Este artigo tem por objetivo demonstrar que o mundo em que vivemos é governado por loucos que dominados pela cegueira conduzem o mundo rumo a uma nova guerra mundial. Os loucos governantes da Rússia, Wladimir Putin, e da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, radicalizaram suas posições que levaram à eclosão da guerra e à devastação a que foi submetida a Ucrânia. Os loucos governantes dos Estados Unidos e dos países da União Europeia radicalizaram ao desencadear uma guerra econômica contra a Rússia que pode contribuir para que Putin radicalize como tentativa de se manter no poder e se impor diante do poder das grandes potências ocidentais. A loucura e a cegueira alcançaram, também, os governantes da maioria dos países do mundo que, como manada, tomaram decisões quase unânimes de condenação da Rússia pela invasão à Ucrânia na Assembleia Geral da ONU ao invés de atuarem no sentido de buscarem uma solução negociada para o conflito. A ONU, que deveria mediar o conflito, foi dominada, também, pela loucura e pela cegueira ao deixar de ser instrumento de construção da paz mundial e passar a ser instrumento de promoção da guerra. O mundo não é composto apenas por governantes loucos e cegos. A loucura e a cegueira atingiram os dirigentes das empresas que deixaram de estabelecer relações comerciais com a Rússia, como a Apple, Samsung, Microsoft, Facebook, Twitter, Google, Spotfy, YouTube, Boeing, Airbus, Ford, General Motors, Toyota, Shell, British Petroleum, Mastercard, Visa, Amex e McDonald´s, entre outras, alimentando o processo de radicalização contra a Rússia. Loucos e cegos são, também, os fabricantes de armamentos, isto é, a indústria bélica do mundo, especialmente dos Estados Unidos, que fomentam guerras para ganhar dinheiro. A eclosão de uma nova guerra mundial poderá ocorrer se a asfixia econômica e financeira da Rússia ameaçar desestabilizar o poder de Putin internamente. Putin já está considerando as sanções econômicas e financeiras a ela impostas pelos Estados Unidos e União Europeia como uma declaração de guerra. Cabe observar que a Rússia e os Estados Unidos têm conjuntamente mais de 8 mil ogivas nucleares. Os riscos são extremamente elevados para a humanidade. Está nas mãos desses loucos a existência futura dos seres humanos.

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LOUCOS E CEGOS CONDUZEM O MUNDO RUMO A NOVA GUERRA
MUNDIAL
Fernando Alcoforado*
Este artigo tem por objetivo demonstrar que o mundo em que vivemos é governado por
loucos que dominados pela cegueira conduzem o mundo rumo a uma nova guerra
mundial. William Shakespeare, um dos maiores dramaturgos da história, nascido no
Reino Unido em 1564 e falecido em 1616, é autor da frase “é a praga do tempo quando
os loucos guiam os cegos” em uma fala de sua peça teatral O rei Lear e, também, da frase
“o que passa pela cabeça dessas pessoas que brincam com a morte?” em sua peça teatral
Hamlet. Estas duas frases de Shakespeare refletem o tempo em que vivemos, em que os
loucos governantes da Rússia e dos Estados Unidos guiam os cegos governantes da
maioria dos países do mundo a eles aliados que alimentam a possibilidade de nos
defrontarmos com a eclosão de uma guerra mundial ao radicalizarem suas ações na
guerra entre Rússia e Ucrânia. Eu repito a frase de Shakespeare perguntando o que passa
pela cabeça dessas pessoas que brincam com a morte ou o fim da espécie humana com a
eclosão de uma guerra nuclear?
Os loucos governantes dos Estados Unidos e dos países da União Europeia radicalizaram
ao desencadear uma guerra econômica contra a Rússia que pode contribuir para que haja
o enfraquecimento político de Wladimir Putin no poder, seja por defecções das classes
dominantes internas que, prejudicadas pelas sanções econômicas e financeiras das
grandes potências ocidentais, discordem de sua estratégia de guerra na Ucrânia e o
derrubem, seja, também, pela ação das forças políticas de oposição, as quais podem levar
à mudança no comando político do país com o afastamento de Putin do poder. Mas, esta
situação pode fazer com que, em contrapartida, Putin radicalize no confronto com os
Estados Unidos, a União Europeia e a OTAN como tentativa de se manter no poder e se
impor diante do poder das grandes potências ocidentais. Diante deste fato, Putin pode
lançar mão de seu arsenal nuclear que pode desencadear uma nova guerra mundial. As
consequências para humanidade seriam nefastas neste último caso porque haveria o fim
da espécie humana.
Os loucos governantes da Rússia, Wladimir Putin, e da Ucrânia, Volodymyr Zelensky,
radicalizaram suas posições que levaram à eclosão da guerra e à devastação a que foi
submetida a Ucrânia. A loucura de Zelensky residiu no fato de não ter cumprido o Acordo
de Minsky sobre a emancipação de Donetsk e Luhansk e ter incorporado na Constituição
da Ucrânia a intenção de incorporar o país à União Europeia e à OTAN que é considerada
ameaça militar à Rússia haja vista o cerco que foi construído após o fim da União
Soviética com a adesão à esta aliança militar ocidental e à União Europeia pelos países
que compunham o sistema socialista do leste europeu. Adicione-se a tudo isto o desejo
manifesto de Zelensky de a OTAN impedir nenhum voo no espaço aéreo da Ucrânia que
contribuiria para desencadear uma nova guerra mundial. A loucura de Putin de manifesta
no fato de ter invadido a Ucrânia em desrespeito à Carta das Nações Unidas e admitir a
possibilidade de utilizar armas nucleares neste conflito em represália à ação das potências
ocidentais de apoio à Ucrânia.
O que passa pela cabeça dessas pessoas que brincam com a morte e o fim da humanidade?
Os loucos dirigentes dos Estados Unidos, União Europeia e OTAN estão se esquecendo
que ao desencadear uma guerra econômica como a que realiza contra a Rússia pode

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fazê-la se transformar em uma guerra real de abrangência mundial porque poderá
fazer com que Wladimir Putin radicalize suas ações no confronto contra seus inimigos
haja vista que para ele para a Rússia se trata de um jogo de vida ou morte. O futuro de
Putin e da Rússia depende do desfecho a eles favorável da guerra entre Rússia e Ucrânia
e do atendimento de suas exigências pela Ucrânia de reconhecimento da Crimeia como
território russo e da independência das regiões de Luhansk e Donetsk, o abandono de sua
pretensão de integrar a União Europeia e a OTAN e a desmilitarização do país. É
inevitável a vitória da Rússia na guerra, mas o maior problema virá no pós-guerra porque
a Rússia terá que arcar com os custos políticos e militares de manutenção de sua
dominação da Ucrânia, além de ter de enfrentar a guerra de guerrilha dos derrotados na
guerra que contarão com o apoio das potências ocidentais e da OTAN.
Putin sabe, também, que a integração da Rússia à economia capitalista globalizada ficou
definitivamente comprometida com a permanência dele à frente da Rússia porque o poder
mundial do capitalismo transformou este país em pária internacional. Para sobreviver
economicamente, a Rússia terá que aprofundar suas relações comerciais com a China. É
preciso saber se as relações comerciais com a China compensarão as perdas que terá com
o fim do intercâmbio comercial com as potências ocidentais. Se as relações econômicas
com a China compensar a perda que terá com o fim do intercâmbio comercial com as
potências ocidentais, a Rússia poderá se reerguer da crise atual, Se isto não ocorrer, a
Rússia poderá sofrer regressão econômica e terá que enfrentar sérios problemas políticos,
econômicos e sociais internos que podem abalar a estrutura de poder do país. Este cenário
pode contribuir para a queda de Putin do poder no futuro.
O mundo não é composto apenas por governantes loucos e cegos. A loucura e a cegueira
atingiram os dirigentes das empresas que deixaram de estabelecer relações comerciais
com a Rússia, como a Apple, Samsung, Microsoft, Facebook, Twitter, Google, Spotfy,
YouTube, Boeing, Airbus, Ford, General Motors, Toyota, Shell, British Petroleum,
Mastercard, Visa, Amex e McDonald´s, entre outras, alimentando o processo de
radicalização contra a Rússia. A loucura e a cegueira alcançaram, também, os governantes
da maioria dos países do mundo que, como manada, tomaram decisões quase unânimes
de condenação da Rússia pela invasão à Ucrânia na Assembleia Geral da ONU ao invés
de atuarem no sentido de buscarem uma solução negociada para o conflito. A ONU, que
deveria mediar o conflito, foi dominada, também, pela loucura e pela cegueira ao deixar
de ser instrumento de construção da paz mundial e passar a ser instrumento de promoção
da guerra. Repetindo Shakespeare “o que passa pela cabeça dessas pessoas que brincam
com a morte?”. Eu pergunto: o que se passa pela cabeça dessas pessoas que brincam com
o fim da espécie humana?
Loucos e cegos são, também, os fabricantes de armamentos, isto é, a indústria bélica do
mundo, especialmente dos Estados Unidos, que fomentam guerras para ganhar dinheiro.
Não é coincidência que os Estados Unidos sejam um dos países que mais se beneficiam
economicamente de confrontos armados, já que as maiores exportadoras de armas do
mundo são norte-americanas. Dos 10 maiores fabricantes de armas do mundo, seis são
norte-americanas, sendo cinco delas líder da indústria bélica mundial. Pudessem ser
exibidos à luz do dia, veríamos que os principais patrocinadores dessa guerra fratricida é
a indústria bélica, de ambos os lados das trincheiras. A indústria bélica patrocina a guerra
na Ucrânia como promoveu outras guerras no passado para ganhar dinheiro. A produção
recorde de armamentos, cada vez mais letais e cirúrgicos, necessita ser posta para

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funcionar na prática. Nas mãos de loucos, essas tecnologias mortíferas acabam
promovendo o show de horrores que as emissoras de TV transmitem ao vivo e a cores.
Os loucos governantes das potências ocidentais e dos demais países do mundo e os
dirigentes das empresas que boicotam a Rússia adotam cegamente as sanções econômicas
e financeiras contra a Rússia subestimando que ela possa usar suas armas nucleares,
realizar ataques cibernéticos e desestabilizar a economia mundial com a cessação do
suprimento de petróleo e gás natural. Independentemente do uso de armas nucleares, tudo
pode piorar bem mais, se Putin assim quiser. A Rússia pode desencadear ataques
cibernéticos que podem ter como alvo bancos, empresas, indivíduos e até infraestruturas
nacionais fundamentais e, como um dos grandes produtores mundiais de insumos
energéticos, pode cessar o suprimento de petróleo e gás natural que pode afetar o
crescimento da economia mundial em 2022 graças ao impacto da inflação que poderá se
elevar com a possibilidade de os preços do petróleo e do gás natural crescerem
vertiginosamente.
A eclosão de uma nova guerra mundial poderá ocorrer se a asfixia econômica e financeira
da Rússia ameaçar desestabilizar o poder de Putin internamente. Putin já está
considerando as sanções econômicas e financeiras a ela impostas pelos Estados Unidos e
União Europeia como uma declaração de guerra. Por sua vez, a linha vermelha para a
OTAN intervir no conflito é se a Rússia ameaçar algum de seus Estados membros quando
a aliança militar ocidental será obrigada a defender qualquer Estado membro que seja
atacado de acordo com o Artigo 5 da OTAN. Esta situação pode ocorrer a qualquer
momento dada a proximidade territorial entre a Rússia e os países da OTAN. Cabe
observar que a Rússia e os Estados Unidos têm conjuntamente mais de 8 mil ogivas
nucleares. Os riscos são extremamente elevados para a humanidade. Está nas mãos desses
loucos a existência futura dos seres humanos.
* Fernando Alcoforado, 82, condecorado com a Medalha do Mérito da Engenharia do Sistema
CONFEA/CREA, membro da Academia Baiana de Educação, engenheiro e doutor em Planejamento
Territorial e Desenvolvimento Regional pela Universidade de Barcelona, professor universitário e consultor
nas áreas de planejamento estratégico, planejamento empresarial, planejamento regional e planejamento de
sistemas energéticos, é autor dos livros Globalização (Editora Nobel, São Paulo, 1997), De Collor a FHC-
O Brasil e a Nova (Des)ordem Mundial (Editora Nobel, São Paulo, 1998), Um Projeto para o Brasil
(Editora Nobel, São Paulo, 2000), Os condicionantes do desenvolvimento do Estado da Bahia (Tese de
doutorado. Universidade de Barcelona,http://www.tesisenred.net/handle/10803/1944, 2003),
Globalização e Desenvolvimento (Editora Nobel, São Paulo, 2006), Bahia- Desenvolvimento do Século
XVI ao Século XX e Objetivos Estratégicos na Era Contemporânea (EGBA, Salvador, 2008), The
Necessary Conditions of the Economic and Social Development- The Case of the State of Bahia (VDM
Verlag Dr. Müller Aktiengesellschaft & Co. KG, Saarbrücken, Germany, 2010), Aquecimento Global e
Catástrofe Planetária (Viena- Editora e Gráfica, Santa Cruz do Rio Pardo, São Paulo, 2010), Amazônia
Sustentável- Para o progresso do Brasil e combate ao aquecimento global (Viena- Editora e Gráfica,
Santa Cruz do Rio Pardo, São Paulo, 2011), Os Fatores Condicionantes do Desenvolvimento Econômico
e Social (Editora CRV, Curitiba, 2012), Energia no Mundo e no Brasil- Energia e Mudança Climática
Catastrófica no Século XXI (Editora CRV, Curitiba, 2015), As Grandes Revoluções Científicas,
Econômicas e Sociais que Mudaram o Mundo (Editora CRV, Curitiba, 2016), A Invenção de um novo
Brasil (Editora CRV, Curitiba, 2017), Esquerda x Direita e a sua convergência (Associação Baiana de
Imprensa, Salvador, 2018, em co-autoria), Como inventar o futuro para mudar o mundo (Editora CRV,
Curitiba, 2019) e A humanidade ameaçada e as estratégias para sua sobrevivência (Editora Dialética, São
Paulo, 2021).