O documento resume:
1) Estudo da UFRJ comprova que os rejeitos da mineradora Samarco, após o rompimento da barragem em Mariana, atingiram os corais do Parque Nacional de Abrolhos na Bahia.
2) Os corais apresentaram níveis elevados de metais pesados como zinco e cobre, que coincidem com a chegada da pluma de sedimentos da Samarco.
3) Os impactos ambientais no Parque Nacional de Abrolhos, berçário de biodiversidade marinha, são inéditos e requ
caderno de matematica com as atividade e refrnciais de matematica ara o fu...
Informativo insp 61
1. “UFRJ Comprova a contaminação de Abrolhos”
Informativo Mensal - Volume 61
NÃO PODEMOS ESQUECER DE MARIANA!
Há pouco mais de dois anos, pensávamos que havia acontecido o pior e
mais trágico acidente da história da mineração brasileira, quando uma
barragem, denominada Fundão da mineradora Samarco, se rompeu no
município de Mariana, Minas Gerais.
Agora uma tragédia com perdas ainda maiores em Brumadinho – MG!
A tragédia de Mariana, como ficou conhecida, incomensurável desastre
ambiental, visto que uma onda de lama varreu mais de 600 Km de rios,
destruindo mais de 1.000 hectares de mata ciliar, matando toneladas de
peixes, muitos animais e pessoas. Além disso, a grande maioria dos
sobreviventes ficaram desabrigados, com pouca água potável, comida e
muitas dificuldades.
Passados três anos da tragédia, timidas notícias foram publicadas na
mídia nacional, mostrando que não esquecemos do que aconteceu em
Mariana, mesmo porque, não podemos esquecer de uma das maiores
catástrofes ambiental do Brasil. Infelizmente agora as notícias que temos
agora não são as melhores!
Entendemos o quão importante é darmos continuidade ao tema
abordado em nosso informativo do mês de dezembro/16, pois o
acidente, ocorrido em novembro de 2015 em Mariana-MG, liberou
grande quantidade de rejeitos minerais na bacia do rio Doce, que
percorreram o rio e foram lançados no mar, no Espírito Santo. E o que
era temido aconteceu, a mancha chegou ao Arquipélago de Abrolhos, a
A VOZ DO TIETÊ
Desde 2005 o Instituto Navega
São Paulo tem o objetivo de
atrair a atenção da população
para o rio Tietê a partir do seu
trecho mais degradado que é a
região metropolitana de São
Paulo. Conseguimos atingir
nosso propósito por meio das
navegações monitoradas na
embarcação Almirante do Lago,
entre as pontes dos Remédios e
das Bandeiras. Agora nossa
proposta, com este informativo
mensal, é atrair sua atenção,
levando até você informações
sobre o nosso Tietê para que
juntos identifiquemos o que
fazer para revitalizar tão
precioso patrimônio ambiental.
DIA DO TIETÊ 22.09.2011 – PTE. DAS BANDEIRAS
2. 250 km da foz do rio Doce. Agora o caso é tratado pela Marinha, e as informações sobre as consequências não
ocorrem...
Agora com mais de três anos, vamos voltar a falar sobre a situação atual da região comprometida.
Propomos falar de Brumadinho no próximo informativo e focar nas consequências do rompimento da Barragem do
Fundão em Mariana (MG) uma catástrofe humana e ambiental. Em que os rejeitos sólidos da empresa controlada
pela Samarco e a Vale tiraram a vida de 18 pessoas, deixaram um desaparecido, destruíram o distrito de Bento
Rodrigues e acabaram com a vida do Rio Doce.
Soubemos por meio da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) que conduziu um estudo comprovando que
os corais do Parque Nacional dos Abrolhos, na Bahia, sofreram impactos significativos por causa da contaminação
com os rejeitos da Samarco.
Desde 2015, pesquisadores analisam os caminhos percorridos pela lama tóxica. Os minérios da Samarco atingiram o
Oceano Atlântico, como mostra um relatório de quase 50 páginas produzido por funcionários da UERJ, até chegar
em Abrolhos, 250 quilômetros distante da foz do Rio Doce. A vida marinha do local foi afetada por zinco e cobre.
“Através de técnicas químicas, constatamos que, no
meio do crescimento dos corais, houve um pico enorme
de metais pesados, que coincide exatamente com a
cronologia da chegada da pluma de sedimentos da
Samarco. São metais muito tóxicos e os corais são
muito sensíveis a eles”, relata o coordenador do
estudo, o pesquisador Heitor Evangelista, do
Laboratório de Radioecologia e Mudanças Globais da
Uerj.
Um dos corais contaminados em Abrolhos
A AMBIÇÃO X IMPRUDÊNCIAS
O desastre sem precedentes vai causar impactos inéditos ao ecossistema da região. Abrolhos é o recife mais
importante do Hemisfério Sul, com um terço de toda a
biodiversidade marinha global conhecida.
O relatório sobre a contaminação dos corais foi
enviado ao Instituto Chico Mendes de Conservação da
Biodiversidade (ICMBio), órgão do Ministério do Meio
Ambiente. A contaminação será levada em conta nos
autos da multa ambiental aplicada à Samarco.
O estrago é tanto, que pesquisadores alertam para a
necessidade de novos estudos para entender e
mensurar os efeitos ao meio ambiente.
Os rejeitos do Rio Doce invadindo o oceano.
“A gente sabe de outros trabalhos que essa contaminação pode ter efeito na taxa de crescimento, no processo
relacionados a bioerosão e implicações na parte reprodutiva. Mas só um acompanhamento dirá [o que vai
acontecer] porque a gente nunca teve uma situação igual para ter um paralelo. Além disso, muitos corais de
Abrolhos são endêmicos do Atlântico, ou seja, não há em outros lugares, e não sabemos como eles respondem a
essas questões”, pontua o pesquisador Heitor Evangelista.
3. Os impactos ao meio ambiente são inéditos
O Parque Nacional Marítimo de Abrolhos é o
primeiro criado no país, em 1983. Lá vivem mais de
1.300 espécies, 45 delas ameaçadas. Por causa da
riqueza ambiental única, a região foi visitada por
Charles Darwin em 1832.
A empreitada foi realizada em parceria com a
Universidade Federal Fluminense (UFF) e a Pontifícia
Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ).
“Até agora não havia nada provando um sinal claro
da pluma da mineradora em Abrolhos. Esse trabalho
é conclusivo nesse sentido”, destaca o pesquisador.
MULTAS E RECURSOS
Você leu aqui no Hypeness que, desde o crime
ambiental de Mariana, a Samarco pagou um total de
ZERO multas dos mais de 350 milhões de reais dos
25 autos de infração impostos pelo Ibama.
De acordo com reportagem publicada no jornal O
Globo, a mineradora que tem a Vale como uma de
suas acionistas, dificulta ao máximo o andamento do
processo entrando com uma série de recursos. O
Ibama diz que a empresa recorreu de todos os autos
de infração, mesmo depois de confirmá-los no
âmbito administrativo. Para o Ibama, a companhia insiste em “afastar sua responsabilidade pelo desastre”.
O governo de Minas Gerais e a Secretaria de Estado
de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável
de Minas Gerais (Semad) aplicaram outras 31
infrações, somando R$ 370 milhões. Apenas 6%, R$
41 milhões foram pagos. A multa de R$ 112,7
milhões foi parcelada em 60 vezes e apenas 17
parcelas quitadas.
Sobre o Ibama, a Samarco afirma em nota que “há
aspectos jurídicos em análise”. A empresa destaca
que até dezembro de 2018, destinou R$ 5,2 bilhões
em ações de reparação dos impactos causados pelo
rompimento da Barragem do Fundão e que já pagou R$ 45 milhões de multas aplicadas pela Semad.
Este estrago tem preço?
Carta da Terra – Princípios
“Aceitar que, com o direito de possuir, administrar e usar os recursos
naturais, vem o dever de prevenir os danos ao meio ambiente e de
proteger os direitos das pessoas.”