SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 17
Baixar para ler offline
26/09/2011
1
III - Geologia da região centro
leste brasileira: O Cráton São
Francisco
Principais crátons delimitados no território brasileiro e sua expressão no relevo. Notar
que sobre os grandes crátons estão as grandes bacias hidrográficas e as grandes
sinéclises. Observar também que os grandes altos topográficos e estruturais
correspondem às faixas orogênicas brasilianas. Mapa do relevo do Brasil elaborado
por J.B.Françolin e subdivisão tectônica do Brasil baseada em Almeida et al. (1977)
26/09/2011
2
26/09/2011
3
 O Cráton do São Francisco (Almeida 1967, 1977) abrange
principalmente os estados da Bahia e de Minas Gerais e é a mais
bem exposta e estudada unidade tectônica do embasamento da
plataforma sul-americana.
 Os seus limites, segundo dados geológicos e geofísicos (Ussami
1993) são delineados pelos seguintes cinturões dobrados durante a
orogênese Brasiliana:
Faixa Riacho do Pontal
Faixa Sergipana
Faixa Araçuí – Extensão
norte da Ribeira?
Faixa Brasília
Faixa Rio Preto
O cráton é truncado por um rift
abortado orientado segundo N-S
no qual se depositaram os
protólitos dos Supergrupos
Espinhaço (Mesoproterozóico) e
São Francisco (Neoproterozóico)
26/09/2011
4
BG. Bloco Gavião. BJ. Bloco Jequié;
BS. Bloco Serrinha; OISC. Orógeno
Itabuna-Salvador-Curaçá.
Limites e as maiores unidades
estruturais do Cráton do São
Francisco.
1 - Embasamento Arqueano a
Paleoproterozóico com seqüências
de greenstones belts e o Grupo
Jacobina (em preto)
2 - Coberturas Mesoproterozóicas
do Supergrupo Espinhaço
3 - Coberturas Neoproterozóicas do
Supergrupo São Francisco
4 - Coberturas Fanerozóicas
5. Limites do Cráton e 6. Cinturões
de dobramentos Brasilianos
Cráton São Francisco -
Domínios tectônicos e
principais estruturas da
Província São Francisco
26/09/2011
5
 PRINCIPAIS ROCHAS
ARQUEANAS E
PALOPROTEROZÓICAS
 Os terrenos arqueanos e
paleoproterozóicos que
constituem o Cráton do São
Francisco afloram em duas
partes distintas.
 A mais larga ocorre no norte e
nordeste da Bahia;
 ea menor, no sul, em Minas
Gerais, na região do
Quadrilátero Ferrífero.
 PRINCIPAIS ROCHAS
ARQUEANAS E
PALOPROTEROZÓICAS
 Na Bahia, diversas unidades podem
ser definidas, as quais ocorrem em
bandas imbricadas de direção geral
N-S.
 As mais importantes são o Bloco
Gavião, a seqüência
vulcanossedimentar Contendas-
Mirante.
 outras vizinhas, como:
 Umburanas e Mundo Novo,
 os antigos núcleos TTGs,
 o Complexo Jequié,
 o Cinturão Itabuna,
 o Cinturão Salvador-Curaçá,
 o Grupo Jacobina,
 o Complexo Mairi,
 o Núcleo Serrinha,
 além dos Greenstone Belts do Rio
Itapicuru e Capim (Barbosa &
Dominguez 1996).
26/09/2011
6
Ambientes tectônicos
dos Geenstones Belts
do Cráton São
Francisco
Geologia da Porção norte do Cráton São Francisco
26/09/2011
7
 Nos terrenos granulíticos da parte sul do Orógeno Itabuna-Salvador-Curaçá
ocorrem seqüências magmáticas toleiíticas, calcio-alcalinas e shoshoníticas
e, pela bipolaridade geoquímica, foi interpretada como uma zona de
subdução com mergulho para oeste, relacionada a um arco magmático ou
margem continental ativa.
 O arco magmático ou a margem continental ativa colidiu com o Bloco de
Jequié. A formação destes protólitos foi considerada do Paleoproterozóico,
mas dados geocronológicos mais recentes mostram que, na grande
maioria, eles são arqueanos.
 Para a seqüência vulcanossedimentar Contendas-Mirante sugerem que um
arco de ilha ou margem continental ativa poderia ter produzido suas
associações toleiíticas e cálcio-alcalinas, além das rochas químico-
clásticas.
 Diversos episódios de acresção crustal foram identificados no
embasamento desta seqüência que constitui parte do Bloco Gavião. Por
exemplo, três episódios plutônicos foram bem datados, os dois primeiros,
de associações TTGs, situam-se em 3.4 e 3.1 Ga e o terceiro, de granitos e
granodioritos,ocorreu em torno de 2.7 Ga.
26/09/2011
8
 No Bloco Serrinha, outros exemplos podem ser citados, a saber:
 (i) colocação de diversos plútons em aproximadamente 2,8 e 3,1 Ga, que
intrudiram crosta ainda mais antiga, com vestígios em zircões herdados de
3,6 Ga.
 (ii) formação do Greenstone Belt do Rio Itapicuru com seqüências
vulcânicas toleiíticas e cálcioalcalinas em torno de 2.2 e 2.0 Ga.
 (iii) introdução de diversos plútons graníticos entre 2,25 e 2,07 Ga.
O Núcleo Serrinha situa-se no extremo
nordeste do Cráton. Forma uma estrutura
oval (>21000 km2) e é composto por
ortognaisses migmatizados arqueanos,
seqüências vulcanossedimentares da fácies
xisto verde (Greenstone Belts do Rio
Itapicuru e do Capim) intrudidas por
numerosos corpos de granitos
Paleoproterozóicos, com assinatura
geoquímica calcioalcalina normal,
peraluminosa a metaluminosa, até alcalina,
passando por tipos shoshoníticos.
Fragmento Mairi
26/09/2011
9
O Complexo Jequié consiste de rochas
plutônicas enderbíticas-charnockíticas
e seqüências vulcanossedimentares,
todas da fácies granulito. Mais a leste
situa-se o Cinturão Itabuna cujo
prolongamento norte é denominado de
Cinturão Salvador-Curaçá, também
denominado de Orógeno Itabuna-
Salvador-Curaçá tem cerca de 800 km
de comprimento se estendendo do sul
ao norte da Bahia
26/09/2011
10
O Bloco Gavião, segmento da
parte oeste do embasamento
coberto, na sua parte norte, por
coberturas do Meso e
Neoproterozóico. Associação
de ortognaisses, leptinitos e
anfibolitos, de seqüências
supracrustais, equilibradas na
fácies xisto-verde (seqüência
vulcanossedimentar ontendas-
Mirante, Umburanas e Mundo
Novo) além de associações
tonalíticas, trondhjemíticas e
granodioríticas da fácies
anfibolito. exibem esporádica
migmatização.
Entre as rochas vizinhas cita-se o
Complexo Mairi (Loureiro 1991) formado de
bandas quartzofeldspáticas intercaladas
com bandas de anfibolito e de rochas
supracrustais. No Complexo Mairi a
migmatização e granitos crustais do tipo “S”
são abundantes (Leite 2002).
Destaca-se ainda no Cráton do São
Francisco, na Bahia
O Grupo Jacobina, uma estrutura
alinhada segundo N-S situada a norte do
Contendas-Mirante. Ambas unidades,
sempre associadas com plutonitos
diversos, contém rochas vulcânicas com
intercalações de sedimentos clásticos e
químicos, todos da fácies xisto verde a
anfibolito baixo e, quase sempre, com
contraste metamórfico com as rochas
vizinhas.
26/09/2011
11
 RELAÇÕES ESTRUTURAIS E TECTOGÊNESE
 Sem considerar os núcleos esparsos TTGs, com idades variando de 3,6 Ga e 3,4 – 3,1 Ga, os
dados isotópicos e geocronológicos sugerem a existência de cinco episódios de geração e
deformação de rochas do Cráton do São Francisco na Bahia, que podem ser agrupados em:
 (i) em torno de 3,0 –2.9 Ga;
 (ii) em torno de 2,7 – 2.6 Ga;
 (iii) ao redor de 2,2 – 2,4 Ga (incluindo a Orogenia Transamazônica);
 (iv) em aproximadamente 1,8 – 1,0 Ga (incluindo a Orogenia Espinhaço);
 (v) em torno de 0,75 - 0,50 Ga (incluindo a Orogenia Brasiliana).
 Do ponto de vista geotectônico, o Cráton do São Francisco pode ser descrito como um mosaico
de unidades estruturais, gerado por sucessivos mecanismos tectônicos que podem ser expressos
por acresções crustais e/ou colisões continentais do final do Paleoproterozóico.
 Um bom exemplo de colisão continente/continente é o alinhamento de 500 km de comprimento,
denominado de Lineamento Contendas-Jacobina. Na interface do mesmo ocorrem os segmentos
do Bloco Gavião que foram soerguidos e que, após erosão, afloram no meio da seqüência
vulcanossedimentar Contendas-Mirante.
Aulacogêno
Paramirim
26/09/2011
12
Arcabouço Tectônico
26/09/2011
13
 A bacia na qual se acumularam as rochas siliciclásticas do Supergrupo Espinhaço
originou-se por volta de 1,7 Ga.
 Neste rift seis seqüências deposicionais se acumularam:
 Paraguaçu-Rio dos Remédios,
 Tombador-Caboclo e Morro do Chapéu (Província Chapada Diamantina),
 além das seqüências Borda Leste, Espinhaço e Gentio (Província do Espinhaço
Setentrional).
 O Bloco do Paramirim, situado entre as duas províncias, provavelmente atuou como
alto no interior da bacia (Dominguez 1993).
 Em torno de 1.0 Ga, importante glaciação afetou a maior parte do Cráton.
 As geleiras se movimentaram de W para E na borda sudoeste do paleo-continente
São Francisco e,
 de NE para SW na Província da Chapada Diamantina.
 A deglaciação resultou em importante subida do nível do mar que inundou a maior
parte do Cráton implantou importantes plataformas carbonáticas
 – as bacias do Grupo Bambuí do Supergrupo São Francisco.
 Idades de 770-900 Ma são atribuídas aos sedimentos carbonáticos.
26/09/2011
14
 No fim do Proterozóico, colisões nas margens do Cráton, as quais
foram responsáveis pela formação dos Cinturões dobrados
Brasilianos referidos, causaram inversão da bacia do Espinhaço-
São Francisco.
 A intensidade da deformação foi maior ao longo do eixo do rift, onde
a litosfera havia sido afinada durante os episódios de subsidência
anteriores.
 Os sedimentos que se acumularam nas partes externas, sobre os
blocos continentais mais espessos,
 nas partes externas do rift, foram relativamente poupados da
deformação (Dominguez 1993).
 Durante a separação Brasil-África, no Cretáceo, teve origem a
Bacia do Tucano como rift abortado.
 Em continuação, extensa sedimentação plataformal tomou lugar
durante o Fanerozóico.
26/09/2011
15
26/09/2011
16
26/09/2011
17

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Tempo Geológico/ Fósseis/ Estratigrafia
Tempo Geológico/ Fósseis/ EstratigrafiaTempo Geológico/ Fósseis/ Estratigrafia
Tempo Geológico/ Fósseis/ Estratigrafiaanabela
 
Geologia estrutural exercício avaliativo 2
Geologia estrutural   exercício avaliativo 2Geologia estrutural   exercício avaliativo 2
Geologia estrutural exercício avaliativo 2marciotecsoma
 
Geologia estrutural dobras
Geologia estrutural   dobrasGeologia estrutural   dobras
Geologia estrutural dobrasJose1602Baiona
 
Tectónica de placas
Tectónica de placasTectónica de placas
Tectónica de placasAna Castro
 
Técnicas estratigráficas
Técnicas estratigráficasTécnicas estratigráficas
Técnicas estratigráficasgrupfcuan
 
Estrutura Geológica do Brasil
Estrutura Geológica do BrasilEstrutura Geológica do Brasil
Estrutura Geológica do BrasilMarco Santos
 
Etapas Da História Da Terra
Etapas Da História Da TerraEtapas Da História Da Terra
Etapas Da História Da TerraTânia Reis
 
Tempo geológico02 (10)
Tempo geológico02 (10)Tempo geológico02 (10)
Tempo geológico02 (10)YagoVerling
 
Estruturasgeolgicas formasdorelevoplancieplanaltoedepresso-120604155217-phpapp02
Estruturasgeolgicas formasdorelevoplancieplanaltoedepresso-120604155217-phpapp02Estruturasgeolgicas formasdorelevoplancieplanaltoedepresso-120604155217-phpapp02
Estruturasgeolgicas formasdorelevoplancieplanaltoedepresso-120604155217-phpapp02Emerson Ricardo
 
Tipos de Rochas - Magmática, Sedimentares e Metamórficas
Tipos de Rochas  -  Magmática, Sedimentares e MetamórficasTipos de Rochas  -  Magmática, Sedimentares e Metamórficas
Tipos de Rochas - Magmática, Sedimentares e MetamórficasLinguagem Geográfica
 
Desenvolvimento do ciclo brasiliano
Desenvolvimento do ciclo brasilianoDesenvolvimento do ciclo brasiliano
Desenvolvimento do ciclo brasilianoguarim varao varao
 
Estrutura geológica do brasil
Estrutura geológica do brasilEstrutura geológica do brasil
Estrutura geológica do brasilAlexandre Sampaio
 
Estruturas geologicas mundo_e_brasil geisa e jeferson
Estruturas geologicas mundo_e_brasil geisa e jefersonEstruturas geologicas mundo_e_brasil geisa e jeferson
Estruturas geologicas mundo_e_brasil geisa e jefersonCarolina Corrêa
 

Mais procurados (20)

Tempo Geológico/ Fósseis/ Estratigrafia
Tempo Geológico/ Fósseis/ EstratigrafiaTempo Geológico/ Fósseis/ Estratigrafia
Tempo Geológico/ Fósseis/ Estratigrafia
 
Geleiras
GeleirasGeleiras
Geleiras
 
Geologia estrutural exercício avaliativo 2
Geologia estrutural   exercício avaliativo 2Geologia estrutural   exercício avaliativo 2
Geologia estrutural exercício avaliativo 2
 
Geologia estrutural dobras
Geologia estrutural   dobrasGeologia estrutural   dobras
Geologia estrutural dobras
 
Tectónica de placas
Tectónica de placasTectónica de placas
Tectónica de placas
 
Técnicas estratigráficas
Técnicas estratigráficasTécnicas estratigráficas
Técnicas estratigráficas
 
Tipos de rochas
Tipos de rochasTipos de rochas
Tipos de rochas
 
Estrutura Geológica do Brasil
Estrutura Geológica do BrasilEstrutura Geológica do Brasil
Estrutura Geológica do Brasil
 
Etapas Da História Da Terra
Etapas Da História Da TerraEtapas Da História Da Terra
Etapas Da História Da Terra
 
Tempo geológico02 (10)
Tempo geológico02 (10)Tempo geológico02 (10)
Tempo geológico02 (10)
 
As rochas ígneas
As rochas ígneasAs rochas ígneas
As rochas ígneas
 
Manual técnico laje
Manual técnico lajeManual técnico laje
Manual técnico laje
 
Intemperismo
IntemperismoIntemperismo
Intemperismo
 
Estruturasgeolgicas formasdorelevoplancieplanaltoedepresso-120604155217-phpapp02
Estruturasgeolgicas formasdorelevoplancieplanaltoedepresso-120604155217-phpapp02Estruturasgeolgicas formasdorelevoplancieplanaltoedepresso-120604155217-phpapp02
Estruturasgeolgicas formasdorelevoplancieplanaltoedepresso-120604155217-phpapp02
 
Tipos de Rochas - Magmática, Sedimentares e Metamórficas
Tipos de Rochas  -  Magmática, Sedimentares e MetamórficasTipos de Rochas  -  Magmática, Sedimentares e Metamórficas
Tipos de Rochas - Magmática, Sedimentares e Metamórficas
 
4 estrutural-dobra
4 estrutural-dobra4 estrutural-dobra
4 estrutural-dobra
 
ROCHAS
ROCHASROCHAS
ROCHAS
 
Desenvolvimento do ciclo brasiliano
Desenvolvimento do ciclo brasilianoDesenvolvimento do ciclo brasiliano
Desenvolvimento do ciclo brasiliano
 
Estrutura geológica do brasil
Estrutura geológica do brasilEstrutura geológica do brasil
Estrutura geológica do brasil
 
Estruturas geologicas mundo_e_brasil geisa e jeferson
Estruturas geologicas mundo_e_brasil geisa e jefersonEstruturas geologicas mundo_e_brasil geisa e jeferson
Estruturas geologicas mundo_e_brasil geisa e jeferson
 

Semelhante a Cráton são francisco 2011

Tokashiki saes-08
Tokashiki saes-08Tokashiki saes-08
Tokashiki saes-08cematege
 
Capitulo geologia camposgerais
Capitulo geologia camposgeraisCapitulo geologia camposgerais
Capitulo geologia camposgeraisAna Vieira
 
Gabarito exercícios 1
Gabarito exercícios 1Gabarito exercícios 1
Gabarito exercícios 1Raquel Avila
 
relatório final-ricardo final-definitivo 2
relatório final-ricardo final-definitivo 2relatório final-ricardo final-definitivo 2
relatório final-ricardo final-definitivo 2Ricardo Fasolo
 
RELATÓRIO DE ATIVIDADE DE CAMPO DA DISCIPLINA DE ORIGEM E EVOLUÇÃO DE BACIAS ...
RELATÓRIO DE ATIVIDADE DE CAMPO DA DISCIPLINA DE ORIGEM E EVOLUÇÃO DE BACIAS ...RELATÓRIO DE ATIVIDADE DE CAMPO DA DISCIPLINA DE ORIGEM E EVOLUÇÃO DE BACIAS ...
RELATÓRIO DE ATIVIDADE DE CAMPO DA DISCIPLINA DE ORIGEM E EVOLUÇÃO DE BACIAS ...Ezequias Guimaraes
 
Estrutura geologica e relevo do brasil
Estrutura geologica e relevo do brasilEstrutura geologica e relevo do brasil
Estrutura geologica e relevo do brasilAtalibas Aragão
 
Prof demetrio melo brasil estrutura geológica e relevo
Prof demetrio melo   brasil estrutura geológica e relevoProf demetrio melo   brasil estrutura geológica e relevo
Prof demetrio melo brasil estrutura geológica e relevoDeto - Geografia
 
Suíte Granítica Rio Pien: Um arco magmático do Proterozóico Superior na Micro...
Suíte Granítica Rio Pien: Um arco magmático do Proterozóico Superior na Micro...Suíte Granítica Rio Pien: Um arco magmático do Proterozóico Superior na Micro...
Suíte Granítica Rio Pien: Um arco magmático do Proterozóico Superior na Micro...Roberto Cambruzzi
 
Estrutura geológica e Formação do relevo Brasileiro.
Estrutura geológica e Formação do relevo Brasileiro.Estrutura geológica e Formação do relevo Brasileiro.
Estrutura geológica e Formação do relevo Brasileiro.Fernando Bueno
 
Prof Demétrio Melo - Geografia TD Brasil: Estrutura Geológica, Relevo e Minerais
Prof Demétrio Melo - Geografia TD Brasil: Estrutura Geológica, Relevo e MineraisProf Demétrio Melo - Geografia TD Brasil: Estrutura Geológica, Relevo e Minerais
Prof Demétrio Melo - Geografia TD Brasil: Estrutura Geológica, Relevo e MineraisDeto - Geografia
 
geo regional.docx
geo regional.docxgeo regional.docx
geo regional.docxmemycruz
 
A GRANDE COLISÃO PRÉ-CAMBRIANA DO SUDESTE BRASILEIRO E A ESTRUTURAÇÃO REGIONAL
A GRANDE COLISÃO PRÉ-CAMBRIANA DO SUDESTE BRASILEIRO E A ESTRUTURAÇÃO REGIONALA GRANDE COLISÃO PRÉ-CAMBRIANA DO SUDESTE BRASILEIRO E A ESTRUTURAÇÃO REGIONAL
A GRANDE COLISÃO PRÉ-CAMBRIANA DO SUDESTE BRASILEIRO E A ESTRUTURAÇÃO REGIONALDaniel Ramos
 
Relatorio - Elementos de petrologia e mineralogia
Relatorio -  Elementos de petrologia e mineralogiaRelatorio -  Elementos de petrologia e mineralogia
Relatorio - Elementos de petrologia e mineralogiaClara Souza
 
formações Irati, Corumbataí, Botucatu e Marilia
formações Irati, Corumbataí, Botucatu e Mariliaformações Irati, Corumbataí, Botucatu e Marilia
formações Irati, Corumbataí, Botucatu e MariliaClara Souza
 
Estrutura geológica 2010
Estrutura geológica 2010Estrutura geológica 2010
Estrutura geológica 2010landipaula
 

Semelhante a Cráton são francisco 2011 (20)

Cap. ii
Cap. iiCap. ii
Cap. ii
 
Tokashiki saes-08
Tokashiki saes-08Tokashiki saes-08
Tokashiki saes-08
 
Capitulo geologia camposgerais
Capitulo geologia camposgeraisCapitulo geologia camposgerais
Capitulo geologia camposgerais
 
Gabarito exercícios 1
Gabarito exercícios 1Gabarito exercícios 1
Gabarito exercícios 1
 
relatório final-ricardo final-definitivo 2
relatório final-ricardo final-definitivo 2relatório final-ricardo final-definitivo 2
relatório final-ricardo final-definitivo 2
 
RELATÓRIO DE ATIVIDADE DE CAMPO DA DISCIPLINA DE ORIGEM E EVOLUÇÃO DE BACIAS ...
RELATÓRIO DE ATIVIDADE DE CAMPO DA DISCIPLINA DE ORIGEM E EVOLUÇÃO DE BACIAS ...RELATÓRIO DE ATIVIDADE DE CAMPO DA DISCIPLINA DE ORIGEM E EVOLUÇÃO DE BACIAS ...
RELATÓRIO DE ATIVIDADE DE CAMPO DA DISCIPLINA DE ORIGEM E EVOLUÇÃO DE BACIAS ...
 
Artigo
ArtigoArtigo
Artigo
 
Geo – geomorfologia do brasil 01 – 2013
Geo – geomorfologia do brasil 01 – 2013Geo – geomorfologia do brasil 01 – 2013
Geo – geomorfologia do brasil 01 – 2013
 
Estrutura geologica e relevo do brasil
Estrutura geologica e relevo do brasilEstrutura geologica e relevo do brasil
Estrutura geologica e relevo do brasil
 
Prof demetrio melo brasil estrutura geológica e relevo
Prof demetrio melo   brasil estrutura geológica e relevoProf demetrio melo   brasil estrutura geológica e relevo
Prof demetrio melo brasil estrutura geológica e relevo
 
Suíte Granítica Rio Pien: Um arco magmático do Proterozóico Superior na Micro...
Suíte Granítica Rio Pien: Um arco magmático do Proterozóico Superior na Micro...Suíte Granítica Rio Pien: Um arco magmático do Proterozóico Superior na Micro...
Suíte Granítica Rio Pien: Um arco magmático do Proterozóico Superior na Micro...
 
Estrutura geológica e Formação do relevo Brasileiro.
Estrutura geológica e Formação do relevo Brasileiro.Estrutura geológica e Formação do relevo Brasileiro.
Estrutura geológica e Formação do relevo Brasileiro.
 
Prof Demétrio Melo - Geografia TD Brasil: Estrutura Geológica, Relevo e Minerais
Prof Demétrio Melo - Geografia TD Brasil: Estrutura Geológica, Relevo e MineraisProf Demétrio Melo - Geografia TD Brasil: Estrutura Geológica, Relevo e Minerais
Prof Demétrio Melo - Geografia TD Brasil: Estrutura Geológica, Relevo e Minerais
 
geo regional.docx
geo regional.docxgeo regional.docx
geo regional.docx
 
A GRANDE COLISÃO PRÉ-CAMBRIANA DO SUDESTE BRASILEIRO E A ESTRUTURAÇÃO REGIONAL
A GRANDE COLISÃO PRÉ-CAMBRIANA DO SUDESTE BRASILEIRO E A ESTRUTURAÇÃO REGIONALA GRANDE COLISÃO PRÉ-CAMBRIANA DO SUDESTE BRASILEIRO E A ESTRUTURAÇÃO REGIONAL
A GRANDE COLISÃO PRÉ-CAMBRIANA DO SUDESTE BRASILEIRO E A ESTRUTURAÇÃO REGIONAL
 
Relatorio - Elementos de petrologia e mineralogia
Relatorio -  Elementos de petrologia e mineralogiaRelatorio -  Elementos de petrologia e mineralogia
Relatorio - Elementos de petrologia e mineralogia
 
Estruturas geologicas
Estruturas geologicasEstruturas geologicas
Estruturas geologicas
 
formações Irati, Corumbataí, Botucatu e Marilia
formações Irati, Corumbataí, Botucatu e Mariliaformações Irati, Corumbataí, Botucatu e Marilia
formações Irati, Corumbataí, Botucatu e Marilia
 
Estrutura geológica 2010
Estrutura geológica 2010Estrutura geológica 2010
Estrutura geológica 2010
 
Processo 15960 2014 eimcal
Processo 15960 2014 eimcalProcesso 15960 2014 eimcal
Processo 15960 2014 eimcal
 

Cráton são francisco 2011

  • 1. 26/09/2011 1 III - Geologia da região centro leste brasileira: O Cráton São Francisco Principais crátons delimitados no território brasileiro e sua expressão no relevo. Notar que sobre os grandes crátons estão as grandes bacias hidrográficas e as grandes sinéclises. Observar também que os grandes altos topográficos e estruturais correspondem às faixas orogênicas brasilianas. Mapa do relevo do Brasil elaborado por J.B.Françolin e subdivisão tectônica do Brasil baseada em Almeida et al. (1977)
  • 3. 26/09/2011 3  O Cráton do São Francisco (Almeida 1967, 1977) abrange principalmente os estados da Bahia e de Minas Gerais e é a mais bem exposta e estudada unidade tectônica do embasamento da plataforma sul-americana.  Os seus limites, segundo dados geológicos e geofísicos (Ussami 1993) são delineados pelos seguintes cinturões dobrados durante a orogênese Brasiliana: Faixa Riacho do Pontal Faixa Sergipana Faixa Araçuí – Extensão norte da Ribeira? Faixa Brasília Faixa Rio Preto O cráton é truncado por um rift abortado orientado segundo N-S no qual se depositaram os protólitos dos Supergrupos Espinhaço (Mesoproterozóico) e São Francisco (Neoproterozóico)
  • 4. 26/09/2011 4 BG. Bloco Gavião. BJ. Bloco Jequié; BS. Bloco Serrinha; OISC. Orógeno Itabuna-Salvador-Curaçá. Limites e as maiores unidades estruturais do Cráton do São Francisco. 1 - Embasamento Arqueano a Paleoproterozóico com seqüências de greenstones belts e o Grupo Jacobina (em preto) 2 - Coberturas Mesoproterozóicas do Supergrupo Espinhaço 3 - Coberturas Neoproterozóicas do Supergrupo São Francisco 4 - Coberturas Fanerozóicas 5. Limites do Cráton e 6. Cinturões de dobramentos Brasilianos Cráton São Francisco - Domínios tectônicos e principais estruturas da Província São Francisco
  • 5. 26/09/2011 5  PRINCIPAIS ROCHAS ARQUEANAS E PALOPROTEROZÓICAS  Os terrenos arqueanos e paleoproterozóicos que constituem o Cráton do São Francisco afloram em duas partes distintas.  A mais larga ocorre no norte e nordeste da Bahia;  ea menor, no sul, em Minas Gerais, na região do Quadrilátero Ferrífero.  PRINCIPAIS ROCHAS ARQUEANAS E PALOPROTEROZÓICAS  Na Bahia, diversas unidades podem ser definidas, as quais ocorrem em bandas imbricadas de direção geral N-S.  As mais importantes são o Bloco Gavião, a seqüência vulcanossedimentar Contendas- Mirante.  outras vizinhas, como:  Umburanas e Mundo Novo,  os antigos núcleos TTGs,  o Complexo Jequié,  o Cinturão Itabuna,  o Cinturão Salvador-Curaçá,  o Grupo Jacobina,  o Complexo Mairi,  o Núcleo Serrinha,  além dos Greenstone Belts do Rio Itapicuru e Capim (Barbosa & Dominguez 1996).
  • 6. 26/09/2011 6 Ambientes tectônicos dos Geenstones Belts do Cráton São Francisco Geologia da Porção norte do Cráton São Francisco
  • 7. 26/09/2011 7  Nos terrenos granulíticos da parte sul do Orógeno Itabuna-Salvador-Curaçá ocorrem seqüências magmáticas toleiíticas, calcio-alcalinas e shoshoníticas e, pela bipolaridade geoquímica, foi interpretada como uma zona de subdução com mergulho para oeste, relacionada a um arco magmático ou margem continental ativa.  O arco magmático ou a margem continental ativa colidiu com o Bloco de Jequié. A formação destes protólitos foi considerada do Paleoproterozóico, mas dados geocronológicos mais recentes mostram que, na grande maioria, eles são arqueanos.  Para a seqüência vulcanossedimentar Contendas-Mirante sugerem que um arco de ilha ou margem continental ativa poderia ter produzido suas associações toleiíticas e cálcio-alcalinas, além das rochas químico- clásticas.  Diversos episódios de acresção crustal foram identificados no embasamento desta seqüência que constitui parte do Bloco Gavião. Por exemplo, três episódios plutônicos foram bem datados, os dois primeiros, de associações TTGs, situam-se em 3.4 e 3.1 Ga e o terceiro, de granitos e granodioritos,ocorreu em torno de 2.7 Ga.
  • 8. 26/09/2011 8  No Bloco Serrinha, outros exemplos podem ser citados, a saber:  (i) colocação de diversos plútons em aproximadamente 2,8 e 3,1 Ga, que intrudiram crosta ainda mais antiga, com vestígios em zircões herdados de 3,6 Ga.  (ii) formação do Greenstone Belt do Rio Itapicuru com seqüências vulcânicas toleiíticas e cálcioalcalinas em torno de 2.2 e 2.0 Ga.  (iii) introdução de diversos plútons graníticos entre 2,25 e 2,07 Ga. O Núcleo Serrinha situa-se no extremo nordeste do Cráton. Forma uma estrutura oval (>21000 km2) e é composto por ortognaisses migmatizados arqueanos, seqüências vulcanossedimentares da fácies xisto verde (Greenstone Belts do Rio Itapicuru e do Capim) intrudidas por numerosos corpos de granitos Paleoproterozóicos, com assinatura geoquímica calcioalcalina normal, peraluminosa a metaluminosa, até alcalina, passando por tipos shoshoníticos. Fragmento Mairi
  • 9. 26/09/2011 9 O Complexo Jequié consiste de rochas plutônicas enderbíticas-charnockíticas e seqüências vulcanossedimentares, todas da fácies granulito. Mais a leste situa-se o Cinturão Itabuna cujo prolongamento norte é denominado de Cinturão Salvador-Curaçá, também denominado de Orógeno Itabuna- Salvador-Curaçá tem cerca de 800 km de comprimento se estendendo do sul ao norte da Bahia
  • 10. 26/09/2011 10 O Bloco Gavião, segmento da parte oeste do embasamento coberto, na sua parte norte, por coberturas do Meso e Neoproterozóico. Associação de ortognaisses, leptinitos e anfibolitos, de seqüências supracrustais, equilibradas na fácies xisto-verde (seqüência vulcanossedimentar ontendas- Mirante, Umburanas e Mundo Novo) além de associações tonalíticas, trondhjemíticas e granodioríticas da fácies anfibolito. exibem esporádica migmatização. Entre as rochas vizinhas cita-se o Complexo Mairi (Loureiro 1991) formado de bandas quartzofeldspáticas intercaladas com bandas de anfibolito e de rochas supracrustais. No Complexo Mairi a migmatização e granitos crustais do tipo “S” são abundantes (Leite 2002). Destaca-se ainda no Cráton do São Francisco, na Bahia O Grupo Jacobina, uma estrutura alinhada segundo N-S situada a norte do Contendas-Mirante. Ambas unidades, sempre associadas com plutonitos diversos, contém rochas vulcânicas com intercalações de sedimentos clásticos e químicos, todos da fácies xisto verde a anfibolito baixo e, quase sempre, com contraste metamórfico com as rochas vizinhas.
  • 11. 26/09/2011 11  RELAÇÕES ESTRUTURAIS E TECTOGÊNESE  Sem considerar os núcleos esparsos TTGs, com idades variando de 3,6 Ga e 3,4 – 3,1 Ga, os dados isotópicos e geocronológicos sugerem a existência de cinco episódios de geração e deformação de rochas do Cráton do São Francisco na Bahia, que podem ser agrupados em:  (i) em torno de 3,0 –2.9 Ga;  (ii) em torno de 2,7 – 2.6 Ga;  (iii) ao redor de 2,2 – 2,4 Ga (incluindo a Orogenia Transamazônica);  (iv) em aproximadamente 1,8 – 1,0 Ga (incluindo a Orogenia Espinhaço);  (v) em torno de 0,75 - 0,50 Ga (incluindo a Orogenia Brasiliana).  Do ponto de vista geotectônico, o Cráton do São Francisco pode ser descrito como um mosaico de unidades estruturais, gerado por sucessivos mecanismos tectônicos que podem ser expressos por acresções crustais e/ou colisões continentais do final do Paleoproterozóico.  Um bom exemplo de colisão continente/continente é o alinhamento de 500 km de comprimento, denominado de Lineamento Contendas-Jacobina. Na interface do mesmo ocorrem os segmentos do Bloco Gavião que foram soerguidos e que, após erosão, afloram no meio da seqüência vulcanossedimentar Contendas-Mirante. Aulacogêno Paramirim
  • 13. 26/09/2011 13  A bacia na qual se acumularam as rochas siliciclásticas do Supergrupo Espinhaço originou-se por volta de 1,7 Ga.  Neste rift seis seqüências deposicionais se acumularam:  Paraguaçu-Rio dos Remédios,  Tombador-Caboclo e Morro do Chapéu (Província Chapada Diamantina),  além das seqüências Borda Leste, Espinhaço e Gentio (Província do Espinhaço Setentrional).  O Bloco do Paramirim, situado entre as duas províncias, provavelmente atuou como alto no interior da bacia (Dominguez 1993).  Em torno de 1.0 Ga, importante glaciação afetou a maior parte do Cráton.  As geleiras se movimentaram de W para E na borda sudoeste do paleo-continente São Francisco e,  de NE para SW na Província da Chapada Diamantina.  A deglaciação resultou em importante subida do nível do mar que inundou a maior parte do Cráton implantou importantes plataformas carbonáticas  – as bacias do Grupo Bambuí do Supergrupo São Francisco.  Idades de 770-900 Ma são atribuídas aos sedimentos carbonáticos.
  • 14. 26/09/2011 14  No fim do Proterozóico, colisões nas margens do Cráton, as quais foram responsáveis pela formação dos Cinturões dobrados Brasilianos referidos, causaram inversão da bacia do Espinhaço- São Francisco.  A intensidade da deformação foi maior ao longo do eixo do rift, onde a litosfera havia sido afinada durante os episódios de subsidência anteriores.  Os sedimentos que se acumularam nas partes externas, sobre os blocos continentais mais espessos,  nas partes externas do rift, foram relativamente poupados da deformação (Dominguez 1993).  Durante a separação Brasil-África, no Cretáceo, teve origem a Bacia do Tucano como rift abortado.  Em continuação, extensa sedimentação plataformal tomou lugar durante o Fanerozóico.