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LINGUÍSTICA: CONCEITOS
METODOLÓGICOS (SEMIÓTICA,
SIGNO, SEMIOSE)
Profa Dra Vânia Mara Alves Lima
Profa Dra Cibele de Araújo Camargo dos Santos
Disciplina: Linguística documentária
2017
ECA/USP
1
LÍNGUA/SIGNOS
 Não é uma nomenclatura que se aplica a uma
realidade preexistente.
 Signos não são etiquetas que são colocadas
nas coisas.
 Signos são uma forma de apreender a
realidade.
 A língua é uma forma de categorizar, organizar
e interpretar o mundo.
Exemplo: No léxico de uma língua agrupamos nomes em classes:
violeta, rosa, margarida pertence à classe das flores e ao mesmo
tempo podemos falar de coisas que nem existem. 2
ATIVIDADE LINGUÍSTICA
 Palavras denominam conceitos.
 Conceitos ordenam a realidade, categorizam o
mundo.
Apagar / Deletar
Só através dos signos distinguimos 2 ideias de
modo claro e constante.
O significado é composto de traços funcionais como
morde/não morde; come cerais/não come cereais
3
SEMIÓTICA OU SEMIOLOGIA?
. Estudo das significações
. Estudo da vida dos signos no seio da vida
social
. Teoria geral dos modos de significar
 Semiologia
Termo mais usado na tradição européia
Semiótica
termo mais usado nos países anglo-saxônicos; hoje,
generalizado 4
SEMIÓTICA
 Técnica de pesquisa que a Filosofia da
Linguagem pratica expressamente para falar de
signos e que consegue dizer-nos de um modo
bastante exato como funcionam a comunicação
e a significação.
 É a disciplina que estuda as relações entre
código e mensagem e entre signo e discurso.
5
O SIGNO COMO ELEMENTO DO PROCESSO DE
COMUNICAÇÃO
O signo é usado para transmitir uma informação, para indicar a
alguém alguma coisa que um outro conhece e quer que os outros
também conheçam.
Mensagem organização complexa de muitos
signos.
E D
M
código
Sistema de significação comum ao Emissor e ao Destinatário com
uma série de regras que atribui ao signo um significado.
6
PROCESSOS DE COMUNICAÇÃO SEM
CÓDIGO
Processos de estímulo resposta
Estímulo = não está por outra coisa, mas
provoca outra coisa; não há inferência, nem
processo lógico-intelectual; processo não-
reversível. Exemplo:
Uma luz forte que me obriga a fechar os
olhos.
7
PROCESSO SÍGNICO
 É reversível podendo-se passar do signo ao seu
referente e vice-versa, característica dos
processos intelectuais. Exemplo:
 Ordem verbal que me manda fechar os olhos.
Decodifico a mensagem (processo sígnico) e depois
decido se vou obedecer (processo volitivo).
8
O SIGNO COMO ELEMENTO DO
PROCESSO DE SIGNIFICAÇÃO
Para os Estóicos em cada processo sígnico deve-
se distinguir:
 semainon  signo, entidade física
 semainomen  ou o que é dito pelo signo e que
não representa uma entidade física
 pragma  objeto a que o signo se refere,
entidade física, acontecimento, ação
9
SIGNO
Significado
Significante Referente
Exemplo:
O significante /cavalo/ corresponde a um <<X>> significado.
Todos os cavalos que já existiram, existentes e que existirão são
indicados como referente do significante /cavalo? 10
TRIÂNGULOS SEMIÓTICOS
Significado, conceito (Saussure)
Interpretante (Peirce)
Designatum (Morris)
Conteúdo (Hjelmslev)
Intensão (Carnap)
Referência (Ogden & Richards)
Sentido (Frege)
...
Significante (Saussure)
Símbolo (Ogden & Richards)
Signo,representamen (Peirce)
Veículo sígnico (Morris)
Expressão (Hjelmslev)
Referente (O&R)
..........
Objeto (Peirce)
.......
Extensão
(Carnap)
11
TRIÂNGULO SEMIÓTICO
Signo
/cavalo/
Interpretante
“x”
Objeto/Referente
[cavalo]
significado
significante
Signo lingüístico
intérprete
contexto
12
SIGNO
Objeto fundamental da pesquisa semiótica
Alguma coisa está em lugar de outra (helenistas;
teóricos medievais)
Presença que remete a algo não presente
“Tudo aquilo que, aos olhos de alguém, está no
lugar de alguma outra coisa sob algum aspecto
ou capacidade” (Peirce)
13
SIGNO
. Aquilo que cria algo na Mente do Intérprete
. É um cognoscível determinado por algo que não
ele mesmo (seu Objeto) e que determina alguma
Mente concreta ou potencial (Interpretante)
. Forma vazia ... que só pode significar algo ou
algo ... mais definido
14
3 MANEIRAS DE CONSIDERAR O SIGNO (MORRIS)
 Semântica: o signo é considerado em relação
aquilo que significa.
 Sintática: o signo é considerado enquanto
inserível em sequências de outros signos com
base em regras de combinação
 Pragmática: o signo é considerado quanto as
próprias origens, aos próprios efeitos sobre os
destinatários, aos usos que dele fazem.
15
UNIDADE MÍNIMA DE SIGNIFICAÇÃO
 Aristóteles
 onoma : signo que por convenção significa uma coisa
como /navio/
 rema : signo que tb significa uma referência temporal
como /é, são/
 logos: signo complexo, um inteiro discurso significativo
Gramáticos medievais
- Sincategorema /a/
- Categorema /casa/
Sema = unidade portadora de significado /vem aqui/
Signo = qualquer entidade mínima que pareça ter um
significado preciso
16
Peirce
 Rema = termo simples
 Dicisigno = proposição /Sócrates é mortal/
 Argumento = é um raciocínio complexo, como
um silogismo.
Signo simples = /chávena/
Signo complexo = /a chávena de café/
Os dois denotam alguma coisa e podem formar
um enunciado que comportam vários signos.
17
 Embora essencialmente psíquicos, não são abstrações.
 São realidades concretas no plano fônico, mas também
da escrita, pois as imagens acústicas podem ser fixadas
por imagens visuais (sistema da escrita).
Mas, as palavras da língua não são etiquetas
colocadas sobre as realidades do mundo, a língua não
traduz o pensamento.
O fato que as mesmas realidades possuem nomes
diferentes em diversas línguas é uma prova da não-
coincidência entre a língua e o mundo.
SIGNOS LINGUÍSTICOS
 Une não uma coisa a uma palavra, mas um
conceito e uma imagem acústica, não é o som,
mas a impressão psíquica desse som.
Conceito Significado
SignoImagem acústica
Significante
O laço que une significante e significado é
arbitrário, isto é, não existe entre eles nenhum
laço natural na realidade, exemplo: boi
(portugues), boef (francês)e oks (alemão).
SIGNO LINGUÍSTICO
 Não existe significante sem significado e nem significado sem
significante, pois o significante sempre evoca um significado,
enquanto um significado não existe fora dos sons que o
veiculam.
 A imagem acústica /gatu/ não evoca um gato em particular, mas
a ideia geral de gato, que tem um valor classificatório.
 O significado não é a realidade que ele designa,mas a sua
representação.
 As unidades da língua são definíveis não pela sua descrição
isolada e diacrônica, mas pelo seu lugar e suas relações no
interior do sistema.
/um sábio pouco psicólogo/
/um psicólogo pouco sábio/
 As unidade da língua não tem nenhuma característica própria
fora das relações que elas entretêm com as outras.
LEMBRETES
SIGNO
 É a correlação de uma forma significante com
uma unidade que definimos como significado.
 Cada signo liga o plano da expressão (plano
significante) ao plano do conteúdo (plano
significado), ambos opondo ao seu nível
substância e forma.
 Os signos se diferenciam é na articulação da
forma significante.
 Não existe nunca como entidade física
observável e estável, dado que ele é produto de
uma série de relações. 21
OBJETO DO SIGNO
.Está no universo das coisas ou das expectativas
. [algo] individual
. Objeto imediato:
objeto enquanto conhecido no Signo, idéia,
qualidade da sensação
. Objeto dinâmico:
... tal como é, independentemente de qq aspecto
particular seu, referido à condição real, o Objeto
em relações tais como seria mostrado por um
estudo definitivo e ilimitado 22
CÓDIGO
 Regra de junção de elementos da expressão com
elementos do conteúdo, depois de ter organizado
em sistemas formais os dois planos.
 Pode ser considerado uma estrutura, ou seja um
sistema, em que cada valor se institui pela
posição e diferença e que se evidenciam apenas
qdo diferentes fenômenos são mutuamente
comparados em referência ao mesmo sistema de
relações. Ex. Governo/Estado
 Para que exista código é indispensável que
exista correspondência convencionalizada e
socializada.
23
CÓDIGO
 É condição necessária e suficiente para a
subsistência do signo.
 Um sintoma médico é signo na medida que
existe um código da semiótica médica.
 Dificuldade de comunicação quando o signo
é reconhecido, mas o código é defeituoso ,
incompleto, provisório e contraditório
24
INTERPRETANTE
. [algo que], de modo mediato e relativo, [foi] criado
pelo Objeto do Signo na mente do intérprete
. aquilo que o próprio signo expressa; [algo] que
requer ... raciocínio
. o sentido de um signo é outro que o traduz mais
explicitamente
. mecanismo semiótico, através do qual , o significado
é predicado de um significante.
. qualquer signo, ou complexo de signos que traduz o
primeiro signo em circunstâncias adequadas. 25
INTERPRETANTE
 Pode ser um outro signo da mesma semia
 Um sinônimo
 Um signo de outra semia que use a mesma
substância da expressão
 termo equivalente em outra língua
 Um signo de semias com substância expressiva
diversa
 um desenho, uma cor
 um objeto assumido como signo
 uma definição intensional das propriedades
atribuídas comumente ao suposto objeto do
signo. 26
IMPORTANTE
 Um signo não representa um objeto, ele só pode
ser usado corretamente numa ato de referência
se o código lhe atribuir o mesmo interpretante
que atribui a certos objetos considerados como
signos ostensivos que significam a classe do
objetos a que pertencem.
27
OBSERVAÇÃO COLATERAL
. Fato independente da ação do signo.
. Hábito pelo qual um signo traz à tona uma série de atributos.
. Pré-requisito para se obter qualquer idéia significada pelo signo.
. Prévia familiaridade com aquilo que o signo denota.
. Não faz parte do Interpretante, mas é elemento relacionado
formador do Interpretante.
. Experiência prévia; conhecimento de fundo.
. Algo que é necessário para que o signo seja entendido.
Ex. Hamlet era louco. 28
SEMIOSE
. Processo pelo qual qualquer coisa age como signo, ou
seja, significa
. Processo que compreende 3 fatores:
. Um signo/representamen (1o. termo de uma relação triádica)
. seu Objeto (2o. termo)
. seu Interpretante (3o. termo)
. um quarto (Morris), Intérprete
. Passagem contínua de signo a signo
. A definição completa da semiose é também a definição
do signo:
“Um signo, ou representamen, é aquilo que, sob certo
aspecto ou modo, representa algo para alguém"
(Peirce)
29
SEMIOSE
. “Para estabelecer o significado de um significante (signo) é
necessário nomear o primeiro significante por meio de um
outro significante que, a seu turno, conta com outro
significante que pode ser interpretado por outro significante,
e assim sucessivamente “(ECO, Lector in fabula)
. “A significação (e a comunicação) opera por meio de
deslocamentos contínuos, que referem um signo a outros
signos ou a outras cadeias de signos, circunscreve as
unidades culturais ... sem jamais 'tocá-las' diretamente, mas
tornando-as acessíveis através de outras unidades
culturais” (ECO, Tratado geral de semiótica)
. “A realidade é um processo criativo, dialético e
contextualista” (Adriano Rodrigues, Introdução à semiótica ) 30
S I1 I2 I3
O
Semiose ilimitada
Cada interpretante de um signo é uma unidade cultural ou
unidade semântica. Um interpretante remete a outro
interpretante ad infinitum. Cada interpretante de um signo
é uma unidade cultural ou unidade semântica.
31
UNIDADE CULTURAL/SEMÂNTICA
 Constituem-se autonomamente, numa cultura, num
sistema de oposições, no sistema semântico global.
 Geralmente são individualizadas como constituídas
em campos semânticos ou em simples eixos
oposicionais.
 O sistema das unidades semânticas representa o
modo como uma certa cultura segmenta o universo
perceptível e pensável e constitui a Forma do
Conteúdo.
 Uma unidade cultural é uma unidade observável e
manobrável, porque se manifesta através de seus
interpretantes: palavras, gestos...
32
POSTULADO DA SIGNIFICAÇÃO
 O processo de significação só se verifica
quando existe um código, sistema de
significação que une entidades presentes e
entidades ausentes.
 É necessário que ao sistema de significantes
corresponda um sistema de unidades culturais.
 No círculo da semiose ilimitada as unidades culturais se
reestruturam continuamente na sua correlação, ou sob o
impulso de novas percepções, ou pelo jogo das suas
recíprocas contradições.
 Um signo denota uma posição no sistema semântico.
33
SISTEMA SEMÂNTICO
É descrito, às vezes intuído, sob a
forma de campos e eixos parciais.
Campo de unidades correspondentes às
que os signos denotam.
34
 Denotação
 é o reenvio, realizado em circunstâncias e contextos
dados, para aquela posição no Sistema Semântico
para a qual, primeiramente e potencialmente, o
código fazia com que o significante tivesse que
remeter.
 Pode ser entendida como a extensão de um signo, no
sentido de que o signo remete para o conjunto das
unidades semânticas (culturais) a que o código faz
corresponder.
 Conotação
 define-se como o reenvio em cadeia de unidade
cultural para unidade cultural. É necessário que uma
relação entre o significado que se acrescenta e o
significado já presente no signo denotado.
Ex. Olho de gato/olho-de-gato traço comum 35
SEMEMA
 É a árvore hierárquica dos interpretantes possíveis da
unidade cultural.
 É dado pelo conjunto dos reenvios que a unidade
cultural realiza no interior de eixos ou campos
oposicionais de outras unidades culturais de que
dadas posições são consideradas como interpretante
da primeira unidade cultural.
/cadeira/ com encosto, com pés, para sentar-se, para
uma pessoa
/cavalo/ animado, não humano, mamífero, quadrúpede
36
DEFINIÇÃO
 Artifício metalinguístico através do qual se
ligam as diversas componentes semânticas
que constituem o semema, ou pelo menos as
que relevam do ponto de vista definicional
considerado.
 A definição é logicamente uma definição das
intensões do termo, isto é, das componentes
semânticas que o código atribui ao semema
correspondente.
37
CÓDIGO
 Sistema convencionalizado de regras metalinguisticas
que ligam dados elementos expressivos a dadas
unidades culturais, coordenando-as em sememas e
atribuindo a cada ligação as seleções restritivas,
contextuais e circunstanciais.
 Atribui ao semema não só as marcas semânticas e
diferenciadores, mas também seleções restritivas que
indicam a que outros sememas pode o semema estar
amalgamado e tb seleções contextuais e
circunstanciais que estabelecem quais sentidos
devem ser amalgamados segundo a circunstância. O
contexto é resultante da amálgama de sememas.
38
SENTIDO
 O sentido de um termo é o percurso de leitura
que no interior do semema se escolhe, tendo
em conta as restrições resultantes do
contexto.
 Exemplo: “Encontrei a velha bibliotecária”
“Encontrei a bibliotecária velha”
39
RELAÇÃO SIGNO/REALIDADE
Signo – substitui ou representa coisas (realidade)
. Saussure – não são as coisas, mas os signos que
circulam entre o falante e o ouvinte no circuito da
fala (signo: liga um conceito a uma imagem
acústica)
 arbitrariedade relação
significante/significado (contrato social)
 acesso à realidade condicionada pelos signos
 não há relação direta entre símbolo e referente
40
REALIDADE EXTRALINGUÍSTICA
Referente não deve ser confundido com um dado imediato
do real.
Referência é a relação que une uma expressão linguística empregada num
enunciado com o objeto do mundo que se encontra designado por esta
expressão.
Cada língua especifica utiliza diferentes traços do referente
(chauffer, driver, motorista)
Língua conforma o pensamento.
Não há pensamento sem linguagem.]
A língua organiza a estrutura conceitual do universo; papel
modelizante. 41
REFERENTE
- “O atual rei da França é calvo” (Frege)
- ... verdade ou falsidade, problemas da Lógica e da Moral:
não é um problema lingüístico.
- Amor, justiça, interjeições (oi, ai), operadores pragmáticos
(por favor, com licença), dêiticos (isto, este, aquilo),
quantificadores (um, dez), operadores profrasais (não, sim,
ou), unidades relacionais (inglês: the, to)
- ...“os limites referenciais das unidades léxicas são
indeterminados: por exemplo, é impossível precisar a qual
momento, em que etapa intermediária, deve ser estabelecida
a divisão entre colina e montanha, entre pintinho e frango,
entre verde e azul, etc.”(Lyons, 1970,p.327, citado por Lopes,
1987, p.248) 42
PROBLEMA DA REFERÊNCIA
“o papel da linguagem é o de funcionar como uma instância de
mediação entre o homem e o mundo e é essa mesma propriedade,
intrínseca à função semiótica, que investe as diferentes práticas
sociais do seu papel de códigos e que instaura as unidades desses
códigos, os signos.
Assim como o signo não é objeto ou coisa que ele representa, a
linguagem não é o mundo; ela é, apenas, um saber sobre o mundo,
capaz de fazer-se intersubjetivo e de relacionar consciências. Eis
porque só tem sentido falar-se de ‘objeto’ como quadro de referência
comum ao remetente e ao destinatário da mesma mensagem”.
“O processo de significação não relaciona um signo e um ‘objeto’:
relaciona signos entre si” (Lopes, 1987, p.249).
43
SIGNIFICADO
 Imagem mental associada à coisa significada.
 Relação recíproca e reversível entre o nome e o sentido
(ULLMANN)
 Mas,
vários nomes podem estar ligados a um mesmo
sentido (little, small)
diversos sentidos podem estar ligados a um mesmo
nome (manga)
as palavras estão tb associadas a outras palavras,
com as quais tem qualquer coisa em comum, no
som, no sentido, ou em ambos: light (luz) com
darkness (escuridão) ; com o adjetivo light (leve);
com o adjetivo light (claro) com o verbo to light
(iluminar), etc. 44
 Dicionários lexicográficos: partem dos nomes e
procuram sentido, ou sentidos.
 Semasiologia: parte do nome e procura identificar o
sentido
 Dicionários conceituais como o Thesaurus de Roget:
partem do sentido em busca do nome.
 Onomasiologia : ramo da semântica que parte do
sentido e procura identificar o nome, ou nomes, que
lhe estão ligados.
 O significado de uma palavra é o seu uso na língua.
(WITTGENSTEIN)
Processo de Indexação é semasiológico e
onomasiológico.
45
SIGNIFICAÇÃO
 Compreender uma palavra pode consistir:
 numa tal familiaridade com essa palavra
que é possível às pessoas aplicá-la
corretamente;
 numa análise abstrata da concepção ou
compreensão de suas relações intelectuais
com outros conceitos;
 num conhecimento do possível resultado
fenomenal e prático da asserção do
conceito. 46
SIGNIFICADO
 Uma palavra possui significado na medida em que
somos capazes de utilizá-la para comunicar nosso
conhecimento a outros e na medida em que somos
capazes de apreender o conhecimento que os outros
procuram comunicar-nos.
 É de uma forma mais completa a soma total de todas
as predições condicionais pelas quais a pessoa que a
utiliza pretende tornar-se responsável ou pretende
negar.
 Nunca se pode dizer qual o poder de uma palavra para
mudar a face do mundo.
47
 Sentido: análise lógica ou definição
 Significado: intenção de quem se exprime
 Significação: Interpretante final
48
DA PERCEPÇÃO À RECUPERAÇÃO DA INFORMAÇÃO
 Na representação deve-se:
 considerar o universo conceitual e diversidade
sociolinguística do usuário;
 Especificação dos conceitos (conceptualização)
 Categorização (que difere de cultura para cultura)
Identificação do objeto pretendido
A seleção de uma representação sintático-
semântica do objeto
A codificação dessa representação
49
50
PLANTAS
Roseira
Macieira
Hortelã
REMÉDIOS
Boldo
Penicilina
Arnica
Capim Santo
 Caía a tarde feito um viaduto
E um bêbado trajando luto
Me lembrou Carlitos...
 A lua
Tal qual a dona do bordel
Pedia a cada estrela fria
Um brilho de aluguel
 E nuvens!
Lá no mata-borrão do céu
Chupavam manchas torturadas
Que sufoco!
Louco!
O bêbado com chapéu-coco
Fazia irreverências mil
Prá noite do Brasil.
Meu Brasil!...
 Que sonha com a volta
Do irmão do Henfil.
Com tanta gente que partiu
Num rabo de foguete
Chora!
A nossa Pátria
Mãe gentil
Choram Marias
E Clarisses
No solo do Brasil...
 Mas sei, que uma dor
Assim pungente
Não há de ser inutilmente
A esperança...
 Dança na corda bamba
De sombrinha
E em cada passo
Dessa linha
Pode se machucar...
 Azar!
A esperança equilibrista
Sabe que o show
De todo artista
Tem que continuar... (O Bêbado e a equilibrista - João Bosco/Aldir Blanc)
51
REFERÊNCIAS
 ECO, U. O signo. 4a. ed. Lisboa: Ed. Presença. p.
7-30
 FIORIN, J.L. Teoria dos signos. In: FIORIN, J.L.,
org. Introdução à linguística, I, Objetos teóricos.
São Paulo: Contexto. p. 55-74
 PEIRCE, C.S. O que é o significado?, de Lady
Welby. In: ____. Semiótica. São Paulo:
Perspectiva., 1977. p.157-164.
52

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Linguistica e semiótica

  • 1. LINGUÍSTICA: CONCEITOS METODOLÓGICOS (SEMIÓTICA, SIGNO, SEMIOSE) Profa Dra Vânia Mara Alves Lima Profa Dra Cibele de Araújo Camargo dos Santos Disciplina: Linguística documentária 2017 ECA/USP 1
  • 2. LÍNGUA/SIGNOS  Não é uma nomenclatura que se aplica a uma realidade preexistente.  Signos não são etiquetas que são colocadas nas coisas.  Signos são uma forma de apreender a realidade.  A língua é uma forma de categorizar, organizar e interpretar o mundo. Exemplo: No léxico de uma língua agrupamos nomes em classes: violeta, rosa, margarida pertence à classe das flores e ao mesmo tempo podemos falar de coisas que nem existem. 2
  • 3. ATIVIDADE LINGUÍSTICA  Palavras denominam conceitos.  Conceitos ordenam a realidade, categorizam o mundo. Apagar / Deletar Só através dos signos distinguimos 2 ideias de modo claro e constante. O significado é composto de traços funcionais como morde/não morde; come cerais/não come cereais 3
  • 4. SEMIÓTICA OU SEMIOLOGIA? . Estudo das significações . Estudo da vida dos signos no seio da vida social . Teoria geral dos modos de significar  Semiologia Termo mais usado na tradição européia Semiótica termo mais usado nos países anglo-saxônicos; hoje, generalizado 4
  • 5. SEMIÓTICA  Técnica de pesquisa que a Filosofia da Linguagem pratica expressamente para falar de signos e que consegue dizer-nos de um modo bastante exato como funcionam a comunicação e a significação.  É a disciplina que estuda as relações entre código e mensagem e entre signo e discurso. 5
  • 6. O SIGNO COMO ELEMENTO DO PROCESSO DE COMUNICAÇÃO O signo é usado para transmitir uma informação, para indicar a alguém alguma coisa que um outro conhece e quer que os outros também conheçam. Mensagem organização complexa de muitos signos. E D M código Sistema de significação comum ao Emissor e ao Destinatário com uma série de regras que atribui ao signo um significado. 6
  • 7. PROCESSOS DE COMUNICAÇÃO SEM CÓDIGO Processos de estímulo resposta Estímulo = não está por outra coisa, mas provoca outra coisa; não há inferência, nem processo lógico-intelectual; processo não- reversível. Exemplo: Uma luz forte que me obriga a fechar os olhos. 7
  • 8. PROCESSO SÍGNICO  É reversível podendo-se passar do signo ao seu referente e vice-versa, característica dos processos intelectuais. Exemplo:  Ordem verbal que me manda fechar os olhos. Decodifico a mensagem (processo sígnico) e depois decido se vou obedecer (processo volitivo). 8
  • 9. O SIGNO COMO ELEMENTO DO PROCESSO DE SIGNIFICAÇÃO Para os Estóicos em cada processo sígnico deve- se distinguir:  semainon  signo, entidade física  semainomen  ou o que é dito pelo signo e que não representa uma entidade física  pragma  objeto a que o signo se refere, entidade física, acontecimento, ação 9
  • 10. SIGNO Significado Significante Referente Exemplo: O significante /cavalo/ corresponde a um <<X>> significado. Todos os cavalos que já existiram, existentes e que existirão são indicados como referente do significante /cavalo? 10
  • 11. TRIÂNGULOS SEMIÓTICOS Significado, conceito (Saussure) Interpretante (Peirce) Designatum (Morris) Conteúdo (Hjelmslev) Intensão (Carnap) Referência (Ogden & Richards) Sentido (Frege) ... Significante (Saussure) Símbolo (Ogden & Richards) Signo,representamen (Peirce) Veículo sígnico (Morris) Expressão (Hjelmslev) Referente (O&R) .......... Objeto (Peirce) ....... Extensão (Carnap) 11
  • 13. SIGNO Objeto fundamental da pesquisa semiótica Alguma coisa está em lugar de outra (helenistas; teóricos medievais) Presença que remete a algo não presente “Tudo aquilo que, aos olhos de alguém, está no lugar de alguma outra coisa sob algum aspecto ou capacidade” (Peirce) 13
  • 14. SIGNO . Aquilo que cria algo na Mente do Intérprete . É um cognoscível determinado por algo que não ele mesmo (seu Objeto) e que determina alguma Mente concreta ou potencial (Interpretante) . Forma vazia ... que só pode significar algo ou algo ... mais definido 14
  • 15. 3 MANEIRAS DE CONSIDERAR O SIGNO (MORRIS)  Semântica: o signo é considerado em relação aquilo que significa.  Sintática: o signo é considerado enquanto inserível em sequências de outros signos com base em regras de combinação  Pragmática: o signo é considerado quanto as próprias origens, aos próprios efeitos sobre os destinatários, aos usos que dele fazem. 15
  • 16. UNIDADE MÍNIMA DE SIGNIFICAÇÃO  Aristóteles  onoma : signo que por convenção significa uma coisa como /navio/  rema : signo que tb significa uma referência temporal como /é, são/  logos: signo complexo, um inteiro discurso significativo Gramáticos medievais - Sincategorema /a/ - Categorema /casa/ Sema = unidade portadora de significado /vem aqui/ Signo = qualquer entidade mínima que pareça ter um significado preciso 16
  • 17. Peirce  Rema = termo simples  Dicisigno = proposição /Sócrates é mortal/  Argumento = é um raciocínio complexo, como um silogismo. Signo simples = /chávena/ Signo complexo = /a chávena de café/ Os dois denotam alguma coisa e podem formar um enunciado que comportam vários signos. 17
  • 18.  Embora essencialmente psíquicos, não são abstrações.  São realidades concretas no plano fônico, mas também da escrita, pois as imagens acústicas podem ser fixadas por imagens visuais (sistema da escrita). Mas, as palavras da língua não são etiquetas colocadas sobre as realidades do mundo, a língua não traduz o pensamento. O fato que as mesmas realidades possuem nomes diferentes em diversas línguas é uma prova da não- coincidência entre a língua e o mundo. SIGNOS LINGUÍSTICOS
  • 19.  Une não uma coisa a uma palavra, mas um conceito e uma imagem acústica, não é o som, mas a impressão psíquica desse som. Conceito Significado SignoImagem acústica Significante O laço que une significante e significado é arbitrário, isto é, não existe entre eles nenhum laço natural na realidade, exemplo: boi (portugues), boef (francês)e oks (alemão). SIGNO LINGUÍSTICO
  • 20.  Não existe significante sem significado e nem significado sem significante, pois o significante sempre evoca um significado, enquanto um significado não existe fora dos sons que o veiculam.  A imagem acústica /gatu/ não evoca um gato em particular, mas a ideia geral de gato, que tem um valor classificatório.  O significado não é a realidade que ele designa,mas a sua representação.  As unidades da língua são definíveis não pela sua descrição isolada e diacrônica, mas pelo seu lugar e suas relações no interior do sistema. /um sábio pouco psicólogo/ /um psicólogo pouco sábio/  As unidade da língua não tem nenhuma característica própria fora das relações que elas entretêm com as outras. LEMBRETES
  • 21. SIGNO  É a correlação de uma forma significante com uma unidade que definimos como significado.  Cada signo liga o plano da expressão (plano significante) ao plano do conteúdo (plano significado), ambos opondo ao seu nível substância e forma.  Os signos se diferenciam é na articulação da forma significante.  Não existe nunca como entidade física observável e estável, dado que ele é produto de uma série de relações. 21
  • 22. OBJETO DO SIGNO .Está no universo das coisas ou das expectativas . [algo] individual . Objeto imediato: objeto enquanto conhecido no Signo, idéia, qualidade da sensação . Objeto dinâmico: ... tal como é, independentemente de qq aspecto particular seu, referido à condição real, o Objeto em relações tais como seria mostrado por um estudo definitivo e ilimitado 22
  • 23. CÓDIGO  Regra de junção de elementos da expressão com elementos do conteúdo, depois de ter organizado em sistemas formais os dois planos.  Pode ser considerado uma estrutura, ou seja um sistema, em que cada valor se institui pela posição e diferença e que se evidenciam apenas qdo diferentes fenômenos são mutuamente comparados em referência ao mesmo sistema de relações. Ex. Governo/Estado  Para que exista código é indispensável que exista correspondência convencionalizada e socializada. 23
  • 24. CÓDIGO  É condição necessária e suficiente para a subsistência do signo.  Um sintoma médico é signo na medida que existe um código da semiótica médica.  Dificuldade de comunicação quando o signo é reconhecido, mas o código é defeituoso , incompleto, provisório e contraditório 24
  • 25. INTERPRETANTE . [algo que], de modo mediato e relativo, [foi] criado pelo Objeto do Signo na mente do intérprete . aquilo que o próprio signo expressa; [algo] que requer ... raciocínio . o sentido de um signo é outro que o traduz mais explicitamente . mecanismo semiótico, através do qual , o significado é predicado de um significante. . qualquer signo, ou complexo de signos que traduz o primeiro signo em circunstâncias adequadas. 25
  • 26. INTERPRETANTE  Pode ser um outro signo da mesma semia  Um sinônimo  Um signo de outra semia que use a mesma substância da expressão  termo equivalente em outra língua  Um signo de semias com substância expressiva diversa  um desenho, uma cor  um objeto assumido como signo  uma definição intensional das propriedades atribuídas comumente ao suposto objeto do signo. 26
  • 27. IMPORTANTE  Um signo não representa um objeto, ele só pode ser usado corretamente numa ato de referência se o código lhe atribuir o mesmo interpretante que atribui a certos objetos considerados como signos ostensivos que significam a classe do objetos a que pertencem. 27
  • 28. OBSERVAÇÃO COLATERAL . Fato independente da ação do signo. . Hábito pelo qual um signo traz à tona uma série de atributos. . Pré-requisito para se obter qualquer idéia significada pelo signo. . Prévia familiaridade com aquilo que o signo denota. . Não faz parte do Interpretante, mas é elemento relacionado formador do Interpretante. . Experiência prévia; conhecimento de fundo. . Algo que é necessário para que o signo seja entendido. Ex. Hamlet era louco. 28
  • 29. SEMIOSE . Processo pelo qual qualquer coisa age como signo, ou seja, significa . Processo que compreende 3 fatores: . Um signo/representamen (1o. termo de uma relação triádica) . seu Objeto (2o. termo) . seu Interpretante (3o. termo) . um quarto (Morris), Intérprete . Passagem contínua de signo a signo . A definição completa da semiose é também a definição do signo: “Um signo, ou representamen, é aquilo que, sob certo aspecto ou modo, representa algo para alguém" (Peirce) 29
  • 30. SEMIOSE . “Para estabelecer o significado de um significante (signo) é necessário nomear o primeiro significante por meio de um outro significante que, a seu turno, conta com outro significante que pode ser interpretado por outro significante, e assim sucessivamente “(ECO, Lector in fabula) . “A significação (e a comunicação) opera por meio de deslocamentos contínuos, que referem um signo a outros signos ou a outras cadeias de signos, circunscreve as unidades culturais ... sem jamais 'tocá-las' diretamente, mas tornando-as acessíveis através de outras unidades culturais” (ECO, Tratado geral de semiótica) . “A realidade é um processo criativo, dialético e contextualista” (Adriano Rodrigues, Introdução à semiótica ) 30
  • 31. S I1 I2 I3 O Semiose ilimitada Cada interpretante de um signo é uma unidade cultural ou unidade semântica. Um interpretante remete a outro interpretante ad infinitum. Cada interpretante de um signo é uma unidade cultural ou unidade semântica. 31
  • 32. UNIDADE CULTURAL/SEMÂNTICA  Constituem-se autonomamente, numa cultura, num sistema de oposições, no sistema semântico global.  Geralmente são individualizadas como constituídas em campos semânticos ou em simples eixos oposicionais.  O sistema das unidades semânticas representa o modo como uma certa cultura segmenta o universo perceptível e pensável e constitui a Forma do Conteúdo.  Uma unidade cultural é uma unidade observável e manobrável, porque se manifesta através de seus interpretantes: palavras, gestos... 32
  • 33. POSTULADO DA SIGNIFICAÇÃO  O processo de significação só se verifica quando existe um código, sistema de significação que une entidades presentes e entidades ausentes.  É necessário que ao sistema de significantes corresponda um sistema de unidades culturais.  No círculo da semiose ilimitada as unidades culturais se reestruturam continuamente na sua correlação, ou sob o impulso de novas percepções, ou pelo jogo das suas recíprocas contradições.  Um signo denota uma posição no sistema semântico. 33
  • 34. SISTEMA SEMÂNTICO É descrito, às vezes intuído, sob a forma de campos e eixos parciais. Campo de unidades correspondentes às que os signos denotam. 34
  • 35.  Denotação  é o reenvio, realizado em circunstâncias e contextos dados, para aquela posição no Sistema Semântico para a qual, primeiramente e potencialmente, o código fazia com que o significante tivesse que remeter.  Pode ser entendida como a extensão de um signo, no sentido de que o signo remete para o conjunto das unidades semânticas (culturais) a que o código faz corresponder.  Conotação  define-se como o reenvio em cadeia de unidade cultural para unidade cultural. É necessário que uma relação entre o significado que se acrescenta e o significado já presente no signo denotado. Ex. Olho de gato/olho-de-gato traço comum 35
  • 36. SEMEMA  É a árvore hierárquica dos interpretantes possíveis da unidade cultural.  É dado pelo conjunto dos reenvios que a unidade cultural realiza no interior de eixos ou campos oposicionais de outras unidades culturais de que dadas posições são consideradas como interpretante da primeira unidade cultural. /cadeira/ com encosto, com pés, para sentar-se, para uma pessoa /cavalo/ animado, não humano, mamífero, quadrúpede 36
  • 37. DEFINIÇÃO  Artifício metalinguístico através do qual se ligam as diversas componentes semânticas que constituem o semema, ou pelo menos as que relevam do ponto de vista definicional considerado.  A definição é logicamente uma definição das intensões do termo, isto é, das componentes semânticas que o código atribui ao semema correspondente. 37
  • 38. CÓDIGO  Sistema convencionalizado de regras metalinguisticas que ligam dados elementos expressivos a dadas unidades culturais, coordenando-as em sememas e atribuindo a cada ligação as seleções restritivas, contextuais e circunstanciais.  Atribui ao semema não só as marcas semânticas e diferenciadores, mas também seleções restritivas que indicam a que outros sememas pode o semema estar amalgamado e tb seleções contextuais e circunstanciais que estabelecem quais sentidos devem ser amalgamados segundo a circunstância. O contexto é resultante da amálgama de sememas. 38
  • 39. SENTIDO  O sentido de um termo é o percurso de leitura que no interior do semema se escolhe, tendo em conta as restrições resultantes do contexto.  Exemplo: “Encontrei a velha bibliotecária” “Encontrei a bibliotecária velha” 39
  • 40. RELAÇÃO SIGNO/REALIDADE Signo – substitui ou representa coisas (realidade) . Saussure – não são as coisas, mas os signos que circulam entre o falante e o ouvinte no circuito da fala (signo: liga um conceito a uma imagem acústica)  arbitrariedade relação significante/significado (contrato social)  acesso à realidade condicionada pelos signos  não há relação direta entre símbolo e referente 40
  • 41. REALIDADE EXTRALINGUÍSTICA Referente não deve ser confundido com um dado imediato do real. Referência é a relação que une uma expressão linguística empregada num enunciado com o objeto do mundo que se encontra designado por esta expressão. Cada língua especifica utiliza diferentes traços do referente (chauffer, driver, motorista) Língua conforma o pensamento. Não há pensamento sem linguagem.] A língua organiza a estrutura conceitual do universo; papel modelizante. 41
  • 42. REFERENTE - “O atual rei da França é calvo” (Frege) - ... verdade ou falsidade, problemas da Lógica e da Moral: não é um problema lingüístico. - Amor, justiça, interjeições (oi, ai), operadores pragmáticos (por favor, com licença), dêiticos (isto, este, aquilo), quantificadores (um, dez), operadores profrasais (não, sim, ou), unidades relacionais (inglês: the, to) - ...“os limites referenciais das unidades léxicas são indeterminados: por exemplo, é impossível precisar a qual momento, em que etapa intermediária, deve ser estabelecida a divisão entre colina e montanha, entre pintinho e frango, entre verde e azul, etc.”(Lyons, 1970,p.327, citado por Lopes, 1987, p.248) 42
  • 43. PROBLEMA DA REFERÊNCIA “o papel da linguagem é o de funcionar como uma instância de mediação entre o homem e o mundo e é essa mesma propriedade, intrínseca à função semiótica, que investe as diferentes práticas sociais do seu papel de códigos e que instaura as unidades desses códigos, os signos. Assim como o signo não é objeto ou coisa que ele representa, a linguagem não é o mundo; ela é, apenas, um saber sobre o mundo, capaz de fazer-se intersubjetivo e de relacionar consciências. Eis porque só tem sentido falar-se de ‘objeto’ como quadro de referência comum ao remetente e ao destinatário da mesma mensagem”. “O processo de significação não relaciona um signo e um ‘objeto’: relaciona signos entre si” (Lopes, 1987, p.249). 43
  • 44. SIGNIFICADO  Imagem mental associada à coisa significada.  Relação recíproca e reversível entre o nome e o sentido (ULLMANN)  Mas, vários nomes podem estar ligados a um mesmo sentido (little, small) diversos sentidos podem estar ligados a um mesmo nome (manga) as palavras estão tb associadas a outras palavras, com as quais tem qualquer coisa em comum, no som, no sentido, ou em ambos: light (luz) com darkness (escuridão) ; com o adjetivo light (leve); com o adjetivo light (claro) com o verbo to light (iluminar), etc. 44
  • 45.  Dicionários lexicográficos: partem dos nomes e procuram sentido, ou sentidos.  Semasiologia: parte do nome e procura identificar o sentido  Dicionários conceituais como o Thesaurus de Roget: partem do sentido em busca do nome.  Onomasiologia : ramo da semântica que parte do sentido e procura identificar o nome, ou nomes, que lhe estão ligados.  O significado de uma palavra é o seu uso na língua. (WITTGENSTEIN) Processo de Indexação é semasiológico e onomasiológico. 45
  • 46. SIGNIFICAÇÃO  Compreender uma palavra pode consistir:  numa tal familiaridade com essa palavra que é possível às pessoas aplicá-la corretamente;  numa análise abstrata da concepção ou compreensão de suas relações intelectuais com outros conceitos;  num conhecimento do possível resultado fenomenal e prático da asserção do conceito. 46
  • 47. SIGNIFICADO  Uma palavra possui significado na medida em que somos capazes de utilizá-la para comunicar nosso conhecimento a outros e na medida em que somos capazes de apreender o conhecimento que os outros procuram comunicar-nos.  É de uma forma mais completa a soma total de todas as predições condicionais pelas quais a pessoa que a utiliza pretende tornar-se responsável ou pretende negar.  Nunca se pode dizer qual o poder de uma palavra para mudar a face do mundo. 47
  • 48.  Sentido: análise lógica ou definição  Significado: intenção de quem se exprime  Significação: Interpretante final 48
  • 49. DA PERCEPÇÃO À RECUPERAÇÃO DA INFORMAÇÃO  Na representação deve-se:  considerar o universo conceitual e diversidade sociolinguística do usuário;  Especificação dos conceitos (conceptualização)  Categorização (que difere de cultura para cultura) Identificação do objeto pretendido A seleção de uma representação sintático- semântica do objeto A codificação dessa representação 49
  • 51.  Caía a tarde feito um viaduto E um bêbado trajando luto Me lembrou Carlitos...  A lua Tal qual a dona do bordel Pedia a cada estrela fria Um brilho de aluguel  E nuvens! Lá no mata-borrão do céu Chupavam manchas torturadas Que sufoco! Louco! O bêbado com chapéu-coco Fazia irreverências mil Prá noite do Brasil. Meu Brasil!...  Que sonha com a volta Do irmão do Henfil. Com tanta gente que partiu Num rabo de foguete Chora! A nossa Pátria Mãe gentil Choram Marias E Clarisses No solo do Brasil...  Mas sei, que uma dor Assim pungente Não há de ser inutilmente A esperança...  Dança na corda bamba De sombrinha E em cada passo Dessa linha Pode se machucar...  Azar! A esperança equilibrista Sabe que o show De todo artista Tem que continuar... (O Bêbado e a equilibrista - João Bosco/Aldir Blanc) 51
  • 52. REFERÊNCIAS  ECO, U. O signo. 4a. ed. Lisboa: Ed. Presença. p. 7-30  FIORIN, J.L. Teoria dos signos. In: FIORIN, J.L., org. Introdução à linguística, I, Objetos teóricos. São Paulo: Contexto. p. 55-74  PEIRCE, C.S. O que é o significado?, de Lady Welby. In: ____. Semiótica. São Paulo: Perspectiva., 1977. p.157-164. 52

Notas do Editor

  1. Michely Jabala M. Vogel