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Revista Brasileira de Geociências 34(4):571-578, dezembro de 2004 
IDENTIFICAÇÃO DE LITOTIPOS NOS PERFIS DE POÇO DO CAMPO DE 
NAMORADO (BACIA DE CAMPOS, BRASIL) E DO LAGO MARACAIBO 
Abstract IDENTIFICATION OF LITHOTYPES IN WELL LOGS OF NAMORADO FIELD (CAMPOS BASIN, BRAZIL) AND 
MARACAIBO LAKE (VENEZUELA) APPLYING MULTIVARIED STATISTICS The identification of lithotypes along a borehole 
is one of the most important contributions of borehole geophysics to geological studies inside the petroleum industry. However, it is 
a difficult task, because the measurements performed in the well express the changes of the physical properties and, not necessarily, 
the lithological variations. This work shows a methodology based on discriminant analysis technique for the identification of 
lithotypes in well logs, by means of the association between the physical property variations and the lithological types in depth. The 
geophysical logs applied for the evaluation of this methodology were gamma ray (GR), sonic (DT), neutronic porosity (PHIN), 
density (RHOB) and resistivity (ILD). In this form, we tested this scheme in two wells of Namorado Field (Campos Basin, Brazil) 
and another two of Maracaibo Lake (Venezuela). The obtained results are interesting in the sense of the automatic identification of 
lithotypes using well logs. Thus, the optained results allow to observe an excellent agreement between the well log interpretations or 
the geological column descriptions of the well and the lithological types identified by the method. 
Keywords: discriminant analysis, geophysical logging, Campos Basin, Maracaibo Lake. 
Resumo A identificação de litotipos ao longo de um poço é uma das contribuições mais importantes da geofísica aos estudos 
geológicos dentro da indústria de petróleo. Entretanto, é uma das tarefas mais difíceis, porque as medidas executadas no poço 
expressam as mudanças das propriedades físicas e, não necessariamente, as variações litológicas. Este trabalho mostra uma metodologia 
baseada na técnica da análise discriminante para a identificação de litotipos nos perfis de poços, onde procuramos a associação entre 
as variações das propriedades físicas e os tipos litológicos em profundidade. Os perfis geofísicos utilizados para a avaliação desta 
metodologia são raios gama (GR), sônico (DT), porosidade neutrônica (PHIN), densidade (RHOB) e resistividade (ILD). Desta forma, 
testamos o esquema desenvolvido em dois poços do Campo de Namorado (Bacia de Campos, Brasil) e em outros dois do Lago 
Maracaibo (Venezuela). Os resultados obtidos são interessantes no sentido da identificação automática de litotipos usando perfis de 
poço. Assim, os resultados obtidos permite um excelente acordo entre as interpretações dos perfis ou as colunas estratigráficas dos 
poços e os tipos litológicos identificados pelo método. 
Palavras-chave: análise discriminante, geofísica de poço, Bacia de Campos, Lago Maracaibo. 
INTRODUÇÃO Atualmente, muitos estudos mostram uma boa 
aplicabilidade das técnicas da análise estatística multivariada no 
processamento e interpretação de dados geofísicos (Couto 1994). 
No caso da geofísica de poço, uma das aplicações freqüentemente 
apresentada trata da identificação e da separação das eletrofácies 
e a sua associação às diversos litotipos atravessados pelo poço. 
Outros estudos, onde também se têm aplicado a estatística 
multivariada com sucesso, se referem a problemas da engenharia 
de reservatório (Nitters et al. 1995). 
Neste trabalho apresenta-se a aplicação da análise 
discriminante a dados de perfis geofísicos de dois poços do Campo 
de Namorado na Bacia de Campos, localizado na costa norte do 
Rio de Janeiro (Fig. 1), e, seguidamente, nossa metodologia foi 
também aplicada aos perfis de dois poços do Lago Maracaibo, no 
oeste da República de Venezuela (Fig. 2). 
A Bacia de Campos possui destacada importância econômica, 
uma vez que é responsável por mais 75% da produção brasileira 
de petróleo e 80% das reservas brasileiras exploráveis (Guardado 
et al. 2000). Como outras bacias da costa leste brasileira, a Bacia 
Revista Brasileira de Geociências, Volume 34, 2004 
Roosevelt Tavares Flexa et al. 
571 
(VENEZUELA) APLICANDO ESTATÍSTICA MULTIVARIADA 
ROOSEVELT TAVARES FLEXA1, ANDRÉ ANDRADE2 & ABEL CARRASQUILLA1 
1 - Laboratório de Engenharia e Exploração de Petróleo, CCT, UENF, Rod. Amaral Peixoto Km 163, Av. Brenand S/N, CEP 27925-031, Macaé – RJ – 
Brasil, email: rtflexa@lenep.uenf.br, abel@lenep.uenf.br 
2 - Departamento de Geofísica, CG, Universidade Federal do Pará, Campus Universitário do Guamá, Rua Augusto Corrêa, 01, CEP 66075-110, Belém – PA 
– Brasil email: aandrade@ufpa.br 
de Campos é uma típica bacia de margem divergente, tendo sua 
origem relacionada ao rompimento do supercontinente Gondwana 
e à conseqüente formação do Oceano Atlântico. Nesta bacia, a 
interligação das rochas geradoras e das rochas reservatórios pós-evaporíticas 
está relacionada à tectônica profunda associada à 
fase rift e à movimentação adiastrófica associada à halocinese. A 
migração do hidrocarboneto é facilitada pela criação de “janelas” 
nos evaporitos. As principais rochas geradoras da Bacia de 
Campos estão na Formação Lagoa Feia, quanto que, suas principais 
acumulações de hidrocarbonetos acontecem nos basaltos da 
Formação Cabiúnas, nas coquinas da Formação Lagoa Feia, nos 
carbonatos porosos da Formação Macaé e nos arenitos turbidíticos 
da Formação Campos, sendo estes últimos os maiores reservatórios 
de petróleo da Bacia de Campos (Dias et al. 1990). O Membro 
Outeiro da Formação Macaé reúne, além de calcilutito creme, marga 
cinza-clara e folhelhos cinza, arenitos turbiditos informalmente 
conhecidos como arenitos Namorado, que por vezes ocorrem em 
camadas isoladas ou confinados em calhas deposicionais (Fig. 3), 
as quais subsidiram diferencialmente em resposta à halocinese
Identificação da litologia nos perfis de poço do campo de Namorado (Bacia de Campos, Brasil) e do lago Maracaibo (Venezuela) 
aplicando estatística multivariada 
Figura 1 – Mapa de Localização da Bacia de Campos no 
Estado do Rio de Janeiro, Brasil. 
FM. CAMPOS 
FM. MACAÉ 
CARBONATOS DE 
ÁGUA RASA 
MARGAS e 
CALCILUTITOS 
ARENITO 
FOLHELHO 
POÇO PRODUTOR POÇO SECO 
Figura 3 – Arenitos Namorado pertencente ao Membro Outeiro 
da Formação Macaé. 
Maracaibo 
San Cristóbal 
10° 
    Lago 
Maracaibo 
Coro 
Rio Cojedes 
MAR do CARIBE 
Barquisimeto Valencia 
Caracas 
Guanare 
Ilha de 
Margarita 
Cumaná 
Rio Orinoco 
Ciudad Bolivar 
Rio Caura 
Rio Paragua 
Puerto Ayacucho 
Rio Apure 
Rio Arauca 
COLÔMBIA 
COLÔMBIA VENEZUELA 
Trinidad e 
Tobago 
Tucupita 
Ciudad 
Guayana 
Ilha 
Mariusa 
BRASIL 
Rio Caroni 
Platanal Rio Orinoco 
5° 
68° 64° 
Figura 2 – Mapa de Localização do Lago Maracaibo no oeste 
da República da Venezuela. 
(Rangel et al. 1994). 
Nos últimos anos, foram disponibilizados, pela ANP (Agência 
Nacional de Petróleo), dados referentes ao Campo de Namorado. 
Assim, os dados de perfis de poço e os da análise seqüencial de 
testemunho deste campo foram utilizados no desenvolvimento 
deste trabalho. 
Por outro lado, no caso do Lago Maracaibo, a evolução 
geológica desta bacia apresenta características relevantes para o 
desenvolvimento de sistemas petrolíferos, incluindo a sua tectônica 
e a sua sedimentação do Holoceno. Entre as formações geológicas 
presentes, a Lagunillas ganha destaque, a qual se originou no 
baixo-meio Mioceno e consiste de arenito, folhelho e carvão, 
depositados em ambientes deltaico e fluvial (Talukdar & Marcano 
1994). No caso desta bacia, os dados de perfis de poço e suas 
respectivas interpretações foram também incluídos no 
desenvolvimento deste trabalho. 
MÉTODOS Existem diversas técnicas da estatística multivariada, 
que podem ser aplicadas na solução de uma enorme variedade de 
problemas, nas várias áreas do conhecimento, como na geofísica, 
geoquímica, geografia, estatística e outras. Uma destas técnicas é 
a análise discriminante, que tem grande eficiência na solução de 
determinados problemas geofísicos, quando não se dispõe de 
amostras de rochas (Serra & Abbot 1989). 
A análise discriminante é utilizada nos casos em que se deseja 
realizar a separação estatística entre dois ou mais grupos de dados, 
que devem ser definidos previamente pela caracterização de suas 
variáveis discriminantes. Essas variáveis são combinadas 
linearmente para que seja acentuada a diferença entre os grupos, 
gerando, assim, os coeficientes empregados na solução da função 
discriminante, resultando, portanto, em apenas um único índice 
discriminante, que representa a posição da amostra ao longo da 
reta definida pela função discriminante (Bucheb 1991). 
A técnica da análise discriminante consiste em encontrar uma 
transformação linear que resulte na razão de mínima diferença entre 
um par de grupos com médias multivariadas e uma variância 
multivariada dentro de cada par de grupos. Considerando-se o 
caso de dois grupos, como consistindo de dois conjuntos em um 
espaço multivariado, deve-se buscar uma orientação junto a qual 
ambos conjuntos tenham a maior separação, enquanto, 
simultaneamente, cada conjunto tenha uma mínima variação. Isto 
é mostrado ilustrativamente para o caso bidimensional (bivariado), 
na figura 4. Como observa-se na figura, uma separação entre os 
grupos A e B não pode ser obtida usando as variáveis X1 e X2. No 
entanto, é possível encontrar uma nova orientação junto a qual os 
dois conjuntos são separados o máximo possível e tendo uma 
mínima variação em cada grupo (Flexa 2001). 
Assim, a análise discriminante tenta pesar e combinar 
linearmente as variáveis discriminantes, de modo a maximizar as 
572 Revista Brasileira de Geociências, Volume 34, 2004
R =l1y1 +l2y 2 +...+lmy m 
R k k 
Revista Brasileira de Geociências, Volume 34, 2004 
Roosevelt Tavares Flexa et al. 
_) e a média do 
a b å å 
= = = - = - 1 1 
Aij 
ù 
é 
ù 
ú ú ú ú ú ú ú ú 
é 
ù 
ú ú ú ú ú ú ú ú 
B 
1 
B 
A 
1 
A 
d 
1 
d 
. 
. 
. 
. 
. 
. 
n ij ik 
jk ij ik n 
n ij ik 
jk ij ik n 
+ 
SCA SCB 
C n n 
j j 
_). Estes valores (RA e RB) definem os 
573 
Figura 4 – Representação da função discriminante aplicada a 
um exemplo de distribuição bivariada (modificado de Davis 
1973). 
diferenças estatísticas entre os diversos grupos. As funções que 
discriminam os grupos entre si denominam-se função discriminante, 
e são matematicamente definidas na forma: 
(1) 
ou 
(2) 
onde R é o índice discriminante da função, são os coeficientes 
da função discriminante e os valores da k-ésima variável de um 
determinado objeto, com: 
1 < k < m (3) 
em que m é o número de variáveis utilizado na análise. 
Um método que pode ser usado para encontrar os coeficientes 
da função discriminante, segundo Davis (1973), de modo que a 
probabilidade de classificar erroneamente um novo elemento em 
qualquer um dos grupos seja mínima, é usar a regressão múltipla 
onde a variável dependente consiste na diferença das médias 
multivariadas de dois grupos. Isto se traduz por uma equação 
matricial dada por: 
(4) 
na qual é uma matriz m x m, denominada de matriz das 
variâncias e covariâncias combinadas de m variáveis. O vetor 
coluna é o vetor formado pelos coeficientes da função 
discriminante, e o vetor coluna , representa um vetor formado 
pelas diferenças entre as médias dos dois grupos. 
A equação (2) pode ser resolvida usando os conceitos da 
inversão e multiplicação de matrizes. Assim: 
(5) 
considerando que exista e como 
onde é a matriz identidade, temos: 
(6) 
ou, 
(7) 
pois . 
Para calcular os coeficientes da função discriminante devemos 
determinar as entradas na equação matricial na Equação (4). O 
vetor coluna pode ser, simplesmente, encontrado por: 
(8) 
Nesta notação, é i-ésima observação da variável j no grupo 
A; é a média da variável j no grupo . Essas mesmas convenções 
são aplicadas ao grupo B. Portanto, as médias multivariadas dos 
grupos A e B podem ser consideradas como formando dois vetores, 
da seguinte forma compacta, 
(9) 
ou, na forma expandida, 
(10) 
é 
Para construir a matriz das variâncias e covariâncias 
combinadas, devemos calcular uma matriz das somas dos 
quadrados e os produtos cruzados de todas as variáveis no grupo 
A (SCA) e uma matriz semelhante para a grupo B (SCB). 
Consideremos, por exemplo, o grupo A: 
(11) 
onde Aij representa a i-ésima observação da variável j no grupo A, 
e Aik representa a i-ésima observação da variável k no mesmo 
grupo. Naturalmente, esta quantidade será a soma dos quadrados 
da variável k quando j = k. Semelhantemente, uma matriz de so-mas 
dos quadrados e produtos cruzados pode ser encontrada 
para o grupo B, ou seja, 
(12) 
A matriz das variâncias e covariâncias pode agora ser calcula-da 
como: 
(13) 
Desta forma, temos todas os termos de entradas necessários 
para resolver a Equação (4), obtendo-se os ’s , que são os coe-ficientes 
de entrada na equação da função discriminante (1). Com 
o conjunto de ’s podemos substitui-los na Equação (1), para 
formarmos a equação discriminante, ou seja, montar a equação 
linear, que produzirá um único número, o índice discriminante. 
A substituição do ponto médio entre os dois grupos na Equa-ção 
(1), produzirá o índice discriminante R0 , isto é, para cada valor 
de j na equação (1) inserimos os termos: 
(14) 
Assim obtemos: 
(15) 
A seguir, podemos substituir a média multivariada do grupo 
na Equação (1) para obter RA (isto é, fazendo j 
j 
= A 
grupo B para obter RB ( j 
j 
= B 
centros dos dois grupos originais ao longo da função 
discriminante. 
Para o grupo A: 
(16) 
å= 
= 
m 
k 
1 
l y 
lk 
y k 
[SC2 ].[l ]= [d] 
[ ] 2C 
S 
[l] 
[d ] 
[S C ] . [S C ]. [ ] [S C ] . [d ] 
2 -1 2 2 -1 l = 
[ ]-1 
SC [ ] [ ] [ ] S C S C = I m 2 - 1 2 . 
Im 
[I m ]. [ ] [SC ] . [d ] 
l = 
2 -1 [ l ] = 
[SC 2 ] -1 .[d ] 
[I m ]. [l ] = [l ] 
[d ] 
b 
n 
i 
ij 
a 
n 
i 
ij 
j j j n 
B 
n 
A 
d A B 
A j 
[d ]= [A ]- [B ] 
ú ú ú ú ú ú ú ú 
û 
ê ê ê ê ê ê ê ê 
ë 
- 
û 
ê ê ê ê ê ê ê ê 
ë 
= 
û 
ê ê ê ê ê ê ê ê 
ë 
m A 
m Bm 
d 
. 
. 
. 
2 
2 
2 
( ) 
a 
n 
i 
n 
i 
i 
A A 
SCA A A 
a a 
a å å 
å = = 
= 
= - 1 1 
1 
. 
( ) 
b 
n 
i 
n 
i 
i 
B B 
SCB B B 
b b 
b å å 
å = = 
= 
= - 1 1 
1 
. 
[ ] [ ] [ ] 
2 
2 
+ - 
= 
a b 
S 
2 
j 
A + B 
y = 
R0 = l1y 1 + l 2 y 2 + ... + l m y m 
R A = l1 A1 + l 2 A2 + ... + l m Am 
FUNÇÃO DISCRIMINANTE 
GRUPO B 
GRUPO A 
A B 
Ra Ro 
Rb 
B A 
A B 
X2 
X1
Identificação da litologia nos perfis de poço do campo de Namorado (Bacia de Campos, Brasil) e do lago Maracaibo (Venezuela) 
aplicando estatística multivariada 
e para o grupo B: 
(17) 
R B = l 1 B1 + l 2 B 2 + ... + l m B m 
Podemos calcular a distância entre as duas médias 
multivariadas pela simples subtração de R- R. Isto é equivalente 
A Ba substituição do vetor de diferenças entre os dois grupos na 
equação da função discriminante, tomando = d. Assim, 
j j 
2 
D = 
d + d + + 
d (18) 
1 1 2 2 
... m m 
Esta medida de distância é denominada de distância de 
Mahalanobis ou distância generalizada D2, a qual é a separação 
entre as duas médias multivariadas expressas em unidade de 
variância combinada. 
Podemos concluir que, se as médias dos grupos A e B forem 
próximas, será difícil distinguí-los, especialmente se ambos pos-suírem 
altos valores de variâncias. Por outro lado, se a diferença 
entre as duas médias for expressiva e as suas variâncias peque-nas, 
a discriminação entre os dois conjuntos será mais efetiva. 
A distância de Mahalanobis ajuda no cálculo da contribuição 
relativa de cada variável j e é dada na forma: 
(19) 
.100 % 
d 
l 
= 
e j j 
j 
D 2 
em que dj é a diferença entre as j-ésimas médias dos dois grupos. 
No nosso trabalho fazemos uso do método descrito para a 
identificação de litotipos nos perfis de poço, sem sua completa 
interpretação. Desta forma, buscou-se fazer a associação das va-riações 
das propriedades físicas dos litotipos em profundidade, 
com o emprego de dados de entrada de curvas de perfis geofísicos, 
como raios gama (GR), tempo de trânsito (DT), porosidade 
neutrônica (PHIN), densidade (RHOP) e resistividade (ILD), os 
quais são mostrados na figura 5, para o Poço NA04 do Campo de 
Namorado, e, na figura 6, para o Poço 1112 do Lago Maracaibo. 
A análise discriminante, na forma adotada neste trabalho, trata 
apenas com distribuições bivariadas. Desta forma, baseados nos 
princípios teóricos da análise discriminante desenvolvido por Davis 
(1973), desenvolveu-se um programa capaz de discriminar dois 
litotipos previamente definidos. Em que pese a existência de um 
grande número de variáveis envolvidas, optou-se pelo 
desmembramento da interpretação estatística dos perfis geofísicos 
em dois problemas bivariados, para o caso dos dados do Campo 
RESISTIVIDADE 
POROSIDADE NEUTRÔNICA 
2980 
3000 
3020 
3040 
3060 
3080 
3100 
3120 
3140 
3160 
0 2 g/cm3 
0 20% 40% 0 10 
VARIÁVEIS DISCRIMINANTES 
(FOLHELHO) 
PROFUNDIDADE (M) 
2980 
3000 
3020 
3040 
3060 
3080 
3100 
3120 
3140 
3160 
RAIO GAMA 
200 (UAPI) 
0 100 
VARIÁVEIS DISCRIMINANTES 
(ARENITO) 
2980 
3000 
3020 
3040 
3060 
3080 
3100 
3120 
3140 
3160 
2980 
3000 
3020 
3040 
3060 
3080 
3100 
3120 
3140 
3160 
DENSIDADE 
10 2 
2.5 3 
VARIÁVEIS DISCRIMINANTES 
(CARBONATO) 
Figura 5 – Perfis utilizados na escolha das variáveis 
discriminantes para o Poço NA02 do Campo de Namorado. 
de Namorado, e de somente um, no caso dos dados do Lago 
Maracaibo. O primeiro trata da identificação dos tipos litológicos 
ou separação entre selantes (folhelhos) e reservatórios (arenitos/ 
carbonatos). E o segundo problema, já com a identificação dos 
reservatórios, aplicou-se somente a estes a análise discriminante 
para a identificação entre os tipos litológicos, ou seja, separação 
entre arenitos e carbonatos. No caso do Lago Maracaibo, esta 
última etapa não se aplica, devido à ausência de carbonatos na 
coluna geológica. 
A partir de perfis considerados sensíveis ao litotipo, foram 
construídos bancos de dados, dos quais selecionou-se conjun-tos 
de variáveis discriminantes representativas dos padrões que 
diferenciam litotipos. O primeiro banco de dados, sensível ao 
litotipo, foi utilizado para identificar os tipos litológicos selantes 
(folhelhos) e reservatórios (arenitos/carbonatos). Esse foi útil no 
caso dos dois campos de petróleo analisados. O outro banco de 
dados, utilizado somente no Campo de Namorado, também sensí-vel 
ao litotipo, foi utilizado para identificar arenitos ou carbonatos. 
É importante enfatizar que, quanto mais discrepantes forem os 
valores das variáveis discriminantes destes grupos, maior a chance 
de sucesso da discriminação. 
Na aplicação da análise discriminante adotou-se como refe-rência 
os Poços NA02 do Campo de Namorado e 1112 do Lago 
Maracaibo. Sobre os perfis desses poços são interpretados e 
construídos os bancos de dados que constituirão as funções 
discriminantes. Considerando a ausência de importantes efeitos 
diagenéticos, pode-se aplicar estas funções discriminantes aos 
poços vizinhos, por exemplo, o Poço NA04 do Campo de Namora-do 
e o Poço 991 do Lago Maracaibo. Deste modo, estende-se a 
interpretação realizada no poço de referência ao longo de todo o 
campo petrolífero e, conseqüentemente, a identificação dos tipos 
litológicos em profundidade. 
RESULTADOS A partir da interpretação realizada nos poços de 
referência, obteve-se funções discriminantes para cada um dos 
problemas bivariados. Apresentam-se aqui as verificações e as 
validações das funções discriminantes no poço de referência e em 
um poço vizinho de cada bacia estudada. 
RAIO GAMA POROSIDADE NEUTRÔNICA RESISTIVIDADE DENSIDADE 
3180 
3190 
3200 
3210 
3220 
3230 
3240 
3250 
3260 
3270 
3180 
3190 
3200 
3210 
3220 
3230 
3240 
3250 
3260 
3270 
3180 
3190 
3200 
3210 
3220 
3230 
3240 
3250 
3260 
3270 
3180 
3190 
3200 
3210 
3220 
3230 
3240 
3250 
3260 
3270 
PROFUNDIDADE (M) 
0 100 200 (UAPI) 0 25% 50% 0 10 10 2 2.5 3 g/cm 2 4 3 
Variáveis Discriminantes 
(Arenito) 
Variáveis Discriminantes 
(Folhelho) 
Figura 6 – Perfis utilizados na escolha das variáveis 
discriminantes para o Poço 1112 do Lago Maracaibo. 
574 Revista Brasileira de Geociências, Volume 34, 2004
Revista Brasileira de Geociências, Volume 34, 2004 
Roosevelt Tavares Flexa et al. 
Tabela 1 – Coeficientes da função discriminante utilizada para 
a identificação dos selantes e reservatórios do Campo de 
Namorado, Bacia de Campos, Brasil. 
575 
A função discriminante, obtida para a identificação dos tipos 
litológicos nos dois poços de referência, são mostradas nas Tabe-las 
1 e 2 (Campo de Namorado e Lago Maracaibo, respectivamen-te), 
por meio de seus coeficientes discriminantes para cada tipo de 
perfil utilizado. Apresentam-se ainda, nessas tabelas, os índices 
discriminantes, onde R0 representa a separação entre os dois 
litotipos, RA é o índice discriminante característico dos reservató-rios 
(arenitos/carbonatos) e RB é o índice discriminante caracterís-tico 
dos selantes (folhelhos). 
O critério de classificação adotado é baseado na posição do 
índice discriminante médio (R0). Calculado o índice discriminante 
para cada profundidade, este é comparado com o índice 
discriminante médio. Para cada índice discriminante maior que R0, 
assume-se o litotipo nessa profundidade como um elemento do 
grupo dos reservatórios. Para os outros índices menores que R0 
assume-se ao litotipo nessa profundidade como elemento do gru-po 
dos selantes (Fig. 7 para o Campo de Namorado e Fig. 8 para o 
Lago Maracaibo). 
A função discriminante, obtida para a identificação dos tipos 
litológicos nos poços de referência, especificamente aplicada nos 
trechos de perfil previamente classificados como reservatórios, 
são mostradas na Tabela 3 (Campo de Namorado) através dos 
seus coeficientes discriminantes para cada tipo de perfil utilizado. 
Nessa mesma tabela, mostram-se ainda os índices discriminantes, 
onde R0 representa a separação entre os dois litotipos, RA é o 
índice discriminante característico dos arenitos e RB é o índice 
discriminante característico dos carbonatos. O critério de classifi-cação 
é o mesmo adotado na classificação anterior a partir do 
índice discriminante R0. 
No caso do Campo de Namorado, os resultados da aplicação 
das funções discriminantes com os coeficientes definidos nas 
Tabelas 1 e 3 para o poço de referência, podem ser visualizados na 
figura 9A, onde é mostrada a identificação dos tipos litológicos 
Coeficiente discriminante Índice discriminante (x 102) 
GR DT fN ILD R0 RA RB 
-37,4 8,4 -52,5 0,01 -23,9 -41,0 -32,4 
Tabela 2 – Coeficientes da função discriminante utilizada para 
a identificação dos selantes e reservatórios do Lago Maracaibo, 
Venezuela. 
Coeficiente discriminante Índice discriminante (x 102) 
GR rb fN ILD R0 RA RB 
-217,6 124,3 -16431,4 -0,3 -212,2 -667,2 -357,2 
2980 
3000 
3020 
3040 
3060 
3100 
3120 
3140 
3160 
SELANTE RESERVATÓRIO 
R0 
Figura 8 – Exemplo do processo discriminatório dos limites entre 
selantes e reservatórios no Poço 1112 do Lago Maracaibo. 
Figura 7 – Exemplo do processo discriminatório dos limites entre 
selantes e reservatórios no Poço NA02 do Campo de Namorado. 
em profundidade auxiliada com a apresentação do perfil de raios 
gama. Observa-se uma boa equivalência entre a interpretação do 
perfil e a identificação dos tipos litológicos resultantes do proces-so 
discriminatório. Na figura 9B, mostra-se um detalhe de um tre-cho 
discriminado do poço de referência, que pode ser comparado 
com a análise seqüencial de testemunho (Fig. 9C). A metodologia 
da interpretação do poço de referência (NA02) pode ser estendida 
a outro poço vizinho (NA04), a fim de se verificar a eficiência do 
método na identificação de litotipos no mesmo campo. Os resulta-dos 
da aplicação das funções discriminantes com os coeficientes 
definidos nas Tabelas 1 e 3 constam da figura 10A, onde mostra-se 
a identificação dos tipos litológicos em profundidade auxiliado 
com a apresentação do perfil de raios gama. Ao igual que os ou-tros 
casos apresentados, observa-se excelente correspondência 
entre a interpretação do perfil com a identificação dos tipos 
RA - ÍNDICE DISCRIMINANTE MÉDIO DOS RESERVATÓRIOS 
RB - ÍNDICE DISCRIMINANTE MÉDIO DOS SELANTES 
R0 - ÍNDICE DISCRIMINANTE MÉDIO ENTRE OS DOIS GRUPOS 
PROFUNDIDADE (M) 
RB 
-5000 
-4000 -3000 
RA 
3080 
-2000 -1000
Identificação da litologia nos perfis de poço do campo de Namorado (Bacia de Campos, Brasil) e do lago Maracaibo (Venezuela) 
aplicando estatística multivariada 
litológicos. A figura 10B mostra o detalhe de um trecho discrimina-do 
do poço NA04, que pode ser comparado com a análise 
seqüencial de testemunho (Fig. 10C). Observa-se na figura 10B 
que vários trechos foram discriminados como carbonatos, possi-velmente 
influenciados pelo alto teor de CaCO3 das margas exis-tentes 
nestes trechos, conforme mostrado na análise seqüencial 
de testemunho na figura 10C. 
Por outro lado, no caso do Lago Maracaibo, os resultados da 
aplicação das funções discriminantes com os coeficientes defini-dos 
na Tabela 2 para o poço de referência, constam da figura 11A, 
onde é mostrada a identificação dos litotipos em profundidade 
auxiliada pelo perfil de raios gama. Observa-se também uma boa 
concordância entre a interpretação do perfil e a identificação dos 
tipos litológicos resultantes do processo discriminatório, feita por 
Bryant et al. (1998). A metodologia da interpretação do poço de 
referência (1112) foi estendida a outro poço vizinho (991), a fim de 
se verificar a eficiência do método na identificação de tipos 
litológicos no mesmo campo. Os resultados da aplicação das fun-ções 
discriminantes com os coeficientes definidos na Tabela 2 
Tabela 3 – Coeficientes da função discriminante utilizado para 
a identificação dos arenitos e carbonatos do Campo de 
Namorado, Bacia de Campos, Brasil. 
Coeficiente discriminante Índice discriminante (x 102) 
GR DT fN rb R0 RA RB 
28,1 -8,4 -6,4 -7465,5 -14,0 -17,2 -15,6 
podem ser visualizados na figura 11B, onde mostra-se a identifica-ção 
dos tipos litológicos em profundidade auxiliado com a apre-sentação 
do perfil de raios gama. Observa-se excelente concor-dância 
entre a interpretação do perfil com a identificação dos tipos 
litológicos, também realizada por Bryant et al. (1998). 
CONCLUSÕES Deve ser ressaltado que aos perfis geofísicos 
utilizados neste trabalho não se aplicou qualquer pré-processamento, 
mantendo-se os dados originais. Observa-se, tam-bém, 
que com a utilização das curvas dos perfis pré-processados 
e da análise discriminante associada a outros métodos da estatís-tica 
multivariada, como análise de agrupamento, componente prin-cipal 
e outros, poder-se-ia ter uma melhoria no processo 
discriminatório. 
Por outro lado, a utilização da análise discriminante aplicada 
na identificação de litotipo nos perfis de poço apresentou desem-penho 
satisfatório. Os resultados obtidos foram coerentes com a 
interpretação dos perfis e com os resultados da análise seqüencial 
de testemunho realizada pela PETROBRAS nos Poços NA02 e 
NA04 do Campo de Namorado. O mesmo pode-se concluir dos 
Poços 1112 e 991 do Lago Maracaibo. 
Contudo, ressalta-se que mesmo tendo obtido bons resulta-dos 
na utilização da análise discriminante no caso bivariado para 
ambos os casos, faz-se necessário implementar programas de aná-lise 
discriminante para o caso multivariado, capazes de realizar 
discriminações entre mais de dois grupos, por exemplo, selantes 
com reservatórios, e dentre destes, diferentes tipos de reservatóri-os 
como carbonatos, arenitos, coquinas, basaltos fraturados, 
turbiditos, etc. 
DISCRIMINAÇÃO LITOLÓGICA DETALHE DA DISCRIMINAÇÃO ANÁLISE SEQÜENCIAL DE TESTEMUNHO 
0 100 200 (UAPI) 0 100 200 (UAPI) 0 100 200 (UAPI) 
2980 
3000 
3020 
3040 
PROFUNDIDADE (M) 
3060 
3080 
3100 
3120 
3140 
3160 
3015 
3020 
3025 
3030 
3035 
3040 
3045 
3050 
3015 
3020 
3025 
3030 
3035 
3040 
3045 
3050 
PROFUNDIDADE (M) 
3055 3055 
PROFUNDIDADE (M) 
16 - INTERLAMINADO SILTITO/ 
FOLHELHO DEFORMADO 
14 - FOLHELHO RADIOATIVO 
12 - SILTITO ARGILOSO 
ESTRATIFICADO 
15 - INTERLAMINADO ARENOSO 
BIOTURBADO 
9 - ARENITO MÉDIO CIMENTADO 
21 - ARENITO CIMENTADO COM 
DEFORMAÇÃO 
8 - ARENITO MÉDIO GRADADO 
10 - ARENITO/FOLHELHO 
INTERESTRATIFICADOS 
16 
14 
16 
12 
15 
10 
21 
15 
9 
15 
15 
21 
8 
9 
8 
A B C 
ARENITO 
FOLHELHO 
CARBONATO 
NÃO DISCRIMINADO 
Figura 9 – Poço NA02 do Campo de Namorado. A – Resultado da discriminação litológica, B – Detalhe de um trecho discriminado, 
C – Análise seqüencial de testemunho. 
576 Revista Brasileira de Geociências, Volume 34, 2004
Agradecimentos À UENF e ao CNPq, pela bolsa de doutorado 
e produtividade aos autores, a Alfredo Carrasco e Sandra 
PROFUNDIDADE (M) 
PROFUNDIDADE (M) 
Matsumura pela revisão do texto e aos revisores da RBG pelas 
sugestões ao manuscrito. 
3030 
3040 
3050 
3060 
3070 
3080 
3090 
3100 
13 8 
13 
13 8 
Figura 10 – Poço NA04 do Campo de Namorado. A – Resultado da discriminação litológica, B – Detalhe de um trecho discriminado, 
C – Análise seqüencial de testemunho. 
DISCRIMINAÇÃO LITOLÓGICA 
PERFIL 
LITOLÓGICO DISCRIMINAÇÃO LITOLÓGICA 
0 100 200 (UAPI) 0 100 200 (UAPI) 
3180 
3190 
3200 
3210 
3220 
3230 
3240 
3250 
3260 
3270 
PROFUNDIDADE (M) 
ARENITO FOLHELHO ARENITO FOLHELHO 
A B 
Revista Brasileira de Geociências, Volume 34, 2004 
Roosevelt Tavares Flexa et al. 
577 
DISCRIMINAÇÃO LITOLÓGICA DETALHE DA DISCRIMINAÇÃO ANÁLISE SEQÜENCIAL DE TESTEMUNHO 
0 100 200 (UAPI) 0 100 200 (UAPI) 0 100 200 (UAPI) 
8 - ARENITO MÉDIO GRADADO 
13 - INTERLAMINADO SILTITO 
ARGILOSO E MARGA 
17 - MARGA BIOTURBADA 
35/50% DE CaCO3 
11 - ARENITO/FOLHELHO 
FINAMENTE INTERESTRAT. 
10 - ARENITO/FOLHELHO 
INTERESTRATIFICADO 
9 - ARENITO CIMENTADO 
6 - ARENITO GROSSO 
AMALGAMADO 
21 - ARENITO CIMENTADO COM 
DEFORMAÇÃO 
2950 
3000 
3050 
3100 
3150 
PROFUNDIDADE (M) 
3030 
3040 
3050 
3060 
3070 
3080 
3090 
3100 
3110 3110 
8 
8 
13 
13 
17 
13 
13 
8 
10 
8 
6 
9 
21 
21 
8 21 
A B C 
ARENITO 
FOLHELHO 
CARBONATO 
NÃO DISCRIMINADO 
PERFIL 
LITOLÓGICO 
PROFUNDIDADE (M) 
3200 
3210 
3220 
3230 
3240 
3250 
3260 
3270 
3280 
Figura 11 – Resultados da discriminação litológica e análise seqüencial de testemunho feito por Bryant et al. (1998) para os Poços 
1112 e 991 do Lago Maracaibo.
Identificação da litologia nos perfis de poço do campo de Namorado (Bacia de Campos, Brasil) e do lago Maracaibo (Venezuela) 
aplicando estatística multivariada 
Referências 
Bryant I.D., Baygün B., Herron M.M., Matteson A., Ramamoorthy R., 
Stewart L., Ttariq S.M., Coll C., Córdova P., Villarroel H.G., 
Hernández L., Jimenez Z., León K., Rondón L. 1998. Integration of 
old and new measurements to optimize redevelopment of the Lower 
Lagunillas reservoir of bloque IV, Lake Maracaibo, Venezuela. Society 
of Petroleum Engineers. SPE Reservoir Evaluation & Engineering. 
Paper (SPE 36096). 
Bucheb J.A. 1991. Aplicação de tratamento estatístico multivariante em 
dados de perfis de poços da Bacia de Sergipe, Alagoas. Tese de 
Mestrado, CG/UFPA, Belém, 136 p. 
Couto N.A.P. 1994. Construção de bancos de dados petrofísicos para 
determinação automática de litologias. Tese de Mestrado, CG/ 
UFPA, Belém, 113 p. 
Davis J.C. 1973. Statistic and data analysis in Geology. New York, John 
Wiley & Sons, 550 pp. 
Dias J.L., Scarton J.C., Guardado L.R., Esteves F.R., Carminatti M. 
1990. Aspectos da evolução tectono-sedimentar e a ocorrência de 
hidrocarbonetos na Bacia de Campos. In: G.P. Raja Gabaglia & E.J. 
Milani (eds.) Origem e evolução de bacias sedimentares. Rio de 
Janeiro, PETROBRAS, pp. 333-360. 
Flexa R.T. 2001. Determinação estatística dos contatos fluidos em perfis 
de poço. Tese de Mestrado, CG/UFPA, Belém, 29 p. 
Guardado L.R., Spadini A.R, Brandão J.S.L., Mello M.R. 2000. Petroleum 
system of the Campos Basin, In: M.R. Mello & B.J. Katz (eds.) 
Petroleum systems of South Atlantic margins: AAPG Memoir 73, 
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Nitters G., Davies D.R., Epping W.J.M. 1995. Discriminant analysis 
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SPE Drilling & Completion, p. 127-133. 
Rangel H.D., Martins F.A.L., Esteves F.R., Feijó F.J. 1994. Bacia de 
Campos, Boletim de Geociências da PETROBRAS, Rio de Janeiro, 
8(1):203-217. 
Serra O. & Abbot H. T. 1989. The contribution of logging data to 
sedimentology and stratigraphy, SPE 9270, 18 p. 
Talukdar S.C. & Maracano F. 1994. Petroleum systems of the Maracaibo 
Basin, Venezuela. The petroleum system – from source to trap. 
AAPG Memoir 60. 
Manuscrito A-1449 
Recebido em 09 de julho de 2003 
Revisão dos autores em 30 de maio de 2004 
Revisão aceita em 15 de junho de 2004 
578 Revista Brasileira de Geociências, Volume 34, 2004

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  • 1. Revista Brasileira de Geociências 34(4):571-578, dezembro de 2004 IDENTIFICAÇÃO DE LITOTIPOS NOS PERFIS DE POÇO DO CAMPO DE NAMORADO (BACIA DE CAMPOS, BRASIL) E DO LAGO MARACAIBO Abstract IDENTIFICATION OF LITHOTYPES IN WELL LOGS OF NAMORADO FIELD (CAMPOS BASIN, BRAZIL) AND MARACAIBO LAKE (VENEZUELA) APPLYING MULTIVARIED STATISTICS The identification of lithotypes along a borehole is one of the most important contributions of borehole geophysics to geological studies inside the petroleum industry. However, it is a difficult task, because the measurements performed in the well express the changes of the physical properties and, not necessarily, the lithological variations. This work shows a methodology based on discriminant analysis technique for the identification of lithotypes in well logs, by means of the association between the physical property variations and the lithological types in depth. The geophysical logs applied for the evaluation of this methodology were gamma ray (GR), sonic (DT), neutronic porosity (PHIN), density (RHOB) and resistivity (ILD). In this form, we tested this scheme in two wells of Namorado Field (Campos Basin, Brazil) and another two of Maracaibo Lake (Venezuela). The obtained results are interesting in the sense of the automatic identification of lithotypes using well logs. Thus, the optained results allow to observe an excellent agreement between the well log interpretations or the geological column descriptions of the well and the lithological types identified by the method. Keywords: discriminant analysis, geophysical logging, Campos Basin, Maracaibo Lake. Resumo A identificação de litotipos ao longo de um poço é uma das contribuições mais importantes da geofísica aos estudos geológicos dentro da indústria de petróleo. Entretanto, é uma das tarefas mais difíceis, porque as medidas executadas no poço expressam as mudanças das propriedades físicas e, não necessariamente, as variações litológicas. Este trabalho mostra uma metodologia baseada na técnica da análise discriminante para a identificação de litotipos nos perfis de poços, onde procuramos a associação entre as variações das propriedades físicas e os tipos litológicos em profundidade. Os perfis geofísicos utilizados para a avaliação desta metodologia são raios gama (GR), sônico (DT), porosidade neutrônica (PHIN), densidade (RHOB) e resistividade (ILD). Desta forma, testamos o esquema desenvolvido em dois poços do Campo de Namorado (Bacia de Campos, Brasil) e em outros dois do Lago Maracaibo (Venezuela). Os resultados obtidos são interessantes no sentido da identificação automática de litotipos usando perfis de poço. Assim, os resultados obtidos permite um excelente acordo entre as interpretações dos perfis ou as colunas estratigráficas dos poços e os tipos litológicos identificados pelo método. Palavras-chave: análise discriminante, geofísica de poço, Bacia de Campos, Lago Maracaibo. INTRODUÇÃO Atualmente, muitos estudos mostram uma boa aplicabilidade das técnicas da análise estatística multivariada no processamento e interpretação de dados geofísicos (Couto 1994). No caso da geofísica de poço, uma das aplicações freqüentemente apresentada trata da identificação e da separação das eletrofácies e a sua associação às diversos litotipos atravessados pelo poço. Outros estudos, onde também se têm aplicado a estatística multivariada com sucesso, se referem a problemas da engenharia de reservatório (Nitters et al. 1995). Neste trabalho apresenta-se a aplicação da análise discriminante a dados de perfis geofísicos de dois poços do Campo de Namorado na Bacia de Campos, localizado na costa norte do Rio de Janeiro (Fig. 1), e, seguidamente, nossa metodologia foi também aplicada aos perfis de dois poços do Lago Maracaibo, no oeste da República de Venezuela (Fig. 2). A Bacia de Campos possui destacada importância econômica, uma vez que é responsável por mais 75% da produção brasileira de petróleo e 80% das reservas brasileiras exploráveis (Guardado et al. 2000). Como outras bacias da costa leste brasileira, a Bacia Revista Brasileira de Geociências, Volume 34, 2004 Roosevelt Tavares Flexa et al. 571 (VENEZUELA) APLICANDO ESTATÍSTICA MULTIVARIADA ROOSEVELT TAVARES FLEXA1, ANDRÉ ANDRADE2 & ABEL CARRASQUILLA1 1 - Laboratório de Engenharia e Exploração de Petróleo, CCT, UENF, Rod. Amaral Peixoto Km 163, Av. Brenand S/N, CEP 27925-031, Macaé – RJ – Brasil, email: rtflexa@lenep.uenf.br, abel@lenep.uenf.br 2 - Departamento de Geofísica, CG, Universidade Federal do Pará, Campus Universitário do Guamá, Rua Augusto Corrêa, 01, CEP 66075-110, Belém – PA – Brasil email: aandrade@ufpa.br de Campos é uma típica bacia de margem divergente, tendo sua origem relacionada ao rompimento do supercontinente Gondwana e à conseqüente formação do Oceano Atlântico. Nesta bacia, a interligação das rochas geradoras e das rochas reservatórios pós-evaporíticas está relacionada à tectônica profunda associada à fase rift e à movimentação adiastrófica associada à halocinese. A migração do hidrocarboneto é facilitada pela criação de “janelas” nos evaporitos. As principais rochas geradoras da Bacia de Campos estão na Formação Lagoa Feia, quanto que, suas principais acumulações de hidrocarbonetos acontecem nos basaltos da Formação Cabiúnas, nas coquinas da Formação Lagoa Feia, nos carbonatos porosos da Formação Macaé e nos arenitos turbidíticos da Formação Campos, sendo estes últimos os maiores reservatórios de petróleo da Bacia de Campos (Dias et al. 1990). O Membro Outeiro da Formação Macaé reúne, além de calcilutito creme, marga cinza-clara e folhelhos cinza, arenitos turbiditos informalmente conhecidos como arenitos Namorado, que por vezes ocorrem em camadas isoladas ou confinados em calhas deposicionais (Fig. 3), as quais subsidiram diferencialmente em resposta à halocinese
  • 2. Identificação da litologia nos perfis de poço do campo de Namorado (Bacia de Campos, Brasil) e do lago Maracaibo (Venezuela) aplicando estatística multivariada Figura 1 – Mapa de Localização da Bacia de Campos no Estado do Rio de Janeiro, Brasil. FM. CAMPOS FM. MACAÉ CARBONATOS DE ÁGUA RASA MARGAS e CALCILUTITOS ARENITO FOLHELHO POÇO PRODUTOR POÇO SECO Figura 3 – Arenitos Namorado pertencente ao Membro Outeiro da Formação Macaé. Maracaibo San Cristóbal 10° Lago Maracaibo Coro Rio Cojedes MAR do CARIBE Barquisimeto Valencia Caracas Guanare Ilha de Margarita Cumaná Rio Orinoco Ciudad Bolivar Rio Caura Rio Paragua Puerto Ayacucho Rio Apure Rio Arauca COLÔMBIA COLÔMBIA VENEZUELA Trinidad e Tobago Tucupita Ciudad Guayana Ilha Mariusa BRASIL Rio Caroni Platanal Rio Orinoco 5° 68° 64° Figura 2 – Mapa de Localização do Lago Maracaibo no oeste da República da Venezuela. (Rangel et al. 1994). Nos últimos anos, foram disponibilizados, pela ANP (Agência Nacional de Petróleo), dados referentes ao Campo de Namorado. Assim, os dados de perfis de poço e os da análise seqüencial de testemunho deste campo foram utilizados no desenvolvimento deste trabalho. Por outro lado, no caso do Lago Maracaibo, a evolução geológica desta bacia apresenta características relevantes para o desenvolvimento de sistemas petrolíferos, incluindo a sua tectônica e a sua sedimentação do Holoceno. Entre as formações geológicas presentes, a Lagunillas ganha destaque, a qual se originou no baixo-meio Mioceno e consiste de arenito, folhelho e carvão, depositados em ambientes deltaico e fluvial (Talukdar & Marcano 1994). No caso desta bacia, os dados de perfis de poço e suas respectivas interpretações foram também incluídos no desenvolvimento deste trabalho. MÉTODOS Existem diversas técnicas da estatística multivariada, que podem ser aplicadas na solução de uma enorme variedade de problemas, nas várias áreas do conhecimento, como na geofísica, geoquímica, geografia, estatística e outras. Uma destas técnicas é a análise discriminante, que tem grande eficiência na solução de determinados problemas geofísicos, quando não se dispõe de amostras de rochas (Serra & Abbot 1989). A análise discriminante é utilizada nos casos em que se deseja realizar a separação estatística entre dois ou mais grupos de dados, que devem ser definidos previamente pela caracterização de suas variáveis discriminantes. Essas variáveis são combinadas linearmente para que seja acentuada a diferença entre os grupos, gerando, assim, os coeficientes empregados na solução da função discriminante, resultando, portanto, em apenas um único índice discriminante, que representa a posição da amostra ao longo da reta definida pela função discriminante (Bucheb 1991). A técnica da análise discriminante consiste em encontrar uma transformação linear que resulte na razão de mínima diferença entre um par de grupos com médias multivariadas e uma variância multivariada dentro de cada par de grupos. Considerando-se o caso de dois grupos, como consistindo de dois conjuntos em um espaço multivariado, deve-se buscar uma orientação junto a qual ambos conjuntos tenham a maior separação, enquanto, simultaneamente, cada conjunto tenha uma mínima variação. Isto é mostrado ilustrativamente para o caso bidimensional (bivariado), na figura 4. Como observa-se na figura, uma separação entre os grupos A e B não pode ser obtida usando as variáveis X1 e X2. No entanto, é possível encontrar uma nova orientação junto a qual os dois conjuntos são separados o máximo possível e tendo uma mínima variação em cada grupo (Flexa 2001). Assim, a análise discriminante tenta pesar e combinar linearmente as variáveis discriminantes, de modo a maximizar as 572 Revista Brasileira de Geociências, Volume 34, 2004
  • 3. R =l1y1 +l2y 2 +...+lmy m R k k Revista Brasileira de Geociências, Volume 34, 2004 Roosevelt Tavares Flexa et al. _) e a média do a b å å = = = - = - 1 1 Aij ù é ù ú ú ú ú ú ú ú ú é ù ú ú ú ú ú ú ú ú B 1 B A 1 A d 1 d . . . . . . n ij ik jk ij ik n n ij ik jk ij ik n + SCA SCB C n n j j _). Estes valores (RA e RB) definem os 573 Figura 4 – Representação da função discriminante aplicada a um exemplo de distribuição bivariada (modificado de Davis 1973). diferenças estatísticas entre os diversos grupos. As funções que discriminam os grupos entre si denominam-se função discriminante, e são matematicamente definidas na forma: (1) ou (2) onde R é o índice discriminante da função, são os coeficientes da função discriminante e os valores da k-ésima variável de um determinado objeto, com: 1 < k < m (3) em que m é o número de variáveis utilizado na análise. Um método que pode ser usado para encontrar os coeficientes da função discriminante, segundo Davis (1973), de modo que a probabilidade de classificar erroneamente um novo elemento em qualquer um dos grupos seja mínima, é usar a regressão múltipla onde a variável dependente consiste na diferença das médias multivariadas de dois grupos. Isto se traduz por uma equação matricial dada por: (4) na qual é uma matriz m x m, denominada de matriz das variâncias e covariâncias combinadas de m variáveis. O vetor coluna é o vetor formado pelos coeficientes da função discriminante, e o vetor coluna , representa um vetor formado pelas diferenças entre as médias dos dois grupos. A equação (2) pode ser resolvida usando os conceitos da inversão e multiplicação de matrizes. Assim: (5) considerando que exista e como onde é a matriz identidade, temos: (6) ou, (7) pois . Para calcular os coeficientes da função discriminante devemos determinar as entradas na equação matricial na Equação (4). O vetor coluna pode ser, simplesmente, encontrado por: (8) Nesta notação, é i-ésima observação da variável j no grupo A; é a média da variável j no grupo . Essas mesmas convenções são aplicadas ao grupo B. Portanto, as médias multivariadas dos grupos A e B podem ser consideradas como formando dois vetores, da seguinte forma compacta, (9) ou, na forma expandida, (10) é Para construir a matriz das variâncias e covariâncias combinadas, devemos calcular uma matriz das somas dos quadrados e os produtos cruzados de todas as variáveis no grupo A (SCA) e uma matriz semelhante para a grupo B (SCB). Consideremos, por exemplo, o grupo A: (11) onde Aij representa a i-ésima observação da variável j no grupo A, e Aik representa a i-ésima observação da variável k no mesmo grupo. Naturalmente, esta quantidade será a soma dos quadrados da variável k quando j = k. Semelhantemente, uma matriz de so-mas dos quadrados e produtos cruzados pode ser encontrada para o grupo B, ou seja, (12) A matriz das variâncias e covariâncias pode agora ser calcula-da como: (13) Desta forma, temos todas os termos de entradas necessários para resolver a Equação (4), obtendo-se os ’s , que são os coe-ficientes de entrada na equação da função discriminante (1). Com o conjunto de ’s podemos substitui-los na Equação (1), para formarmos a equação discriminante, ou seja, montar a equação linear, que produzirá um único número, o índice discriminante. A substituição do ponto médio entre os dois grupos na Equa-ção (1), produzirá o índice discriminante R0 , isto é, para cada valor de j na equação (1) inserimos os termos: (14) Assim obtemos: (15) A seguir, podemos substituir a média multivariada do grupo na Equação (1) para obter RA (isto é, fazendo j j = A grupo B para obter RB ( j j = B centros dos dois grupos originais ao longo da função discriminante. Para o grupo A: (16) å= = m k 1 l y lk y k [SC2 ].[l ]= [d] [ ] 2C S [l] [d ] [S C ] . [S C ]. [ ] [S C ] . [d ] 2 -1 2 2 -1 l = [ ]-1 SC [ ] [ ] [ ] S C S C = I m 2 - 1 2 . Im [I m ]. [ ] [SC ] . [d ] l = 2 -1 [ l ] = [SC 2 ] -1 .[d ] [I m ]. [l ] = [l ] [d ] b n i ij a n i ij j j j n B n A d A B A j [d ]= [A ]- [B ] ú ú ú ú ú ú ú ú û ê ê ê ê ê ê ê ê ë - û ê ê ê ê ê ê ê ê ë = û ê ê ê ê ê ê ê ê ë m A m Bm d . . . 2 2 2 ( ) a n i n i i A A SCA A A a a a å å å = = = = - 1 1 1 . ( ) b n i n i i B B SCB B B b b b å å å = = = = - 1 1 1 . [ ] [ ] [ ] 2 2 + - = a b S 2 j A + B y = R0 = l1y 1 + l 2 y 2 + ... + l m y m R A = l1 A1 + l 2 A2 + ... + l m Am FUNÇÃO DISCRIMINANTE GRUPO B GRUPO A A B Ra Ro Rb B A A B X2 X1
  • 4. Identificação da litologia nos perfis de poço do campo de Namorado (Bacia de Campos, Brasil) e do lago Maracaibo (Venezuela) aplicando estatística multivariada e para o grupo B: (17) R B = l 1 B1 + l 2 B 2 + ... + l m B m Podemos calcular a distância entre as duas médias multivariadas pela simples subtração de R- R. Isto é equivalente A Ba substituição do vetor de diferenças entre os dois grupos na equação da função discriminante, tomando = d. Assim, j j 2 D = d + d + + d (18) 1 1 2 2 ... m m Esta medida de distância é denominada de distância de Mahalanobis ou distância generalizada D2, a qual é a separação entre as duas médias multivariadas expressas em unidade de variância combinada. Podemos concluir que, se as médias dos grupos A e B forem próximas, será difícil distinguí-los, especialmente se ambos pos-suírem altos valores de variâncias. Por outro lado, se a diferença entre as duas médias for expressiva e as suas variâncias peque-nas, a discriminação entre os dois conjuntos será mais efetiva. A distância de Mahalanobis ajuda no cálculo da contribuição relativa de cada variável j e é dada na forma: (19) .100 % d l = e j j j D 2 em que dj é a diferença entre as j-ésimas médias dos dois grupos. No nosso trabalho fazemos uso do método descrito para a identificação de litotipos nos perfis de poço, sem sua completa interpretação. Desta forma, buscou-se fazer a associação das va-riações das propriedades físicas dos litotipos em profundidade, com o emprego de dados de entrada de curvas de perfis geofísicos, como raios gama (GR), tempo de trânsito (DT), porosidade neutrônica (PHIN), densidade (RHOP) e resistividade (ILD), os quais são mostrados na figura 5, para o Poço NA04 do Campo de Namorado, e, na figura 6, para o Poço 1112 do Lago Maracaibo. A análise discriminante, na forma adotada neste trabalho, trata apenas com distribuições bivariadas. Desta forma, baseados nos princípios teóricos da análise discriminante desenvolvido por Davis (1973), desenvolveu-se um programa capaz de discriminar dois litotipos previamente definidos. Em que pese a existência de um grande número de variáveis envolvidas, optou-se pelo desmembramento da interpretação estatística dos perfis geofísicos em dois problemas bivariados, para o caso dos dados do Campo RESISTIVIDADE POROSIDADE NEUTRÔNICA 2980 3000 3020 3040 3060 3080 3100 3120 3140 3160 0 2 g/cm3 0 20% 40% 0 10 VARIÁVEIS DISCRIMINANTES (FOLHELHO) PROFUNDIDADE (M) 2980 3000 3020 3040 3060 3080 3100 3120 3140 3160 RAIO GAMA 200 (UAPI) 0 100 VARIÁVEIS DISCRIMINANTES (ARENITO) 2980 3000 3020 3040 3060 3080 3100 3120 3140 3160 2980 3000 3020 3040 3060 3080 3100 3120 3140 3160 DENSIDADE 10 2 2.5 3 VARIÁVEIS DISCRIMINANTES (CARBONATO) Figura 5 – Perfis utilizados na escolha das variáveis discriminantes para o Poço NA02 do Campo de Namorado. de Namorado, e de somente um, no caso dos dados do Lago Maracaibo. O primeiro trata da identificação dos tipos litológicos ou separação entre selantes (folhelhos) e reservatórios (arenitos/ carbonatos). E o segundo problema, já com a identificação dos reservatórios, aplicou-se somente a estes a análise discriminante para a identificação entre os tipos litológicos, ou seja, separação entre arenitos e carbonatos. No caso do Lago Maracaibo, esta última etapa não se aplica, devido à ausência de carbonatos na coluna geológica. A partir de perfis considerados sensíveis ao litotipo, foram construídos bancos de dados, dos quais selecionou-se conjun-tos de variáveis discriminantes representativas dos padrões que diferenciam litotipos. O primeiro banco de dados, sensível ao litotipo, foi utilizado para identificar os tipos litológicos selantes (folhelhos) e reservatórios (arenitos/carbonatos). Esse foi útil no caso dos dois campos de petróleo analisados. O outro banco de dados, utilizado somente no Campo de Namorado, também sensí-vel ao litotipo, foi utilizado para identificar arenitos ou carbonatos. É importante enfatizar que, quanto mais discrepantes forem os valores das variáveis discriminantes destes grupos, maior a chance de sucesso da discriminação. Na aplicação da análise discriminante adotou-se como refe-rência os Poços NA02 do Campo de Namorado e 1112 do Lago Maracaibo. Sobre os perfis desses poços são interpretados e construídos os bancos de dados que constituirão as funções discriminantes. Considerando a ausência de importantes efeitos diagenéticos, pode-se aplicar estas funções discriminantes aos poços vizinhos, por exemplo, o Poço NA04 do Campo de Namora-do e o Poço 991 do Lago Maracaibo. Deste modo, estende-se a interpretação realizada no poço de referência ao longo de todo o campo petrolífero e, conseqüentemente, a identificação dos tipos litológicos em profundidade. RESULTADOS A partir da interpretação realizada nos poços de referência, obteve-se funções discriminantes para cada um dos problemas bivariados. Apresentam-se aqui as verificações e as validações das funções discriminantes no poço de referência e em um poço vizinho de cada bacia estudada. RAIO GAMA POROSIDADE NEUTRÔNICA RESISTIVIDADE DENSIDADE 3180 3190 3200 3210 3220 3230 3240 3250 3260 3270 3180 3190 3200 3210 3220 3230 3240 3250 3260 3270 3180 3190 3200 3210 3220 3230 3240 3250 3260 3270 3180 3190 3200 3210 3220 3230 3240 3250 3260 3270 PROFUNDIDADE (M) 0 100 200 (UAPI) 0 25% 50% 0 10 10 2 2.5 3 g/cm 2 4 3 Variáveis Discriminantes (Arenito) Variáveis Discriminantes (Folhelho) Figura 6 – Perfis utilizados na escolha das variáveis discriminantes para o Poço 1112 do Lago Maracaibo. 574 Revista Brasileira de Geociências, Volume 34, 2004
  • 5. Revista Brasileira de Geociências, Volume 34, 2004 Roosevelt Tavares Flexa et al. Tabela 1 – Coeficientes da função discriminante utilizada para a identificação dos selantes e reservatórios do Campo de Namorado, Bacia de Campos, Brasil. 575 A função discriminante, obtida para a identificação dos tipos litológicos nos dois poços de referência, são mostradas nas Tabe-las 1 e 2 (Campo de Namorado e Lago Maracaibo, respectivamen-te), por meio de seus coeficientes discriminantes para cada tipo de perfil utilizado. Apresentam-se ainda, nessas tabelas, os índices discriminantes, onde R0 representa a separação entre os dois litotipos, RA é o índice discriminante característico dos reservató-rios (arenitos/carbonatos) e RB é o índice discriminante caracterís-tico dos selantes (folhelhos). O critério de classificação adotado é baseado na posição do índice discriminante médio (R0). Calculado o índice discriminante para cada profundidade, este é comparado com o índice discriminante médio. Para cada índice discriminante maior que R0, assume-se o litotipo nessa profundidade como um elemento do grupo dos reservatórios. Para os outros índices menores que R0 assume-se ao litotipo nessa profundidade como elemento do gru-po dos selantes (Fig. 7 para o Campo de Namorado e Fig. 8 para o Lago Maracaibo). A função discriminante, obtida para a identificação dos tipos litológicos nos poços de referência, especificamente aplicada nos trechos de perfil previamente classificados como reservatórios, são mostradas na Tabela 3 (Campo de Namorado) através dos seus coeficientes discriminantes para cada tipo de perfil utilizado. Nessa mesma tabela, mostram-se ainda os índices discriminantes, onde R0 representa a separação entre os dois litotipos, RA é o índice discriminante característico dos arenitos e RB é o índice discriminante característico dos carbonatos. O critério de classifi-cação é o mesmo adotado na classificação anterior a partir do índice discriminante R0. No caso do Campo de Namorado, os resultados da aplicação das funções discriminantes com os coeficientes definidos nas Tabelas 1 e 3 para o poço de referência, podem ser visualizados na figura 9A, onde é mostrada a identificação dos tipos litológicos Coeficiente discriminante Índice discriminante (x 102) GR DT fN ILD R0 RA RB -37,4 8,4 -52,5 0,01 -23,9 -41,0 -32,4 Tabela 2 – Coeficientes da função discriminante utilizada para a identificação dos selantes e reservatórios do Lago Maracaibo, Venezuela. Coeficiente discriminante Índice discriminante (x 102) GR rb fN ILD R0 RA RB -217,6 124,3 -16431,4 -0,3 -212,2 -667,2 -357,2 2980 3000 3020 3040 3060 3100 3120 3140 3160 SELANTE RESERVATÓRIO R0 Figura 8 – Exemplo do processo discriminatório dos limites entre selantes e reservatórios no Poço 1112 do Lago Maracaibo. Figura 7 – Exemplo do processo discriminatório dos limites entre selantes e reservatórios no Poço NA02 do Campo de Namorado. em profundidade auxiliada com a apresentação do perfil de raios gama. Observa-se uma boa equivalência entre a interpretação do perfil e a identificação dos tipos litológicos resultantes do proces-so discriminatório. Na figura 9B, mostra-se um detalhe de um tre-cho discriminado do poço de referência, que pode ser comparado com a análise seqüencial de testemunho (Fig. 9C). A metodologia da interpretação do poço de referência (NA02) pode ser estendida a outro poço vizinho (NA04), a fim de se verificar a eficiência do método na identificação de litotipos no mesmo campo. Os resulta-dos da aplicação das funções discriminantes com os coeficientes definidos nas Tabelas 1 e 3 constam da figura 10A, onde mostra-se a identificação dos tipos litológicos em profundidade auxiliado com a apresentação do perfil de raios gama. Ao igual que os ou-tros casos apresentados, observa-se excelente correspondência entre a interpretação do perfil com a identificação dos tipos RA - ÍNDICE DISCRIMINANTE MÉDIO DOS RESERVATÓRIOS RB - ÍNDICE DISCRIMINANTE MÉDIO DOS SELANTES R0 - ÍNDICE DISCRIMINANTE MÉDIO ENTRE OS DOIS GRUPOS PROFUNDIDADE (M) RB -5000 -4000 -3000 RA 3080 -2000 -1000
  • 6. Identificação da litologia nos perfis de poço do campo de Namorado (Bacia de Campos, Brasil) e do lago Maracaibo (Venezuela) aplicando estatística multivariada litológicos. A figura 10B mostra o detalhe de um trecho discrimina-do do poço NA04, que pode ser comparado com a análise seqüencial de testemunho (Fig. 10C). Observa-se na figura 10B que vários trechos foram discriminados como carbonatos, possi-velmente influenciados pelo alto teor de CaCO3 das margas exis-tentes nestes trechos, conforme mostrado na análise seqüencial de testemunho na figura 10C. Por outro lado, no caso do Lago Maracaibo, os resultados da aplicação das funções discriminantes com os coeficientes defini-dos na Tabela 2 para o poço de referência, constam da figura 11A, onde é mostrada a identificação dos litotipos em profundidade auxiliada pelo perfil de raios gama. Observa-se também uma boa concordância entre a interpretação do perfil e a identificação dos tipos litológicos resultantes do processo discriminatório, feita por Bryant et al. (1998). A metodologia da interpretação do poço de referência (1112) foi estendida a outro poço vizinho (991), a fim de se verificar a eficiência do método na identificação de tipos litológicos no mesmo campo. Os resultados da aplicação das fun-ções discriminantes com os coeficientes definidos na Tabela 2 Tabela 3 – Coeficientes da função discriminante utilizado para a identificação dos arenitos e carbonatos do Campo de Namorado, Bacia de Campos, Brasil. Coeficiente discriminante Índice discriminante (x 102) GR DT fN rb R0 RA RB 28,1 -8,4 -6,4 -7465,5 -14,0 -17,2 -15,6 podem ser visualizados na figura 11B, onde mostra-se a identifica-ção dos tipos litológicos em profundidade auxiliado com a apre-sentação do perfil de raios gama. Observa-se excelente concor-dância entre a interpretação do perfil com a identificação dos tipos litológicos, também realizada por Bryant et al. (1998). CONCLUSÕES Deve ser ressaltado que aos perfis geofísicos utilizados neste trabalho não se aplicou qualquer pré-processamento, mantendo-se os dados originais. Observa-se, tam-bém, que com a utilização das curvas dos perfis pré-processados e da análise discriminante associada a outros métodos da estatís-tica multivariada, como análise de agrupamento, componente prin-cipal e outros, poder-se-ia ter uma melhoria no processo discriminatório. Por outro lado, a utilização da análise discriminante aplicada na identificação de litotipo nos perfis de poço apresentou desem-penho satisfatório. Os resultados obtidos foram coerentes com a interpretação dos perfis e com os resultados da análise seqüencial de testemunho realizada pela PETROBRAS nos Poços NA02 e NA04 do Campo de Namorado. O mesmo pode-se concluir dos Poços 1112 e 991 do Lago Maracaibo. Contudo, ressalta-se que mesmo tendo obtido bons resulta-dos na utilização da análise discriminante no caso bivariado para ambos os casos, faz-se necessário implementar programas de aná-lise discriminante para o caso multivariado, capazes de realizar discriminações entre mais de dois grupos, por exemplo, selantes com reservatórios, e dentre destes, diferentes tipos de reservatóri-os como carbonatos, arenitos, coquinas, basaltos fraturados, turbiditos, etc. DISCRIMINAÇÃO LITOLÓGICA DETALHE DA DISCRIMINAÇÃO ANÁLISE SEQÜENCIAL DE TESTEMUNHO 0 100 200 (UAPI) 0 100 200 (UAPI) 0 100 200 (UAPI) 2980 3000 3020 3040 PROFUNDIDADE (M) 3060 3080 3100 3120 3140 3160 3015 3020 3025 3030 3035 3040 3045 3050 3015 3020 3025 3030 3035 3040 3045 3050 PROFUNDIDADE (M) 3055 3055 PROFUNDIDADE (M) 16 - INTERLAMINADO SILTITO/ FOLHELHO DEFORMADO 14 - FOLHELHO RADIOATIVO 12 - SILTITO ARGILOSO ESTRATIFICADO 15 - INTERLAMINADO ARENOSO BIOTURBADO 9 - ARENITO MÉDIO CIMENTADO 21 - ARENITO CIMENTADO COM DEFORMAÇÃO 8 - ARENITO MÉDIO GRADADO 10 - ARENITO/FOLHELHO INTERESTRATIFICADOS 16 14 16 12 15 10 21 15 9 15 15 21 8 9 8 A B C ARENITO FOLHELHO CARBONATO NÃO DISCRIMINADO Figura 9 – Poço NA02 do Campo de Namorado. A – Resultado da discriminação litológica, B – Detalhe de um trecho discriminado, C – Análise seqüencial de testemunho. 576 Revista Brasileira de Geociências, Volume 34, 2004
  • 7. Agradecimentos À UENF e ao CNPq, pela bolsa de doutorado e produtividade aos autores, a Alfredo Carrasco e Sandra PROFUNDIDADE (M) PROFUNDIDADE (M) Matsumura pela revisão do texto e aos revisores da RBG pelas sugestões ao manuscrito. 3030 3040 3050 3060 3070 3080 3090 3100 13 8 13 13 8 Figura 10 – Poço NA04 do Campo de Namorado. A – Resultado da discriminação litológica, B – Detalhe de um trecho discriminado, C – Análise seqüencial de testemunho. DISCRIMINAÇÃO LITOLÓGICA PERFIL LITOLÓGICO DISCRIMINAÇÃO LITOLÓGICA 0 100 200 (UAPI) 0 100 200 (UAPI) 3180 3190 3200 3210 3220 3230 3240 3250 3260 3270 PROFUNDIDADE (M) ARENITO FOLHELHO ARENITO FOLHELHO A B Revista Brasileira de Geociências, Volume 34, 2004 Roosevelt Tavares Flexa et al. 577 DISCRIMINAÇÃO LITOLÓGICA DETALHE DA DISCRIMINAÇÃO ANÁLISE SEQÜENCIAL DE TESTEMUNHO 0 100 200 (UAPI) 0 100 200 (UAPI) 0 100 200 (UAPI) 8 - ARENITO MÉDIO GRADADO 13 - INTERLAMINADO SILTITO ARGILOSO E MARGA 17 - MARGA BIOTURBADA 35/50% DE CaCO3 11 - ARENITO/FOLHELHO FINAMENTE INTERESTRAT. 10 - ARENITO/FOLHELHO INTERESTRATIFICADO 9 - ARENITO CIMENTADO 6 - ARENITO GROSSO AMALGAMADO 21 - ARENITO CIMENTADO COM DEFORMAÇÃO 2950 3000 3050 3100 3150 PROFUNDIDADE (M) 3030 3040 3050 3060 3070 3080 3090 3100 3110 3110 8 8 13 13 17 13 13 8 10 8 6 9 21 21 8 21 A B C ARENITO FOLHELHO CARBONATO NÃO DISCRIMINADO PERFIL LITOLÓGICO PROFUNDIDADE (M) 3200 3210 3220 3230 3240 3250 3260 3270 3280 Figura 11 – Resultados da discriminação litológica e análise seqüencial de testemunho feito por Bryant et al. (1998) para os Poços 1112 e 991 do Lago Maracaibo.
  • 8. Identificação da litologia nos perfis de poço do campo de Namorado (Bacia de Campos, Brasil) e do lago Maracaibo (Venezuela) aplicando estatística multivariada Referências Bryant I.D., Baygün B., Herron M.M., Matteson A., Ramamoorthy R., Stewart L., Ttariq S.M., Coll C., Córdova P., Villarroel H.G., Hernández L., Jimenez Z., León K., Rondón L. 1998. Integration of old and new measurements to optimize redevelopment of the Lower Lagunillas reservoir of bloque IV, Lake Maracaibo, Venezuela. Society of Petroleum Engineers. SPE Reservoir Evaluation & Engineering. Paper (SPE 36096). Bucheb J.A. 1991. Aplicação de tratamento estatístico multivariante em dados de perfis de poços da Bacia de Sergipe, Alagoas. Tese de Mestrado, CG/UFPA, Belém, 136 p. Couto N.A.P. 1994. Construção de bancos de dados petrofísicos para determinação automática de litologias. Tese de Mestrado, CG/ UFPA, Belém, 113 p. Davis J.C. 1973. Statistic and data analysis in Geology. New York, John Wiley & Sons, 550 pp. Dias J.L., Scarton J.C., Guardado L.R., Esteves F.R., Carminatti M. 1990. Aspectos da evolução tectono-sedimentar e a ocorrência de hidrocarbonetos na Bacia de Campos. In: G.P. Raja Gabaglia & E.J. Milani (eds.) Origem e evolução de bacias sedimentares. Rio de Janeiro, PETROBRAS, pp. 333-360. Flexa R.T. 2001. Determinação estatística dos contatos fluidos em perfis de poço. Tese de Mestrado, CG/UFPA, Belém, 29 p. Guardado L.R., Spadini A.R, Brandão J.S.L., Mello M.R. 2000. Petroleum system of the Campos Basin, In: M.R. Mello & B.J. Katz (eds.) Petroleum systems of South Atlantic margins: AAPG Memoir 73, p. 317-324. Nitters G., Davies D.R., Epping W.J.M. 1995. Discriminant analysis and neural nets: Valuable tools to optimize completion practices, SPE Drilling & Completion, p. 127-133. Rangel H.D., Martins F.A.L., Esteves F.R., Feijó F.J. 1994. Bacia de Campos, Boletim de Geociências da PETROBRAS, Rio de Janeiro, 8(1):203-217. Serra O. & Abbot H. T. 1989. The contribution of logging data to sedimentology and stratigraphy, SPE 9270, 18 p. Talukdar S.C. & Maracano F. 1994. Petroleum systems of the Maracaibo Basin, Venezuela. The petroleum system – from source to trap. AAPG Memoir 60. Manuscrito A-1449 Recebido em 09 de julho de 2003 Revisão dos autores em 30 de maio de 2004 Revisão aceita em 15 de junho de 2004 578 Revista Brasileira de Geociências, Volume 34, 2004