1. Etapa Ensino Fundamental
Anos Finais
Pensamento e
cultura no século
XIX: Darwinismo
social e racismo
8o ANO
Aula 03 – 4o Bimestre
História
2. ● Como eram os aspectos
culturais no Brasil do
século XIX;
● O que era e como
funcionava o chamado
“Darwinismo social” no
Brasil no decorrer do
século XIX;
● Pequena análise do racismo
no Brasil (em especial,
durante o século XIX).
● Entender alguns aspectos da
cultura no Brasil do século
XIX;
● Assimilar como funcionou, no
Brasil do período imperial, o
chamado “Darwinismo social”
(durante o século XIX);
● Compreender como se
instaurou – e sempre
funcionou – o racismo no
Brasil (em especial, no
decorrer do século XIX).
Conteúdo Objetivos
3. Para começar
A partir de seus conhecimentos
prévios, levante a mão se
quiser responder ao seguinte
questionamento:
Você sabe quem foi Charles
Darwin e qual a sua teoria
revolucionária?
Ilustração (de autor desconhecido),
mostrando como deve ter ocorrido a
evolução da girafa (como exemplo do
que foi teorizado por Charles Darwin)
4. Para começar
Você sabe quem foi Charles Darwin e qual a sua teoria
revolucionária?
RESPOSTA ESPERADA:
Charles Robert Darwin foi um naturalista inglês que criou, no século
XIX, a chamada teoria da evolução das espécies (lançada em seu
livro A origem das espécies, de 1859). Em seu livro, ele chegou à
seguinte conclusão: “As espécies de seres vivos se transformam ao
longo dos tempos, pois sofrem seleção natural, que prioriza os seres
mais adaptados ao ambiente em que vivem devido a suas
características serem adequadas ao meio onde vivem.” Mais adiante,
entenderemos a ligação dessa teoria com uma deturpação
sociológica criada a partir dela.
Correção
5. Foco no conteúdo
O pensamento no Brasil
do século XIX
Quanto ao pensamento (em especial, o de
cunho filosófico), ele ainda era bastante
influenciado pelo Iluminismo (do século XVII
e XVIII) e pela Revolução Industrial
(iniciada no século XVIII), como também por
ideais da Revolução Francesa (fins do
século XVIII). Tudo isso estava misturado às
novas tecnologias industriais (conquistadas
durante o próprio século XIX) e às discussões
intelectuais iluministas, liberais, nacionalistas
e até mesmo republicanas.
Gravura (de 1906, de
autor desconhecido),
para o livro As obras de
Voltaire (sendo Voltaire
um dos grandes
autores do
Iluminismo).
6. Foco no conteúdo
A cultura erudita no Brasil
do século XIX
Quanto à cultura erudita, ela estava ligada aos
que conseguiam estudar na Europa
(normalmente, na Universidade de
Coimbra, em Portugal) e que traziam hábitos
cosmopolitas, adquiridos em locais como Paris,
tais como: o hábito de frequentar teatros,
grandes festas e bailes e passear pelas ruas da
capital francesa (chamado de “flanar”). Como
exemplo, visando o divertimento da própria
Corte, temos o teatro mostrado na imagem ao
lado, criado para alguns poucos súditos.
Tela de Jacques Arago,
de 1825, mostrando ao
fundo a fachada do Real
Teatro São João, o
primeiro teatro do Brasil,
inaugurado em 1813 em
homenagem ao então
príncipe regente, D. João
7. Foco no conteúdo
O que foi o chamado
“Darwinismo social”?
Foi a ideia de que “raças” mais desenvolvidas
dominariam as “raças” menos desenvolvidas. Em
um poema de Rudyard Kipling, O fardo do
homem branco, temos o trecho: “O grande fardo
do homem branco era ter de levar a civilização às
raças menos civilizadas”.
Assim, utiliza-se princípios deturpados,
“inspirados” na teoria da evolução de Darwin,
visando provar que “uma raça mais poderosa
tende a dominar as raças inferiores” (coisa que,
obviamente, Darwin nunca disse ou pensou).
Foto colorizada de
Charles Darwin, de
1874, retratando o
naturalista inglês
8. Foco no conteúdo
E o que o “Darwinismo social”
dizia (ou pregava)
Já que algumas raças eram melhores que
outras – para os adeptos da teoria do
“Darwinismo social” – os países com muitos
negros deveriam (por meio da
miscigenação), “branquear” a sua população,
eliminando assim seu elemento negro.
Em última instância, essas ideias acabaram
levando ao Imperialismo (com grandes
disputas entre nações por territórios), sendo
ele um dos motivos para a eclosão da própria
Primeira Guerra Mundial, em 1914.
Ilustração de Edward L.
Sambourne, de 1892,
com Cecil J. Rodhes em
sua tarefa de implantar
um cabo telegráfico na
África, ligando o sul
(Cidade do Cabo, na
África do Sul), ao norte
(Cairo, no Egito)
9. Na prática
Com base no que estudamos até o momento, escreva uma
resposta para o questionamento a seguir.
O que podemos entender do uso do termo
“branqueamento social”, processo que se
buscava com as imigrações europeias –
que se iniciaram na segunda metade do
século XIX – e que se intensificaram logo
após a abolição da escravidão?
Todo
mundo
escreve!
10. Na prática
RESPOSTA ESPERADA:
Dizia-se isso pois, seguindo as premissas da eugenia, considerada uma
ciência criada durante o século XIX, mediante a miscigenação
subsequente à imigração europeia, a população brasileira começaria a
“branquear”, ou seja, deixar de ter uma predominância parda e/ou
negra. Também se dizia que isso poderia melhorar o próprio padrão
geral – inclusive no âmbito intelectual – de toda a nossa população.
O que podemos entender do uso do termo “branqueamento
social”, processo que se buscava com as imigrações europeias
– que se iniciaram na segunda metade do século XIX – e que
se intensificaram logo após a abolição da escravidão?
Correção
11. Foco no conteúdo
Era bastante evidente que os negros, uma vez
considerados pessoas inferiores e meros
instrumentos de trabalho, depois da abolição,
sofreram com o que hoje está aí: o racismo
(etnismo seria o termo mais correto) que fala
mal dos negros por meio de comentários
maliciosos, piadas, palavras ou frases que
menosprezam sua etnia, usando expressões
como “denegrir”, “a coisa está preta”, “lista
negra”, ou mesmo “ovelha negra”, além de
memes, charges etc.
Racismo no século XIX
Foto de Cristiano Jr.
captada em fins do
século XIX, mostrando
uma pessoa escravizada
vendendo algo para seu
senhor (conhecidas à
época como “escravas de
ganho”)
12. Foco no conteúdo
Para saber mais e ter
uma outra visão do
assunto, assista a esta
aula sobre algumas
questões relacionadas às
pessoas escravizadas e à
própria escravidão:
Duração: 4 minutos e 21
segundos
https://www.youtube.com/watch?v=JmPehwDG6QU
13. Foco no conteúdo
Passamos por um momento
delicado no Brasil, com notícias de
ataques racistas a entregadores de
aplicativo e outros profissionais, por
parte – quase sempre – de pessoas
brancas. E, até mesmo no futebol,
há diversos relatos de ofensas
racistas contra jogadores negros de
times adversários, por parte de
torcedores do time rival.
O absurdo do racismo no
Brasil e no mundo atual
Foto, de autoria desconhecida, que
ilustrou matéria sobre racismo no
futebol europeu (infelizmente,
bastante presente nos programas
esportivos da TV brasileira também)
14. Foco no conteúdo
Finalizando
Foto de José Adão, um dos
fundadores do Movimento Negro
Unificado – MNU, mostrando
uma manifestação em repúdio à
morte de um negro, ainda durante
a ditadura militar, no dia 20 de
novembro de 1978. Protestos do
movimento negro nos dias 13 de
maio (Abolição da Escravidão) ou
20 de novembro (Dia da
Consciência Negra) são bastante
comuns e mostram que a
indignação e a busca por mais
direitos não acabará tão cedo (e
nem deveria)
15. Aplicando Você já consegue analisar!
Analisando um texto historiográfico
“Ser negro por adoção é uma tarefa tão simples quanto falsa. Nela,
esconde-se a tentativa de dar continuidade ao quadro racial dominante,
sendo um modo sofisticado de apresentar, sob a forma de paternalismo,
o preconceito de quem não pode negar uma origem que repudia; de
quem deve a maior parte do que possui ao povo que escravizou e
desumanizou. Esse é um paradoxo por demais incômodo. Não contavam
os dominadores que seus dominados acumulassem não só sofrimento e
miséria, mas também aspectos de sua cultura, inclusive seus vícios e
virtudes.”
NASCIMENTO, B. Uma história feita por mãos negras: Relações
raciais, quilombos e movimentos. Rio de Janeiro, RJ: Editora
Zahar, 2021. Pág. 49.
16. Aplicando Você já consegue analisar!
Analisando um texto historiográfico
Após ter analisado o texto junto com seu
professor, e considerando o que aprendemos na
aula de hoje, responda:
*O que esse texto quer nos mostrar,
exatamente? O que a autora quer dizer
quando usa a expressão “Ser negro por
adoção...” ao iniciar o parágrafo desse trecho
específico de seu livro?
17. Aplicando
Analisando um texto historiográfico
RESPOSTA ESPERADA:
O texto mostra que coisas como ter que declarar sua cor – em momentos
como o de tirar documentos, ou mesmo em uma inscrição de vestibular,
devido à questão das cotas – pode ser uma forma de controle social, pois
mesmo fornecendo um benefício para poucos, mantém a maioria na
camada social mais baixa, perpetrando o branco na camada social mais
alta. E, o que é pior para a autora: tudo isso aparece travestido como
uma espécie de paternalismo, como se os governos quisessem, tão
somente, o bem das pessoas negras, quando, na verdade, isso acaba por
ser – a longo prazo – algo que pode levar, meramente, a uma grande
continuidade do status quo vigente (o que, em História, chama-se
“permanência”).
Correção
Todo
mundo
escreve!
18. O que aprendemos hoje?
● Analisamos como eram os aspectos
culturais do Brasil no século XIX;
● Assimilamos como funcionou, no Brasil do
século XIX, o chamado “Darwinismo
social”;
● Compreendemos como se iniciou – e como
ainda funciona – o racismo no Brasil (em
especial, como ele era no século XIX).
19. Tarefa SP
Localizador: 102545
1. Professor, para visualizar a tarefa da aula, acesse com
seu login: tarefas.cmsp.educacao.sp.gov.br;
2. Clique em “Atividades” e, em seguida, em “Modelos”;
3. Em “Buscar por”, selecione a opção “Localizador”;
4. Copie o localizador acima e cole-o no campo de busca;
5. Clique em “Procurar”.
Tutorial em vídeo: http://tarefasp.educacao.sp.gov.br/
20. Referências
LEMOV, D. Aula Nota 10 2.0: 62 técnicas para melhorar a gestão da sala de
aula. Porto Alegre: Penso, 2018.
NASCIMENTO, B. Uma história feita por mãos negras: relações raciais,
quilombos e movimentos. Rio de Janeiro, RJ: Editora Zahar, 2021.
SÃO PAULO (Estado) Secretaria da Educação. Currículo Paulista: Etapas
Educação Infantil e Ensino Fundamental. São Paulo, 2019.
SÃO PAULO (Estado). Secretaria da Educação. Currículo em Ação.
Coordenadoria Pedagógica – COPED. São Paulo, 2023.
25. Referências
Livro analisado:
Slides 15, 16 e 17 – NASCIMENTO, B. Uma história feita por mãos
negras: relações raciais, quilombos e movimentos. Rio de Janeiro, RJ:
Editora Zahar, 2021. Pág. 49.