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Rodolfo A G Vilela
ravilela@usp.br
Aula Disciplina PSP 5308
• Caso: o trabalhador que apanhou do robô
• Exercício: Lições do caso e Críticas à abordagem
tradicional
• Novos conceitos para análise
• Abordagem organizacional x comportamental
 Trabalhador entra na zona de operação de robô de solda
de pallets de aço
 Área é cercada com cerca e portão eletrônico – na
entrada há cartaz Perigo - proibido o acesso à zona do
robô.
 Ao entrar na área do robô o trabalhador não viu o óleo
no chão – escorrega, é atingido pelos braços do robô
 Quebra o braço e sofre vários ferimentos
 SESMT e CIPA investigam o caso – Ato inseguro
(desobedecer ordens de serviço), recomenda reforço no
treinamento sobre regras de segurança
 Empresa ameaça justa causa
1. Faça uma análise do acidente, indicando
as causas do evento
2. Faça perguntas pertinentes para
conduzir a investigação
3. Relacione as perguntas com conceitos
AB; AM; TH, conceitos -mapa
4. Indique a metodologia para realizar a
investigação de modo a responder todas
suas perguntas
 Solda dava defeito (M)
 Defeito na solda gerava retrabalho pois o robô além de soldar
fazia também o empilhamento das peças (M)
 Portão aberto não parava o robô (Barreira com falha; origem?)
 Havia óleo no Chão (M); origem?
 Área era gargalo de produção (Trabalho Habitual)
 Os trabalhadores entravam habitualmente na zona do Robô para
checar os defeitos e marcar as peças para conserto manual
(Gestão de variabilidades - ergonomia)
 Era habitual ‘by passar’ o portão – chefia imediata era ciente
desta situação (Trabalho habitual – gestão de variabilidade/ ergo)
 Vários já haviam levado ‘tapas’ do robô (incidentes não
valorizados – período de incubação)
 Qual a visão de acidente vc identifica
na análise da empresa ?
 Qual a visão de segurança e de
gestão ?
 Qual a visão de trabalho está contida
na conduta da empresa?
 Nunca aceitar a primeira versão – ela geralmente é
carregada de ideologia (quer mais esconder que revelar)
 Os trabalhadores tiveram que se ajustar à situação
precária para conseguir produzir com qualidade
(estratégia operatória do grupo – trabalho habitual da
ergonomia)
 Este ajuste era feito há muito tempo com sucesso e com
relativa segurança (mas era uma situação frágil, já
haviam levado ‘tapas’ do robô) (acidente tem história/
Llory)
 Este tipo de “burla” ou “by pass” era uma necessidade
operacional, uma estratégia para garantir a qualidade:
conceito: ‘by pass previsível’ (trabalho habitual – ergo)
 Estas estratégias de gestão das variabilidades
só são conhecidas no chão de fábrica  ouvir
os trabalhadores (abordagem etnográfica: olhar
o mundo do trabalho pelos olhos dos
operadores - ergonomia)
 Visão restrita do trabalho: trabalhar é seguir a
norma ??: Ex. Operação padrão (ergonomia)
 Diferença entre o Trabalho prescrito e Trabalho
Real (ergonomia)
 A Segurança de Papel (de fachada/ regras álibi)
 Segurança Comportamental X Organizacional
(segurança em ação) (Daniellou, 2014)
Lições e a necessidade de outro olhar
“Antes de considerar os operadores os principais
causadores do acidente, é preciso compreender que
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criados por uma concepção ruim, uma instalação
malfeita, uma manutenção deficiente, e por decisões
errôneas da direção (...)
A comunidade que trabalha na área da confiabilidade
humana vem tomando consciência de que os
esforços empreendidos para descobrir e neutralizar
esses erros latentes terão resultados mais benéficos
na confiabilidade dos sistemas do que as tentativas
pontuais de reduzir erros ativos” (dos operadores)
James Reason – Human Error, 1993
Os erros dos operadores:
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“Acidentes”
não são
‘acidentais’
eventos previsíveis
e evitáveis
Conhecer & intervir
nos condicionantes
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Causas das causas
suas origens na
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atual e perspectivas
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 Variabilidade do trabalho e dos trabalhadores (check
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 A maioria dos determinantes dos riscos situam-se na
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Risco é relação do sujeito com os mediadores contidos
no sistema de atividade (objeto, regras, instrumentos, div.
de trabalho, comunidade), e não fator isolado (erro
humano, falha material)
Acidentes, defeitos, poluição são anomalias: resultados
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 Disciplinas clássicas enxergam fatores isolados e não o
SA
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Fatores
de risco
Da análise fatorial para a análise sistêmica 
compreender o sistema de atividade e suas contradições
O VÍSIVEL
“Você olha meu caro Watson,
Mas você não vê... ”
The Sherlock Holmes Stories
Ambiente Social
Hereditariedade
Falha da
pessoa Ato inseguro
ou risco
mecânico
Acidente
Lesão
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H.W. Heinrich, 1931
FALHA HUMANA?? FALHA TÉCNICA??
Modelo da Gravata borboleta
1. Antecedentes 3. Conseqüências
2. Evento
indesejado
Distais Proximais Proximais Distais
P
e
r
i
g
o
(Reason 2002)
Buracos
devido a condições
latentes
Barreiras
ou
defesas
Buracos devido
a falhas ativas
Modelo do queijo suíço de Reason
Estágios no desenvolvimento e
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organizacional
Falhas ativas
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Causas
Análise
Caminho
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condições
latentes
Abordagem organizacional - Llory
3/15/2023
© 2003 Center for Activity Theory
and Developmental Work Research 23
The activity system
Subject
Object
Outcome
sense,
meaning
Rules Community Division of labor
Instruments:
tools and signs
Source: Engeström, Y. (1987). Learning by expanding: An activity-theoretical approach to
developmental research. Helsinki: Orienta-Konsultit.
(available online at: http://lchc.ucsd.edu/MCA/Paper/Engestrom/expanding/toc.htm)
O QUE É TRABALHAR?
PODER AGIR
PODER
PENSAR
PODER
DEBATER
(Daniellou, 98;
Assumpção&Lima,2001)
(Refletir) (Relações sociais)
CONSTRANGIMENTO
ATIVIDADE
NOCIVIDADE
Condicionantes e Determinantes
do desgaste & nocividade
Fragilidade e
desarticulação das
Instituições públicas
Rel. de Trab.
autoritárias e
insalubres
capacidade analítica
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abordagens
ultrapassadas – ex.
Culpa da vítima
Impunidade
Dificuldades para a auto regulação  Desgaste
& nocividade
Estítmulo R$$
Metas & cobrança
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Políticas Setoriais
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QUE ATENDEM aos
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Trabalhador
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MAPA: Modelo de Análise e Prevenção de Acidentes de
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ROTEIRO:
◦ Descrição e análise do acidente:
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centro da atividade.
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todos atores (aprendizado organizacional)
-Cria espaço de controvérsia e
confrontação das diferentes lógicas
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  • 1. Rodolfo A G Vilela ravilela@usp.br Aula Disciplina PSP 5308
  • 2. • Caso: o trabalhador que apanhou do robô • Exercício: Lições do caso e Críticas à abordagem tradicional • Novos conceitos para análise • Abordagem organizacional x comportamental
  • 3.
  • 4.
  • 5.  Trabalhador entra na zona de operação de robô de solda de pallets de aço  Área é cercada com cerca e portão eletrônico – na entrada há cartaz Perigo - proibido o acesso à zona do robô.  Ao entrar na área do robô o trabalhador não viu o óleo no chão – escorrega, é atingido pelos braços do robô  Quebra o braço e sofre vários ferimentos  SESMT e CIPA investigam o caso – Ato inseguro (desobedecer ordens de serviço), recomenda reforço no treinamento sobre regras de segurança  Empresa ameaça justa causa
  • 6. 1. Faça uma análise do acidente, indicando as causas do evento 2. Faça perguntas pertinentes para conduzir a investigação 3. Relacione as perguntas com conceitos AB; AM; TH, conceitos -mapa 4. Indique a metodologia para realizar a investigação de modo a responder todas suas perguntas
  • 7.  Solda dava defeito (M)  Defeito na solda gerava retrabalho pois o robô além de soldar fazia também o empilhamento das peças (M)  Portão aberto não parava o robô (Barreira com falha; origem?)  Havia óleo no Chão (M); origem?  Área era gargalo de produção (Trabalho Habitual)  Os trabalhadores entravam habitualmente na zona do Robô para checar os defeitos e marcar as peças para conserto manual (Gestão de variabilidades - ergonomia)  Era habitual ‘by passar’ o portão – chefia imediata era ciente desta situação (Trabalho habitual – gestão de variabilidade/ ergo)  Vários já haviam levado ‘tapas’ do robô (incidentes não valorizados – período de incubação)
  • 8.  Qual a visão de acidente vc identifica na análise da empresa ?  Qual a visão de segurança e de gestão ?  Qual a visão de trabalho está contida na conduta da empresa?
  • 9.  Nunca aceitar a primeira versão – ela geralmente é carregada de ideologia (quer mais esconder que revelar)  Os trabalhadores tiveram que se ajustar à situação precária para conseguir produzir com qualidade (estratégia operatória do grupo – trabalho habitual da ergonomia)  Este ajuste era feito há muito tempo com sucesso e com relativa segurança (mas era uma situação frágil, já haviam levado ‘tapas’ do robô) (acidente tem história/ Llory)  Este tipo de “burla” ou “by pass” era uma necessidade operacional, uma estratégia para garantir a qualidade: conceito: ‘by pass previsível’ (trabalho habitual – ergo)
  • 10.  Estas estratégias de gestão das variabilidades só são conhecidas no chão de fábrica  ouvir os trabalhadores (abordagem etnográfica: olhar o mundo do trabalho pelos olhos dos operadores - ergonomia)  Visão restrita do trabalho: trabalhar é seguir a norma ??: Ex. Operação padrão (ergonomia)  Diferença entre o Trabalho prescrito e Trabalho Real (ergonomia)  A Segurança de Papel (de fachada/ regras álibi)  Segurança Comportamental X Organizacional (segurança em ação) (Daniellou, 2014) Lições e a necessidade de outro olhar
  • 11. “Antes de considerar os operadores os principais causadores do acidente, é preciso compreender que eles são os herdeiros dos defeitos do sistema, criados por uma concepção ruim, uma instalação malfeita, uma manutenção deficiente, e por decisões errôneas da direção (...) A comunidade que trabalha na área da confiabilidade humana vem tomando consciência de que os esforços empreendidos para descobrir e neutralizar esses erros latentes terão resultados mais benéficos na confiabilidade dos sistemas do que as tentativas pontuais de reduzir erros ativos” (dos operadores) James Reason – Human Error, 1993 Os erros dos operadores: consequências ou causas ?
  • 12. “Acidentes” não são ‘acidentais’ eventos previsíveis e evitáveis Conhecer & intervir nos condicionantes e determinantes Causas das causas suas origens na história, situação atual e perspectivas p/ futuro prevenção
  • 13.  Variabilidade do trabalho e dos trabalhadores (check list é insuficiente)  A maioria dos determinantes dos riscos situam-se na OT  são imateriais, invisíveis Risco é relação do sujeito com os mediadores contidos no sistema de atividade (objeto, regras, instrumentos, div. de trabalho, comunidade), e não fator isolado (erro humano, falha material) Acidentes, defeitos, poluição são anomalias: resultados indesejáveis do sistema de atividade  Disciplinas clássicas enxergam fatores isolados e não o SA
  • 14. Risco é relação e não fator isolado ou do ambiente Determinantes Fatores de risco Fatores de risco Da análise fatorial para a análise sistêmica  compreender o sistema de atividade e suas contradições
  • 16. “Você olha meu caro Watson, Mas você não vê... ” The Sherlock Holmes Stories
  • 17. Ambiente Social Hereditariedade Falha da pessoa Ato inseguro ou risco mecânico Acidente Lesão Teoria do Dominó H.W. Heinrich, 1931
  • 18. FALHA HUMANA?? FALHA TÉCNICA??
  • 19. Modelo da Gravata borboleta 1. Antecedentes 3. Conseqüências 2. Evento indesejado Distais Proximais Proximais Distais P e r i g o
  • 20. (Reason 2002) Buracos devido a condições latentes Barreiras ou defesas Buracos devido a falhas ativas Modelo do queijo suíço de Reason
  • 21. Estágios no desenvolvimento e análise de um acidente organizacional Falhas ativas Fatores do ambiente de trabalho Fatores organizacionais Causas Análise Caminho das condições latentes
  • 23. 3/15/2023 © 2003 Center for Activity Theory and Developmental Work Research 23 The activity system Subject Object Outcome sense, meaning Rules Community Division of labor Instruments: tools and signs Source: Engeström, Y. (1987). Learning by expanding: An activity-theoretical approach to developmental research. Helsinki: Orienta-Konsultit. (available online at: http://lchc.ucsd.edu/MCA/Paper/Engestrom/expanding/toc.htm)
  • 24. O QUE É TRABALHAR? PODER AGIR PODER PENSAR PODER DEBATER (Daniellou, 98; Assumpção&Lima,2001) (Refletir) (Relações sociais) CONSTRANGIMENTO ATIVIDADE NOCIVIDADE
  • 25. Condicionantes e Determinantes do desgaste & nocividade Fragilidade e desarticulação das Instituições públicas Rel. de Trab. autoritárias e insalubres capacidade analítica (escassez de informação & abordagens ultrapassadas – ex. Culpa da vítima Impunidade Dificuldades para a auto regulação  Desgaste & nocividade Estítmulo R$$ Metas & cobrança produção, h extras Atividade sob constrangimento Enxugamento Rotatividade Terceirização
  • 26. No plano institucional Fragmentação completa entre: Políticas Setoriais QUE GERAM agravos à Saúde do Trabalhador Políticas Setoriais QUE ATENDEM aos agravos à Saúde do Trabalhador Cons. Nacional de Saúde (2005)
  • 27. MAPA: Modelo de Análise e Prevenção de Acidentes de Trabalho ROTEIRO: ◦ Descrição e análise do acidente:  Análise do trabalho habitual  Análise de mudanças  Análise de barreiras ◦ Ampliação conceitual () ◦ Avaliação ou síntese das origens do acidente e indicação de medidas preventivas Análise da gestão da produção e da segurança, manutenção etc
  • 28. Segurança comportamental Segurança organizacional Acidente Evento simples – sequencia linear; erro humano x falha material Antecipável pelo seguimento de normas (treinamento) Jurídico interfere na análise Evento complexo não totalmente antecipável pelas normas Oportunidade de aprendizado organizacional Demonstra anomalias no sistema Papel do trabalhador Seguidor de normas Elo fraco da confiabilidade Criador de segurança mesmo em situações precárias, regulador das variabilidades do sistema. Centro da confiabilidade Visão sobre o trabalho Pode ser reduzido a ações elementares Trabalho é padronizável -Taylor O trabalho é atividade complexa, Variabilidade é o centro da atividade. Trabalho prescrito x real Saber e protagonismo Do especialista – visão externa do trabalho. Protagonismo do SESMT e chefia Combina saber do especialista com saber prático (saber de prudência) – segurança integrada, Protagonismo compartilhado Gestão • Baseada em procedimentos (segurança de papel) • top down - Pune erros, apaga incêndios - Ação sobre fatores de risco visíveis e isolados - Comando e controle externo ao trabalho (inspeção, check list etc) Segurança integrada e democrática, Segurança em ação (ação/ antecipação antes do acidente) - Retorno de experiência deve envolver todos atores (aprendizado organizacional) -Cria espaço de controvérsia e confrontação das diferentes lógicas
  • 29.  Roteiro de análise (MAPA), casos, textos, novidades, debates... www.forumat.net.br Encontros Presenciais Periódicos Transmissão on line www.iptv.usp.br Debates, noticias, materiais didáticos, pesquisas Canal no Youtube e Facebook Cursos, oficinas e publicações