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Marina Abramovic
Em 2010 foi realizada uma exposição no MOMA, Museu de Arte
Moderna de NY, que ocupou todos os seus seis andares com a
retrospectiva da carreira da artista. Foi lá que sua apresentação mais
marcante aconteceu: ela ficou durante os três meses de exposição
disponível ao público – quem quisesse chegava e ficava o quanto
quiser sentado olhando para Marina (ela passou mais de 700 horas
sentada numa cadeira sem se mexer) – intitulada O Artista Está
Presente.
Seu trabalho: A primeira coisa que você deve saber sobre Marina é
que ela é uma artista performática, ou seja, usa seu corpo como suporte
para sua arte. Seus temas mais recorrentes: o relacionamento com a
plateia e os limites do corpo e da mente. Nascida na Iugoslávia,
Abramovic teve uma infância bem difícil, com pais comunistas e heróis
de guerra (Segunda Guerra Mundial) e pouco afeto maternal. Formada e
pós-graduada em Belas Artes, suas performances começaram nos anos
70. Brincadeiras com facas (Rhythm 10), deitar no meio de uma estrela
de fogo (Rhythm 5), ficar sob efeito de drogas controladas (Rhythm 2), se
colocar à disposição dos espectadores (Rhythm 0) – era assim que ela
mostrava a relação humana consigo e com os outros.
Seu amor: Falou de Marina Abramovic e amor, falou de Ulay. O também
artista performático foi seu parceiro por 12 anos, tanto na vida quanto na
arte. Juntos, criaram obras que exploravam as relações entre
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homens e mulheres, seus egos e suas identidades (que se perdiam
quando os dois estavam se apresentando). A confiança e amor entre os
dois era tão forte que chegaram a morar em um carro por cinco anos,
rodando a Europa e vivendo de arte. Seja correndo por uma
sala (Relation in Space), respirando pela boca um do outro até ficarem
inconsciente (Breathing In/Breathing Out), gritando(AAA-AAA) ou ficando
nus em um corredor onde pessoas teriam que passar se encostando nos
dois e escolhendo a quem encarar (Imponderabilia), eles se
apresentavam como „um só corpo de duas cabeças‟.
Mas após traições dos dois, um último grande ato encerrou o
relacionamento: ambos caminharam pela muralha da China, cada um
partindo de uma ponta, para se encontrarem três meses depois, no
centro da construção, e encerrarem a parceria.
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A moda: Após essa separação, Marina ficou muito mal em relação à vida
e ao trabalho. “Eu só queria rir. Eu queria rir, eu queria estar viva de
novo. Eu queria ser feliz novamente. Eu só queria ser uma fêmea
novamente”. E com a moda ela encontrou uma forma de se divertir e
de se sentir bem. Foi nessa época que ela se aproximou da alta
costura, do teatro e da vaidade feminina.
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Hoje, com mais de 60 anos, a „avó da arte de performance‟ está muito
bem, obrigada, e posando para as maiores capas de revistas fashion do
mundo. Curiosidade: ela curte fazer tratamentos da pele com lasers, que
vão mudando a aparência naturalmente e sem intervenções tão
‘violentas’.
Seus amigos: Lady Gaga, James Franco e Orlando Bloom foram ao
MoMa ver Marina se apresentando. Gwen Stefani, Willen Dafoe e Jay -Z
são alguns dos outros famosos que já posaram com Marina por aí. Aliás,
Lady Gaga fez um vídeo com a artista para promover o Marina
Abramovic Institute, após passar 3 dias com a amiga exercitando
o “Método Abramovic”, criado para potencializar a sensibilidade
física e mental. Já Jay-Z convidou-a para participar de uma
apresentação de sua nova música, Picasso Baby. E ela ainda está
editando um filme sobre a vida de James Franco, que será lançado
nesse ano.
Outro amigo inseparável da artista é o estilistaRiccardo Tisci(estilista da
Givenchy), com quem já dividiu uma casa, fez parte do projeto de uma
ópera, e até virou musa (ele adora usar preto, branco e dourado, que são
as cores preferidas de Abramovic). E tudo isso prova mais uma vez
que Marina é uma mulher normal, que sua arte pode sim ser
considerada incrível sem que ela precise colocar sua vida pessoal e
seu prazer de lado.