos 12 meses fora do setor formal e trabalhadores que transitaram da 3º para a 2º classe de tamanho.
Variável
Especificações
(1) (2) (3)
Estigma (A) -0,0372 -0,0742 -0,0791
(0,0247) (0,0246) (0,0288)
Ocup. de re-emprego igual a de
deslig. (B)
0,0153 0,0037
(0,0023) (0,0024)
(A) X (B) 0,0079 0,0142
(0,0039) (0,0042)
Idade2 -0,0019 -0,0012 -0,0013
(0,0001) (0,0001) (0,0001)
Menos de 1 mês fora do formal 0,0816 0,0898 0,0512
(0,0044) (0,0044) (0,0049)
Até 1 mês fora do formal 0,0834 0,0767 0,0459
(0,0051) (0,0051) (0,0056)
2 a 3 meses fora do formal 0,0393 0,0328 0,0028
(0,0047) (0,0047) (0,0052)
4 a 6 meses fora do formal 0,0218 0,0175 -0,0037
(0,0045) (0,0045) (0,0050)
7 a 11 meses fora do formal -0,0211 -0,0205 -0,0380
(0,0044) (0,0044) (0,0049)
Consequências para a empresa
• Hipótese de learning-by-doing
• Modelo Chiang
• 𝐸𝑖𝑡 = (1 − 𝑡𝑑𝑖𝑡−1)(𝐸𝑖𝑡−1 + 𝑞𝑖𝑡−1)
• 𝑝𝑟𝑜𝑑𝑖𝑡 = 𝛾0 + 𝛾𝑗 + 𝛾𝑣 𝑣𝑖 + 𝛾𝑡 𝑡 + 𝛾ℎℎ𝑖𝑡 + 𝛾𝑒 𝐸𝑖𝑡 + 𝑢𝑖𝑡
Consequências para a empresa
• Hipótese de learning-by-doing
Variáveis Olley-Pakes Levinsohn-Petrin
anos_operação
- 0,00905*** - 0,00905***
(9,65e-05) (9,65e-05)
h
0,551*** 0,420***
(0,0118) (0,0118)
LnE 0,266*** 0,266***
(0,000773) (0,000773)
Observations 301,773 301,773
R-squared 0,768 0,693
Determinantes
• Se é ruim pro trabalhador e para a empresa; por que existe?
 Bom para alguns trabalhadores
 Resposta a choque negativo com salários rígidos
 Aprendizado pela empresa sobre trabalhador
 Incentivos adversos da legislação

Mais conteúdo relacionado

Semelhante a Rotatividade no Brasil: causas, consequências e desafios

Estácio: Apresentação Reunião Pública APIMEC 2014
Estácio: Apresentação Reunião Pública APIMEC 2014Estácio: Apresentação Reunião Pública APIMEC 2014
Estácio: Apresentação Reunião Pública APIMEC 2014Estácio Participações
 
IX Fórum Nacional de Seguro de Vida e Previdência Privada - Marcos Lisboa
IX Fórum Nacional de Seguro de Vida e Previdência Privada - Marcos LisboaIX Fórum Nacional de Seguro de Vida e Previdência Privada - Marcos Lisboa
IX Fórum Nacional de Seguro de Vida e Previdência Privada - Marcos LisboaCNseg
 
Cms%2 ffiles%2f6406%2f1476195493ebook edools-turnover
Cms%2 ffiles%2f6406%2f1476195493ebook edools-turnoverCms%2 ffiles%2f6406%2f1476195493ebook edools-turnover
Cms%2 ffiles%2f6406%2f1476195493ebook edools-turnoverJOSENICE TOTES FERREIRA
 
Pesquisa sobre o setor de TI-RJ
Pesquisa sobre o setor de TI-RJPesquisa sobre o setor de TI-RJ
Pesquisa sobre o setor de TI-RJtirionoticias
 
Ebook(2) - Remuneracao - Descricao de Cargo
Ebook(2) - Remuneracao - Descricao de CargoEbook(2) - Remuneracao - Descricao de Cargo
Ebook(2) - Remuneracao - Descricao de CargoThiago Evangelista
 
Newsletter contabilistas.net mai14
Newsletter contabilistas.net mai14Newsletter contabilistas.net mai14
Newsletter contabilistas.net mai14contabilistas net
 
Aula 4 FSBA - Montagem do serviço de Fisioterapia.ppt
Aula 4 FSBA - Montagem do serviço de Fisioterapia.pptAula 4 FSBA - Montagem do serviço de Fisioterapia.ppt
Aula 4 FSBA - Montagem do serviço de Fisioterapia.pptyuri672247
 
Sizing e produtividade
Sizing e produtividadeSizing e produtividade
Sizing e produtividadeEloGroup
 
20080810 Investimento na Carreira de Profissionais de TI
20080810 Investimento na Carreira de Profissionais de TI20080810 Investimento na Carreira de Profissionais de TI
20080810 Investimento na Carreira de Profissionais de TIRoberto C. Mayer
 
Por Que e Como as Pessoas Mudam de Emprego
Por Que e Como as Pessoas Mudam de EmpregoPor Que e Como as Pessoas Mudam de Emprego
Por Que e Como as Pessoas Mudam de EmpregoRafael Bittar de Noce
 
Melhoria Contínua - Conjuntura atual e Possibilidades
Melhoria Contínua - Conjuntura atual e PossibilidadesMelhoria Contínua - Conjuntura atual e Possibilidades
Melhoria Contínua - Conjuntura atual e PossibilidadesSequóia Consultoria
 
Foco De Rh No Resultado Da Empresa Parte 2
Foco De Rh No Resultado Da Empresa Parte 2Foco De Rh No Resultado Da Empresa Parte 2
Foco De Rh No Resultado Da Empresa Parte 2Valter Borlina
 
Palestra Revista Algomais - Horizonte Econômico 2018/19 Candidatos e suas Pr...
Palestra Revista Algomais - Horizonte Econômico 2018/19  Candidatos e suas Pr...Palestra Revista Algomais - Horizonte Econômico 2018/19  Candidatos e suas Pr...
Palestra Revista Algomais - Horizonte Econômico 2018/19 Candidatos e suas Pr...TGI Consultoria em Gestão
 
Gestão da Tecnologia da Informação (27/03/2014)
Gestão da Tecnologia da Informação (27/03/2014)Gestão da Tecnologia da Informação (27/03/2014)
Gestão da Tecnologia da Informação (27/03/2014)Alessandro Almeida
 

Semelhante a Rotatividade no Brasil: causas, consequências e desafios (20)

Apresentação do ministro Marcelo Neri no Lançamento do 3º caderno Vozes da No...
Apresentação do ministro Marcelo Neri no Lançamento do 3º caderno Vozes da No...Apresentação do ministro Marcelo Neri no Lançamento do 3º caderno Vozes da No...
Apresentação do ministro Marcelo Neri no Lançamento do 3º caderno Vozes da No...
 
Estácio: Apresentação Reunião Pública APIMEC 2014
Estácio: Apresentação Reunião Pública APIMEC 2014Estácio: Apresentação Reunião Pública APIMEC 2014
Estácio: Apresentação Reunião Pública APIMEC 2014
 
Situação previdenciária do estado do RS
Situação previdenciária do estado do RSSituação previdenciária do estado do RS
Situação previdenciária do estado do RS
 
IX Fórum Nacional de Seguro de Vida e Previdência Privada - Marcos Lisboa
IX Fórum Nacional de Seguro de Vida e Previdência Privada - Marcos LisboaIX Fórum Nacional de Seguro de Vida e Previdência Privada - Marcos Lisboa
IX Fórum Nacional de Seguro de Vida e Previdência Privada - Marcos Lisboa
 
Cms%2 ffiles%2f6406%2f1476195493ebook edools-turnover
Cms%2 ffiles%2f6406%2f1476195493ebook edools-turnoverCms%2 ffiles%2f6406%2f1476195493ebook edools-turnover
Cms%2 ffiles%2f6406%2f1476195493ebook edools-turnover
 
Pesquisa sobre o setor de TI-RJ
Pesquisa sobre o setor de TI-RJPesquisa sobre o setor de TI-RJ
Pesquisa sobre o setor de TI-RJ
 
Reforma Trabalhista: o que muda, o que deve muda - André Portela
Reforma Trabalhista: o que muda, o que deve muda - André PortelaReforma Trabalhista: o que muda, o que deve muda - André Portela
Reforma Trabalhista: o que muda, o que deve muda - André Portela
 
Ebook(2) - Remuneracao - Descricao de Cargo
Ebook(2) - Remuneracao - Descricao de CargoEbook(2) - Remuneracao - Descricao de Cargo
Ebook(2) - Remuneracao - Descricao de Cargo
 
Kinanga Apresentação MAF.pptx
Kinanga Apresentação MAF.pptxKinanga Apresentação MAF.pptx
Kinanga Apresentação MAF.pptx
 
Newsletter contabilistas.net mai14
Newsletter contabilistas.net mai14Newsletter contabilistas.net mai14
Newsletter contabilistas.net mai14
 
ENCOAD 2017 - Análise dos Cursos da área de Administração no período 2006/201...
ENCOAD 2017 - Análise dos Cursos da área de Administração no período 2006/201...ENCOAD 2017 - Análise dos Cursos da área de Administração no período 2006/201...
ENCOAD 2017 - Análise dos Cursos da área de Administração no período 2006/201...
 
Aula 4 FSBA - Montagem do serviço de Fisioterapia.ppt
Aula 4 FSBA - Montagem do serviço de Fisioterapia.pptAula 4 FSBA - Montagem do serviço de Fisioterapia.ppt
Aula 4 FSBA - Montagem do serviço de Fisioterapia.ppt
 
powerpointtem.pptx
powerpointtem.pptxpowerpointtem.pptx
powerpointtem.pptx
 
Sizing e produtividade
Sizing e produtividadeSizing e produtividade
Sizing e produtividade
 
20080810 Investimento na Carreira de Profissionais de TI
20080810 Investimento na Carreira de Profissionais de TI20080810 Investimento na Carreira de Profissionais de TI
20080810 Investimento na Carreira de Profissionais de TI
 
Por Que e Como as Pessoas Mudam de Emprego
Por Que e Como as Pessoas Mudam de EmpregoPor Que e Como as Pessoas Mudam de Emprego
Por Que e Como as Pessoas Mudam de Emprego
 
Melhoria Contínua - Conjuntura atual e Possibilidades
Melhoria Contínua - Conjuntura atual e PossibilidadesMelhoria Contínua - Conjuntura atual e Possibilidades
Melhoria Contínua - Conjuntura atual e Possibilidades
 
Foco De Rh No Resultado Da Empresa Parte 2
Foco De Rh No Resultado Da Empresa Parte 2Foco De Rh No Resultado Da Empresa Parte 2
Foco De Rh No Resultado Da Empresa Parte 2
 
Palestra Revista Algomais - Horizonte Econômico 2018/19 Candidatos e suas Pr...
Palestra Revista Algomais - Horizonte Econômico 2018/19  Candidatos e suas Pr...Palestra Revista Algomais - Horizonte Econômico 2018/19  Candidatos e suas Pr...
Palestra Revista Algomais - Horizonte Econômico 2018/19 Candidatos e suas Pr...
 
Gestão da Tecnologia da Informação (27/03/2014)
Gestão da Tecnologia da Informação (27/03/2014)Gestão da Tecnologia da Informação (27/03/2014)
Gestão da Tecnologia da Informação (27/03/2014)
 

Mais de Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada

Reequilíbrio do Federalismo – uma oportunidade real de recuperação a curto prazo
Reequilíbrio do Federalismo – uma oportunidade real de recuperação a curto prazoReequilíbrio do Federalismo – uma oportunidade real de recuperação a curto prazo
Reequilíbrio do Federalismo – uma oportunidade real de recuperação a curto prazoInstituto de Pesquisa Econômica Aplicada
 
Os objetivos do desenvolvimento sustentável (ODS) e o plano nacional de educ...
Os objetivos do  desenvolvimento sustentável (ODS) e o plano nacional de educ...Os objetivos do  desenvolvimento sustentável (ODS) e o plano nacional de educ...
Os objetivos do desenvolvimento sustentável (ODS) e o plano nacional de educ...Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada
 
O panorama das politicas públicas voltadas para as empresas de pequeno porte
O panorama das politicas públicas voltadas para as empresas de pequeno porteO panorama das politicas públicas voltadas para as empresas de pequeno porte
O panorama das politicas públicas voltadas para as empresas de pequeno porteInstituto de Pesquisa Econômica Aplicada
 
Subsídios à Formulação da Estratégia de Universalização do Acesso à Internet
Subsídios à Formulação da Estratégia de Universalização do Acesso à InternetSubsídios à Formulação da Estratégia de Universalização do Acesso à Internet
Subsídios à Formulação da Estratégia de Universalização do Acesso à InternetInstituto de Pesquisa Econômica Aplicada
 

Mais de Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (20)

Mobilidade urbana e acesso ao sus em tempos de pandemia
Mobilidade urbana e acesso ao sus em tempos de pandemiaMobilidade urbana e acesso ao sus em tempos de pandemia
Mobilidade urbana e acesso ao sus em tempos de pandemia
 
Efeitos da Covid-19 no mercado de trabalho brasileiro
Efeitos da Covid-19 no mercado de trabalho brasileiroEfeitos da Covid-19 no mercado de trabalho brasileiro
Efeitos da Covid-19 no mercado de trabalho brasileiro
 
Responsabilidad Fiscal en la Argentina
Responsabilidad Fiscal en la ArgentinaResponsabilidad Fiscal en la Argentina
Responsabilidad Fiscal en la Argentina
 
Oficina de Federalismo Fiscal – SEAE/MF
Oficina de Federalismo Fiscal – SEAE/MFOficina de Federalismo Fiscal – SEAE/MF
Oficina de Federalismo Fiscal – SEAE/MF
 
Reequilíbrio do Federalismo – uma oportunidade real de recuperação a curto prazo
Reequilíbrio do Federalismo – uma oportunidade real de recuperação a curto prazoReequilíbrio do Federalismo – uma oportunidade real de recuperação a curto prazo
Reequilíbrio do Federalismo – uma oportunidade real de recuperação a curto prazo
 
Federalismo, Agenda 2030 e os ODS - Ipea
Federalismo, Agenda 2030 e os ODS - IpeaFederalismo, Agenda 2030 e os ODS - Ipea
Federalismo, Agenda 2030 e os ODS - Ipea
 
Plano de metas
Plano de metasPlano de metas
Plano de metas
 
Os objetivos do desenvolvimento sustentável (ODS) e o plano nacional de educ...
Os objetivos do  desenvolvimento sustentável (ODS) e o plano nacional de educ...Os objetivos do  desenvolvimento sustentável (ODS) e o plano nacional de educ...
Os objetivos do desenvolvimento sustentável (ODS) e o plano nacional de educ...
 
O panorama das politicas públicas voltadas para as empresas de pequeno porte
O panorama das politicas públicas voltadas para as empresas de pequeno porteO panorama das politicas públicas voltadas para as empresas de pequeno porte
O panorama das politicas públicas voltadas para as empresas de pequeno porte
 
ODS nos municípios do brasil
ODS nos municípios do brasilODS nos municípios do brasil
ODS nos municípios do brasil
 
Meios de implementação da agenda 2030
Meios de implementação da agenda 2030Meios de implementação da agenda 2030
Meios de implementação da agenda 2030
 
A mandala do desempenho municipal
A mandala do desempenho municipalA mandala do desempenho municipal
A mandala do desempenho municipal
 
Como os objetivos globais se transformam em objetivos locais?
Como os objetivos globais se transformam em objetivos locais?Como os objetivos globais se transformam em objetivos locais?
Como os objetivos globais se transformam em objetivos locais?
 
Federalismo e a agenda 2030
Federalismo e a agenda 2030Federalismo e a agenda 2030
Federalismo e a agenda 2030
 
Alinhamento de Políticas Públicas aos ODS
Alinhamento de Políticas Públicas aos ODSAlinhamento de Políticas Públicas aos ODS
Alinhamento de Políticas Públicas aos ODS
 
Subsídios à Formulação da Estratégia de Universalização do Acesso à Internet
Subsídios à Formulação da Estratégia de Universalização do Acesso à InternetSubsídios à Formulação da Estratégia de Universalização do Acesso à Internet
Subsídios à Formulação da Estratégia de Universalização do Acesso à Internet
 
Desenvolvimento Humano para Além das Médias
Desenvolvimento Humano para Além das MédiasDesenvolvimento Humano para Além das Médias
Desenvolvimento Humano para Além das Médias
 
Retrato das Desigualdades de Gênero e Raça - 20 anos
Retrato das Desigualdades de Gênero e Raça - 20 anosRetrato das Desigualdades de Gênero e Raça - 20 anos
Retrato das Desigualdades de Gênero e Raça - 20 anos
 
Projeto Desafios da Nação
Projeto Desafios da NaçãoProjeto Desafios da Nação
Projeto Desafios da Nação
 
Ipea - Forum of Federations Workshop
Ipea - Forum of Federations Workshop Ipea - Forum of Federations Workshop
Ipea - Forum of Federations Workshop
 

Rotatividade no Brasil: causas, consequências e desafios

  • 1. Rio de Janeiro, 17 de março de 2017. Carlos Henrique Corseuil Coordenador de estudos e pesquisas em Trabalho e Renda Rotatividade no Brasil Coordenação Trabalho e Renda
  • 2. Motivação • O problema da produtividade do trabalho no Brasil  Mation (2014) mostra que a nossa produtividade do trabalho está cada vez mais distante do que é computado para outros países • A rotatividade como limitador do crescimento da produtividade do trabalho  descontinuidade no exercício continuado da sua função,  torna menos atrativo os investimentos em treinamento,  torna menos atrativo o esforço do trabalhador no desempenho das tarefas
  • 3. Sumário 1 Aspectos conceituais e mensuração 2 Números para o Brasil 4 Porque a rotatividade não caiu? 3 Porque a rotatividade é tão alta?  Aumento da escolaridade deveria contribuir  Desindustrialização?  Proporção de jovens aumentando?  Aspectos institucionais?
  • 4. Título 11 Aspectos conceituais e mensuração
  • 5. Aspectos conceituais e mensuração • Conceito “Latu-sensu”: desligamentos • Medidas:  Taxa de desligamento (Dt/Et)  Duração do emprego • Conceitos “Stritu-sensu”:  Trabalhadores rodando entre diferentes postos  Substituição de trabalhadores nos mesmos postos • O último conceito tem sido mais analisado; • Medida: Σmin[Ait,Dit]/ ΣEit ≠ min [At, Dt]/Et • Refinamentos: só desligamentos involuntários
  • 6. Título 12 Números para o Brasil
  • 7. Rotatividade do Emprego (2001-2015) 53% 51% 49% 49% 51% 51% 59% 57% 62% 62% 63% 61% 34.3% 32.8% 32.3% 30.8% 31.7% 32.3% 32.7% 35.1% 35.4% 34.4% 35.0% 34.6% 34.7% 33.5% 34.0% 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Desligamentos taxa de desligamento taxa de desligamento involuntarioFonte: Rais/MTE. Elaboração Ipea
  • 8. Rotatividade do Emprego (2001-2015) 39% 38% 36% 38% 39% 39% 47% 43% 50% 49% 50% 47% 25.2% 24.1% 23.3% 23.4% 24.2% 24.5% 25.4% 28.0% 26.9% 27.8% 28.2% 27.6% 27.7% 27.1% 24.7% 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Rotatividade Rotatividade (total) Rotatividade Desligamentos involuntáriosFonte: Rais/MTE. Elaboração Ipea
  • 9. Números para o Brasil • Taxa de desligamento  Total: frequentemente acima de 50%  Involuntário: em torno de 1/3, e sempre acima de 30%. • Substituição de trabalhador  Total: em torno de 43%, beirando 50% em alguns anos  Involuntário: em torno de 26% • cada ano, empresas demitem cerca de 1/3 dos seus empregados, sendo que ¼ são substituídos.
  • 10. Título 13 Porque a rotatividade é tão alta?
  • 11. Determinantes • Por que a rotatividade é tão alta?  Diminuição da folha com contratação a menor salario?  Demissão simulada para acessar SD?  Aproveitar brechas nos custos de demissão?
  • 12. Porque a rotatividade é tão alta? • Contratação a menor salário? Especificação EF sem tenure Dummy de admitido - 0,0408*** (0,0001) Constante 5,888*** (0,0007) R2 0,260 Número de firmas 2.970.850 Observações 38.200.738 Erros padrão entre parênteses: ***p<0,01 , **p<0,05 , *p>0,1 Controles: gênero, nível educacional, faixa etária e setor de atividade
  • 13. Porque a rotatividade é tão alta? • Demissão simulada para acessar SD? 2007 2008 2009 2010 2011 2012 Média 2007-2012 Reempregado no mesmo CNPJ até um ano 6,7% 6,2% 6,3% 5,8% 5,4% 4,9% 5,9% Reempregado no mesmo CNPJ até um ano (iniciativa da empresa) 7,2% 7,0% 7,0% 6,7% 6,4% 5,8% 6,7%
  • 14. Porque a rotatividade é tão alta? • Aproveitar brechas nos custos de demissão? Risco de desligamento por duração do emprego (formal) Fonte: RAIS 2003 a 2010. Elaboração de Raphael Cayres Pinto em sua tese de doutorado defendida em 2015.
  • 15. Porque a rotatividade é tão alta? • Aproveitar brechas nos custos de demissão? Riscos de desligamento por motivo e duração do emprego (formal) Fonte: RAIS 2003 a 2010. Elaboração de Raphael Cayres Pinto em sua tese de doutorado defendida em 2015.
  • 16. Porque a rotatividade é tão alta? • Aproveitar brechas nos custos de demissão? Riscos de desligamento por tamanho de empresa e duração do emprego Fonte: RAIS 2003 a 2010. Elaboração de Raphael Cayres Pinto em sua tese de doutorado defendida em 2015.
  • 17. Título 14 Porque a rotatividade não caiu?
  • 18. Determinantes • Por que a rotatividade não caiu?  Desemprego e informalidade caíram muito  Aumento da escolaridade deveria contribuir  Desindustrialização?  Proporção de jovens aumentando?
  • 19. • Papel da mudança de composição; Rotatividade 2003 - 2011 Coeficiente Erro Padrão robusto Taxa de rotatividade 2003 0,508 0,002 Taxa de rotatividade 2011 0,607 0,002 Diferença 2011-2003 0,099 0,003 Parte explicada -0,014 0,000 Idade da firma -0,001 0,000 Dummy fins lucrativos 0,008 0,000 Setor 0,000 0,000 Tamanho da firma -0,002 0,000 % de jovens -0,009 0,000 % com fundamental incompleto -0,010 0,001 Parte não explicada 0,113 0,003 N 1.623.603 2.454.085 * Não significativo a 10%: coeficiente em itálico Decomposição de Oaxaca-Blinder para rotatividade
  • 20. Consequências para o trabalhador • Perda salarial de demitidos comparado com desligados devido ao fechamento do estabelecimento • wijt = t + δj + θ.Tij + Xijt’β + it wijt = salário no reemprego – salário desligamento Tij = 1 se desligado no fechamento Tij = 0 se desligado no ano anterior ao fechamento
  • 21. Estimativas do efeito estigma: Modelo em primeira diferença em torno do fechamento da firma Notas: A variável dependente é a diferença do log do salário de re-emprego e do log do salário pré-desligamento. Erros-padrão entre parênteses. Todas as colunas incluem dummies de ano e trimestre. As 1º, 2º e 3º classes de tamanho são respectivamente: 55 a 249, 250 a 999 e mais de 1.000 empregados. Os grupos excluídos foram: trabalhadores há pelo menos 12 meses fora do setor formal e trabalhadores que transitaram da 3º para a 2º classe de tamanho. Variável Especificações (1) (2) (3) Estigma (A) -0,0372 -0,0742 -0,0791 (0,0247) (0,0246) (0,0288) Ocup. de re-emprego igual a de deslig. (B) 0,0153 0,0037 (0,0023) (0,0024) (A) X (B) 0,0079 0,0142 (0,0039) (0,0042) Idade2 -0,0019 -0,0012 -0,0013 (0,0001) (0,0001) (0,0001) Menos de 1 mês fora do formal 0,0816 0,0898 0,0512 (0,0044) (0,0044) (0,0049) Até 1 mês fora do formal 0,0834 0,0767 0,0459 (0,0051) (0,0051) (0,0056) 2 a 3 meses fora do formal 0,0393 0,0328 0,0028 (0,0047) (0,0047) (0,0052) 4 a 6 meses fora do formal 0,0218 0,0175 -0,0037 (0,0045) (0,0045) (0,0050) 7 a 11 meses fora do formal -0,0211 -0,0205 -0,0380 (0,0044) (0,0044) (0,0049)
  • 22. Consequências para a empresa • Hipótese de learning-by-doing • Modelo Chiang • 𝐸𝑖𝑡 = (1 − 𝑡𝑑𝑖𝑡−1)(𝐸𝑖𝑡−1 + 𝑞𝑖𝑡−1) • 𝑝𝑟𝑜𝑑𝑖𝑡 = 𝛾0 + 𝛾𝑗 + 𝛾𝑣 𝑣𝑖 + 𝛾𝑡 𝑡 + 𝛾ℎℎ𝑖𝑡 + 𝛾𝑒 𝐸𝑖𝑡 + 𝑢𝑖𝑡
  • 23. Consequências para a empresa • Hipótese de learning-by-doing Variáveis Olley-Pakes Levinsohn-Petrin anos_operação - 0,00905*** - 0,00905*** (9,65e-05) (9,65e-05) h 0,551*** 0,420*** (0,0118) (0,0118) LnE 0,266*** 0,266*** (0,000773) (0,000773) Observations 301,773 301,773 R-squared 0,768 0,693
  • 24. Determinantes • Se é ruim pro trabalhador e para a empresa; por que existe?  Bom para alguns trabalhadores  Resposta a choque negativo com salários rígidos  Aprendizado pela empresa sobre trabalhador  Incentivos adversos da legislação