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UNIVERSIDADE FEDERAL DE RORAIMA
INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS - IGEO
DEPARTAMENTO DE GEOLOGIA
GEOQUÍMICA GERAL – GEO403
PROFESSORA: MOEME DA SILVA MÁXIMO.
MATHEUS SCALABRIN
EZEQUIAS GUIMARÃES
RELATÓRIO DE ATIVIDADES DE CAMPO DA DISCIPLINA DE
GEOQUÍMICA GERAL
Boa Vista, RR.
2017
MATHEUS SCALABRIN
EZEQUIAS GUIMARÃES
RELATÓRIO DE ATIVIDADES DE CAMPO DA DISCIPLINA DE GEOQUÍMICA
GERAL
Relatório de Campo apresentado
à disciplina Geoquímica Geral
(GEO 403) do departamento do
curso de Bacharelado em
Geologia, Instituto de
Geociências da Universidade
Federal de Roraima ministrada
pela mestra Moeme da Silva
Máximo como requisito parcial
para obtenção de nota.
Boa Vista, RR.
2017.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1.Localização da área de estudo. .............................................................................................9
Figura 2. Contextualização geológica da área. .................................................................................10
Figura 3. Propostas de evolução crustal do cráton Amazonas. ..........................................................12
Figura 4. Modelo de compartimentação litoestrutural do estado de Roraima. .................................12
Figura 5. Modelo de compartimentação litoestrutural do estado de Roraima. .................................13
Figura 6. Compartimentação geométrica esquemática do rifte Tacutu. ...........................................14
Figura 7. Seção estratigráfica esquemática da bacia do Tacutu........................................................15
Figura 8. Carta estratigráfica da Bacia do Tacutu.............................................................................18
Figura 9. Localização dos perfis no afloramento..............................................................................20
Figura 10. Croqui do afloramento.....................................................................................................21
Figura 11. Perfil 1. ............................................................................................................................22
Figura 12. Perfil 2. ............................................................................................................................23
Figura 13. Perfil 3. ............................................................................................................................24
Figura 14. Perfil 4. ............................................................................................................................25
Figura 15. Perfil 5. ............................................................................................................................26
Figura 16. Perfil 6. ............................................................................................................................27
Figura 17. Perfil 1 bastante intemperizado .......................................................................................29
Figura 18. Perfil 2 - Evidência de rocha matriz. ...............................................................................29
Figura 19. Perfil apresentando coloração avermelhada. ...................................................................30
Figura 20. Colunas com abundância de quartzo. ..............................................................................31
Figura 21. Colunas preenchidas por material alterado. ....................................................................31
Figura 22. Perfil com camada ausente. .............................................................................................32
Figura 23. Perfis em comparação......................................................................................................33
Figura 24. Horizonte Mosqueado. ....................................................................................................33
Figura 25. Horizonte Concrecionário. ..............................................................................................33
Figura 26. Crosta Colunar.................................................................................................................34
Figura 27. Empilhamento ideal do perfil. .........................................................................................36
Figura 28. Modelo de evolução do perfil de alteração......................................................................37
LISTA DE TABELAS
Tabela 1. Dados dos perfis em comparação......................................................................................35
5
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ...............................................................................................................................6
2. OBJETIVOS ....................................................................................................................................8
2.1. Objetivos Específicos................................................................................................................8
3. LOCALIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO ...................................................................................9
4. CONTEXTO GEOLÓGICO REGIONAL ....................................................................................11
4.1. Geologia Regional...................................................................................................................11
4.2. Geologia da Área de Estudo....................................................................................................13
5. MATERIAIS E MÉTODOS ..........................................................................................................19
5.1. Pré-campo................................................................................................................................19
5.2 Campo ......................................................................................................................................19
5.3 Pós Campo................................................................................................................................19
6. GEOLOGIA DA ÁREA ................................................................................................................20
6.1 Descrição Geral do Afloramento..............................................................................................20
7. RESULTADOS E DISCUSSÕES .................................................................................................21
7.1 Descrição geral dos perfis ........................................................................................................21
7.2 Evolução intempérica do afloramento......................................................................................28
8. CONCLUSÃO ...............................................................................................................................38
REFERÊNCIAS.................................................................................................................................39
6
1. INTRODUÇÃO
Intemperismo é o processo pelo qual a rocha está sujeita a partir do momento que aflora na
superfície, podendo ocorrer em subsuperfície também. Num sentido mais amplo, Ollier (1969)
conceitua intemperismo como o conjunto de processos naturais que causa a alteração das rochas,
próximas da superfície terrestre, em produtos que estejam em equilíbrio com novas condições
físico-químicas diferentes das que deram origem a maioria dessas rochas.
Por vezes, a literatura utiliza o termo meteorização em alusão ao processo de fragmentação
da rocha em superfície, ou seja, é um sinônimo de intemperismo. Conforme descrito em Teixeira et.
al (2000), o intemperismo pode ser físico, químico ou biológico (o qual envolve físico e químico).
Entende-se por intemperismo físico o processo pelo qual a rocha é fragmentada
mecanicamente, a exemplo dos processos de variação de temperatura numa rocha exumada em um
curto tempo geológico, de fato ela tenderá a se fragmentar ao estar em superfície formando as juntas
de alívio. Além destes fatores, existem outros como a evaporação da água contendo sais dissolvidos
nela em fissuras da rocha, faz com que cloretos, sulfatos ou carbonatos precipitem o que pode
causar uma breve expansão nestas fissuras. Da mesma forma ocorre com o congelamento da água
presente nas juntas e fissuras. Já do ponto de vista químico, os processos intempéricos são um
conjunto de alterações de ordem química, como mudanças composicionais e estruturais na rede
cristalográfica dos minerais. Atua de forma mais lenta, porém mais agressiva que o físico,
obliterando as características da rocha. A tendência deste tipo intempérico é formar minerais mais
estáveis de acordo com o atual ambiente, que no caso se refere ao supergênico. No caso do
intemperismo biológico, tanto o físico como o químico atuam juntos. A biosfera contribui na
liberação de CO2 para o meio, o qual será carregado por moléculas de H2O, da própria umidade do
ambiente, para os poros do solo e em caso de precipitação, percolará mais ainda a subsuperfície. A
reação de gás carbônico com água forma ácido carbônico (H2CO3) que tornará essa água mais
ácida, facilitando as reações intempéricas com a maioria dos minerais. Outro exemplo são os
liquens que liberam ácido oxálicos e fenólicos, tornando o pH bem baixo (< 4), o que favorece a
extração de alumínio e ferro dos minerais. Por fim, como todo processo forma um produto, para o
processo intempérico, tem-se como produto a rocha alterada (alterita) e/ou o solo (saprólito)
(TEIXEIRA et al, 2000).
O intemperismo é um processo global, porém atua de forma diferente de acordo com os
fatores climáticos, a litologia da rocha matriz, a duração do tempo entre outros. Dessa forma temos
7
um intemperismo mais pronunciado nos trópicos, devido ao clima quente e úmido que favorece o
intemperismo químico (CHOUDHURI, 1997).
Nos trópicos a alteração é intensa e afeta todos os minerais alteráveis que desaparecem
rápido, formando produtos secundários neoformados – minerais primários estão ausentes, com
exceção dos mais resistentes, e perfis apresentam grandes espessuras. Um dos fatos mais
importantes do intemperismo químico é a formação de argilominerais (MASON, 1971). O
intemperismo químico dos feldspatos produz mica sericítica, illita e caulinita. Reações desse tipo
são responsáveis pela formação de solos lateríticos, nos quais se concentram os óxi-hidróxidos de
Ferro e Alumínio, ao invés de argilas silicáticas (GROETZINGER, 2006).
Genericamente dá-se o nome de lateritas as formações superficiais constituídas por
hidróxido de Al e óxidos e hidróxidos de Fe, associados ou não a caulinita (CHOUDHURI, 1997).
Aos processos responsáveis por essas associações dá-se o nome de laterização. Em condições
excepcionais, que exigem uma conjunção de vários fatores entre os quais condições relativamente
agressivas de intemperismo, formam-se no manto de intemperismo, horizontes enriquecidos em
minerais de interesse econômico. São denominados depósitos supérgenos ou lateríticos, por
envolverem, na sua formação mecanismos de laterização (TEIXEIRA et al, 2010).
8
2. OBJETIVOS
Analisar as formações lateríticas existentes no estado de Roraima, mais especificamente nos
municípios de Boa Vista e Bonfim, a fim de compreender suas gêneses.
2.1. Objetivos Específicos
1. Observar e analisar em campo as principais características das lateritas (cores, textura,
estruturas, mineralogia, entre outras), descrevendo-as;
2. Criar croquis e perfis lateríticos dos afloramentos;
3. Interpretar e propor um modelo geológico da evolução do ambiente analisado em campo,
contextualizando com a bibliografia disponível da área.
9
3. LOCALIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO
As áreas de estudo possuem acesso relativamente fácil aos afloramentos, pelo fato de serem
locais próximos e/ou dentro do perímetro urbano da capital Boa Vista e do Município de Bonfim,
ou pelo fato de estarem próximos às margens das estradas (Figura 01).
Figura 1.Localização da área de estudo.
Fonte: Autoria Própria.
10
O mapa logo abaixo (figura 2) representa a contextualização geológica da área de estudo, a
qual nosso grupo foi responsável por sua descrição e interpretação evolutiva.
Figura 2. Contextualização geológica da área.
Fonte: Autoria Própria.
11
4. CONTEXTO GEOLÓGICO REGIONAL
4.1. Geologia Regional
Localizado no extremo norte do Brasil, o estado de Roraima limita-se com o Amazonas,
Pará, Venezuela e Guiana – onde ocupa a porção central do escudo das Guianas, inserido ao norte
do cráton Amazonas (SANTOS, 2006). Os primeiros levantamentos geológicos sistemáticos
ocorreram por volta da década de 70 e diversos estudos atuais mais refinados têm contribuído para o
entendimento geodinâmico da de sua evolução crustal. Registra rochas que vão desde o
Paleoproterozoico até coberturas sedimentares Fanerozoicas (Mesozoico e Cenozoico) (REIS &
FRAGA, 1998). O cráton Amazonas possui aproximadamente 4.400.000 km², sendo uma das áreas
cratônicas mais expressivas do mundo. Está inserida na Plataforma Sulamericana, possui três
grandes tipos de terrenos de embasamento: greenstones belts, cinturões metamórficos e rochas
ácidas e graníticas metavulcânicas, que são limitadas por dois cinturões orogênicos
Paleoproterozoicos e Neoproterozoicos.
Em 1975 realizou-se Projeto Radar na Amazônia (RADAM) que utilizou imagens aéreas de
radares de aviões para fins de mapeamentos sistemáticos de toda região, estendendo-se para todo
Brasil através do RADAMBRASIL, os quais contêm inúmeras descrições de material geológico.
Estes levantamentos deram um grande suporte ao avanço do conhecimento geológico, estrutural,
geofísico e geocronológico do cráton Amazonas. Em meio às discussões que propunham modelos
evolutivos para o cráton, destacam-se duas concepções mais aceitas no meio acadêmico, as quais
foram elaboradas com base em diferentes métodos. Por isso, por um lado Hasui et al. (1984), Hasui
& Almeida (1985) e Costa & Hasui (1997), entre outros fixistas, elaboraram modelos que foram
baseados em dados estruturais, geofísicos e geocronológicos (métodos K-Ar e Rb-Sr). Basicamente,
resultou em um mosaico de 12 blocos crustais que se amalgamaram através de colisões diacrônicas
entre o Arqueano e o Paleoproterozoico, criando uma grande plataforma continental que passou por
diversos retrabalhamentos internos durante o ciclo Transamazônico.
Alternativamente, os mobilistas (CORDANI et al., 1979; TASSINARI & MACAMBIRA,
1999 e 2004; SANTOS et al., 2006) basearam-se essencialmente em dados geocronológicos com
métodos mais modernos e precisos (U-Pb e Sm-Nd), levando em consideração os conceitos atuais
de tectônica de placas. Assim como o conceito moderno de orogenia, na qual durante o Arqueano,
Paleo e Mesoproterozoico ocorreram colisões em série de microcontinentes derivados do manto, os
12
quais se colidiram formando vários continentes limitados por arcos magmáticos que são associados
às zonas de subducção de placas. Vale ressaltar que, o modelo de Tassinari & Macambira (1999)
(Figura 3) difere do de Santos, et al. (2006) (Figura 4) em números de províncias geocronológicas,
nas suas idades isotópicas e nos métodos utilizados, gerando duas possíveis hipóteses para a
evolução. Entretanto, estes modelos não são satisfatórios para a caracterização geológica do estado
de Roraima e, por este motivo, a divisão em domínios tectonoestratigráficos é mais adequada para a
região (REIS & FRAGA, 1998, 2000 e REIS et al., 2003) (Figura 5).
Figura 3. Propostas de evolução crustal do cráton Amazonas.
Fonte: Modificado de Tassinari & Macambira (1999).
Figura 4. Modelo de compartimentação litoestrutural do estado de Roraima.
Fonte: Adaptado de Santos (2006).
13
Figura 5. Modelo de compartimentação litoestrutural do estado de Roraima.
Fonte: Modificado de Reis & Fraga, 2000.
4.2. Geologia da Área de Estudo
A bacia do Tacutu, conhecida na Guiana como North Savannas Rift Valley, possui uma área
de aproximadamente 12.500 km², que se estende por cerca de 300 km sobre um eixo de direção
ENE-SWS alterando para NE-SW, que cruza a fronteira Brasil-Guiana. (GIBBS & BARRON,
1993). Sua largura média varia entre 30 a 50 km e seus limites vêm sendo estabelecidos por
levantamentos de aeromagnetometria, sísmica de subsuperfície e, mais recentemente, interpretação
fotogeológica a partir de produtos de sensores ópticos e radares (FALCÃO, 2007; HAHN et al.,
2012; SILAS et al., 2012). Além disso, quatro furos de sondagem, dois no lado do Brasil e dois no
lado da Guiana, permitem prever uma profundidade de aproximadamente 6.000 metros até o seu
embasamento (CRAWFORD; SZELEWSKI; ALVEY, 1984; EIRAS & KINOSHITA, 1998; REIS,
NUNES & PINHEIRO, 1994). A bacia registra conteúdo fossilífero do período Cretáceo nas
Formações Serra do Tucano, Manari e Tacutu, sendo estes mais bem representados pelos
icnofósseis, impressões de plantas e lenhos (HOLANDA et al, 2011; SCARAMUZZA, 2015;
SOUZA et al., 2007; 2009). Ademais, há registro de estudos palinológicos desde a década de 60,
com relatos de fósseis marinhos e não marinhos. (HAMMEM & BURGUER, 1966).
As propostas de evolução crustal apresentadas na bibliografia consultada (SZATMARI,
1983; EIRAS E KINOSHITA, 1988 e 1994; GIBBS & BARRON, 1993; REIS et al., 2006; VAZ;
FILHO & BUENO, 2007), permitem inferir que sua gênese tenha ocorrido no final do Jurássico
14
Superior e no início do Cretáceo Inferior, a partir de uma reativação do Cinturão de Cisalhamento
Guiana Central (CCGC) dominado por falhas orientadas a NW-SE e a NE-SW, principalmente.
Evidências nos escudos das Guianas e do Oeste Africano sugerem lineamentos permanentes e
ativos no manto, servindo de padrão de deslocamento da crosta associado à ruptura da porção sul do
Atlântico Norte. De acordo com Costa et al. (1991) na evolução do rifte do Tacutu houve uma
componente oblíqua sinistral no evento distensivo com direção de NW-SE que foram descritas
através de dois momentos. No primeiro, formam-se as falhas de borda e as secundárias sintéticas
(NW) e antitéticas (NE) durante o regime distensivo. As falhas sintéticas são ligadas a um plano de
descolamento que atinge a zona de transição rúptil-dúctil e seu mergulho diminui em direção ao
centro da bacia (por exemplo a falha de Lethem), ao passo que falhas compartimentais dividem
geometricamente a bacia. Associado às falhas normais de borda, registrou-se uma estrutura
antiforme (roll over), por onde houve a acomodação e rotação dos blocos secundários. No segundo
momento, observou-se um movimento transcorrente sinistral que formou dobras en echelon com
direção NW-SE e estruturas em flor positiva (Figura 6).
Figura 6. Compartimentação geométrica esquemática do rifte Tacutu. Estruturas em Flor Positiva
. Fonte: Costa et al. 1991.
Conforme descrito em Santos (1984), a bacia se instalou e conformou-se estruturalmente
como um meio gráben, o qual guarda informações de evolução em três fases: rifte ativo, passivo e
pós-rift. A primeira fase inicia com magmatismo subaquoso toleítico causado pela anomalia térmica
causada pelo afinamento crustal e resfriamento insuficiente, o que mantém a zona de estiramento
15
fraca suficiente para romper a litosfera. Ocorreu durante o Mesozoico com a abertura do Oceano
Atlântico e, ainda, houveram as primeiras deposições de calcários lacustres e folhelhos da
Formação Manari. Na segunda fase, torna-se um rifte passivo e aumentam os deslocamentos nas
falhas de borda do Sudeste, ao passo que foi estabelecido um regime de clima árido dando origem a
depósitos de fanglomerados de borda pela horizontalização do relevo típica deste clima. Nos lagos,
depositaram-se siltitos, folhelhos, carbonatos e halitas que compõem a Formação Pirara. Por
conseguinte, depositaram-se os estratos vermelhos da Formação Tacutu seguidos dos arenitos da
Formação Tucano. A fase pós-rifte evidencia um evento de tectônica transcorrente resultante da
colisão entre a placa continental da América do Sul com as placas de Nazca e Caribe, com isso
houve uma restruturação do meio gráben configurando a atual paisagem (Figura 7).
Figura 7. Seção estratigráfica esquemática da bacia do Tacutu.
Fonte: Eiras e Kinoshita, 1988.
16
A bacia do Tacutu comporta 7 unidades litoestratigráficas, porém as Formações Boa Vista e
Areias Brancas do Pleistoceno e do Holoceno respectivamente, são camadas relativamente pouco
espessas e não tiveram tanta influência na formação do hemigráben. As demais são ilustradas na
carta estratigráfica publicada por Vaz et al. (2007) de acordo com a figura 8.
Para Reis et al. (1994) o conjunto vulcano-sedimentar mesozoico do Gráben do Tacutu está
recoberto discordantemente por uma vasta cobertura cenozoica, que caracteriza o relevo plano
dentro do gráben. Em termos litológicos a bacia é constituída por folhelhos, siltitos e arenitos finos,
sendo parte da sedimentação em território brasileiro produto de gradação da sequência greenstones,
aliada ao fato da existência de níveis de folhelhos cinza-escuros e pretos, com presença de pirita que
é tipicamente de ambiente redutor.
O hemigráben foi preenchido no Mesozoico por basaltos toleíticos e diabásios reunidos no
Complexo Vulcânico Apoteri (Jurássico-Cretáceo) (REIS et al., 2001) e arenitos finos a
conglomeráticos e subordinados siltitos que constituem a Formação Serra do Tucano (Cretáceo
Superior) (REIS et al., 1999), sendo nesta unidade onde ocorrem a maioria dos afloramentos de
lateritos dentro do hemigráben Tacutu.
O embasamento da Bacia do Tacutu é constituído por metagrauvacas, metacherts ferríferos
(REIS et el., 2003) reunidos no Grupo Cauarane, gnaisse kinzigíticos, calcissilicáticas e metacherts
pertencentes a Suíte Metamórfica Murupu (LUZARDO & REIS 2001), ortognaisses (FRAGA et
al.,1999a, FRAGA & ARAÚJO 1999b, REIS et al., 2006) da Suíte metamórfica Rio Urubu e
charnockitos reunidos na Suíte Intrusiva Serra da Prata (ALMEIDA 2006, FRAGA et al., 2009).
Segundo Vaz et al. (2007), a sequência pelítica aflorante ao longo do rio Tacutu (Fm.
Tacutu), nas proximidades de Bonfim, consiste basicamente de siltitos castanhos-escuros a
vermelhos, argilosos, calcíferos, com laminação plano-paralela ou de baixo ângulo. Também pode
ocorrer arenitos, carbonatos e folhelhos. O ambiente deposicional é interpretado como lacustre raso
e a idade foi obtida através de estudos palinológicos (HAMMEN, 1966).
De acordo com Reis et al. (2001), a Formação Boa Vista foi formada em uma bacia rasa de
aproximadamente 15 m de espessura com profundidades variáveis conforme o embasamento. Essa
formação desenvolve perfis lateríticos imaturos com solos podzólicos e hidromórficos. A sucessão
superior é composta de arenitos tabulares de médio a grosso, arenito conglomeráticos, arenitos
ferruginosos, arenitos síliticos e argilitos mosqueados. A sucessão inferior, que aflora no nordeste e
sudoeste da capital Boa Vista, dispõe de arenitos arcoseanos a levemente conglomeráticos, róseos a
17
esbranquiçados e ligeiramente friáveis. A área da Formação Boa Vista está relacionada ao limite
norte do Domínio Guiana Central, no prolongamento da Bacia Tacutu, pertencente a Formação Boa
Vista (Neógeno) como uma ampla área de sedimentação cenozoica onde depósitos detrito-
lateríticos (Paleógeno) aparecem no limite entre os domínios Urariquera e Guiana Central e
registram reativações neotectônicas após a estabilização do Hemigráben Tacutu no final do
Mesozoico, com desenvolvimento a partir do Terciário Inferior (Paleoceno- Eoceno).
Conforme Reis et al. (2001), falhamentos e reativações de falhas no Neógeno estão
refletidas pela presença de zonas de concreções lateríticas em diferentes níveis topográficos
relacionados às diferenças de profundidade do embasamento. As modificações climáticas regionais
no período Mioceno-Holoceno, estabelecendo um quadro semiárido, levaram à formação de campos
de dunas eólicas (CARNEIRO FILHO, 2003).
18
Figura 8. Carta estratigráfica da Bacia do Tacutu.
.
Fonte: Vaz et al., 2007.
19
5. MATERIAIS E MÉTODOS
O presente trabalho foi dividido em três etapas: pré-campo; campo; pós-campo, como segue
abaixo:
5.1. Pré-campo
A primeira etapa consistiu na revisão e compilação bibliográfica do conteúdo geológico da
Bacia do Tacutu e áreas adjacentes, além dos conceitos básicos e classificações das lateritas comuns
na Amazônia. Além disso, confeccionaram-se os mapas geológicos (preliminar) e de localização
das áreas de estudo.
5.2 Campo
Desenvolveu-se a essência da pesquisa, a qual consistiu nas observações de campo, coleta de
amostras e elaboração de croquis e perfis lateríticos dos afloramentos visitados. Nesta etapa
utilizou-se aparelhos GPS da marca Garmin, caderneta de campo, lupa de bolso, bússola tipo
Brunton, martelo, dentre outros materiais comuns de campo.
5.3 Pós Campo
A última análise foi interpretativa e se propôs a caracterizar os pontos visitados em campo,
através da descrição e contextualização dos mesmos com a literatura disponível para o refinamento
da pesquisa. Por fim, elaboram-se os croquis, perfis e mapas finais em escala de detalhe com os
dados obtidos nos afloramentos.
20
6. GEOLOGIA DA ÁREA
6.1 Descrição Geral do Afloramento
Localizado na margem esquerda da rodovia BR-174 sentido Boa Vista – Pacaraima, o
afloramento dispõe-se em lajedos que se situam à margem direita do Rio Cauamé, possuindo uma
extensa área total (aproximadamente 450m x 230m) descoberta de vegetação. As coordenadas de
posicionamento global em UTM obtidas em campo são x: 755695 e y: 316495 e apresentam uma
altitude de 77 metros acima do nível do mar.
Na etapa de campo, dividiu-se a turma em seis grupos e cada grupo ficou responsável por
um ponto do afloramento (figura 9) para obter uma maior compreensão da evolução geológica desta
área. Cada grupo coletou amostras, descreveu e elaborou perfis e croquis em cada ponto, que em
seguida foram entregues ao nosso grupo para o refinamento dos dados que são apresentados a
seguir.
Figura 9. Localização dos perfis no afloramento.
Fonte: Google Earth.
21
7. RESULTADOS E DISCUSSÕES
7.1 Descrição geral dos perfis
O afloramento estudado se localiza no Bairro Cauamé, mais precisamente na área ao entorno
do Rio Cauamé, afluente da margem direita do rio Branco, na cidade de Boa Vista. Destaca-se
nessa área a unidade de relevo Planalto Dissecado Norte da Amazônia (FRANCO et al.,1975; MAIA &
DANTAS 2002). O clima da região obedece à classificação de Köpen (Awi) com estação seca e
chuvosa de aproximadamente seis meses, (MELO et al., 2003) e índice de precipitação que giram em
torno de 1.100 mm/ano (clima tropical) em relevos de altitudes moderadas (BARBOSA et al., 1997,
BARBOSA et al., 2007).
Conforme CPRM (2006), exatamente neste local há uma falha extensional com trend
aproximadamente de E-W e sentido de mergulho para N. Observou-se também que, a simbologia de
mina ou garimpo indica que existe ou existiram atividades de extração mineral neste local, ou seja,
a ação antropogênica desconfigurou boa parte da história geológica do local. Além disso, há
presença de diques de contenção nas proximidades da margem do Rio Cauamé.
De qualquer forma, neste ponto foi possível observar perfis lateríticos tanto ao Sul da falha,
como ao Norte dela onde o terreno é mais rebaixado, sendo que ambas se apresentam com
diferenças na constituição, nas texturas e algumas estruturas. O croqui do afloramento (figura 10)
apresenta uma visão mais detalhada do afloramento e localização relativa dos pontos no terreno. A
descrição dos perfis entregue pelas demais equipes segue logo abaixo.
Figura 10. Croqui do afloramento.
22
Fonte: Os autores.
Perfil 1:
Altura- 2,6m;
Estrutura – Maciça na porção mais basal e colunar mais ao topo A estruturação maciça da base
também é em consequência da alteração das camadas. As colunas já se encontram bastante
intemperizadas;
Textura – Porosa.
Perfil Laterítico:
Figura 11. Perfil 1.
Fonte: Os autores.
Camada 1 - Base
Mineralogia – Caolinita, goethita, gibbsita e quartzo. Contém fragmentos de crosta de tamanhos
centimétricos em meio a uma matriz argilosa. Cor avermelhado pintalgado de amarelo.
Matriz – Argilosa.
Camada 2 - Topo
23
Mineralogia – Óxi-hidróxidos de Fe e Al, quartzo e caolinita. Grãos de quartzo angulosos
semelhantes à base, mais escura. Apresenta colunas centimétricas, sendo estas laminadas. Possui
ainda especularita.
Matriz – Argilosa.
Perfil 2:
Altura- 2,6 metros:
Estrutura – Maciça com fragmentos das colunas já bastante intemperizadas;
Textura – Porosa.
Perfil Laterítico:
Figura 12. Perfil 2.
Fonte: Os autores.
Camada 1 – Base
Horizonte concrecionário com 1,85 metros de comprimento.
Mineralogia – No horizonte concrecionário há presença de concreções angulosas que vai desde oxi-
hidróxidos de Fe a pequenas porções de oxi-hidróxidos de Al, além de manchas com presença de
caolinita que indica solução para crosta colunar.
Matriz – O solo é argilo-arenoso com coloração avermelhada.
Camada 2 – Topo
Solo com 80 centímetros de espessura.
24
Mineralogia – Minerais ricos em Fe, com presença de quartzo muito fino podendo ter ou não Al.
Em cima é possível observar uma cobertura laterítica.
Matriz – Argilo-arenosa.
Obs.: Subindo o horizonte é observado a granodecrescência das concreções na porção mais acima,
que variam de 0,3 centímetros a 2 centímetros. A coloração da matriz também muda de cima para
baixo, em baixo a coloração é mais avermelhado a laranjada, onde há maior presença de Fe, onde
em cima é mais pálido, onde houve maior lixiviação ficando mais rico em minerais aluminosos.
Perfil 3:
Altura- 1,4 metros;
Estrutura – Maciça;
Textura – Porosa.
Perfil Laterítico:
Figura 13. Perfil 3.
Fonte: Os autores.
25
Camada 1 – Base
Possui 10 centímetros de espessura.
Mineralogia – Apresenta coloração mais avermelhada. Composto por hematita, caolinita e goethita.
Matriz – Argilosa.
Camada 2 - Topo
Possui 1,34 metros de espessura.
Mineralogia – Goethita, hematita e caolinita.
Matriz – Horizonte com concreções maiores, mas não chega a formar crosta laterítica. Argila a areia
fina. Tem mais matriz e menos grãos.
Perfil 4:
Altura- 2,6 metros;
Estrutura – Apresenta laminas, porém com predominância colunar. Apresenta aspecto botrioidal,
com zonas de fraqueza preenchida por material argiloso e dentrítico, proveniente do intemperismo
das colunas;
Textura – Porosa.
Perfil Laterítico:
Figura 14. Perfil 4.
Fonte: Os autores.
26
Mineralogia – Oxi-hidróxido de alumínio (gibbsita), oxi-hidróxidos de ferro (hematita – goethita),
caolinita pintalgada, quartzo.
Matriz – Arenosa.
Obs.: A crosta laterítica apresenta fragmentos lateríticos grosseiros angulosos e um material mais
fino entrando em zonas de fraqueza no perfil resultado do intemperismo da própria coluna.
Perfil 5:
Altura- 2,6 metros;
Estrutura – Maciça;
Textura - No topo é menos porosa, sedimentos menores são derivados da própria estrutura colunar;
Perfil Laterítico:
Figura 15. Perfil 5.
Fonte: Os autores.
Camada 1 – Base
Horizonte mosqueado.
Mineralogia – Óxi-hidróxidos de Fe e Al, bem pouca caolinita. Nódulos entre 1 e 2 centímetros.
Matriz – Mais matriz argila-siltosa.
Camada 2 - Topo -
Horizonte concrecionário com nódulos e manchas de concreção no perfil.
27
Mineralogia – Óxi-hidróxidos de Fe e Al (hematita e goethita, gibbsita, caolinita). Pouca quantidade
quartzo.
Matriz – Sendo a parte superior mais consolidada e pouco porosa enquanto a parte inferior é mais
friável, com matriz mais argilosa.
Obs.: Matriz das colunas abaixo é o mesmo de cima, sendo que a argila da matriz é produto da
alteração da crosta acima, precedendo as camadas.
Perfil 6:
Altura- 2,6 metros;
Estrutura – Maciça;
Textura - A parte superior é mais consolidada e pouco porosa enquanto a parte inferior é mais
friável, com matriz mais argilosa e estrutura colunar completamente alterada.
Perfil Laterítico:
Figura 16. Perfil 6.
Fonte: Os autores.
Camada 1 – Base
Mineralogia – Óxi-hidróxidos de Fe e Al, hematita e goethita.
Matriz – Argilosa.
Camada 2 – Topo
28
Mineralogia – Óxi-hidróxidos de Fe e Al.
Matriz – Argilo-arenosa.
7.2 Evolução intempérica do afloramento
Apesar do afloramento está localizado dentro dos limites da Formação Boa Vista (CPRM,
2006), ele fica bem próximo da borda da Bacia do Tacutu que pertence a Formação Apoteri, logo a
oeste do ponto (figura 1), e onde também afloram crostas lateríticas. Essa região foi reativada no
Plioceno o que propiciou intensa erosão e deixou região tectonicamente instável (REIS et al., 2001).
Essa erosão e instabilidade podem ter contribuído para a exumação do material intemperizado no
afloramento estudado. Além disso, o afloramento está inserido em um domínio que pode ser
considerado de transição entre os domínios anteriores.
Devido à intensa alteração encontrada em todos os perfis (figura 17) a origem das rochas
mãe é difícil de estabelecer, mas podem ser feitas suposições principalmente ligadas aos litotipos de
rochas correspondentes a Formação Boa Vista e a Formação Apoteri. A proximidade com a
Formação Apoteri pode ter influenciado a formação desse produto intempérico cedendo grande
parte dos elementos metálicos típicos de basalto referentes ao preenchimento da Bacia do Tacutu no
Mesozóico por (REIS et al., 2001, SILVA & PORSANI 2006) que são encontrados hoje neste
afloramento na forma de oxi-hidróxidos de Ferro e Alumínio. A exemplo disso, o perfil 2 apresenta
bastante vênulas de alteração que são típicas de rochas mãe basáltica. Neste mesmo perfil é possível
observar fragmentos do que aparente ser basalto com esfoliação esferoidal já bastante alterado
(figura 18).
29
Figura 17. Perfil 1 bastante intemperizado
Fonte: Autoria própria.
Apesar de haverem evidências de uma suposta rocha mãe basáltica, não pode ser descartada
também os arenitos arcosianos a conglomeráticos e argilitos reunidos na Formação Boa Vista
(Neógeno) (REIS et al., 2003), principalmente os arenitos conglomeráticos já que os perfis se
encontram bastante rico em quartzo.
Uma série de fatores pode contribuir para a alteração dessas rochas. Se tratando de uma área
localizada na borda da Bacia do Tacutu (CPRM, 2006) e sendo uma planície de inundação (IBGE,
2010), o que corrobora para uma abundância de água que reflete num material mais intemperizado,
como é o caso dos perfis 1 e 2 que apresentam evidências de fragmentos de coluna já bastante
intemperizada.
Figura 18. Perfil 2 - Evidência de rocha matriz.
30
Fonte: Autoria própria.
Sob essas condições foi favorecida a formação de hematita em detrimento da caolinita, como
indica a predominância de cores vermelhas nos perfis (figura 19), em vez das amareladas típicas das
mais aluminosas. Geralmente as porções mais superiores dos perfis tinham uma composição mais
aluminosa e uma mineralogia mais rica em óxi-hidróxidos de alumínio devido principalmente à área
de exposição que maximiza o efeito do intemperismo resultando em uma intensa lixiviação.
Figura 19. Perfil apresentando coloração avermelhada.
Fonte: Autoria própria.
31
As colunas do perfil 4 são as únicas que ainda se apresentam de maneira bastante
identificável e a partir dela podem ser feitas suposições sobre a evolução das demais, as mesmas
também possuem bastante quartzo anguloso (figura 20). O material das colunas quando
intemperizado recobre o restante do perfil e o deixa com coloração típica de minerais ricos em Fe.
No perfil 4 as porções intercolunares apresentam uma matriz bem mais argilosa em decorrência da
maior alteração das próprias colunas. As colunas também apresentam laminas de Fe, indicando
mudanças sazonais no nível da água (figura 21). Tais mudanças são perceptíveis ainda hoje em
épocas de cheia no rio e podem ter sido mais frequentes em épocas geológicas mais remotas. No
perfil 2 é possível observar manchas com presença de caolinita que indica solução para crosta
colunar. Também há maior lixiviação ficando mais rico em minerais aluminosos.
Figura 20. Colunas com abundância de quartzo.
Fonte: Autoria própria.
Figura 21. Colunas preenchidas por material alterado.
32
Fonte: Autoria própria.
No perfil 6 (figura 22) a camada de concreção não estava presente, provavelmente devido a
ação antropogênica, ou algum indicativo da falha. A parte mais ao topo desse perfil apresentava
algumas estruturas colunares.
Figura 22. Perfil com camada ausente.
Fonte: Autoria própria.
De uma maneira geral, correlacionando os perfis (figura 23) é possível observar um
empilhamento que tem como base um horizonte mosqueado de pequena espessura, nos perfis 5 e 3
33
(figura 24), seguido de um horizonte concrecionário rico em Fe (figura 25) e o topo em forma de
colunas já bastante intemperizadas na maioria dos perfis (figura 26).
Figura 23. Perfis em comparação.
Fonte: Autoria própria.
Figura 24. Horizonte Mosqueado.
Fonte: Autoria própria.
Figura 25. Horizonte Concrecionário.
34
Fonte: Autoria própria.
Figura 26. Crosta Colunar.
Fonte: Autoria própria.
As características texturais e estruturais das crostas lateríticas tem pouca variação em função
de suas posições topográficas, em nível de comparação a tabela 1 e a figura 23 exemplificam bem
isso. A semelhança química é consequência da sua pouca evolução, pois à medida que se intensifica
a lixiviação.
35
Tabela 1. Dados dos perfis em comparação.
Ponto Textura Espessura Topo Base
Estrutura Mineralogia Matriz Tipo de
horizonte
Estrutura Mineralogia Matriz Tipo de
horizonte
1 Porosa 2,6
metros
Cavernosa Óxi-hidróxidos de
Fe e Al, quartzo,
caolinita e talvez
especularita
Argilosa Colunar Maciça Caolinita,
goethita, gibbsita
e quartzo.
Argilosa Mosqueado
2 Porosa 2,6
metros
Maciça Minerais de Fe e
quartzo
Argilo-
arenosa
Solo Maciça Óxi-hidróxido de
Fe e Al, caolinita
Argilo Concrecionário
3 Porosa 1,4
metros
Maciça Goethita, hematita
e quartzo
Argilo-
arenosa.
Concrecionário Maciça Hematita,
goethita,
caolinita.
Argiloso Mosqueado
4 Cavernosa 2,6
metros
Maciça Óxi-hidróxidos
de Al e Fe.
gibbsita,
hematita,
goethita,
caolinita, quartzo
Arenosa Colunar
5 Porosa 2,6
metros
Maciça Óxi-hidróxidos de
Al e Fe. Gibbsita,
hematita, goethita,
caolinita, quartzo
Argilosa Concrecionário Maciça Óxi-hidróxidos
de Fe e Al,
caolinita
Argilo-
siltosa
Mosqueado
6 Porosa 2,6
metros
Maciça Óxi-hidróxidos de
Fe e Al
Argilosa Argilo-arenosa Maciça Óxi-hidróxidos
de Fe e Al,
hematita e
goethita
Argilosa Concrecionário
Fonte: Autoria própria.
36
A partir do empilhamento geral do perfil (figura 27), segundo Costa 2007, é possível
classifica-lo com base em suas feições geológicas, mineralógicas e geoquímicas como um perfil
imaturo. Os perfis imaturos ocorrem nos relevos recentes, quase planos, são menos evoluídos e
diferenciam-se por não apresentarem o horizonte bauxítico e por um horizonte concrecionário
ferruginoso (COSTA 1991). Estes perfis têm três horizontes característicos: horizonte ferruginoso,
horizonte mosqueado e horizonte saprolítico. O horizonte ferruginoso que ocorre na porção superior
do perfil e, é formado por nódulos, concreções, esferólitos e fragmentos constituídos de óxi-
hidróxidos de ferro em matriz argilosa ou por uma crosta constituída de óxi-hidróxidos de ferro
(COSTA 1991).
Figura 27. Empilhamento ideal do perfil.
Fonte: Autoria própria.
No afloramento o horizonte mosqueado foi descrito em apenas dois perfis, enquanto o
saprólito não pode ser visualizado em nenhum. O horizonte ferruginoso com concreções de Fe foi
descrito abaixo das colunas, mas pode ter sido resultado de uma descrição errônea e na verdade ser
apenas fragmentos da crosta já bastante intemperizada.
37
No tocante, o processo de evolução intempérica (figura 28) da área que resultou no perfil de
alteração apresentado acompanha boa parte do processo de desenvolvimento da Bacia do Tacutu,
principalmente no que tange a origem do material intemperizado no afloramento. As principais
mudanças na região assim como a formação das lateritas aconteceram no Quaternário, quando a
Bacia do Tacutu passou por uma nova fase de instabilidade tectônica. A região até os dias atuais é
submetida a condições climáticas que favorecem essa alteração, levando a máxima de que depois de
confeccionados os perfis lateríticos representam os diversos estágios das transformações
paleoclimáticas no Quaternário, que auxiliam as tentativas de inferir as condições e a evolução do
intemperismo na região intertropical da Terra.
Figura 28. Modelo de evolução do perfil de alteração.
Fonte: Modificado de Conceição, 2011.
38
8. CONCLUSÃO
O estudo dos processos aos qual a rocha está sujeita após a sua exumação ou até mesmo em
subsuperfície são importantes na medida em que são capazes de formar inúmeros depósitos de
materiais de uso para o homem. Os processos exógenos são ininterruptos, pois o intemperismo
nunca cessa, devido à tectônica ativa do planeta Terra. Dessa forma, está sempre gerando rocha
alterada (alterita) e solo.
Esses processos são mais intensos nas regiões trópicos, devido ao clima tropical que
rapidamente alteram a rocha produzindo uma espessa camada intempérica na crosta. Deste modo, a
pesquisa destes processos e produtos na região amazônica é de suma importância, tendo em vista
que estes horizontes intempéricos podem estar enriquecidos em minérios como o Ferro, Alumínio,
Fosfato, Ouro e, também, argilominerais que são bastante utilizados na indústria da construção
civil.
39
REFERÊNCIAS
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do Tacutu, uma Estrutura Controlada pela Geometria do Cinturão de Cisalhamento Guiana
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COSTA, M. L. Introdução ao intemperismo laterítico e a lateritização. In: Bandeira et al (2007)
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(parciais). Escala 1:500.000. Estado de Roraima. Superintendência Regional de Manaus, 166 p,
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40
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GOOGLE. Google Earth Pro. Version 7.1.5.1557 ano 2015. Nota (Localização da área de estudo
referente aos pontos das coordenadas x: 755695 e y: 316495 em UTM com uma altitude de 77m, na
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  • 1. UNIVERSIDADE FEDERAL DE RORAIMA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS - IGEO DEPARTAMENTO DE GEOLOGIA GEOQUÍMICA GERAL – GEO403 PROFESSORA: MOEME DA SILVA MÁXIMO. MATHEUS SCALABRIN EZEQUIAS GUIMARÃES RELATÓRIO DE ATIVIDADES DE CAMPO DA DISCIPLINA DE GEOQUÍMICA GERAL Boa Vista, RR. 2017
  • 2. MATHEUS SCALABRIN EZEQUIAS GUIMARÃES RELATÓRIO DE ATIVIDADES DE CAMPO DA DISCIPLINA DE GEOQUÍMICA GERAL Relatório de Campo apresentado à disciplina Geoquímica Geral (GEO 403) do departamento do curso de Bacharelado em Geologia, Instituto de Geociências da Universidade Federal de Roraima ministrada pela mestra Moeme da Silva Máximo como requisito parcial para obtenção de nota. Boa Vista, RR. 2017.
  • 3. LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1.Localização da área de estudo. .............................................................................................9 Figura 2. Contextualização geológica da área. .................................................................................10 Figura 3. Propostas de evolução crustal do cráton Amazonas. ..........................................................12 Figura 4. Modelo de compartimentação litoestrutural do estado de Roraima. .................................12 Figura 5. Modelo de compartimentação litoestrutural do estado de Roraima. .................................13 Figura 6. Compartimentação geométrica esquemática do rifte Tacutu. ...........................................14 Figura 7. Seção estratigráfica esquemática da bacia do Tacutu........................................................15 Figura 8. Carta estratigráfica da Bacia do Tacutu.............................................................................18 Figura 9. Localização dos perfis no afloramento..............................................................................20 Figura 10. Croqui do afloramento.....................................................................................................21 Figura 11. Perfil 1. ............................................................................................................................22 Figura 12. Perfil 2. ............................................................................................................................23 Figura 13. Perfil 3. ............................................................................................................................24 Figura 14. Perfil 4. ............................................................................................................................25 Figura 15. Perfil 5. ............................................................................................................................26 Figura 16. Perfil 6. ............................................................................................................................27 Figura 17. Perfil 1 bastante intemperizado .......................................................................................29 Figura 18. Perfil 2 - Evidência de rocha matriz. ...............................................................................29 Figura 19. Perfil apresentando coloração avermelhada. ...................................................................30 Figura 20. Colunas com abundância de quartzo. ..............................................................................31 Figura 21. Colunas preenchidas por material alterado. ....................................................................31 Figura 22. Perfil com camada ausente. .............................................................................................32 Figura 23. Perfis em comparação......................................................................................................33 Figura 24. Horizonte Mosqueado. ....................................................................................................33 Figura 25. Horizonte Concrecionário. ..............................................................................................33 Figura 26. Crosta Colunar.................................................................................................................34 Figura 27. Empilhamento ideal do perfil. .........................................................................................36 Figura 28. Modelo de evolução do perfil de alteração......................................................................37
  • 4. LISTA DE TABELAS Tabela 1. Dados dos perfis em comparação......................................................................................35
  • 5. 5 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ...............................................................................................................................6 2. OBJETIVOS ....................................................................................................................................8 2.1. Objetivos Específicos................................................................................................................8 3. LOCALIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO ...................................................................................9 4. CONTEXTO GEOLÓGICO REGIONAL ....................................................................................11 4.1. Geologia Regional...................................................................................................................11 4.2. Geologia da Área de Estudo....................................................................................................13 5. MATERIAIS E MÉTODOS ..........................................................................................................19 5.1. Pré-campo................................................................................................................................19 5.2 Campo ......................................................................................................................................19 5.3 Pós Campo................................................................................................................................19 6. GEOLOGIA DA ÁREA ................................................................................................................20 6.1 Descrição Geral do Afloramento..............................................................................................20 7. RESULTADOS E DISCUSSÕES .................................................................................................21 7.1 Descrição geral dos perfis ........................................................................................................21 7.2 Evolução intempérica do afloramento......................................................................................28 8. CONCLUSÃO ...............................................................................................................................38 REFERÊNCIAS.................................................................................................................................39
  • 6. 6 1. INTRODUÇÃO Intemperismo é o processo pelo qual a rocha está sujeita a partir do momento que aflora na superfície, podendo ocorrer em subsuperfície também. Num sentido mais amplo, Ollier (1969) conceitua intemperismo como o conjunto de processos naturais que causa a alteração das rochas, próximas da superfície terrestre, em produtos que estejam em equilíbrio com novas condições físico-químicas diferentes das que deram origem a maioria dessas rochas. Por vezes, a literatura utiliza o termo meteorização em alusão ao processo de fragmentação da rocha em superfície, ou seja, é um sinônimo de intemperismo. Conforme descrito em Teixeira et. al (2000), o intemperismo pode ser físico, químico ou biológico (o qual envolve físico e químico). Entende-se por intemperismo físico o processo pelo qual a rocha é fragmentada mecanicamente, a exemplo dos processos de variação de temperatura numa rocha exumada em um curto tempo geológico, de fato ela tenderá a se fragmentar ao estar em superfície formando as juntas de alívio. Além destes fatores, existem outros como a evaporação da água contendo sais dissolvidos nela em fissuras da rocha, faz com que cloretos, sulfatos ou carbonatos precipitem o que pode causar uma breve expansão nestas fissuras. Da mesma forma ocorre com o congelamento da água presente nas juntas e fissuras. Já do ponto de vista químico, os processos intempéricos são um conjunto de alterações de ordem química, como mudanças composicionais e estruturais na rede cristalográfica dos minerais. Atua de forma mais lenta, porém mais agressiva que o físico, obliterando as características da rocha. A tendência deste tipo intempérico é formar minerais mais estáveis de acordo com o atual ambiente, que no caso se refere ao supergênico. No caso do intemperismo biológico, tanto o físico como o químico atuam juntos. A biosfera contribui na liberação de CO2 para o meio, o qual será carregado por moléculas de H2O, da própria umidade do ambiente, para os poros do solo e em caso de precipitação, percolará mais ainda a subsuperfície. A reação de gás carbônico com água forma ácido carbônico (H2CO3) que tornará essa água mais ácida, facilitando as reações intempéricas com a maioria dos minerais. Outro exemplo são os liquens que liberam ácido oxálicos e fenólicos, tornando o pH bem baixo (< 4), o que favorece a extração de alumínio e ferro dos minerais. Por fim, como todo processo forma um produto, para o processo intempérico, tem-se como produto a rocha alterada (alterita) e/ou o solo (saprólito) (TEIXEIRA et al, 2000). O intemperismo é um processo global, porém atua de forma diferente de acordo com os fatores climáticos, a litologia da rocha matriz, a duração do tempo entre outros. Dessa forma temos
  • 7. 7 um intemperismo mais pronunciado nos trópicos, devido ao clima quente e úmido que favorece o intemperismo químico (CHOUDHURI, 1997). Nos trópicos a alteração é intensa e afeta todos os minerais alteráveis que desaparecem rápido, formando produtos secundários neoformados – minerais primários estão ausentes, com exceção dos mais resistentes, e perfis apresentam grandes espessuras. Um dos fatos mais importantes do intemperismo químico é a formação de argilominerais (MASON, 1971). O intemperismo químico dos feldspatos produz mica sericítica, illita e caulinita. Reações desse tipo são responsáveis pela formação de solos lateríticos, nos quais se concentram os óxi-hidróxidos de Ferro e Alumínio, ao invés de argilas silicáticas (GROETZINGER, 2006). Genericamente dá-se o nome de lateritas as formações superficiais constituídas por hidróxido de Al e óxidos e hidróxidos de Fe, associados ou não a caulinita (CHOUDHURI, 1997). Aos processos responsáveis por essas associações dá-se o nome de laterização. Em condições excepcionais, que exigem uma conjunção de vários fatores entre os quais condições relativamente agressivas de intemperismo, formam-se no manto de intemperismo, horizontes enriquecidos em minerais de interesse econômico. São denominados depósitos supérgenos ou lateríticos, por envolverem, na sua formação mecanismos de laterização (TEIXEIRA et al, 2010).
  • 8. 8 2. OBJETIVOS Analisar as formações lateríticas existentes no estado de Roraima, mais especificamente nos municípios de Boa Vista e Bonfim, a fim de compreender suas gêneses. 2.1. Objetivos Específicos 1. Observar e analisar em campo as principais características das lateritas (cores, textura, estruturas, mineralogia, entre outras), descrevendo-as; 2. Criar croquis e perfis lateríticos dos afloramentos; 3. Interpretar e propor um modelo geológico da evolução do ambiente analisado em campo, contextualizando com a bibliografia disponível da área.
  • 9. 9 3. LOCALIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO As áreas de estudo possuem acesso relativamente fácil aos afloramentos, pelo fato de serem locais próximos e/ou dentro do perímetro urbano da capital Boa Vista e do Município de Bonfim, ou pelo fato de estarem próximos às margens das estradas (Figura 01). Figura 1.Localização da área de estudo. Fonte: Autoria Própria.
  • 10. 10 O mapa logo abaixo (figura 2) representa a contextualização geológica da área de estudo, a qual nosso grupo foi responsável por sua descrição e interpretação evolutiva. Figura 2. Contextualização geológica da área. Fonte: Autoria Própria.
  • 11. 11 4. CONTEXTO GEOLÓGICO REGIONAL 4.1. Geologia Regional Localizado no extremo norte do Brasil, o estado de Roraima limita-se com o Amazonas, Pará, Venezuela e Guiana – onde ocupa a porção central do escudo das Guianas, inserido ao norte do cráton Amazonas (SANTOS, 2006). Os primeiros levantamentos geológicos sistemáticos ocorreram por volta da década de 70 e diversos estudos atuais mais refinados têm contribuído para o entendimento geodinâmico da de sua evolução crustal. Registra rochas que vão desde o Paleoproterozoico até coberturas sedimentares Fanerozoicas (Mesozoico e Cenozoico) (REIS & FRAGA, 1998). O cráton Amazonas possui aproximadamente 4.400.000 km², sendo uma das áreas cratônicas mais expressivas do mundo. Está inserida na Plataforma Sulamericana, possui três grandes tipos de terrenos de embasamento: greenstones belts, cinturões metamórficos e rochas ácidas e graníticas metavulcânicas, que são limitadas por dois cinturões orogênicos Paleoproterozoicos e Neoproterozoicos. Em 1975 realizou-se Projeto Radar na Amazônia (RADAM) que utilizou imagens aéreas de radares de aviões para fins de mapeamentos sistemáticos de toda região, estendendo-se para todo Brasil através do RADAMBRASIL, os quais contêm inúmeras descrições de material geológico. Estes levantamentos deram um grande suporte ao avanço do conhecimento geológico, estrutural, geofísico e geocronológico do cráton Amazonas. Em meio às discussões que propunham modelos evolutivos para o cráton, destacam-se duas concepções mais aceitas no meio acadêmico, as quais foram elaboradas com base em diferentes métodos. Por isso, por um lado Hasui et al. (1984), Hasui & Almeida (1985) e Costa & Hasui (1997), entre outros fixistas, elaboraram modelos que foram baseados em dados estruturais, geofísicos e geocronológicos (métodos K-Ar e Rb-Sr). Basicamente, resultou em um mosaico de 12 blocos crustais que se amalgamaram através de colisões diacrônicas entre o Arqueano e o Paleoproterozoico, criando uma grande plataforma continental que passou por diversos retrabalhamentos internos durante o ciclo Transamazônico. Alternativamente, os mobilistas (CORDANI et al., 1979; TASSINARI & MACAMBIRA, 1999 e 2004; SANTOS et al., 2006) basearam-se essencialmente em dados geocronológicos com métodos mais modernos e precisos (U-Pb e Sm-Nd), levando em consideração os conceitos atuais de tectônica de placas. Assim como o conceito moderno de orogenia, na qual durante o Arqueano, Paleo e Mesoproterozoico ocorreram colisões em série de microcontinentes derivados do manto, os
  • 12. 12 quais se colidiram formando vários continentes limitados por arcos magmáticos que são associados às zonas de subducção de placas. Vale ressaltar que, o modelo de Tassinari & Macambira (1999) (Figura 3) difere do de Santos, et al. (2006) (Figura 4) em números de províncias geocronológicas, nas suas idades isotópicas e nos métodos utilizados, gerando duas possíveis hipóteses para a evolução. Entretanto, estes modelos não são satisfatórios para a caracterização geológica do estado de Roraima e, por este motivo, a divisão em domínios tectonoestratigráficos é mais adequada para a região (REIS & FRAGA, 1998, 2000 e REIS et al., 2003) (Figura 5). Figura 3. Propostas de evolução crustal do cráton Amazonas. Fonte: Modificado de Tassinari & Macambira (1999). Figura 4. Modelo de compartimentação litoestrutural do estado de Roraima. Fonte: Adaptado de Santos (2006).
  • 13. 13 Figura 5. Modelo de compartimentação litoestrutural do estado de Roraima. Fonte: Modificado de Reis & Fraga, 2000. 4.2. Geologia da Área de Estudo A bacia do Tacutu, conhecida na Guiana como North Savannas Rift Valley, possui uma área de aproximadamente 12.500 km², que se estende por cerca de 300 km sobre um eixo de direção ENE-SWS alterando para NE-SW, que cruza a fronteira Brasil-Guiana. (GIBBS & BARRON, 1993). Sua largura média varia entre 30 a 50 km e seus limites vêm sendo estabelecidos por levantamentos de aeromagnetometria, sísmica de subsuperfície e, mais recentemente, interpretação fotogeológica a partir de produtos de sensores ópticos e radares (FALCÃO, 2007; HAHN et al., 2012; SILAS et al., 2012). Além disso, quatro furos de sondagem, dois no lado do Brasil e dois no lado da Guiana, permitem prever uma profundidade de aproximadamente 6.000 metros até o seu embasamento (CRAWFORD; SZELEWSKI; ALVEY, 1984; EIRAS & KINOSHITA, 1998; REIS, NUNES & PINHEIRO, 1994). A bacia registra conteúdo fossilífero do período Cretáceo nas Formações Serra do Tucano, Manari e Tacutu, sendo estes mais bem representados pelos icnofósseis, impressões de plantas e lenhos (HOLANDA et al, 2011; SCARAMUZZA, 2015; SOUZA et al., 2007; 2009). Ademais, há registro de estudos palinológicos desde a década de 60, com relatos de fósseis marinhos e não marinhos. (HAMMEM & BURGUER, 1966). As propostas de evolução crustal apresentadas na bibliografia consultada (SZATMARI, 1983; EIRAS E KINOSHITA, 1988 e 1994; GIBBS & BARRON, 1993; REIS et al., 2006; VAZ; FILHO & BUENO, 2007), permitem inferir que sua gênese tenha ocorrido no final do Jurássico
  • 14. 14 Superior e no início do Cretáceo Inferior, a partir de uma reativação do Cinturão de Cisalhamento Guiana Central (CCGC) dominado por falhas orientadas a NW-SE e a NE-SW, principalmente. Evidências nos escudos das Guianas e do Oeste Africano sugerem lineamentos permanentes e ativos no manto, servindo de padrão de deslocamento da crosta associado à ruptura da porção sul do Atlântico Norte. De acordo com Costa et al. (1991) na evolução do rifte do Tacutu houve uma componente oblíqua sinistral no evento distensivo com direção de NW-SE que foram descritas através de dois momentos. No primeiro, formam-se as falhas de borda e as secundárias sintéticas (NW) e antitéticas (NE) durante o regime distensivo. As falhas sintéticas são ligadas a um plano de descolamento que atinge a zona de transição rúptil-dúctil e seu mergulho diminui em direção ao centro da bacia (por exemplo a falha de Lethem), ao passo que falhas compartimentais dividem geometricamente a bacia. Associado às falhas normais de borda, registrou-se uma estrutura antiforme (roll over), por onde houve a acomodação e rotação dos blocos secundários. No segundo momento, observou-se um movimento transcorrente sinistral que formou dobras en echelon com direção NW-SE e estruturas em flor positiva (Figura 6). Figura 6. Compartimentação geométrica esquemática do rifte Tacutu. Estruturas em Flor Positiva . Fonte: Costa et al. 1991. Conforme descrito em Santos (1984), a bacia se instalou e conformou-se estruturalmente como um meio gráben, o qual guarda informações de evolução em três fases: rifte ativo, passivo e pós-rift. A primeira fase inicia com magmatismo subaquoso toleítico causado pela anomalia térmica causada pelo afinamento crustal e resfriamento insuficiente, o que mantém a zona de estiramento
  • 15. 15 fraca suficiente para romper a litosfera. Ocorreu durante o Mesozoico com a abertura do Oceano Atlântico e, ainda, houveram as primeiras deposições de calcários lacustres e folhelhos da Formação Manari. Na segunda fase, torna-se um rifte passivo e aumentam os deslocamentos nas falhas de borda do Sudeste, ao passo que foi estabelecido um regime de clima árido dando origem a depósitos de fanglomerados de borda pela horizontalização do relevo típica deste clima. Nos lagos, depositaram-se siltitos, folhelhos, carbonatos e halitas que compõem a Formação Pirara. Por conseguinte, depositaram-se os estratos vermelhos da Formação Tacutu seguidos dos arenitos da Formação Tucano. A fase pós-rifte evidencia um evento de tectônica transcorrente resultante da colisão entre a placa continental da América do Sul com as placas de Nazca e Caribe, com isso houve uma restruturação do meio gráben configurando a atual paisagem (Figura 7). Figura 7. Seção estratigráfica esquemática da bacia do Tacutu. Fonte: Eiras e Kinoshita, 1988.
  • 16. 16 A bacia do Tacutu comporta 7 unidades litoestratigráficas, porém as Formações Boa Vista e Areias Brancas do Pleistoceno e do Holoceno respectivamente, são camadas relativamente pouco espessas e não tiveram tanta influência na formação do hemigráben. As demais são ilustradas na carta estratigráfica publicada por Vaz et al. (2007) de acordo com a figura 8. Para Reis et al. (1994) o conjunto vulcano-sedimentar mesozoico do Gráben do Tacutu está recoberto discordantemente por uma vasta cobertura cenozoica, que caracteriza o relevo plano dentro do gráben. Em termos litológicos a bacia é constituída por folhelhos, siltitos e arenitos finos, sendo parte da sedimentação em território brasileiro produto de gradação da sequência greenstones, aliada ao fato da existência de níveis de folhelhos cinza-escuros e pretos, com presença de pirita que é tipicamente de ambiente redutor. O hemigráben foi preenchido no Mesozoico por basaltos toleíticos e diabásios reunidos no Complexo Vulcânico Apoteri (Jurássico-Cretáceo) (REIS et al., 2001) e arenitos finos a conglomeráticos e subordinados siltitos que constituem a Formação Serra do Tucano (Cretáceo Superior) (REIS et al., 1999), sendo nesta unidade onde ocorrem a maioria dos afloramentos de lateritos dentro do hemigráben Tacutu. O embasamento da Bacia do Tacutu é constituído por metagrauvacas, metacherts ferríferos (REIS et el., 2003) reunidos no Grupo Cauarane, gnaisse kinzigíticos, calcissilicáticas e metacherts pertencentes a Suíte Metamórfica Murupu (LUZARDO & REIS 2001), ortognaisses (FRAGA et al.,1999a, FRAGA & ARAÚJO 1999b, REIS et al., 2006) da Suíte metamórfica Rio Urubu e charnockitos reunidos na Suíte Intrusiva Serra da Prata (ALMEIDA 2006, FRAGA et al., 2009). Segundo Vaz et al. (2007), a sequência pelítica aflorante ao longo do rio Tacutu (Fm. Tacutu), nas proximidades de Bonfim, consiste basicamente de siltitos castanhos-escuros a vermelhos, argilosos, calcíferos, com laminação plano-paralela ou de baixo ângulo. Também pode ocorrer arenitos, carbonatos e folhelhos. O ambiente deposicional é interpretado como lacustre raso e a idade foi obtida através de estudos palinológicos (HAMMEN, 1966). De acordo com Reis et al. (2001), a Formação Boa Vista foi formada em uma bacia rasa de aproximadamente 15 m de espessura com profundidades variáveis conforme o embasamento. Essa formação desenvolve perfis lateríticos imaturos com solos podzólicos e hidromórficos. A sucessão superior é composta de arenitos tabulares de médio a grosso, arenito conglomeráticos, arenitos ferruginosos, arenitos síliticos e argilitos mosqueados. A sucessão inferior, que aflora no nordeste e sudoeste da capital Boa Vista, dispõe de arenitos arcoseanos a levemente conglomeráticos, róseos a
  • 17. 17 esbranquiçados e ligeiramente friáveis. A área da Formação Boa Vista está relacionada ao limite norte do Domínio Guiana Central, no prolongamento da Bacia Tacutu, pertencente a Formação Boa Vista (Neógeno) como uma ampla área de sedimentação cenozoica onde depósitos detrito- lateríticos (Paleógeno) aparecem no limite entre os domínios Urariquera e Guiana Central e registram reativações neotectônicas após a estabilização do Hemigráben Tacutu no final do Mesozoico, com desenvolvimento a partir do Terciário Inferior (Paleoceno- Eoceno). Conforme Reis et al. (2001), falhamentos e reativações de falhas no Neógeno estão refletidas pela presença de zonas de concreções lateríticas em diferentes níveis topográficos relacionados às diferenças de profundidade do embasamento. As modificações climáticas regionais no período Mioceno-Holoceno, estabelecendo um quadro semiárido, levaram à formação de campos de dunas eólicas (CARNEIRO FILHO, 2003).
  • 18. 18 Figura 8. Carta estratigráfica da Bacia do Tacutu. . Fonte: Vaz et al., 2007.
  • 19. 19 5. MATERIAIS E MÉTODOS O presente trabalho foi dividido em três etapas: pré-campo; campo; pós-campo, como segue abaixo: 5.1. Pré-campo A primeira etapa consistiu na revisão e compilação bibliográfica do conteúdo geológico da Bacia do Tacutu e áreas adjacentes, além dos conceitos básicos e classificações das lateritas comuns na Amazônia. Além disso, confeccionaram-se os mapas geológicos (preliminar) e de localização das áreas de estudo. 5.2 Campo Desenvolveu-se a essência da pesquisa, a qual consistiu nas observações de campo, coleta de amostras e elaboração de croquis e perfis lateríticos dos afloramentos visitados. Nesta etapa utilizou-se aparelhos GPS da marca Garmin, caderneta de campo, lupa de bolso, bússola tipo Brunton, martelo, dentre outros materiais comuns de campo. 5.3 Pós Campo A última análise foi interpretativa e se propôs a caracterizar os pontos visitados em campo, através da descrição e contextualização dos mesmos com a literatura disponível para o refinamento da pesquisa. Por fim, elaboram-se os croquis, perfis e mapas finais em escala de detalhe com os dados obtidos nos afloramentos.
  • 20. 20 6. GEOLOGIA DA ÁREA 6.1 Descrição Geral do Afloramento Localizado na margem esquerda da rodovia BR-174 sentido Boa Vista – Pacaraima, o afloramento dispõe-se em lajedos que se situam à margem direita do Rio Cauamé, possuindo uma extensa área total (aproximadamente 450m x 230m) descoberta de vegetação. As coordenadas de posicionamento global em UTM obtidas em campo são x: 755695 e y: 316495 e apresentam uma altitude de 77 metros acima do nível do mar. Na etapa de campo, dividiu-se a turma em seis grupos e cada grupo ficou responsável por um ponto do afloramento (figura 9) para obter uma maior compreensão da evolução geológica desta área. Cada grupo coletou amostras, descreveu e elaborou perfis e croquis em cada ponto, que em seguida foram entregues ao nosso grupo para o refinamento dos dados que são apresentados a seguir. Figura 9. Localização dos perfis no afloramento. Fonte: Google Earth.
  • 21. 21 7. RESULTADOS E DISCUSSÕES 7.1 Descrição geral dos perfis O afloramento estudado se localiza no Bairro Cauamé, mais precisamente na área ao entorno do Rio Cauamé, afluente da margem direita do rio Branco, na cidade de Boa Vista. Destaca-se nessa área a unidade de relevo Planalto Dissecado Norte da Amazônia (FRANCO et al.,1975; MAIA & DANTAS 2002). O clima da região obedece à classificação de Köpen (Awi) com estação seca e chuvosa de aproximadamente seis meses, (MELO et al., 2003) e índice de precipitação que giram em torno de 1.100 mm/ano (clima tropical) em relevos de altitudes moderadas (BARBOSA et al., 1997, BARBOSA et al., 2007). Conforme CPRM (2006), exatamente neste local há uma falha extensional com trend aproximadamente de E-W e sentido de mergulho para N. Observou-se também que, a simbologia de mina ou garimpo indica que existe ou existiram atividades de extração mineral neste local, ou seja, a ação antropogênica desconfigurou boa parte da história geológica do local. Além disso, há presença de diques de contenção nas proximidades da margem do Rio Cauamé. De qualquer forma, neste ponto foi possível observar perfis lateríticos tanto ao Sul da falha, como ao Norte dela onde o terreno é mais rebaixado, sendo que ambas se apresentam com diferenças na constituição, nas texturas e algumas estruturas. O croqui do afloramento (figura 10) apresenta uma visão mais detalhada do afloramento e localização relativa dos pontos no terreno. A descrição dos perfis entregue pelas demais equipes segue logo abaixo. Figura 10. Croqui do afloramento.
  • 22. 22 Fonte: Os autores. Perfil 1: Altura- 2,6m; Estrutura – Maciça na porção mais basal e colunar mais ao topo A estruturação maciça da base também é em consequência da alteração das camadas. As colunas já se encontram bastante intemperizadas; Textura – Porosa. Perfil Laterítico: Figura 11. Perfil 1. Fonte: Os autores. Camada 1 - Base Mineralogia – Caolinita, goethita, gibbsita e quartzo. Contém fragmentos de crosta de tamanhos centimétricos em meio a uma matriz argilosa. Cor avermelhado pintalgado de amarelo. Matriz – Argilosa. Camada 2 - Topo
  • 23. 23 Mineralogia – Óxi-hidróxidos de Fe e Al, quartzo e caolinita. Grãos de quartzo angulosos semelhantes à base, mais escura. Apresenta colunas centimétricas, sendo estas laminadas. Possui ainda especularita. Matriz – Argilosa. Perfil 2: Altura- 2,6 metros: Estrutura – Maciça com fragmentos das colunas já bastante intemperizadas; Textura – Porosa. Perfil Laterítico: Figura 12. Perfil 2. Fonte: Os autores. Camada 1 – Base Horizonte concrecionário com 1,85 metros de comprimento. Mineralogia – No horizonte concrecionário há presença de concreções angulosas que vai desde oxi- hidróxidos de Fe a pequenas porções de oxi-hidróxidos de Al, além de manchas com presença de caolinita que indica solução para crosta colunar. Matriz – O solo é argilo-arenoso com coloração avermelhada. Camada 2 – Topo Solo com 80 centímetros de espessura.
  • 24. 24 Mineralogia – Minerais ricos em Fe, com presença de quartzo muito fino podendo ter ou não Al. Em cima é possível observar uma cobertura laterítica. Matriz – Argilo-arenosa. Obs.: Subindo o horizonte é observado a granodecrescência das concreções na porção mais acima, que variam de 0,3 centímetros a 2 centímetros. A coloração da matriz também muda de cima para baixo, em baixo a coloração é mais avermelhado a laranjada, onde há maior presença de Fe, onde em cima é mais pálido, onde houve maior lixiviação ficando mais rico em minerais aluminosos. Perfil 3: Altura- 1,4 metros; Estrutura – Maciça; Textura – Porosa. Perfil Laterítico: Figura 13. Perfil 3. Fonte: Os autores.
  • 25. 25 Camada 1 – Base Possui 10 centímetros de espessura. Mineralogia – Apresenta coloração mais avermelhada. Composto por hematita, caolinita e goethita. Matriz – Argilosa. Camada 2 - Topo Possui 1,34 metros de espessura. Mineralogia – Goethita, hematita e caolinita. Matriz – Horizonte com concreções maiores, mas não chega a formar crosta laterítica. Argila a areia fina. Tem mais matriz e menos grãos. Perfil 4: Altura- 2,6 metros; Estrutura – Apresenta laminas, porém com predominância colunar. Apresenta aspecto botrioidal, com zonas de fraqueza preenchida por material argiloso e dentrítico, proveniente do intemperismo das colunas; Textura – Porosa. Perfil Laterítico: Figura 14. Perfil 4. Fonte: Os autores.
  • 26. 26 Mineralogia – Oxi-hidróxido de alumínio (gibbsita), oxi-hidróxidos de ferro (hematita – goethita), caolinita pintalgada, quartzo. Matriz – Arenosa. Obs.: A crosta laterítica apresenta fragmentos lateríticos grosseiros angulosos e um material mais fino entrando em zonas de fraqueza no perfil resultado do intemperismo da própria coluna. Perfil 5: Altura- 2,6 metros; Estrutura – Maciça; Textura - No topo é menos porosa, sedimentos menores são derivados da própria estrutura colunar; Perfil Laterítico: Figura 15. Perfil 5. Fonte: Os autores. Camada 1 – Base Horizonte mosqueado. Mineralogia – Óxi-hidróxidos de Fe e Al, bem pouca caolinita. Nódulos entre 1 e 2 centímetros. Matriz – Mais matriz argila-siltosa. Camada 2 - Topo - Horizonte concrecionário com nódulos e manchas de concreção no perfil.
  • 27. 27 Mineralogia – Óxi-hidróxidos de Fe e Al (hematita e goethita, gibbsita, caolinita). Pouca quantidade quartzo. Matriz – Sendo a parte superior mais consolidada e pouco porosa enquanto a parte inferior é mais friável, com matriz mais argilosa. Obs.: Matriz das colunas abaixo é o mesmo de cima, sendo que a argila da matriz é produto da alteração da crosta acima, precedendo as camadas. Perfil 6: Altura- 2,6 metros; Estrutura – Maciça; Textura - A parte superior é mais consolidada e pouco porosa enquanto a parte inferior é mais friável, com matriz mais argilosa e estrutura colunar completamente alterada. Perfil Laterítico: Figura 16. Perfil 6. Fonte: Os autores. Camada 1 – Base Mineralogia – Óxi-hidróxidos de Fe e Al, hematita e goethita. Matriz – Argilosa. Camada 2 – Topo
  • 28. 28 Mineralogia – Óxi-hidróxidos de Fe e Al. Matriz – Argilo-arenosa. 7.2 Evolução intempérica do afloramento Apesar do afloramento está localizado dentro dos limites da Formação Boa Vista (CPRM, 2006), ele fica bem próximo da borda da Bacia do Tacutu que pertence a Formação Apoteri, logo a oeste do ponto (figura 1), e onde também afloram crostas lateríticas. Essa região foi reativada no Plioceno o que propiciou intensa erosão e deixou região tectonicamente instável (REIS et al., 2001). Essa erosão e instabilidade podem ter contribuído para a exumação do material intemperizado no afloramento estudado. Além disso, o afloramento está inserido em um domínio que pode ser considerado de transição entre os domínios anteriores. Devido à intensa alteração encontrada em todos os perfis (figura 17) a origem das rochas mãe é difícil de estabelecer, mas podem ser feitas suposições principalmente ligadas aos litotipos de rochas correspondentes a Formação Boa Vista e a Formação Apoteri. A proximidade com a Formação Apoteri pode ter influenciado a formação desse produto intempérico cedendo grande parte dos elementos metálicos típicos de basalto referentes ao preenchimento da Bacia do Tacutu no Mesozóico por (REIS et al., 2001, SILVA & PORSANI 2006) que são encontrados hoje neste afloramento na forma de oxi-hidróxidos de Ferro e Alumínio. A exemplo disso, o perfil 2 apresenta bastante vênulas de alteração que são típicas de rochas mãe basáltica. Neste mesmo perfil é possível observar fragmentos do que aparente ser basalto com esfoliação esferoidal já bastante alterado (figura 18).
  • 29. 29 Figura 17. Perfil 1 bastante intemperizado Fonte: Autoria própria. Apesar de haverem evidências de uma suposta rocha mãe basáltica, não pode ser descartada também os arenitos arcosianos a conglomeráticos e argilitos reunidos na Formação Boa Vista (Neógeno) (REIS et al., 2003), principalmente os arenitos conglomeráticos já que os perfis se encontram bastante rico em quartzo. Uma série de fatores pode contribuir para a alteração dessas rochas. Se tratando de uma área localizada na borda da Bacia do Tacutu (CPRM, 2006) e sendo uma planície de inundação (IBGE, 2010), o que corrobora para uma abundância de água que reflete num material mais intemperizado, como é o caso dos perfis 1 e 2 que apresentam evidências de fragmentos de coluna já bastante intemperizada. Figura 18. Perfil 2 - Evidência de rocha matriz.
  • 30. 30 Fonte: Autoria própria. Sob essas condições foi favorecida a formação de hematita em detrimento da caolinita, como indica a predominância de cores vermelhas nos perfis (figura 19), em vez das amareladas típicas das mais aluminosas. Geralmente as porções mais superiores dos perfis tinham uma composição mais aluminosa e uma mineralogia mais rica em óxi-hidróxidos de alumínio devido principalmente à área de exposição que maximiza o efeito do intemperismo resultando em uma intensa lixiviação. Figura 19. Perfil apresentando coloração avermelhada. Fonte: Autoria própria.
  • 31. 31 As colunas do perfil 4 são as únicas que ainda se apresentam de maneira bastante identificável e a partir dela podem ser feitas suposições sobre a evolução das demais, as mesmas também possuem bastante quartzo anguloso (figura 20). O material das colunas quando intemperizado recobre o restante do perfil e o deixa com coloração típica de minerais ricos em Fe. No perfil 4 as porções intercolunares apresentam uma matriz bem mais argilosa em decorrência da maior alteração das próprias colunas. As colunas também apresentam laminas de Fe, indicando mudanças sazonais no nível da água (figura 21). Tais mudanças são perceptíveis ainda hoje em épocas de cheia no rio e podem ter sido mais frequentes em épocas geológicas mais remotas. No perfil 2 é possível observar manchas com presença de caolinita que indica solução para crosta colunar. Também há maior lixiviação ficando mais rico em minerais aluminosos. Figura 20. Colunas com abundância de quartzo. Fonte: Autoria própria. Figura 21. Colunas preenchidas por material alterado.
  • 32. 32 Fonte: Autoria própria. No perfil 6 (figura 22) a camada de concreção não estava presente, provavelmente devido a ação antropogênica, ou algum indicativo da falha. A parte mais ao topo desse perfil apresentava algumas estruturas colunares. Figura 22. Perfil com camada ausente. Fonte: Autoria própria. De uma maneira geral, correlacionando os perfis (figura 23) é possível observar um empilhamento que tem como base um horizonte mosqueado de pequena espessura, nos perfis 5 e 3
  • 33. 33 (figura 24), seguido de um horizonte concrecionário rico em Fe (figura 25) e o topo em forma de colunas já bastante intemperizadas na maioria dos perfis (figura 26). Figura 23. Perfis em comparação. Fonte: Autoria própria. Figura 24. Horizonte Mosqueado. Fonte: Autoria própria. Figura 25. Horizonte Concrecionário.
  • 34. 34 Fonte: Autoria própria. Figura 26. Crosta Colunar. Fonte: Autoria própria. As características texturais e estruturais das crostas lateríticas tem pouca variação em função de suas posições topográficas, em nível de comparação a tabela 1 e a figura 23 exemplificam bem isso. A semelhança química é consequência da sua pouca evolução, pois à medida que se intensifica a lixiviação.
  • 35. 35 Tabela 1. Dados dos perfis em comparação. Ponto Textura Espessura Topo Base Estrutura Mineralogia Matriz Tipo de horizonte Estrutura Mineralogia Matriz Tipo de horizonte 1 Porosa 2,6 metros Cavernosa Óxi-hidróxidos de Fe e Al, quartzo, caolinita e talvez especularita Argilosa Colunar Maciça Caolinita, goethita, gibbsita e quartzo. Argilosa Mosqueado 2 Porosa 2,6 metros Maciça Minerais de Fe e quartzo Argilo- arenosa Solo Maciça Óxi-hidróxido de Fe e Al, caolinita Argilo Concrecionário 3 Porosa 1,4 metros Maciça Goethita, hematita e quartzo Argilo- arenosa. Concrecionário Maciça Hematita, goethita, caolinita. Argiloso Mosqueado 4 Cavernosa 2,6 metros Maciça Óxi-hidróxidos de Al e Fe. gibbsita, hematita, goethita, caolinita, quartzo Arenosa Colunar 5 Porosa 2,6 metros Maciça Óxi-hidróxidos de Al e Fe. Gibbsita, hematita, goethita, caolinita, quartzo Argilosa Concrecionário Maciça Óxi-hidróxidos de Fe e Al, caolinita Argilo- siltosa Mosqueado 6 Porosa 2,6 metros Maciça Óxi-hidróxidos de Fe e Al Argilosa Argilo-arenosa Maciça Óxi-hidróxidos de Fe e Al, hematita e goethita Argilosa Concrecionário Fonte: Autoria própria.
  • 36. 36 A partir do empilhamento geral do perfil (figura 27), segundo Costa 2007, é possível classifica-lo com base em suas feições geológicas, mineralógicas e geoquímicas como um perfil imaturo. Os perfis imaturos ocorrem nos relevos recentes, quase planos, são menos evoluídos e diferenciam-se por não apresentarem o horizonte bauxítico e por um horizonte concrecionário ferruginoso (COSTA 1991). Estes perfis têm três horizontes característicos: horizonte ferruginoso, horizonte mosqueado e horizonte saprolítico. O horizonte ferruginoso que ocorre na porção superior do perfil e, é formado por nódulos, concreções, esferólitos e fragmentos constituídos de óxi- hidróxidos de ferro em matriz argilosa ou por uma crosta constituída de óxi-hidróxidos de ferro (COSTA 1991). Figura 27. Empilhamento ideal do perfil. Fonte: Autoria própria. No afloramento o horizonte mosqueado foi descrito em apenas dois perfis, enquanto o saprólito não pode ser visualizado em nenhum. O horizonte ferruginoso com concreções de Fe foi descrito abaixo das colunas, mas pode ter sido resultado de uma descrição errônea e na verdade ser apenas fragmentos da crosta já bastante intemperizada.
  • 37. 37 No tocante, o processo de evolução intempérica (figura 28) da área que resultou no perfil de alteração apresentado acompanha boa parte do processo de desenvolvimento da Bacia do Tacutu, principalmente no que tange a origem do material intemperizado no afloramento. As principais mudanças na região assim como a formação das lateritas aconteceram no Quaternário, quando a Bacia do Tacutu passou por uma nova fase de instabilidade tectônica. A região até os dias atuais é submetida a condições climáticas que favorecem essa alteração, levando a máxima de que depois de confeccionados os perfis lateríticos representam os diversos estágios das transformações paleoclimáticas no Quaternário, que auxiliam as tentativas de inferir as condições e a evolução do intemperismo na região intertropical da Terra. Figura 28. Modelo de evolução do perfil de alteração. Fonte: Modificado de Conceição, 2011.
  • 38. 38 8. CONCLUSÃO O estudo dos processos aos qual a rocha está sujeita após a sua exumação ou até mesmo em subsuperfície são importantes na medida em que são capazes de formar inúmeros depósitos de materiais de uso para o homem. Os processos exógenos são ininterruptos, pois o intemperismo nunca cessa, devido à tectônica ativa do planeta Terra. Dessa forma, está sempre gerando rocha alterada (alterita) e solo. Esses processos são mais intensos nas regiões trópicos, devido ao clima tropical que rapidamente alteram a rocha produzindo uma espessa camada intempérica na crosta. Deste modo, a pesquisa destes processos e produtos na região amazônica é de suma importância, tendo em vista que estes horizontes intempéricos podem estar enriquecidos em minérios como o Ferro, Alumínio, Fosfato, Ouro e, também, argilominerais que são bastante utilizados na indústria da construção civil.
  • 39. 39 REFERÊNCIAS CONCEIÇÃO, D. A. Intemperismo na região da Serra do Tucano-RR. 2011. 27p. Dissertação (Mestrado em Geociências) –– Universidade Federal do Amazonas - UFAM, Manaus: 2011. CORDANI, U.G et al. Evolução tectônica da Amazônia com base nos dados geocronológicos. In: CONGRESO GEOLÓGICO CHILENO, 2., 1979, Arica. Anais... [s .n.], 1979. p.137- 138. COSTA, J.B.S., Pinheiro R.V.L, Reis N.J., Pessoa M.R., Pinheiro, S. da S. 1991. O Hemigráben do Tacutu, uma Estrutura Controlada pela Geometria do Cinturão de Cisalhamento Guiana Central. Geociências, 10: 119-130. COSTA, M. L. Introdução ao intemperismo laterítico e a lateritização. In: Bandeira et al (2007) (orgs) -Prospecção Geoquímica-Sociedade Brasileira de Geoquímica-SBGq, Rio de Janeiro. CPRM - Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil. Roraima Central, Folhas NA.20-X-B e NA.20-X-D (integrais), NA.20-X-A, NA.20- X-C, NA.21-V-A e NA.21-V-C (parciais). Escala 1:500.000. Estado de Roraima. Superintendência Regional de Manaus, 166 p, 1999. CPRM (2004). Mapa geológico do Estado de Roraima. Sistema de Informações Geográficas - SIG. Mapa na escala de 1:1.1000.000. CD-ROM. CRAWFORD, F. D.; SZELEWSKI, C. E.; ALVEY, G. D. Geology and exploration in the Takutu Gráben of Guyana. Journal Petroleum Geology, Beaconsfield, v. 8, n. 1, p. 5-36. 1984. EIRAS, J. F.; KINOSHITA, E. M. Evidências de movimentos transcorrentes na Bacia do Tacutu. Boletim de Geociências da Petrobras, Rio de Janeiro, v. 2, n. 2-4, p. 193-208, abr./dez. 1988.
  • 40. 40 EIRAS, J. F.; KINOSHITA, E. M. & FEIJÓ, F. J. 1994. Bacia do Tacutu. In: Feijó, F. J. (ed.). Cartas estratigráficas das bacias sedimentares brasileiras. Rio de Janeiro, Bol. Geoc. Petrobrás, 8(2): 83-89. FARIA M.S.G. et al. Evolução Geológica da Região do Alto Rio Anauá - Roraima. In: SBG, Simp. Geol. Amaz., 8, Anais, 2003. GOOGLE. Google Earth Pro. Version 7.1.5.1557 ano 2015. Nota (Localização da área de estudo referente aos pontos das coordenadas x: 755695 e y: 316495 em UTM com uma altitude de 77m, na margem direita do Rio Cauamé). Disponível em: < https://www.google.com.br/earth/download/gep/agree.html>. Acesso em: 10 de março de 2017. HAMMEN, T.; BURGER, D. Pollen flora and age of the Takutu Formation, Guyana. Leidse Geologishe Mededelingen, Leiden, n.38, p.173-180,1966. HASUI, Y. & ALMEIDA, F.F.M. 1985. The Brazil Central Shield reviewed. Episodes, 8(1): 29- 37. HASUI, Y.; HARALY, N.L.E.; SCHOBBENHAUS, C. 1984. Elementos geofísicos e geológicos da região amazônica: subsídios para o modelo geotectônico. In: SIMPÓSIO DE GEOLOGIA DA AMAZÔNIA, 2, Manaus. Anais, SBG-NO, p.129-148. N.J., et al. Geologia do Estado de Roraima, Brasil. In: F. Rossi, L. Jean-Michel, M.L. Vasquez (eds). Geology of France and Surrounding Areas. Ed. brgm. Paris, França: 2003. p. 121-134. PRESS, F, SIEVER R.,GROTZINGER, J. & JORDAN, T. H., 2006. Para Entender a Terra. Tradução Rualdo Menegat, 4 ed. – Porto Alegre: Bookman. REIS, N.J.; NUNES, N.S. V.; PINHEIRO, S. S. A cobertura Mesozoica do hemigráben Tacutu - Estado de Roraima. Uma abordagem ao paleoambiente da Formação Serra do Tucano, 1994. REIS N.J, FRAGA L.M.B. Geological and Tectonic Framework of the Roraima State, Guiana Shield – An Overview. International Geological Congress, Rio de Janeiro. 2000.
  • 41. 41 REIS, N.J. & FRAGA, L.M.B. Geologia do Estado de Roraima. Relatório Inédito. Manaus. CPRM. 1998 26p. REIS, N.J., NUNES N.S. de V., PINHEIRO S. da S. 1994. A Cobertura Mesozóica do Hemigraben Tacutu - Estado de Roraima. Uma abordagem ao Paleoambiente da Formação Serra do Tucano. In: SBG, Congr. Bras. Geol., 38, Camboriú, SC. Anais: v.3, 234-235. SCARAMUZZA, A. C. Interpretações paleoambientais e paleoecológicas para o Cretáceo da Bacia do Tacutu com base em lenhos. 2015. 69p. Dissertação (Mestrado em Recursos Naturais) – Programa de Pós Graduação em Recursos Naturais, Universidade Federal de Roraima, Boa Vista, 2015. SANTOS, J. O. S.; et al. Paleoproterozoic Evolution of Northwestern Roraima state – absence of Archean Crust, based on U-Pb and Sm-Nd Isotopic evidence. In: SOUTH AMERICAN SYMPOSIUM ON ISOTOPE GEOLOGY, 4, 24-27 Aug. 2003. Short Papers. Salvador: CPBMIRD, 2003. p. 278-281. SANTOS, A. M. B. Evolução geológica da Bacia do Tacutu (Território Federal de Roraima). Manaus. 1984. TASSINARI C.C.G., MACAMBIRA M.J.B. Geochronological provinces of the Amazonian Craton. Episodes, 22(3): 1999. 174-182. SUGUIO, K. Geologia Sedimentar. São Paulo: editora Edgard Blücher Ltda, 2003. 400p. SOUZA, V.; SAMPAIO, B. M. Primeiro registro fóssil (icnofósseis) da formação Tucano (Bacia do Tacutu/RR): uma ferramenta no estudo da evolução da paleopaisagem de Roraima. Revista Acta Geográfica, Boa Vista, v. 1, n. 1, p. 105-112, 2007. SOUZA, V. et al. Ocorrência de lenhos fósseis na Bacia do Tacutu-Roraima. Revista Acta Geográfica, Boa Vista, v. 3, n. 5, p. 73-77, 2009.
  • 42. 42 TASSINARI C.C.G., MACAMBIRA M.J.B. A evolução tectônica do Cráton Amazônico. In: Geologia do Continente Sul-Americano: Evolução da obra de Fernando Flávio Marques de Almeida. Beca, São Paulo, 2004. p.471-485. TEIXEIRA, W. et al. Decifrando a Terra. São Paulo: Oficina de Textos, 2000. VAZ, P. T.; WANDERLEY FILHO, J. R.; BUENO, G. V. Bacia do Tacutu. Boletim de Geociências da Petrobras. Rio de Janeiro, v. 15, n. 2, p. 289-297, maio/nov. 2007.