O documento discute a história da educação no Brasil, dividida em períodos. Apresenta o contexto histórico, social e econômico de cada período, assim como as políticas e práticas educacionais implementadas. Os períodos incluem a Colônia, o Império, a Primeira República, a Era Vargas e o período militar.
1. Ciência, Tecnologia e Educação
no Brasil
Prof. Hélio Henkin (Coordenador da Disciplina)
Profª Mônica Timm de Carvalho (Professora Colaboradora)
História da Educação no Brasil
Especialização em História do Brasil Contemporâneo
2. “Educação é a prática mais humana, considerando-se a
profundidade e a amplitude de sua influência na existência
do homens. [ ] Prática fundamental da espécie, distinguindo
o modo de ser cultural dos homens do modo natural de existir
dos demais seres vivos.”
Antônio Joaquim Severino
A educação está a serviço de um projeto civilizatório.
Seria ela instrumento de libertação humana ou de
domesticação?
História da Educação no Brasil
Das finalidades da educação
3. Educação primitiva, de caráter solidário e prático:
“Para educar uma criança, é preciso uma aldeia toda”
Provérbio africano
Educação e religião: afirmação dos valores da
tradição, da não violência, da meditação (no Oriente,
taoísmo, budismo, hinduísmo e o judaísmo; no Ocidente, o
Cristianismo e a catequização).
Educação e trabalho: como instituição formal, a
escola surgiu como resposta à divisão social do trabalho e ao
nascimento do Estado, da família e da propriedade privada.
História da Educação no Brasil
Das finalidades da educação
4. A educação varia sempre em função de uma concepção de
vida, cujo conteúdo real desse ideal varia sempre de acordo com a
estrutura e as tendências sociais da época.
Tem por objeto organizar e desenvolver os meios de ação
durável com o fim de dirigir o desenvolvimento natural e
integral do ser humano em cada uma das etapas do seu
desenvolvimento.
É certo que é preciso fazer homens, antes de fazer instrumentos
de produção; mas o trabalho, que foi sempre a maior escola de
formação da personalidade moral, não é apenas o método que realiza
o acréscimo da produção social: é o único método suscetível de fazer
homens cultivados e úteis sob todos os aspectos.
História da Educação no Brasil
Das finalidades da educação
5. Nos 30 primeiros anos, preocupação
exclusiva com a exploração de riquezas.
Na sequência, modelo agrário-exportador
de monocultura.
Presença dos jesuítas: com sua política de
instrução – uma escola, uma igreja –,
edificaram templos e colégios nas mais
diversas regiões da colônia, constituindo um
sistema de educação e expandindo sua
pedagogia através do uso do teatro, da
música e das danças.
1759: expulsão dos jesuítas através das
reformas pombalinas, que instituíram um
ensino laico e público, com conteúdos
baseados nas Cartas Régias.
História da Educação no Brasil
Período Jesuítico: 1500 - 1759
Período Pombalino: 1759 - 1882
Brasil Colônia
Contexto
6. Ausência de política educacional, por ser desnecessária a
educação aos índios, negros, colonos, fazendeiros e
mulheres.
Investimentos particulares em educação destinados
somente aos filhos dos colonos através de estudos na Europa ou nas
escolas jesuítas.
Para a elite, uma formação de base humanista pautada pelo
Ratio Studiorum – 1550 - ou Plano de Estudos da rede jesuíta -
Língua, instrução e livros deveriam desenvolver-se sob a
égide de um Rei, uma Fé e uma Lei. Como método, o trinômio
estudar, repetir e disputar.
Brasil Colônia
Políticas e práticas educacionais
História da Educação no Brasil
Período Jesuítico: 1500 - 1759
Período Pombalino: 1759 - 1882
Educação
privada e
evangelizadora
X
Educação
pública e laica
7. Brasil Colônia
Políticas e práticas educacionais
História da Educação no Brasil
Período Jesuítico: 1500 - 1759
Período Pombalino: 1759 - 1882
A pedagogia da Ratio Studiorum baseava-se
na unidade de matéria, unidade de método e
unidade de professor. Além disso, determinava
disciplina rígida, cultivo da atenção, perseverança
nos estudos e uma hierarquização do corpo discente
baseada na obediência e meritocracia.
8. Brasil Colônia
Políticas e práticas educacionais
História da Educação no Brasil
Período Jesuítico: 1500 - 1759
Período Pombalino: 1759 - 1882
Pedagogias
da Instrução
•Educar é formatar
•O patrimônio cultural é transmitido
Aluno
Professor Saber
9. Pressão dos cafeicultores para o
atendimento de seus interesses.
Consolidação da Revolução Industrial,
abrindo uma nova perspectiva de desenvolvimento
para os países ligados por relações de comércio às
nações da Europa Ocidental. A ideologia liberal
burguesa se impôs como vencedora, e o padrão
europeu de progresso e civilização tornou-se o
espelho para muitos países, sendo um deles o
Brasil.
Desenvolvimento da ciência, onde
várias teorias foram elaboradas tentando explicar
a dinâmica social, política e econômica da
sociedade de então.
Confronto entre trabalho escravo e trabalho
livre ocupando lugar central nas discussões
nacionais e provinciais e culminando na abolição
da escravatura.
História da Educação no Brasil
Império: 1822 - 1889
Brasil Imperial
Contexto
10. Início dos debates (1823) sobre a necessidade de
se estabelecerem políticas educacionais no Brasil.
1824 - Carta Constitucional outorgada por Pedro I:
por força do inciso XXV do artigo 179, “Ficam
abolidas as Corporações de Ofícios, seus juízes,
escrivães e mestres”, que tinham por principal
objetivo o controle do mercado de trabalho dos
ofícios, mediante a certificação daqueles que
estavam aptos a exercê-los.
Assembléia Constituinte, no ano de 1823, elabora a
nova Constituição. Nela, intensos debates foram
travados entre os parlamentares sobre os mais
variados temas da época, dentre eles a instrução
pública, a criação da universidade brasileira e
muitos outros.
História da Educação no Brasil
Império: 1822 - 1889
Brasil Imperial
Políticas e práticas educacionais
11. Política café-com-leite (alianças da aristocracia no
poder)
Processo de abolição da escravatura
Semana de arte moderna: exigência pelo fim da
hegemonia da cultura européia
Movimentos de trabalhadores em busca do
reconhecimento dos seus direitos; revoltas
armadas.
Tenentismo: militares de Copacabana querendo
desfrutar do poder governamental
Queda no preço do café; aumento nos empréstimos
de capital externo
1929: primeiros passos em direção à transformação
histórica e social. O Brasil busca se inserir na
divisão internacional do trabalho.
-
História da Educação no Brasil
Primeira República: 1822 - 1930
Período Republicano
Contexto
12. Na organização escolar, percebe-se a
influência positivista.
Reforma de Benjamin Constant: tinha como
princípios orientadores a liberdade e
laicidade do ensino, como também a
gratuidade da escola primária.
Introdução da cadeira de Moral e Cívica
com a intenção de tentar combater os
protestos estudantis.
Realização de diversas reformas de
abrangência estadual
Período Republicano
Políticas e práticas educacionais
História da Educação no Brasil
Primeira República: 1822 - 1930
13. Enfraquecimento das velhas oligarquias: a sociedade brasileira
deixa de ser agrária para constituir-se como urbana-industrial.
Golpe de 30
1937: Constituição do Estado Novo (valores urbano-industrial,
populista, nacionalista e desenvolvimentista)
Massificação provocada pela proletarização (de fato, mas não
consciente) de amplas camadas de uma sociedade em
desenvolvimento que desvincula os indivíduos de seus quadros
sociais de origem e os reúne em massa numa sociedade periférica
e mecânica.
Perda da representatividade da classe dirigente, que se
transforma em dominante parasitária.
Líder dotado de carisma de massas, com o populismo alcançando
ampla significação social.
História da Educação no Brasil
Era Vargas: 1930 - 1945
Era Vargas
Contexto
14. 1934: primeira Carta Magna, que vincula como competência da União a elaboração das Diretrizes da Educação Nacional.
Pioneiros da educação organizam Manifesto, postulando a necessidade do Estado organizar um sistema educacional com
ênfase ao método e às ciências para ensinar, e não mais ao conteúdo enciclopédico.
Nova Escola: dessa concepção deriva a centralidade da criança e da infância no período da Modernidade. Disseminação da
escola primária e dos Jardins de Infância. O escolanovismo brasileiro está ligado a certas concepções de John Dewey, que
acredita ser a educação o único meio realmente efetivo para a construção de uma sociedade democrática, que respeite as
características individuais de cada pessoa, inserindo-o em seu grupo social com respeito à sua unicidade, mas como parte
integrante e participativa de Organização de associações escolares (debate e traçado das diretrizes e bases da educação e
fiscalização do sistema)
História da Educação no Brasil
Era Vargas: 1930 - 1945
Era Vargas
Políticas e práticas educacionais
15. Era Vargas
Políticas e práticas educacionais
História da Educação no Brasil
Era Vargas: 1930 - 1945
Pedagogias
da Aprendizagem
•Pedagogia dos interesses
•Alunos protagonistas
Aluno
Professor Saber
16. Era Vargas
Políticas e práticas educacionais
História da Educação no Brasil
Era Vargas: 1930 - 1945
O movimento da Nova Escola enfatizou os
“métodos ativos” de ensino-aprendizagem, deu
importância substancial à liberdade da criança e ao
interesse do educando, adotou métodos de trabalho
em grupo e incentivou a prática de trabalhos manuais
nas escolas; além disso, valorizou os estudos de
psicologia experimental e, finalmente, procurou
colocar crianças (e não mais o professor) no centro do
processo educacional.
17. 1946: reabertura do Congresso Nacional
Política ideológica nacionalista
Período de crescimento econômico graças ao
processo de industrialização em substituição
às importações.
Opções políticas: “compatibilizar o modelo
econômico com a ideologia, nacionalizando a
economia, ou renunciar ao nacionalismo
desenvolvimentista e ajustar ideologia
política à tendência que se manifestava no
plano econômico.” (SAVIANI, 1997, p. 82)
O aquecimento da economia implicava
elevar o nível de produção contendo o nível
de inflação e primando pelo desenvolvimento
da indústria petrolífera.
História da Educação no Brasil
Nacional Desenvolvimentismo: 1946 - 1964
Nacional Desenvolvimentismo
Contexto
18. 1946: primeira constituição que apresenta a expressão “diretrizes
e bases” associada à questão nacional.
1957: “substitutivo Lacerda” – propunha que a sociedade civil
assumisse a escola, que passaria a ser privatizada, deixando de
ser financiada pelo Estado.
Discussões sobre democratização X privatização: de um lado,
apoio à formação geral aos cidadãos brasileiros; de outro, apoio à
escola particular e ao ensino religioso.
Lei 4021/61, primeira Lei da educação, “garantindo à família o
direito de escolha sobre o tipo de educação que deve dar a seus
filhos e estabelecendo que o ensino é obrigação do poder
público e livre à iniciativa privada.”
Movimento da Escola Nova (inspirado no modelo americano):
existência de escolas para o trabalhador produtivo (mão-de-obra
para o mercado) e outra para formar os filhos da aristocracia
decadente e da burguesia industrial. Escola profissionalizante
para os provenientes das classes menos favorecidas e cursos
superiores mais “nobres” para os filhos das classes dirigentes.
História da Educação no Brasil
Nacional Desenvolvimentismo: 1946 - 1964
Nacional Desenvolvimentismo
Políticas e práticas educacionais
19. 1964 – Golpe Militar (derrubada do governo Goulart): renúncia ao nacionalismo e aceitação da doutrina da
interdependência.
Estrutura de classes sociais configurada com base na representação clássica das sociedades industriais, ou seja:
burgueses, proletários (urbanos e agrários), classes médias e um vasto contingente de excluídos, habitando
preferencialmente as periferias das cidades.
Bipolaridade entre a ARENA e o MDB.
Milagre econômico: fim da estabilidade no emprego; política de arrocho salarial; indexação dos preços à espiral
inflacionária por meio da correção monetária; concentração e centralização da produção industrial e agrária; importação
em larga escala dos capitais industrial e financeiro; substituição de importações mediante o desenvolvimento científico e
tecnológico.
História da Educação no Brasil
Período Militar: 1964 - 1984
Período Militar
Contexto
20. Distância crescente entre a classe trabalhadora e as elites empresariais.
Elitização do ensino público e a consequente denúncia em passeatas e nas
assembleias dos movimentos operários e estudantis.
Ditadura: processo que abafou a expressão de transformação que nascia,
surgindo uma ideologia que, pelo uso da força, mantinha a sociedade sob
controle.
Lei 4.464/65 – regulamenta a organização de órgãos de representação
estudantil, estabelece acordos de assistência técnica e cooperação
financeira, gerando o acordo MEC-USAID, que geram reformas no Ensino
Superior (incorporação de tendências modernizantes da economia)
História da Educação no Brasil
Período Militar: 1964 - 1984
Período Militar
Políticas e práticas educacionais
Expansão quantitativa do ensino
superior, tanto privado quanto público.
Teologia da Libertação: esquerda
católica não somente se coloca em oposição
frontal ao regime militar como também
assume uma opção preferencial pelos pobres
e contra a pobreza gerada pelo modelo
econômico que modernizava o capitalismo
21. Eleições Diretas
Crise econômica e altas taxas de inflação
Compromisso com as classes populares e com a ampliação do ensino público.
Em relação à educação: implantação de colegiados (eleito em assembléia de pais, alunos, funcionários e
professores), com a tarefa de acompanhar o plano curricular a escola, o calendário escolar, a biblioteca
e o caixa; críticas às “pedagogias desvairadas” (Darcy Ribeiro) e surgimento dos CIEPs (Centros
Integrados de educação Popular).
História da Educação no Brasil
Transição democrática: 1984 - hoje
Transição democrática
Contexto
22. 1996 - Lei de Diretrizes e Bases (Senador Darcy Ribeiro) e criação dos Parâmetros Curriculares Nacionais.
Em toda a História da Educação no Brasil, contada a partir do descobrimento, jamais houve execução de
tantos projetos na área da educação numa só administração como na do então Ministro de Educação Paulo
Renato Souza, que incluiu debates e práticas sobre avaliações externas.
Baixo desempenho da educação brasileira. Brasil no PISA: últimas colocações no ranking.
Criação das cotas nas universidades públicas
Fragmentação e enciclopedismo do currículo: lobby das corporações
2009: mudanças no Vestibular
História da Educação no Brasil
Transição democrática: 1984 - hoje
Transição democrática
Políticas e práticas educacionais
23. Humanismo Tradicional: concretizado pela educação jesuítica,
representava o movimento de expansão colonialista português
alicerçado na ideologia católica da Contra Reforma. Catequese,
colonização e escolarização fizeram parte do mesmo projeto
inspirado pelo ideário da Contra-Reforma, no qual as ciências e a
educação pública não tinham prioridade.
O ensino nas escolas jesuíticas pautava-se por princípios que não guardavam relação com o
que se passava fora dos muros escolares, traduzindo o caráter formal da educação
aristotélico-tomista. Nessa concepção, o mundo é obra divina, acabada, perfeita. As
imperfeições são decorrências da imperfeição humana deformada pelo pecado. Ao homem resta
tornar-se perfeito, mortificando-se, flagelando-se ou admirando a obra divina.
Priorizava-se na educação os princípios da autoridade e da disciplina. Ênfase nas atividades
literárias e acadêmicas, no sistema de ensino retórico, mnemônico e que carecia de sentido
para os aprendizes.
Garantiu a unidade nacional por meio de três fatores: língua, que tinha o significado de
expansão da colonização portuguesa; base ideológica e religiosa comuns e organização de um
único sistema de ensino, de norte a sul do Brasil.
História da Educação no Brasil
Panorama do século XX
Panorama da educação brasileira
Principais marcos
24. • Humanismo Moderno - Na segunda metade do século XIX, o incremento da lavoura cafeeira
trouxe consigo mudanças na economia, na política, na formação da sociedade e na própria cultura.
No seio dessas transformações surgiram duas novas classes sociais: a chamada burguesia industrial e o
operariado. No sistema educacional brasileiro, a escola primária tornou-se importante “quanto aos
objetivos, aos conteúdos e função social”. Nela se integrariam o humano e o nacional iniciando-se a
difusão do seu caráter obrigatório, dotado de significado democrático e republicano. Seria esta
instituição a responsável pela diminuição da diferença entre a elite e o povo. Surgiu aí a idéia da
escola enquanto formadora do homem produtivo.
O desenvolvimento da industrialização no Brasil provocou a implantação e a consolidação de uma
pedagogia considerada necessária para desenvolver o homem produtivo: a Pedagogia da Escola Nova.
As reformas educacionais consistiam em propostas de alfabetização, transmissão dos conhecimentos
básicos de História, Geografia e Ciências Naturais, aquisição de hábitos de higiene e de formação
moral, com ênfase nos Trabalhos Manuais (trabalhos de agulha para as meninas e pequenos trabalhos
com madeira, para os meninos), cujas práticas visavam formar hábitos de disciplina para o futuro
cidadão e trabalhador.
História da Educação no Brasil
Panorama do século XX
Panorama da educação brasileira
Principais marcos
25. Tecnicismo - O sujeito passou a ser a técnica. Este deslocamento procedeu das modificações
educacionais sofridas em função de mudanças no contexto sócio-econômico e político.
Foi pensado em um novo tipo de homem que valesse para o mercado como fator de produção. Assim, por
meio da influência norte-americana, viabilizada na educação pelos acordos MEC-USAID, o homem passou
a ser concebido como recurso humano.
Aliada à concepção taylorista de “trabalho,” a proposta tecnicista determinou
mudanças radicais no sistema educacional que estava em processo de reconstrução.
A reforma expressa nas leis 5540/68 e 5692/71, a primeira relativa ao ensino superior e a segunda
relativa aos ensinos de 1º e 2º graus, deram aos respectivos níveis de ensino nova direção, resultado das
mudanças estruturais sofridas. Apregoava-se a neutralidade da ciência e forçava-se a universidade
apolítica, por medidas tomadas nos Atos Institucionais que tolhiam a liberdade de expressão, bem como
a reunião de grupos de pessoas, as discussões acadêmicas, o discurso crítico.
A globalização entendida como a expansão do modo de produção capitalista em escala mundial criou a
conseqüente expansão da competição e trouxe para a educação, principalmente nos países dependentes
de tecnologia e que ainda não deram conta da escolarização de sua população, o recrudescimento do
problema de tipos de educação diferenciada conforme as classes sociais.
História da Educação no Brasil
Panorama do século XX
Panorama da educação brasileira
Principais marcos
26. As tendências Humanista Tradicional e Humanista Moderna ainda
estão presentes na educação brasileira. A primeira, na dissociação entre o real e o
formal, na separação entre a educação das diferentes classes sociais e no
enfraquecimento da escola pública. A segunda faz-se presente nos cursos e
disciplinas que priorizam as descobertas e experiências e valorizam a razão humana.
Porém, o Tecnicismo é preponderante, embora se utilize de princípios da Pedagogia
da Escola Nova, tais como o “aprender a aprender” e o “método de projetos”. Esta
tendência concretizou uma separação entre as tendências humanistas e o homem
como recurso humano. A influência do Tecnicismo está presente hoje na
distribuição diferenciada do conhecimento que consagra a permanência de modelos
diferenciados de ensino, contribuindo para a diferença entre as classes sociais.
O Humanismo Tradicional e o Tecnicismo constituem-se nas duas tendências
que definitivamente conformaram (a primeira) e conformam (a segunda) a educação
brasileira porque suas concepções de mundo, de homem e de educação abrangeram
todo o sistema educacional nos diferentes períodos, modificando os conteúdos, a
formação dos professores e a relação professor-aluno.
História da Educação no Brasil
Panorama do século XX
Panorama da educação brasileira
Em busca de uma síntese
27. No Brasil, educação não é projeto de Estado. É projeto de
governo, sendo apenas a 6ª prioridade para o povo brasileiro.
2007:
1. Saúde
2. Empregos
3. Segurança Pública
4. Drogas
5. Corrupção
6. Educação Básica
7. Fome/ miséria
8. Salários
Na Coréia: “Febre da Educação”.
História da Educação no Brasil
Panorama do século XX
Panorama da educação brasileira
Em busca de uma síntese
28. História da Educação no Brasil
Brasil Contemporâneo
Panorama da educação brasileira
Fonte: Todos pela Educação
Educação de qualidade para todos
As 5 metas para a educação brasileira
Meta 1:
Toda a criança e jovem de 4 a 17 anos na escola.
Meta 2:
Toda criança plenamente alfabetizada até os 8 anos.
Meta 3:
Todo aluno com aprendizado adequado à sua série
Meta 4:
Todo jovem com o Ensino Médio concluído até os 19 anos.
Meta 5:
Investimento em educação ampliado e bem gerido.
29. Meta 1: Atendimento > Taxa de atendimento de 4 a 17 anos > 2007
BRASIL 90,6%
Norte: 87,8%
Nordeste: 91,0%
Sudeste: 92,1%
Centro Oeste: 88,6%
Sul: 88,4%
Rio Grande do Sul:
86,4%
História da Educação no Brasil
Brasil Contemporâneo
Panorama da educação brasileira
Fonte: Todos pela Educação
30. Meta 3: Aprendizado adequado à série
4a. série EF 8a. série EF 3a. série EM
Líng. Port. Matemática Líng. Port. Matemática Líng. Port. Matemática
BRASIL 27,9% 23,7% 20,5% 14,3% 24,5% 9,8%
Fonte: SAEB/INEP
Ano: 2007
*Pontuação mínima na escala do Saeb, estabelecida
pelo Todos Pela Educação como adequada a cada
série:
4a série EF –
Língua Portuguesa: acima de 200 pontos.
Matemática: acima de 225 pontos
8a série EF –
Língua Portuguesa: acima de 275 pontos.
Matemática: acima de 300 pontos
3a série EM –
Língua Portuguesa: acima de 300 pontos.
Matemática: acima de 350 pontos
História da Educação no Brasil
Brasil Contemporâneo
Panorama da educação brasileira
Fonte: Todos pela Educação
31. Meta 5: Investimento em educação ampliado e bem gerido
Dados do PISA mostram que países com melhor rendimento escolar investem, pelo menos,
5% do PIB em educação.
O Brasil investe apenas 3,2%.
História da Educação no Brasil
Brasil Contemporâneo
Panorama da educação brasileira
Fonte: Todos pela Educação
32. Distorção idade X série
No Brasil, 29,4% dos alunos da 4ª série (EF) estão acima da idade adequada.
Na 8ª série (EF), esse percentual é de 36,4% , e na 3ª série (EM), 42,6%.
MEC/Inep/DTDIE - 2005
Taxa de aprovação
4ª série (EF) 8ª série (EF) 3ª série (EM)
BRASIL 85,8% 79,8% 74,1%
Fonte: MEC/INEP/DTDIE
Ano: 2007
Taxa de reprovação
4ª série (EF) 8ª série (EF) 3ª série (EM)
BRASIL 10,4% 10,9% 7,9%
Fonte: MEC/INEP/DTDIE
Ano: 2005
Taxa de abandono
4ª série (EF) 8ª série (EF) 3ª série (EM)
BRASIL 4,8% 9,4% 10,3%
Fonte: MEC/INEP/DTDIE
Ano: 2005
História da Educação no Brasil
Brasil Contemporâneo
Panorama da educação brasileira
Fonte: Todos pela Educação
33. Vive-se um momento de importante transição do ambiente econômico,
onde são crescentes os esforços de proteção da propriedade intelectual, e a gestão pró-
ativa do conhecimento adquire um papel central para o desenvolvimento das nações.
Em um estudo econométrico envolvendo 29 países, mostrou-se que
investimentos em educação são responsáveis por cerca de 25% do
crescimento econômico (Psacharaopoulos, 1984).
Vários estudos apontam para taxas privadas de retorno sobre
investimentos em P&D entre 20% e 30% e para taxas sociais destes mesmos
investimentos superiores a 50% (OECD, 1996). A OECD vem se esforçando em
desenvolver indicadores das “knowledge-based economies”, ou seja, indicadores que
meçam a produção, distribuição e uso do recursos conhecimento.
Verificou-se que cada ano adicional de estudo implica em um aumento
de produtividade de 8,5% no setor industrial e 13% no setor de serviços (The
Economist, setembro, 1996, pag. 12).
História da Educação no Brasil
Brasil e a Sociedade do Conhecimento
34. A comparação do desempenho da trajetória do Brasil e da Coréia é altamente
relevante, pois nos últimos 50 anos ambos países atravessaram transições estruturas
semelhantes nas suas economias e instituições (com relativa pouca defasagem de tempo
e clara vantagem para a Coréia em todas as transições).
- De sociedades rurais para sociedades industriais.
- Da substituição de importações para uma grande ênfase nas exportações.
- De ênfase nas exportações para uma integração na economia mundial.
- Do recebimento de investimentos produtivos internacionais para o investimento
de empresas nacionais em países estrangeiros.
- Da total dependência tecnológica para
níveis crescentes de produção tecnológica
própria e original.
- De ditaduras para democracias.
História da Educação no Brasil
Brasil e a Sociedade do Conhecimento
35. Percentual de Alunos nos Diversos Níveis de Habilidade em Leitura
ABAIXO DO NÍVEL 1 NÍVEL 1 NÍVEL 2 NÍVEL 3 NÍVEL 4 NÍVEL 5
Brasil 23 32 28 13 3 1
Coréia do Sul 1 5 19 39 31 6
EUA 6 12 21 27 21 12
México 16 28 30 19 6 1
Fonte: Base de dados do PISA 2000 (disponível em www.pisa.oecd.org).
História da Educação no Brasil
Brasil e a Sociedade do Conhecimento
36. História da Educação no Brasil
Brasil e a Sociedade do Conhecimento
Percentual de Alunos de Nível Socioeconômico e Cultural Elevado nos
Diversos Níveis de Habilidade em Leitura
ABAIXO DO NÍVEL 1 NÍVEL 1 NÍVEL 2 NÍVEL 3 NÍVEL 4 NÍVEL 5
Brasil 3 14 25 37 16 5
Coréia do Sul 0 1 10 34 45 10
Espanha 1 4 15 35 36 10
EUA 1 5 14 26 29 24
Fed. Russa 2 7 23 30 24 9
França 1 2 11 29 38 19
México 2 7 26 34 24 3
Portugal 1 3 13 34 37 11
Fonte: Base de dados do PISA 2000 (disponível em www.pisa.oecd.org).
37. "As idéias de Bauman são fortes. O mundo contemporâneo está, de fato,
infestado de emoções fluidas, que transformam a vida numa experiência
rápida e sem profundidade – como se viver fosse deslizar sobre as águas de
uma piscina."
José Castello, Prosa & Verso | O Globo
TEMPOS LÍQUIDOS - Uma reflexão profunda sobre a insegurança, sobretudo nas
grandes cidades. Terrorismo, desemprego, solidão – fenômenos típicos de uma
era na qual, para Bauman, a exclusão e a desintegração da solidariedade
expõem o homem aos seus temores mais graves. Mostra como as cidades, que
originalmente foram construídas para fornecer proteção ao cidadão, se
tornaram um ambiente inseguro.
História da Educação no Brasil
Educação em Tempos Líquidos
38. A Educação em Tempos Líquidos
Desafios para a educação no século XXI
História da Educação no Brasil
Perspectivas para o século XXI
Pedagogias
da Comunicação
•Valorização da informação
•Professor como promotor
de reflexão e atribuição de sentido.
•Importância das relações interpessoais
Alunos
Informação Alunos
Professor
SABER
39. Códigos da Modernidade
José Bernardo Toro
1. Domínio da leitura e da escrita
2. Capacidade de fazer cálculos e resolver problemas
3. Capacidade de analisar, sintetizar e interpretar
dados, fatos e situações.
4. Capacidade de compreender e atuar seu entorno
social
5. Receber criticamente os meios de comunicação
6. Capacidade para localizar, acessar e usar melhor a
informação acumulada.
7. Capacidade de planejar, trabalhar e decidir em
grupo.
História da Educação no Brasil
Educação em Tempos Líquidos
Desafios para a educação no século XXI
40. Os Quatro Pilares da Educação
Jacques Delors
1. Aprender a conhecer
2. Aprender a fazer
3. Aprender a viver juntos
4. Aprender a ser
História da Educação no Brasil
Educação em Tempos Líquidos
Desafios para a educação no século XXI