SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 7
A Arca da Aliança - leis e tradições
Apr 18, '10 2:02 PM para todos
O Aron Hakodesh - a Arca Sagrada ou Arca da Aliança - era o ponto focal do
Tabernáculo, o local de maior santidade pelo fato de abrigar as Tábuas da Lei e a Torá,
Testemunhos da Aliança Eterna selada no Monte Sinai entre D'us e Seu povo. Era também um
"caminho" para a mais elevada dimensão espiritual; pois, como está dito na Torá, o Eterno se
comunicaria com Moisés "por sobre a Arca". (Êxodo 25:22)
Terminara uma experiência extraordinária. Do topo do Monte Sinai, envolto
em espessa nuvem, D'us Se revelara diante de todo Israel por meio da Shechiná, a Presença
Divina. E, destarte, selara Sua aliança com o Seu povo.
Durante a Revelação, Israel atingiu alturas espirituais inconcebíveis, tendo um
contato com a Presença Divina e ouvindo de Sua tonitruante Voz as Leis que norteariam para
sempre sua existência. Em que implicaria, para eles, o término dessa Revelação e a saída do
Monte Sinai rumo ao deserto? A Shechiná os abandonaria ou continuaria constantemente
entre eles?
Foi nesse momento que D´us, por amor a Seu povo, ordena-lhes a construção
do Mishkán, o Tabernáculo, para ser o local onde, seguindo Sua determinação, pairaria a
Shechiná. Segundo o sábio espanhol Don Yitzhak Abravanel, ao transmitir Sua Vontade, o
Eterno visava assegurar a Israel que não abandonaria o mundo terreno. Indicava, pelo
contrário, Sua permanência entre eles. Sua Providência estaria sempre por perto, apesar de
envolta em um véu, oculta aos comuns mortais. O Mishkán seria para Israel um sinal de que
sempre haveria uma via de comunicação com D´us, independente de quão distantes
estivessem do local da Revelação, já que lá não havia santidade intrínseca. O que conferia
santidade era a Presença Divina e a Sua Torá, Sua Palavra, que a partir da Revelação estaria
para sempre com Israel. A importância do Tabernáculo pode ser constatada pelo fato de quase
a totalidade da segunda parte do livro Êxodo ser dedicada à sua descrição e construção, assim
como ao detalhamento de seus implementos. O Talmud, o Midrash, a Cabalá assim como
comentários de nossos Sábios revelam simbolismos, fatos e minúcias sobre cada aspecto da
construção. Cada detalhe, cada objeto e cada simbologia, são profundamente discutidos,
analisados e esmiuçados a tal ponto que seria impossível, neste simples artigo, pretender
cobrir as interpretações e conotações do assunto.
Segundo Nachmânides, grande sábio e místico espanhol do séc. XIII conhecido
como Ramban, a edificação do Mishkán foi vital para nosso povo, pois, por seu intermédio, o
propósito do Êxodo foi totalmente alcançado. Como explica Ramban, D´us instruíra os Filhos
de Israel para construir o Tabernáculo para que a Shechiná sobre este pudesse pairar.
Portanto, foi através do Tabernáculo que a elevação espiritual - que Israel atingira
temporariamente durante a Revelação, no Sinai - tornou-se permanente.
O ponto focal do Mishkán era o Aron Hakodesh - a Arca Sagrada. Guardada no
lugar de maior santidade do Tabernáculo, no Kodesh ha-Kodashim, a Arca iria abrigar os
bens mais preciosos de Israel, símbolo da Aliança firmada no Sinai: as duas Tábuas da Lei,
onde D'us inscrevera os Dez Mandamentos, os fragmentos das primeiras Tábuas estilhaçadas
e o Sefer Torá original, que, ditado por D´us, fora transcrito por Moisés.
Por conter o testemunho da Palavra Divina, a Arca é o ponto de maior
santidade de todo o Mishkán, o local onde se revelaria a Shechiná. Pois, seria de lá, afirma a
Torá, "por sobre a Arca" que o Todo Poderoso se comunicaria com Moisés. Assim como no
Monte Sinai o "Grandioso Encontro" fora único e poderoso, o "ininterrupto" encontro no
Mishkán - mais precisamente, sobre a Arca - daria um prosseguimento àquele extraordinário
acontecimento e ao relacionamento entre D´us e Seu povo.
O Mishkán
Como vimos acima, o Mishkán e todos os seus implementos eram o símbolo e
a indicação, para o povo, de que a Presença Divina estava constantemente entre eles. Eram o
símbolo de sua consagração como "um reino de sacerdotes e um povo santo". Em outras
palavras, o Mishkán tinha como principal objetivo o aperfeiçoamento espiritual do ser
humano. O Midrash nos alerta, porém, que tanto o Santuário do Deserto como o Templo, mais
tarde, eram apenas representações materiais do "verdadeiro Santuário", o lugar que D´us
escolhera para "habitar " - e este é o coração de todo judeu.
Segundo a Cabalá, o Tabernáculo é o microcosmo do universo e, como tal,
reflete as verdades mais profundas sobre a vida e a Criação. Uma de suas finalidades era
ensinar ao homem que ele tem a responsabilidade de elevar e santificar a si mesmo e a toda a
Criação. Numa escala infinitamente mínima, dizem os textos místicos, o Mishkán reflete a
Fonte Universal da qual emanam as bênçãos sobre toda a Criação.
O Tabernáculo era também o ponto de convergência de toda a Nação, um
centro espiritual que os congregava, fazendo deles um grupo homogêneo e coeso. Localizado
no centro dos acampamentos das doze tribos, seria um local onde todo judeu poderia
purificar-se, elevar seu espírito e conseguir o perdão Divino. Estas funções couberam,
posteriormente, ao Templo Sagrado, em Jerusalém. Em termos estruturais, o Mishkán era uma
construção notável. Muito provavelmente foi a primeira estrutura pré-fabricada, no mundo.
Apesar de bastante grande - media 6,10m de altura por 7,30m de largura por 25m de
comprimento - toda a sua estrutura podia ser desmontada e transportada de um local para
outro. Assim sendo, pôde acompanhar os israelitas enquanto vagavam pelo deserto. Mesmo
após terem entrado na Terra de Israel, vez por outra foi necessário transportá-lo para novas
paragens. De acordo com a tradição bíblica, ficou em Guilgal durante 14 anos, em Shiló
durante 369 anos e, por último, em Nov e Guivon, durante um total de 57 anos. Foi o rei
David quem, após conquistar Jerusalém e expandir seu reinado, finalmente trouxe a Arca para
Jerusalém. Sabia ser a cidade escolhida pelo Eterno para que lá fosse edificado um Templo
permanente, em substituição ao Tabernáculo móvel e provisório que nos acompanhara em
nossa epopéia pelo deserto.
Apesar de sua aparência externa modesta, quase austera, o interior do Mishkán
era esplêndido, repleto de ornamentos em ouro, prata, pedra preciosas, materiais suntuosos e
os mais adocicados perfumes. Treze diferentes matérias primas foram usadas para a sua
construção e de seus implementos, bem como das vestes dos sacerdotes. E todo o povo de
Israel participou, com suas oferendas, desta obra magistral.
Apesar dos esforços e do entusiasmo, inúmeras foram as complicações
surgidas em relação à sua planta e execução. O profundo simbolismo imbuído em cada um de
seus objetos implicava em um cuidado todo especial na execução do menor detalhe que fosse.
Segundo o Midrash, enquanto estava no Monte Sinai, D'us mostrou a Moisés, feito em fogo, o
modelo exato do Santuário e de seus implementos. Mas, tamanha era a complexidade que, em
certas ocasiões, D´us teve que mostrar certos objetos, mesmo ao maior de nossos profetas,
quatro vezes.
Para executar a complexa tarefa, D'us escolhera Betsalel, da tribo de Judá; e,
para ajudá-lo, indicara Aholiav, da tribo de Dan. Estes, assim como todos os que ajudaram,
foram imbuídos por D´us de profunda sabedoria para o desempenho de suas tarefas. A Moisés
caberia a responsabilidade de integrar as partes em um todo, já que somente a ele D´us
mostrara a planta, em sua totalidade.
O Aron Hakodesh - a Arca sagrada
A primeira instrução que D´us deu a Moisés em relação ao Tabernáculo foi
confeccionar um repositório para abrigar "o Testemunho que Eu Te darei". Se analisarmos de
uma forma lógica, a Arca não deveria ser construída até ter uma estrutura que a abrigasse. E,
de fato, foi isto o que finalmente aconteceu. Somente após a estrutura estar pronta Betsalel
confeccionou a Arca, o único implemento que, sob supervisão pessoal de Moisés, ele fez com
suas próprias mãos, pois aí pousaria a Shechiná.
Mas, foi a primeira ordem Divina, pois a Torá, testemunho eterno do
relacionamento especial entre D´us e Seu povo, é infinitamente mais importante que a
estrutura que iria abrigá-la. É por conter o testemunho da Palavra Divina que o Aron é o ponto
de maior santidade de todo o Mishkán.
No capítulo 25 do Êxodo, a Torá provê os detalhes referentes à confecção da
Arca. Relata o texto bíblico que D´us ordenara que todo Israel participasse da construção,
nem que fosse com alguma contribuição simbólica ou apenas em pensamento - uma exceção
no que diz respeito aos mandamentos acerca da construção dos outros objetos sagrados. Os
Sábios explicam que com isto cada um dos membros de nosso povo teria a sua parte, o seu
quinhão de participação na Torá.
Sua estrutura
A Arca era uma caixa retangular medindo 2,5 cúbitos de comprimento e 1,5
cúbito de largura e altura. Feita de madeira de acácia, uma espécie de cedro - em hebraico,
shitim, era aberta por cima e devia ser revestida, por dentro e por fora, de uma camada do
mais puro ouro. Rashi, o maior comentarista da Torá, explica que para a confeccionar
conforme as especificações Divinas, Betsalel fez três caixas. A primeira, de madeira de
acácia. Uma segunda, maior, de ouro puríssimo, dentro da qual era colocada a caixa de
madeira. Por último, uma terceira, menor, que foi colocada dentro da caixa de acácia. Desta
forma, o receptáculo principal era coberto de ouro em seu interior e exterior. Para
confeccioná-la, foram utilizados o mais puro ouro e madeira porque, explicam nossos sábios,
a Torá é como o ouro em seu valor e pureza, mas é também chamada de Árvore da Vida.
O ouro é primeiro na lista dos materiais a serem utilizados na construção do
Tabernáculo. O Midrash observa que este metal é particularmente adequado para o Santuário,
pois o objetivo deste era o "refinamento" espiritual do ser humano. Assim, como se refina o
ouro bruto de suas impurezas, de modo semelhante deveria o judeu tentar apurar-se cada vez
mais, espiritual e moralmente. Além do que, o ouro puríssimo do Aron serviria como símbolo
de que o homem deve tentar alcançar a pureza não somente em suas ações e pensamentos,
como também nos instrumentos que utiliza para a sua realização.
Na parte superior da Arca devia haver uma borda de ouro, como que a coroá-la
(Yomá, 72b). Segundo o Midrash, o Aron simboliza a Torá e, a borda, a "Coroa da Torá". D
´us conferiu ao povo de Israel três coroas: a da Torá, a da Kehuná (o sacerdócio) e a da
monarquia. Acima das três, está a da Torá.
A Tampa e os Querubins
Uma tampa, kaporet em hebraico, do mesmo comprimento e largura do Aron
Hakodesh e de ouro puríssimo devia cobrir a Arca para a fechar. O Midrash explica o nome
kaporet. O termo deriva da palavra kapará, que significa expiação. É uma indicação de que o
ouro usado em sua confecção serviria para expiar a grave transgressão que Israel cometera ao
fazer o "Bezerro de ouro".
Sobre esta tampa, em suas extremidades, havia "dois querubins de ouro
batido". Como D´us ordenara a Moisés que tanto os querubins como a tampa deviam ser
feitos da mesma peça de ouro, Betsalel os havia moldado cinzelando as extremidades da
tampa. No Talmud há uma descrição da aparência da Arca e dos dois querubins e inúmeras
são as discussões sobre cada detalhe. Apesar das diferentes interpretações, diz a tradição que
os querubins são representados como anjos com asas, como pássaros, e com rosto de criança,
um de sexo masculino e outro, feminino. As asas dessas criaturas celestiais, estendendo-se
para cima da tampa, formavam um arco protetor e sua face estava voltada uma à outra,
inclinando-se para baixo, em direção à tampa.
É preciso que se faça uma ressalva importante. Apesar de D'us ter proibido a
construção de imagens, esses querubins eram uma exceção, pois Ele Mesmo ordenara, de
forma explícita, que fossem colocados sobre a Arca. E, no judaísmo, o que pode ou não ser
feito depende exclusivamente da Vontade Divina. Mas, para evitar qualquer dúvida sobre a
proibição absoluta de se adorar imagens e mostrar a Israel que os querubins não eram
destinados à adoração, mas indicavam um lugar onde se concentrava a força espiritual, eles
não ficavam de frente para o povo, mas um olhando para o outro. Além do mais, o fato de
estarem colocados sobre a Arca - que abrigava as duas Tábuas da Lei e o rolo original da Torá
-- era uma clara indicação da Fonte Única e Verdadeira de todo o Poder Espiritual.
Era "entre os querubins" que o Eterno comunicava-se com Seu profeta. A Torá
relata as palavras do Todo Poderoso a Moisés: "E no tempo marcado, Eu estarei lá, falarei
contigo desde a tampa da Arca, entre os dois querubins que estão sobre a Arca do
Testemunho" (Êxodo, 25:22). Por isso, o espaço entre estas duas formas era visto por sábios e
profetas como o foco principal da força espiritual e de toda inspiração profética, uma abertura
para a dimensão espiritual, o próprio caminho à ascensão espiritual.
A simbologia que envolve os querubins é vasta e profunda. Em diversas
ocasiões a Torá menciona essas criaturas celestiais: D'us os coloca para proteger o caminho da
Árvore da Vida após a expulsão de Adão e Eva do Jardim do Éden; na visão do profeta
Ezequiel, são os portadores do Trono de Glória Divina, e aparecem em várias outras visões
proféticas. Representam entre outros o dualismo inerente a toda a Criação - as duas Tábuas da
Lei, mantidas no Aron Hakodesh, eram um lembrete desta mesma verdade. Além disso,
representam os princípios masculino e feminino que permeiam todo o Universo. Segundo
Rashi, as faces infantis simbolizavam a pureza da inocência e do amor de D'us por Israel. Não
podemos esquecer que foram as crianças de Israel que haviam sido eleitas no Monte Sinai
como "os fiéis guardadores da Torá". O fato dos querubins terem a forma de um ser humano
alado era uma alusão à capacidade do homem de transcender os laços terrenos. E, as asas
abertas em direção aos céus representavam a vontade que motiva todas as criaturas a voar
para cima "em direção a esferas espirituais mais elevadas". Pois, mesmo estando o homem
ligado à materialidade pelo seu corpo mortal, pode voar com as asas de sua alma e se elevar
espiritualmente.
Os querubins, de acordo com os textos místicos, refletiam a relação entre D's e
Israel. Explica o Zohar que assim como o homem - pó da terra - criara vida pelo Sopro
Divino, também os querubins podiam criar vida, especialmente por estarem em permanente
contato com a Presença Divina. Pode-se dizer que eram um barômetro extremamente sensível
que "media" a unidade e a harmonia existente entre D´us e o homem. Quando Israel realizava
a Vontade Divina, e aumentava o amor entre Ele e Seu Povo, os querubins ficavam frente a
frente e suas asas se tocavam. Mas, quando Israel transgredia A Grande Vontade, os
querubins viravam as costas e se afastavam um do outro (Bava Barsa, 99 a). Relata o Midrash
que nos dias festivos - os Yamim Tovim - quando os judeus iam até o Santuário e mais tarde
até o Grande Templo, as cortinas da Arca eram suspensas e todo Israel podia ver os querubins
entrelaçados e perceber o grande Amor que D´us tinha por Seu povo (Yomá, 54a). Relata o
Talmud que quando os romanos estavam prestes a destruir o Segundo Templo, os querubins
entalhados em madeira que adornavam suas paredes, ao pressentir a desgraça que se abateria
sobre Israel, abraçaram-se e choraram, copiosamente. Isto indicava que naquela hora amarga
em que os Filhos de Israel iniciavam seu longo e penoso exílio, na hora de seu mais profundo
desespero, o Eterno ainda estava ao lado de Seu povo, Seu amor por nós era forte e
inamovível - e, portanto, abraçaram-se os querubins (Chazon L'Moed).
A mobilidade da Torá
Assim como o Mishkán, a Arca era portátil e, por essa razão, tinha quatro anéis
de ouro maciço, dois de cada lado, fixados nas paredes laterais de suas quatro superfícies.
Duas varas de madeira de acácia, folheada a ouro, traspassavam esses anéis para permitir que
se carregasse a Arca. E, uma vez colocadas, não podiam ser mais removidas. Aliás, todos os
objetos do Tabernáculo tinham varas com essa mesma função de transporte dos objetos
sagrados, mas esta proibição não existe para outros objetos. Por quê? Porque, respondem
nossos Sábios, a Arca devia estar sempre pronta para ser transportada de um local para outro.
Para o Rabi Shimshon R. Hirsh, a característica de mobilidade da Arca Sagrada
é símbolo da intrínseca mobilidade da Torá. Nossa Lei não está amarrada a um determinado
local, nem vinculada a um determinado momento no tempo, mas acompanha nosso povo por
toda sua história e em todos seus exílios. Onde forem os judeus, com eles vai a sua Torá. Isto
não se aplica aos demais implementos do Tabernáculo e, conseqüentemente, do Grande
Templo de Jerusalém. A Arca ficou com Israel até o final do período do Primeiro Templo,
desaparecendo em seguida. Mas, segundo a tradição, ainda se encontra em Jerusalém. O rei
Salomão, ao construir o Templo, mandou cavar um túnel secreto e profundo por baixo do
Monte do Templo para, em caso de perigo, lá esconder os implementos sagrados. Pouco antes
da destruição do Primeiro Templo pelos babilônios, o rei Josias teve uma visão da catástrofe
que estava para se abater sobre Israel; e, para garantir a segurança da Arca, tê-la-ia escondido
justamente nesse local secreto, sob o Monte do Templo, longe dos olhos inimigos.
Se assim foi - e assim nós judeus o cremos - até hoje, O Aron Hakodesh do
Mishkán está ainda oculto em algum ponto, sob o Monte do Templo, em Jerusalém, Capital
Eterna do Povo Judeu.
Anterior: TANACH Filhos de gigantes
Próximo O Sanhedrin: a Suprema Corte do Povo Judeu
Para o Rabi Shimshon R. Hirsh, a característica de mobilidade da Arca Sagrada
é símbolo da intrínseca mobilidade da Torá. Nossa Lei não está amarrada a um determinado
local, nem vinculada a um determinado momento no tempo, mas acompanha nosso povo por
toda sua história e em todos seus exílios. Onde forem os judeus, com eles vai a sua Torá. Isto
não se aplica aos demais implementos do Tabernáculo e, conseqüentemente, do Grande
Templo de Jerusalém. A Arca ficou com Israel até o final do período do Primeiro Templo,
desaparecendo em seguida. Mas, segundo a tradição, ainda se encontra em Jerusalém. O rei
Salomão, ao construir o Templo, mandou cavar um túnel secreto e profundo por baixo do
Monte do Templo para, em caso de perigo, lá esconder os implementos sagrados. Pouco antes
da destruição do Primeiro Templo pelos babilônios, o rei Josias teve uma visão da catástrofe
que estava para se abater sobre Israel; e, para garantir a segurança da Arca, tê-la-ia escondido
justamente nesse local secreto, sob o Monte do Templo, longe dos olhos inimigos.
Se assim foi - e assim nós judeus o cremos - até hoje, O Aron Hakodesh do
Mishkán está ainda oculto em algum ponto, sob o Monte do Templo, em Jerusalém, Capital
Eterna do Povo Judeu.
Anterior: TANACH Filhos de gigantes
Próximo O Sanhedrin: a Suprema Corte do Povo Judeu

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

As três mensagens angélicas
As três mensagens angélicasAs três mensagens angélicas
As três mensagens angélicasBruno Da Montanha
 
Eis que venho sem demora - Lição 03 - Esmirna - A Igreja Perseguida
Eis que venho sem demora - Lição 03 - Esmirna - A Igreja PerseguidaEis que venho sem demora - Lição 03 - Esmirna - A Igreja Perseguida
Eis que venho sem demora - Lição 03 - Esmirna - A Igreja PerseguidaSergio Silva
 
Citações de ellen g. white que o seu pastor não faz a menor questão que você ...
Citações de ellen g. white que o seu pastor não faz a menor questão que você ...Citações de ellen g. white que o seu pastor não faz a menor questão que você ...
Citações de ellen g. white que o seu pastor não faz a menor questão que você ...José Silva
 
Descobrindo o que é a Nova Ordem Mundial
Descobrindo o que é a Nova Ordem MundialDescobrindo o que é a Nova Ordem Mundial
Descobrindo o que é a Nova Ordem MundialMidia Jornalismo
 
A Igreja que queremos ser
A Igreja que queremos serA Igreja que queremos ser
A Igreja que queremos serHugo Machado
 
Evangelhos sinóticos aula 2
Evangelhos sinóticos aula 2Evangelhos sinóticos aula 2
Evangelhos sinóticos aula 2Moisés Sampaio
 
Olho que tudo ve na propaganda adventista
Olho que tudo ve na propaganda adventistaOlho que tudo ve na propaganda adventista
Olho que tudo ve na propaganda adventistaEfraim Ben Tzion
 
O método apologético de C.S. Lewis
O método apologético de C.S. LewisO método apologético de C.S. Lewis
O método apologético de C.S. LewisEric Araújo
 
Introdução ao Estudo do Antigo Testamento - completo
Introdução ao Estudo do Antigo Testamento - completoIntrodução ao Estudo do Antigo Testamento - completo
Introdução ao Estudo do Antigo Testamento - completoFrancelia Carvalho Oliveira
 
Seitas, heresias e falsos ensinos - Introdução
Seitas, heresias e falsos ensinos - IntroduçãoSeitas, heresias e falsos ensinos - Introdução
Seitas, heresias e falsos ensinos - IntroduçãoLuan Almeida
 
Do rei ezequias ao rei josias
Do rei ezequias ao rei  josiasDo rei ezequias ao rei  josias
Do rei ezequias ao rei josiasPaulo Triches
 
Seitas e heresias identificando e refutando
Seitas e heresias  identificando e refutandoSeitas e heresias  identificando e refutando
Seitas e heresias identificando e refutandoEdmilson Fernandes
 
Lição 1 – Batalha Espiritual – A Realidade não Pode ser Subestimada
Lição 1 – Batalha Espiritual – A Realidade não Pode ser Subestimada Lição 1 – Batalha Espiritual – A Realidade não Pode ser Subestimada
Lição 1 – Batalha Espiritual – A Realidade não Pode ser Subestimada Hamilton Souza
 
Aula Jonatas 26: A mulher do fluxo de sangue
Aula Jonatas 26: A mulher do fluxo de sangueAula Jonatas 26: A mulher do fluxo de sangue
Aula Jonatas 26: A mulher do fluxo de sangueAndre Nascimento
 
Augustus Nicodemos princípios de interpretação da bíblia
Augustus Nicodemos   princípios de interpretação da bíbliaAugustus Nicodemos   princípios de interpretação da bíblia
Augustus Nicodemos princípios de interpretação da bíbliaWalber Michellon
 

Mais procurados (20)

As três mensagens angélicas
As três mensagens angélicasAs três mensagens angélicas
As três mensagens angélicas
 
Eis que venho sem demora - Lição 03 - Esmirna - A Igreja Perseguida
Eis que venho sem demora - Lição 03 - Esmirna - A Igreja PerseguidaEis que venho sem demora - Lição 03 - Esmirna - A Igreja Perseguida
Eis que venho sem demora - Lição 03 - Esmirna - A Igreja Perseguida
 
A Bíblia e a Ciência
A Bíblia e a CiênciaA Bíblia e a Ciência
A Bíblia e a Ciência
 
Citações de ellen g. white que o seu pastor não faz a menor questão que você ...
Citações de ellen g. white que o seu pastor não faz a menor questão que você ...Citações de ellen g. white que o seu pastor não faz a menor questão que você ...
Citações de ellen g. white que o seu pastor não faz a menor questão que você ...
 
Descobrindo o que é a Nova Ordem Mundial
Descobrindo o que é a Nova Ordem MundialDescobrindo o que é a Nova Ordem Mundial
Descobrindo o que é a Nova Ordem Mundial
 
A Igreja que queremos ser
A Igreja que queremos serA Igreja que queremos ser
A Igreja que queremos ser
 
Idolatria Moderna
Idolatria ModernaIdolatria Moderna
Idolatria Moderna
 
Evangelhos sinóticos aula 2
Evangelhos sinóticos aula 2Evangelhos sinóticos aula 2
Evangelhos sinóticos aula 2
 
Olho que tudo ve na propaganda adventista
Olho que tudo ve na propaganda adventistaOlho que tudo ve na propaganda adventista
Olho que tudo ve na propaganda adventista
 
Seitas e heresias
Seitas e heresiasSeitas e heresias
Seitas e heresias
 
O método apologético de C.S. Lewis
O método apologético de C.S. LewisO método apologético de C.S. Lewis
O método apologético de C.S. Lewis
 
7 Condições para o Avivamento
7 Condições para o Avivamento7 Condições para o Avivamento
7 Condições para o Avivamento
 
Introdução ao Estudo do Antigo Testamento - completo
Introdução ao Estudo do Antigo Testamento - completoIntrodução ao Estudo do Antigo Testamento - completo
Introdução ao Estudo do Antigo Testamento - completo
 
Seitas, heresias e falsos ensinos - Introdução
Seitas, heresias e falsos ensinos - IntroduçãoSeitas, heresias e falsos ensinos - Introdução
Seitas, heresias e falsos ensinos - Introdução
 
Do rei ezequias ao rei josias
Do rei ezequias ao rei  josiasDo rei ezequias ao rei  josias
Do rei ezequias ao rei josias
 
Seitas e heresias identificando e refutando
Seitas e heresias  identificando e refutandoSeitas e heresias  identificando e refutando
Seitas e heresias identificando e refutando
 
Lição 1 – Batalha Espiritual – A Realidade não Pode ser Subestimada
Lição 1 – Batalha Espiritual – A Realidade não Pode ser Subestimada Lição 1 – Batalha Espiritual – A Realidade não Pode ser Subestimada
Lição 1 – Batalha Espiritual – A Realidade não Pode ser Subestimada
 
Aula Jonatas 26: A mulher do fluxo de sangue
Aula Jonatas 26: A mulher do fluxo de sangueAula Jonatas 26: A mulher do fluxo de sangue
Aula Jonatas 26: A mulher do fluxo de sangue
 
Seitas e heresias
Seitas e heresiasSeitas e heresias
Seitas e heresias
 
Augustus Nicodemos princípios de interpretação da bíblia
Augustus Nicodemos   princípios de interpretação da bíbliaAugustus Nicodemos   princípios de interpretação da bíblia
Augustus Nicodemos princípios de interpretação da bíblia
 

Semelhante a A Arca da Aliança - símbolo da revelação divina

Asa de Anjo, Corpo de Homen e Rosto de Criança - Yossef Akiva
Asa de Anjo, Corpo de Homen e Rosto de Criança - Yossef AkivaAsa de Anjo, Corpo de Homen e Rosto de Criança - Yossef Akiva
Asa de Anjo, Corpo de Homen e Rosto de Criança - Yossef AkivaIgrejacrista
 
Asa de anjo, corpo de homen e rosto de criança yossef akiva
Asa de anjo, corpo de homen e rosto de criança   yossef akivaAsa de anjo, corpo de homen e rosto de criança   yossef akiva
Asa de anjo, corpo de homen e rosto de criança yossef akivaIgrejacrista
 
Lição 8 - O Lugar Santíssimo
Lição 8 - O Lugar SantíssimoLição 8 - O Lugar Santíssimo
Lição 8 - O Lugar SantíssimoHamilton Souza
 
A Arca o Cajado as Tábuas da Lei e o Maná
A Arca o Cajado as Tábuas da Lei e o ManáA Arca o Cajado as Tábuas da Lei e o Maná
A Arca o Cajado as Tábuas da Lei e o ManáRoberto Rabat Chame
 
As Ideias Mestras Da Antiga AliançA
As Ideias Mestras Da Antiga AliançAAs Ideias Mestras Da Antiga AliançA
As Ideias Mestras Da Antiga AliançADimensaoCatolica
 
á Barra do tribunal divino
á Barra do tribunal divinoá Barra do tribunal divino
á Barra do tribunal divinoJose Moraes
 
1º Trimestre 2014 Lição 9 Um lugar de adoração no deserto
1º Trimestre 2014 Lição 9  Um lugar de adoração no deserto1º Trimestre 2014 Lição 9  Um lugar de adoração no deserto
1º Trimestre 2014 Lição 9 Um lugar de adoração no desertoAnderson Silva
 
Li a oo 9 - a arca da alianca
Li a oo 9 - a arca da alianca Li a oo 9 - a arca da alianca
Li a oo 9 - a arca da alianca Vilma Longuini
 
O tabernáculo e sua interpretação
O tabernáculo e sua interpretaçãoO tabernáculo e sua interpretação
O tabernáculo e sua interpretaçãoOaidson Silva
 
Tabernáculo_PARTE_01
Tabernáculo_PARTE_01Tabernáculo_PARTE_01
Tabernáculo_PARTE_01Pr Neto
 
Tabernáculo - O igreja do átrio
Tabernáculo - O igreja do átrioTabernáculo - O igreja do átrio
Tabernáculo - O igreja do átrioRicardo Gondim
 
Lio14 14danielnossocontemporneo-141003220830-conversion-gate02
Lio14 14danielnossocontemporneo-141003220830-conversion-gate02Lio14 14danielnossocontemporneo-141003220830-conversion-gate02
Lio14 14danielnossocontemporneo-141003220830-conversion-gate02Ourofino
 
Emanuel cristiano nora - aconteceu na casa espírita
Emanuel cristiano  nora  - aconteceu na casa espíritaEmanuel cristiano  nora  - aconteceu na casa espírita
Emanuel cristiano nora - aconteceu na casa espíritaPatrick François Jarwoski
 
Slide aula licao 8 2 trim 2019 o lugar santissimo para a aula
Slide aula licao 8 2 trim 2019 o lugar santissimo para a aulaSlide aula licao 8 2 trim 2019 o lugar santissimo para a aula
Slide aula licao 8 2 trim 2019 o lugar santissimo para a aulaVilma Longuini
 
Lição 8 - O Lugar Santíssimo
Lição 8 - O Lugar SantíssimoLição 8 - O Lugar Santíssimo
Lição 8 - O Lugar SantíssimoÉder Tomé
 

Semelhante a A Arca da Aliança - símbolo da revelação divina (20)

O Tabernáculo (apostila)
O Tabernáculo (apostila)O Tabernáculo (apostila)
O Tabernáculo (apostila)
 
Asa de Anjo, Corpo de Homen e Rosto de Criança - Yossef Akiva
Asa de Anjo, Corpo de Homen e Rosto de Criança - Yossef AkivaAsa de Anjo, Corpo de Homen e Rosto de Criança - Yossef Akiva
Asa de Anjo, Corpo de Homen e Rosto de Criança - Yossef Akiva
 
Asa de anjo, corpo de homen e rosto de criança yossef akiva
Asa de anjo, corpo de homen e rosto de criança   yossef akivaAsa de anjo, corpo de homen e rosto de criança   yossef akiva
Asa de anjo, corpo de homen e rosto de criança yossef akiva
 
Lição 8 - O Lugar Santíssimo
Lição 8 - O Lugar SantíssimoLição 8 - O Lugar Santíssimo
Lição 8 - O Lugar Santíssimo
 
A Arca o Cajado as Tábuas da Lei e o Maná
A Arca o Cajado as Tábuas da Lei e o ManáA Arca o Cajado as Tábuas da Lei e o Maná
A Arca o Cajado as Tábuas da Lei e o Maná
 
Tabor
TaborTabor
Tabor
 
As Ideias Mestras Da Antiga AliançA
As Ideias Mestras Da Antiga AliançAAs Ideias Mestras Da Antiga AliançA
As Ideias Mestras Da Antiga AliançA
 
á Barra do tribunal divino
á Barra do tribunal divinoá Barra do tribunal divino
á Barra do tribunal divino
 
1º Trimestre 2014 Lição 9 Um lugar de adoração no deserto
1º Trimestre 2014 Lição 9  Um lugar de adoração no deserto1º Trimestre 2014 Lição 9  Um lugar de adoração no deserto
1º Trimestre 2014 Lição 9 Um lugar de adoração no deserto
 
Li a oo 9 - a arca da alianca
Li a oo 9 - a arca da alianca Li a oo 9 - a arca da alianca
Li a oo 9 - a arca da alianca
 
O tabernáculo e sua interpretação
O tabernáculo e sua interpretaçãoO tabernáculo e sua interpretação
O tabernáculo e sua interpretação
 
Apostila O santuário
Apostila  O santuárioApostila  O santuário
Apostila O santuário
 
Textos sagrados
Textos sagradosTextos sagrados
Textos sagrados
 
O evangelho
O evangelhoO evangelho
O evangelho
 
Tabernáculo_PARTE_01
Tabernáculo_PARTE_01Tabernáculo_PARTE_01
Tabernáculo_PARTE_01
 
Tabernáculo - O igreja do átrio
Tabernáculo - O igreja do átrioTabernáculo - O igreja do átrio
Tabernáculo - O igreja do átrio
 
Lio14 14danielnossocontemporneo-141003220830-conversion-gate02
Lio14 14danielnossocontemporneo-141003220830-conversion-gate02Lio14 14danielnossocontemporneo-141003220830-conversion-gate02
Lio14 14danielnossocontemporneo-141003220830-conversion-gate02
 
Emanuel cristiano nora - aconteceu na casa espírita
Emanuel cristiano  nora  - aconteceu na casa espíritaEmanuel cristiano  nora  - aconteceu na casa espírita
Emanuel cristiano nora - aconteceu na casa espírita
 
Slide aula licao 8 2 trim 2019 o lugar santissimo para a aula
Slide aula licao 8 2 trim 2019 o lugar santissimo para a aulaSlide aula licao 8 2 trim 2019 o lugar santissimo para a aula
Slide aula licao 8 2 trim 2019 o lugar santissimo para a aula
 
Lição 8 - O Lugar Santíssimo
Lição 8 - O Lugar SantíssimoLição 8 - O Lugar Santíssimo
Lição 8 - O Lugar Santíssimo
 

Mais de Antonio Bueno Bueno (12)

A sinagoga
A sinagogaA sinagoga
A sinagoga
 
A kipá
A kipáA kipá
A kipá
 
A aventura sionista
A aventura sionistaA aventura sionista
A aventura sionista
 
A herança judaica da nossa concepção da história
A herança judaica da nossa concepção da históriaA herança judaica da nossa concepção da história
A herança judaica da nossa concepção da história
 
2 capítulo 1_-__o_que_é_gnose
2 capítulo 1_-__o_que_é_gnose2 capítulo 1_-__o_que_é_gnose
2 capítulo 1_-__o_que_é_gnose
 
20 descida do rio roosevelt
20   descida do rio roosevelt20   descida do rio roosevelt
20 descida do rio roosevelt
 
O que-e-o-livro-de-urantia
O que-e-o-livro-de-urantiaO que-e-o-livro-de-urantia
O que-e-o-livro-de-urantia
 
Fisiognomia aluno-
Fisiognomia aluno-Fisiognomia aluno-
Fisiognomia aluno-
 
Cr sorocaba
Cr   sorocabaCr   sorocaba
Cr sorocaba
 
Globalização versus Desenvolvimento
Globalização versus DesenvolvimentoGlobalização versus Desenvolvimento
Globalização versus Desenvolvimento
 
Anjo ou inocente útil
Anjo ou inocente útilAnjo ou inocente útil
Anjo ou inocente útil
 
Cenario para 2014 gustavo heck jan 2014
Cenario para 2014 gustavo heck jan 2014Cenario para 2014 gustavo heck jan 2014
Cenario para 2014 gustavo heck jan 2014
 

Último

COMPETÊNCIA 4 NO ENEM: O TEXTO E SUAS AMARRACÕES
COMPETÊNCIA 4 NO ENEM: O TEXTO E SUAS AMARRACÕESCOMPETÊNCIA 4 NO ENEM: O TEXTO E SUAS AMARRACÕES
COMPETÊNCIA 4 NO ENEM: O TEXTO E SUAS AMARRACÕESEduardaReis50
 
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de..."É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...Rosalina Simão Nunes
 
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.
Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.Mary Alvarenga
 
AULA DE CARIOLOGIA TSB introdução tudo sobre
AULA DE CARIOLOGIA TSB introdução tudo sobreAULA DE CARIOLOGIA TSB introdução tudo sobre
AULA DE CARIOLOGIA TSB introdução tudo sobremaryalouhannedelimao
 
planejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdf
planejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdfplanejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdf
planejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdfmaurocesarpaesalmeid
 
Historia da Arte europeia e não só. .pdf
Historia da Arte europeia e não só. .pdfHistoria da Arte europeia e não só. .pdf
Historia da Arte europeia e não só. .pdfEmanuel Pio
 
ATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇ
ATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇ
ATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇJaineCarolaineLima
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...azulassessoria9
 
Slides sobre as Funções da Linguagem.pptx
Slides sobre as Funções da Linguagem.pptxSlides sobre as Funções da Linguagem.pptx
Slides sobre as Funções da Linguagem.pptxMauricioOliveira258223
 
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptxSlides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de HotéisAbout Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéisines09cachapa
 
FASE 1 MÉTODO LUMA E PONTO. TUDO SOBRE REDAÇÃO
FASE 1 MÉTODO LUMA E PONTO. TUDO SOBRE REDAÇÃOFASE 1 MÉTODO LUMA E PONTO. TUDO SOBRE REDAÇÃO
FASE 1 MÉTODO LUMA E PONTO. TUDO SOBRE REDAÇÃOAulasgravadas3
 
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptxDiscurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptxferreirapriscilla84
 
3-Livro-Festa-no-céu-Angela-Lago.pdf-·-versão-1.pdf
3-Livro-Festa-no-céu-Angela-Lago.pdf-·-versão-1.pdf3-Livro-Festa-no-céu-Angela-Lago.pdf-·-versão-1.pdf
3-Livro-Festa-no-céu-Angela-Lago.pdf-·-versão-1.pdfBlendaLima1
 
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...azulassessoria9
 
Análise poema país de abril (Mauel alegre)
Análise poema país de abril (Mauel alegre)Análise poema país de abril (Mauel alegre)
Análise poema país de abril (Mauel alegre)ElliotFerreira
 
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdfPROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdfHELENO FAVACHO
 
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdfProjeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdfHELENO FAVACHO
 
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfLeloIurk1
 

Último (20)

COMPETÊNCIA 4 NO ENEM: O TEXTO E SUAS AMARRACÕES
COMPETÊNCIA 4 NO ENEM: O TEXTO E SUAS AMARRACÕESCOMPETÊNCIA 4 NO ENEM: O TEXTO E SUAS AMARRACÕES
COMPETÊNCIA 4 NO ENEM: O TEXTO E SUAS AMARRACÕES
 
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de..."É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
 
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.
Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.
 
AULA DE CARIOLOGIA TSB introdução tudo sobre
AULA DE CARIOLOGIA TSB introdução tudo sobreAULA DE CARIOLOGIA TSB introdução tudo sobre
AULA DE CARIOLOGIA TSB introdução tudo sobre
 
planejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdf
planejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdfplanejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdf
planejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdf
 
Historia da Arte europeia e não só. .pdf
Historia da Arte europeia e não só. .pdfHistoria da Arte europeia e não só. .pdf
Historia da Arte europeia e não só. .pdf
 
ATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇ
ATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇ
ATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇ
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
 
Slides sobre as Funções da Linguagem.pptx
Slides sobre as Funções da Linguagem.pptxSlides sobre as Funções da Linguagem.pptx
Slides sobre as Funções da Linguagem.pptx
 
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptxSlides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
 
Aula sobre o Imperialismo Europeu no século XIX
Aula sobre o Imperialismo Europeu no século XIXAula sobre o Imperialismo Europeu no século XIX
Aula sobre o Imperialismo Europeu no século XIX
 
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de HotéisAbout Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
 
FASE 1 MÉTODO LUMA E PONTO. TUDO SOBRE REDAÇÃO
FASE 1 MÉTODO LUMA E PONTO. TUDO SOBRE REDAÇÃOFASE 1 MÉTODO LUMA E PONTO. TUDO SOBRE REDAÇÃO
FASE 1 MÉTODO LUMA E PONTO. TUDO SOBRE REDAÇÃO
 
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptxDiscurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
 
3-Livro-Festa-no-céu-Angela-Lago.pdf-·-versão-1.pdf
3-Livro-Festa-no-céu-Angela-Lago.pdf-·-versão-1.pdf3-Livro-Festa-no-céu-Angela-Lago.pdf-·-versão-1.pdf
3-Livro-Festa-no-céu-Angela-Lago.pdf-·-versão-1.pdf
 
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
 
Análise poema país de abril (Mauel alegre)
Análise poema país de abril (Mauel alegre)Análise poema país de abril (Mauel alegre)
Análise poema país de abril (Mauel alegre)
 
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdfPROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
 
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdfProjeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
 
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
 

A Arca da Aliança - símbolo da revelação divina

  • 1. A Arca da Aliança - leis e tradições Apr 18, '10 2:02 PM para todos O Aron Hakodesh - a Arca Sagrada ou Arca da Aliança - era o ponto focal do Tabernáculo, o local de maior santidade pelo fato de abrigar as Tábuas da Lei e a Torá, Testemunhos da Aliança Eterna selada no Monte Sinai entre D'us e Seu povo. Era também um "caminho" para a mais elevada dimensão espiritual; pois, como está dito na Torá, o Eterno se comunicaria com Moisés "por sobre a Arca". (Êxodo 25:22) Terminara uma experiência extraordinária. Do topo do Monte Sinai, envolto em espessa nuvem, D'us Se revelara diante de todo Israel por meio da Shechiná, a Presença Divina. E, destarte, selara Sua aliança com o Seu povo. Durante a Revelação, Israel atingiu alturas espirituais inconcebíveis, tendo um contato com a Presença Divina e ouvindo de Sua tonitruante Voz as Leis que norteariam para sempre sua existência. Em que implicaria, para eles, o término dessa Revelação e a saída do Monte Sinai rumo ao deserto? A Shechiná os abandonaria ou continuaria constantemente entre eles? Foi nesse momento que D´us, por amor a Seu povo, ordena-lhes a construção do Mishkán, o Tabernáculo, para ser o local onde, seguindo Sua determinação, pairaria a Shechiná. Segundo o sábio espanhol Don Yitzhak Abravanel, ao transmitir Sua Vontade, o Eterno visava assegurar a Israel que não abandonaria o mundo terreno. Indicava, pelo contrário, Sua permanência entre eles. Sua Providência estaria sempre por perto, apesar de envolta em um véu, oculta aos comuns mortais. O Mishkán seria para Israel um sinal de que sempre haveria uma via de comunicação com D´us, independente de quão distantes estivessem do local da Revelação, já que lá não havia santidade intrínseca. O que conferia santidade era a Presença Divina e a Sua Torá, Sua Palavra, que a partir da Revelação estaria para sempre com Israel. A importância do Tabernáculo pode ser constatada pelo fato de quase a totalidade da segunda parte do livro Êxodo ser dedicada à sua descrição e construção, assim como ao detalhamento de seus implementos. O Talmud, o Midrash, a Cabalá assim como comentários de nossos Sábios revelam simbolismos, fatos e minúcias sobre cada aspecto da construção. Cada detalhe, cada objeto e cada simbologia, são profundamente discutidos, analisados e esmiuçados a tal ponto que seria impossível, neste simples artigo, pretender cobrir as interpretações e conotações do assunto. Segundo Nachmânides, grande sábio e místico espanhol do séc. XIII conhecido como Ramban, a edificação do Mishkán foi vital para nosso povo, pois, por seu intermédio, o propósito do Êxodo foi totalmente alcançado. Como explica Ramban, D´us instruíra os Filhos de Israel para construir o Tabernáculo para que a Shechiná sobre este pudesse pairar. Portanto, foi através do Tabernáculo que a elevação espiritual - que Israel atingira temporariamente durante a Revelação, no Sinai - tornou-se permanente. O ponto focal do Mishkán era o Aron Hakodesh - a Arca Sagrada. Guardada no lugar de maior santidade do Tabernáculo, no Kodesh ha-Kodashim, a Arca iria abrigar os
  • 2. bens mais preciosos de Israel, símbolo da Aliança firmada no Sinai: as duas Tábuas da Lei, onde D'us inscrevera os Dez Mandamentos, os fragmentos das primeiras Tábuas estilhaçadas e o Sefer Torá original, que, ditado por D´us, fora transcrito por Moisés. Por conter o testemunho da Palavra Divina, a Arca é o ponto de maior santidade de todo o Mishkán, o local onde se revelaria a Shechiná. Pois, seria de lá, afirma a Torá, "por sobre a Arca" que o Todo Poderoso se comunicaria com Moisés. Assim como no Monte Sinai o "Grandioso Encontro" fora único e poderoso, o "ininterrupto" encontro no Mishkán - mais precisamente, sobre a Arca - daria um prosseguimento àquele extraordinário acontecimento e ao relacionamento entre D´us e Seu povo. O Mishkán Como vimos acima, o Mishkán e todos os seus implementos eram o símbolo e a indicação, para o povo, de que a Presença Divina estava constantemente entre eles. Eram o símbolo de sua consagração como "um reino de sacerdotes e um povo santo". Em outras palavras, o Mishkán tinha como principal objetivo o aperfeiçoamento espiritual do ser humano. O Midrash nos alerta, porém, que tanto o Santuário do Deserto como o Templo, mais tarde, eram apenas representações materiais do "verdadeiro Santuário", o lugar que D´us escolhera para "habitar " - e este é o coração de todo judeu. Segundo a Cabalá, o Tabernáculo é o microcosmo do universo e, como tal, reflete as verdades mais profundas sobre a vida e a Criação. Uma de suas finalidades era ensinar ao homem que ele tem a responsabilidade de elevar e santificar a si mesmo e a toda a Criação. Numa escala infinitamente mínima, dizem os textos místicos, o Mishkán reflete a Fonte Universal da qual emanam as bênçãos sobre toda a Criação. O Tabernáculo era também o ponto de convergência de toda a Nação, um centro espiritual que os congregava, fazendo deles um grupo homogêneo e coeso. Localizado no centro dos acampamentos das doze tribos, seria um local onde todo judeu poderia purificar-se, elevar seu espírito e conseguir o perdão Divino. Estas funções couberam, posteriormente, ao Templo Sagrado, em Jerusalém. Em termos estruturais, o Mishkán era uma construção notável. Muito provavelmente foi a primeira estrutura pré-fabricada, no mundo. Apesar de bastante grande - media 6,10m de altura por 7,30m de largura por 25m de comprimento - toda a sua estrutura podia ser desmontada e transportada de um local para outro. Assim sendo, pôde acompanhar os israelitas enquanto vagavam pelo deserto. Mesmo após terem entrado na Terra de Israel, vez por outra foi necessário transportá-lo para novas paragens. De acordo com a tradição bíblica, ficou em Guilgal durante 14 anos, em Shiló durante 369 anos e, por último, em Nov e Guivon, durante um total de 57 anos. Foi o rei David quem, após conquistar Jerusalém e expandir seu reinado, finalmente trouxe a Arca para Jerusalém. Sabia ser a cidade escolhida pelo Eterno para que lá fosse edificado um Templo permanente, em substituição ao Tabernáculo móvel e provisório que nos acompanhara em nossa epopéia pelo deserto. Apesar de sua aparência externa modesta, quase austera, o interior do Mishkán era esplêndido, repleto de ornamentos em ouro, prata, pedra preciosas, materiais suntuosos e os mais adocicados perfumes. Treze diferentes matérias primas foram usadas para a sua
  • 3. construção e de seus implementos, bem como das vestes dos sacerdotes. E todo o povo de Israel participou, com suas oferendas, desta obra magistral. Apesar dos esforços e do entusiasmo, inúmeras foram as complicações surgidas em relação à sua planta e execução. O profundo simbolismo imbuído em cada um de seus objetos implicava em um cuidado todo especial na execução do menor detalhe que fosse. Segundo o Midrash, enquanto estava no Monte Sinai, D'us mostrou a Moisés, feito em fogo, o modelo exato do Santuário e de seus implementos. Mas, tamanha era a complexidade que, em certas ocasiões, D´us teve que mostrar certos objetos, mesmo ao maior de nossos profetas, quatro vezes. Para executar a complexa tarefa, D'us escolhera Betsalel, da tribo de Judá; e, para ajudá-lo, indicara Aholiav, da tribo de Dan. Estes, assim como todos os que ajudaram, foram imbuídos por D´us de profunda sabedoria para o desempenho de suas tarefas. A Moisés caberia a responsabilidade de integrar as partes em um todo, já que somente a ele D´us mostrara a planta, em sua totalidade. O Aron Hakodesh - a Arca sagrada A primeira instrução que D´us deu a Moisés em relação ao Tabernáculo foi confeccionar um repositório para abrigar "o Testemunho que Eu Te darei". Se analisarmos de uma forma lógica, a Arca não deveria ser construída até ter uma estrutura que a abrigasse. E, de fato, foi isto o que finalmente aconteceu. Somente após a estrutura estar pronta Betsalel confeccionou a Arca, o único implemento que, sob supervisão pessoal de Moisés, ele fez com suas próprias mãos, pois aí pousaria a Shechiná. Mas, foi a primeira ordem Divina, pois a Torá, testemunho eterno do relacionamento especial entre D´us e Seu povo, é infinitamente mais importante que a estrutura que iria abrigá-la. É por conter o testemunho da Palavra Divina que o Aron é o ponto de maior santidade de todo o Mishkán. No capítulo 25 do Êxodo, a Torá provê os detalhes referentes à confecção da Arca. Relata o texto bíblico que D´us ordenara que todo Israel participasse da construção, nem que fosse com alguma contribuição simbólica ou apenas em pensamento - uma exceção no que diz respeito aos mandamentos acerca da construção dos outros objetos sagrados. Os Sábios explicam que com isto cada um dos membros de nosso povo teria a sua parte, o seu quinhão de participação na Torá. Sua estrutura A Arca era uma caixa retangular medindo 2,5 cúbitos de comprimento e 1,5 cúbito de largura e altura. Feita de madeira de acácia, uma espécie de cedro - em hebraico, shitim, era aberta por cima e devia ser revestida, por dentro e por fora, de uma camada do mais puro ouro. Rashi, o maior comentarista da Torá, explica que para a confeccionar conforme as especificações Divinas, Betsalel fez três caixas. A primeira, de madeira de acácia. Uma segunda, maior, de ouro puríssimo, dentro da qual era colocada a caixa de madeira. Por último, uma terceira, menor, que foi colocada dentro da caixa de acácia. Desta forma, o receptáculo principal era coberto de ouro em seu interior e exterior. Para
  • 4. confeccioná-la, foram utilizados o mais puro ouro e madeira porque, explicam nossos sábios, a Torá é como o ouro em seu valor e pureza, mas é também chamada de Árvore da Vida. O ouro é primeiro na lista dos materiais a serem utilizados na construção do Tabernáculo. O Midrash observa que este metal é particularmente adequado para o Santuário, pois o objetivo deste era o "refinamento" espiritual do ser humano. Assim, como se refina o ouro bruto de suas impurezas, de modo semelhante deveria o judeu tentar apurar-se cada vez mais, espiritual e moralmente. Além do que, o ouro puríssimo do Aron serviria como símbolo de que o homem deve tentar alcançar a pureza não somente em suas ações e pensamentos, como também nos instrumentos que utiliza para a sua realização. Na parte superior da Arca devia haver uma borda de ouro, como que a coroá-la (Yomá, 72b). Segundo o Midrash, o Aron simboliza a Torá e, a borda, a "Coroa da Torá". D ´us conferiu ao povo de Israel três coroas: a da Torá, a da Kehuná (o sacerdócio) e a da monarquia. Acima das três, está a da Torá. A Tampa e os Querubins Uma tampa, kaporet em hebraico, do mesmo comprimento e largura do Aron Hakodesh e de ouro puríssimo devia cobrir a Arca para a fechar. O Midrash explica o nome kaporet. O termo deriva da palavra kapará, que significa expiação. É uma indicação de que o ouro usado em sua confecção serviria para expiar a grave transgressão que Israel cometera ao fazer o "Bezerro de ouro". Sobre esta tampa, em suas extremidades, havia "dois querubins de ouro batido". Como D´us ordenara a Moisés que tanto os querubins como a tampa deviam ser feitos da mesma peça de ouro, Betsalel os havia moldado cinzelando as extremidades da tampa. No Talmud há uma descrição da aparência da Arca e dos dois querubins e inúmeras são as discussões sobre cada detalhe. Apesar das diferentes interpretações, diz a tradição que os querubins são representados como anjos com asas, como pássaros, e com rosto de criança, um de sexo masculino e outro, feminino. As asas dessas criaturas celestiais, estendendo-se para cima da tampa, formavam um arco protetor e sua face estava voltada uma à outra, inclinando-se para baixo, em direção à tampa. É preciso que se faça uma ressalva importante. Apesar de D'us ter proibido a construção de imagens, esses querubins eram uma exceção, pois Ele Mesmo ordenara, de forma explícita, que fossem colocados sobre a Arca. E, no judaísmo, o que pode ou não ser feito depende exclusivamente da Vontade Divina. Mas, para evitar qualquer dúvida sobre a proibição absoluta de se adorar imagens e mostrar a Israel que os querubins não eram destinados à adoração, mas indicavam um lugar onde se concentrava a força espiritual, eles não ficavam de frente para o povo, mas um olhando para o outro. Além do mais, o fato de estarem colocados sobre a Arca - que abrigava as duas Tábuas da Lei e o rolo original da Torá -- era uma clara indicação da Fonte Única e Verdadeira de todo o Poder Espiritual. Era "entre os querubins" que o Eterno comunicava-se com Seu profeta. A Torá relata as palavras do Todo Poderoso a Moisés: "E no tempo marcado, Eu estarei lá, falarei contigo desde a tampa da Arca, entre os dois querubins que estão sobre a Arca do
  • 5. Testemunho" (Êxodo, 25:22). Por isso, o espaço entre estas duas formas era visto por sábios e profetas como o foco principal da força espiritual e de toda inspiração profética, uma abertura para a dimensão espiritual, o próprio caminho à ascensão espiritual. A simbologia que envolve os querubins é vasta e profunda. Em diversas ocasiões a Torá menciona essas criaturas celestiais: D'us os coloca para proteger o caminho da Árvore da Vida após a expulsão de Adão e Eva do Jardim do Éden; na visão do profeta Ezequiel, são os portadores do Trono de Glória Divina, e aparecem em várias outras visões proféticas. Representam entre outros o dualismo inerente a toda a Criação - as duas Tábuas da Lei, mantidas no Aron Hakodesh, eram um lembrete desta mesma verdade. Além disso, representam os princípios masculino e feminino que permeiam todo o Universo. Segundo Rashi, as faces infantis simbolizavam a pureza da inocência e do amor de D'us por Israel. Não podemos esquecer que foram as crianças de Israel que haviam sido eleitas no Monte Sinai como "os fiéis guardadores da Torá". O fato dos querubins terem a forma de um ser humano alado era uma alusão à capacidade do homem de transcender os laços terrenos. E, as asas abertas em direção aos céus representavam a vontade que motiva todas as criaturas a voar para cima "em direção a esferas espirituais mais elevadas". Pois, mesmo estando o homem ligado à materialidade pelo seu corpo mortal, pode voar com as asas de sua alma e se elevar espiritualmente. Os querubins, de acordo com os textos místicos, refletiam a relação entre D's e Israel. Explica o Zohar que assim como o homem - pó da terra - criara vida pelo Sopro Divino, também os querubins podiam criar vida, especialmente por estarem em permanente contato com a Presença Divina. Pode-se dizer que eram um barômetro extremamente sensível que "media" a unidade e a harmonia existente entre D´us e o homem. Quando Israel realizava a Vontade Divina, e aumentava o amor entre Ele e Seu Povo, os querubins ficavam frente a frente e suas asas se tocavam. Mas, quando Israel transgredia A Grande Vontade, os querubins viravam as costas e se afastavam um do outro (Bava Barsa, 99 a). Relata o Midrash que nos dias festivos - os Yamim Tovim - quando os judeus iam até o Santuário e mais tarde até o Grande Templo, as cortinas da Arca eram suspensas e todo Israel podia ver os querubins entrelaçados e perceber o grande Amor que D´us tinha por Seu povo (Yomá, 54a). Relata o Talmud que quando os romanos estavam prestes a destruir o Segundo Templo, os querubins entalhados em madeira que adornavam suas paredes, ao pressentir a desgraça que se abateria sobre Israel, abraçaram-se e choraram, copiosamente. Isto indicava que naquela hora amarga em que os Filhos de Israel iniciavam seu longo e penoso exílio, na hora de seu mais profundo desespero, o Eterno ainda estava ao lado de Seu povo, Seu amor por nós era forte e inamovível - e, portanto, abraçaram-se os querubins (Chazon L'Moed). A mobilidade da Torá Assim como o Mishkán, a Arca era portátil e, por essa razão, tinha quatro anéis de ouro maciço, dois de cada lado, fixados nas paredes laterais de suas quatro superfícies. Duas varas de madeira de acácia, folheada a ouro, traspassavam esses anéis para permitir que se carregasse a Arca. E, uma vez colocadas, não podiam ser mais removidas. Aliás, todos os objetos do Tabernáculo tinham varas com essa mesma função de transporte dos objetos sagrados, mas esta proibição não existe para outros objetos. Por quê? Porque, respondem nossos Sábios, a Arca devia estar sempre pronta para ser transportada de um local para outro.
  • 6. Para o Rabi Shimshon R. Hirsh, a característica de mobilidade da Arca Sagrada é símbolo da intrínseca mobilidade da Torá. Nossa Lei não está amarrada a um determinado local, nem vinculada a um determinado momento no tempo, mas acompanha nosso povo por toda sua história e em todos seus exílios. Onde forem os judeus, com eles vai a sua Torá. Isto não se aplica aos demais implementos do Tabernáculo e, conseqüentemente, do Grande Templo de Jerusalém. A Arca ficou com Israel até o final do período do Primeiro Templo, desaparecendo em seguida. Mas, segundo a tradição, ainda se encontra em Jerusalém. O rei Salomão, ao construir o Templo, mandou cavar um túnel secreto e profundo por baixo do Monte do Templo para, em caso de perigo, lá esconder os implementos sagrados. Pouco antes da destruição do Primeiro Templo pelos babilônios, o rei Josias teve uma visão da catástrofe que estava para se abater sobre Israel; e, para garantir a segurança da Arca, tê-la-ia escondido justamente nesse local secreto, sob o Monte do Templo, longe dos olhos inimigos. Se assim foi - e assim nós judeus o cremos - até hoje, O Aron Hakodesh do Mishkán está ainda oculto em algum ponto, sob o Monte do Templo, em Jerusalém, Capital Eterna do Povo Judeu. Anterior: TANACH Filhos de gigantes Próximo O Sanhedrin: a Suprema Corte do Povo Judeu
  • 7. Para o Rabi Shimshon R. Hirsh, a característica de mobilidade da Arca Sagrada é símbolo da intrínseca mobilidade da Torá. Nossa Lei não está amarrada a um determinado local, nem vinculada a um determinado momento no tempo, mas acompanha nosso povo por toda sua história e em todos seus exílios. Onde forem os judeus, com eles vai a sua Torá. Isto não se aplica aos demais implementos do Tabernáculo e, conseqüentemente, do Grande Templo de Jerusalém. A Arca ficou com Israel até o final do período do Primeiro Templo, desaparecendo em seguida. Mas, segundo a tradição, ainda se encontra em Jerusalém. O rei Salomão, ao construir o Templo, mandou cavar um túnel secreto e profundo por baixo do Monte do Templo para, em caso de perigo, lá esconder os implementos sagrados. Pouco antes da destruição do Primeiro Templo pelos babilônios, o rei Josias teve uma visão da catástrofe que estava para se abater sobre Israel; e, para garantir a segurança da Arca, tê-la-ia escondido justamente nesse local secreto, sob o Monte do Templo, longe dos olhos inimigos. Se assim foi - e assim nós judeus o cremos - até hoje, O Aron Hakodesh do Mishkán está ainda oculto em algum ponto, sob o Monte do Templo, em Jerusalém, Capital Eterna do Povo Judeu. Anterior: TANACH Filhos de gigantes Próximo O Sanhedrin: a Suprema Corte do Povo Judeu