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CBD0263 LINGUÍSTICA DOCUMENTÁRIA
P R O F A C I B E L E A R A Ú J O C A M A R G O M A R Q U E S D O S S A N T O S
P R O F A V Â N I A M A R A A L V E S L I M A
2 0 1 7
1
Linguagem, Língua e
Linguística
2
Linguagem
3
 Meio pelo qual se expressa a relação
homem/mundo, homem/homem;
 Permite nomear/criar/transformar o mundo;
 Prática social que se organiza em sistemas de
signos;
 Matéria do pensamento e veículo de comunicação.
 Não é a mesma coisa que as línguas, sempre
particulares e variáveis, nas quais se realiza;
Estudos da Linguagem
4
 Primeiros estudos  século IV a.C. (hindus) Panini
descreve minuciosamente sua língua=> modelos de análise
 Platão: procura definir uma relação entre o conceito e a
palavra que o designa “haverá uma relação entre a
palavra e o seu significado?”
 Aristóteles: procede uma análise da estrutura linguística=>
teoria da frase, partes do discurso, enumera categorias
gramaticais.
 Idade Média => estrutura gramatical das línguas é uma e
universal, e as regras gramaticais independentes das
línguas em que se realizam.
Estudos da Linguagem
5
 1660=> Gramática de Port Royal, a linguagem se
funda na razão, é a imagem do
pensamento,portanto os princípios de análise
servem para qualquer língua.
 Século XIX => Linguística Histórica: estudo
comparativo das línguas (as línguas se
transformam com o tempo => genética das
línguas)
 Século XX => Linguística descritiva => Saussure:
“Curso de Linguística Geral”
Século XIX
6
 A Linguística preocupava-se com o estudo das
transformações por que passavam as línguas, na
tentativa de explicar as mudanças linguísticas.
Diacronia
. os fatos eram analisados quanto as suas
transformações e pelas relações que estabeleciam com
os fatos anteriores e posteriores.
. estudava a sucessão dos diversos estados de língua e
as mudanças lingüísticas, entendidas como a
substituição de um elemento por outro.
Exemplos:
Vossa Mercê => Você
Linguística descritiva
7
 Objetivo=> saber em que consiste e como
funciona uma língua
 Princípio fundamental=> a língua forma um
Sistema  Estrutura
 Distingue-se da gramática tradicional,
normativa, pois não tem o objetivo de prescrever
normas ou ditar regras de correção para o uso da
língua.
Século XX
8
 As línguas são analisadas sob a forma em que se
encontram em um determinado momento
histórico, num ponto do tempo.
Sincronia
. os fatos linguísticos são observados quanto ao seu
funcionamento em um determinado momento;
. diz respeito ao estudo de um estado de língua
considerado isoladamente.
Sistema
9
 Da base ao topo, a língua é um arranjo de partes, ou
seja, elementos formais articulados em combinações
variáveis segundo certos princípios.
 As unidades da língua não são definíveis pela sua
descrição isolada e diacrônica, cada unidade de um
sistema define-se pelo conjunto das relações
(estrutura) que mantém com as outras unidades e
pelas oposições em que entra.
Estrutura linguística
10
Língua: organização e classificação
- plano do conteúdo: percepção de
descontinuidades, organização do conteúdo,
significação
- plano da expressão: percepção de
descontinuidades, organizações do som
Sistema de relações  valor
- relação no interior de um sistema
Estrutura: modelo, construção mental, noção abstrata,
que serve como hipótese de trabalho ; constituída por
uma rede de elementos, em que cada elemento tem
um valor funcional determinado; é um arranjo
sistemático de partes.
11
 Uma forma linguística constitui uma estrutura
definida:
 é uma unidade que envolve partes;
 essas partes apresentam-se num arranjo formal que
obedece a certos princípios constantes;
 o que dá a forma ou caráter de uma estrutura é o
fato de que as partes constituintes exercem uma
função;
 finalmente essas partes constitutivas são unidades
de um certo nível, de modo que cada unidade de um
nível definido se torna subunidade do nível superior.
12
 As unidades da língua dependem de dois planos:
 sintagmático, quando se encaram nas suas relações de
sucessão material no seio da cadeia falada;
O menino foi jogar futebol.
 paradigmático quando se propõe em razão de possível
substituição, cada uma no seu nível e dentro da sua
classe formal.
O menino foi jogar futebol.
vôlei
xadrez
. Eixo paradigmático  escolhas
. Eixo sintagmático  combinações
Língua
13
 É um produto social da faculdade da linguagem e um
conjunto de convenções necessárias, adotadas pelo corpo
social para permitir o exercício dessa faculdade nos
indivíduos  Fato cultural/Contrato social
 É um sistema de signos, sistema simbólico usada para a
comunicação, que só pode e deve ser estruturada a partir
de suas relações internas.
Representação
14
 A linguagem permite representar o real por um signo e de
compreender o signo como representante do real = relação
de significação entre algo e algo diferente.
 Permite a formação do conceito distinto do objeto concreto.
 Quando usamos um signo conseguimos reter de um objeto
a sua estrutura característica e identificá-lo em conjuntos
diferentes. É isso que nos torna racional.
Signo
15
 Unidade constituída pelo conceito (significado) e
por uma sequência de sons/letras (significante)
(Saussure)
 O signo é algo que está por outra coisa para alguém,
isto é, qualquer coisa que representa alguma outra
coisa para alguém. (Peirce)
16
Linguagem (reproduz o mundo, mas submete-o a sua
própria organização)
Discurso ( palavras /conceitos: organizados
organicamente)
Representação de objetos e de situações (signos que são
distintos dos seus referentes materiais)
:
Linguística documentária: Conceitos
metodológicos
- Signo
- Sintagma/Paradigma
- Forma de expressão/Forma de conteúdo
- Sincronia/Diacronia
Linguagem documentária tem de trabalhar
com a noção de arranjo, rede de relações entre
suas unidades
Língua e cultura
18
As línguas delimitam aspectos e experiências vividas por cada
povo, as quais não coincidem de uma região para outra.
- Chauffer
- Conductor
- Driver
- Motorista
Noção de valor : é o princípio organizador que permite
analisar as relações entre os signos.
Todos os valores são constituídos:
- Por uma coisa diferente que pode ser trocada por outra cujo valor
resta determinar;
- Por coisas semelhantes que podem ser comparadas aquela cujo
valor está em causa.
Noção de valor
19
- Todos os valores são constituídos:
- Por uma coisa diferente que pode ser trocada por outra cujo
valor resta determinar;
- Por coisas semelhantes que podem ser comparadas aquela
cujo valor está em causa.
- Exemplo: valor da moeda varia dentro do sistema
monetário utilizado
O valor de uma forma reside inteiramente no texto de onde
o tomamos...: no conjunto das circunstâncias
morfológicas, fonéticas, ortográficas, que a rodeiam e a
esclarecem. (Saussure)
Paradigma
 Classe formada por termos que se associam por ter a
mesma marca de base.
 Relações de semelhança, diferença, implicação, inclusão,
exclusão, pressuposição
Valor paradigmático
 o valor de cada elemento se define por oposição
 elementos são substituíveis, comutáveis, a ordem de sucessão é
indeterminada.
 Veleiro, canoa, jangada, iate ... Formam o mesmo
paradigma semântico, pois pertencem à mesma classe: a classe
de embarcação
Sintagma
. Combinação na cadeia linear, a sucessão dos elementos
segue uma ordem cristalizada: em português, reler, por
exemplo, o prefixo é inserido obrigatoriamente à
esquerda.
. Relações in praesentia, ou seja, que repousam sobre
elementos efetivamente presentes na cadeia falada.
. O número de elementos é limitado: um sintagma não
pode articular um número infinito de elementos.
. Conjugado de duas unidades constituintes consecutivas
que formam um segmento da fala
Valor sintagmático
. o valor de cada elemento se define por contraste
. elementos in praesentia
Estrutura elementar
22
 Estrutura linguística: presença de 2 termos
vinculados por uma relação
1) Para que dois termos possam ser captados
juntos é preciso que tenham algo em comum
(semelhança, identidade) conjunção
2) Para que dois termos possam ser distinguidos,
é preciso que sejam diferentes, qualquer que
seja a forma (problema da diferença e da não
identidade) disjunção
A relação é ao mesmo tempo disjuntiva e
conjuntiva.
Conjunção/disjunção
23
Nível semântico:
rodovia federal/rodovia estadual
Nível fonológico:
pato/bato
Plano de expressão/Plano do conteúdo
 Língua é forma, não substância (Saussure)
 LNs introduzem decupagens próprias na substância
semântica e na substância fônica
 Fator comum = sentido não-formado, massa amorfa
 O sentido é ordenado diferentemente pelas línguas
 Relação forma do conteúdo/forma de expressão com a
substância do conteúdo/substância da expressão é arbitrária
Exemplo:
sheep (carneiro)
mutton (carne de carneiro)
mouton (carneiro ou carne de carneiro)
mouton é diferente de sheep e de mutton
Substância/Forma
Substâncias = meros veículos aos quais se imprime uma
estruturação relacional abstrata peculiar a cada língua.
. substância do conteúdo = designatum, projeção da
forma sobre o sentido
. substância da expressão = som, elemento material
Formas = molde da língua no continuum ou massa amorfa.
. forma do conteúdo = modo abstrato como a língua
recorta
. forma da expressão = modo concreto como a língua
expressa o som
Signo linguístico
Plano do
Conteúdo
Substância do
Conteúdo (SC)
= designatum
Forma do
Conteúdo (FC)
= significado
Plano da
Expressão
Forma da
Expressão (FE)
= significante
Substância da
Expressão (SE)
= som
SIGNO
Análise da língua = análise de formas
 identidade/oposição
apreender diferenças (pelo menos 2 objetos
simultaneamente)
. parciais iguais (conjunção)
. parciais diferentes (disjunção)
 relação = vínculo mútuo entre 2 termos
 estrutura = presença de 2 termos vinculados por
uma relação
Língua = Código
 Estoque estruturado de elementos discretos
(signos/conceitos) que se apresentam como um
conjunto de alternativas de seleção para a
produção da mensagem.
 Sub-códigos => variação linguística
 > intersecção = > comunicação
Percurso de enunciação
 Destinador/Emissor: fazer persuasivo
 Conceito=>Termo => Texto
 Destinatário/Receptor: fazer interpretativo
 Texto => Termo => Conceito
Ideologia
 Nenhuma comunicação é neutra, nela estão em jogo
valores ideológicos do sujeito e da comunicação.
 Na língua imprimem-se traços dos discursos
ideológicos opostos e contraditórios, pois classes
sociais diferentes utilizam o mesmo sistema
linguístico.
 No discurso refletem-se as mais imperceptíveis
alterações da existência social, é marcadamente
ideológico.
Informação em Ciência da Informação
 designa um ‘conteúdo’
 sob determinada forma
 visa o estabelecimento de uma relação
comunicativa particular
Traços distintivos a informação
. não é um dado
. é uma construção intencional
. parte de uma hipótese de organização (base
institucional)
. transmissibilidade condicionada a condições de
aderência
. condições de aderência = vínculos de significação entre
emissor/receptor
- configuração específica do arranjo, vértices, relações,
contextos
Meio (formalização): linguagem documentária
Consequências dessa definição
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relacionados ao estabelecimento dos vínculos para a
adesão
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Linguagem documentária
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Por que usar LD e não LN?
LN  redundância, ambigüidade, polissemia,
variações ideoletais
dispersão
LD  controle do vocabulário  controle dos vínculos
de significação
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. controle de sinonímia
. controle de significação
Linguagem documentária
. Léxico
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= organização lógico-semântica
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sintagmas)
Reproduz, a seu modo, a organização da língua
 Compreender a língua e a linguagem
Mediação simbólica
FUNDAMENTO – práticas sociais
convenção
regulamentação
compartilhamento
 compreensão / interpretação /adesão
modo de organização
 linguagem, línguas, códigos culturais
Mediação da linguagem documentária
Conhecimento do funcionamento da linguagem
Estabelecimento de vínculos entre
emissor/receptor
Vínculos de linguagem (e de comunicação)
Vínculos de significação  condições de adesão
- competências contextuais e cognitivas dos
usuários
- possibilidade de reelaboração da informação
Parâmetro e operacionalização dos
vínculos
 Sistemas de significação
 Arranjo (léxico, rede paradigmática, rede
sintagmática)
 linguagem = ferramenta
Linguística documentária : síntese
provisória
40
- Conhecimento da linguagem permite ver que a
significação se expressa através de relações entre
signos que podem ser arbitrariamente recortadas por
cada sistema
- Cada comunidade linguística pode manipular o
recorte a seu modo;
- Cada sistema propõe formas de organização
semântica distintas, segundo diferentes contextos
 Linguagem documentária desempenha uma função
semiótica específica, propondo, por hipóteses
institucionais, modos de organização da significação.
Referências complementares
41
 BENVENISTE, E. Vista d'olhos sobre o desenvolvimento da
linguística. In: ____. Problemas de linguística geral, I. São
Paulo : Ed. Nacional ; EDUSP, 1991. p.19-33
 ILARI, R. O estruturalismo linguístico: alguns caminhos. In:
MUSSALIM, F. & BENTES, A.C. Introdução à linguística, 3:
fundamentos epistemológicos. São Paulo: Cortez, 2004. p. 53-92.
 PETTER, M. Linguagem, língua e lingüística In: FIORIN, J.L. org.
Introdução à lingüística I: objetos teóricos. São Paulo:
Contexto, 2004. p.11-24
Sincronia/Diacronia
42
jogo de xadrez : se substituo as peças de madeira
por marfim, a troca é indiferente para o sistema,
mas se diminuo ou aumento o número de peças,
essa troca afeta profundamente a “gramática” do
jogo.

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Linguagem, Língua e Linguística

  • 1. CBD0263 LINGUÍSTICA DOCUMENTÁRIA P R O F A C I B E L E A R A Ú J O C A M A R G O M A R Q U E S D O S S A N T O S P R O F A V Â N I A M A R A A L V E S L I M A 2 0 1 7 1 Linguagem, Língua e Linguística
  • 2. 2
  • 3. Linguagem 3  Meio pelo qual se expressa a relação homem/mundo, homem/homem;  Permite nomear/criar/transformar o mundo;  Prática social que se organiza em sistemas de signos;  Matéria do pensamento e veículo de comunicação.  Não é a mesma coisa que as línguas, sempre particulares e variáveis, nas quais se realiza;
  • 4. Estudos da Linguagem 4  Primeiros estudos  século IV a.C. (hindus) Panini descreve minuciosamente sua língua=> modelos de análise  Platão: procura definir uma relação entre o conceito e a palavra que o designa “haverá uma relação entre a palavra e o seu significado?”  Aristóteles: procede uma análise da estrutura linguística=> teoria da frase, partes do discurso, enumera categorias gramaticais.  Idade Média => estrutura gramatical das línguas é uma e universal, e as regras gramaticais independentes das línguas em que se realizam.
  • 5. Estudos da Linguagem 5  1660=> Gramática de Port Royal, a linguagem se funda na razão, é a imagem do pensamento,portanto os princípios de análise servem para qualquer língua.  Século XIX => Linguística Histórica: estudo comparativo das línguas (as línguas se transformam com o tempo => genética das línguas)  Século XX => Linguística descritiva => Saussure: “Curso de Linguística Geral”
  • 6. Século XIX 6  A Linguística preocupava-se com o estudo das transformações por que passavam as línguas, na tentativa de explicar as mudanças linguísticas. Diacronia . os fatos eram analisados quanto as suas transformações e pelas relações que estabeleciam com os fatos anteriores e posteriores. . estudava a sucessão dos diversos estados de língua e as mudanças lingüísticas, entendidas como a substituição de um elemento por outro. Exemplos: Vossa Mercê => Você
  • 7. Linguística descritiva 7  Objetivo=> saber em que consiste e como funciona uma língua  Princípio fundamental=> a língua forma um Sistema  Estrutura  Distingue-se da gramática tradicional, normativa, pois não tem o objetivo de prescrever normas ou ditar regras de correção para o uso da língua.
  • 8. Século XX 8  As línguas são analisadas sob a forma em que se encontram em um determinado momento histórico, num ponto do tempo. Sincronia . os fatos linguísticos são observados quanto ao seu funcionamento em um determinado momento; . diz respeito ao estudo de um estado de língua considerado isoladamente.
  • 9. Sistema 9  Da base ao topo, a língua é um arranjo de partes, ou seja, elementos formais articulados em combinações variáveis segundo certos princípios.  As unidades da língua não são definíveis pela sua descrição isolada e diacrônica, cada unidade de um sistema define-se pelo conjunto das relações (estrutura) que mantém com as outras unidades e pelas oposições em que entra.
  • 10. Estrutura linguística 10 Língua: organização e classificação - plano do conteúdo: percepção de descontinuidades, organização do conteúdo, significação - plano da expressão: percepção de descontinuidades, organizações do som Sistema de relações  valor - relação no interior de um sistema Estrutura: modelo, construção mental, noção abstrata, que serve como hipótese de trabalho ; constituída por uma rede de elementos, em que cada elemento tem um valor funcional determinado; é um arranjo sistemático de partes.
  • 11. 11  Uma forma linguística constitui uma estrutura definida:  é uma unidade que envolve partes;  essas partes apresentam-se num arranjo formal que obedece a certos princípios constantes;  o que dá a forma ou caráter de uma estrutura é o fato de que as partes constituintes exercem uma função;  finalmente essas partes constitutivas são unidades de um certo nível, de modo que cada unidade de um nível definido se torna subunidade do nível superior.
  • 12. 12  As unidades da língua dependem de dois planos:  sintagmático, quando se encaram nas suas relações de sucessão material no seio da cadeia falada; O menino foi jogar futebol.  paradigmático quando se propõe em razão de possível substituição, cada uma no seu nível e dentro da sua classe formal. O menino foi jogar futebol. vôlei xadrez . Eixo paradigmático  escolhas . Eixo sintagmático  combinações
  • 13. Língua 13  É um produto social da faculdade da linguagem e um conjunto de convenções necessárias, adotadas pelo corpo social para permitir o exercício dessa faculdade nos indivíduos  Fato cultural/Contrato social  É um sistema de signos, sistema simbólico usada para a comunicação, que só pode e deve ser estruturada a partir de suas relações internas.
  • 14. Representação 14  A linguagem permite representar o real por um signo e de compreender o signo como representante do real = relação de significação entre algo e algo diferente.  Permite a formação do conceito distinto do objeto concreto.  Quando usamos um signo conseguimos reter de um objeto a sua estrutura característica e identificá-lo em conjuntos diferentes. É isso que nos torna racional.
  • 15. Signo 15  Unidade constituída pelo conceito (significado) e por uma sequência de sons/letras (significante) (Saussure)  O signo é algo que está por outra coisa para alguém, isto é, qualquer coisa que representa alguma outra coisa para alguém. (Peirce)
  • 16. 16 Linguagem (reproduz o mundo, mas submete-o a sua própria organização) Discurso ( palavras /conceitos: organizados organicamente) Representação de objetos e de situações (signos que são distintos dos seus referentes materiais) :
  • 17. Linguística documentária: Conceitos metodológicos - Signo - Sintagma/Paradigma - Forma de expressão/Forma de conteúdo - Sincronia/Diacronia Linguagem documentária tem de trabalhar com a noção de arranjo, rede de relações entre suas unidades
  • 18. Língua e cultura 18 As línguas delimitam aspectos e experiências vividas por cada povo, as quais não coincidem de uma região para outra. - Chauffer - Conductor - Driver - Motorista Noção de valor : é o princípio organizador que permite analisar as relações entre os signos. Todos os valores são constituídos: - Por uma coisa diferente que pode ser trocada por outra cujo valor resta determinar; - Por coisas semelhantes que podem ser comparadas aquela cujo valor está em causa.
  • 19. Noção de valor 19 - Todos os valores são constituídos: - Por uma coisa diferente que pode ser trocada por outra cujo valor resta determinar; - Por coisas semelhantes que podem ser comparadas aquela cujo valor está em causa. - Exemplo: valor da moeda varia dentro do sistema monetário utilizado O valor de uma forma reside inteiramente no texto de onde o tomamos...: no conjunto das circunstâncias morfológicas, fonéticas, ortográficas, que a rodeiam e a esclarecem. (Saussure)
  • 20. Paradigma  Classe formada por termos que se associam por ter a mesma marca de base.  Relações de semelhança, diferença, implicação, inclusão, exclusão, pressuposição Valor paradigmático  o valor de cada elemento se define por oposição  elementos são substituíveis, comutáveis, a ordem de sucessão é indeterminada.  Veleiro, canoa, jangada, iate ... Formam o mesmo paradigma semântico, pois pertencem à mesma classe: a classe de embarcação
  • 21. Sintagma . Combinação na cadeia linear, a sucessão dos elementos segue uma ordem cristalizada: em português, reler, por exemplo, o prefixo é inserido obrigatoriamente à esquerda. . Relações in praesentia, ou seja, que repousam sobre elementos efetivamente presentes na cadeia falada. . O número de elementos é limitado: um sintagma não pode articular um número infinito de elementos. . Conjugado de duas unidades constituintes consecutivas que formam um segmento da fala Valor sintagmático . o valor de cada elemento se define por contraste . elementos in praesentia
  • 22. Estrutura elementar 22  Estrutura linguística: presença de 2 termos vinculados por uma relação 1) Para que dois termos possam ser captados juntos é preciso que tenham algo em comum (semelhança, identidade) conjunção 2) Para que dois termos possam ser distinguidos, é preciso que sejam diferentes, qualquer que seja a forma (problema da diferença e da não identidade) disjunção A relação é ao mesmo tempo disjuntiva e conjuntiva.
  • 24. Plano de expressão/Plano do conteúdo  Língua é forma, não substância (Saussure)  LNs introduzem decupagens próprias na substância semântica e na substância fônica  Fator comum = sentido não-formado, massa amorfa  O sentido é ordenado diferentemente pelas línguas  Relação forma do conteúdo/forma de expressão com a substância do conteúdo/substância da expressão é arbitrária Exemplo: sheep (carneiro) mutton (carne de carneiro) mouton (carneiro ou carne de carneiro) mouton é diferente de sheep e de mutton
  • 25. Substância/Forma Substâncias = meros veículos aos quais se imprime uma estruturação relacional abstrata peculiar a cada língua. . substância do conteúdo = designatum, projeção da forma sobre o sentido . substância da expressão = som, elemento material Formas = molde da língua no continuum ou massa amorfa. . forma do conteúdo = modo abstrato como a língua recorta . forma da expressão = modo concreto como a língua expressa o som
  • 26. Signo linguístico Plano do Conteúdo Substância do Conteúdo (SC) = designatum Forma do Conteúdo (FC) = significado Plano da Expressão Forma da Expressão (FE) = significante Substância da Expressão (SE) = som SIGNO
  • 27. Análise da língua = análise de formas  identidade/oposição apreender diferenças (pelo menos 2 objetos simultaneamente) . parciais iguais (conjunção) . parciais diferentes (disjunção)  relação = vínculo mútuo entre 2 termos  estrutura = presença de 2 termos vinculados por uma relação
  • 28. Língua = Código  Estoque estruturado de elementos discretos (signos/conceitos) que se apresentam como um conjunto de alternativas de seleção para a produção da mensagem.  Sub-códigos => variação linguística  > intersecção = > comunicação
  • 29. Percurso de enunciação  Destinador/Emissor: fazer persuasivo  Conceito=>Termo => Texto  Destinatário/Receptor: fazer interpretativo  Texto => Termo => Conceito
  • 30. Ideologia  Nenhuma comunicação é neutra, nela estão em jogo valores ideológicos do sujeito e da comunicação.  Na língua imprimem-se traços dos discursos ideológicos opostos e contraditórios, pois classes sociais diferentes utilizam o mesmo sistema linguístico.  No discurso refletem-se as mais imperceptíveis alterações da existência social, é marcadamente ideológico.
  • 31. Informação em Ciência da Informação  designa um ‘conteúdo’  sob determinada forma  visa o estabelecimento de uma relação comunicativa particular
  • 32. Traços distintivos a informação . não é um dado . é uma construção intencional . parte de uma hipótese de organização (base institucional) . transmissibilidade condicionada a condições de aderência . condições de aderência = vínculos de significação entre emissor/receptor - configuração específica do arranjo, vértices, relações, contextos Meio (formalização): linguagem documentária
  • 33. Consequências dessa definição . necessidade de enfrentar efetivamente os problemas relacionados ao estabelecimento dos vínculos para a adesão . reconhecer a linguagem como ferramenta
  • 34. Linguagem documentária Índices Arquitetura da informação Formas de navegação Mediação simbólica em sistemas informacionais
  • 35. Por que usar LD e não LN? LN  redundância, ambigüidade, polissemia, variações ideoletais dispersão LD  controle do vocabulário  controle dos vínculos de significação . unidades preferenciais (LN-LE) . correspondência unidades/conceitos . controle de sinonímia . controle de significação
  • 36. Linguagem documentária . Léxico . Rede paradigmática (relações essenciais, estáveis) = organização lógico-semântica . Rede sintagmática (relações contingentes = sintagmas) Reproduz, a seu modo, a organização da língua  Compreender a língua e a linguagem
  • 37. Mediação simbólica FUNDAMENTO – práticas sociais convenção regulamentação compartilhamento  compreensão / interpretação /adesão modo de organização  linguagem, línguas, códigos culturais
  • 38. Mediação da linguagem documentária Conhecimento do funcionamento da linguagem Estabelecimento de vínculos entre emissor/receptor Vínculos de linguagem (e de comunicação) Vínculos de significação  condições de adesão - competências contextuais e cognitivas dos usuários - possibilidade de reelaboração da informação
  • 39. Parâmetro e operacionalização dos vínculos  Sistemas de significação  Arranjo (léxico, rede paradigmática, rede sintagmática)  linguagem = ferramenta
  • 40. Linguística documentária : síntese provisória 40 - Conhecimento da linguagem permite ver que a significação se expressa através de relações entre signos que podem ser arbitrariamente recortadas por cada sistema - Cada comunidade linguística pode manipular o recorte a seu modo; - Cada sistema propõe formas de organização semântica distintas, segundo diferentes contextos  Linguagem documentária desempenha uma função semiótica específica, propondo, por hipóteses institucionais, modos de organização da significação.
  • 41. Referências complementares 41  BENVENISTE, E. Vista d'olhos sobre o desenvolvimento da linguística. In: ____. Problemas de linguística geral, I. São Paulo : Ed. Nacional ; EDUSP, 1991. p.19-33  ILARI, R. O estruturalismo linguístico: alguns caminhos. In: MUSSALIM, F. & BENTES, A.C. Introdução à linguística, 3: fundamentos epistemológicos. São Paulo: Cortez, 2004. p. 53-92.  PETTER, M. Linguagem, língua e lingüística In: FIORIN, J.L. org. Introdução à lingüística I: objetos teóricos. São Paulo: Contexto, 2004. p.11-24
  • 42. Sincronia/Diacronia 42 jogo de xadrez : se substituo as peças de madeira por marfim, a troca é indiferente para o sistema, mas se diminuo ou aumento o número de peças, essa troca afeta profundamente a “gramática” do jogo.