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1
JB NEWSRede Catarinense de Comunicação da Maçonaria Universal
www.radiosintonia33 – jbnews@floripa.com.br
Informativo Nr. 1.020
Filiado à ABIM sob nr. 007/JV
Loja Templários da Nova Era nr. 91
Quintas-feiras às 20h00 - Templo: Obreiros da Paz - Canasvieiras
Editoria: IrJeronimo Borges – JP-2307-MT/SC
( Florianópolis SC ) - quarta-feira, 19 de junho de 2013
Edição de hoje (32 páginas em PDF)
Índice:
Bloco 1 - Almanaque
Bloco 2 - Opinião - Mario Gentil Costa - " Os dois mentirosos "
Bloco 3 - Ir Paulo Roberto - Maçons Célebres - " Victor Brecheret "
Bloco 4 - Ir Arnaldo Gonçalves - " Breve História da Maçonaria Portuguesa. Os primeiros 70 anos "
Bloco 5 - Ir Jorge Otávio Daniel - "Desbastando a Pedra Bruta "
Bloco 6 - Ir Pedro Juk - Perguntas e Respostas - " Esclarecimento0 sobre resposta "
Bloco 7 - Destaques JB
Pesquisas e artigos:
Acervo JB News - Internet – Colaboradores – Blogs - http:pt.wikipedia.org
- Imagens: próprias e www.google.com.br
Hoje, 19 de junho de 2013, 170º dia do calendário gregoriano. Faltam 195 para acabar o ano.
Dia do Cinema Brasileiro
Se não deseja receber mais este informativo ou alterou o seu endereço eletrônico, por favor, comunique-nos
2
Livros de artigos dirigidos aos Graus de Aprendiz, Companheiro e Mestre
coletados nos 40 anos de existência da Revista O PRUMO.
Informações através do site http://www.gosc.org.br
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 1097 - Fim do Cerco de Niceia na Primeira Cruzada.
 1850 - A Princesa Luísa dos Países Baixos casa-se com Carlos XV da Suécia do Reino da Suécia e
Noruega.
 1856 - Fundação da Cidade de Ribeirão Preto - SP.
livros & revistas
1 - Almanaque
Aprofunde seu conhecimento clicando nas palavras sublinhadas.
Eventos Históricos
3
 1867 - São executados em Santiago de Querétaro o Imperador do México Maximiliano I e os seus
generais Tomás Mejía e Miguel Miramón, por ordem de Benito Juárez.
 1944 - Segunda Guerra Mundial: Começa a Batalha do Mar das Filipinas.
 1970 - O Tratado de Cooperação em Matéria de Patentes é assinado.
 1978 - A tirinha de história em quadrinhos Garfield é publicada pela primeira vez.
 1961 - A independência do Kuwait sobre a Grã-Bretanha.
 2000 - Criação da Região Metropolitana de Campinas.
 2004 - Roy Tucker, David Tholen e Fabrizio Bernardi descobrem o asteróide Apophis.
 2007 - O site de vídeos YouTube, lançado originalmente em inglês, passa a ter mais idiomas.
 Aniversário da cidade de Ribeirão Preto
 Dia do Migrante (Brasil).
 Dia de São Romualdo - Santo Católico.
Dia do Cinema Brasileiro
(Fontes: “O Livro dos Dias” 17ª edição e arquivo pessoal)
1818 Fundação do Grande Conselho dos Maçons do Real Arco de Delaware (USA)
1921 Fundação da Grande Loja do Equador
1949 A Maçonaria alemã renasce das cinzas: criada a Vereinnigte Grosslogen von
Deutschland (Greande Loja Unida da Alemanha) tendo como Grão-Mestre o Ir
Theodor Vogel.
1973 Fundação do Supremo Conselho da Finlândia
1981 Fundação da Loja Maçônica José de Souza Marques nr. 2098 (GOB/RJ)
2009 Fundação da Loja de São João nr. 63 de Campo Grande (GLMEMS)
Chapecó nos espera!
feriados e eventos cíclicos
fatos maçônicos do dia
4
]
“DOIS MENTIROSOS”
Mario Gentil Costa - Florianópolis.
Contato: magenco@terra.com.br
http://magenco.blog.uol.com.br
O velhinho que entrou no consultório era baixo, moreno e magro. Seu olhar era negro.
Pontiagudo. E alerta. Os vincos fundos que desciam do nariz adunco, e a pele seca, crestada pelo
sol, lembravam um pergaminho amarrotado. O cabelo curto, grisalho e farto espetava o crânio
pequeno e bem desenhado. A testa, riscada por cinco rugas paralelas, lembrava uma pauta musical
sem notas. A barba densa estava por fazer. Vestia roupa humilde. A camisa branca, de colarinho
puído e mangas compridas, vinha abotoada até o pescoço, sem gravata. As calças leves, de brim
desbotado, haviam sido passadas a ferro. Nos pés sem meias, tênis gastos davam o atestado
definitivo de sua modéstia. Mãos calosas e dedos grossos denunciavam anos de intensa e exaustiva
lida. Seu sorriso, fácil e aberto, carecia de alguns dentes. Todavia, a voz forte, levemente áspera,
soava de modo agradável. E o jeito de falar era inconfundível: - o de um legítimo “mané” da ilha.
Passei os olhos na ficha. Data: 20 de novembro de 1992. Nome: Onofre Pestana. (O
sobrenome sugeria um cristão-novo açoriano. Aquilo me chamou a atenção). Profissão: Pescador
aposentado. Idade: 82 anos. Residência: Ribeirão da Ilha (Freguesia). Telefone: não tem.
- Muito bem, seu Pestana. O que me conta?
- Dotô, eu ando meio surdo. De uns tempo pra cá. Co‟s ovido abafado, o sinhô comprende?
- Claro, seu Pestana.
Feito o interrogatório, encaminhei-o ao exame físico e descobri duas compactas rolhas de
cerume, cuja remoção lhe restituiu uma audição mais que satisfatória para a idade. Ao final, ele
não cabia em si de contente e exclamou, agradecido:
- Dotô, tô ovindo tudo! Até o barulho dos carro na rua.
Podia encerrar a consulta nesse momento, mas resolvi esticar o papo. Sem saber por que,
eu simpatizara com o seu Pestana.
- Quer dizer que o senhor era pescador...
- Ah, sim. Pesquei a vida toda.
- E mora no Ribeirão...
- Naci lá. E vô morrê lá – ele confirmou, orgulhoso.
- Então, deve conhecer toda aquela gente...
- Conheço todo mundo, dotô. Os vivo e os morto...
De repente, ocorreu-me uma idéia extravagante e, quase sem querer, indaguei, de sopetão:
- O senhor, por caso, conheceu o Genuíno Tavares?
- O Genuíno? Claro! Quem não conheceu o Genuíno?
Levei um susto. A resposta ecoara em mim como um petardo. Este é o nome do
personagem central do meu primeiro romance – “A Cara e a Coragem de Genuíno Tavares”.
2 - Opinião - " Dois Mentirosos "
5
Que tremendo mentiroso! - pensei. Mas como dizem que todo pescador é uma fonte
inesgotável de lorotas, concedi-lhe a atenuante e, fazendo cara de quem recorda, observei:
- De fato, ele deveria ter a sua idade... Vocês dois nasceram em 1910.
- Pois eu não tô lhe dizendo...?
- E o pai dele, o Ananias, que também era pescador, o senhor chegou a conhecer?
- Quem, o seu Anania? Então não conheci? Quando eu era guri, já pescava com ele...
- É, de fato, o Genuíno não gostava de pescar... – comentei, para dar um cunho de
veracidade à afirmação.
- E eu ia no lugar dele... – aproveitou depressa o potoqueiro, cada vez mais à vontade.
- Quer saber de uma coisa, seu Pestana? Eu nunca imaginei que um dia iria topar com um
amigo do Genuíno...
- Esse mundo é pequeno, dotô.
- Tem razão. E quem diria que um sujeito como ele iria chegar aonde chegou... –
provoquei.
Mas ele era esperto. Prevenido, cruzou as pernas devagar, concordou com um gesto de
cabeça, coçou o queixo com um „é verdade...‟ pouco convincente e esperou que eu fosse adiante:
- Olha que, pobre como era, vir do Ribeirão para a cidade, naquela época, com um pé na
frente, outro atrás, estudar e se formar não era coisa fácil. O senhor não acha?
- S‟eu não acho? Claro que eu acho. Um sujeito de corage.
Nova espera. Novo silêncio. Estreitando os olhos, ele deixou escapar um leve sorriso de
concordância. E eu prossegui, dando asas à nossa dupla mentira consentida. Mas com cautela.
Estava fascinado. Não queria quebrar o sortilégio. Queria, isso sim, desfrutar daquele momento
mágico; conversar com o homem que convivera com o meu personagem. Isso dava ao fabuloso
Genuíno Tavares uma densidade inesperada, uma consistência de carne-e-osso, muito além da que
eu fora capaz de passar da imaginação para o papel. Por instantes, me parecia estar sonhando. E
não queria acordar.
Aí, o descarado fabricou a mais legítima expressão de pesar e, com o olhar varando o vazio
às minhas costas, como se estivesse enxergando o passado, lamentou:
- Nunca mais tive notícia do Genuíno...
Peitudo mesmo. Em vista disso, resolvi dar corda no palavrório e ver até onde o velhaco
ousaria ir:
- Ele foi para a guerra na Europa. O senhor não sabia?
- Isso eu sabia, mas... o sinhô comprende... já tô c‟a memória meia gasta...
- Foi ser aviador. Lutou pela Inglaterra, contra os alemães. Recebeu até medalha... – eu
completei.
- Eu sube! Agora me alembro!
- E não lhe parece que um herói como esse merecia uma estátua, lá na pracinha do
Ribeirão?
- O sinhô inda não sabe da maió, dotô. Já tão tratando disso... Um tal de... como é mesmo...
de presbi...?
- Plebiscito?
- Isso mesmo! Presbicito.
Meu assombro, embora forjado, era quase verdadeiro, quando exclamei:
- Não me diga!
- Pois eu lhe digo, dotô. É a coisa mais justa. E, se dependê do meu voto, ele ganha...
- Seu Pestana, o senhor não faz idéia de como esta notícia me alegra. Não pensei que fosse
possível... Parece um sonho...
6
- Então, pode pará de sonhá, dotô. É a pura verdade. E o sinhô será convidado.
E, com um gesto elaborado, olhou seu velho relógio de pulso e emendou:
- Agora, se me dá licença... não repare, mas eu já tô atrasado.
- Claro, passe bem, seu Pestana. E apareça.
O velhinho saiu com pressa um tanto demasiada para as circunstâncias, mas com a cara
mais séria deste mundo. Afinal, todo bom mentiroso sabe até onde a mentira pode ser esticada.
E o mais grave é que eu fiquei ali... cristalizado... pensando no discurso que faria na
inauguração da estátua.
Mario Gentil Costa - MaGenCo
7
]
Este Bloco é produzido às quartas-feiras
pelo Ir. Paulo Roberto VMda
ARLS Rei David nr. 58 (GLSC)
Florianópolis - Paulo Roberto
Contato: profqmc@terra.com.br
Victor Brecheret
Escultor ítalo-brasileiro.
Farnese (Itália), 22 de fevereiro de 1894.
São Paulo (SP), 17 de dezembro de 1955.
Victor Brecheret nascido "Vittorio Breheret" (sem a letra 'c' no
sobrenome) em uma pequena localidade perto de Roma, filho de Augusto
Breheret e Paolina Nanni, falecida, quando o pequeno Vittorio tinha apenas seis
anos de idade. Foi adotado na época pela família de seu tio materno, Enrico
Nanni; onde, juntamente com sua família emigrou para o Brasil.
Ainda, moço, frequentou as aulas de entalhe em gesso e mármore do “Liceu de
Artes e Ofícios” de São Paulo, onde mais tarde viria a utilizar o atelier e seus
aprendizes para moldar suas obras. Amadureceu seus conceitos estudando na
Europa, onde entrou em contato com as vanguardas artísticas que ocorriam nas
décadas de 1910 e 1920 naquele continente.
Trabalhou com o escultor italiano Arturo Dazzi, sendo influenciado pela estética
de pós-impressionistas como Ivan Meštrovic‟, croata, e os franceses Auguste
Rodin e Émile-Antoine Bourdelle.
Alguns anos mais tarde, abriu seu próprio atelier na Vila Flamínia, em Roma e, em
1916, teve seu primeiro trabalho homenageado quando apresentou a escultura
“Despertas-Risveglio”, no Salão Scultori Amatori.
Quando estudante do Liceu acima mencionado, Brecheret foi essencialmente um
artesão, executando obras de teor clássico e romântico.
No Brasil, tornou-se "Victor Brecheret" e com mais de trinta anos de idade
recorreu à Justiça para inscrever seu registro de nascimento tardiamente no
Registro Civil do Jardim América (bairro de São Paulo). Assim Brecheret
consolidava a sua nacionalidade brasileira, embora tivesse nascido na Itália.
3 - Maçons Célebres - " Ir Paulo Roberto "
8
Nesta época, em nosso país, este tipo de "regularização" era muito comum entre
imigrantes italianos na primeira metade do século XX.
Na Europa, iniciou uma produção similar a de pós-
impressionistas. Ao entrar em contato com as vanguardas em
curso naquela época no continente europeu. Passou a
expressar sua obra com manifestações vindas do
construtivismo, expressionismo e cubismo, mas nunca
chegando à abstração pura. Em sua fase mais madura, Victor
Brecheret procurou realizar experimentos estéticos que
ligavam a escultura vernacular indígena brasileira com as experiências que
desenvolveu na Europa.
Ligou-se a Emiliano Di Cavalcanti, Mário de Andrade, Oswald de Andrade e
Menotti del Picchia quando voltou ao Brasil e, com eles, participou da introdução
do pensamento vanguardista no Brasil.
Em 1920, convidado pelo governo, elaborou a medalha comemorativa do
Centenário da Independência do Brasil.
Participou da Semana de Arte Moderna de 1922, expondo vinte esculturas no
saguão e nos corredores do Teatro Municipal de São Paulo. A
partir daí manteve paralelamente uma carreira na Europa e em
seu país. Expôs no Salão dos Independentes de Paris e fundou a
“Sociedade Pró - Arte Moderna”.
Ainda, no ano de 1920, ganhou um concurso internacional de
maquetes, para a construção de uma grande escultura em São
Paulo; o futuro “Monumento às Bandeiras”. Quando, em 1923, o
governo do Estado de São Paulo encomendou-lhe a execução da
referida obra de arte, projeto a que Brecheret viria a se dedicar nos vinte anos
seguintes de sua vida. Este Monumento foi a maior obra de Brecheret e demorou
33 anos para ser construído (1920-1953).
Em 1932, Victor Brecheret, torna-se sócio-fundador da Sociedade Pró-Arte
Moderna (SPAM).
Em 1951 foi premiado como o melhor escultor nacional na primeira Bienal de São
Paulo.
A referida criação passou por várias fases, desde a apresentação da “maquete”,
com caracteres “rodanianas”, até sua concepção final, considerada pelos
críticos de arte, como bem mais acessíveis.
Podemos dizer que foram anos e anos de muito trabalho, onde surgiram todos os
tipos de problemas. Contudo, esta caminhada fez com que ele obtivesse uma
evolução artística considerável. Esta concepção, também fez com que não se
ativesse à escolas e nem outros delineares acadêmicos. Fazendo que sua
inspiração se desse sempre em torno de algum mestre, no intuito de obter uma
individualidade de conceito.
9
Foi considerado um dos mais importantes escultores do país. É responsável pela
introdução do modernismo na escultura brasileira. Sua figura ficou marcada pela
boina que costumava vestir, ressaltando uma imagem tradicional do "artista".
Algumas esculturas do autor, nos mais diversificados ambientes:
"Graça", exposta na Galeria Prestes Maia, em São Paulo.
“Anjos” no túmulo da Família Scuracchio,
Cemitério São Paulo.
“Túmulo de Olívia Guedes Penteado ”,
Cemitério da Consolação (SP).
10
Obras
Finalmente, entre suas obras, destacam-se:
 "Idolo" (1921)
 "Fauno" (1942)
 "Depois do Banho" (1945)
 "O Índio e Sasuapara" (1951)
 "Monumento às Bandeiras" (1953)
 "Monumento a Duque de Caxias" (1960)
Maçonaria
Victor Brecheret, segundo alguns autores, curiosos e biógrafos sobre a
maçonaria, teve sua Inic.: realizada em 12 de outubro de 1920, na Loja
“Amizade”, do Or.: de São Paulo, fundada em 13 de maio de 1832.
Entretanto, pouco se sabe de sua vida na Inst.:, assim como, a de outros IIr.:
pertencentes a referida Ofic.:; tendo em vista, que grande parte da
documentação pertinente a seus OObr.: foi considerada perdida ou
desaparecida pela Loj.: em questão, quando de seu reerguimento de CCol.:.
11
Breve História da Maçonaria Portuguesa. Os
primeiros 70 anos.
Arnaldo M. A. Gonçalves, 30,
R:.L:. Luz do Oriente, nº 80, GLLP/GLRP
Macau -
A história da Maçonaria enquanto Fraternidade Iniciática e Simbólica está ligada à
expansão das ideias matrizes do Iluminismo, da procura da Razão e do aperfeiçoamento
humano e da sociedade, que adquirem relevância na Europa do Século XVIII.
Movimento que emerge em reacção às ideias que preponderaram, em séculos
anteriores, de unidade natural dos dois poderes, o espiritual pertença da Igreja e o
temporal, encarnado na pessoa do suserano. Unidade prevalecente na natural
subordinação de todos os homens, enquanto povo cristão, ao domínio dual formado por
aqueles dois, por divina predestinação.
Estas ideias difundiram-se através das letras e da vulgarização da experiência da leitura
e da criação, em toda a Europa, de novas instituições e organizações onde podiam ser
aprofundadas e discutidas as novas ideias. Algumas dessas instituições como as lojas
maçónicas, as academias e as sociedades eruditas representavam interesses formais,
sendo a admissão cuidadosamente controlada. Outras como as conferências públicas,
cafés, bibliotecas por empréstimo, exposições de arte, representações operárias e
teatrais tinham natureza mais ou menos comercial, tendo a elas acesso quem pudesse
pagar, banalizando-se assim o acesso de todas as classes sociais às mesmas ideias.
Marco primeiro da instituição da Fraternidade dos Franco-maçons ou dos Pedreiros
Livres foi a existência, no início do século XVIII, em Londres, de quatro Lojas maçónicas
formadas por maçons aceites, qualificativo que os distinguia das confrarias ou
associações de construtores – masons - que detinham os segredos da construção e do
talhe das grandiosas catedrais da Idade Média que se designavam por maçonaria
operativa. As lutas fratricidas que marcaram a história da Inglaterra durante os séculos
XVII e XVIII conduziram os espíritos mais abertos e inquietos, descrentes nos partidos
que se digladiavam no palco político, a procurar nos círculos maçónicos e no exercício
especulativo da ritualística a procura “simbólica” de um objectivo de perfectibilidade que
anda, desde sempre associada à dimensão do Homem e que marca um dos traços mais
característicos do iluminismo. Em Fevereiro de 1717, as quatro Lojas inglesas sentiram a
necessidade de se agruparem, associando-se numa Grande Loja, presidida pelo Mestre
mais antigo. Assim, a 24 de Julho – Solstício do Verão e Festa de S. João – foi eleito
como Grão-mestre, o aristocrata Anthony Sayer. Ficou também estabelecido que os
privilégios e obrigações da maçonaria seriam não exclusivos dos mestres construtores –
4 - Breve história da maçonaria portuguesa.
os primeiros 70 anos - Ir Arnaldo Gonçalves (Macau )
12
como ocorria na tradição da maçonaria operativa - mas seriam comuns a todos os
homens que fossem regularmente iniciados na maçonaria. “Homens livres e de bons
costumes” que viriam a exercer, nas lojas, os antigos mesteres e tradições dos
construtores dos templos, reconhecendo-se entre si por sinais, toques e palavras e
cultivando a interpretação do simbólico e por ela, buscando a “verdade oculta”i
.
Em 1723, a Grande Loja publicaria os Estatutos de Anderson, que representam, desde
então, a constituição mater da Franco-Maçonaria universal, estatutos que definem e
estabelecem as regras e deveres dos Maçons perante a Ordem e para com os outros,
travejando numa base normativa os princípios da tolerância, da concórdia, do pluralismo
e eximindo-se de tocar em matérias que, como a política e a religião, haviam envolvidos
os saxões em guerras fratricidasii
.
De Londres, a Maçonaria espalhou-se por toda a
Inglaterra e daí para a França, Países Baixos, Rússia,
Suécia, Dinamarca, Espanha, Itália, Suiça, Turquia e
França. A Portugal terá chegado entre 1735 e 1743, não
havendo documentos concretos que comprovem o ano
exacto da sua consagração. Oliveira Marques, conhecido
historiador português, dá contaiii
que talvez em 1727
tenha sido fundada, por comerciantes britânicos que
viviam em Lisboa, uma loja que foi registada nos arquivos
da Inquisição como a “Loja dos Hereges Mercantes”,
sugerindo a condição dos seus membros como
protestantesiv
. Esta loja viria a regularizar-se em 1735,
pedindo a sua admissão à Grande Loja de Londres, onde
obteria o número 135 e, posteriormente, o 120. Uma
segunda loja terá sido fundada, em 1733, por iniciativa de
George Gordon, enviado pela maçonaria inglesa para a
multiplicação de lojas no estrangeiro, que funcionassem
como elementos de propaganda maçónica e de influência
do seu paísv
. A loja adoptaria o nome de “Casa Real dos
Pedreiros-Livres da Lusitânia” sendo constituída,
predominantemente, por irlandeses, entre mercadores e
mercenários do exército português, mas também por marítimos, médicos, um frade
dominicano e um estalajadeiro. Em 1738, ao ser promulgada a bula condenatória da
maçonaria de Clemente XII (In Eminenti Apostolatur Speculate), a loja viria a dissolver-
se, mas alguns dos maçons transitariam para a primeira lojavi
. Uma terceira loja seria
fundada em Lisboa, em 1741, pelo lapidário de diamantes John Coustos, nascido na
Suiça, mas depois naturalizado inglês. Durante os dois anos em que a loja funcionou,
esta veria o seu quadro constituído por uma trintena de estrangeiros residentes em
Portugal, alguns dos quais franceses, mas também ingleses, um belga, um holandês e
um italiano, sendo de crer que terá iniciado, também, portugueses letrados e gente da
alta sociedade lisboeta, simpatizantes das ideias do Iluminismo professadas pelos
gentis-homens, um pouco por toda a Europa.
John Coustos viria, assim, a desempenhar um papel central nos primórdios da
maçonaria portuguesa, sendo objecto do interesse do Santo Ofício, o qual terá resultado
de indicações da Imperatriz austríaca e católica Maria Teresa, obstinada pela
perseguição e ilegalização das associações de franco-maçons austríacas e das suas
ramificações, consideradas centros de influência protestante inglesa. Essa influência era
contrária aos interesses das famílias dinásticas europeias, de profissão católica. Coustos
13
foi preso em 14 de Março de 1743 conjuntamente com outros maçons da sua loja e o
seu processo no Santo Ofício, como dos Irmãos Mouton, Bruslé, Richard e Boulanger
revela-se ainda hoje de grande interesse documental para a percepção da sociedade
portuguesa do século XVIII.
Coustos não era um Maçom qualquer. Nascido em Berna em 1703 de uma família
protestante vivera como emigrante em França e depois em Inglaterra, onde casara com
uma inglesa. Tendo sido iniciado em 1730, numa loja londrina, viveu os cinco anos
seguintes em Paris, tornando-se Venerável Mestre de uma das lojas e presidindo à
iniciação do Duque de Villeroy. Decidido a emigrar para o Brasil veio para Portugal, a fim
de partir, via Lisboa, para o outro lado do Atlântico. Tendo gostado de Lisboa, instalou-
se aqui como lapidário de diamantes, tendo contactado uma das lojas localizadas em
Lisboa.
Segundo relatos contraditóriosvii
, a actividade florescente do lapidário terá despertado a
inveja de Madame Leruitte, mulher de um ourives do mesmo distrito, a qual o denunciou,
em Outubro de 1742, ao Santo Ofício, como franco-maçon e organizador de reuniões
maçónicas. A Inquisição avançou sobre ele e outros membros da Loja em Março de
1743, depois do governo real promulgar um decreto ilegalizando a maçonaria e punindo
a adesão à organização com a pena de morte Interrogado, durante um longo período,
acerca dos ritos e procedimentos da loja, Coustos foi posteriormente submetido a
diversas torturas. São contraditórios os documentos históricos se terá revelado ou não
segredos rituais e identificado outros maçons. Coustos afirmou mais tarde nunca ter
quebrado o juramento maçónico como Hiram Abif o não fizeraviii
. Levado a julgamento,
em 21 de Junho de 1744, na igreja do Convento de S. Domingos, foi acusado de
protestante e herético, de ter ofendido os católicos portugueses ao constituir uma loja
maçónica em que era proclamada a heresia de que professavam a “melhor religião”,
porquanto fundada na tolerância religiosa. Interpelado a fazer uma abjuração pública,
não foi sentenciado à morte, mas condenado a cinco anos de trabalhos forçados nas
galés. Ao mesmo tempo, assinou uma declaração comprometendo-se a nunca revelar o
que lhe havia acontecido, quando posto sob prisão da Inquisição.
Conjuntamente com Coustos, foram julgados em auto de fé 22 homens e 11 mulheres,
tendo a ele assistido, segundo relata Borges Grainhaix
el-rei D. João V, os seus filhos e
toda a corte, o Núncio Apostólico e vários embaixadores sedeados junto à Corte.
Dado o presumido leque de conhecimentos de John Coustos com a elite da aristocracia
europeia, o embaixador britânico em Lisboa, Lord Charles Compton, foli chamado a
interferir em seu benefício, por ordem directa do Rei inglês, Jorge II. Compton transmitiu
ao Rei de Portugal o desejo de Sua Majestade, o Rei de Inglaterra, de ver libertado
Coustos, cidadão inglês. Lord Compton avistou-se com o Cardeal da Mota, valido do Rei
e com o Inquisidor-Mor, o Cardeal Nuno da Cunha. Coustos foi na verdade libertado em
Outubro de 1744, tendo sido colocado de imediato no navio O Diamante com destino a
Inglaterra. Aí ao contrário do que prometera quebou o compromisso de silêncio perante
a Inquisição, publicando em 1746, um livro, “The unparalleled sufferings of John
Coustos” em que denunciou, com ilustrações várias, as torturas que havia sido alvo sob
prisão. O livro teve grande impacto em Inglaterra, fazendo aumentar a aversão dos
britânicos à Inquisição e aos métodos usados pelos monarcas católicos, reforçando por
outro lado a simpatia dos ingleses para com a maçonariax
.
A perseguição iniciada em 1743 com a prisão e tortura de vários outros membros da sua
loja conduziria ao desmantelamento desta primeira tentativa de instalação maçónica em
14
Portugal. A própria loja dos “Hereges Mercadores” entraria em fraca actividade,
abatendo colunas em 1755xi
.
Em 1751, o Papa Benedito XIV lançaria uma nova bula contra os maçons, Providas
Romanorum, reiterando a bula de 1738 do seu predecessor Clemente XII, a pedido,
segundo vários relatos, dos reis de Espanha e de Nápoles. A bula seria seguida de
decretos reais dos dois monarcas suprimindo a maçonaria nos respectivos países, o que
favorecia as condições para incitar o Santo Ofício à vigilância e à perseguição.
A maçonaria portuguesa só se libertaria desta pressão na
década de 1760-70, no governo do Marquês de Pombal.
Refere Borges Grainha que durante o seu governo os
maçons não voltaram a ser perseguidos, nada se
encontrando sobre eles nas listas condenatórias da
Inquisição nem em relatórios da intendência da polícia.
Segundo relatos da época transcritos por Oliveira Marques
o novo Ministro nunca permitiu que a Inquisição
perseguisse os franco-maçons, defendendo assim os
direitos do seu Amo contra a usurpação dos eclesiásticos.
A maçonaria terá, assim, retomado força e vigor,
desenvolvendo-se sobretudo no exército, na aristocracia e nas classes instruídas. É
provável que Sebastião José de Carvalho e Mello, o Marquês, antes de ser ministro de
D. José, tenha tido ocasião enquanto embaixador em Londres de frequentar meios e
círculos aristocráticos favoráveis à maçonaria, mas não existe prova documental que
tenha ali sido iniciado em Inglaterra na arte realxii
. O recrutamento pelo Marquês de
vários cidadãos estrangeiros, designadamente de países protestantes, para o exército, a
indústria e outras actividades económicas terá, na verdade, propiciado condições para a
expansão das lojas. É possível, também, que membros das classes abastadas
aproveitassem a permanência durante algum tempo no estrangeiro para serem
iniciados. Tal é o caso dos diplomatas António de Araújo de Azevedo (Conde da Barca),
João Paulo Bezerro de Seixas, Alexandre de Gusmão, D. Rodrigo de Sousa Coutinho,
Martinho de Melo e Castro e Alexandre de Sousa Holstein. Em 1762, chega a Lisboa o
Conde Schaumburg de Lippe, Friedrich Wilhelm Ernst, alemão, convidado para
comandar e reorganizar o exército português, dada a sua experiência no exército
britânico. O Conde de Lippe era príncipe de um pequeno Estado alemão, referindo
expressamente a sua biografia (escrita anos mais tarde por Keller) que se trataria de um
maçom iniciado na Alemanha. Em 1763, haveria em Lisboa pelo menos uma loja de raiz
inglesa, trabalhando sem autorização de qualquer Grande Loja, existindo duas oficinas,
uma de obediência francesa e uma outra constituída por militares e civis. Haveria uma
Loja em Elvas, chefiada pelo Barão Von Rieppe e outra em Valença. Em 1768, seria
fundada no Funchal por iniciativa de Barthélemy Andrieu du Boulay uma loja constituída
por franceses, ingleses e por portugueses pertencentes à nobreza e alta burguesia local
como Ornelas Frazão, Luís Herédia, Joaquim António Pedrosaxiii
.
A pujança do desenvolvimento da maçonaria durante o governo do Marquês de Pombal
coincide com a expulsão da Ordem de Jesus de Portugal, a quem estava entregue o
aparelho educativo resultando na confiscação de vários bens do riquíssimo património
da Ordem. Tal facto seria mais tarde usado pelas autoridades eclesiásticas portuguesas
contra a maçonaria, pretextando a sua influência na perseguição dos jesuítasxiv
.
Morto El-Rei D. José, em 24 de Fevereiro de 1777, sucede-lhe no trono D. Maria I e com
ela regressa a intolerância religiosa e política contra os franco-maçons. O Marquês de
Pombal é deposto e exilado e vultos maiores do pensamento intelectual português,
15
como Filinto Elísio, Ribeiro Sanches, Avelar Brotero, são forçados a fugir do país. Outras
figuras importantes, como José Anastácio da Cunha, João Manuel d’Abreu e Manuel do
Espírito Santo Limpo, segundo refere Latino Coelho são presos pelo Santo Ofício, que
recebera um alento com a expulsão do Marquês de Pombal para novas perseguições e
actos de repressão, e condenados em auto de fé. A acção persecutória contra a
maçonaria tem no Intendente Pina Manique um instrumento privilegiado.
Pina Marque (ao lado) era profundamente anti-iluminista e opositor às ideias da
Revolução Francesa que considerava uma ameaça para a
Coroa e para as monarquias católicas e defendia o ponto de
vista que se podia impedir que estas ideias grassassem em
Portugal, se fossem presos ou expulsos os franco-maçons e
se fosse proibida a circulação de livros e jornais
estrangeirosxv
. Nos 25 anos que esteve à frente da
Intendência da Polícia, Pina Manique desenvolveu uma
perseguição sistemática contra as lojas maçónicas existentes
em Lisboa, Coimbra, Valença, Funchal, Porto, de que faziam
parte, segundo os próprios relatos da polícia, comerciantes,
militares, padres, e outras profissões, levando à prisão de
inúmeros figuras de prestígio como o lente José Anastácio da
Cunha ou Manuel do Espírito Santo Limpoxvi
. O período mais grave terá sido entre 1791-
2, em que tiveram lugar várias prisões entre as quais as do secretário de estado da
Marinha e do Ultramar Martinho de Melo e Castro, o segundo marquês de Pombal e o
Juiz da Índia e Mina, D. José de Noronha. Seguir-se-ia o abatimento de colunas de
várias lojasxvii
.
Com o desembarque de um corpo expedicionário inglês, em Junho de 1797, para apoio
na guerra contra a França, a actividade maçónica renasce através da constituição de
quatro lojas inglesas em Lisboa, três das quais estão ligadas a regimentos e uma quarta
reúne elementos civis e militares, portugueses e ingleses. As lojas, refere Oliveira
Marquesxviii
, encontravam-se filiadas na Grande Loja de Londres, com os números 94,
112, 179 e 315. Esta última tem interesse do ponto de vista histórico pois aquando da
autonomização da maçonaria portuguesa é a Loja nº1, como o nome “União”. É provável
que funcionassem já nesta altura lojas sem reconhecimento, em vários pontos do país,
devido a esforços conjugados de maçons alemães, ingleses e outros. Depois da
chegada dos exilados franceses terá aumentado seguramente a influência das ideias
francesas junto da maçonaria portuguesa, predispondo à reorientação da maçonaria
para uma orientação agnóstica, ou liberal idêntica à seguida pelo Grande Oriente de
França.
O segundo período de perseguição à maçonaria industriou os maçons portugueses a
serem prudentes no desenvolvimento da sua actividade, levando-os a mudar
frequentemente de local de reuniões, disfarçando a natureza secreta das mesmas e
aproveitando barcos ancorados no estuário do rio Tejo para reuniões dessa natureza.
Borges Grainha faz referência a uma reunião em 1797xix
, a bordo da fragata Fénix,
reunindo maçons ingleses, franceses e portugueses, a qual conduziu à constituição da
loja Regeneração, de que foram Veneráveis Mestres o literato francês Pope, o major
André Inácio Reixa da Costa e José Maria d’Aguilar Córdova. Desta loja surgiriam mais
tarde cinco lojas, entre as quais a Fortaleza, a que pertenceu José Liberato de Carvalho.
Até 1804, foram criadas outras lojas que conseguiram agregar para além de
mercenários do exército, comerciantes, industriais e figuras do próprio clero e notáveis
da intelectualidade portuguesa como Ribeiro Sanches, Avelar Brotero, o abade Correia
16
da Serra, Filinto Elísio, Domingos Vandelli e vários outros. O crescimento da maçonaria
em Portugal no início do século XIX justificou que se evoluísse da Comissão de
Expediente, que geria a fraternidade para uma organização do tipo britânica ou
francesa.xx
Em 1801, realiza-se no Calvário, no palácio de Gomes Freire
de Andrade, então ausente no estrangeiro, uma reunião
maçónica que terá juntado cerca de 200 maçons. Tomou a
presidência o Padre José Joaquim Monteiro de Carvalho
Oliveira, Cavaleiro Escocês, 10º na ordem dos doze em que se
dividia então a maçonaria, e Venerável Mestre da Loja
Concórdia, tendo-se gerado consenso sobre a necessidade de
ser criada uma Grande Loja ou um Grande Oriente. Uma
comissão constituída por Hipólito Furtado de Mendonça, José
Monteiro de Carvalho e Oliveira e José Ferrão de Mendonça e
Soares avistou-se com o secretário da Fazenda, Rodrigo
Sousa Coutinho, obtendo a promessa que a maçonaria não
seria perseguida. Para o efeito deslocou-se a Londres, em 1802, Hipólito José da Costa
(ao lado), que negociou e obteve o reconhecimento da maçonaria portuguesa de forma a
se constituir em Grande Oriente Lusitano.
Os textos britânicos que mencionam este episódio referem a existência em Maio de
1802 de quatro lojas já estruturadas em Grande Loja. A Grande Loja de Inglaterra
(Antiants) aprovou a petição portuguesa assinando-se um tratado segundo o qual as
lojas portuguesas se conformavam às antigas Constituições da Ordem estando
autorizados a terem um representante na Loja-Mãe de Inglaterra e esta um
representante na Grande Loja de Portugal, tendo os Irmãos de uma iguais privilégios na
outra. O tratado foi assinado a 9 ou 12 de Maio de 1802. Idêntica iniciativa terá sido
desenvolvida junto do Grande Oriente de Françaxxi
.
Hipólito José da Costa foi preso no regresso a Portugal e confiscados os documentos
que trazia. No Verão de 1804, teve lugar uma dieta ou assembleia formal, que decretou
a constituição do Grande Oriente Lusitano e elegeu como seu primeiro Grão-Mestre, o
desembargador Sebastião José de São Paio de Melo e Castro Lusignan, neto do
Marquês de Pombal, com o nome simbólico de Egas Moniz. Incorporavam ainda a
direcção do Grande Oriente, o Frade Liberato Freire de Carvalho, como Grande Orador,
o General Gomes Freire de Andrade e Rodrigo Pinto Guedes, ajudante d’Ordens do
Marquês de Niza.
Dois anos mais tarde, em Julho de 1806, foi votada a
primeira Constituição maçónica portuguesa, constituída por
199 artigos, agrupados em catorze capítulos. A Constituição
de 1806 estruturava o sistema legislativo com duas câmaras,
uma Câmara dos Veneráveis e outra dos Representantes, o
que na prática absorvia os poderes executivo e jurisdicional.
A Constituição foi votada por representantes de oito lojas
portuguesas: União nº 1, Regeneração nº 2, Virtude nº 3,
Amizade nº 5, Concórdia nº 6, Fidelidade, Amor da República
e Beneficência. O sistema bicamarário, introduzido pela 1ª
Constituição Maçónica, veio a ser replicada por quase todos
os textos constitucionais portugueses – a Carta
Constitucional de 1826, as Constituições de 1838, 1911 e
1933. A Constituição Portuguesa de 1976 retomou o sistema
17
unicamarário de 1822. A Constituição Maçónica de 1806 adoptou o Rito Francês como
rito oficial e exclusivo do Grande Oriente Lusitano. O Rito Simbólico Regular parece
também ter sido utilizado numa loja de exilados existente em Inglaterra, durante o
reinado de D. Miguel.
O Rito escocês Antigo e Aceite foi introduzido em Portugal, em 1837, no sistema de três
graus. Essa introdução terá se devido à Grande Loja de Dublin (Irlanda) que intregrava a
Loja de Regeneração nº 1 localizada em Portugal. Na sua formulação, em 33 graus, o
Rito Escocês foi introduzida para toda a maçonaria portuguesa por iniciativa de Silva
Carvalho e da Loja Fortaleza.
Em resumo, os primeiros setenta anos da maçonaria portuguesa são marcados, em
primeiro lugar, pela intervenção de maçons da Grande Loja de Londres, que está no
processo de criação de lojas visando a criação de um distrito dependente da Grande
Loja, facto que se pode explicar quer pelo reduzido número de Mestres portugueses,
quer por razões de legitimidade na transmissão da regularidade maçónicaxxii
. Grande
parte destes anos é marcada por anos de desenvolvimento seguidos de perseguição
das actividades maçónicas por parte da Inquisição e depois da polícia, as quais foram
consideradas contrárias aos interesses da Igreja e do Papado. O patrocínio que a
maçonaria encontrou no governo do Marquês de Pombal foi mais tarde usado contra a
maçonaria, acusada de participar em actividades anti-católicas e na perseguição dos
jesuítas e das ordens religiosas, o que é contraditado pela natureza católica do
pensamento iluminista do Marquês de Pombal.
Nota:
antes publicado na revista Pietre Stone in
http://www.freemasons-freemasonry.com/arnaldoG.html
18
Ir Jorge Otávio Daniel
Foz do Iguaçú - PR.
Alguém já disse que, em qualquer bloco de pedra ou tronco de madeira, esconde-se
uma bela escultura, quem quiser vê-la deverá remover os excessos, as partes que a
escondem. A pedra bruta é o bloco a que me referi no título. É uma massa disforme,
compacta, dura que no seu interior esconde uma escultura maravilhosa, mas para isso
precisa ser desbastada.
O tema que me propus, deverei falar, sobre o desbaste da pedra bruta. Confesso que,
quando li o título, fiquei preocupado. Preocupado pela importância que dou ao
simbolismo, que é a base filosófica de nossa instituição. Preocupado por ter que
transmitir em um trabalho de instrução algo que considero da mais alta importância para
nós maçons, o desbastar da pedra bruta é simplesmente a razão, o motivo da nossa
iniciação, é o conhecimento adquirido quando, em nossa iniciação, a partir do momento
em fazemos nosso juramento e, que batemos por três vezes com o maço e cinzel sobre
a pedra bruta, temos a obrigação de transformar uma pedra bruta em pedra polida. A
compreensão, o entender consciente do significado daquele simbolismo é o que vai
determinar no iniciando o estar maçom ou o ser maçom.
Quando um artista se propõe a fazer uma obra de arte ele parte de uma inspiração que
o motiva a execução da obra. O motivo que o leva a idéia da obra pode ser o mais
variado, desde a escuta de uma peça musical, a leitura de poema ou até mesmo um
sonho. Criada a idéia o artista parte em busca do material no qual irá executar a obra. A
escolha do bloco de pedra para fazer a escultura irá facilitar ou dificultar seu trabalho. Se
o bloco de pedra bruta tiver semelhas com sua idéia será mais fácil, exigira menor
desbaste para chegar a forma final, mas seu ponto de partida será sempre a pedra bruta
e a idéia.
Podemos comparar a escolha da pedra, para a escultura, com o trabalho do MM:. ao
indicar um profano para ser iniciado. Assim como o artista procura uma pedra que
esteja, na sua rusticidade, o mais próximo de sua idéia, o MM:. irá indicar para ser
iniciado alguém que já tenha as condições mínimas para ser um maçom. Após a
iniciação o aprendiz passará a ser o artesão que iniciará sua auto-escultura, irá
desbastar a si próprio. Trabalho esse que será realizado com o maço, o cinzel e a régua
de 24 polegadas e, como artesãos exigentes, todos nós iniciamos um trabalho mas
nunca damos por concluído.
Estamos constantemente descobrindo pequenas arestas que nos levam a novos
desbastes. Quanto mais exigente for o artesão melhor ficará a escultura.
5 - "desbastando a pedra bruta "
19
Thomas Hobbes, filósofo inglês do século XVI, em suas leis da natureza, que são
princípios estabelecidos pela razão ele diz: “cada homem deve fazer um esforço para
acomodar-se com os outros.”
Os instrumentos recebidos pelo aprendiz maçom, o maço, o cinzel e a régua de 24
polegadas, tem um grande significado simbólico e é com eles que o aprendiz irá fazer o
seu trabalho de desbaste da pedra bruta.
O maço representa a força necessária para executar qualquer trabalho, força é energia,
sem energia o mundo não existiria. Sem energia nada existe. A teoria mais aceita da
origem do universo, o big-bang, teria sido uma enorme explosão energética. Para
vivermos nosso corpo necessita também de energia que adquirimos pela oxidação em
nossas células. Mas a força que precisamos para nossa auto-escultura é a força de
vontade, é a coragem para admitir que existem coisas em nós que precisam ser
mudadas. Ver defeito nos outros é fácil, mas admiti-los em nós é bem mais difícil.
O cinzel é o instrumento de corte usado para remover, com o auxilio, do maço as lascas
de pedra. O trabalho do cinzel depende da força, nele aplicada, pelo maço. O cinzel
deve ser para nós a capacidade de enxergar aquilo que precisamos mudar, deve ser a
nossa autocrítica que apoiada pela força de vontade que fará com que consigamos o
desbaste necessário de nossa pedra bruta.
A régua de 24 polegadas, poderemos usá-la como um instrumento de comparação, já
que é um instrumento de medida, servirá para comparar e aferir os desgastes
necessários, evitando que os desbastes sejam exagerados ou muito limitados. Será
nossa consciência aliada a um bom senso nos guiando na realização do trabalho. Este
trabalho deverá ser consciente e racional, a emoção é importante para dar ao homem
sensibilidade necessária para admirar o belo mas a razão deve frear suas
impetuosidades e dominar as explosões emocionais.
Para complementar e auxiliar em nosso trabalho devemos também usar de alguns
recursos que estão a nossa disposição e, são da maior importância. O principal
deles é o cultivo da fraternidade, base fundamental de nossa instituição. Não esquecer
de ter sempre em mente que a tolerância e a ética são indispensáveis para o convívio
em grupo. Tudo isso associado a leitura de bons livros nos fará crescer
intelectualmente, dominar nossas paixões e fazer progresso na maçonaria.
Jorge Otavio Daniel
Contato: jorgeodaniel@gmail.com
Foz, 3/5/05
20
O presente bloco
é produzido pelo Ir. Pedro Juk.
Loja Estrela de Morretes, 3159
Morretes - PR
esclarecimento sobre resposta
O Respeitável Irmão Dener Carvalho Gersanti, membro da Loja Fraternos da Conceição, nº 11,
REAA, GLMMG, Oriente de Conceição de Aparecida, Estado de Minas Gerais com base em
resposta dada e publicada no JB NEWS, solicita esclarecimento.
dener.gersanti@ymail.com
Estimado Irmão: Lendo a resposta dada pelo Irmão Pedro Juk no JB News
1.016, gostaria de perguntar como se pede para "cobrir o Templo", ou como seria o certo
de se fazer, mencionado no texto abaixo pelo Irmão.
Ainda na questão de estar cobertos, ou a coberto, muitos rituais e manuais ainda insistem
no engano de se referir "cobrir o Templo" para aqueles que porventura precisem se retirar
dos trabalhos. É comum observarmos ainda a chula manifestação:
"Irmão Mestre de Cerimônias fazei os Aprendizes cobrirem o Templo, ou fazei com que o
Irmão Fulano de Tal cubra o Templo". Ora, os que precisem se retirar pela ocasião
momentânea não cobrem o Templo, porém eles terão o Templo a eles coberto. Quem
cobre o Templo, é o Cobridor. Se os Aprendizes cobrissem o Templo, então os demais é
que deveriam sair do recinto e eles ficariam diante da porta pelo lado interno cobrindo o
Templo! Veja se isso faz sentido.
ESCLARECIMENTO:
Quando um obreiro tiver a necessidade premente de se retirar dos trabalhos, estando ele
nas Colunas, em momento oportuno ele pede ao Vigilante da sua Coluna que por sua vez
solicita ao Venerável. Se o obreiro estiver posicionado no Oriente ele pede diretamente ao
Venerável. Nesse sentido o solicitante se faz anunciar pela forma de costume e,
autorizado a falar ele assim se pronuncia informando a razão: “(...) que o Templo me seja
coberto temporariamente ou definitivamente” se for o caso.
6 - Perguntas & Respostas
21
“No caso da ordem partir do Venerável para que o Templo seja coberto a algum obreiro
ele assim ordena: Irmão Mestre de Cerimônias. Fazei com que o Templo seja coberto ao
Irmão Fulano de Tal”, definitivamente ou temporariamente.
Dados esses procedimentos o Irmão Mestre de Cerimônias em qualquer dos casos
conduz o retirante. O Cobridor Interno abre a porta para passagem. Concluído o ato o
Cobridor fecha a porta cobrindo o Templo.
T.F.A.
PEDRO JUK
jukirm@hotmail.com
JUNHO/2013
Na dúvida pergunte ao JB News ( jbnews@floripa.com.br )
que o Ir Pedro Juk responde ( jukirm@hotmail.com )
Não esqueça: envie sua pergunta identificada pelo nome completo, Loja, Oriente, Rito e Potência.
22
Notícias do GOSC
"Análise da Execução das Ações Estratégicas do GOSC", foi o tema dissecado
pelo Irmão João Paulo Sventnickas, Poderoso Grão-Mestre Adjunto daquela
Potência, nesta última segunda-feira (17) no Templo da Loja Fraternidade
Catarinense, perante as lojas da 1a. Delegacia do REAA. A sessão em Grau de
Aprendiz Maçom, abrangeu as Lojas Fraternidade Catarinense nr. 9, Lara Ribas
66, Fraternidade Universal nr. 77 e Expedicionário Nilson Vasco Gondim nr.
111.
Estiveram presentes, além do Pod:. Grão Mestre Adj:. Ir:. João Paulo Sventnickas,
do delegado do GM Ir Rubim Édson Silvério, os Veneráveis e Obreiros das
Lojas envolvidas.
O nosso correspondente, Ir Roberto Borba esteve presente, registrando-se ainda
as habilidades fotográficas do Ir:. Airton Cesar Menezes, através do link a seguir.
https://picasaweb.google.com/MenezesAirton/PalestraJoaoPauloSventnickas?authkey=Gv1sRgC
Mm_1N2wwryBEQ&feat=email
7 - destaques jb
23
24
"O Malhete"
O JB News agradece o recebimento do Jornal Eletrônico "O Malhete" nr. 48" de
junho de 2013, já rodando pela internet.
25
ACADEMIA CATARINENSE MAÇÔNICA DE LETRAS
Fundada em 21 de abril de 1989
Rua dos Ilhéus, 38 – Edifício APLUB – 1º andar
Caixa Postal 30 – Fone: (48) 3952-3300
CEP 88010-320 – Florianópolis – Santa Catarina
www.acml.org.br
EDITAL DE CONVOCAÇÃO
A Academia Catarinense Maçônica de Letras, através de seu Presidente, Acadêmico
Ademar Valsechi, em conformidade com o Estatuto e Regimento Interno, convoca os Ilustres
Acadêmicos Membros da Administração da “ACML” para a reunião administrativa a realizar-se
no dia 28 de junho (sexta-feira) do corrente ano, as dezenove horas, tendo como local o Salão
de Festas do Edifício APLUB, 10º, sito a Rua dos Ilhéus, 38, n/Capital.
ORDEM DO DIA
1. Informação da Secretaria de correspondências recebidas e expedidas bem como
atos, portarias, atos de comissões, etc.
2. Balancete da situação financeira e planilha dos pagamentos de cada Acadêmico e
abertura de conta bancária entre outros assuntos.
3. Parecer da Comissão de Pareceres (ato n° 002/2013 do Presidente da ACML) sobre
inscrição de candidatos a cadeiras vagas conforme Edital n° 001/2013 de 05/06/2013.
4. Elaborar calendário para programação da ACML exercício 2013, incluindo a posse de
novos Acadêmicos.
5. Palestra do Presidente da ACML, Acadêmico Ademar Valsechi (cad. n° 4) sobre
“Como e Porque a Maçonaria Passou de Operativa a Especulativa”.
6. Outros assuntos de interesse da “ACML” e da Ordem.
Acadêmico José Carlos Pacheco
Secretário
26
ACADEMIA CATARINENSE MAÇÔNICA DE LETRAS
Fundada em 21 de abril de 1989
Rua dos Ilhéus, 38 – Edifício APLUB – 1º andar
Caixa Postal 30 – Fone: (48) 3952-3300
CEP 88010-320 – Florianópolis – Santa Catarina
www.acml.org.br
Florianópolis, 05 de junho de 2013.
Edital n° 001/2013
A ACADEMIA CATARINENSE MAÇÔNICA DE LETRAS, através de seu Presidente,
Acadêmico Ademar Valsechi, no uso de suas atribuições estatutárias e de acordo com o
Regimento Interno e decisão de Assembléia Geral, declara vaga cadeiras, e abre inscrição
para o preenchimento das mesmas na ACML, cujos Patronos são, Esperidião Amin Helou
Filho (cad. n° 11), último ocupante Acad. Doralécio Soares (falecido), Cantídio Quintino
Regis (cad. n° 1), vaga com desligamento do Acad. Emmanuel Marcos Cruz e Prado e Luiz
Delfino dos Santos (cad. n° 28), vaga com desligamento do Acad. Pedro Moacyr Mendes
de Campos, cujos requisitos para o preenchimento são os seguintes:
1. Os candidatos ao preenchimento dessas vagas deverão ser apresentados por três
Acadêmicos Membros Efetivos e satisfazer os requisitos definidos no art. 77, do
Regimento da Academia a saber:
a) Ser mestre Maçom no mínimo há três anos;
b) Residir no Estado de Santa Catarina;
c) Comprovar ser membro ativo, honorário ou remido de uma loja Maçônica
Simbólica de qualquer obediência regular;
d) Ter idade superior a 30 (trinta) anos (cópia da Carteira de Identidade);
e) Ter prestado relevantes serviços á cultura em geral e à Maçonaria em particular;
f) Ter publicado trabalhos literários em jornais ou revistas maçônicas ou
profanas;
g) Preencher cadastro oficial juntando Curriculum Vitae Maçônico e Profano.
2. Publicado o Edital para admissão de Membros para a ACADEMIA e de acordo com
o artigo 84 do Regimento Interno e parágrafos observar o seguinte:
a) O prazo para resposta à indicação será de 30 (trinta) dias a partir da publicação
do Edital;
b) Encerrado o prazo, o Presidente da ACADEMIA encaminhará a(s) proposta(s)
recebida(s) à Comissão de Pareceres, para pronunciar-se a respeito da
legalidade da documentação dos candidatos;
c) Recebido o parecer da Comissão de Pareceres, o Presidente da ACADEMIA
convocará uma reunião da Diretoria para examinar a aprovação ou rejeição do
encaminhamento da(s) candidatura(s) à Assembléia Geral Extraordinária para
decisão;
d) Aprovado pela Assembleia o candidato será comunicado da data e local da
posse.
27
3. Para ser admitido como Membro Efetivo, o candidato, depois de aprovado e antes
de ser empossado, deverá cumprir as seguintes exigências de acordo com o art. 95
do Regimento Interno:
a) Efetuar a Tesouraria o pagamento equivalente ao valor de um salário-mínimo,
vigente no país, a título de Jóia;
b) Recolher, aos cofres da ACADEMIA, antes ou na posse, a contribuição anual de
R$ 100,00 (cem reais), podendo, a critério da Diretoria, serem cobrados,
proporcionalmente, por semestre ou mensal.
c) Doar à ACADEMIA, pelo menos uma vez por ano, um livro de sua autoria ou de
sua predileção, de interesse cultural em geral ou especificamente maçônico,
científico ou artístico.
A documentação deverá ser encaminhada juntamente com a ficha cadastral, o
Curriculum Vitae Maçônico e Profano e duas fotos ¾ do candidato para o endereço
abaixo:
Academia Catarinense Maçônica de Letras
Rua dos Ilhéus, 38 – Edifício APLUB – 1º andar Fone: (48) 39523300
CEP 88010-320 – Florianópolis – Santa Catarina
Gabinete o Presidente da Academia Catarinense Maçônica de Letras, na cidade de
Florianópolis, capital do Estado de Santa Catarina, aos cinco dias do mês de junho do ano
de dois mil e treze da E V
Acadêmico Ademar Valsechi
Presidente
28
Nova Diretoria da Loja Fraternidade Josefense
Posse da nova Diretoria da Loja Fraternidade Josefense nr. 30, de São José (Grande Florianópolis).
Exceção ao Irmão Arnaldo Constante, que foi Instalado e Empossado Venerável Mestre (3o. da
direita p/ a esquerda) no sábado, em Sessão Especial da Grande Loja.
Rádio Sintonia 33 & JB News
Música e Cultura o ano inteiro.
Em breve com novo site para melhor informar
Rede Catarinense de Comunicação da Maçonaria Universal
www.radiosintonia33.com.br
JB News:
seis contas para
melhor escolher!
jbf@floripa.com.br
jbnews@floripa.com.br
jbnews33@floripa.com.br
jbnews-33@floripa.com.br
jb-news33@floripa.com.br
jbnews33@gmail.com
29
1 - O Trem das Onze em árabe, hebráico e português
Um samba brasileiro, cantado também em árabe e hebraico, para demonstrar que a paz é
possível sempre!
http://www.youtube.com/watch?v=dggtJY8YnY8&feature=youtu.be
. .
2 - para os torcedores do Galo e para os que gostam de
maravilhoso futebol.
QUANDO SABE, TUDO PARECE FÁCIL...
http://www.youtube.com/watch?v=ejAMZgZf4ek&NR=1&feature=fvwp
30
Fechando a cortina
C O N V I T E
A Aug Ben Loja Simb “Libertadora Acreana Nº. 04” de Tarauacá-
AC, têm a honra de convidar o prezado Irmão e Família, para prestigiar o evento
comemorativo ao Centenário desta oficina, conforme programação abaixo:
- Dia 11/07/2013
Missa Alusiva a data
Horário - 19h00min Local – Igreja Matriz “São José”
- Dia 12/07/2013
Sessão Branca – Adoção de Lowtons
Horário - 19h00min Local – Templo Maçônico
- Dia 13/07/2013
Inauguração da Praça Centenária
Horário - 18h00min Local – Dependência Loja Maçonica
Sessão Pública – Alusiva a Data
Horário - 19h00min Local – Templo Maçônico
Jantar Dançante
Horário - 22h00min Local – Parque das Acácias
- Dia 14/07/2013
Churrasco de Confraternização
Horário - 11h30min Local – Parque das Acácias
31
Referências da História da Maçonaria Portuguesa... (Bloco 4)
i
Gnoose and Gridiron, Crown ale House, Apple Tree, Rummer and Grapes. Ver Alec Mellor, Dicionário da
Franco-Maçonaria e dos Franco-Maçons, Martins Fontes, S. Paulo, 1989, pp 16-17.
ii
M.C. Jacob, The radical Enlightenment: Pantheists, Freemasons and Republicans, Allen & Unwin,
Londres, 1981; G. Gayot, La franc-maçonnerie française. Textes et pratiques, Xviiie-Xixe siècles, Gallimard
et Julliard, Paris, 1980.
iii
Neste sentido M. Borges Grainha, História da Franco-Maçonaria em Portugal, Lisboa, 1912, reedição
Editora Veja, 2010, p. 31.
iv
A. H. Oliveira Marques, A Maçonaria portuguesa e o Estado Novo, Publicações Dom Quixote, Lisboa,
1983, p. 43.
v
Quase todos os membros da loja eram católicos e frequentavam o Corpo Santo, gozando de boa opinião pública. Ver
lista de obreiros da Loja em A.H. Oliveira Marques, História da Maçonaria em Portugal, Editorial Presença, vol I –
Das origens ao triunfo, Lisboa, p. 123.
vi
A Bula viria a ser conhecida em Lisboa, dias antes de 24 de Junho de 1738, mas seria divulgada a 28 de
Setembro do mesmo ano. A Bula anotava que nas Lojas se associavam homens de todas as religiões; que
o que aí se praticava ficava encoberto com inviolável sigilo; procediam mal porque se assim não fosse não
aborreceriam tanto a Luz; em vários países, a Maçonaria fora proscrita pelo Poder Temporal, por contrária
à segurança do Estado. A Bula concluía condenando todos os “conventículos de pedreiros-livres” e
proibindo todos os católicos de neles entrarem ou por alguma forma propugnarem, ocultarem e auxiliarem,
sob pena de excomunhão, ordenando aos bispos e aos inquisidores de todo o mundo católico que
inquirissem os transgressores e contra eles procedessem, castigando-os, se necessário com o auxílio do
braço secular. A.H. Oliveira Marques, História da Maçonaria em Portugal, ibidem, p. 125.
vii
S. Vatcher, John Coustos and the Portuguese Inquisition, Acta Quatuor Coronatorum, Transactions of
Quator Coronati Lodgem vol. 81 (1968) p 9-87. Çf. A. R. Hewet , Tribulations of an English Lodge, 1799,
1971, Wallace McLeod, John Coustos: his Lodge and his book, Masonic Book Club, 1979.
viii
Jasper Ripley, The Freemasons, Robinson, Londres, 2000, p. 55.
ix
Borges Grainha, História da Maçonaria em Portugal, ibidem, pp 35-7.
x
No mesmo sentido, Arthur Edward Waite, A New Encyclopaedia of Freemasonry, Wings Books, Nova Iorque, p. 17.
xi
Oliveira Marques, História da Maçonaria …., vol I, p. 122.
xii
Ver Oliveira Marques e Alves Lins em Pombal na tradição portuguesa, separata de Pombal Revisitado,
coordenação de Maria Helena Carvalho dos Santos, vol I, Lisboa, 1984, pp. 61-71 e Domingos Maurício,
Pombal e Maçonaria, Brotéria, Vol LXXXIX, ano II, 1969, pp. 478-487.
xiii
Ver Oliveira Marques, ibidem, p. 45. É possível que só com a vinda do Conde de Lippe em 1762,
passassem a existir lojas com participação de nacionais portugueses. Ver Maria da Graça Silva Dias,
Anglismo na Maçonaria em Portugal no limiar do Século XIX, revista Análise Social, II Série, Vol. XVI,
1980, números 61-2, p. 400.
xiv
Nada aponta, no entanto, no envolvimento da maçonaria contra a Monarquia Absoluta ou que os
maçons portugueses estivessem vinculados ao liberalismo político e francês ou mesmo fisiocrático. Esta
primeira Maçonaria Lusitana não põe em causa o poder instituído e adopta convictamente uma atitude de
32
bom entendimento com os governos existentes orientação adoptada pela Grande Loja de Inglaterra em
1717. Por outro lado a alegação da atitude do Marquês como anticatólica é em si despropositada. Pombal
é como D. Luís da Cunha, Ribeiro Sanches e Vernei um dos expoentes do Iluminismo católico. Maria da
Graça da Silva Dias, Anglismo …, pp 399-428.
xv
Latino Coelho, História política e militar de Portugal: desde os fins do século XVIII até 1814, tomo 3.
Imprensa Nacional, 1885, p. 67.
xvi
Não se encontra provado que a Maçonaria ou os franco-maçons tivessem sido no século XVIII
propulsores das ideias da Revolução Francesa ou tivessem conotações jacobinas. A lenda do jacobinismo
é como refere Maria da Graça Costa Dias uma visão apriorística de Pina Manique que se encontra, a partir
de certo momento, sob influência das leituras do Abade Barruel, conhecido intelectual anti-iluminista. É
conhecida a tese do Jesuíta: a Revolução Francesa foi obra de um complôt maçónico, ou melhor de três
conspirações – a da incredulidade, a da rebelião e da anarquia – que se haviam fundido no grande clube
dos jacobinos. Maçon é na doutrina política contra-revolucionária igual a jacobino, logo partidário dos
franceses, logo traidor. Por volta de 1773 desenvolveram-se actividades de recrutamento a partir de
Lisboa, envolvendo intelectuais e estudantes em Coimbra e Porto. Em Lisboa, vários maçons estrangeiros
encontraram acolhimento junto de influentes personalidades como o ministro e cônsul dos Estados unidos
e o cônsul da Suécia em Lisboa, que mantinham relações próximas com o Abade Correia da Serra e o
Duque de Lafões considerados próximos das ideias da Revolução Francesa. Por esta altura a maçonaria
ter-se-á espalhado por terras americanas, e no Brasil, embora se possa admitir a existência de maçons
oriundos da Europa, desde há algum tempo atrás.
xvii
Latino Coelho, História…, ibidem, tomo 2, p. 385.
xviii
Oliveira Marques, História…., ibidem, p. 45.
xix
Borges Grainha, ibidem, p. 53.
xx
Borges Grainha, ibidem, pp 56-59.
xxi
Hipólito José da Costa terá no regresso a Portugal visitado o Grande Oriente de França com o mesmo
intuito. Em 25 de Abril de 1884 foi assinado um tratado entre os Grandes Orientes da França e de Portugal
estabelecendo relações de amizade e fraternidade entre as duas Obediências e conferindo privilégios e
direitos iguais para maçons de ambas as Obediências. A ratificação pela França seria no entanto adiada,
sine die, e a certo tempo o tratado foi arquivado. As razões encontram-se ainda por explicar. Oliveira
Marques, História da maçonaria…, vol. I, p. 81.
xxii
Neste sentido, Luis Nandin de Carvalho, Teoria e prática da Maçonaria, Publicações Dom Quixote,
Lisboa, 1995, p. 64.

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Victor Brecheret, o escultor ítalo-brasileiro

  • 1. 1 JB NEWSRede Catarinense de Comunicação da Maçonaria Universal www.radiosintonia33 – jbnews@floripa.com.br Informativo Nr. 1.020 Filiado à ABIM sob nr. 007/JV Loja Templários da Nova Era nr. 91 Quintas-feiras às 20h00 - Templo: Obreiros da Paz - Canasvieiras Editoria: IrJeronimo Borges – JP-2307-MT/SC ( Florianópolis SC ) - quarta-feira, 19 de junho de 2013 Edição de hoje (32 páginas em PDF) Índice: Bloco 1 - Almanaque Bloco 2 - Opinião - Mario Gentil Costa - " Os dois mentirosos " Bloco 3 - Ir Paulo Roberto - Maçons Célebres - " Victor Brecheret " Bloco 4 - Ir Arnaldo Gonçalves - " Breve História da Maçonaria Portuguesa. Os primeiros 70 anos " Bloco 5 - Ir Jorge Otávio Daniel - "Desbastando a Pedra Bruta " Bloco 6 - Ir Pedro Juk - Perguntas e Respostas - " Esclarecimento0 sobre resposta " Bloco 7 - Destaques JB Pesquisas e artigos: Acervo JB News - Internet – Colaboradores – Blogs - http:pt.wikipedia.org - Imagens: próprias e www.google.com.br Hoje, 19 de junho de 2013, 170º dia do calendário gregoriano. Faltam 195 para acabar o ano. Dia do Cinema Brasileiro Se não deseja receber mais este informativo ou alterou o seu endereço eletrônico, por favor, comunique-nos
  • 2. 2 Livros de artigos dirigidos aos Graus de Aprendiz, Companheiro e Mestre coletados nos 40 anos de existência da Revista O PRUMO. Informações através do site http://www.gosc.org.br        1097 - Fim do Cerco de Niceia na Primeira Cruzada.  1850 - A Princesa Luísa dos Países Baixos casa-se com Carlos XV da Suécia do Reino da Suécia e Noruega.  1856 - Fundação da Cidade de Ribeirão Preto - SP. livros & revistas 1 - Almanaque Aprofunde seu conhecimento clicando nas palavras sublinhadas. Eventos Históricos
  • 3. 3  1867 - São executados em Santiago de Querétaro o Imperador do México Maximiliano I e os seus generais Tomás Mejía e Miguel Miramón, por ordem de Benito Juárez.  1944 - Segunda Guerra Mundial: Começa a Batalha do Mar das Filipinas.  1970 - O Tratado de Cooperação em Matéria de Patentes é assinado.  1978 - A tirinha de história em quadrinhos Garfield é publicada pela primeira vez.  1961 - A independência do Kuwait sobre a Grã-Bretanha.  2000 - Criação da Região Metropolitana de Campinas.  2004 - Roy Tucker, David Tholen e Fabrizio Bernardi descobrem o asteróide Apophis.  2007 - O site de vídeos YouTube, lançado originalmente em inglês, passa a ter mais idiomas.  Aniversário da cidade de Ribeirão Preto  Dia do Migrante (Brasil).  Dia de São Romualdo - Santo Católico. Dia do Cinema Brasileiro (Fontes: “O Livro dos Dias” 17ª edição e arquivo pessoal) 1818 Fundação do Grande Conselho dos Maçons do Real Arco de Delaware (USA) 1921 Fundação da Grande Loja do Equador 1949 A Maçonaria alemã renasce das cinzas: criada a Vereinnigte Grosslogen von Deutschland (Greande Loja Unida da Alemanha) tendo como Grão-Mestre o Ir Theodor Vogel. 1973 Fundação do Supremo Conselho da Finlândia 1981 Fundação da Loja Maçônica José de Souza Marques nr. 2098 (GOB/RJ) 2009 Fundação da Loja de São João nr. 63 de Campo Grande (GLMEMS) Chapecó nos espera! feriados e eventos cíclicos fatos maçônicos do dia
  • 4. 4 ] “DOIS MENTIROSOS” Mario Gentil Costa - Florianópolis. Contato: magenco@terra.com.br http://magenco.blog.uol.com.br O velhinho que entrou no consultório era baixo, moreno e magro. Seu olhar era negro. Pontiagudo. E alerta. Os vincos fundos que desciam do nariz adunco, e a pele seca, crestada pelo sol, lembravam um pergaminho amarrotado. O cabelo curto, grisalho e farto espetava o crânio pequeno e bem desenhado. A testa, riscada por cinco rugas paralelas, lembrava uma pauta musical sem notas. A barba densa estava por fazer. Vestia roupa humilde. A camisa branca, de colarinho puído e mangas compridas, vinha abotoada até o pescoço, sem gravata. As calças leves, de brim desbotado, haviam sido passadas a ferro. Nos pés sem meias, tênis gastos davam o atestado definitivo de sua modéstia. Mãos calosas e dedos grossos denunciavam anos de intensa e exaustiva lida. Seu sorriso, fácil e aberto, carecia de alguns dentes. Todavia, a voz forte, levemente áspera, soava de modo agradável. E o jeito de falar era inconfundível: - o de um legítimo “mané” da ilha. Passei os olhos na ficha. Data: 20 de novembro de 1992. Nome: Onofre Pestana. (O sobrenome sugeria um cristão-novo açoriano. Aquilo me chamou a atenção). Profissão: Pescador aposentado. Idade: 82 anos. Residência: Ribeirão da Ilha (Freguesia). Telefone: não tem. - Muito bem, seu Pestana. O que me conta? - Dotô, eu ando meio surdo. De uns tempo pra cá. Co‟s ovido abafado, o sinhô comprende? - Claro, seu Pestana. Feito o interrogatório, encaminhei-o ao exame físico e descobri duas compactas rolhas de cerume, cuja remoção lhe restituiu uma audição mais que satisfatória para a idade. Ao final, ele não cabia em si de contente e exclamou, agradecido: - Dotô, tô ovindo tudo! Até o barulho dos carro na rua. Podia encerrar a consulta nesse momento, mas resolvi esticar o papo. Sem saber por que, eu simpatizara com o seu Pestana. - Quer dizer que o senhor era pescador... - Ah, sim. Pesquei a vida toda. - E mora no Ribeirão... - Naci lá. E vô morrê lá – ele confirmou, orgulhoso. - Então, deve conhecer toda aquela gente... - Conheço todo mundo, dotô. Os vivo e os morto... De repente, ocorreu-me uma idéia extravagante e, quase sem querer, indaguei, de sopetão: - O senhor, por caso, conheceu o Genuíno Tavares? - O Genuíno? Claro! Quem não conheceu o Genuíno? Levei um susto. A resposta ecoara em mim como um petardo. Este é o nome do personagem central do meu primeiro romance – “A Cara e a Coragem de Genuíno Tavares”. 2 - Opinião - " Dois Mentirosos "
  • 5. 5 Que tremendo mentiroso! - pensei. Mas como dizem que todo pescador é uma fonte inesgotável de lorotas, concedi-lhe a atenuante e, fazendo cara de quem recorda, observei: - De fato, ele deveria ter a sua idade... Vocês dois nasceram em 1910. - Pois eu não tô lhe dizendo...? - E o pai dele, o Ananias, que também era pescador, o senhor chegou a conhecer? - Quem, o seu Anania? Então não conheci? Quando eu era guri, já pescava com ele... - É, de fato, o Genuíno não gostava de pescar... – comentei, para dar um cunho de veracidade à afirmação. - E eu ia no lugar dele... – aproveitou depressa o potoqueiro, cada vez mais à vontade. - Quer saber de uma coisa, seu Pestana? Eu nunca imaginei que um dia iria topar com um amigo do Genuíno... - Esse mundo é pequeno, dotô. - Tem razão. E quem diria que um sujeito como ele iria chegar aonde chegou... – provoquei. Mas ele era esperto. Prevenido, cruzou as pernas devagar, concordou com um gesto de cabeça, coçou o queixo com um „é verdade...‟ pouco convincente e esperou que eu fosse adiante: - Olha que, pobre como era, vir do Ribeirão para a cidade, naquela época, com um pé na frente, outro atrás, estudar e se formar não era coisa fácil. O senhor não acha? - S‟eu não acho? Claro que eu acho. Um sujeito de corage. Nova espera. Novo silêncio. Estreitando os olhos, ele deixou escapar um leve sorriso de concordância. E eu prossegui, dando asas à nossa dupla mentira consentida. Mas com cautela. Estava fascinado. Não queria quebrar o sortilégio. Queria, isso sim, desfrutar daquele momento mágico; conversar com o homem que convivera com o meu personagem. Isso dava ao fabuloso Genuíno Tavares uma densidade inesperada, uma consistência de carne-e-osso, muito além da que eu fora capaz de passar da imaginação para o papel. Por instantes, me parecia estar sonhando. E não queria acordar. Aí, o descarado fabricou a mais legítima expressão de pesar e, com o olhar varando o vazio às minhas costas, como se estivesse enxergando o passado, lamentou: - Nunca mais tive notícia do Genuíno... Peitudo mesmo. Em vista disso, resolvi dar corda no palavrório e ver até onde o velhaco ousaria ir: - Ele foi para a guerra na Europa. O senhor não sabia? - Isso eu sabia, mas... o sinhô comprende... já tô c‟a memória meia gasta... - Foi ser aviador. Lutou pela Inglaterra, contra os alemães. Recebeu até medalha... – eu completei. - Eu sube! Agora me alembro! - E não lhe parece que um herói como esse merecia uma estátua, lá na pracinha do Ribeirão? - O sinhô inda não sabe da maió, dotô. Já tão tratando disso... Um tal de... como é mesmo... de presbi...? - Plebiscito? - Isso mesmo! Presbicito. Meu assombro, embora forjado, era quase verdadeiro, quando exclamei: - Não me diga! - Pois eu lhe digo, dotô. É a coisa mais justa. E, se dependê do meu voto, ele ganha... - Seu Pestana, o senhor não faz idéia de como esta notícia me alegra. Não pensei que fosse possível... Parece um sonho...
  • 6. 6 - Então, pode pará de sonhá, dotô. É a pura verdade. E o sinhô será convidado. E, com um gesto elaborado, olhou seu velho relógio de pulso e emendou: - Agora, se me dá licença... não repare, mas eu já tô atrasado. - Claro, passe bem, seu Pestana. E apareça. O velhinho saiu com pressa um tanto demasiada para as circunstâncias, mas com a cara mais séria deste mundo. Afinal, todo bom mentiroso sabe até onde a mentira pode ser esticada. E o mais grave é que eu fiquei ali... cristalizado... pensando no discurso que faria na inauguração da estátua. Mario Gentil Costa - MaGenCo
  • 7. 7 ] Este Bloco é produzido às quartas-feiras pelo Ir. Paulo Roberto VMda ARLS Rei David nr. 58 (GLSC) Florianópolis - Paulo Roberto Contato: profqmc@terra.com.br Victor Brecheret Escultor ítalo-brasileiro. Farnese (Itália), 22 de fevereiro de 1894. São Paulo (SP), 17 de dezembro de 1955. Victor Brecheret nascido "Vittorio Breheret" (sem a letra 'c' no sobrenome) em uma pequena localidade perto de Roma, filho de Augusto Breheret e Paolina Nanni, falecida, quando o pequeno Vittorio tinha apenas seis anos de idade. Foi adotado na época pela família de seu tio materno, Enrico Nanni; onde, juntamente com sua família emigrou para o Brasil. Ainda, moço, frequentou as aulas de entalhe em gesso e mármore do “Liceu de Artes e Ofícios” de São Paulo, onde mais tarde viria a utilizar o atelier e seus aprendizes para moldar suas obras. Amadureceu seus conceitos estudando na Europa, onde entrou em contato com as vanguardas artísticas que ocorriam nas décadas de 1910 e 1920 naquele continente. Trabalhou com o escultor italiano Arturo Dazzi, sendo influenciado pela estética de pós-impressionistas como Ivan Meštrovic‟, croata, e os franceses Auguste Rodin e Émile-Antoine Bourdelle. Alguns anos mais tarde, abriu seu próprio atelier na Vila Flamínia, em Roma e, em 1916, teve seu primeiro trabalho homenageado quando apresentou a escultura “Despertas-Risveglio”, no Salão Scultori Amatori. Quando estudante do Liceu acima mencionado, Brecheret foi essencialmente um artesão, executando obras de teor clássico e romântico. No Brasil, tornou-se "Victor Brecheret" e com mais de trinta anos de idade recorreu à Justiça para inscrever seu registro de nascimento tardiamente no Registro Civil do Jardim América (bairro de São Paulo). Assim Brecheret consolidava a sua nacionalidade brasileira, embora tivesse nascido na Itália. 3 - Maçons Célebres - " Ir Paulo Roberto "
  • 8. 8 Nesta época, em nosso país, este tipo de "regularização" era muito comum entre imigrantes italianos na primeira metade do século XX. Na Europa, iniciou uma produção similar a de pós- impressionistas. Ao entrar em contato com as vanguardas em curso naquela época no continente europeu. Passou a expressar sua obra com manifestações vindas do construtivismo, expressionismo e cubismo, mas nunca chegando à abstração pura. Em sua fase mais madura, Victor Brecheret procurou realizar experimentos estéticos que ligavam a escultura vernacular indígena brasileira com as experiências que desenvolveu na Europa. Ligou-se a Emiliano Di Cavalcanti, Mário de Andrade, Oswald de Andrade e Menotti del Picchia quando voltou ao Brasil e, com eles, participou da introdução do pensamento vanguardista no Brasil. Em 1920, convidado pelo governo, elaborou a medalha comemorativa do Centenário da Independência do Brasil. Participou da Semana de Arte Moderna de 1922, expondo vinte esculturas no saguão e nos corredores do Teatro Municipal de São Paulo. A partir daí manteve paralelamente uma carreira na Europa e em seu país. Expôs no Salão dos Independentes de Paris e fundou a “Sociedade Pró - Arte Moderna”. Ainda, no ano de 1920, ganhou um concurso internacional de maquetes, para a construção de uma grande escultura em São Paulo; o futuro “Monumento às Bandeiras”. Quando, em 1923, o governo do Estado de São Paulo encomendou-lhe a execução da referida obra de arte, projeto a que Brecheret viria a se dedicar nos vinte anos seguintes de sua vida. Este Monumento foi a maior obra de Brecheret e demorou 33 anos para ser construído (1920-1953). Em 1932, Victor Brecheret, torna-se sócio-fundador da Sociedade Pró-Arte Moderna (SPAM). Em 1951 foi premiado como o melhor escultor nacional na primeira Bienal de São Paulo. A referida criação passou por várias fases, desde a apresentação da “maquete”, com caracteres “rodanianas”, até sua concepção final, considerada pelos críticos de arte, como bem mais acessíveis. Podemos dizer que foram anos e anos de muito trabalho, onde surgiram todos os tipos de problemas. Contudo, esta caminhada fez com que ele obtivesse uma evolução artística considerável. Esta concepção, também fez com que não se ativesse à escolas e nem outros delineares acadêmicos. Fazendo que sua inspiração se desse sempre em torno de algum mestre, no intuito de obter uma individualidade de conceito.
  • 9. 9 Foi considerado um dos mais importantes escultores do país. É responsável pela introdução do modernismo na escultura brasileira. Sua figura ficou marcada pela boina que costumava vestir, ressaltando uma imagem tradicional do "artista". Algumas esculturas do autor, nos mais diversificados ambientes: "Graça", exposta na Galeria Prestes Maia, em São Paulo. “Anjos” no túmulo da Família Scuracchio, Cemitério São Paulo. “Túmulo de Olívia Guedes Penteado ”, Cemitério da Consolação (SP).
  • 10. 10 Obras Finalmente, entre suas obras, destacam-se:  "Idolo" (1921)  "Fauno" (1942)  "Depois do Banho" (1945)  "O Índio e Sasuapara" (1951)  "Monumento às Bandeiras" (1953)  "Monumento a Duque de Caxias" (1960) Maçonaria Victor Brecheret, segundo alguns autores, curiosos e biógrafos sobre a maçonaria, teve sua Inic.: realizada em 12 de outubro de 1920, na Loja “Amizade”, do Or.: de São Paulo, fundada em 13 de maio de 1832. Entretanto, pouco se sabe de sua vida na Inst.:, assim como, a de outros IIr.: pertencentes a referida Ofic.:; tendo em vista, que grande parte da documentação pertinente a seus OObr.: foi considerada perdida ou desaparecida pela Loj.: em questão, quando de seu reerguimento de CCol.:.
  • 11. 11 Breve História da Maçonaria Portuguesa. Os primeiros 70 anos. Arnaldo M. A. Gonçalves, 30, R:.L:. Luz do Oriente, nº 80, GLLP/GLRP Macau - A história da Maçonaria enquanto Fraternidade Iniciática e Simbólica está ligada à expansão das ideias matrizes do Iluminismo, da procura da Razão e do aperfeiçoamento humano e da sociedade, que adquirem relevância na Europa do Século XVIII. Movimento que emerge em reacção às ideias que preponderaram, em séculos anteriores, de unidade natural dos dois poderes, o espiritual pertença da Igreja e o temporal, encarnado na pessoa do suserano. Unidade prevalecente na natural subordinação de todos os homens, enquanto povo cristão, ao domínio dual formado por aqueles dois, por divina predestinação. Estas ideias difundiram-se através das letras e da vulgarização da experiência da leitura e da criação, em toda a Europa, de novas instituições e organizações onde podiam ser aprofundadas e discutidas as novas ideias. Algumas dessas instituições como as lojas maçónicas, as academias e as sociedades eruditas representavam interesses formais, sendo a admissão cuidadosamente controlada. Outras como as conferências públicas, cafés, bibliotecas por empréstimo, exposições de arte, representações operárias e teatrais tinham natureza mais ou menos comercial, tendo a elas acesso quem pudesse pagar, banalizando-se assim o acesso de todas as classes sociais às mesmas ideias. Marco primeiro da instituição da Fraternidade dos Franco-maçons ou dos Pedreiros Livres foi a existência, no início do século XVIII, em Londres, de quatro Lojas maçónicas formadas por maçons aceites, qualificativo que os distinguia das confrarias ou associações de construtores – masons - que detinham os segredos da construção e do talhe das grandiosas catedrais da Idade Média que se designavam por maçonaria operativa. As lutas fratricidas que marcaram a história da Inglaterra durante os séculos XVII e XVIII conduziram os espíritos mais abertos e inquietos, descrentes nos partidos que se digladiavam no palco político, a procurar nos círculos maçónicos e no exercício especulativo da ritualística a procura “simbólica” de um objectivo de perfectibilidade que anda, desde sempre associada à dimensão do Homem e que marca um dos traços mais característicos do iluminismo. Em Fevereiro de 1717, as quatro Lojas inglesas sentiram a necessidade de se agruparem, associando-se numa Grande Loja, presidida pelo Mestre mais antigo. Assim, a 24 de Julho – Solstício do Verão e Festa de S. João – foi eleito como Grão-mestre, o aristocrata Anthony Sayer. Ficou também estabelecido que os privilégios e obrigações da maçonaria seriam não exclusivos dos mestres construtores – 4 - Breve história da maçonaria portuguesa. os primeiros 70 anos - Ir Arnaldo Gonçalves (Macau )
  • 12. 12 como ocorria na tradição da maçonaria operativa - mas seriam comuns a todos os homens que fossem regularmente iniciados na maçonaria. “Homens livres e de bons costumes” que viriam a exercer, nas lojas, os antigos mesteres e tradições dos construtores dos templos, reconhecendo-se entre si por sinais, toques e palavras e cultivando a interpretação do simbólico e por ela, buscando a “verdade oculta”i . Em 1723, a Grande Loja publicaria os Estatutos de Anderson, que representam, desde então, a constituição mater da Franco-Maçonaria universal, estatutos que definem e estabelecem as regras e deveres dos Maçons perante a Ordem e para com os outros, travejando numa base normativa os princípios da tolerância, da concórdia, do pluralismo e eximindo-se de tocar em matérias que, como a política e a religião, haviam envolvidos os saxões em guerras fratricidasii . De Londres, a Maçonaria espalhou-se por toda a Inglaterra e daí para a França, Países Baixos, Rússia, Suécia, Dinamarca, Espanha, Itália, Suiça, Turquia e França. A Portugal terá chegado entre 1735 e 1743, não havendo documentos concretos que comprovem o ano exacto da sua consagração. Oliveira Marques, conhecido historiador português, dá contaiii que talvez em 1727 tenha sido fundada, por comerciantes britânicos que viviam em Lisboa, uma loja que foi registada nos arquivos da Inquisição como a “Loja dos Hereges Mercantes”, sugerindo a condição dos seus membros como protestantesiv . Esta loja viria a regularizar-se em 1735, pedindo a sua admissão à Grande Loja de Londres, onde obteria o número 135 e, posteriormente, o 120. Uma segunda loja terá sido fundada, em 1733, por iniciativa de George Gordon, enviado pela maçonaria inglesa para a multiplicação de lojas no estrangeiro, que funcionassem como elementos de propaganda maçónica e de influência do seu paísv . A loja adoptaria o nome de “Casa Real dos Pedreiros-Livres da Lusitânia” sendo constituída, predominantemente, por irlandeses, entre mercadores e mercenários do exército português, mas também por marítimos, médicos, um frade dominicano e um estalajadeiro. Em 1738, ao ser promulgada a bula condenatória da maçonaria de Clemente XII (In Eminenti Apostolatur Speculate), a loja viria a dissolver- se, mas alguns dos maçons transitariam para a primeira lojavi . Uma terceira loja seria fundada em Lisboa, em 1741, pelo lapidário de diamantes John Coustos, nascido na Suiça, mas depois naturalizado inglês. Durante os dois anos em que a loja funcionou, esta veria o seu quadro constituído por uma trintena de estrangeiros residentes em Portugal, alguns dos quais franceses, mas também ingleses, um belga, um holandês e um italiano, sendo de crer que terá iniciado, também, portugueses letrados e gente da alta sociedade lisboeta, simpatizantes das ideias do Iluminismo professadas pelos gentis-homens, um pouco por toda a Europa. John Coustos viria, assim, a desempenhar um papel central nos primórdios da maçonaria portuguesa, sendo objecto do interesse do Santo Ofício, o qual terá resultado de indicações da Imperatriz austríaca e católica Maria Teresa, obstinada pela perseguição e ilegalização das associações de franco-maçons austríacas e das suas ramificações, consideradas centros de influência protestante inglesa. Essa influência era contrária aos interesses das famílias dinásticas europeias, de profissão católica. Coustos
  • 13. 13 foi preso em 14 de Março de 1743 conjuntamente com outros maçons da sua loja e o seu processo no Santo Ofício, como dos Irmãos Mouton, Bruslé, Richard e Boulanger revela-se ainda hoje de grande interesse documental para a percepção da sociedade portuguesa do século XVIII. Coustos não era um Maçom qualquer. Nascido em Berna em 1703 de uma família protestante vivera como emigrante em França e depois em Inglaterra, onde casara com uma inglesa. Tendo sido iniciado em 1730, numa loja londrina, viveu os cinco anos seguintes em Paris, tornando-se Venerável Mestre de uma das lojas e presidindo à iniciação do Duque de Villeroy. Decidido a emigrar para o Brasil veio para Portugal, a fim de partir, via Lisboa, para o outro lado do Atlântico. Tendo gostado de Lisboa, instalou- se aqui como lapidário de diamantes, tendo contactado uma das lojas localizadas em Lisboa. Segundo relatos contraditóriosvii , a actividade florescente do lapidário terá despertado a inveja de Madame Leruitte, mulher de um ourives do mesmo distrito, a qual o denunciou, em Outubro de 1742, ao Santo Ofício, como franco-maçon e organizador de reuniões maçónicas. A Inquisição avançou sobre ele e outros membros da Loja em Março de 1743, depois do governo real promulgar um decreto ilegalizando a maçonaria e punindo a adesão à organização com a pena de morte Interrogado, durante um longo período, acerca dos ritos e procedimentos da loja, Coustos foi posteriormente submetido a diversas torturas. São contraditórios os documentos históricos se terá revelado ou não segredos rituais e identificado outros maçons. Coustos afirmou mais tarde nunca ter quebrado o juramento maçónico como Hiram Abif o não fizeraviii . Levado a julgamento, em 21 de Junho de 1744, na igreja do Convento de S. Domingos, foi acusado de protestante e herético, de ter ofendido os católicos portugueses ao constituir uma loja maçónica em que era proclamada a heresia de que professavam a “melhor religião”, porquanto fundada na tolerância religiosa. Interpelado a fazer uma abjuração pública, não foi sentenciado à morte, mas condenado a cinco anos de trabalhos forçados nas galés. Ao mesmo tempo, assinou uma declaração comprometendo-se a nunca revelar o que lhe havia acontecido, quando posto sob prisão da Inquisição. Conjuntamente com Coustos, foram julgados em auto de fé 22 homens e 11 mulheres, tendo a ele assistido, segundo relata Borges Grainhaix el-rei D. João V, os seus filhos e toda a corte, o Núncio Apostólico e vários embaixadores sedeados junto à Corte. Dado o presumido leque de conhecimentos de John Coustos com a elite da aristocracia europeia, o embaixador britânico em Lisboa, Lord Charles Compton, foli chamado a interferir em seu benefício, por ordem directa do Rei inglês, Jorge II. Compton transmitiu ao Rei de Portugal o desejo de Sua Majestade, o Rei de Inglaterra, de ver libertado Coustos, cidadão inglês. Lord Compton avistou-se com o Cardeal da Mota, valido do Rei e com o Inquisidor-Mor, o Cardeal Nuno da Cunha. Coustos foi na verdade libertado em Outubro de 1744, tendo sido colocado de imediato no navio O Diamante com destino a Inglaterra. Aí ao contrário do que prometera quebou o compromisso de silêncio perante a Inquisição, publicando em 1746, um livro, “The unparalleled sufferings of John Coustos” em que denunciou, com ilustrações várias, as torturas que havia sido alvo sob prisão. O livro teve grande impacto em Inglaterra, fazendo aumentar a aversão dos britânicos à Inquisição e aos métodos usados pelos monarcas católicos, reforçando por outro lado a simpatia dos ingleses para com a maçonariax . A perseguição iniciada em 1743 com a prisão e tortura de vários outros membros da sua loja conduziria ao desmantelamento desta primeira tentativa de instalação maçónica em
  • 14. 14 Portugal. A própria loja dos “Hereges Mercadores” entraria em fraca actividade, abatendo colunas em 1755xi . Em 1751, o Papa Benedito XIV lançaria uma nova bula contra os maçons, Providas Romanorum, reiterando a bula de 1738 do seu predecessor Clemente XII, a pedido, segundo vários relatos, dos reis de Espanha e de Nápoles. A bula seria seguida de decretos reais dos dois monarcas suprimindo a maçonaria nos respectivos países, o que favorecia as condições para incitar o Santo Ofício à vigilância e à perseguição. A maçonaria portuguesa só se libertaria desta pressão na década de 1760-70, no governo do Marquês de Pombal. Refere Borges Grainha que durante o seu governo os maçons não voltaram a ser perseguidos, nada se encontrando sobre eles nas listas condenatórias da Inquisição nem em relatórios da intendência da polícia. Segundo relatos da época transcritos por Oliveira Marques o novo Ministro nunca permitiu que a Inquisição perseguisse os franco-maçons, defendendo assim os direitos do seu Amo contra a usurpação dos eclesiásticos. A maçonaria terá, assim, retomado força e vigor, desenvolvendo-se sobretudo no exército, na aristocracia e nas classes instruídas. É provável que Sebastião José de Carvalho e Mello, o Marquês, antes de ser ministro de D. José, tenha tido ocasião enquanto embaixador em Londres de frequentar meios e círculos aristocráticos favoráveis à maçonaria, mas não existe prova documental que tenha ali sido iniciado em Inglaterra na arte realxii . O recrutamento pelo Marquês de vários cidadãos estrangeiros, designadamente de países protestantes, para o exército, a indústria e outras actividades económicas terá, na verdade, propiciado condições para a expansão das lojas. É possível, também, que membros das classes abastadas aproveitassem a permanência durante algum tempo no estrangeiro para serem iniciados. Tal é o caso dos diplomatas António de Araújo de Azevedo (Conde da Barca), João Paulo Bezerro de Seixas, Alexandre de Gusmão, D. Rodrigo de Sousa Coutinho, Martinho de Melo e Castro e Alexandre de Sousa Holstein. Em 1762, chega a Lisboa o Conde Schaumburg de Lippe, Friedrich Wilhelm Ernst, alemão, convidado para comandar e reorganizar o exército português, dada a sua experiência no exército britânico. O Conde de Lippe era príncipe de um pequeno Estado alemão, referindo expressamente a sua biografia (escrita anos mais tarde por Keller) que se trataria de um maçom iniciado na Alemanha. Em 1763, haveria em Lisboa pelo menos uma loja de raiz inglesa, trabalhando sem autorização de qualquer Grande Loja, existindo duas oficinas, uma de obediência francesa e uma outra constituída por militares e civis. Haveria uma Loja em Elvas, chefiada pelo Barão Von Rieppe e outra em Valença. Em 1768, seria fundada no Funchal por iniciativa de Barthélemy Andrieu du Boulay uma loja constituída por franceses, ingleses e por portugueses pertencentes à nobreza e alta burguesia local como Ornelas Frazão, Luís Herédia, Joaquim António Pedrosaxiii . A pujança do desenvolvimento da maçonaria durante o governo do Marquês de Pombal coincide com a expulsão da Ordem de Jesus de Portugal, a quem estava entregue o aparelho educativo resultando na confiscação de vários bens do riquíssimo património da Ordem. Tal facto seria mais tarde usado pelas autoridades eclesiásticas portuguesas contra a maçonaria, pretextando a sua influência na perseguição dos jesuítasxiv . Morto El-Rei D. José, em 24 de Fevereiro de 1777, sucede-lhe no trono D. Maria I e com ela regressa a intolerância religiosa e política contra os franco-maçons. O Marquês de Pombal é deposto e exilado e vultos maiores do pensamento intelectual português,
  • 15. 15 como Filinto Elísio, Ribeiro Sanches, Avelar Brotero, são forçados a fugir do país. Outras figuras importantes, como José Anastácio da Cunha, João Manuel d’Abreu e Manuel do Espírito Santo Limpo, segundo refere Latino Coelho são presos pelo Santo Ofício, que recebera um alento com a expulsão do Marquês de Pombal para novas perseguições e actos de repressão, e condenados em auto de fé. A acção persecutória contra a maçonaria tem no Intendente Pina Manique um instrumento privilegiado. Pina Marque (ao lado) era profundamente anti-iluminista e opositor às ideias da Revolução Francesa que considerava uma ameaça para a Coroa e para as monarquias católicas e defendia o ponto de vista que se podia impedir que estas ideias grassassem em Portugal, se fossem presos ou expulsos os franco-maçons e se fosse proibida a circulação de livros e jornais estrangeirosxv . Nos 25 anos que esteve à frente da Intendência da Polícia, Pina Manique desenvolveu uma perseguição sistemática contra as lojas maçónicas existentes em Lisboa, Coimbra, Valença, Funchal, Porto, de que faziam parte, segundo os próprios relatos da polícia, comerciantes, militares, padres, e outras profissões, levando à prisão de inúmeros figuras de prestígio como o lente José Anastácio da Cunha ou Manuel do Espírito Santo Limpoxvi . O período mais grave terá sido entre 1791- 2, em que tiveram lugar várias prisões entre as quais as do secretário de estado da Marinha e do Ultramar Martinho de Melo e Castro, o segundo marquês de Pombal e o Juiz da Índia e Mina, D. José de Noronha. Seguir-se-ia o abatimento de colunas de várias lojasxvii . Com o desembarque de um corpo expedicionário inglês, em Junho de 1797, para apoio na guerra contra a França, a actividade maçónica renasce através da constituição de quatro lojas inglesas em Lisboa, três das quais estão ligadas a regimentos e uma quarta reúne elementos civis e militares, portugueses e ingleses. As lojas, refere Oliveira Marquesxviii , encontravam-se filiadas na Grande Loja de Londres, com os números 94, 112, 179 e 315. Esta última tem interesse do ponto de vista histórico pois aquando da autonomização da maçonaria portuguesa é a Loja nº1, como o nome “União”. É provável que funcionassem já nesta altura lojas sem reconhecimento, em vários pontos do país, devido a esforços conjugados de maçons alemães, ingleses e outros. Depois da chegada dos exilados franceses terá aumentado seguramente a influência das ideias francesas junto da maçonaria portuguesa, predispondo à reorientação da maçonaria para uma orientação agnóstica, ou liberal idêntica à seguida pelo Grande Oriente de França. O segundo período de perseguição à maçonaria industriou os maçons portugueses a serem prudentes no desenvolvimento da sua actividade, levando-os a mudar frequentemente de local de reuniões, disfarçando a natureza secreta das mesmas e aproveitando barcos ancorados no estuário do rio Tejo para reuniões dessa natureza. Borges Grainha faz referência a uma reunião em 1797xix , a bordo da fragata Fénix, reunindo maçons ingleses, franceses e portugueses, a qual conduziu à constituição da loja Regeneração, de que foram Veneráveis Mestres o literato francês Pope, o major André Inácio Reixa da Costa e José Maria d’Aguilar Córdova. Desta loja surgiriam mais tarde cinco lojas, entre as quais a Fortaleza, a que pertenceu José Liberato de Carvalho. Até 1804, foram criadas outras lojas que conseguiram agregar para além de mercenários do exército, comerciantes, industriais e figuras do próprio clero e notáveis da intelectualidade portuguesa como Ribeiro Sanches, Avelar Brotero, o abade Correia
  • 16. 16 da Serra, Filinto Elísio, Domingos Vandelli e vários outros. O crescimento da maçonaria em Portugal no início do século XIX justificou que se evoluísse da Comissão de Expediente, que geria a fraternidade para uma organização do tipo britânica ou francesa.xx Em 1801, realiza-se no Calvário, no palácio de Gomes Freire de Andrade, então ausente no estrangeiro, uma reunião maçónica que terá juntado cerca de 200 maçons. Tomou a presidência o Padre José Joaquim Monteiro de Carvalho Oliveira, Cavaleiro Escocês, 10º na ordem dos doze em que se dividia então a maçonaria, e Venerável Mestre da Loja Concórdia, tendo-se gerado consenso sobre a necessidade de ser criada uma Grande Loja ou um Grande Oriente. Uma comissão constituída por Hipólito Furtado de Mendonça, José Monteiro de Carvalho e Oliveira e José Ferrão de Mendonça e Soares avistou-se com o secretário da Fazenda, Rodrigo Sousa Coutinho, obtendo a promessa que a maçonaria não seria perseguida. Para o efeito deslocou-se a Londres, em 1802, Hipólito José da Costa (ao lado), que negociou e obteve o reconhecimento da maçonaria portuguesa de forma a se constituir em Grande Oriente Lusitano. Os textos britânicos que mencionam este episódio referem a existência em Maio de 1802 de quatro lojas já estruturadas em Grande Loja. A Grande Loja de Inglaterra (Antiants) aprovou a petição portuguesa assinando-se um tratado segundo o qual as lojas portuguesas se conformavam às antigas Constituições da Ordem estando autorizados a terem um representante na Loja-Mãe de Inglaterra e esta um representante na Grande Loja de Portugal, tendo os Irmãos de uma iguais privilégios na outra. O tratado foi assinado a 9 ou 12 de Maio de 1802. Idêntica iniciativa terá sido desenvolvida junto do Grande Oriente de Françaxxi . Hipólito José da Costa foi preso no regresso a Portugal e confiscados os documentos que trazia. No Verão de 1804, teve lugar uma dieta ou assembleia formal, que decretou a constituição do Grande Oriente Lusitano e elegeu como seu primeiro Grão-Mestre, o desembargador Sebastião José de São Paio de Melo e Castro Lusignan, neto do Marquês de Pombal, com o nome simbólico de Egas Moniz. Incorporavam ainda a direcção do Grande Oriente, o Frade Liberato Freire de Carvalho, como Grande Orador, o General Gomes Freire de Andrade e Rodrigo Pinto Guedes, ajudante d’Ordens do Marquês de Niza. Dois anos mais tarde, em Julho de 1806, foi votada a primeira Constituição maçónica portuguesa, constituída por 199 artigos, agrupados em catorze capítulos. A Constituição de 1806 estruturava o sistema legislativo com duas câmaras, uma Câmara dos Veneráveis e outra dos Representantes, o que na prática absorvia os poderes executivo e jurisdicional. A Constituição foi votada por representantes de oito lojas portuguesas: União nº 1, Regeneração nº 2, Virtude nº 3, Amizade nº 5, Concórdia nº 6, Fidelidade, Amor da República e Beneficência. O sistema bicamarário, introduzido pela 1ª Constituição Maçónica, veio a ser replicada por quase todos os textos constitucionais portugueses – a Carta Constitucional de 1826, as Constituições de 1838, 1911 e 1933. A Constituição Portuguesa de 1976 retomou o sistema
  • 17. 17 unicamarário de 1822. A Constituição Maçónica de 1806 adoptou o Rito Francês como rito oficial e exclusivo do Grande Oriente Lusitano. O Rito Simbólico Regular parece também ter sido utilizado numa loja de exilados existente em Inglaterra, durante o reinado de D. Miguel. O Rito escocês Antigo e Aceite foi introduzido em Portugal, em 1837, no sistema de três graus. Essa introdução terá se devido à Grande Loja de Dublin (Irlanda) que intregrava a Loja de Regeneração nº 1 localizada em Portugal. Na sua formulação, em 33 graus, o Rito Escocês foi introduzida para toda a maçonaria portuguesa por iniciativa de Silva Carvalho e da Loja Fortaleza. Em resumo, os primeiros setenta anos da maçonaria portuguesa são marcados, em primeiro lugar, pela intervenção de maçons da Grande Loja de Londres, que está no processo de criação de lojas visando a criação de um distrito dependente da Grande Loja, facto que se pode explicar quer pelo reduzido número de Mestres portugueses, quer por razões de legitimidade na transmissão da regularidade maçónicaxxii . Grande parte destes anos é marcada por anos de desenvolvimento seguidos de perseguição das actividades maçónicas por parte da Inquisição e depois da polícia, as quais foram consideradas contrárias aos interesses da Igreja e do Papado. O patrocínio que a maçonaria encontrou no governo do Marquês de Pombal foi mais tarde usado contra a maçonaria, acusada de participar em actividades anti-católicas e na perseguição dos jesuítas e das ordens religiosas, o que é contraditado pela natureza católica do pensamento iluminista do Marquês de Pombal. Nota: antes publicado na revista Pietre Stone in http://www.freemasons-freemasonry.com/arnaldoG.html
  • 18. 18 Ir Jorge Otávio Daniel Foz do Iguaçú - PR. Alguém já disse que, em qualquer bloco de pedra ou tronco de madeira, esconde-se uma bela escultura, quem quiser vê-la deverá remover os excessos, as partes que a escondem. A pedra bruta é o bloco a que me referi no título. É uma massa disforme, compacta, dura que no seu interior esconde uma escultura maravilhosa, mas para isso precisa ser desbastada. O tema que me propus, deverei falar, sobre o desbaste da pedra bruta. Confesso que, quando li o título, fiquei preocupado. Preocupado pela importância que dou ao simbolismo, que é a base filosófica de nossa instituição. Preocupado por ter que transmitir em um trabalho de instrução algo que considero da mais alta importância para nós maçons, o desbastar da pedra bruta é simplesmente a razão, o motivo da nossa iniciação, é o conhecimento adquirido quando, em nossa iniciação, a partir do momento em fazemos nosso juramento e, que batemos por três vezes com o maço e cinzel sobre a pedra bruta, temos a obrigação de transformar uma pedra bruta em pedra polida. A compreensão, o entender consciente do significado daquele simbolismo é o que vai determinar no iniciando o estar maçom ou o ser maçom. Quando um artista se propõe a fazer uma obra de arte ele parte de uma inspiração que o motiva a execução da obra. O motivo que o leva a idéia da obra pode ser o mais variado, desde a escuta de uma peça musical, a leitura de poema ou até mesmo um sonho. Criada a idéia o artista parte em busca do material no qual irá executar a obra. A escolha do bloco de pedra para fazer a escultura irá facilitar ou dificultar seu trabalho. Se o bloco de pedra bruta tiver semelhas com sua idéia será mais fácil, exigira menor desbaste para chegar a forma final, mas seu ponto de partida será sempre a pedra bruta e a idéia. Podemos comparar a escolha da pedra, para a escultura, com o trabalho do MM:. ao indicar um profano para ser iniciado. Assim como o artista procura uma pedra que esteja, na sua rusticidade, o mais próximo de sua idéia, o MM:. irá indicar para ser iniciado alguém que já tenha as condições mínimas para ser um maçom. Após a iniciação o aprendiz passará a ser o artesão que iniciará sua auto-escultura, irá desbastar a si próprio. Trabalho esse que será realizado com o maço, o cinzel e a régua de 24 polegadas e, como artesãos exigentes, todos nós iniciamos um trabalho mas nunca damos por concluído. Estamos constantemente descobrindo pequenas arestas que nos levam a novos desbastes. Quanto mais exigente for o artesão melhor ficará a escultura. 5 - "desbastando a pedra bruta "
  • 19. 19 Thomas Hobbes, filósofo inglês do século XVI, em suas leis da natureza, que são princípios estabelecidos pela razão ele diz: “cada homem deve fazer um esforço para acomodar-se com os outros.” Os instrumentos recebidos pelo aprendiz maçom, o maço, o cinzel e a régua de 24 polegadas, tem um grande significado simbólico e é com eles que o aprendiz irá fazer o seu trabalho de desbaste da pedra bruta. O maço representa a força necessária para executar qualquer trabalho, força é energia, sem energia o mundo não existiria. Sem energia nada existe. A teoria mais aceita da origem do universo, o big-bang, teria sido uma enorme explosão energética. Para vivermos nosso corpo necessita também de energia que adquirimos pela oxidação em nossas células. Mas a força que precisamos para nossa auto-escultura é a força de vontade, é a coragem para admitir que existem coisas em nós que precisam ser mudadas. Ver defeito nos outros é fácil, mas admiti-los em nós é bem mais difícil. O cinzel é o instrumento de corte usado para remover, com o auxilio, do maço as lascas de pedra. O trabalho do cinzel depende da força, nele aplicada, pelo maço. O cinzel deve ser para nós a capacidade de enxergar aquilo que precisamos mudar, deve ser a nossa autocrítica que apoiada pela força de vontade que fará com que consigamos o desbaste necessário de nossa pedra bruta. A régua de 24 polegadas, poderemos usá-la como um instrumento de comparação, já que é um instrumento de medida, servirá para comparar e aferir os desgastes necessários, evitando que os desbastes sejam exagerados ou muito limitados. Será nossa consciência aliada a um bom senso nos guiando na realização do trabalho. Este trabalho deverá ser consciente e racional, a emoção é importante para dar ao homem sensibilidade necessária para admirar o belo mas a razão deve frear suas impetuosidades e dominar as explosões emocionais. Para complementar e auxiliar em nosso trabalho devemos também usar de alguns recursos que estão a nossa disposição e, são da maior importância. O principal deles é o cultivo da fraternidade, base fundamental de nossa instituição. Não esquecer de ter sempre em mente que a tolerância e a ética são indispensáveis para o convívio em grupo. Tudo isso associado a leitura de bons livros nos fará crescer intelectualmente, dominar nossas paixões e fazer progresso na maçonaria. Jorge Otavio Daniel Contato: jorgeodaniel@gmail.com Foz, 3/5/05
  • 20. 20 O presente bloco é produzido pelo Ir. Pedro Juk. Loja Estrela de Morretes, 3159 Morretes - PR esclarecimento sobre resposta O Respeitável Irmão Dener Carvalho Gersanti, membro da Loja Fraternos da Conceição, nº 11, REAA, GLMMG, Oriente de Conceição de Aparecida, Estado de Minas Gerais com base em resposta dada e publicada no JB NEWS, solicita esclarecimento. dener.gersanti@ymail.com Estimado Irmão: Lendo a resposta dada pelo Irmão Pedro Juk no JB News 1.016, gostaria de perguntar como se pede para "cobrir o Templo", ou como seria o certo de se fazer, mencionado no texto abaixo pelo Irmão. Ainda na questão de estar cobertos, ou a coberto, muitos rituais e manuais ainda insistem no engano de se referir "cobrir o Templo" para aqueles que porventura precisem se retirar dos trabalhos. É comum observarmos ainda a chula manifestação: "Irmão Mestre de Cerimônias fazei os Aprendizes cobrirem o Templo, ou fazei com que o Irmão Fulano de Tal cubra o Templo". Ora, os que precisem se retirar pela ocasião momentânea não cobrem o Templo, porém eles terão o Templo a eles coberto. Quem cobre o Templo, é o Cobridor. Se os Aprendizes cobrissem o Templo, então os demais é que deveriam sair do recinto e eles ficariam diante da porta pelo lado interno cobrindo o Templo! Veja se isso faz sentido. ESCLARECIMENTO: Quando um obreiro tiver a necessidade premente de se retirar dos trabalhos, estando ele nas Colunas, em momento oportuno ele pede ao Vigilante da sua Coluna que por sua vez solicita ao Venerável. Se o obreiro estiver posicionado no Oriente ele pede diretamente ao Venerável. Nesse sentido o solicitante se faz anunciar pela forma de costume e, autorizado a falar ele assim se pronuncia informando a razão: “(...) que o Templo me seja coberto temporariamente ou definitivamente” se for o caso. 6 - Perguntas & Respostas
  • 21. 21 “No caso da ordem partir do Venerável para que o Templo seja coberto a algum obreiro ele assim ordena: Irmão Mestre de Cerimônias. Fazei com que o Templo seja coberto ao Irmão Fulano de Tal”, definitivamente ou temporariamente. Dados esses procedimentos o Irmão Mestre de Cerimônias em qualquer dos casos conduz o retirante. O Cobridor Interno abre a porta para passagem. Concluído o ato o Cobridor fecha a porta cobrindo o Templo. T.F.A. PEDRO JUK jukirm@hotmail.com JUNHO/2013 Na dúvida pergunte ao JB News ( jbnews@floripa.com.br ) que o Ir Pedro Juk responde ( jukirm@hotmail.com ) Não esqueça: envie sua pergunta identificada pelo nome completo, Loja, Oriente, Rito e Potência.
  • 22. 22 Notícias do GOSC "Análise da Execução das Ações Estratégicas do GOSC", foi o tema dissecado pelo Irmão João Paulo Sventnickas, Poderoso Grão-Mestre Adjunto daquela Potência, nesta última segunda-feira (17) no Templo da Loja Fraternidade Catarinense, perante as lojas da 1a. Delegacia do REAA. A sessão em Grau de Aprendiz Maçom, abrangeu as Lojas Fraternidade Catarinense nr. 9, Lara Ribas 66, Fraternidade Universal nr. 77 e Expedicionário Nilson Vasco Gondim nr. 111. Estiveram presentes, além do Pod:. Grão Mestre Adj:. Ir:. João Paulo Sventnickas, do delegado do GM Ir Rubim Édson Silvério, os Veneráveis e Obreiros das Lojas envolvidas. O nosso correspondente, Ir Roberto Borba esteve presente, registrando-se ainda as habilidades fotográficas do Ir:. Airton Cesar Menezes, através do link a seguir. https://picasaweb.google.com/MenezesAirton/PalestraJoaoPauloSventnickas?authkey=Gv1sRgC Mm_1N2wwryBEQ&feat=email 7 - destaques jb
  • 23. 23
  • 24. 24 "O Malhete" O JB News agradece o recebimento do Jornal Eletrônico "O Malhete" nr. 48" de junho de 2013, já rodando pela internet.
  • 25. 25 ACADEMIA CATARINENSE MAÇÔNICA DE LETRAS Fundada em 21 de abril de 1989 Rua dos Ilhéus, 38 – Edifício APLUB – 1º andar Caixa Postal 30 – Fone: (48) 3952-3300 CEP 88010-320 – Florianópolis – Santa Catarina www.acml.org.br EDITAL DE CONVOCAÇÃO A Academia Catarinense Maçônica de Letras, através de seu Presidente, Acadêmico Ademar Valsechi, em conformidade com o Estatuto e Regimento Interno, convoca os Ilustres Acadêmicos Membros da Administração da “ACML” para a reunião administrativa a realizar-se no dia 28 de junho (sexta-feira) do corrente ano, as dezenove horas, tendo como local o Salão de Festas do Edifício APLUB, 10º, sito a Rua dos Ilhéus, 38, n/Capital. ORDEM DO DIA 1. Informação da Secretaria de correspondências recebidas e expedidas bem como atos, portarias, atos de comissões, etc. 2. Balancete da situação financeira e planilha dos pagamentos de cada Acadêmico e abertura de conta bancária entre outros assuntos. 3. Parecer da Comissão de Pareceres (ato n° 002/2013 do Presidente da ACML) sobre inscrição de candidatos a cadeiras vagas conforme Edital n° 001/2013 de 05/06/2013. 4. Elaborar calendário para programação da ACML exercício 2013, incluindo a posse de novos Acadêmicos. 5. Palestra do Presidente da ACML, Acadêmico Ademar Valsechi (cad. n° 4) sobre “Como e Porque a Maçonaria Passou de Operativa a Especulativa”. 6. Outros assuntos de interesse da “ACML” e da Ordem. Acadêmico José Carlos Pacheco Secretário
  • 26. 26 ACADEMIA CATARINENSE MAÇÔNICA DE LETRAS Fundada em 21 de abril de 1989 Rua dos Ilhéus, 38 – Edifício APLUB – 1º andar Caixa Postal 30 – Fone: (48) 3952-3300 CEP 88010-320 – Florianópolis – Santa Catarina www.acml.org.br Florianópolis, 05 de junho de 2013. Edital n° 001/2013 A ACADEMIA CATARINENSE MAÇÔNICA DE LETRAS, através de seu Presidente, Acadêmico Ademar Valsechi, no uso de suas atribuições estatutárias e de acordo com o Regimento Interno e decisão de Assembléia Geral, declara vaga cadeiras, e abre inscrição para o preenchimento das mesmas na ACML, cujos Patronos são, Esperidião Amin Helou Filho (cad. n° 11), último ocupante Acad. Doralécio Soares (falecido), Cantídio Quintino Regis (cad. n° 1), vaga com desligamento do Acad. Emmanuel Marcos Cruz e Prado e Luiz Delfino dos Santos (cad. n° 28), vaga com desligamento do Acad. Pedro Moacyr Mendes de Campos, cujos requisitos para o preenchimento são os seguintes: 1. Os candidatos ao preenchimento dessas vagas deverão ser apresentados por três Acadêmicos Membros Efetivos e satisfazer os requisitos definidos no art. 77, do Regimento da Academia a saber: a) Ser mestre Maçom no mínimo há três anos; b) Residir no Estado de Santa Catarina; c) Comprovar ser membro ativo, honorário ou remido de uma loja Maçônica Simbólica de qualquer obediência regular; d) Ter idade superior a 30 (trinta) anos (cópia da Carteira de Identidade); e) Ter prestado relevantes serviços á cultura em geral e à Maçonaria em particular; f) Ter publicado trabalhos literários em jornais ou revistas maçônicas ou profanas; g) Preencher cadastro oficial juntando Curriculum Vitae Maçônico e Profano. 2. Publicado o Edital para admissão de Membros para a ACADEMIA e de acordo com o artigo 84 do Regimento Interno e parágrafos observar o seguinte: a) O prazo para resposta à indicação será de 30 (trinta) dias a partir da publicação do Edital; b) Encerrado o prazo, o Presidente da ACADEMIA encaminhará a(s) proposta(s) recebida(s) à Comissão de Pareceres, para pronunciar-se a respeito da legalidade da documentação dos candidatos; c) Recebido o parecer da Comissão de Pareceres, o Presidente da ACADEMIA convocará uma reunião da Diretoria para examinar a aprovação ou rejeição do encaminhamento da(s) candidatura(s) à Assembléia Geral Extraordinária para decisão; d) Aprovado pela Assembleia o candidato será comunicado da data e local da posse.
  • 27. 27 3. Para ser admitido como Membro Efetivo, o candidato, depois de aprovado e antes de ser empossado, deverá cumprir as seguintes exigências de acordo com o art. 95 do Regimento Interno: a) Efetuar a Tesouraria o pagamento equivalente ao valor de um salário-mínimo, vigente no país, a título de Jóia; b) Recolher, aos cofres da ACADEMIA, antes ou na posse, a contribuição anual de R$ 100,00 (cem reais), podendo, a critério da Diretoria, serem cobrados, proporcionalmente, por semestre ou mensal. c) Doar à ACADEMIA, pelo menos uma vez por ano, um livro de sua autoria ou de sua predileção, de interesse cultural em geral ou especificamente maçônico, científico ou artístico. A documentação deverá ser encaminhada juntamente com a ficha cadastral, o Curriculum Vitae Maçônico e Profano e duas fotos ¾ do candidato para o endereço abaixo: Academia Catarinense Maçônica de Letras Rua dos Ilhéus, 38 – Edifício APLUB – 1º andar Fone: (48) 39523300 CEP 88010-320 – Florianópolis – Santa Catarina Gabinete o Presidente da Academia Catarinense Maçônica de Letras, na cidade de Florianópolis, capital do Estado de Santa Catarina, aos cinco dias do mês de junho do ano de dois mil e treze da E V Acadêmico Ademar Valsechi Presidente
  • 28. 28 Nova Diretoria da Loja Fraternidade Josefense Posse da nova Diretoria da Loja Fraternidade Josefense nr. 30, de São José (Grande Florianópolis). Exceção ao Irmão Arnaldo Constante, que foi Instalado e Empossado Venerável Mestre (3o. da direita p/ a esquerda) no sábado, em Sessão Especial da Grande Loja. Rádio Sintonia 33 & JB News Música e Cultura o ano inteiro. Em breve com novo site para melhor informar Rede Catarinense de Comunicação da Maçonaria Universal www.radiosintonia33.com.br JB News: seis contas para melhor escolher! jbf@floripa.com.br jbnews@floripa.com.br jbnews33@floripa.com.br jbnews-33@floripa.com.br jb-news33@floripa.com.br jbnews33@gmail.com
  • 29. 29 1 - O Trem das Onze em árabe, hebráico e português Um samba brasileiro, cantado também em árabe e hebraico, para demonstrar que a paz é possível sempre! http://www.youtube.com/watch?v=dggtJY8YnY8&feature=youtu.be . . 2 - para os torcedores do Galo e para os que gostam de maravilhoso futebol. QUANDO SABE, TUDO PARECE FÁCIL... http://www.youtube.com/watch?v=ejAMZgZf4ek&NR=1&feature=fvwp
  • 30. 30 Fechando a cortina C O N V I T E A Aug Ben Loja Simb “Libertadora Acreana Nº. 04” de Tarauacá- AC, têm a honra de convidar o prezado Irmão e Família, para prestigiar o evento comemorativo ao Centenário desta oficina, conforme programação abaixo: - Dia 11/07/2013 Missa Alusiva a data Horário - 19h00min Local – Igreja Matriz “São José” - Dia 12/07/2013 Sessão Branca – Adoção de Lowtons Horário - 19h00min Local – Templo Maçônico - Dia 13/07/2013 Inauguração da Praça Centenária Horário - 18h00min Local – Dependência Loja Maçonica Sessão Pública – Alusiva a Data Horário - 19h00min Local – Templo Maçônico Jantar Dançante Horário - 22h00min Local – Parque das Acácias - Dia 14/07/2013 Churrasco de Confraternização Horário - 11h30min Local – Parque das Acácias
  • 31. 31 Referências da História da Maçonaria Portuguesa... (Bloco 4) i Gnoose and Gridiron, Crown ale House, Apple Tree, Rummer and Grapes. Ver Alec Mellor, Dicionário da Franco-Maçonaria e dos Franco-Maçons, Martins Fontes, S. Paulo, 1989, pp 16-17. ii M.C. Jacob, The radical Enlightenment: Pantheists, Freemasons and Republicans, Allen & Unwin, Londres, 1981; G. Gayot, La franc-maçonnerie française. Textes et pratiques, Xviiie-Xixe siècles, Gallimard et Julliard, Paris, 1980. iii Neste sentido M. Borges Grainha, História da Franco-Maçonaria em Portugal, Lisboa, 1912, reedição Editora Veja, 2010, p. 31. iv A. H. Oliveira Marques, A Maçonaria portuguesa e o Estado Novo, Publicações Dom Quixote, Lisboa, 1983, p. 43. v Quase todos os membros da loja eram católicos e frequentavam o Corpo Santo, gozando de boa opinião pública. Ver lista de obreiros da Loja em A.H. Oliveira Marques, História da Maçonaria em Portugal, Editorial Presença, vol I – Das origens ao triunfo, Lisboa, p. 123. vi A Bula viria a ser conhecida em Lisboa, dias antes de 24 de Junho de 1738, mas seria divulgada a 28 de Setembro do mesmo ano. A Bula anotava que nas Lojas se associavam homens de todas as religiões; que o que aí se praticava ficava encoberto com inviolável sigilo; procediam mal porque se assim não fosse não aborreceriam tanto a Luz; em vários países, a Maçonaria fora proscrita pelo Poder Temporal, por contrária à segurança do Estado. A Bula concluía condenando todos os “conventículos de pedreiros-livres” e proibindo todos os católicos de neles entrarem ou por alguma forma propugnarem, ocultarem e auxiliarem, sob pena de excomunhão, ordenando aos bispos e aos inquisidores de todo o mundo católico que inquirissem os transgressores e contra eles procedessem, castigando-os, se necessário com o auxílio do braço secular. A.H. Oliveira Marques, História da Maçonaria em Portugal, ibidem, p. 125. vii S. Vatcher, John Coustos and the Portuguese Inquisition, Acta Quatuor Coronatorum, Transactions of Quator Coronati Lodgem vol. 81 (1968) p 9-87. Çf. A. R. Hewet , Tribulations of an English Lodge, 1799, 1971, Wallace McLeod, John Coustos: his Lodge and his book, Masonic Book Club, 1979. viii Jasper Ripley, The Freemasons, Robinson, Londres, 2000, p. 55. ix Borges Grainha, História da Maçonaria em Portugal, ibidem, pp 35-7. x No mesmo sentido, Arthur Edward Waite, A New Encyclopaedia of Freemasonry, Wings Books, Nova Iorque, p. 17. xi Oliveira Marques, História da Maçonaria …., vol I, p. 122. xii Ver Oliveira Marques e Alves Lins em Pombal na tradição portuguesa, separata de Pombal Revisitado, coordenação de Maria Helena Carvalho dos Santos, vol I, Lisboa, 1984, pp. 61-71 e Domingos Maurício, Pombal e Maçonaria, Brotéria, Vol LXXXIX, ano II, 1969, pp. 478-487. xiii Ver Oliveira Marques, ibidem, p. 45. É possível que só com a vinda do Conde de Lippe em 1762, passassem a existir lojas com participação de nacionais portugueses. Ver Maria da Graça Silva Dias, Anglismo na Maçonaria em Portugal no limiar do Século XIX, revista Análise Social, II Série, Vol. XVI, 1980, números 61-2, p. 400. xiv Nada aponta, no entanto, no envolvimento da maçonaria contra a Monarquia Absoluta ou que os maçons portugueses estivessem vinculados ao liberalismo político e francês ou mesmo fisiocrático. Esta primeira Maçonaria Lusitana não põe em causa o poder instituído e adopta convictamente uma atitude de
  • 32. 32 bom entendimento com os governos existentes orientação adoptada pela Grande Loja de Inglaterra em 1717. Por outro lado a alegação da atitude do Marquês como anticatólica é em si despropositada. Pombal é como D. Luís da Cunha, Ribeiro Sanches e Vernei um dos expoentes do Iluminismo católico. Maria da Graça da Silva Dias, Anglismo …, pp 399-428. xv Latino Coelho, História política e militar de Portugal: desde os fins do século XVIII até 1814, tomo 3. Imprensa Nacional, 1885, p. 67. xvi Não se encontra provado que a Maçonaria ou os franco-maçons tivessem sido no século XVIII propulsores das ideias da Revolução Francesa ou tivessem conotações jacobinas. A lenda do jacobinismo é como refere Maria da Graça Costa Dias uma visão apriorística de Pina Manique que se encontra, a partir de certo momento, sob influência das leituras do Abade Barruel, conhecido intelectual anti-iluminista. É conhecida a tese do Jesuíta: a Revolução Francesa foi obra de um complôt maçónico, ou melhor de três conspirações – a da incredulidade, a da rebelião e da anarquia – que se haviam fundido no grande clube dos jacobinos. Maçon é na doutrina política contra-revolucionária igual a jacobino, logo partidário dos franceses, logo traidor. Por volta de 1773 desenvolveram-se actividades de recrutamento a partir de Lisboa, envolvendo intelectuais e estudantes em Coimbra e Porto. Em Lisboa, vários maçons estrangeiros encontraram acolhimento junto de influentes personalidades como o ministro e cônsul dos Estados unidos e o cônsul da Suécia em Lisboa, que mantinham relações próximas com o Abade Correia da Serra e o Duque de Lafões considerados próximos das ideias da Revolução Francesa. Por esta altura a maçonaria ter-se-á espalhado por terras americanas, e no Brasil, embora se possa admitir a existência de maçons oriundos da Europa, desde há algum tempo atrás. xvii Latino Coelho, História…, ibidem, tomo 2, p. 385. xviii Oliveira Marques, História…., ibidem, p. 45. xix Borges Grainha, ibidem, p. 53. xx Borges Grainha, ibidem, pp 56-59. xxi Hipólito José da Costa terá no regresso a Portugal visitado o Grande Oriente de França com o mesmo intuito. Em 25 de Abril de 1884 foi assinado um tratado entre os Grandes Orientes da França e de Portugal estabelecendo relações de amizade e fraternidade entre as duas Obediências e conferindo privilégios e direitos iguais para maçons de ambas as Obediências. A ratificação pela França seria no entanto adiada, sine die, e a certo tempo o tratado foi arquivado. As razões encontram-se ainda por explicar. Oliveira Marques, História da maçonaria…, vol. I, p. 81. xxii Neste sentido, Luis Nandin de Carvalho, Teoria e prática da Maçonaria, Publicações Dom Quixote, Lisboa, 1995, p. 64.