Educação, Mídia e Tecnologia: Reflexões Necessárias
1. EDUCAÇÃO, MÍDIA E
TECNOLOGIA:
REFLEXÕES NECESSÁRIAS
Giseli Fregolente Patrinhani
PEBII – Secretaria da Educação do Estado de SP
PPGMiT/FAAC/UNESP/Bauru
ATPC – E. E. Prof. Joaquim de Michieli
3. OBJETIVO
Comunicação do saber socialmente construído, do saber
científico e tecnológico, de modo que permita mudanças
tão necessárias no processo comunicacional no interior da
própria escola, na relação do professor com seus alunos, na
forma de abordar e ensinar os conteúdos.
4. Comunicação
Grandes transformações devido às novas tecnologias;
Adaptação às mudanças;
Canclini (2002, p. 60): “a comunicação não é eficaz se não inclui
também interações de colaboração e transação entre uns e
outros.”
3 fatores tecnológicos determinaram a evolução dos meios de
comunicação: os perfis dos usuários, as narrativas e os modelos
de negócios;
5. Comunicação
Narrativas tendo que ser adaptadas para a internet;
Novas funções, novas narrativas, participação;
Próprios leitores tendo uma participação ativa nesse conteúdo;
Nova forma de comunicação na sociedade;
Meios impressos obrigados a se redescobrirem, mudarem sua
estrutura para se adaptar às mudanças;
A questão da credibilidade e da qualidade das informações são
fatores imprescindíveis nesse meio;
6. Comunicação
As evoluções das mídias criaram novas oportunidades;
A convergência das mídias e das narrativas;
Multiplicidade de tarefas;
Novos conhecimentos geram novos perfis;
Inovação mais a investigação vai gerando qualidade;
Profissionais que se adaptam a esses novos entornos encontram
oportunidades de destaque;
7. Comunicação
Uso da internet, programas e aplicativos, abriu leque de
possibilidades da comunicação, formando novos atores nesse
contexto comunicativo;
Canclini (2002, p. 190), “só a multiplicação de atores pode
favorecer o desenvolvimento cultural democrático e a
representação de múltiplas identidades.”
Vivemos numa era digital, tem que se adaptar ao novo público;
Vemos hoje em dia mídias tradicionais como o rádio, a televisão,
as revistas e jornais, se unificando com a internet;
8. Comunicação
O fenômeno da comunicação com o uso da internet é grandioso, a
velocidade da informação é extrema. Por exemplo, um site se liga com
outro, e mais outro, uma informação vai puxando outra, e quando se vê
se está perante muitas possibilidades, o Google vem a ser um exemplo
disso;
As redes sociais deram mais visibilidade;
Como tornar rentável um novo modelo de negócio?
Para se manter no mercado é preciso não depender só da publicidade,
pode-se construir alianças, fazer parcerias, consultorias, buscar apoio
com empresários, comercializar, cobrar por conteúdos para celulares,
entre outras possibilidades para se manter no mercado;
9. Comunicação x Educação
O que falar da convergência? Mídias diferentes trabalham
produtos comuns que se encontram em um novo ambiente, com
novas narrativas;
Nova demanda da sociedade: exige profissionais bem preparados
para trabalhar nesses novos mercados;
Escolas tem que se adequar e formar indivíduos que saibam lidar
com essas transformações;
Metodologias inovadoras;
Novos papéis aos docentes: não somente detentores do saber
mas também facilitadores, mediadores, tutores, observadores;
10. Comunicação x Educação
A revolução tecnológica obriga a reestruturar planos de ensino e
expõem os profissionais a constantes transformações e adaptações;
A evolução da formação envolve a interdisciplinaridade dos
conhecimentos;
O trabalho em equipe vem a ser essencial, a junção de várias
habilidades;
Straubhaar e Larose (2004, p. 275) “[...] a estrutura das indústrias de
mídia afeta o conteúdo de nossa cultura.”
Escola
Uma das instituições sociais que promove, transmite, produz cultura;
Ambiente escolar é afetado diretamente pelas mídias;
11. Educação
Crítica a Escola: se atém mais a manter a disciplina e em “normalizar” os
indivíduos do que em promover transmissão de conhecimento, e o mais
importante nessa atual fase, não só de transmitir informações e conhecimento,
mas de criar e de ressignificar todo esse contexto educativo;
Michel Foucault (2003): contribuições ao abordar as relações entre o poder e o
conhecimento, e o uso deles como uma forma de controle social por meio de
algumas instituições;
Os métodos de controle identificados por Foucault foram pensados no contexto
de uma sociedade disciplinar do final do século XVIII e começo do XIX, mas em
pleno século XXI se observa que algumas escolas ainda seguem esse padrão e
utilizam tais procedimentos por já estarem normalizados dentro das instituições
de ensino, sendo aceitos para a manutenção do poder;
12. Educação
Postura do professor e a metodologia utilizada;
Freire (2000, 2007): fundamental importância um processo
educativo libertador, que o educando não seja somente receptor,
não somente reproduza os princípios aprendidos da sociedade
dominante, mas sim que possa agir sobre a sua realidade,
transformá-la, ressignificá-la;
Importância do diálogo;
13. Tecnologia
Pinochet (2014): a informação em si não tem ética, por isso é obrigação
de quem a usa manter a ética na forma como geri-la. A tecnologia cria
as oportunidades para que ocorram mudanças individuais, sociais e
políticas, no entanto, quem faz uso da informação tem a
responsabilidade pelos seus resultados;
Toyama (2010): a tecnologia e a democracia são ferramentas poderosas,
mas é a força humana que vai determinar como serão os seus usos, o
ponto crucial é fazer uma boa utilização desses meios. A tecnologia é
apenas um ampliador das intenções e da capacidade humana, não
substitui a ação humana. A tecnologia tem efeitos positivos apenas na
medida em que as pessoas estão dispostas e capazes de utilizá-la de
forma positiva;
14. Tecnologia
Gumucio-Dragon (2003):
TICs não são necessárias ou benéficas em si, o desafio aqui é transformá-las em
algo que possa contribuir para o desenvolvimento;
As comunidades devem adaptar as tecnologias às suas necessidades e à sua
cultura, e não o contrário;
Envolvimento da comunidade é essencial para êxito de um projeto, não
bastando somente a disponibilidade das tecnologias. A questão é a
conscientização da comunidade e apropriação social do projeto;
As comunidades raramente são homogêneas ou plenamente democráticas,
como qualquer grupo ou sociedade humana, são influenciados por interesses
econômicos e sociais. Desafio: se apoiar no diálogo, com um processo
democrático de participação;
A tecnologia deve seguir no sentido de serviço em benefício das pessoas como
cidadãos e não como consumidores, pode ajudar os grupos marginalizados a ter
mais controle sobre a sua existência e até mesmo dar-lhes um sentido forte de
identidade;
15. Tecnologia
“[...] já estamos vivendo em uma cultura da convergência. Já
estamos aprendendo a viver em meio aos múltiplos sistemas de
mídia. As batalhas cruciais estão sendo travadas agora. Se nos
concentrarmos na tecnologia, perderemos a batalha antes mesmo
de começarmos a lutar. Precisamos enfrentar os protocolos
sociais, culturais e políticos que existem em torno da tecnologia e
definir como utilizá-los.” (JENKINS, 2009, p. 292)
16. CONSIDERAÇÕES FINAIS
As mídias podem influenciar negativamente ou positivamente,
dependendo das opções sociais e individuais;
As tecnologias podem ser utilizadas para aumentar o acesso à
informação, são oportunidades de ensino-aprendizagem,
facilitando a disseminação do conhecimento;
O desafio consiste em articular os instrumentos, os conteúdos, a
realidade escolar e o entorno num processo que tenha como
finalidade a formação para a participação e para a autonomia.
17. REFERÊNCIAS
CANCLINI, N. G. Consumidores e cidadãos. Rio de Janeiro: Ed. UFRJ, 2002.
FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.
FREIRE, P. Educação como prática da liberdade. 24. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2000.
FREIRE, P. Pedagogia do oprimido. 46. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2007.
FOUCAULT, M. Vigiar e punir. Petrópolis: Vozes, 2003.
GUMUCIO-DRAGON, A. “Take Five: A handful of essentials for ICTs in development”. In: The One to Watch: Radio, New ICTs and
Interactivity. Friedrich Ebert Foundation and Food and Agriculture Organization of the United Nations. Rome, 2003.
JENKINS, H. Cultura da convergência. São Paulo: Aleph, 2009.
LEVINSON, P. New new media. Nova Iorque: Pinguim, 2012.
PINOCHET, L. Tecnologia da informação e comunicação. Rio de Janeiro: Elsevier, 2014.
RENÓ, D. Pesquisa aplicada em comunicação: uma tendencia necessária. Revista Comunicação e Sociedade, v.36, n.1, p. 7-30,
jul/dez, 2014.
SCOLARI, C. Ecología de los medios. Barcelona: Gedisa, 2015.
STRAUBHAAR , J.; LAROSE, R. Comunicação, Mídia e Tecnologia. São Paulo: Thonson, 2004.
TOYAMA, K. Can Technology End Poverty?, Boston Review, November, 2010. Disponível em: <http://bostonreview.net/forum/can-
technology-end-poverty>. Acesso em: 2 de abr. de 2017.