1. OS GÊNEROS DO DISCURSO
REDAÇÃO
Profª Germana Rodrigues
2. Definição
• Estamos diante de um gênero discursivo, quando
identificamos, em um conjunto de textos, uma série de
elementos comuns:
➢ Estrutura,
➢ Estilo,
➢ Função e
➢ Contexto de circulação.
• Qualquer texto, oral ou escrito, organiza-se em um
gênero discursivo:
➢ É impossível se comunicar verbalmente a não ser por
algum gênero,
➢ Assim como é impossível se comunicar verbalmente a
não ser por algum texto.
3. Evolução
• Os gêneros não são estáticos,
• Eles surgem e se modificam de acordo com a
necessidade das pessoas, das culturas em que se
desenvolvem;
• São eventos textuais maleáveis, dinâmicos e plásticos.
• Uso das novas tecnologias e suas interferências nas
atividades comunicativas diárias provoca:
➢ Surgimento de novos gêneros textuais, formas
inovadoras.
➢ Ex.: tele e videoconferências, reportagens ao vivo, chats,
aulas virtuais.
• Transmutação dos gêneros e assimilação de um gênero
por outro gerando novos.
Ex: a) conversa telefonema;
b) bilhete carta e-mail
4. Consequências
• Novos usos da linguagem,
• Os limites entre a oralidade e a escrita tornam-se
menos visíveis.
5. Tipos de composição X Gêneros discursivos
• Tipos:
➢ Meio pelo qual se expressam os textos
representativos dos vários gêneros:
✓ Narração,
✓ Descrição,
✓ Exposição,
✓ Argumentação e
✓ Injunção.
6. • Gêneros:
➢ Textos materializados que encontramos em nossa
vida diária. São infinitos:
✓ Telefonema, carta pessoal, anúncio publicitário,
diário, crônica, artigo de opinião, reportagem, aula
expositiva, reunião de condomínio, notícia,
horóscopo, receita culinária, bula de remédio, instru-
ções de uso, lista de compras, cardápio de
restaurante, outdoor, inquérito policial, resenha,
piada, chat.
• Em um mesmo gênero, podem aparecer vários tipos
de composição. Ex.: p. 309-10.
7. Crônica de uma morte à toa
Para perder a vida no trânsito, você só precisa andar na linha
Christian Carvalho Cruz, 05 Setembro 2009 | 15h22
No dia em que se tornaria estatística de trânsito, Adriano da Fonseca Pereira, de 20 anos,
acordou mais agitado que de costume, às 6 e meia da manhã. Se sonhou, não comentou.
Sentado à pequena mesa redonda da sala, de costas para a máquina de costura da mãe e de
cara para a parede, engoliu o pãozinho com manteiga de todos os dias e tomou chá com açúcar.
Nunca gostou de café. Sua figura alta e esguia enchia o "ovo"- minúsculo e mal ventilado
apartamento do Conjunto Habitacional Haia do Carrão, ex-favela, ex-Projeto Cingapura, periferia
da zona leste paulistana. Em menos de dez horas Adriano estará morto, jogado no asfalto, o
tronco voltado para o meio-fio, as pernas finas retorcidas para trás e os olhos abertos, vítima de
mais um atropelamento em São Paulo. Em 2008, informam os gráficos frios da Companhia de
Engenharia de Tráfego (CET), foram 7.602, mais de 20 por dia, quase 30% de todos os acidentes
de trânsito registrados na cidade. As tabelas também marcam 670 pedestres mortos no período
(2 por dia), mas o número pode ser maior. A CET conta apenas os que perecem no local, como
Adriano, não os que se vão mais tarde, no hospital.
Já vestido com a mesma camisa verde-clara com a qual encontraria o fim, naquela manhã de
sábado, 29 de agosto, Adriano só pensava em estrear seu novo xodó – uma Kodak C1013R, 10
megapixel, recém-comprada no carnê das Casas Bahia: nove parcelas de R$ 97, incluindo o
seguro de vida que encerra o débito automaticamente se o cliente morrer. Algo que ele
certamente pagou pensando em jamais precisar, mas não teve chance de combinar isso com o
produtor de eventos Fábio Melgar, de 29 anos. Às 4h20 da madrugada do sábado para domingo,
ao volante de um BMW 330i prata que roncava seu motor de 231 cavalos em altíssima
velocidade segundo testemunhas, Melgar ignorou o farol vermelho e surpreendeu Adriano
numa faixa de pedestres da Avenida Itaquera, zona leste paulistana. Fugiu sem prestar socorro,
sem querer saber o destino da camisa verde-clara que lhe espatifara o para-brisa antes de
tombar no asfalto, sem desconfiar que uma testemunha ocular do atropelamento o seguia e
entregaria seu paradeiro à polícia. Melgar vinha de uma festa de formatura.
11. 05/04/2010 - 17h05
GOLFINHO FAMOSO OFUSCA PRIMOS EM RISCO NO BRASIL
RICARDO MIOTO
enviado especial da Folha a Fernando de Noronha
O golfinho-rotador, típico de Fernando de Noronha,
é o primo rico dos golfinhos brasileiros. Isso acontece
por causa do patrocínio que a Petrobrás oferece aos es-
tudos com o animal, que não está em situação de risco, desde 2001.
Cientistas afirmam que, enquanto isso, outras espécies de golfinho do
País que sofrem ameaças reais, como as toninhas do Sul, acabam ficando
de lado.
Apesar de ofuscadas pelo rotador, há dezenas de outras espécies de
golfinhos no Brasil.
Para Eduardo Secchi, oceanógrafo da Universidade Federal do Rio
Grande (Furg), o rotador chama a atenção por frequentar águas que os
turistas acessam com facilidade e por ter o hábito de se aproximar dos
barcos, dando piruetas fotogênicas no ar.
"Hoje, infelizmente, os recursos da Petrobras são investidos mais em
espécies que têm apelo visual e quase nada em espécies que realmente
têm problemas de conservação, como a toninha. A espécie está
colapsando, classificada como vulnerável na Lista Vermelha de animais
ameaçados de extinção por causa das mortes em redes de pesca. Mas os
critérios são de marketing", diz ele, que trabalha com a espécie sulina.